Estudo
Um estudo conclui que os bebés alimentados exclusivamente com leite materno nos primeiros seis meses de vida veem reduzido para...

Outro estudo, divulgado no mesmo dia, relaciona o nível intelectual e funcional das crianças de quatro anos com a quantidade e qualidade do estímulo que receberam dos pais quando tinham dois anos.

Os dois estudos, realizados respetivamente na África do Sul e no Paquistão, foram financiados pelo Grand Challenges Canada (GCC), um organismo financiado pelo Governo canadiano para promover a saúde materna e infantil em países em desenvolvimento.

A publicação dos estudos coincide com o início, em Toronto, de uma conferência internacional sobre o desenvolvimento infantil organizada pelo GCC.

O médico Peter Singer, conselheiro delegado do GCC, afirmou em comunicado que “uma em cada três crianças em países em desenvolvimento não pode desenvolver todo o seu potencial" e que "estes estudos mostram como os pais podem ajudar a desenvolver crianças inteligentes e sociais”.

O primeiro estudo, publicado na revista PLOS Medicine, indica que os bebés que durante seis meses apenas se alimentam de leite materno veem reduzido em 56% o aparecimento de desordens comportamentais, em comparação com os que só mamam durante um mês.

O estudo foi realizado pela médica Ruth Bland, que seguiu o desenvolvimento de 1.500 crianças sul-africanas.

Bland afirma, num comunicado, que o custo económico dos distúrbios de comportamento “é enorme”, citando um relatório do Reino Unido sobre o custo dos crimes atribuídos a pessoas com distúrbios comportamentais, que estima gastos de 117 mil milhões de dólares.

O segundo estudo, publicado na revista The Lancet Global Health pela médica Aisha Yousafzai, da Universidade Aga Khan de Karachi, centrou-se num grupo de crianças de famílias de baixos recursos nas zonas rurais do Paquistão.

Estas famílias utilizam brinquedos ou utensílios caseiros para estimular as capacidades cognitivas, orais, motoras e afetivas de crianças com dois anos. Este estudo concluiu que as crianças que recebem este “estímulo sensível” até aos quatro anos têm mais probabilidade de ter um maior coeficiente intelectual, melhores capacidades pré-académicas e um comportamento mais social.

Esta investigação foi realizada com 1.302 crianças de quatro anos e as suas mães.

Rio2016
A Organização Mundial de Saúde reforçou os alertas aos viajantes que pretendem assistir no Brasil aos Jogos Olímpicos e...

Aquela agência das Nações Unidas continua a defender que as mulheres grávidas não devem viajar para o Brasil por causa do risco de infeção pelo vírus Zika, relacionado com a microcefalia, mas ressaltou que o risco de infeção por doenças transmitidas por mosquitos será menor já que o evento acontece no inverno.

Aos visitantes é ainda recomendado o uso de roupas - de preferência de cor clara -, cobrindo a maior parte do corpo durante o dia e o uso de repelente contra mosquitos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda também que os viajantes escolham instalações sanitárias com água canalizada e barreiras físicas, tais como telas de janelas e portas necessárias para tentar impedir que os mosquitos entrem nos quartos.

Também é prudente evitar deslocações a locais sem água canalizada e saneamento básico, que reúnem as condições ideais para a proliferação de mosquitos.

Quanto às vacinas necessárias para a viagem, a OMS destacou que os turistas devem garantir imunização entre 04 a 08 semanas antes de chegarem ao Brasil.

Daí que seja necessário garantir "esquemas de imunização de rotina, incluindo a vacinação contra a difteria, tosse convulsa, tétano, poliomielite, sarampo, hepatite B, Haemophilus influenzae tipo B", lê-se no alerta.

A OMS defende ainda vacinações adicionais contra a rubéola, papeira, gripe, febre amarela, vírus do papiloma humano, rotavírus e pneumococos e recomenda o uso de preservativos em relações sexuais para evitar o contágio por doenças sexualmente transmissíveis.

Além dos alertas sanitários, a OMS também chama a atenção para a possibilidade de roubos e crimes violentos no Brasil.

"Os viajantes devem ser aconselhados a ter cautela e usar apenas táxis oficiais do aeroporto, não viajar sozinhos à noite, evitar áreas questionáveis e viajar com uma companhia", conclui o comunicado.

Em Londres
O Science Museum de Londres escolheu um único projeto português, o “Patient Inovation”, para integrar uma exposição de escala...

Com inauguração agendada para dia 7 de julho em Londres, a exposição ‘Beyond the Lab’ pretende refletir o papel dos cidadãos como investigadores e inovadores, dando a conhecer histórias e soluções desenvolvidas a nível europeu, que contribuíram para revolucionar e acelerar a investigação e inovação científica em diferentes domínios da sociedade.

O projeto Patient Innovation, uma plataforma de partilha de ideias que simplificam a vida de pessoas afetadas por doenças, foi o único projeto português escolhido pelo Science Museum de Londres para integrar a exposição que vai percorrer 29 cidades europeias.

Esta rede social, criada em 2013 para os utilizadores partilharem o que aprenderam quando estiveram doentes, foi desenvolvida por uma equipa liderada pelo investigador português da Universidade Católica Pedro Oliveira, tendo-se entretanto internacionalizado ao ponto de contar já com cerca de 600 inovações criadas em todo o mundo.

Segundo um comunicado da Católica-Lisbon, o Patient Innovation foi um dos projetos eleitos para marcar presença na exposição, estando representado com sete inovações do

Para Pedro Oliveira, integrar uma exposição de escala europeia com projetos de referência na investigação e inovação científica, nomeadamente na área da saúde, é “um motivo de grande orgulho”.

“Acreditamos que através da partilha de histórias de pessoas comuns, conseguiremos também inspirar muitas mais pessoas e contribuir para uma sociedade mais atenta e empenhada”, considera o mentor do projeto.

Uma dessas histórias é a de um menino português de sete anos que nasceu sem parte do braço e que obteve uma mão em 3D, a partir da ideia de um artista norte-americano que inventou mãos impressas em 3D para crianças e adultos, mais baratas do que as próteses.

Outra das soluções encontradas nesta plataforma "online" e que vai estar patente na exposição foi o desenvolvimento de bolsos térmicos para um pianista que sofre de uma doença neurológica que provoca repentinas variações de temperatura das mãos, permitindo mantê-las sempre quentes.

Entre as outras inovações está a de uma israelita, que tem um filho com paralisia cerebral que nunca poderia andar, que fez uma estrutura, uma espécie de sapatas grandes, que ficam presas a um adulto, permitindo à criança fazer o movimento de andar.

Entre os doentes inovadores está também um cidadão britânico com um problema na aorta que desenhou um suporte personalizado para colocar à volta da artéria e conferir-lhe uma maior resistência, uma solução que já salvou a vida a muitos doentes.

Foram também selecionadas da plataforma duas inovações criadas por norte-americanas: uma jornalista que fez uma mastectomia desenvolveu uma camisola à prova de água para poder tomar banho depois da operação, enquanto uma violinista que sofria de artrite reumatoide juvenil desenvolveu um dispositivo de madeira inspirado no seu violino para exercitar as mãos, após perceber que a mão usada para pressionar as cordas do instrumento inchava menos.

A sétima inovação é a de um jovem inglês a quem foi diagnosticada a doença de Crohn aos 12 anos e que usou parte de uma luva de uma Nintendo Wii para construir um sensor que monitoriza o volume do saco coletor de fezes através de uma aplicação no telemóvel, uma invenção que é usada em hospitais de todo o mundo.

Serviço Nacional de Saúde
Dezassete hospitais do Serviço Nacional de Saúde já aderiram ao programa de cirurgias adicionais que evita a realização de...

“Até ao dia de hoje, cerca de 17 hospitais e 58 serviços já aderiram ao novo sistema [programa de incentivo à realização de atividade cirúrgica no SNS], disse o ministro Adalberto Campos Fernandes no I Fórum dos Hospitais “Os Hospitais – Reforma do Serviço Nacional de Saúde”.

Segundo o ministro, estes hospitais já organizaram respostas para “internalizar o SIGIC [Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia] ou a cirurgia adicional”.

“Nós não podemos ter os hospitais públicos a produzir listas de espera para depois o SNS estar a pagar essas listas de espera no setor privado”, disse Adalberto Campos Fernandes à margem do fórum organizado pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar.

Para o ministro, este valor deve ficar retido dentro do sistema, sublinhando que “é um bom instrumento de financiamento e também de motivação dos profissionais que podem ter uma compensação adicional porque trabalham mais”.

Iniciado em maio, o programa de incentivo à realização de atividade cirúrgica no Serviço Nacional de Saúde visa melhorar a capacidade de resposta, “internalizando a cirurgia adicional que até aqui era enviada para o serviço privado”, explicou o ministro.

Visa também “estimular os hospitais do Serviço Nacional de Saúde a valorizarem-se e a competirem pelo que realmente importa os doentes e a satisfação das suas necessidades”, acrescentou.

Na sua intervenção no fórum, o ministro disse ainda que “os hospitais têm, neste momento, um modelo de gestão que está fatigado, precisa de ser reinventado e precisa de ser modernizado”.

À margem da conferência, o ministro explicou aos jornalistas que “o problema não é tanto de financiamento”: “É um problema de organização, é um problema do cidadão não ter um percurso de martírio quando anda no sistema de saúde e ser obrigado a circular atrás do sistema e não o sistema estar ao serviço dele próprio”.

O ministro sublinhou que há “muitas experiências” em Portugal, que “foi feita muita coisa”, existem “muitos modelos de hospitais”, mas o nível de avaliação “é baixíssimo”.

“Temos que pensar e parar esta tendência infernal de produzir leis, criar instituições, criar modelos e é isso que estamos a tentar fazer, procurar aproveitar o que de melhor existe, mas não estar constantemente a criar situações novas”, frisou.

O ministro disse acreditar que há condições para que daqui a um ano haja um “melhor funcionamento” nesta área, comentando que “há um bom clima de trabalho, há um bom movimento” e uma “boa cooperação entre hospitais e cuidados de saúde primários”.

O papel do cuidador
A Esclerose Lateral Amiotrófica é uma doença neurológica degenerativa rara que evolui de forma progr

Apesar de não existirem dados oficiais, estima-se que, em Portugal, existam entre 400 e 500 doentes com Esclerose Lateral Amiotrófica.

De acordo com a Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA), o que acontece nesta patologia é que “os neurónios motores (cabos eléctricos) que conduzem a informação do cérebro aos músculos do nosso corpo, passando pela medula espinhal, morrem precocemente”.

A morte prematura destes neurónios leva a que estes músculos - que nos permitem realizar os mais variados movimentos como andar, falar, mastigar ou engolir - enfraqueçam e acabem por perder a sua função.

Falta de força e atrofia muscular, espasmos involuntários nos músculos, cãibras ou fadiga são principais sintomas.

No entanto, esta doença pode ser classificada, de acordo com as suas formas de apresentação inicial como:

- Medular (também a forma mais frequente), quando os primeiros sintomas envolvem os músculos dos braços ou pernas, apresentando o doente dificuldade na marcha ou dificuldade em abotoar uma camisa, por exemplo;

- Bulbar – quando a doença compromete a fala, existindo dificuldade em articular as palavrar ou dificuldade em engolir ou mastigar;

- Axial – quando a fraqueza muscular envolve os músculos do pescoço ou tronco, levando a alguns desequílibrios;

- Difusa – quando o doente apresenta várias queixas por todo o corpo, sendo difícil identificar os primeiros sintomas.

De acordo com os especialistas, ainda que não lhe esteja associada uma causa, pensa-se que cerca de 10 por cento dos casos tenha uma origem genética, sendo que qualquer individuo, em qualquer idade, pode ser atingido pela doença.

“No entanto, a idade média de ínicio dos primeiros sintomas é de cerca de 60 anos”, pode ler-se na página da APELA.

O caso de José António veio contrariar esta tendência, tendo sido diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica aos 44 anos.

“Sempre foi uma pessoa saudável, que gostava muito de caça, motas e jipes”, começa por contar Teresa Moreira, mulher de António.

Até que, “no início de 2006, num dos seus passeios com o seu cão de caça, depois de jantar, começou a sentir que o músculo da perna esquerda prendia. “Como estávamos no Inverno, pensou que fosse do frio e do cansaço, e não lhe deu muita importância”, explica.

“Em Junho foi a um ortopedista. A perna já não levantava, arrastava só”, conta, monstrando que a situação piorou de forma abrupta.

“Fez vários exames, inclusive uma electromiografia e, aparentemente, estava tudo bem. No entanto, como o ortopedista não encontrou nada que pudesse justificar os sintomas recomendou que fosse a um neurologista”, recorda a mulher.

“Marcámos imediatamente consulta com um neurologista amigo que mal olhou para o Zé em tronco nu, viu o que se estava a passar”, diz. De acordo com Teresa, José já tremia muito. “Tinha muitas fasciculações no peito, ombros e costas. O meu marido achava que aqueles tremores se deviam a ansiedade”, adianta.

Com a repetição de nova electromiografia chega o diagnóstico. “Dois ou três dias depois de feito o exame,  o médico ligou-nos a dizer que tinha de conversar pessoalmente connosco. Nunca nos passou pela cabeça que fosse algo grave”, relembra Teresa.

José sofria de uma doença do neurónio motor, degenerativa e sem cura. “O neurologista, na altura, não explicou grande coisa. Apenas que não iria melhorar e que provavelmente iria ficar numa cadeira de rodas”, revela.

“O mundo desabou! Lembro-me que viemos para casa calados e nos dias seguintes não conseguimos falar do assunto... Claro que ambos recorremos à internet para ver o que era a doença. Sem cura e com um diagnóstico estimado de dois a cinco anos... Lembro-me que chorei sem parar, sozinha no meu escritório, sem saber o que fazer”, confessa.

O marido, esse, não quis falar do que lhe estava a acontecer. “Ele era muito reservado. Não quis falar mas sentiu uma grande revolta”, recorda Teresa.

E foi com uma “sentença de morte nas mãos” que procuraram outro médico que lhes mostrou que “cada caso é um caso e que as estatísticas são apenas estatísticas”, não podendo prever o que iria acontecer a partir daquele momento.

“Mas já tínhamos lido coisas que não queríamos ler. Tínhamos duas filhas ainda pequenas. O Zé perguntava «e agora o que é que eu faço? Fico à espera de morrer?»”, conta.

Passado o choque inicial, não havia como cruzar os braços. “Eu decidi que tinha de tomar uma atitude. Conversei com o meu marido e disse-lhe que ia estar com ele. Combinámos que a vida ir continuar dentro da normalidade possível”, recorda.

Teresa deixou o emprego e passou a dedicar-se exclusivamente ao marido e às filhas. “Nada era mais importante para mim que a família e eu tinha, na altura, 39 anos. Pensava que cinco anos não iam prejudicar em nada a minha vida e foi então que decidi pô-la em stand by e viver com, e para o Zé”, explica.

Foram de férias e quando regressaram decidiram viver um problema de cada vez, não antecipando o que aconteceria a seguir.

“Conversei com as minhas filhas. Expliquei que o pai estava doente, não ia melhorar e que nós tínhamos uma missão a cumprir: dar muito amor, muito carinho e muita qualidade de vida ao pai. Essa era a cura possível para a doença dele”, conta.

O caso de José António acabou por escapar a todas as previsões, contando já com 10 anos de sobrevida após diagnóstico.

“No caso dele a doença foi muito rápida, também. Evoluiu à velocidade cruzeiro, como dizia o neurologista”, afirma Teresa. “Os dois anos que se seguiram ao diagnóstico foram muito díficeis. Não tínhamos tempo de nos habituar a uma nova situação porque vinha outra a caminho”, justifica.

Ao fim de um ano, José António estava preso a uma cadeira de rodas, “os braços quase não mexiam e a fala começava a estar afetada”.

“A revolta era muita, tinha momentos de desespero, queria morrer, recusava viver aprisionado e insistia em fazer a vida normal como sempre”, adianta.

Teresa, enquanto cuidadora também sofreu. Mas com fé e otimismo nunca desistiu de lutar pelo bem-estar do marido.

“Para mim como cuidadora foi um horror, eram noites sem dormir e dias muito cansativos. Levá-lo ao escritório, dar-lhe refeiçoes – que eram um sofrimento porque a deglutição já estava comprometida, mas ele queria estar à mesa com a família e comer normalmente – , dar-lhe banho, vesti-lo e tudo o mais que fosse preciso...”, justifica.

No entanto, apesar de toda a dor,  foi o seu apoio incondicional, a companhia das filhas e da família que ajudaram José a aceitar a doença.

“Estes doentes têm muitos medos. Na fase inicial da doença caiem muito, desequilibram-se facilmente, perdem a força e o cuidador tem aqui um papel extremamente importante”, revela.

Muito embora, Teresa garante que não é fácil conviver com a revolta do doente. “Temos de ter uma capacidade muito especial para ultrapassarmos esta fase. O doente precisa de sentir que tem alguém que os acompanha, que está ao lado dele. Acho que, no fundo, o mais importante para alcançar esta tranquilidade é não dramatizar demasiado a situação e viver um dia de cada vez”, afirma.

“Temos de estar calmos e mostrar que conseguimos suportar tudo por nós e por eles”, garante.

Em pouco tempo, José passou a comunicar através do computador e mais tarde com o piscar dos olhos.

“A médica que o acompanha costuma dizer que o José já passou o prazo de validade. Passaram 10 anos após diagnóstico. Neste momento a comunicação já é dificil...” revela.

“Todas as doenças são más, mas esta é má demais porque o doente fica prisioneiro num corpo que não consegue reagir a nada. Essa é a luta. O doente percebe tudo o que lhe está a acontecer, mas apenas existe num corpo que não mexe”, acrescenta Teresa.

A cuidadora lamenta ainda que a sociedade não esteja preparada para lidar com esta doença. “Nem sempre as pessoas conseguem entender muito bem a doença. Têm pena. E como não conseguem comunicar com o doente, pura e simplesmente afastam-se”, diz. “Durante este tempo, muitos amigos foram-se afastando com o argumento de que era díficil ver o Zé nesta situação”, exemplifica.

Desde 2008, José António é alimentado por sonda e está traqueostomizado, ligado a um ventilador 24 horas por dia.

“Neste momento, a situação está a ser mais complicada. Há mais cansaço, um maior desgaste de tantos anos a conviver com a doença”, afirma.

No entanto, garante que o amor continua a ser o motor desta família, que não desiste, ainda que o sofrimento se sobreponha aos momentos de alegria.

“Tem tudo a ver com a forma como encaramos os problemas. Resiliência e aceitação são as palavras-chave neste percurso”, justica a cuidadora.

“Sou católica e digo muitas vezes que sem Maria, nada do que faço seria possível”, conclui Teresa. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Serviço Nacional de Saúde
Dez por cento dos doentes encaminhados para consultas hospitalares já exerceram o livre acesso, optando por outro hospital...

“Cerca de 10% dos utentes já tinham optado por serem referenciados para um hospital diferente para onde anteriormente seriam direcionados”, afirmou o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, durante o no I Fórum dos Hospitais “Os Hospitais – Reforma do Serviço Nacional de Saúde”.

O ministro recordou que o livre acesso se iniciou em maio em algumas unidades dos cuidados de saúde primárias e em junho começou a abranger todas as unidades.

Até aqui, os utentes eram encaminhados diretamente para consulta para o hospital de referência da sua área de residência.

Com o livre acesso, quem aguarda primeira consulta de especialidade hospitalar pode, em articulação com o médico de família responsável pelo encaminhamento, optar por qualquer uma das unidades hospitalares do SNS onde exista a especialidade em causa.

Para o ministro da Saúde, os 10% que exerceram o livre acesso são um “bom indicador para avaliar os resultados da medida”, que o Governo espera que reforce o acesso e contribua para a redução de ineficiências.

“Está a correr muito bem. A experiência generalizou-se a 1 de junho e há regiões do país onde a opção do doente já ultrapassa os 13%, curiosamente nas regiões onde estimávamos que haveria maior dificuldade de acesso, como Lisboa Vale do Tejo e a seguir o Norte”, afirmou o ministro da Saúde aos jornalistas à margem do Fórum que decorre em Lisboa.

Adalberto Campos Fernandes sublinha que a medida pretende “respeitar o direito que os cidadãos têm de, pagando o sistema de saúde enquanto contribuintes, poderem ter uma palavra na decisão quanto às escolhas que exercem”.

Contudo, o ministro admite que não seria positivo que a percentagem de doentes que opta por outro hospital fosse muito maior: “Um valor à volta de 15% será normal. Estamos a criar condições para que os hospitais sejam todos eles mais atrativos. Não é bom querer mudar de hospital, o que queremos é que fique no seu hospital de residência. Mas não é justo que as pessoas - não tendo opção - sejam obrigadas a ficar acantonadas numa região que não lhes dá resposta sem que lhe seja dada uma alternativa em concreto”.

PeSsOa –Viver com Psoríase
Avaliar a qualidade de vida relacionada com a saúde dos doentes com psoríase em Portugal e caracterizar o perfil clínico...

O Estudo PeSsOa pretende caracterizar o acesso dos doentes a cuidados de saúde, a utilização de recursos de saúde e tratamento, quantificar o impacto social e económico associado à psoríase e estimar o impacto laboral/escolar, familiar e social associado à doença e ao seu tratamento na perspetiva do doente. Este estudo – um Patient Reported Outcomes Study – caracteriza-se por recorrer apenas ao doente como única fonte de informação, capturando assim a sua perspetiva.

Com um objetivo de atingir uma amostra de 400 pessoas com psoríase, o estudo pode ser acedido através deste link, disponível no website e Facebook da PSOPortugal. Podem participar no Estudo PeSsOa todas as pessoas com psoríase com mais de 18 anos, com diagnóstico confirmado de psoríase, que estejam a ser seguidos numa consulta de especialidade.

Em Portugal, estima-se que a psoríase atinge mais de 200 mil pessoas, das quais 80-90% têm psoríase em placas1. No entanto, todos os fatores ligados ao perfil clínico-epidemiológico dos doentes portugueses e ao impacto da doença na sua vida não estão ainda descritos.

Sobre a Psoríase
A psoríase é uma doença comum, não-contagiosa, imunomediada que afeta até 3% da população mundial2. A psoríase em placas é a forma mais comum da doença e manifesta-se pelo aparecimento de lesões eritematosas avermelhadas cobertas por escamas esbranquiçadas e prateadas de células mortas. A psoríase não é simplesmente um problema cosmético, mas uma doença persistente, crónica (de longa duração), e por vezes angustiante, que pode até mesmo afetar os mais pequenos aspetos da vida diária das pessoas. Entre 10 e 30 % dos doentes com psoríase têm ou poderão vir a desenvolver artrite psoriática, onde as articulações são também afetadas, causando sintomas debilitantes incluindo dor, rigidez e danos irreversíveis3,4. A psoríase também está associada a outros problemas de saúde, como diabetes, doenças cardíacas e depressão3.

Tratar a psoríase é fundamental para uma boa gestão da doença e da saúde em geral. É possível, com um trabalho conjunto entre médico e doente, encontrar um tratamento ou tratamentos que reduzam ou eliminem os seus sintomas. O que é adequado para uma pessoa com psoríase pode não o ser para outra, sendo por isso fundamental que doente e médico discutam as diferentes opções de tratamento disponíveis e decidam qual o mais adequado para aquele caso em particular.

Sobre a PSOPortugal
A PSOPortugal - Associação Portuguesa da Psoríase é uma IPSS da saúde, fundada em 2005. Tem como principais objetivos a promoção da melhoria da qualidade de vida e a defesa dos direitos dos portadores de psoríase no seu contexto pessoal, profissional e social, promover iniciativas de índole social e cultural com o propósito de esclarecer e sensibilizar a opinião pública acerca das características da doença. A PSOPortugal coopera também com as entidades técnicas de saúde, no desenvolvimento e na investigação da doença, disponibilizando informação aos técnicos de saúde, bem como aos doentes, dos resultados das aplicações de vários tipos de terapêuticas.

Referências
1Marques Pinto G, Filipe P. [Guidelines for high-quality use of biologic therapies in adults with plaque psoriasis]. Acta medica portuguesa. 2012;25(2):125-41.
2International Federation of Psoriasis Associations (IFPA) World Psoriasis Day website. “About Psoriasis.” Available at: http://www.worldpsoriasisday.com/web/page.aspx?refid=114. Accessed February 2016.
3National Psoriasis Foundation. Psoriatic disease: about psoriasis. Available at: www.psoriasis.org/about-psoriasis. Accessed January 2016.
4Mease PJ, Armstrong AW. Managing patients with psoriatic disease: the diagnosis and pharmacologic treatment of psoriatic arthritis in patients with psoriasis. Drugs. 2014; 74:423–441. 

Estudo
Um simples exame sanguíneo pode agora ser usado como ferramenta de avaliação do risco de enfarte agudo do miocárdio ...

A medição dos níveis de anticorpos - em particular de imunoglobulina G, produzida na fase aguda de uma infeção e dedicada à proteção do sistema de futuras infeções - permite avaliar a suscetibilidade do corpo para este tipo de incidente.

A inovação é produto de um estudo da Imperial College London e da University College London que, pela primeira vez, segundo o Diário de Notícias, confirmou a associação entre um sistema imunitário forte e a capacidade que o corpo tem de prevenir um ataque deste género.

A avaliação da imunoglobulina G pode, assim, passar a constituir o indicador chave na análise da predisposição do corpo para um enfarte do miocárdio.

Avaliar este género específico de anticorpos é, relativamente, barato, o que significa que a medição mais precisa do risco de ataque cardíaco que este teste permite tornar-se-á comum, nos próximos anos.

"Pretendemos ainda explorar novas formas de fortalecer o sistema imunitário, tornando-o menos vulnerável à doença cardíaca", explica Ramzi Khamis, cardiologista e bolseiro no Instituto Nacional do Coração e Pulmões, Imperial College London, no The Huffington Post.

Todos os anos, morrem mais de quatro mil portugueses vítimas de ataques cardíacos em Portugal, segundo estatísticas divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística.

Estudo
Cientistas descobrem que medicamento usado para tratar a osteoporose pode prevenir o cancro da mama e dos ovários e pessoas que...

Cientistas australianos descobriram que um medicamento usado para tratar a osteoporose pode prevenir o cancro da mama e do ovário em mulheres com mutações no gene BRCA1. Esta descoberta pode poupar muitas mulheres de duplas mastectomias e histerectomias preventivas. O estudo foi publicado na Nature Medicine, escreve o Observador.

Uma em cada mil mulheres tem a mutação do gene que ficou conhecido como “gene Jolie”, depois de a atriz ter descoberto que tinha uma mutação que aumentava a probabilidade de vir a desenvolver cancro da mama ou dos ovários. O BRCA1 aumenta entre 12,5 e 58 por cento a probabilidade de ter cancro da mama e 29 vezes a de ter cancro nos ovários.

As novas descobertas permitiram perceber quais as células que causam a doença e como impedi-las de se tornarem cancerígenas. A descoberta foi propiciada pelo facto de terem constatado que as células pré-cancerígenas eram alimentadas pela mesma proteína que forma as células que destroem os ossos de quem tem osteoporose.

Denosumab é medicamento que é usado para tratar a osteoporose e fá-lo inibindo a proteína que a causa. É este o medicamento que pode também prevenir a formação de tumores. Os testes laboratoriais em tecido mamário de mulheres com o ‘gene Jolie’ e os ensaios feitos em ratos mostraram resultados promissores.

As primeiras fases de testes laboratoriais deixaram os cientistas animados, mas ainda há um longo caminho para percorrer. Os ensaios clínicos já começaram e, se se confirmarem os resultados, este pode ser uma grande esperança para as mulheres com predisposição genética para ter cancro da mama e dos ovários. Até agora, a única opção era a remoção cirúrgica das mamas e dos ovários, um procedimento que tem um grande impacto físico e psicológico para quem passa por ele.

Campanha de rua
A campanha de angariação de fundos de rua da 'Operação Nariz Vermelho', que decorreu entre 01 e 05 de junho em oito...

De acordo com um anúncio publicado hoje na imprensa nacional, a 'Operação Nariz Vermelho' (ONV) revela que a campanha de rua para angariação de fundos que decorreu em Lisboa, Almada, Sintra, Cascais, Coimbra, Porto, Matosinhos e Braga obteve um total de 14.444,08 euros.

A iniciativa “Seja Sorridário” envolveu 229 voluntários, sendo que os donativos monetários vão contribuir para assegurar o programa gratuito de visitas dos Doutores Palhaços às crianças hospitalizados nos serviços pediátricos de 13 hospitais do país.

Segundo um estudo conhecido no início de março, a maioria das crianças hospitalizadas parece suportar melhor a dor graças à presença dos Doutores Palhaços, de acordo com dados recolhidos junto de profissionais que trabalham em instituições visitadas pela ONV.

Dos 332 profissionais dos hospitais visitados pela ONV e inquiridos para o estudo que consta do livro “Rir é o melhor remédio”, 84 por cento acha que as crianças parecem suportar melhor a dor, 65 por cento considera que estas se alimentam melhor e 65 por cento que melhoram o sono graças às visitas dos Doutores Palhaços.

Segundo os profissionais hospitalares inquiridos, 90 por cento das crianças visitadas demonstram mais tolerância à dor e 94 por cento melhoram a sua condição clínica.

A 'Operação Nariz Vermelho' realiza visitas durante 42 semanas por ano, aos 13 hospitais abrangidos pelo programa em Lisboa, Cascais, Sintra, Amadora, Almada, Porto, Coimbra e Braga.

A equipa de artistas é constituída por 22 Doutores Palhaços e nos bastidores trabalham nove profissionais. Anualmente, a ONV visita mais de 40 mil crianças hospitalizadas.

Crianças surdas
Uma criança com surdez severa e profunda pode atualmente atingir aos quatro anos uma linguagem quase igual à de outras crianças...

Os implantes cocleares, considerados tecnologia muito avançada, devem ser aplicados por volta de um ano de idade quando um bebé com surdez profunda não tem benefícios com prótese auditivo convencional.

Um implante coclear é um dispositivo eletrónico que tem o objetivo de substituir as funções das células do ouvido interno de pessoas com surdez profunda que não são beneficiadas pelo uso de aparelhos auditivos.

O tema dos implantes cocleares é um dos abordados no congresso da Sociedade Europeia de Otorrinolaringologia Pediátrica, que hoje termina e que juntou em Lisboa cerca de 1.500 especialistas.

“Se a criança não tiver outras anomalias, por volta dos quatro anos de idade poderá ter uma linguagem quase igual à de uma normo-ouviente e aos seis anos iniciará uma escolaridade normal”, explicou o médico otorrinolaringologista Victor Correia da Silva.

O principal desafio nos casos de surdez severa em bebés é o do diagnóstico precoce, conseguido através do rastreio auditivo neonatal, que permitirá encaminhar as crianças com necessidades para centros especializados.

A médica otorrino Luísa Monteiro lembra que os problemas auditivos têm aumentado em recém-nascidos, sobretudo em grandes prematuros, devido precisamente a um maior número de casos de sobrevivência desses bebés, com maior risco de desenvolver problemas de surdez.

Por outro lado, também nos idosos os problemas auditivos estão a aumentar, em grande parte com o prolongamento da esperança de vida. Os especialistas sublinham que a surdez em idosos, não sendo corrigida, leva a maior isolamento e pode agravar a progressão de demências.

No que toca a crianças e a adolescentes, o médico otorrinolaringologista Jorge Quadros nota uma diminuição de problemas ao longo das últimas décadas, face à precocidade do diagnóstico e das terapias adequadas, “com procedimentos que evitam complicações a médio e longo prazo”.

Na Europa, em 2013, cerca de 63,6 milhões de pessoas viviam com incapacidade auditiva, projetando-se sejam cerca de 70 milhões em 2017.

Especialistas afirmam
As infeções de otorrinolaringologia representam cerca de 90% de todas as infeções em crianças, com as otites médias, as...

Cerca de 1.500 especialistas mundiais estão reunidos em Lisboa no congresso da Sociedade Europeia de Otorrinolaringologia Pediátrica, que tem debatido os desenvolvimentos mais importantes nesta área da medicina.

Segundo a otorrinolaringologista Luísa Monteiro, as infeções do foro da garganta, ouvidos e nariz representam perto de 90% de todas as infeções que ocorrem em crianças.

“Estamos a falar de otites médias, sobretudo recorrentes, das amigdalites, das sinusites, das rinofaringites. São situações muito frequentes e que ocorrem muitas vezes em crianças de tenra idade”, adiantou a médica.

Trata-se de crianças que são expostas cedo a socialização nos infantários e a outros fatores de risco como exposição a fumo passivo de tabaco ou poluição, que as torna mais vulneráveis a infeções de repetição ou infeções crónicas.

O otorrino Victor Correia da Silva adianta que “os problemas auditivos sérios têm diminuído bastante devido à prevenção e tratamento precoce”, lembrando que no passado muitas otites evoluíram para infeções graves e destrutivas “por vezes com complicações que punham em risco a vida”.

“Atualmente as otites médias são diagnosticadas mais cedo e, quando não respondem a tratamento médico, as crianças são submetidas a pequenas intervenções que evitam, na maioria dos casos, a evolução para situações sérias”, adiantou o médico otorrinolaringologista.

Coordenador da reforma diz
O coordenador para a reforma do Serviço Nacional de Saúde considera que os hospitais vivem hoje uma fase de “crescimento em...

João Correia da Cunha falava a propósito do I Fórum do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que decorre hoje e junta vários oradores nacionais e internacionais em torno do tema: "Os hospitais - reforma do Serviço Nacional de Saúde".

Para o atual coordenador nacional para a reforma do SNS na área dos cuidados de saúde hospitalares, o que Portugal dispõe, “dentro do SNS, como centro estruturante do sistema nacional de saúde, é mais do que razoável”.

“É o melhor SNS do mundo? Não. Precisa de ser alterado? Precisa”, disse, acrescentando: “Estamos num tempo em que continuamos a crescer, mas também de grandes dificuldades. Caiu-nos em cima uma crise económica muito complicada”.

Para João Correia da Cunha, “o maior constrangimento do SNS sempre foi financeiro e agora a situação intensificou-se mais, ao que acresce o aumento exponencial dos custos, nomeadamente graças à inovação. Este é o cenário em que estamos e não adianta lamentarmo-nos”.

O médico considera que há uma série de linhas que nos têm de preocupar: custos com medicamentos e dispositivos médicos, planeamento adequado dos recursos humanos, as novas linhas de referenciação e articulação entre cuidados de saúde.

“Já não estamos em tempos de diagnóstico. Temos de fazer os diagnósticos, mas temos também de introduzir as medidas de alteração”, defendeu.

O Fórum, que segundo o programa é inaugurado pelo primeiro-ministro e encerrado pelo Presidente da República, vai contar com a participação de vários especialistas nacionais e internacionais, entre os quais o coordenador do Relatório Gulbenkian “Um Futuro para a Saúde - todos temos um papel a desempenhar”, Nigel Crisp.

Até 2020
O presidente da CCDR-LVT anunciou que a área da Saúde vai receber, em Lisboa, um investimento de 60 milhões de euros em...

“Construímos um programa conjunto e espero que seja defendido por todos. Este programa são 60 milhões de euros de investimento até 2020 em Lisboa na área da Saúde dividido em três componentes”: investigação, equipamentos e simuladores de intervenções cirúrgicas, disse João Manuel Pereira Teixeira.

O plano foi delineado juntando à mesma mesa os reitores das duas universidades de Lisboa, os presidentes das duas faculdades de medicina, os responsáveis da Administração Regional de Saúde (ARS), os presidentes dos principais hospitais e também das principais unidades de investigação nesta área.

De acordo com o responsável, recebeu “há quatro ou cinco semanas” uma resposta dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e da Saúde a este plano de investimentos, com o realce de que o Governo “tem a contrapartida nacional necessária para os investimentos”.

“Estão em curso de publicação e espero ter os anúncios publicados esta semana ou na próxima”, adiantou.

Segundo o plano de investimentos, a área da investigação receberá 10 milhões de euros e serão investidos 6 milhões de euros em simuladores de intervenções cirúrgicas para as universidades.

No entanto, o grosso do investimento, no valor de 45 milhões de euros, referem-se à aquisição de novos equipamentos, “essencialmente vocacionados para a área do cancro e para a área da degenerescência dos tecidos”, explicou o responsável, salientando que muitos destes equipamentos “não existem na Área Metropolitana de Lisboa (AML), nem no resto da região e alguns dos quais não existem no país”.

João Manuel Pereira Teixeira falava e na Conferência “Da mobilidade à acessibilidade – Os transportes nas cidades portuguesas em 2030”, que se realiza no Instituto Superior Técnico (IST).

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Oito projetos foram apresentados na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, no âmbito da 13ª edição do concurso de ideias e...

Um dispositivo inovador que visa reduzir a ocorrência de infeções associadas aos cuidados de saúde venceu a fase regional do 13º Concurso Poliempreende na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), realizada na última sexta-feira (dia 17 de junho).

Diogo Marques, Gabriella Pimenta, Inês Maximino, Jimmy Martins, Manuela Salvador, Tiago Silva (finalistas de Enfermagem da ESEnfC), Ana Cristina Santos, João Graveto e Rosa Melo são os promotores deste projeto na área da saúde (ver FOTO EM ANEXO), intitulado “Icath” e que, em setembro, vai concorrer com os principais projetos de vocação empresarial de cada um dos institutos politécnicos do país, que se vão defrontar na final do Poliempreende (etapa nacional), a decorrer em Setúbal.

Oito projetos de ideias de negócio, envolvendo cerca de quatro dezenas de estudantes e docentes da ESEnfC, foram apreciados por um júri constituído por Maria da Conceição Bento (Presidente da ESEnfC), Ana Seguro (Instituto Pedro Nunes) e Nuno Barbosa (Vygon - Portugal).

Em 2016, os prémios atribuídos no âmbito da fase regional do 13º Poliempreende na ESEnfC foram patrocinados pelo COMPETE 2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional).

O Poliempreende na ESEnfC beneficiou, ainda, do patrocínio da empresa Vygon - Portugal (multinacional de material médico-cirúrgico), que sorteou, entre todos os estudantes que participaram nesta fase regional, quatro inscrições para o IV Congresso Mundial de Acessos Vasculares (WoCoVA 2016), a decorrer já de 22 a 24 de junho em Lisboa, além dos custos com alojamento.

O Poliempreende é um concurso que engloba a comunidade escolar das instituições de ensino superior politécnico portuguesas e que tem por objetivos fomentar a promoção do espírito empreendedor e o desenvolvimento de competências que contribuam para o enriquecimento pessoal e profissional.

A ESEnfC assinala, em 2016, os 135 anos de ensino de Enfermagem em Coimbra e em Portugal, além dos dez anos de fusão das duas instituições de ensino superior que lhe deram origem: as anteriores escolas Dr. Ângelo da Fonseca e de Bissaya Barreto.

No Porto
Investigadores do Instituto Superior de Engenharia do Porto coordenaram um projeto europeu com o objetivo de desenvolver...

Estes biossensores, dispositivos descartáveis, "económicos" e "fáceis de utilizar", pretendem vir a ser uma alternativa aos métodos analíticos existentes, explicou a coordenadora da investigação, Cristina Delerue-Matos.

O projeto GMOsensor surgiu de uma cooperação entre Portugal, Espanha, França, Brasil e Argentina, envolvendo dez instituições e 43 investigadores, tendo a duração de dois anos e um financiamento pela Comissão Europeia em cerca de 340 mil euros.

"A possibilidade de incluir equipas da América do sul constituiu um elemento facilitador no acesso a amostras que possuem Organismos Genéticamente Modificados (OGM), uma vez que na Europa a circulação de OGM é restrita", disse a coordenadora.

Segundo a investigadora, todos os parceiros possuíam experiência no desenvolvimento de biossensores.

Mundialmente, existe um aumento da quantidade de produtos lançados no mercado que possuem OGM, no entanto, "a falta de informação sobre os efeitos causados a longo prazo", leva a que existam receios no consumo desses alimentos.

Nesse sentido, "a União Europeia estabelece que qualquer produto que contenha, seja constituído por ou produzido a partir de OGM autorizados deve conter essa informação no rótulo, se o teor for superior a 0,9 %", esclareceu a investigadora Fátima Barroso, envolvida no projeto.

Essa norma existe porque o consumidor "tem direito à informação e deve fazer uma opção consciente se pretender consumir o alimento", acrescentou.

No âmbito do mesmo projeto, a investigadora Alexandra Plácido efetuou uma recolha de vários alimentos disponíveis no mercado português e detetou a presença de OGM, concluindo que a grande maioria cumpria a legislação.

Para este estudo foi usada a metodologia de referência, PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) e, neste momento, estão a ser desenvolvidos biossensores para a soja e para o milho que são atualmente as duas principais culturas transgénicas, indicou.

A importância deste projeto, para além dos resultados científicos, foi a troca de experiências entre investigadores através das mobilidades efetuadas, indicou Cristina Delerue-Matos.

Os resultados, por sua vez, vão para além do projeto pois atualmente existem outros trabalhos de investigação a decorrer entre os parceiros, referiu ainda a coordenadora.

Presidente da SPAVC alerta
O presidente da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral alertou para a importância da reabilitação pós-AVC. José...

José Castro Lopes defendeu que a reabilitação deve começar no primeiro dia após o evento, ainda no hospital, e só deve terminar quando o doente recupera a sua autonomia. “Há sequelas que são mais difíceis de recuperar e que podem ser permanentes, mas há sempre uma grande margem para melhorar que é também muito condicionada pelo estado psicológico do doente. É aqui que devemos intervir porque qualquer pequeno progresso pode representar um grande passo para a autonomia do doente”.

“Infelizmente, apenas uma pequena percentagem dos doentes tem acesso às Unidades de Reabilitação, outra pequena parte é referenciada para Unidades de Cuidados Continuados Integrados e a grande maioria sai do hospital diretamente para casa”, reportou José Castro Lopes, sublinhando que a reabilitação ainda é o ponto fraco da abordagem dos doentes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A melhoria dos cuidados prestados na fase aguda do AVC, nomeadamente o aparecimento da fibrinólise, da endarterectomia carotídea e a trombectomia, assim como a criação da Via-Verde do AVC e das Unidades de AVC constituídas por profissionais altamente qualificados tem contribuído para um aumento da sobrevivência e para uma menor incapacidade dos doentes que sofrem este tipo de eventos. No entanto, a cada hora que passa, três portugueses sofrem um AVC. Destes, um não sobrevive e uma grande parte dos restantes vai ficar com sequelas motoras e/ou cognitivas. Quando assim é, a introdução precoce de programas de reabilitação representa a única forma de o doente recuperar as suas capacidades, a sua independência e o regresso à sua vida.

Atualmente o Sistema Nacional de Saúde não tem unidades de reabilitação suficientes para dar cobertura a toda a população que delas beneficia, daí as desigualdades de acesso a este tipo de acompanhamento. Na perspetiva de José Castro Lopes “a reabilitação é um direito de todos os doentes e não uma esmola”. Segundo o presidente da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC) há grandes falhas no seguimento dos doentes com AVC por questões que se prendem com os elevados custos destes cuidados. No entanto, “os custos para os sistemas de saúde e para a economia nacional serão sempre mais elevados se os doentes não recuperarem a sua vida ativa e se ficarem dependentes de cuidadores e de cuidados de saúde permanentes”.

Diário da República
A lei que alarga as técnicas de procriação medicamente assistida a todas as mulheres entra em vigor a 01 de agosto, ficando a...

A Lei 17/2016, que vem alterar a primeira lei que regulou as técnicas de procriação medicamente assistida (32/2006), foi hoje publicada em Diário da República e determina que estas podem ser “utilizadas por todas as mulheres, independentemente do diagnóstico de infertilidade”.

Uma das novidades desta lei é o facto de permitir que recorram às técnicas de procriação medicamente assistida “os casais de sexo diferente ou os casais de mulheres, respetivamente casados ou casadas ou que vivam em condições análogas às dos cônjuges, bem como todas as mulheres independentemente do estado civil e da respetiva orientação sexual”.

De acordo com a lei, é possível o recurso “a ovócitos, espermatozoides ou embriões doados por terceiros quando, face aos conhecimentos médico-científicos objetivamente disponíveis, não possa obter-se gravidez ou gravidez sem doença genética grave através do recurso a qualquer técnica que utilize os gâmetas dos beneficiários e desde que sejam asseguradas condições eficazes de garantir a qualidade de gâmetas”.

A regulamentação desta legislação deverá ser aprovada no prazo máximo de 120 dias, sendo que a lei entra em vigor no início de agosto.

No Canadá
Um professor português no Canadá foi reconhecido pela Universidade de Guelph com o Prémio ‘Inovação' pelo seu contributo...

Mário Monteiro, de 49 anos, é professor de química da Universidade de Guelph, no sudoeste do Canadá, e foi o vencedor do Prémio ‘Inovação' atribuído pela comissão Gryphon's Learning to Accelerated Adoption of Innovative Research.

Em declarações, o investigador explicou que a bactéria Clostridium difficile (C. difficile) "é das mais perigosas que se podem encontrar nos hospitais”.

"É uma bactéria muito conhecida que se pode encontrar facilmente nos hospitais quando os utentes dos hospitais têm problemas com antibióticos, e quando surgem antibióticos a mais. Não só nos hospitais, mas também em centros de saúde, em lares de idosos”, disse, acrescentando que a bactéria “controla o sistema intestinal e depois causa diarreia muito severa e até pode causar a morte".

A bactéria, uma ameaça para a população idosa, já começa a atingir faixas etárias mais jovens, causa diversas infeções que leva a uma diarreia extrema e pode ser fatal devido a infeções no cólon, afirmou o professor, natural de Gouveia, distrito da Guarda.

Mário Monteiro, que está no Canadá desde 1981, e a sua equipa desenvolveram, há cerca de dez anos, a vacina à base de hidrato de carbono, que tem como alvo os polissacarídeos de superfície expostos pela C. difficile.

Diversas companhias da indústria farmacêutica têm tentado desenvolver vacinas para controlar a bactéria, mas têm se concentrado essencialmente nas toxinas que a bactéria produz, ao contrário da vacina elaborada pela equipa de química da universidade canadiana.

"As toxinas são algo que bactéria produz e expõe depois no sistema intestinal e ataque os intestinos, o que causa a degradação nos intestinos causando graves problemas. Essas vacinas contra as toxinas não controlam a colonização da bactéria, nem a mata", explicou o luso-canadiano.

Para o cientista, a sua vacina "terá um grande potencial" pois "ataca diretamente a superfície da bactéria C. difficile.

"Por isso é que esta vacina que desenvolvemos pode não só controlar a infeção mas também regular a colonização de bactérias existentes nos intestinos", justificou.

A companhia farmacêutica dos Estados Unidos 'Stellar Biotechnologies' adquiriu os direitos comerciais da vacina em 2013, e já permitiu à Universidade de Guelph, uma instituição de ensino reconhecida na América do Norte pelo seu trabalho no setor agroalimentar, um dos melhores negócios de sempre da sua história.

O professor Mário Monteiro, em 2014, já tinha sido reconhecido pela organização britânica vaccination.org, que, em colaboração com a World Vaccine Congress, elegeram o luso-canadiano como uma das 50 pessoas mais influentes do mundo na área das vacinas, numa lista que era liderada por Bill Gates, fundador da Microsoft.

Mário Monteiro é também um dos poucos investigadores de açúcares complexos, existentes na superfície das bactérias.

Plataforma de Apoio aos Refugiados
O coordenador do Plataforma de Apoio aos Refugiados faz um balanço “muito positivo” do acolhimento destas pessoas em Portugal,...

“A Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) recebeu 125 pessoas, mas Portugal, no seu todo, já recebeu cerca de 370 pessoas, que estão acolhidas não só na PAR, mas também noutras instituições como a União das Misericórdias, a Cruz Vermelha, a Câmara de Lisboa ou o CPR [Centro de Acolhimento para Refugiados]”, disse Rui Marques no dia em que se assinala o Dia Mundial do Refugiado.

O responsável tem a expetativa de que a PAR, direcionada para o acolhimento de crianças e respetivos familiares, “venha a ultrapassar as 200 pessoas” acolhidas até ao final de junho.

“Nos próximos dias vamos receber mais refugiados. Praticamente [em] todas as semanas que se seguem há já planeamento de receção de mais famílias de refugiados. Agora a cadência de chegada é semanal e tem corrido muitíssimo bem”, sublinhou Rui Marques.

O coordenador da PAR conta que após meses em que o programa de recolocação de refugiados “não funcionou”, a realidade atual é bem diferente, com uma inversão deste rumo, que se acentuou nas últimas semanas com a chegada de mais refugiados a Portugal

“O processo de acolhimento está a seguir em muito bom ritmo. O balanço de acolhimento de refugiados é muito positivo”, frisou Rui Marques.

A PAR contempla mais de 320 organizações da sociedade civil, nomeadamente do setor social, empresas, fundações, universidades e autarquias.

“Esta rede de organizações foi capaz de montar um programa de acolhimento de refugiados, em particular dos refugiados mais vulneráveis, que são as crianças, e felizmente muitas delas estão acompanhadas pelas suas famílias. Por isso este programa chamou-se PAR famílias”, referiu o coordenador desta Plataforma.

A PAR tinha inicialmente 704 lugares disponíveis para acolhimento de refugiados - que têm vindo a ser ocupados -, número que ainda está longe de ser atingido, mas a perspetiva é a de angariar mais instituições anfitriãs, além das 110 que já existem.

“Vamos lançar agora uma campanha para aumentar a capacidade de acolhimento com mais instituições anfitriãs”, anunciou Rui Marques.

No Dia Mundial do Refugiado, o coordenador da PAR deixou o aviso de que, apesar de tudo, ainda há muito a fazer.

“Há muito a fazer no sentido de que Portugal tem de manter esta posição de acolhimento e de integração de refugiados. Tem de contribuir para que a resposta europeia seja solidária e eficaz, e precisa de continuar na interação no quadro da União Europeia a sensibilizar a opinião pública para uma cultura positiva face a este drama enorme dos refugiados”, alertou Rui Marques.

A PAR também apoia crianças refugiadas no Líbano - com 225.000 euros - na sua escolarização e no apoio alimentar no período letivo.

Além disso, esta Plataforma tem uma intervenção ativa na Grécia, em particular na ilha de Lesbos e em Atenas, no apoio a vários campos refugiados, com a presença de sete voluntários em regime permanente em Lesbos e três em Atenas.

Outros dos objetivos desta plataforma continua a ser a sensibilização da opinião pública portuguesa para uma cultura de acolhimento e integração dos refugiados.

A PAR – Plataforma de Apoio aos Refugiados surgiu para ajudar a minimizar o impacto da grave crise humanitária que se vive atualmente a nível mundial.

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