Terapias contra dependências
Conscientes de que estão “presos” a uma doença crónica, toxicodependentes e alcoólicos aprendem a viver livres de substâncias...

“A dificuldade é pedir ajuda e reconhecer o problema”, comentou Daniela, que é assistente social - já estava habituada a lidar com este tipo de problemas, agora sente-os na pele.

Internada no CRETA - Centro de Recuperação para Toxicodependentes e Alcoólicos, em Cascais (distrito de Lisboa), Daniela, de 35 anos, combate a adição ao álcool, substância da qual ficou “refém” nos últimos dois anos.

“O desgoverno foi total a todos os níveis: financeiro, social, familiar e, essencialmente, para com a minha filha”, reconheceu. Com medo de ficar sem a guarda da menor, decidiu ser tratada. Meteu férias do trabalho e entrou de imediato no CRETA.

Apoiada pela família, pagou do próprio bolso cerca de 10.500 euros pelo tratamento de três meses.

“Não é caro. Num hotel bom, sem terapeutas, pagamos uma média de 70 a 80 euros. Aqui, pagamos uma média de 100 euros por dia com excelentes terapeutas. Se há dinheiro muito bem empregue é aqui. Não consigo chorar um cêntimo”, afirmou.

Para Daniela, esta é a primeira experiência de internamento numa comunidade terapêutica. Para Adonis, de 35 anos, é mais uma tentativa de tratamento de drogas.

Internado também no CRETA, Adonis já é reincidente. Fez vários tratamentos comparticipados pelo Estado, mas recaiu sempre. Começou com 12 anos a beber álcool e a fumar drogas com os amigos.

Hoje, é dependente de heroína, cocaína e haxixe, tem adição ao álcool e ao sexo, e sofre de perturbações do comportamento alimentar. “Acabei por largar o meu trabalho e a minha casa, perder tudo, devido às drogas”, contou.

No CRETA, o tratamento é multidisciplinar, juntando as valências de psiquiatria e psicoterapia, através de sessões individuais e, sobretudo, em grupo.

“Há muitas atividades de grupo, porque as pessoas que aqui temos internadas têm todas um objetivo comum e quando funcionam em conjunto, em grupo, esses objetivos são muito mais facilmente atingidos”, disse o coordenador terapêutico, João Soares, considerando que quando há um grande investimento no tratamento, desde o internamento ao pós-internamento, a probabilidade da pessoa recair é muito baixa.

Apesar de ainda estarem em fase de tratamento no CRETA, Adonis e Daniela já pensam como vai ser quando saírem. Ambos querem continuar a manter-se ligados à comunidade terapêutica, de forma a evitar uma recaída.

Na comunidade terapêutica Ares do Pinhal, em Sintra, no mesmo distrito, os tratamentos são de longa duração, entre um ano e um ano e meio, divididos em três fases: acolhimento, reflexão interior e reinserção socioprofissional. A maioria dos utentes tem apoio do Estado na comparticipação dos tratamentos.

Entre trabalhos agrícolas, tarefas domésticas e sessões terapêuticas na Ares do Pinhal, Bruno, de 32 anos, cumpre o segundo tratamento de dependência de álcool e medicação.

“Durante muitos anos não me lembro de andar sóbrio, de andar sem ser sob o efeito de uma substância”, contou, acrescentando que não tem na família exemplos de toxicodependência nem de alcoolismo, por isso é a “ovelha negra”.

Para Bruno, o consumo de álcool servia como refúgio para os problemas. Tinha 20 anos quando fez o primeiro tratamento e esteve quatro anos sem consumir álcool até uma recaída em que voltou a beber todos os dias.

Empenhado no novo tratamento e motivado para a mudança, sabe que vai ser difícil resistir quando sair do tratamento: “Tenho que me manter vigilante. […] Saio muito pouco à noite, mas, caso saísse, também não ia à procura, não me ia pôr na boca do lobo”.

Dependente de heroína e cocaína, Pedro, de 57 anos, já vai no quinto tratamento, mas acredita que é desta vez que o problema fica arrumado.

Em todos os tratamentos, trabalhou sempre na correção dos comportamentos aditivos, mas nunca resultou. “Não foram os tratamentos que falharam”, assumiu, reconhecendo não ter tido força de vontade suficiente.

“O consumo no fundo é o sintoma e não a doença em si. A doença que está cá dentro é uma doença das emoções e dos sentimentos e só aqui [na Ares do Pinhal] é que consegui perceber de facto isso e identificar aquilo que tinha que trabalhar em mim”, disse Pedro.

Responsável por coordenar a comunidade terapêutica, Miguel Esteves assume que o tratamento de um toxicodependente é um processo complexo, feito de avanços e recuos.

Como nem sempre se consegue a abstinência total do utente, sublinhou, é importante “pelo menos mudar um pouco os seus hábitos e tentar encontrar hábitos mais saudáveis, que lhe permitam um maior ajustamento social, que não ponha em risco a sua vida e a dos outros”.

Estudo
Os bombeiros que percecionam ter a vida em perigo, ou a dos seus colegas, correm maior risco de desenvolver stress pós...

Realizado por investigadores da Faculdade de Psicologia da Universidade Lusófona do Porto (ULP) e da Escola de Psicologia da Universidade do Minho (UM), o estudo envolveu 397 bombeiros profissionais e voluntários de 28 quartéis do norte do país, do litoral ao interior.

Dos bombeiros entrevistados, 309 (77,8%) eram homens e 268 (67,7%) eram voluntários. Em média, tinham 11 anos de serviço, com o mínimo de cinco meses e o máximo de 43 anos.

Desde que assumiram a profissão, foram expostos, em média, a 26 experiências traumáticas diferentes, com um intervalo entre uma e 42 experiências, segundo o estudo coordenado pelo investigador Ricardo Pinto, da ULP, e publicado na revista norte-americana “Journal of Traumatic Stress”.

Em declarações, Sandra Henriques, coautora do estudo, desenvolvido no âmbito da sua tese de mestrado na ULP, explicou que a investigação pretendeu analisar as variáveis envolvidas no desenvolvimento de sintomas de Perturbação de Stress Pós-Traumático (PTSD) e sintomatologia psicopatológica, com especial enfoque nas experiências vivenciadas pelos bombeiros.

Segundo o estudo, 48 bombeiros (12%) apresentavam sintomas de PTSD e 72 (18,8%) sintomatologia psicopatológica, não tendo sido encontradas diferenças entre bombeiros profissionais e voluntários.

Ao analisarem a relação entre as experiências traumáticas a que os bombeiros são frequentemente expostos e o desenvolvimento da doença, os investigadores concluíram que “a perceção da experiência como ameaçadora, independentemente do tipo de acontecimento ou da frequência a que se é exposto, foi o melhor preditor de stress pós-trauma”.

“Na prática, dois bombeiros podem estar a combater o mesmo incêndio, mas aquele que avalia a situação como ameaçadora, que sente a sua vida em perigo, ou a dos seus colegas, é o que corre maior risco de vir a sofrer de stress pós-trauma”, referem as conclusões do estudo divulgadas, na véspera de se assinalar o Dia Nacional do Bombeiro Profissional.

Sandra Henriques, que faz parte da direção de um quartel de bombeiros, disse que “experiências muito graves”, como “ver uma criança morta”, “corpos mutilados”, têm um “impacto muito forte” no desenvolvimento de sintomas da doença, como alterações de humor, problemas de concentração, perturbação do sono, sentimentos de raiva, culpa, medo, vergonha, lembranças intrusivas angustiantes, recorrentes e involuntárias do evento traumático.

Mas há outros acontecimentos que também ajudam a desenvolver a patologia, como chegar a um incêndio e não conseguir fazer nada, porque não há meios suficientes, ou “serem agredidos verbalmente pelos populares”, uma situação que tem impacto na autoestima e na “perceção de auto eficácia” do bombeiro e que, “infelizmente, é recorrente”, lamentou.

“Quanto mais grave percecionam a experiência maior é a relação entre a psicopatologia e o stress pós traumático”, salientou.

Os investigadores defendem que ter “mais meios técnicos e humanos” poderá “contribuir para que os bombeiros se sintam mais seguros e apoiados no exercício da sua atividade, e assim diminuir a probabilidade de desenvolverem perturbação, nomeadamente PTSD”.

A partir de 1 de novembro
Os produtos de apoio para doentes ostomizados ou de desgaste rápido e de utilização permanente e diária, como fraldas, passam a...

A medida faz parte de um despacho publicado na quinta-feira em Diário da República, que define o valor orçamental para 2016 em produtos de apoio para as pessoas com deficiência.

De acordo com o que está definido no documento, da responsabilidade dos Ministérios das Finanças, Educação, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e da Saúde, estão disponíveis quase 14 milhões de euros.

Ao Ministério da Educação cabe disponibilizar 400 mil euros em produtos de apoio prescritos às escolas, enquanto o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social financia com 6.580.000 euros, 4,8 milhões destinados a financiar produtos de apoio prescritos pelos centros de saúde e centros especializados, e 1.780 mil euros para produtos de apoio indispensáveis à formação profissional e ao emprego.

Já o Ministério da Saúde financia com 7 milhões de euros os produtos de apoio para as pessoas com deficiência prescritos nas unidades hospitalares designadas pela Direção-Geral da Saúde.

É nesta matéria, aliás, que surge a principal novidade do despacho, já que, a partir do dia 01 de novembro, as pessoas com deficiência que precisem de produtos de apoio no âmbito da Ostomia (intervenção cirúrgica através da qual é criada uma abertura para o exterior do organismo com vista a expelir as fezes ou urina) passam a recebê-los diretamente nos centros de saúde.

A medida aplica-se igualmente a quem usa produtos para absorção de fezes e urina (como as fraldas, por exemplo), de utilização permanente e diária, que deixam assim de ser obrigados a deslocar-se à Segurança Social.

De acordo com o que está definido em despacho, estes produtos de apoio passam a ser fornecidos ou reembolsados pelas unidades de cuidados de saúde primários ou prescritos por via eletrónica e dispensados em farmácia de oficina.

Por outro lado, em relação aos doentes internados em unidades hospitalares, designadas pela Direção-Geral da Saúde, os produtos de apoio devem ser prescritos antes da alta médica e fornecidos diretamente aos utentes para utilização fora do internamento hospitalar.

No despacho está também definido que o fornecimento destes produtos de apoio “é obrigatoriamente precedido de prescrição através da Base de Dados de Registo do Sistema de Atribuição de Produtos de Apoio”, além de que a verba atribuída pode ser reforçada durante o ano de 2016.

Estas medidas surgem para colmatar “as enormes dificuldades” por que passam os utentes para obtenção dos produtos de apoio no âmbito da Ostomia e no âmbito dos produtos usados no corpo para absorção de urina e fezes.

“Obrigando-os a ter de efetuar várias etapas lentas e burocráticas, entre múltiplas instituições, que limitam a sua acessibilidade e reduzem de forma relevante a qualidade de vida”, lê-se no despacho, que entrou em vigor.

Infarmed
Mais de 1.200 doentes acederam, nos primeiros oito meses do ano, a medicamentos inovadores através de autorizações de...

Numa nota divulgada, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) refere que este ano, até fim de agosto, foram concedidas 1.229 autorizações de utilização excecional (AUE), que têm sido dadas num prazo médio de dez dias.

Segundo fonte oficial do Infarmed, no mesmo período de 2015, foram deferidos 951 pedidos de autorizações excecionais. Ou seja, nos primeiros oito meses deste ano houve mais 278 AUE do que em relação ao ano anterior.

A introdução no mercado de novos medicamentos cumpre um processo de avaliação que envolve uma negociação com os laboratórios, mas é possível aceder a fármacos enquanto decorre esse processo através dessas AUE, que têm de ser pedidas pelos hospitais.

 

Dos 1.229 AUE concedidas de janeiro a fim de agosto, mais de 700 foram de medicamentos para tratamento do cancro. Segue-se a área da oftalmologia, com 187 autorizações, depois a pneumologia (77), a dermatologia (46) e a hepatologia (50).

Em Coimbra
O reinvestimento das verbas poupadas com a fusão de diversas unidades de saúde mental na região de Coimbra foi defendido...

O psiquiatra dos Hospitais de Coimbra António Pires Preto defendeu, em Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra, que “pelo menos um quarto” do dinheiro poupado nos últimos 10 anos, sobretudo em despesas com pessoal, “poderia ser reinvestido” no reforço da qualidade, designadamente do trabalho das equipas de saúde mental comunitárias.

Em declarações, após ter participado no seminário “Hiperatividade e défice de atenção: dos mitos ao conhecimento científico”, o médico psiquiatra estimou que as fusões de serviços deste domínio no distrito, na última década, permitiram reduzir a despesa anual de 24 milhões para 12 milhões de euros.

Na década passada, três hospitais de saúde mental da zona de Coimbra (Arnes, Lorvão e Sobral de Cid) deram origem ao Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra (CHPC), que teve o médico Fernando Almeida como presidente, e que depois foi integrado no CHUC.

Essas alterações ditaram uma redução de pessoal, que desceu de cerca de 700 trabalhadores (médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde) para 350, disse Pires Preto.

“Se um quarto do que se poupou fosse reinvestido, seria muito bom”, sublinhou, retomando afirmações que tinha proferido pouco antes na sua intervenção nos trabalhos, no auditório da Casa da Cultura César de Oliveira.

O mesmo responsável realçou os avanços registados no trabalho das equipas de saúde mental comunitárias, prevendo que esta aposta “vai trazer benefícios a jusante”, incluindo no plano financeiro, com a despesa em transportes e outras a baixar ao nível do internamento, das urgências e das consultas externas.

Pires Preto admitiu, por outro lado, que “as grandes áreas urbanas” do país, como Porto ou Lisboa, “têm mais problemas” de saúde mental, tendo em conta, entre outros dados, o facto de a crise económica e o desemprego terem nelas maior impacto do que nas pequenas localidades do interior.

O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, lamentou, com ironia, que a construção do IC6 tenha parado no concelho, “no meio de um pinhal”, o que acaba por dificultar o acesso à região da equipa de saúde mental comunitária do Pinhal Interior Norte, liderada pela psiquiatra Célia Franco.

 

O diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental, Álvaro de Carvalho, foi outro dos oradores do seminário “Hiperatividade e défice de atenção: dos mitos ao conhecimento científico”, realizado para assinalar o primeiro ano de atividade daquela equipa de saúde mental comunitária.

Dia Mundial da Prevenção do Suicídio
De acordo com a Organização Mundial de Saúde mais de 800 mil pessoas cometem suicídio todos os anos.

Todos os anos mais de 800 mil pessoas põem termo à vida e um número muito superior faz tentativas de suicídio.

Cada suicídio é uma tragédia que afeta a família e a comunidade com efeitos a longo prazo em quem vive de perto com esta realidade. O suicídio surge em qualquer faixa etária sendo a segunda causa de morte na faixa etária dos 15 aos 29 anos (2012), só ultrapassada pelos acidentes rodoviários. A partir dos 70 anos, verifica-se um aumento significativo na taxa de suicídio, que triplica o seu valor.

O suicídio não ocorre exclusivamente em países desenvolvidos, mas é um fenómeno global que ocorre em todas as regiões do mundo. De facto, 75% dos suicídios ocorre em países subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento (2012).

Em Portugal, a taxa de mortalidade por suicídio em 2014 foi de 11,7 por 100 mil habitantes, enquanto em 2012 e 2013 foi de 10,1, por 100 mil habitantes.

Os homens apresentam uma taxa de suicídio três vezes superior.

Existe ainda uma distribuição geográfica marcada no suicídio, que é tradicionalmente menor no Norte e maior na região Sul, embora esta variação tenha vindo a atenuar-se.

Por tudo isto, o suicídio é considerado um importante problema de Saúde Pública, que pode ser prevenido com intervenções multidisciplinares adequadas, baseadas na evidência e, habitualmente, pouco dispendiosas.

Quem está em risco?
O risco entre suicídio e doença mental (particularmente Síndrome Depressivo e Perturbação do Uso de Álcool) está bem estabelecido nos países desenvolvidos. No entanto, muitos suicídios decorrem de situações de impulsividade em momentos de crise com dificuldade em lidar com fatores stressantes externos, como dificuldades financeiras, roturas conjugais ou dor e doença crónicas.

Por outro lado, situações de conflito, catástrofes, violência, abuso ou luto e o próprio isolamento social estão fortemente associados a comportamentos suicidários.

As taxas de suicídio são superiores em grupos vulneráveis, como refugiados e populações migrantes, indigentes, homossexuais, bissexuais, transsexuais e presos.

No entanto o maior fator de risco para suicídio é uma tentativa prévia.

Métodos de suicídio
Calcula-se que cerca de 30% dos suicídios se devem a auto-envenenamento com pesticidas, a maioria dos quais ocorre em zonas rurais de países subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento. Outros métodos frequentes são o enforcamento e a utilização de armas de fogo.

É importante reconhecer os métodos mais utilizados para definir estratégias de prevenção eficazes ao seu acesso.

Prevenção e controlo
A prevenção do suicídio engloba medidas a nível comunitário e individual que incluem:

- Redução do acesso aos meios de suicídio (pesticidas, armas de fogo e algumas medicações)

- Introdução de políticas de consumo de álcool que reduzam o seu consumo lesivo

- Identificação precoce, tratamento e prestação de cuidados aos indivíduos com Doença Mental e Perturbação do Uso de Álcool, dor crónica e episódios de stress emocional agudo

- Follow up dos indivíduos que fizeram tentativas de suicídio prévias e disponibilização de apoio comunitário

O suicídio é um tema complexo e as medidas para a sua prevenção requerem coordenação e colaboração entre vários sectores sociais incluindo saúde, educação, agricultura, finanças, justiça e defesa.

Estigma e tabu
O estigma, particularmente em redor da Doença Mental e do Suicídio, faz com que muitas pessoas que pensam pôr termo à vida ou que já o tentaram não procurem ajuda especializada.

A prevenção do suicídio não tem sido adequadamente conduzida devido à falta de consciência do suicídio como um grave problema de saúde pública e do tabu em várias sociedades para o discutirem. Até à data só alguns países incluíram a prevenção do suicídio nas suas prioridades de políticas de saúde.

Aumentar a consciência da comunidade e acabar com o tabu é fundamental para progredir na prevenção do Suicídio.

Fatores de Risco: Características que predispõem um individuo a considerar, tentar ou cometer suicídio

Tentativas de Suicídio prévias

-  História de Suicídio na família

-  Abuso de Substâncias

-  Perturbações de Humor (Síndrome Depressivo, Doença Bipolar)

-   Acesso facilitado a métodos letais

-   Fatores Stressantes Externos (dificuldades financeiras, roturas conjugais, catástrofes, violência, luto…)

-  História de trauma ou abuso

-  Doença crónica, incluindo dor crónica

-  Exposição ao comportamento suicidário de terceiros

Fatores protetores: Características que diminuem a probabilidade de um individuo considerar, tentar ou consumar o suicídio

- Acompanhamento em Saúde Mental, fácil acesso a diferentes intervenções clínicas

- Relações estruturadas de amizade, familiares e comunitárias

- Capacidade de resolução de problemas e conflitos

- Fácil acesso aos cuidadores (ex: chamada telefónica de follow up do profissional de saúde)

Sinais de alarme: indicam risco imediato de cometer suicídio.

- Falar ou escrever frequentemente sobre morte, morrer ou suicídio

- Fazer comentários de desesperança e culpabilidade

- Utilização de expressões que evidenciam falta de motivação para viver (ex: “era melhor se não estivesse aqui”, “quero acabar com isto”…)

- Aumento do consumo de álcool ou drogas

- Isolamento social

- Comportamentos imprudentes ou de risco

- Alterações bruscas de humor

- Falar em se sentir aprisionado ou em ser um peso para os outros

Se alguém dá indícios de quer cometer suicídio, oiça e tenha em conta as suas preocupações. Não tenha receio em fazer perguntas sobre os seus planos. Mostre-lhe que se preocupa e que essa pessoa não está sozinha. Encoraje-a  a procurar ajuda profissional imediatamente. Não a deixe sozinha.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Organização das Nações Unidas
O preço dos alimentos básicos registou em agosto um aumento de 7% em um ano, ao alcançar o nível mais alto em 15 meses,...

"Os preços dos alimentos básicos subiram em agosto, apesar de os preços dos cereais baixarem com a melhoria das perspetivas na produção mundial de cereais", lê num comunicado da agência da ONU com sede em Roma.

O índice de preços dos alimentos alcançou uma média de 165,5 pontos no oitavo mês do ano, escreve o Sapo, 1,9% a mais do que em julho e quase 7% em relação ao mesmo período de 2015.

Esse aumento é impulsionado principalmente pelos preços do queijo e do óleo de palma, enquanto que os do trigo, do milho e do arroz baixaram.

O índice FAO de preços de produtos lácteos aumentou 8,6% durante este mês, enquanto que o dos óleos vegetais subiu 7,4% e o do açúcar 2,5%.

O índice de preços da carne ficou estável, com um aumento de 0,3% em relação a julho. O preço dos cereais baixou: 3% desde julho, o que representa uma queda de 7,4% em um ano.

A FAO reviu em alta as suas previsões para a produção mundial de cereais em 2016: 2.566 milhões de toneladas, um aumento de 22 milhões de toneladas face às estimativas de julho.

A agência espera que a produção de arroz alcance um novo recorde neste ano, com quase 496 milhões de toneladas, fruto de uma meteorologia favorável em grande parte da Ásia e um aumento desse cultivo nos Estados Unidos, devido ao seu preço "mais atrativo".

Governo da Madeira
O Conselho do Governo Regional da Madeira autorizou a celebração de um contrato, na ordem dos 4,2 milhões de euros, para...

O executivo liderado pelo social-democrata madeirense Miguel Albuquerque também decidiu, na reunião semanal que decorreu na Quinta Vigia, no Funchal, atribuir um apoio financeiro à Associação para o Desenvolvimento da Freguesia de Santo António (ASA), no Funchal, no montante máximo de 924 mil euros para apoiar famílias afetadas pelos incêndios que fustigaram o concelho.

Segundo texto das conclusões da reunião, este apoio destina-se a apoiar agregados em situação de emergência social, sobretudo na recuperação de habitações, aquisição de equipamentos e “outras ações de apoio”.

O executivo madeirense resolveu autorizar a cessão, a título definitivo e gratuito, à Investimentos Habitacionais da Madeira (IHM) de um prédio na zona da Boa Nova, freguesia de Santa Maria Maior, no concelho do Funchal, para requalificação e posterior habitação de vítimas dos fogos.

Os incêndios que fustigaram a Madeira na segunda semana de agosto provocaram três vítimas mortais, um ferido grave, prejuízos materiais avaliados pelo Governo da Madeira em 157 milhões de euros, tendo o fogo destruído 233 habitações (154 totalmente danificadas e 79 parcialmente afetadas).

Outra decisão do encontro do elenco governativo da região foi a celebração de um protocolo com a Águas e Resíduos da Madeira (ARM) “tendo como objeto a subsidiação do preço de venda de água de uso predominante agrícola” na região, pode ler-se no texto das conclusões.

O governo madeirense ainda autorizou a celebração de dois protocolos na sequência da realização do Festival Colombo, que decorre este mês no Porto Santo, na ordem dos 70 mil euros, dado que este cartaz “se reveste de extrema importância para o desenvolvimento turístico-cultural” daquela ilha.

Ainda deliberou um outro protocolo de desenvolvimento e cooperação com o Clube Naval do Funchal para apoiar a realização de vários eventos náuticos nomeadamente “XIX Regata Internacional Canárias – Madeira” (de 6 a 11 de setembro), o ”Madeira Ocean Race III” (de 2 a 9 de outubro) e o “Madeira Island Internacional Swim Marathon III” (de 9 a 15 de outubro), apoiando em 13.750 euros.

Universidade do Minho
Uma equipa da Universidade do Minho concluiu que a classe de neurónios D2 estará ligada aos estímulos positivos do prazer e...

Num comunicado, a academia minhota adianta que o resultado da investigação, coordenada por Ana João Rodrigues e Nuno Sousa, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Universidade do Minho (UMinho), "ajuda a perceber melhor o sistema de recompensa, essencial na sobrevivência das espécies, que falha em doenças como a depressão, o défice de atenção e a adição de substâncias".

Segundo explica o texto, situações de prazer "ativam o circuito cerebral chamado sistema de recompensa", no qual se destacam dos neurónios D1 e D2, sendo que a comunidade científica associava os D1 ao processamento de estímulos positivos/prazer e os D2 a um papel relevante nos estímulos negativos.

"A equipa portuguesa provou agora que ambos podem ter funções positivas no comportamento", anuncia a UMinho, explanando que aquele estudo "é importante para compreender melhor como funciona o sistema de recompensa, que está disfuncional em patologias como a depressão e a adição, e pode abrir caminho para terapias direcionadas na eventual ativação daqueles neurónios".

Segundo o texto, os investigadores realizaram testes em laboratório que envolveram duas espécies de roedores que tinham que carregar determinadas vezes numa alavanca para obter um doce (recompensa).

Ao longo dos dias tinham de carregar cada vez mais para receberem o mesmo, provando que "quanto mais motivado o animal estava na tarefa, mais neurónios D1 e D2 ativava, carregando até 150 vezes por doce".

Numa segunda fase, os cientistas "ativaram ou inibiram seletivamente estes neurónios durante a tarefa usando um laser (técnica de otogenética)" e observou-se que "a motivação do animal aumentava drasticamente ao ativar-se tanto os D1 como os D2, levando-o a carregar mais vezes na alavanca" e que a inibição dos neurónios D2 diminuía a sua motivação.

"Os resultados foram surpreendentes, pois mostraram que ambas as populações neuronais têm um papel pró-motivação, contrariamente ao que a tinha vindo a ser proposto", explicam Ana João Rodrigues e Nuno Sousa no texto divulgado pela instituição minhota.

A equipa de trabalho do ICVS incluiu ainda Carina Cunha, Bárbara Coimbra, Ana David Pereira, Sónia Borges, Luísa Pinto e Patrício Costa.

Detalhes sobre o resultado desta investigação pode ser consultados em www.nature.com/ncomms/2016/160623/ncomms11829/full/ncomms11829.html

Banco Mundial
A poluição atmosférica tornou-se o quarto fator de morte prematura no mundo, causando uma perda de receita de milhares de...

A poluição do ar matou 2,9 milhões de pessoas em 2013, segundo os últimos dados disponíveis publicados num relatório da instituição de desenvolvimento. Se se somar os efeitos da poluição nos lares, nomeadamente os resultantes da utilização de combustíveis sólidos para o aquecimento e cozinhar, o número de mortes ascende a 5,5 milhões.

As doenças causadas pela poluição do ar (doenças cardiovasculares e pulmonares crónicas, cancro do pulmão e infeções respiratórias) são responsáveis por uma morte em cada 10 no mundo, seis vezes mais que o paludismo.

Cerca de 87% da população no planeta está mais ou menos exposta àquela poluição.

As perdas de vidas são também sinónimo de perda em termos de receita e de entrave ao desenvolvimento económico, de acordo com os cálculos do Banco Mundial.

O estudo estima as perdas de rendimentos do trabalho imputáveis àquelas mortes em cerca de 225 mil milhões de dólares (199 mil milhões de euros) em 2013.

O leste da Ásia, que inclui a China, conta 2,2 milhões de mortes devidas à poluição do ar, quer exterior quer interior, seguida do sul, que integra a Índia, com 1,8 milhões, e da África subsaariana (605.000).

Na Europa e na Ásia central, meio milhão de pessoas morrem devido à poluição, enquanto nos Estados Unidos ascendem a 100.000.

“A poluição atmosférica ameaça o bem-estar das populações, mina o capital natural e material e limita o crescimento económico”, afirmou Laura Tuck, vice-presidente do Banco Mundial para o desenvolvimento sustentável.

“Com este relatório, que avalia os custos económicos da mortalidade prematura ligada a este flagelo, esperamos encontrar eco junto dos decisores e conseguir que se consagrem mais recursos à melhoria da qualidade do ar”, adiantou.

Em Portugal
O primeiro medidor de glicose que evita as picadas nos dedos rotineiras entre os diabéticos foi hoje lançado em Portugal, sendo...

É constituído por um sensor redondo que mede 35 por 5 milímetros, que é instalado na parte posterior do braço e que tem uma duração de 14 dias, medindo em permanência os níveis de glicose intersticial (líquido que fica entre as células do corpo e que se encontra nas camadas superficiais da pele).

O presidente da Sociedade de Diabetologia, José Luís Medina, considera que este medidor é “a última revolução” no controlo da diabetes, contribuindo para “melhorar significativamente a vida dos doentes”.

Possibilita fazer várias leituras por dia e, além de dar ao doente o valor do momento, permite perceber o que se passou nos níveis de glicose nas últimas oito horas e também mostra a tendência de evolução para o futuro.

Este novo medidor de glicose está indicado para todos os diabéticos, mesmo para crianças a partir dos 4 anos, mas são os doentes com diabetes tipo 1 e com diabetes tipo 2 menos controlada e que fazem insulina quem mais pode beneficiar, reconhece José Luís Medina.

O kit inicial do aparelho Freestyle Libre custa 169,90 euros e bem com um leitor e dois sensores, dando para cerca de um mês de utilização, já que os sensores têm duração de até 14 dias. Cada sensor custa depois 59,90 euros.

Assim, em média, o custo mensal para utilizar este novo medidor ronda os 120 euros, como reconheceu Paulo Sousa, responsável do laboratório que comercializa o dispositivo.

Mas Paulo Sousa defende que a diferença de preço para a normal tecnologia de tiras que obriga a picadas nos dedos não é muito significativa, se não se contar com a comparticipação estatal.

Um doente do tipo 1 controla os seus níveis uma média de seis vezes ao dia, consumindo assim uma média de 3,6 caixas de tiras por mês. Cada embalagem de tiras custa menos de 20 euros, o que perfaz um custo mensal de cerca de 80 euros.

Contudo, o utente não paga além de sete euros por mês porque o Estado comparticipa em 85% estes produtos para os diabéticos, além de comparticipar a 100 por cento os tradicionais leitores das tiras que medem a glicémia.

O laboratório que comercializa o Freestyle Libre espera que esta tecnologia venha também a ser comparticipada pelo Estado e adianta que já foram feitas diligências junto das autoridades.

O presidente da Sociedade de Diabetologia defende igualmente que o Estado comparticipe esta tecnologia, adiantando que os doentes estão ansiosos por experimentar.

“Implica maior liberdade e melhor qualidade de vida”, argumenta o médico endocrinologista. E refere que estudos têm demonstrado que este novo método traz uma redução das baixas de glicose e consegue aumentar a adesão à monitorização ou controlo dos níveis, sobretudo para os doentes que têm de picar muitas vezes os dedos.

É o caso de João Nabais, professor universitário que tem diabetes tipo 1 há 35 anos e faz em média oito picadas diárias para medir a glicose. Está agora a experimentar o novo medidor que é hoje lançado em Portugal e identifica para já a facilidade na sua aplicação e na leitura dos resultados.

Em declarações, este diabético relata ainda que o medidor é discreto, não se notando a sua utilização, e sublinha como principal vantagem ser um sistema de monitorização contínua que permite ver os perfis de glicémia, percebendo se há tendência ou não de subida.

Em Portugal, cerca de um milhão de pessoas vive com diabetes e mais dois milhões têm risco elevado de a vir a desenvolver.

Estudo
Praticar exercício físico regular pode ajudar a compensar alguns aspetos dos efeitos nocivos para a saúde associados ao consumo...

Os dados demonstraram que "a associação entre a ingestão de álcool e o risco de mortalidade foi atenuada pela prática de exercício físico", descreveu a equipa no jornal médico.

Estudos anteriores mostraram que o consumo excessivo de álcool está relacionado a um aumento do risco de morte por diferentes causas, como doenças cardiovasculares, derrames cerebrais e alguns tipos de cancro.

Para determinar se a atividade física atenua a associação entre a ingestão de álcool e a morte por várias causas, escreve o Sapo, os cientistas estudaram as respostas a questionários apresentados na Inglaterra e Escócia entre 1994 e 2006.

Comparados com a abstinência, o consumo de álcool em níveis nocivos - ou seja mais de uma unidade de álcool diária, equivalente a mais de uma taça de vinho por dia, aproximadamente - aumenta o risco de mortalidade.

Ao ter-se em consideração o fator da atividade física, observou-se que o risco de mortalidade aumentava em função da quantidade de álcool ingerida para as pessoas sedentárias. O risco diminuía, porém, e até desaparecia em alguns casos, para os fisicamente ativos desde que o consumo fosse apenas esporádico e abaixo do quantidade recomendada.

 

"Os nossos resultados dão argumentos adicionais a favor da atividade física como meio para favorecer a saúde da população, ainda na presença de outros comportamentos menos saudáveis", acrescenta o estudo.

Em 2017
O serviço de psiquiatria e saúde mental do Hospital de Santa Maria vai ser todo remodelado no próximo ano, um projeto que conta...

Falando na cerimónia das comemorações do Dia da Criança e do Adolescente, que decorreu no Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), Carlos Martins lembrou que há 60 anos que aquele serviço não era alvo de intervenção.

“Vamos agora começar em 2017 o investimento que faltava que era também o mais significativo, que é na psiquiatria e saúde mental, porque vai abranger toda a área da psiquiatria - os 3 pisos - e vai colocar o nosso serviço no patamar das boas práticas desejáveis”, afirmou o responsável.

Carlos Martins adiantou, segundo o Diário Digital, que o projeto deverá estar concluído num ano: meio ano para a obra e o restante para os procedimentos, já que será submetido a concurso público.

O presidente do conselho de administração do CHLN anunciou ainda que irá apoiar a parte que estava em falta da Associação para as Crianças de Santa Maria, com vista a concretizar um novo centro de ambulatório pediátrico.

“Vamos apoiar, em termos de demolições e infra estruturas, a associação e isso permite que a associação antecipe a obra do Centro Ambulatório Pediátrico Maria Raposo, e estamos em crer que no dia da criança teremos a inauguração desta obra importante.

Na mesma altura, dia 1 de junho de 2017, Carlos Martins espera poder igualmente inaugurar a Unidade de Internamento de Psiquiatria para Adolescentes (14 aos 21 anos), também anunciada hoje, que vem preencher uma lacuna no Serviço Nacional de Saúde, já que os mais novos são muitas vezes internados em serviços de psiquiatria de adultos, por falta de resposta nos serviços.

Só em 2015 (dados mais recentes), 31 adolescentes tiveram de ser internados em psiquiatria de adultos.

Este projeto não visa apenas dar resposta às necessidades da área envolvente do CHLN, mas funcionar articuladamente e em conjunto com o Centro Hospitalar Lisboa Central e com o Centro Hospitalar Psiquiátrico.

“Esperamos concluir no final deste ano as duas fases que estavam definidas e poder determinar a área e valor de investimento para incluir no plano de investimentos do próximo ano”.

Embora não tenha data limite de conclusão prevista, Carlos Martins espera conseguir concretizar este investimento antes do verão.

“Se conseguíssemos conjugar a inauguração do centro ambulatório pediátrico com a unidade de internamento de pedopsiquiatria seria um momento de grande felicidade para nós, para os profissionais, para os pais daqueles que precisam de ser internados”, considerou.

Ainda no mesmo âmbito, foi hoje assinado um protocolo entre a Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e o CHLN para “Criação de Equipas Comunitárias de Saúde Mental da Infância e da Adolescência na Região do Oeste”.

Para Carlos Martins, este é um “trabalho muito importante que vai permitir proximidade às crianças, às famílias, e evitar deslocações de várias dezenas e por vezes centenas de quilómetros, de crianças e suas famílias a Santa Maria.

Estas equipas comunitárias vão começar a trabalhar no terreno já a partir de outubro, assegurou.

O psiquiatra Daniel Sampaio, presente nas comemorações, lembrou que 50% das doenças mentais se iniciam na adolescência, que 75% começam antes dos 24 anos e que 10% dos adolescentes têm problemas ligados à saúde mental.

No entanto, dados da Organização Mundial de Saúde, referidos neste encontro, revelam que uma em cada cinco crianças ou adolescentes sofram de perturbação mental e que o suicídio é a segunda causa de morte entre os 15 e os 24 anos.

Doença do fígado
A associação Raríssimas apresenta hoje um projeto para aumentar o conhecimento sobre a colangite biliar primária, uma doença do...

A propósito do dia Mundial da Colangite Biliar Primária (CBP), que se assinala domingo, a Raríssimas - Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras desenvolveu este projeto, que será apresento na Casa dos Marcos, na Moita, e pretende aumentar o número de pessoas com conhecimento sobre a doença.

“A escassez de informação sobre doenças raras por vezes afeta o devido encaminhamento e esclarecimento dos doentes. Daí ser muito necessário ter acesso à informação sobre a doença para aumentar a possibilidade de um diagnóstico e um tratamento o mais depressa possível”, disse Joana Neves, psicóloga clínica e da saúde, coordenadora da Linha Rara.

A responsável adiantou que o projeto que desenvolveu sobre a doença tem como objetivo primordial aumentar o conhecimento sobre a CBP nos profissionais de saúde, nos médicos de família e naqueles que estão nos cuidados de saúde primários que recebem em primeiro lugar os doentes e nas famílias.

Joana Neves referiu que o projeto prevê diversas atividades, a distribuição de matérias informativas, folhetos e cartazes, em unidades hospitalares, além de vários workshops e da realização de um filme que “irá alertar para os sintomas, diagnóstico e tratamento da colangite biliar primária”.

Quanto à CBP, Joana Neves adiantou que se trata de uma doença “que muitas das vezes quando é diagnosticada é assintomática ou os próprios sintomas acabam por passar despercebidos”.

“Na CBP pode haver um prurido ou cansaço, mas a pessoa não vai associar a um problema de fígado, pois os outros sintomas que possam ser mais marcantes e visíveis, como a iterícia, já surgem numa fase muito avançada da doença”, explicou.

A psicóloga clínica e da saúde lembrou as dificuldades num diagnóstico com base “nos sintomas iniciais” da doença, que podem ser descobertos através dos valores da função hepática alterados numa análise de rotina ao sangue e que “vão chamar a atenção para algum quadro clínico que ainda não foi compreendido”, explicou.

As estimativas apontam para a existência de mil a dois mil doentes com CBP em Portugal e Joana Neves explica que a doença atinge sobretudo mulheres entre os 40 e os 60 anos, embora também possa ser diagnosticada em homens e mulheres mais jovens.

Sobre os numeros reais da doença, a responsável afirma: "Serão sempre poucos pois é uma doença rara com baixa prevalência na população”.

A Colangite Biliar Primária é a segunda causa de transplante de fígado – caso não seja tratada a tempo pode provocar cirrose hepática -, sendo responsável, na Europa, por 9% de todos os transplantes de fígado efetuados.

Estudo
Lisboa é das cidades mais envelhecidas da Europa e, entre os moradores com mais de 50 anos, regista mais mulheres do que homens...

Os dados, dados a conhecer na Câmara Municipal de Lisboa, baseiam-se no inquérito SHARE - Survey of Health, Ageing and Retirement in Europe, um projeto internacional e multidisciplinar que compara o envelhecimento populacional em Lisboa com o da população portuguesa e com a média de 16 países europeus, através do seguimento de pessoas com mais de 50 anos.

De acordo com o investigador Manuel Villaverde Cabral, que está a coordenar o estudo, Portugal está entre os 10 países mais envelhecidos no mundo “e o caminho é para baixo”.

Lisboa e Portugal estão nitidamente mais envelhecidos em relação à média dos outros 16 países europeus escolhidos para comparação neste estudo.

Em Portugal, apenas 13% da população tem até 15 anos, enquanto 23% tem 65 ou mais anos. Esta percentagem aumenta em Lisboa, onde um quarto da população residente é idosa.

Em Lisboa, tal como no resto do país, há mais mulheres do que homens com 50 ou mais anos, “uma diferença que vai aumentando com a idade, porque as mulheres vivem mais tempo”.

No entanto, para o investigador, o grande problema de Lisboa, mas sobretudo de Portugal, em comparação com os outros países, é “o brutal atraso” da escolaridade da população analisada.

“Portugal é absolutamente único no seu brutal atraso. Nós ainda não estamos 100% alfabetizados, coisa que os suecos estão há mais de 100 anos. E isso tem efeitos”, disse.

Mesmo assim, a capital “é de longe a região mais escolarizada de Portugal”, com uma média de 7,57 anos de escolaridade na população com mais de 50 anos, enquanto a média portuguesa é de 5,79 anos e a média de países europeus anda nos 10,4 anos de escolaridade.

O estudo revela que os portugueses com mais de 50 anos “tendem a ter qualidade de vida inferior à média europeia” e que os rendimentos familiares estão relativamente perto da média europeia, mas “são muito mais baixos do que os da Suécia”, por exemplo.

Em Lisboa, os rendimentos destas famílias rondam os 25 mil euros anuais, enquanto a média portuguesa anda em cerca de 20 mil euros e a europeia nos 30 mil euros anuais.

Para Villaverde Cabral, “o envelhecimento ativo é de longe o fator com mais peso no estado de saúde das pessoas”, apesar da concorrência de outros fatores como “o curso de vida, a diferença de escolaridade, a diferença das formas de emprego, nomeadamente o rendimento e a reforma como consequência do mesmo”.

No entanto, em Lisboa, o índice de envelhecimento ativo é de 5,82, quase o dobro do índice português (2,84), mas muito aquém da média do conjunto dos 16 países do SHARE considerados, no qual Portugal está incluído, no qual o índice de envelhecimento ativo é de 6,51.

O investigador defendeu o reforço do envelhecimento ativo através de políticas municipais destinadas a seniores, reforçando a informação de atividades disponíveis, facilitando a mobilidade individual e coletiva, o apoio ao associativismo sénior e o reforço do apoio domiciliário.

O SHARE disponibiliza dados sobre a saúde, o estatuto socioeconómico e as redes sociais e familiares, com base no acompanhamento de mais de 85.000 indivíduos, com 50 ou mais anos, desde 2001 e até 2024.

Portugal integra o projeto desde 2010-2011, contou com uma amostra de 2.080 participantes (57% do sexo feminino e 43% do sexo masculino), com uma média de idades de 66 anos, enquanto Lisboa contou com uma amostra independente representativa da cidade adicional de 501 participantes, com uma média de idades de 68 anos, sendo 60,1% deles mulheres e 39,9% homens.

Estudo
Os gémeos devem nascer às 37 semanas de gestação para minimizar os riscos de morte fetal e neonatal, conclui um estudo...

Publicado no British Medical Journal, o estudo baseia-se nos resultados de 32 estudos realizados nos últimos 10 anos que abrangem 29,6 mil gravidezes gemelares dizigóticas (em que cada gémeo tem a sua placenta) e 5,4 mil monozigóticas (em que os gémeos partilham a mesma placenta).

Já se sabia que o risco de morte fetal intrauterina é maior nas gravidezes de gémeos do que de nas um só feto e que o risco aumenta com o tempo de gestação, pelo que, muitas vezes, antecipa-se o parto para prevenir complicações.

No entanto, não se sabia com certeza qual a idade gestacional ótima para induzir o parto de forma a minimizar os riscos.

As recomendações atuais oscilam entre as semanas 34 e 37 para as gravidezes monozigóticas e entre as semanas 37 e 39 para as dizigóticas.

O estudo agora publicado, que incluiu apenas gravidezes não complicadas, comparou a mortalidade intrauterina e a mortalidade neonatal para diversas idades gestacionais posteriores à semana 34.

Os resultados para as gravidezes dizigóticas mostraram que o risco de morte fetal intrauterina se equilibra com o risco de morte neonatal na semana 37 de gestação.

Adiar o parto até às 38 semanas aumentava em média o risco de morte fetal intrauterina em 8,8 mortes por cada 1.000 gravidezes.

Nas gravidezes monozigóticas, o risco de morte fetal parece ser maior do que o da morte neonatal para além da semana 36 de gestação.

No entanto, os cientistas evitam fazer uma recomendação firme sobre o momento ótimo do parto no caso das gravidezes gemelares monozigóticas devido ao reduzido número de casos representativos deste grupo.

 

"Para minimizar as mortes perinatais em gravidezes gemelares dizigóticas sem complicações o parto deve ser considerado às 37 semanas; nas gravidezes monozigóticas o parto deve ser considerado à semana 36", concluem os cientistas.

EURETINA AWARD 2016
O professor emérito de Oftalmologia na Universidade de Coimbra José Cunha-Vaz vai receber na quinta-feira, em Copenhaga,...

O galardão será entregue na sessão de abertura do 16.º Congresso da Sociedade Europeia de Retina, o maior e o principal evento do mundo dedicado ao tema da Retina, e que anualmente reúne cerca de 5.000 oftalmologistas de todo o mundo.

"É com grande satisfação e honra que recebo esta distinção, perante uma tão ilustre comunidade científica a nível mundial. O EURETINA AWARD 2016 é o reconhecimento pela comunidade internacional do valor do trabalho que venho desenvolvendo ao longo da minha carreira e dos inúmeros contributos para a inovação no campo da ciência e da medicina da retina que com ele alcancei, e testemunha além do mais a qualidade da investigação científica que se faz em Portugal," afirma o médico, presidente da AIBILI - Associação para Investigação Biomédica e Inovação em Luz e Imagem, num comunicado enviado à agência Lusa.

José Cunha-Vaz, que se tem distinguido no tratamento das doenças da retina, e mais particularmente da retinopatia diabética (uma das principais causas de cegueira tal como a degenerescência macular relacionada com a idade), irá proferir durante a sessão de abertura do Congresso uma palestra intitulada The Blood-Retinal Barrier in retinal disease management, tema principal na sua atividade clínica, e no âmbito do qual foi recentemente reconhecido com o Prémio Pfizer 2015, por um trabalho desenvolvido em parceria com o oftalmologista Torcato Santos.

Com uma atividade profissional que se estende por cinco décadas e que foi devidamente reconhecida pela comunidade científica com diversos galardões, José Cunha-Vaz mantém-se como presidente da AIBILI, associação privada sem fins lucrativos criada em 1989, que tem como principal objetivo promover a transferência de tecnologia na área da saúde com particular ênfase na investigação clínica oftalmológica.

A AIBILI dedica-se ao desenvolvimento e investigação clínica de novos produtos na área de saúde para o tratamento médico e diagnóstico por imagem, "privilegiando a inovação e a investigação translacional, com especial ênfase em visão e imagem, com o objetivo de trazer ao doente os resultados da investigação biomédica".

Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Um estudo do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, do Porto, recomenda maiores intervalos de tempo entre reforços...

"Quanto menos vacinas forem administradas, menor probabilidade de efeitos secundários, pouco graves mas aborrecidos, como a dor, o inchaço local e a vermelhidão", disse o coordenador do projeto e investigador do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), Guilherme Gonçalves.

Esta é uma das recomendações do estudo, presentes no novo Programa Nacional de Vacinação (PVN), em vigor a partir de 2017, que envolveu ainda o investigador do ICBAS João Frade e cientistas do Instituto Ricardo Jorge e da Faculdade de Medicina de Coimbra.

O mesmo deu origem a um artigo, intitulado "Levels of diphtheria and tetanus specific IgG of Portuguese adult women, before and after vaccination with adult type Td. Duration of immunity following vaccination", publicado na revista internacional BMC Public Health, onde é descrita à análise feita aos dados de vacinação de mulheres portuguesas adultas, nascidas antes e depois de iniciado o PNV (1965), resultando em recomendações diferentes para umas e outras.

"Antes de 1965 já havia vacinação, mas depois dessa data o programa tornou-se sustentável e ativo. Quem nasceu antes desse período podia ter falhas na vacinação. Para quem nasceu depois, as coberturas são excelentes, daí as diferenças nas recomendações", explicou o coordenador.

Através deste estudo "foi obtida evidência científica adequada à adoção de medidas na população portuguesa", que vão ao encontro dos dados resultantes de outros estudos internacionais, "o que é relevante para a fundamentação de medidas de promoção da saúde pública".

O estudo foi realizado com recurso à análise de dados de 88 mulheres, com idade média de 58 anos.

A decisão de não incluir homens no estudo deve-se, segundo o coordenador do projeto, ao facto de estes, "em muitos estudos do género", apresentarem mais anticorpos contra o tétano que as mulheres, por terem ido à tropa, "onde eram vacinados e não havia registos".

 

Segundo informação do ICBAS, "entre as mudanças anunciadas em junho pelo Diretor-geral da Saúde, inclui-se ainda a introdução de novas vacinas mais modernas, mudanças na utilização de vacinas já em uso e alterações ao anterior calendário vacinal, onde se verificava um maior espaçamento entre as doses de reforço da vacina contra o tétano, administrada a adultos".

Estudo
Relações sexuais frequentes e satisfatórias aumentam o risco de ataque cardíaco entre os homens idosos, mas para as mulheres...

"Estes resultados questionam a muito disseminada ideia de que as relações sexuais melhoram a saúde de todos sem distinção de sexo", afirma Hui Liu, professor-adjunto de sociologia da Universidade de Michigan (EUA), principal autor do estudo, o mais amplo já realizadof até agora sobre o tema.

Os investigadores analisaram os dados de um estudo nacional realizado com base em 2.204 pessoas de ambos os sexos com mais de 57 anos, escreve o Sapo. Os trabalhos, financiados pelo governo federal norte-americano, estão publicados na edição do Journal of Health and Social Behavior (Revista de Saúde e Comportamento Social).

Entre as mulheres idosas, as relações sexuais satisfatórias podem inclusivamente reduzir o risco de hipertensão, afirmam os investigadores.

Os participantes do estudo tinham entre 57 e 85 anos no momento dos primeiros resultados da investigação, conduzida entre 2005 e 2006. Os dados suplementares foram obtidos cinco anos mais tarde.

O risco cardiovascular foi medido em termos de hipertensão, ritmo cardíaco acelerado e taxa de uma proteína no sangue, a chamada C-reativa, que mede o nível de inflamação no organismo.

Os autores também tiveram em conta o número de ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais e insuficiências cardíacas nos diferentes grupos.

Os homens idosos que tinham relações sexuais uma ou mais vezes por semana, conclui o estudo, tiveram nos cinco anos seguintes o dobro de acidentes cardiovasculares em relação aos que estavam sexualmente inativos. Esta diferença de risco não foi constatada entre as mulheres.

Segundo Hui Liu, estes resultados sugerem que o stresse e os esforços de uma relação sexual são mais exigentes com a idade para os homens, já que eles têm cada vez menos energia e mais dificuldade para manter uma ereção e atingir o orgasmo.

A diminuição das taxas de testosterona e o uso de medicamentos para atenuar as disfunções sexuais também podem contribuir para os problemas cardiovasculares masculinos, acreditam os cientistas.

Os investigadores consideram "provável que tais medicamentos para aumentar a líbido tenham efeitos adversos sobre a saúde cardiovascular dos homens mais velhos".

Pelo contrário, as mulheres da mesma faixa etária que têm orgasmos intensos - ou simplesmente satisfatórios - reduziram claramente o seu risco de hipertensão cinco anos depois do estudo.

De acordo com os investigadores, a hormona sexual libertada pela mulher no orgasmo pode ter efeitos benéficos para a saúde.

Happy
É a primeira aplicação portuguesa desenvolvida para prevenir o cancro. Dá pelo nome de Happy, adapta-se ao perfil e ao contexto...

Assim, não estranhe se estiver na praia e a Happy lhe enviar uma mensagem a recomendar que ponha mais protetor solar ou que coma uma peça de fruta. A aplicação é gratuita e foi desenvolvida por Nuno Ribeiro, estudante de Doutoramento em Multimédia e Educação da Universidade de Aveiro (UA) e investigador do i3S (Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto) e é parte integrante de um projeto financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

“Health Awareness and Prevention Personalized for You”, em português “prevenção personalizada para si”, é o nome completo desta ferramenta que dá razão ao acrónimo, escreve o Diário Digital. Na Happy o utilizador encontrará o seu HappyScore, um valor que ilustra em tempo real o nível de prevenção de cancro individual, desafios saudáveis e a possibilidade de se ligar aos seus amigos para partilha de resultados.

Como explica Nuno Ribeiro, “o telemóvel é um dispositivo que nos acompanha todo o dia e temos tendência a confiar nele, a depender dele. Esta aplicação vive dentro do telemóvel e envia a mensagem certa, no momento certo”. As recomendações disponibilizadas pela aplicação baseiam-se em vários fatores como a informação que o utilizador dá sobre os seus comportamentos e a localização geo-espacial do telemóvel. Nuno Ribeiro explica que, por exemplo, “se a pessoa estiver na praia durante o dia irá receber mensagens para se proteger do sol; se estiver no supermercado, a Happy vai sugerir-lhe comprar frutas e vegetais frescos”.

A aplicação foi desenvolvida no âmbito do trabalho de doutoramento (pelos departamentos de Comunicação e Arte (DeCA) e Educação e Psicologia) de Nuno Ribeiro, sob a orientação de Ana Margarida Almeida, docente do DeCA/Digimedia da UA, e Filipe Santos Silva, coordenador da equipa da Unidade de Comunicação do i3S responsável pelo desenvolvimento da Happy. No âmbito desse trabalho a aplicação foi testada por 32 voluntários durante um mês, tendo-se revelado eficaz. Por isso, é lançada agora para utilização mais generalizada.

Filipe Santos Silva diz que uma das prioridades da Unidade de Comunicação do i3S, sendo um instituto de investigação na área da saúde, é promover uma educação para a saúde que contribua para a mudança de comportamentos na sociedade portuguesa. “A aplicação Happy”, aponta Filipe Santos Silva, “é uma das vertentes de um programa inovador de educação para a saúde focado nos jovens e nas novas tecnologias”.

Esta nova aplicação tem como público-alvo prioritário pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 40 anos. Segundo a equipa, “esta é uma primeira aplicação, mas contamos vir a produzir mais, bem como alargar o espectro de ação recorrendo a tecnologias que estejam próximas dos utilizadores”.

A Happy está disponível nas lojas de aplicações da Apple e da Google e é gratuita. Pode saber mais sobre a aplicação visitando o site www.happy-app.eu.

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