Infarmed
O número de embalagens vendidas em Portugal de medicamentos para reduzir a acidez gástrica, anti - ulcerosos, também conhecidos...

As contas são do Infarmed, Autoridade Nacional do Medicamento, que conta 6,8 milhões de embalagens em 2015, mais 120% que em 2006, escreve a TSF.

Este aumento está a ser analisado pelo Infarmed devido a um "eventual uso excessivo", com os responsáveis a sublinharem que estes medicamentos "comportam efeitos adversos como infeções pulmonares ou a redução da absorção de cálcio".

A autoridade do medicamento defende que "alguns doentes podem controlar estes problemas com alteração do estilo de vida e com recurso a outros medicamentos com menos efeitos adversos".

Médicos desdramatizam
Reagindo ao alerta do Infarmed, o presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia não acredita que exista um excesso de uso destes medicamentos que precisam, inclusive, de receita médica.

José Cotter sublinha que os inibidores da bomba de protões vieram substituir outros medicamentos menos eficazes e com mais efeitos secundários, além de que hoje há doenças que há uma década não recebiam a mesma atenção da sociedade.

O representante dos médicos da especialidade lamenta ainda aquilo que diz ser uma espécie de "obsessão economicista" das políticas da saúde com o controlo de custos o que pode estar, segundo acredita, na base deste alerta do Infarmed sobre os medicamentos para reduzir a acidez gástrica.

 

A Autoridade do Medicamento sublinha, no entanto, que, apesar do aumento do consumo, desde 2010 que o Serviço Nacional de Saúde tem conseguido reduzir os custos com estes medicamentos, passando de 133 milhões de euros para cerca de 45 milhões anuais.

Entre maio e agosto
A Autoridade Marítima Nacional indicou que morreram 11 pessoas nas praias marítimas e fluviais vigiadas e não vigiadas entre 1...

Segundo a Autoridade Marítima Nacional, nas praias marítimas vigiadas de jurisdição marítima morreram três pessoas de nacionalidade portuguesa, uma por afogamento e duas por morte súbita.

Nas zonas marítimas não vigiadas de jurisdição marítima morreram cinco pessoas, todas por afogamento escreve o Jornal de Notícias, três de nacionalidade portuguesa, uma francesa e outra suíça.

Uma pessoa, de nacionalidade portuguesa, morreu numa praia fluvial vigiada, enquanto outras duas, também portuguesas, morreram em praias fluviais não vigiadas.

Durante aquele período, nas praias vigiadas e com planos integrados implementados, os nadadores-salvadores fizeram 1073 intervenções e também 29 buscas "com sucesso" a crianças perdidas na praia, acrescenta o comunicado.

Após aprovação de relatório em setembro
O relatório do grupo de trabalho da petição pela despenalização da morte assistida será concluído no mês de setembro pelo...

"O relatório do grupo de trabalho está a ser elaborado e durante o mês de setembro será votado na primeira comissão, no sentido da admissibilidade ou não admissibilidade da petição", disse à agência Lusa o relator, o deputado bloquista José Manuel Pureza, que foi subscritor do manifesto pelo "direito a morrer com dignidade".

Após a admissibilidade, a petição pela despenalização da morte assistida será discutida obrigatoriamente em plenário, porque reúne mais de quatro mil assinaturas: "Em abstrato, quando uma petição vai a plenário é normal que haja arrastamentos", afirmou Pureza.

Além do BE, que, através de José Manuel Pureza não confirmou se avançará com um diploma, o PAN (Pessoas-Animais-Natureza) também já expressou que poderá apresentar uma iniciativa legislativa.

O agendamento da discussão da petição em plenário tem ainda de respeitar a ordem das petições que aguardam igual tratamento.

O grupo de trabalho criado na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, por proposta do BE, realizou 11 audições, que foram concluídas até ao final do mês de julho.

O movimento cívico "pelo direito a morrer com dignidade", promotor do manifesto que deu origem à petição, o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, os bastonários das ordens dos Médicos e Enfermeiros, e um conjunto de penalistas e constitucionalistas foram ouvidos pelos deputados.

Entre os especialistas na área do Direito foram ouvidos Manuel Costa Andrade, José de Faria Costa, Mafalda Miranda Barbosa, José Souto Moura, Tereza Beleza, Luíza Neto, Jorge Reis Novais.

A petição, com mais de oito mil assinaturas, foi entregue no dia 26 de abril na Assembleia da República, partindo do mesmo texto do manifesto assinado por mais de 100 personalidades da sociedade portuguesa.

Os subscritores do manifesto e da petição pedem a "despenalização e regulamentação da morte assistida como uma expressão concreta dos direitos individuais à autonomia, à liberdade religiosa e à liberdade de convicção e consciência, direitos inscritos na Constituição".

"A morte assistida consiste no ato de, em resposta a um pedido do próprio - informado, consciente e reiterado - antecipar ou abreviar a morte de doentes em grande sofrimento e sem esperança de cura", sustentam.

Os peticionários sublinham que "a morte assistida nas suas duas modalidades - ser o próprio doente a autoadministrar o fármaco letal (suicídio medicamente assistido) ou ser este administrado por outrem (eutanásia) é sempre efetuada por médico ou sob a sua orientação e supervisão".

Ordem dos Médicos
O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, disse que as terapêuticas não convencionais devem ser reguladas para “bem...

As terapêuticas alternativas devem ter regras, controlos, registos clínicos e uma separação entre aconselhamento dos doentes e venda de produtos para, assim, evitar conflito de interesses, afirmou.

Nos dias 03 e 04 de setembro, a Ordem dos Médicos (OM) recebe, no Porto o primeiro encontro científico em Portugal que junta especialistas da Medicina Convencional e da Medicina Tradicional Chinesa, promovido pelo Sino-Luso Fórum Médio Internacional.

Dedicado à análise dos problemas nos cuidados de saúde globais e avanços na medicina, o fórum vai juntar cerca de 150 especialistas para falar sobre tratamento de doenças cardiovasculares, atual sistema de saúde na China, morte prematura ou patologias gástricas.

“Pretendemos que as terapêuticas não convencionais tenham o mesmo nível de transparência que a medicina tradicional”, frisou José Manuel Silva.

Na sua opinião, é fundamental obrigar as pessoas que trabalham nessas terapêuticas a terem níveis de formação e qualificação e não apenas “cursos de vão de escadas”.

O bastonário realçou que os médicos estão sujeitos a uma série de regras e os terapeutas não convencionais “fazem o que lhes apetece”, dando como exemplo a venda de produtos.

E explicou: “os médicos não podem vender medicamentos por razões óbvias, mas os terapeutas vendem os seus próprios produtos sem qualquer controlo de qualidade, sendo fundamental procurar a sua regulamentação, produção, comercialização, evidência, segurança e qualidade”.

Para José Manuel Silva, não se pode tratar pessoas com base em filosofias, mas sim em bases científicas.

“Se as terapêuticas não são medicina, não se baseiam em princípios de evidência científica, então os resultados também não são naturalmente garantidos”, considerou.

O bastonário ressalvou que se houver terapêuticas que comprovem a sua eficiência qualquer médico as utiliza, independentemente de serem chinesas, alemãs, americanas, japonesas ou russas.

E acrescentou: “a medicina não rejeita nenhuma prática que tenha o máximo de fundamentação científica e demonstre a sua eficácia para os doentes”.

As pessoas recorrem cada vez mais às terapêuticas alternativas não por falta de esperança no Sistema Nacional de Saúde (SNS), mas sim porque a medicina “ainda não oferece imortalidade”, entendeu.

“Quando as pessoas têm uma doença grave ou potencialmente mortal tentam tudo em desespero de causa, isso não é criticável, e recorrem a terapêuticas não convencionais na esperança de reverter a situação clínica”, sustentou o bastonário.

Por seu lado, o membro do Conselho Científico do fórum Miguel Mascarenhas Saraiva adiantou que não se deve confundir terapêuticas alternativas com “charlatanismo”, mas também concorda no estabelecimento de regras.

“Apesar da medicina tradicional chinesa não ter tratamento científico como tem a ocidental, sabemos que tem muitos aspetos positivos que são cada vez mais utilizados pela medicina convencional como a acupuntura”, vincou.

A partir de hoje
Todas as crianças têm, a partir de hoje, médico de família logo após o seu nascimento, no âmbito do projeto “Nascer Utente” que...

A medida, contemplada num despacho publicado em Diário da República no passado dia 19 de agosto, deu os primeiros passos ainda no anterior governo, quando este publicou uma lei, segundo a qual “nenhuma criança fica privada de médico de família”.

Através do projeto “Nascer Utente”, a criança é inscrita, assim que nasce, no Registo Nacional de Utente, sendo-lhe atribuído um número de utente, a constar do cartão do cidadão, e de médico de família.

A partir de hoje, a inscrição das crianças no âmbito do Projeto “Nascer Utente” é efetuada de forma automática pela instituição com bloco de partos, na lista de utentes do médico de família da mãe ou do pai”.

Nas situações em que a mãe e o pai não se encontrem inscritos em nenhuma lista de utentes de um médico de família, a instituição com bloco de partos onde a criança nasce deve comunicar o nascimento ao coordenador da unidade funcional [Unidade de Saúde Familiar (USF) ou Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP)] mais próxima da residência da criança.

Este “deve proceder à inscrição da mesma na lista de utentes de um médico de família, preferencialmente de uma USF caso a mesma exista naquele Agrupamento de Centros de Saúde (ACES), salvo se um dos pais declarar expressamente preferência pela UCSP, devendo ser dado conhecimento dessa inscrição ao presidente do conselho clínico e de saúde do respetivo ACES”, lê-se no despacho, publicado a 19 de agosto.

Serviço Nacional de Saúde
A Administração Central do Sistema de Saúde reconheceu que os pagamentos em atraso aumentaram, mas garantiu que a despesa está ...

Numa nota enviada pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) referente à execução orçamental do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a julho de 2016, lê-se que, “embora o stock dos pagamentos em atraso tenha aumentado, encontra-se muito longe dos máximos atingidos no passado”.

“A comparação homóloga encontra-se influenciada pelas sucessivas injeções extraordinárias de fundos realizadas no ano anterior, as quais atingiram ao longo do ano cerca de 403 milhões de euros”, prossegue a ACSS.

Na nota lê-se que “o défice do SNS em 2016 apresenta uma trajetória mensal de janeiro a julho que revela uma melhoria significativa na execução orçamental quando comparada com o ano anterior, permitindo prever como plausível o cumprimento das metas orçamentais fixadas para o corrente ano”.

Relativamente à despesa, o seu crescimento foi de 2,8% até julho, em comparação com o período homólogo, com a ACSS a classificá-la como “controlada” nas aquisições de bens e serviços, bem como nos encargos com pessoal.

Isto apesar de “ter sido necessário acomodar as reposições salariais, a reposição do período normal de trabalho das 35 horas semanais nos trabalhadores em funções públicas, a admissão de pessoal dos concursos concluídos em 2015 e a entrada dos internos do ano comum”.

Em relação à receita, esta aumentou 4,3%.

A ACSS indica que, em julho, o indicador financeiro EBITDA (através da demonstração de resultados) das entidades do SNS “melhorou face ao mesmo período do ano anterior em cerca três milhões de euros”.

As Administrações Regionais de Saúde (ARS) “apresentam pela primeira vez EBITDA positivos representando, face ao período homólogo, uma melhoria de 145 milhões de euros”, prossegue a nota.

“Este facto é particularmente relevante no que se refere à ARS Norte, que apresentava no final de 2015 uma situação financeira fortemente degradada, que determinou inclusivamente um pedido de auditoria à Inspeção-Geral de Finanças. Em julho de 2016, o EBIDTA desta entidade melhorou 60 milhões de euros face ao período homólogo”.

Segundo a ACSS, os resultados da conta do SNS referentes ao mês de julho apresentam um excedente de 1,7 milhões de euros, melhorando o resultado face ao ano anterior em 74 milhões de euros.

No Porto
A Comunidade Médica de Língua Portuguesa reúne-se esta quinta e sexta-feira no Porto num congresso que visa “estreitar os laços...

“O principal mote da reunião é de facto a formação médica”, sublinhou o presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM), Miguel Guimarães.

Em declarações, Miguel Guimarães considerou que se trata de “uma questão absolutamente fundamental, sobretudo para os países africanos de língua portuguesa, onde existem necessidades específicas na aquisição de alguns tipos de competências, até nas especialidades”.

“Nós, Ordem dos Médicos, podemos dar uma ajuda. Claro que a Ordem não o faz sozinha, será feito com uma série de Organizações Não Governamentais (ONG) que já existem e que têm alguns protocolos com alguns destes países, nomeadamente com Moçambique, Angola ou Timor. A Ordem vai tentar de alguma forma agrupar e dar o apoio naquilo que é o seu selo de qualidade”, acrescentou.

Por outro lado, salientou Miguel Guimarães, “médicos portugueses podem também deslocar-se a estes países de língua portuguesa, não só para dar o seu contributo no ensino em algumas áreas da medicina, mas também para aprenderem”.

“Temos por vezes algumas deficiências na formação em algumas especialidades por causa da raridade da patologia que, por exemplo, em países africanos são frequentes. Temos de dar um contributo para reforçar esta posição de Portugal na comunidade médica de língua portuguesa, porque é um caminho importante para Portugal”, frisou.

Em novembro de 2015, com a Declaração do Porto (assinada durante o XVIII Congresso Nacional de Medicina), “abriu-se portas a uma consolidação das relações entre as comunidades médicas lusófonas que integram a Comunidade Médica de Língua Portuguesa (CMLP)”.

“No VII Congresso da CMLP teremos um momento único para fortalecer essa cooperação, centrada na partilha de conhecimento e experiências e no reforço dos vínculos no apoio à formação médica nos países da comunidade", salientou.

No âmbito de um protocolo assinado em 2005 entre a Ordem dos Médicos de Portugal e as várias instituições representativas dos médicos da CMLP, os profissionais licenciados em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe podem obter autorizações especiais para a realização de estágios profissionais em Portugal, sem concessão do grau de especialista, como forma de reforçar a sua formação pós-graduada.

Miguel Guimarães referiu que "a Declaração do Porto estabeleceu vários procedimentos obrigatórios para o acesso ao estágio profissional, de forma a promover a qualidade da formação pós-graduada".

"A Declaração do Porto protege a reciprocidade do processo e agora é tempo de agilizar estes protocolos de cooperação, incentivá-los, mas sem esquecer as responsabilidades que a própria Ordem dos Médicos tem, nomeadamente na área do reconhecimento da idoneidade das Unidades de Saúde portuguesas que podem acolher os estágios", frisou.

Estão já confirmadas, entre outras, as presenças do ministro da Saúde de Angola, dos bastonários da Ordem dos Médicos de Moçambique, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau.

"Diagnósticos Nacionais de Saúde", a "Saúde Mental e Violência", a "Mobilidade e Educação Médica Especializada", "Capacitação e Desenvolvimento no Espaço Lusófono", "Saúde e Economia, uma Agenda Integrada" e "Língua e Pátria" são os temas que irão estar em discussão.

Proteste Brasil
A Proteste Brasil – Associação de Consumidores testou 19 marcas de azeite extra virgem e descobriu que quatro são uma mistura...

A notícia, avançada esta quarta-feira (31/08) pela TSF, refere que o Brasil compra azeite falsificado como sendo português.

A Proteste brasileira detetou pelo menos três marcas portuguesas adulteradas ou contendo informação errada no rótulo, nomeadamente a Beirão, Figueira da Foz e Tradição. De acordo com a TSF, duas marcas são falsificações, enquanto a outra é azeite virgem vendido como extra virgem. As marcas falsificadas dizem no rótulo que se trata de "azeite português", mas são engarrafadas no Brasil e podem ter outra origem.

Segundo apurou a TSF, as duas marcas vendidas como azeite português - Tradição e Figueira da Foz - "são na verdade contrafações, tratando-se de misturas de óleos vegetais que não são extraídos da azeitona", segundo avançou a advogada da Proteste Brasil Lívia Coelho.

No caso do azeite Beirão, o único embalado em Portugal, é azeite virgem vendido com a classificação de extra virgem. A Proteste Brasil recomenda aos brasileiros que não comprem este azeite, ao mesmo tempo que enviou as análises realizadas para o Ministério Público brasileiro.

Lívia Coelho adiantou ainda à TSF que “além do azeite da marca Beirão”, que disse saber que é engarrafado em Portugal, as outras duas podem ser ou não de origem portuguesa. Por isso, a associação enviou as análises para investigação do Ministério Público, salientando ser igualmente ilegal “vender produtos com falsa indicação de origem".

Em declarações à TSF, a secretária-geral da Casa do Azeite em Portugal, Mariana Matos, não se mostrou surpreendida com a notícia, lembrando que o assunto está a ser acompanhado há vários anos.

Mochila pesada
Mais de 37% dos alunos inquiridos num estudo da Associação Portuguesa Spine Matters dizem ter de dores de costas, mas apenas 3%...

A primeira fase de um estudo realizado em Portugal pela Associação Portuguesa Spine Matters acaba de revelar uma realidade preocupante sobre a saúde dos alunos portugueses. Com uma amostra de 110 alunos entre o 1.º e o 9.º ano de escolaridade, a investigação revelou que 37% dos inquiridos sofrem de dores nas costas, mas que apesar disso apenas 3% consultaram um médico a esse propósito.

A investigação, que continuará a decorrer pelo país durante os próximos meses, relata que é no 7.º ano que se encontra a maior carga transportada, uma média de 7 livros por aluno.

Luís Teixeira, médico ortopedista e fundador da Spine Matters, alerta para as consequências de uma carga desadequada e contínua durante o período escolar – e fase de crescimento das crianças e adolescentes: "Todos sabemos que as nossas crianças continuam a transportar cargas excessivas nos dias de aulas, mas é fundamental percebermos de que é que estamos a falar. Na verdade, os números mostram que há muitos alunos a suportar 15% ou mais do seu peso corporal na carga escolar, uma percentagem já muito elevada e prejudicial para a coluna".

Segundo o médico, as mochilas das crianças não devem exceder esta percentagem sob pena de mudanças nos ângulos dos ombros, pescoço, tronco e membros inferiores, afetando a postura de forma global ao provocar uma curvatura anormal das costas.

Má postura, cifoses (corcundez) e escolioses decorrentes desta utilização prolongada são alguns dos exemplos dos resultados que podem advir e que aumentam a probabilidade de se sofrer de dores lombares na vida adulta. Para além das consequências posturais, o excesso de peso nas mochilas tem ainda sido apontado como responsável, a longo prazo, por dores de cabeça frequentes e consequente falta de concentração das aulas.

"A explicação é simples e reside no esforço, nem sempre consciente, que a criança faz de forma regular. O excesso de carga numa fase de crescimento vai, claramente, condicionar o mesmo, através de uma compressão da espinha que se manifesta depois também de outras formas", alerta o ortopedista. "Uma das situações mais alarmantes que apurámos, foi a desvalorização das dores nas costas destes alunos", explica ainda o médico.

Quando inquiridos sobre as cadeiras, tempo passado à secretária ou locais de estudo, não foi relacionada nenhuma percentagem significativa de casos de dor nesses momentos. No entanto, em relação às mochilas, existe uma ligação imediata e a reação é comunicada aos pais em 71% dos casos.

"No entanto, e apesar de ser uma realidade constante, não são consultados especialistas para auxiliar e travar a situação. Esta é uma situação que, também em adultos, temos tendência a não priorizar, aprendendo a viver com ela, mas é urgente desmistificar esta questão: as dores nas costas, tais como na cabeça, garganta, estômago ou qualquer parte do organismo, não fazem parte da normalidade de um ser humano saudável", recorda.

Três dicas do médico Luís Teixeira

Pese as mochilas dos seus filhos antes de saírem de casa. Se a carga exceder 15% do seu próprio peso, então é necessário retirar carga. Esta é uma recomendação que deve ser respeitada de forma rigorosa, gerindo o horário da criança de forma o mais atenta possível. Por exemplo, sempre que não necessários, os livros devem ficar na escola, nos cacifos.

Procure mochilas de duas alças e um bom suporte, em que o peso possa ser suportado uniformemente. Por outro lado, quando impossível de contornar a medida, a opção pontual deve ser por uma mala com rodas. Ao contrário do que muitas vezes se pensa, esta não é uma solução que resolva o problema, mas que apenas o minimiza. No dia-a-dia o correto é sempre controlar a carga transportada.

Corrija os seus filhos se a mochila estiver a ser transportada com as alças muito soltas: quando se encontra já perto do fim das costas, a pressão causada na coluna é muito elevada. Todas as mochilas devem ter as alças apertadas e justas para que não haja oscilação de peso.

IPMA
Os distritos do continente, com exceção de Braga e Viana de Castelo, apresentam esta quarta-feira (31/08) risco muito elevado...

Vila Real, Bragança, Porto, Aveiro, Viseu, Guarda, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Santarém, Portalegre, Lisboa, Setúbal, Évora, Beja e Faro, apresentam um índice de exposição de 8. Já Viana do Castelo e Braga apresentam índice de exposição de 7, ou seja, elevado.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

A Região Autónoma da Madeira tem hoje um índice de exposição à radiação ultravioleta de valor 9, enquanto na Região Autónoma dos Açores, as ilhas Terceira, Flores e São Miguel apresentam um índice de exposição à radiação ultravioleta de 8 (muito elevado).

Para o índice de exposição elevado e muito elevado, o instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Para esta quarta-feira (31/08), o instituto prevê céu pouco nublado ou limpo, temporariamente muito nublado por nuvens altas, apresentando-se geralmente muito nublado no litoral oeste até meio da manhã, nebulosidade que poderá persistir ao longo do dia em alguns locais da faixa costeira da região centro.

O vento será em geral fraco do quadrante norte, rodando temporariamente para sudoeste no sotavento algarvio e soprando moderado a forte de noroeste no litoral oeste a sul do Cabo Mondego, com rajadas até 65km/h, em especial durante a tarde.

Para a Madeira, o IPMA prevê períodos de céu muito nublado, apresentando-se pouco nublado no sul da ilha, aguaceiros no final do dia no norte, enquanto o vento será moderado de nordeste, sendo moderado a forte nas terras altas, em especial a partir da tarde. Já nos Açores, para o conjunto das nove ilhas, o IPMA prevê períodos de céu muito nublado com boas abertas, além de aguaceiros fracos na madrugada.

Segundo o IPMA as temperaturas máximas vão hoje atingir os 35 graus Celsius em Castelo Branco; os 34 em Évora; 33 em Braga e Beja; 32 em Portalegre e Guarda; 31 em Vila Real e Santarém; 29 em Faro; 28 em Lisboa e Santa Cruz; 27 em Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Funchal e 26 no Porto.

Instituto Politécnico do Porto
Investigadores do Instituto Politécnico do Porto (IPP) estão a coordenar um projeto internacional para desenvolver sistemas de...

No projeto EKRUCAmI - Europe-Korea Research on Ubiquitous Computing and Ambient Intelligence, coordenado pelo investigador do IPP Carlos Ramos e que finaliza em dezembro, são criados sistemas inteligentes cujos dispositivos, espalhados em vários locais, interagem com o ser humano, de "forma perspicaz e discreta".

De acordo com o coordenador, para um ambiente ser considerado inteligente, tem que ajudar na interpretação da situação em que está inserido, representar a informação e o conhecimento relacionado com o local e com o contexto, bem como modelar, simular e representar as entidades envolvidas.

Para além disso, Carlos Ramos aponta o planeamento sobre as decisões e ações a tomar, o aprender sobre o meio envolvente e os aspetos associados, a interação com o ser humano e o controlo da ação sobre o ambiente como outros dos fatores que caracterizam estes sistemas, que "não devem ser vistos como atividades isoladas, mas como um conjunto de atividades".

"Quando entramos em casa há uma divisão que acende as luzes. A primeira coisa que fazemos é desligá-las. No dia seguinte, mais ou menos a mesma hora, acontece o mesmo. Se a partir da terceira vez isso se repetir, não podemos considerar que este seja um ambiente inteligente, visto que não teve capacidade de aprender com o utilizador", exemplificou à Lusa o investigador.

Na área da saúde, estes sistemas podem ser utilizados para acompanhar, por exemplo, idosos que vivem sozinhos e que necessitam de controlo, recolhendo informação através de sensores. Dessa forma, é possível detetar quando têm uma queda ou se estão parados no mesmo local muito tempo, entre outras situações.

Quando estes ambientes inteligentes estão associados a um sistema de irrigação (setor agroalimentar), a sua atuação pode depender de fatores que são detetados por sensores de temperatura e de humidade, mas também podem usar a previsão do tempo, economizando, desta forma, recursos.

Na área da tomada de decisão em grupo, estes sistemas inteligentes atuam no sentido de apoiar os elementos nos processos de decisão coletiva, com recurso a um conjunto de ferramentas adaptadas ao utilizador.

"A lógica do ambiente inteligente não é usar uma série de sensores e atuadores que substituam o ser humano, mas sim admitir que o ser humano existe, que está num determinado local, e que a tecnologia aí embutida vai interagir com o mesmo, de forma adaptada e contextualizada, mas não obstrutiva", concluiu Carlos Ramos.

No projeto estão também envolvidas a Universidade de Salamanca, em Espanha, a Universidade Nacional de Suncheon e a Universidade Católica de Daegu, ambas da Coreia do Sul.

O EKRUCAmI, no qual participaram até à data cerca de 20 investigadores - que fizeram mobilidade em ambos os sentidos -, foi financiado, do lado europeu, pelo programa de I&D Europeu do 7º Programa-Quadro (FP7), em 210 mil euros.

Ministério da Saúde de Angola
O Ministério da Saúde angolano informou hoje que a nova campanha de vacinação em curso contra a febre-amarela vacinou já 81% da...

Em 10 dias foram vacinadas mais de 2,4 milhões dos 2,9 milhões de pessoas previstas.

Angola enfrenta um surto de febre-amarela, que desde dezembro de 2015 matou 369 pessoas, mas aparenta estar a diminuir, já que até a última semana de julho, estava há seis semanas sem novos casos confirmados da doença, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Um comunicado do Ministério da Saúde de Angola distribuído hoje à imprensa, refere que a nova campanha de vacinação, iniciada no dia 15 deste mês poderá estender-se por mais 15 dias, apesar da cobertura de 81% em dez dias.

O documento destaca a adesão da população à campanha, salientando que as equipas de vacinação têm estado a vacinar diariamente em média mais de 150 mil pessoas.

A nova campanha que abrange as províncias de Cabinda, Benguela, Cuanza Sul, Huambo, Cuando Cubango, Huíla, Lunda Norte, Lunda Sul, Malange, Uíge e Zaire, vai permitir aumentar a cobertura de 51 para 73 municípios, elevando igualmente a população imunizada de 13 milhões para mais de 16 milhões.

Até 28 de julho registavam-se no país 3.818 casos suspeitos de febre-amarela, dos quais 879 foram laboratorialmente confirmados, o mesmo acontecendo com 119 dos óbitos, segundo a OMS.

A epidemia, que começou a 05 de dezembro em Luanda, alastrou para a vizinha República Democrática do Congo - com 2.051 casos suspeitos e 95 vítimas mortais até 27 de julho -, decorrendo no terreno, com o apoio da OMS, várias campanhas de vacinação contra a febre-amarela.

Investigadores de Coimbra desenvolvem
Investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra...

Uma nota de imprensa de Universidade de Coimbra explica que esta “vacina genética concebida é vantajosa para países em vias de desenvolvimento onde escasseiam profissionais de saúde responsáveis pela administração das vacinas injetáveis”.

“A via nasal permite diminuir os elevados custos humanos e financeiros destes países, associados às complicações decorrentes da administração de injetáveis, nomeadamente as infeções provocadas pela reutilização de seringas”, explica a universidade.

A coordenadora do projeto publicado na revista científica “Molecular Pharmaceutics”, Olga Borges, explica, citada naquela nota de imprensa, que “foram criados ‘sistemas de transporte’ (nanopartículas poliméricas) capazes de levar as moléculas terapêuticas desde a mucosa nasal até ao interior das células”.

“Os resultados obtidos em ratinhos demonstraram que a formulação desenvolvida é eficaz pela via intranasal”, sintetiza ainda a investigadora.

Este trabalho, de acordo com a Universidade de Coimbra, “desenvolveu uma nova composição para a vacina baseada em ‘plasmídeos’, teoricamente mais resistentes às variações de temperatura que os ‘antigénios’ (estimuladores do sistema imunitário) das vacinas comercializadas atualmente”.

“Os plasmídeos são pequenas moléculas circulares que transmitem informação genética (ADN) para o interior das células, ativando mecanismos de defesa do organismo que combatem o vírus da hepatite B. Os ‘combatentes’ chamam-se ‘anticorpos’ e surgem no sangue, mucosa nasal e vaginal”, é ainda esclarecido.

As nanopartículas desenvolvidas também poderão ser “usadas na composição de vacinas que previnem doenças sexualmente transmissíveis, porque induzem a produção de anticorpos pelo organismo ao nível da mucosa vaginal de forma mais eficaz que as vacinas injetáveis”, esclarece a também docente da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra.

O projeto, que teve a colaboração da Universidade de Genebra, insere-se numa linha de investigação em vacinas iniciada em 2003, tendo as nanopartículas sido desenvolvidas durante quatro anos por Filipa Lebre, doutoranda da Faculdade de Farmácia da UC.

Estudo
As alterações climáticas e a propagação de ervas invasoras vão fazer duplicar o número de pessoas que sofrem de alergias...

Em 2050, cerca de 77 milhões de europeus vão sofrer de rinite alérgica, em comparação com os 33 milhões atuais, de acordo com um estudo publicado na revista Environmental Health Perspectives.

"A alergia ao pólen de ambrósia provavelmente tornar-se-á um grande problema de saúde em boa parte da Europa", disse o autor do estudo, Iain Lake, investigador da Universidade de East Anglia, na Inglaterra.

Estudos anteriores já tinham previsto que o aquecimento global acelerasse a disseminação do pólen, mas este é o primeiro estudo a quantificar os efeitos. Não apenas mais pessoas vão ser afetadas por asma alérgica, prurido e olhos inchados, como a gravidade dos sintomas também aumentará, conclui ainda o estudo.

De acordo com a investigação, esse impacto será provocado por maiores concentrações de ambrósia e por uma temporada de polinização mais longa.

Os países menos afetados hoje em dia - como a França, Alemanha e Polónia - serão provavelmente os mais atingidos nas próximas décadas.

O estudo aponta como principal culpado as mudanças climáticas, mas a contínua propagação da espécie invasora Ambrosia artemisiifoliatambém é tida como um fator-chave neste aumento de casos.

Uma única planta ambrósia pode produzir cerca de mil milhões de grãos de pólen por ano, principalmente em agosto. A ambrósia é responsável por mais da metade da produção de pólen em muitos países europeus.

A rinite é uma condição alérgica comum que afeta cerca de 40% dos europeus em algum momento de sua vida. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 400 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de rinite alérgica, e 300 milhões, de asma relacionada com o pólen.

Investigação
Um estudo de investigação clínica, liderado pelo médico Manel Esteller, criou um teste epigenético de aplicação imediata que...

O estudo, hoje publicado na revista Lancet Oncology, permitiu desenvolver e validar o primeiro diagnóstico epigenético (extra informação genética) para pessoas com cancro de origem desconhecida – um cancro agressivo que provoca metáteses antes de o tumor primário se evidenciar.

O novo sistema diagnóstico desenvolvido foi desenvolvido por Manel Esteller, diretor do Programa de Epigenética e Biologia do Cancro do Instituto de Investigação Biomédica de Bellvitge, em Barcelona.

O teste, que pode determinar entre cinco e 10 dias a origem do tumor, vai ser comercializado em todo o mundo pela farmacêutica Ferrer.

O teste mostrou até agora ser uma potente ferramenta para identificar o tumor primário em pessoas com cancro de origem desconhecida e em consequência permite acelerar o processo de diagnóstico e abre a porta para a escolha de um medicamento específico dirigido ao tipo de tumor.

“Agora o doente não será tratado ‘às cegas’, mas poderá receber uma terapia muito mais específica para o tipo tumoral que tiver”, afirmou Manel Esteller.

O investigador salientou que o teste não é uma descoberta a “desenvolver nos próximos anos”, mas que já pode ser aplicado.

APCA
A Associação Portuguesa de Cães de Assistência (APCA) lançou hoje uma campanha de “crowdfunding” para responderem às centenas...

De acordo com um comunicado da APCA, chegaram a esta associação mais de 350 pedidos de cães de assistência, provenientes de pessoas, entre as quais autistas, diabéticos, epiléticos ou deficientes motoras e mentais.

A campanha de “crowdfunding”, que decorre até 21 de outubro, visa reunir 2.500 euros, através dos quais a associação pretende adquirir mais animais e iniciar o processo de treino.

Segundo a APCA, mais de 70% dos pedidos feitos à associação são de pessoas sem recursos financeiros.

"Infelizmente, temos mais pedidos do que aqueles que conseguimos suportar e não temos nenhum tipo de ajuda estatal”, afirmou o presidente da associação, Rui Elvas.

A APCA suporta os encargos com fundos próprios, donativos e boa vontade da equipa, mas "não pode fazer mais" porque os fundos e as receitas que tem "são residuais" para as suas necessidades, prossegue.

“Acreditamos que podemos fazer a diferença na vida das pessoas ao permitir reescrever histórias, felizes e de esperança, com a ajuda dos cães de assistência” diz Rui Elvas.

Em ano e meio de trabalho, a associação conseguiu seis cães certificados, estando a iniciar a formação de mais oito.

14 novas USF tipo B
Mais de 6.000 utentes vão ter médico de família a partir de 01 de outubro, quando entrarem em funcionamento as novas 14...

De acordo com o Ministério da Saúde, as 14 USF que transitaram do modelo A para o B situam-se na Administração Regional de Saúde do Norte (12), do Centro (uma) e de Lisboa e Vale do Tejo (uma).

Com esta transição, o Ministério da Saúde espera atribuir médico de família a mais 6.000 utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), sendo que as 14 USF modelo B cobrem 170 mil utentes.

Dados do ministério referem que existem atualmente 455 USF: 223 modelo B e 232 modelo A.

Nas USF estão inscritos 5.413.472 utentes, dos quais 2.404.550 em unidades do modelo A e 3.014.922 do modelo B.

Apelo às dádivas
O site do Instituto Português do Sangue alerta que as reservas dos grupos O-, B- e AB- só chegam para quatro dias.

À Renascença, o presidente do instituto rejeita alarmismos, pois conta que os valores sejam repostos novamente durante o fim-de –semana. “Sábado e domingo são os nossos dias de grande colheita”.

Hélder Trindade sublinha, contudo, que o O- é sempre um grupo problemático e deixa um apelo: “Aproveito para voltar a lembrar a todas as pessoas que são O- que vejam no site onde há colheitas. Seria uma óptima oportunidade para fazer as suas dádivas”.

Os restantes grupos sanguíneos 0+, A+, A-, B+ e AB+ encontram-se com reservas suficientes para as necessidades aproximadamente sete dias, não provocando grandes preocupações.

A Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro (ADASCA) tem agendadas para Setembro oito sessões de colheitas nas seguintes datas: 7, 9 , 14, 21 e 28, das 16h00 às 20h00; 3, 17 e 24 das 9h00 às 13h00. Todas no Posto Fixo localizado no Mercado Municipal de Santiago. Mas dia 31 de Agosto também vai decorrer uma sessão entre as 16h00 e as 20h00 no Posto Fixo.

Quem pode doar sangue?

Todas as pessoas com bom estado de saúde, com hábitos de vida saudáveis, peso igual ou superior a 50 kg e idade compreendida entre os 18 e 65 anos. Para uma primeira dádiva o limite de idade é aos 60 anos, segundo informação do SNS.

A doação pode ser feita de quatro em quatro meses pelas mulheres e de três em três meses pelos homens.

EUA
Um bombeiro norte-americano, que há um ano recebeu o transplante de face mais completo alguma vez realizado na história da...

Patrick Hardison, 42 anos, de Senatobia, no Mississippi, foi completamente desfigurado quando o telhado de uma casa em chamas cedeu sobre ele, em 2001, durante o horário de trabalho.

Mais de 14 anos depois, foi submetido a uma cirurgia complexa em Nova Iorque, em agosto de 2015, para receber uma cara nova. Os médicos avisaram-no que a cirurgia tinha apenas 50% de hipóteses de ser bem-sucedida.

"Eu e a minha família fizemos uma viagem à Disney World em junho e eu voltei a nadar na piscina. Isto era algo que eu não fazia há 15 anos!", disse Hardison numa conferência de imprensa para comemorar o primeiro aniversário da cirurgia.

"Não há mais olhares de estranhos. Voltei a ter, praticamente, uma cara normal, fazendo atividades normais", disse Hardison.

O bombeiro, que em conferência de imprensa agradeceu à equipa médica e à família, encoraja outras pessoas a explorarem a possibilidade de fazer um transplante facial.

Mais de 100 médicos, enfermeiros e profissionais de apoio participaram no transplante de 26 horas em agosto de 2015 no Centro Médico Langone, da Universidade de Nova Iorque. O seu dador foi David Rodebaugh, um premiado ciclista de BMX de 26 anos de idade, de Brooklyn, que morreu na sequência de um acidente de estrada.

Hardison passou por vários procedimentos pós-cirúrgicos ao longo do último ano, principalmente para ajustar as suas pálpebras e lábios e para remover tubos de alimentação e respiração.

Eduardo Rodriquez, que liderou a cirurgia, disse que ficou impressionado com a recuperação do paciente. "Ultrapassou todas as nossas expectativas", afirmou.

Hardison toma medicamentos imunossupressores, rotina que vai manter o resto da vida, para evitar a rejeição ao transplante.

Despesa dos hospitais
Nos primeiros seis meses do ano despesa dos hospitais aumentou 10,6%. Dívida do SNS aos laboratórios também cresceu

A despesa com medicamentos nos hospitais está a subir, impulsionada pelo aumento de gastos com os tratamentos para o VIH e artrite reumatoide. Segundo a Autoridade Nacional do Medicamento (infarmed), no primeiro semestre os custos ascenderam a 554,5 milhões de euros, mais 10,6% do que mesmo período do ano passado. Mas que não conta com a despesa associada aos tratamentos da hepatite C.

É a medicação entregue pela farmácia hospitalar a doentes não internados (ambulatório) e o hospital de dia que concentram 78% da despesa: 436,5 milhões de euros. "No ambulatório hospitalar, 85% do total do aumento da despesa é explicado pelo tratamento com medicamentos para a infeção VIH/sida e para a artrite reumatoide e outras doenças auto-imunes", refere o Infarmed, acrescentando a esclerose múltipla e doenças do metabolismo à lista. No hospital de dia são os tratamentos oncológicos que dominam "com um peso de 84% no crescimento".

Luís Mendão, presidente do Gat - Grupo de Ativistas em Tratamentos, defende uma estratégia semelhante à da hepatite C que permita tratar mais doentes com preços que o SNS possa suportar. Em 2015 a despesa com medicação para o VIH foi de 212 milhões de euros. "O aumento de despesa pode ser explicado com o número de doentes em tratamento, mas não explica o aumento do custo médio mensal do tratamento por doente. Os medicamentos para o VIH deviam estar a baixar de preço, não a subir. O aumento de doentes terá de ser objeto de uma renegociação forte com a indústria, quer de originais quer de genéricos, para mantendo ou melhorando a qualidade dos tratamentos seja possível atingir os objetivos de em 2020 termos cerca de 45 mil doentes em tratamento em vez dos atuais 30 mil", aponta, admitindo que a despesa este ano pode chegar aos 275 milhões.

Luís Mendão explica que o aumento de doentes se deve à alteração das orientações de dar medicação a todos os doentes independente do estado imunitário e à redução da mortalidade que levará a que todos os anos mais doentes permaneçam em tratamento. E lembra que o desafio é maior em Portugal, onde o número de infetados é muito superior a outros países: "A despesa em Portugal não tem paralelo com outros países da Europa ocidental. Pensamos que é possível um acordo com toda a indústria e esperamos que a solução esteja a ser estudada. Os doentes têm de confrontar o governo para que faça bem e a indústria para que permita as condições para que o ministério dê resposta às necessidades dos doentes".

Já Arsisete Saraiva, presidente da Associação Nacional de Doentes com Artrite, diz que irá pedir ao Infarmed a percentagem gasta com tratamentos para artrite reumatoide para perceber se houve mesmo aumento e quais as razões.

De fora da despesa do primeiro semestre estão os gastos com a hepatite C - com 8248 tratamentos iniciados e 3340 doentes curados -, cujo acordo está a ser renegociado. "Existem outras alternativas no mercado e estão a ser avaliadas as melhores propostas para o SNS", diz fonte do Infarmed. Na nota explicativa do Orçamento da Saúde, o ministério apontava um gasto de 40 milhões de euros no ano passado e uma previsão de despesa de 85 milhões de euros para este ano.

Em março foi assinado o acordo entre o Ministério da Saúde e a associação da indústria farmacêutica (Apifarma), que prevê uma contribuição dos laboratórios de 200 milhões de euros, para um gasto máximo do SNS em medicação de 2 mil milhões. Por outro lado, adianta a Apifarma no site, a dívida dos hospitais públicos aos laboratórios está a crescer: em junho era de 770,4 milhões de euros, "o valor mais elevado de 2016 e um acréscimo de 10,5% face a janeiro".

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