Comissão Nacional dos Cuidados Paliativos
Doentes esperam 25 dias por vaga em Lisboa e 2 no Algarve. Plano estratégico para cuidados paliativos é divulgado esta quarta...

A Comissão Nacional dos Cuidados Paliativos, empossada pelo Ministério da Saúde em Junho, quer que a maioria dos hospitais passe a ter unidades de cuidados paliativos para que o Serviço Nacional de Saúde consiga ter uma resposta adequada às pessoas com doenças incuráveis e graves. O Plano Estratégico para o Desenvolvimento dos Cuidados Paliativos – Biénio 2017-2018, a que o jornal Público teve acesso e será hoje colocado em discussão pública, defende a criação deste tipo de unidades em todos os hospitais com mais de 200 camas. Propõe também que, no final de 2018, os hospitais universitários e os três institutos de oncologia (IPO) passem a ter serviços de cuidados paliativos de referência. Atualmente, há 362 camas nesta área e calcula-se que sejam necessárias entre 414 e 517.

Em Portugal, estima-se que entre 75 mil a 89 mil doentes necessitem de cuidados paliativos em cada ano, mas não é possível contabilizar quantas pessoas com doença incurável e progressiva acabam por ter acesso a este tipo de apoio especializado. Apenas se sabe que em 2015 foram internados em unidades de cuidados paliativos 2115 pacientes e que 3715 foram observados por equipas especializadas. Em Portugal, mais de 60% dos óbitos ocorrem em hospitais.

“Não temos números fidedignos porque há doentes que são vistos por equipas intra-hospitalares e essas consultas não são registadas”, explica a coordenadora da Comissão Nacional dos Cuidados Paliativos, Edna Gonçalves. Melhorar o sistema de informação é justamente um dos objetivos traçados no plano estratégico que propõe também um aumento substancial das equipas comunitárias (profissionais que vão a casa dos doentes) - das atuais 20 para entre 66 e101 até 2018. 

No documento propõe-se também a mudança da lógica que preside ao funcionamento de uma parte das unidades de cuidados paliativos atualmente em funcionamento. Das 26 a funcionar, 22 estão integradas na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI). Destas, metade estão instaladas em hospitais e as outras funcionam maioritariamente em instituições de solidariedade social. Agora, a comissão sugere  a conversão estas últimas (e são 11 com um total de 183 camas) em unidades hospitalares, “passando a ser financiadas e geridas de forma semelhante aos outros serviços de internamento do hospital, o que permitirá agilizar admissões e altas”.

O problema é que muitas destas unidades surgiram no âmbito da RNCCI, que acolhe doentes em convalescença e reabilitação, o que contribuiu para que se gerasse “confusão” entre estes tipo de cuidados, justifica-se. Por isso mesmo também se desaconselha a abertura de novas unidades de cuidados paliativos no âmbito da RNCCI . "É difícil dar altas nesta rede, o processo é burocrático e demorado", explica Edna Gonçalves.

Mais vagas para doentes
A nova forma de funcionamento permitirá agilizar todo o processo e conseguir, de forma mais rápida, arranjar vagas para os doentes, muitos deles com pouco tempo de vida. Veja-se o que aconteceu em 2015: no Algarve, um doente que necessitou de cuidados paliativos mais complexos aguardou dois dias por uma vaga numa cama hospitalar, enquanto em Lisboa e Vale do Tejo a espera prolongou-se por 25 dias e no Norte, por 13. O segredo da rapidez do Algarve tem uma explicação. “O hospital de Portimão já está a funcionar numa lógica de hospital de agudos. Telefona-se, pede-se uma vaga e o doente entra, à semelhança do que acontece nos cuidados intensivos”, exemplifica a médica.

As unidades de cuidados paliativos da RNCCI que estão localizadas fora dos hospitais públicos, propõe-se ainda, devem, no prazo de três anos, ser convertidas noutra tipologia. "Não se pretende fechar estas unidades", enfatiza Edna Gonçalves. Há várias alternativas. Podem transformar-se noutra tipologia de cuidados, em unidades de convalescença ou equipas domiciliárias. “Não é fechar, é reorganizar e aproveitar os profissionais que lá estão”, insiste a médica, que nota que os cuidados paliativos são uma área de especialização clínica.

Sugere-se igualmente a criação de consultas de paliativos em todos os agrupamentos de centros de saúde (ACES) para que este tipo de apoio chegue a um maior número de doentes . "Há ACES que têm milhares de utentes e precisariam de ter três equipas comunitárias, mas, por enquanto, ter uma já seria muito bom", defende a coordenadora da comissão.

Outro dos objetivos passa por generalizar a formação em cuidados paliativos, teórica e prática, nas faculdades de medicina e também nos cursos de enfermagem.

Estudo
As pessoas portadoras de uma variante do gene FTO - chamado gene da obesidade - que favorece a acumulação de gordura reagem tão...

Isto significa que as pessoas com essa variante genética, que parece estar ligada a um maior risco de excesso de peso, não estão necessariamente condenadas a permanecer assim, de acordo com uma meta-análise publicada na revista médica British Medical Journal (BMJ).

"Indivíduos portadores (da variante) respondem igualmente bem a intervenções para a perda de peso à base de dieta, atividade física ou medicamentos", escreveram os autores do artigo baseado na revisão de oito estudos envolvendo cerca de 10.000 pessoas. Isto significa que a predisposição genética para a obesidade "pode ser pelo menos parcialmente neutralizada por meio de tais intervenções".

Cientistas já tinham demonstrado a associação entre uma variante do gene FTO e o excesso de gordura corporal, escreve o Sapo, mas pouco ou nada se sabe em concreto sobre o funcionamento desse vínculo.

Em 2014, segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 1,9 mil milhões de adultos em todo o mundo tinham excesso de peso. Destes, mais de 600 milhões eram obesos.

O excesso de peso está associado a uma maior predisposição para doenças cardíacas, cancro e acidente vascular cerebral.

Comentando a última investigação, a nutricionista chefe da agência de Saúde Pública da Inglaterra, Alison Tedstone, disse que as causas da epidemia de obesidade podem ter pouco a ver com genes. O estudo acrescenta evidências que "sugerem que fatores ambientais podem ser dominantes sobre os genes comuns ligados à obesidade".

Estudo
Um estudo recente revela que a privação de som pode causar perda auditiva irreversível. Os resultados sugerem que a perda...

"Como é referido neste estudo, é muito importante estar atento aos sinais e realizar uma monitorização da capacidade de audição. As perdas auditivas são frequentemente relacionadas com a exposição ao ruído, mas esta investigação demonstra que existem realmente problemas de audição crónicos que, se não forem tratados, serão irreversíveis", explica Pedro Paiva, audiologista.

O estudo publicado na revista PLOS ONE, realizado por investigadores do Massachusetts Eye and Ear, conclui que a privação de som em ratos adultos causa danos irreversíveis para o ouvido interno. Ou seja, se não for realizado um tratamento adequado, a perda da audição será irreversível, escreve o Sapo.

O Dr. Stephane F. Maison, investigador nos Laboratórios Eaton-Peabody do Massachusetts Eye and Ear, refere que "depois de um ano de privação de som, observámos mudanças dramáticas no ouvido interno, nomeadamente, uma perda significativa das conexões sinápticas, através das quais as células sensoriais enviam sinais elétricos para o cérebro".

"Os resultados sugerem que os audiologistas e médicos devem defender uma intervenção precoce na abordagem a estes problemas do ouvido médio", acrescenta.

 

O ouvido médio é a parte da orelha entre o tímpano e a janela oval, que transmite o som do ouvido externo para o ouvido interno.

Estudo
Uma proteína fabricada pelo minúsculo tardígrado, o animal mais indestrutível do planeta e também conhecido como urso d'...

"O surpreendente é que a proteína que confere essa resistência ao tardígrado pode ser transferida para outras células animais", comentou à agência France Presse Takekazu Kunieda, da Universidade de Quioto, co-autor do estudo publicado na revista científica britânica Nature Communications.

Apelidado de "urso d'água", devido ao seu corpo arredondado, pelo naturalista alemão Johann Goeze, que os descreveu no século XVIII, os tardígrados vivem em todo o planeta. Medem meio milímetro de comprimento e movem-se lentamente graças às suas oito patas com garras, escreve o Sapo.

As maiores qualidades do tardígrado são a sua excecional capacidade de adaptação e a sua incrível resistência a condições extremas que matariam qualquer outro ser vivo. O animal pode passear tranquilamente minutos depois de ter ficado num congelador a temperaturas abaixo de zero ou de ter tomado um banho de água a ferver.

Além disso, tem uma longevidade invejável e resiste às pressões do Espaço.

Em 2007, milhares de ursos d'água viajaram a bordo de uma nave espacial e foram expostos ao vazio do espaço a 270 km de altitude. Após regressarem ao planeta Terra, a maioria desses minúsculos invertebrados não apresentava qualquer alteração biológica e conseguia reproduzir-se normalmente.

Superpoderes que são um enigma
Os tardígrados sobrevivem a pressões equivalentes a 300 vezes à da atmosfera e a doses de raios ultravioletas mortais para a maioria dos organismos vivos. Uma série de "superpoderes" que são um enigma para a Ciência.

Ao sequenciar o ADN do tardígrado, Takekazu Kunieda e seus colegas identificaram nele uma proteína que o protege da radiação. Segundo os cientistas, trata-se de uma proteína específica dos tardígrados.

Ao ampliar as análises laboratoriais, os biólogos constataram que essa proteína pode também proteger as células humanas dos raios X. "É assombroso ver que um único gene é suficiente para melhorar a tolerância às radiações nas células humanas", diz Kunieda, citado pela agência France Presse.

Quando protegido pela proteína do tardígrado, o ADN humano sofre duas vezes menos danos, segundo o estudo.

"Pensamos que a proteína pode funcionar como uma espécie de escudo capaz de proteger o ADN humano contra ataques", explica o biólogo.

De acordo com o estudo, o segredo da incrível capacidade de resistência do tardígrado pode estar no seu genoma.

Nota-se, em particular, a sua resistência à seca extrema. Privado de água, o animal é capaz de se secar completamente e sobreviver com apenas 1% da quantidade de água que contém no seu estado normal. O seu ADN divide-se em múltiplos pequenos pedaços fazendo com que o animal permaneça num estado próximo à ausência de vida, durante o qual a atividade vital se reduz a 0,01% do normal até à chegada de melhores dias.

O mais surpreendente é que, depois, no processo de reidratação, os tardígrados podem reparar o seu próprio ADN danificado e sair ilesos dessa desidratação extrema.

“Há batalhas que deixam marcas” é a divisa da campanha de sensibilização em Portugal
A iniciativa promovida pelo Grupo de Estudos Cancro de Cabeça e Pescoço, enquadra-se na Campanha “Make Sense” da Sociedade...

O Grupo de Estudos de Cancro de Cabeça e Pescoço (GECCP) junta-se à Campanha “Make Sense”, integrada na 4ª Semana Europeia de Sensibilização para o Cancro de Cabeça e Pescoço, que se assinala entre 19 e 23 de Setembro, este ano sob a divisa “Há Batalhas Que Deixam Marcas”.

A Campanha “Make Sense”, dirigida pela Sociedade Europeia de Cabeça e Pescoço (EHNS) tem como objetivo promover a educação para a prevenção do cancro de cabeça e pescoço, tanto junto da população, como dos médicos de medicina geral e familiar que desempenham um importante papel para assegurar o reconhecimento dos sintomas e o diagnóstico precoce, tornando possível o tratamento. O cancro de cabeça e pescoço é o sétimo mais comum em todo o mundo, afetando 686.000 pessoas.

Durante esta 4ª Semana Europeia, os países envolvidos têm como principal objetivo combater uma doença curável nas suas fases mais precoces, mas muito mutilante e com alta taxa de mortalidade em fases mais avançadas, e cujos principais fatores de risco são o consumo de álcool e tabaco.

Este ano, em Portugal, a Campanha “Make Sense” vai denominar-se “Há batalhas que deixam marcas” e vai ser assinalada com várias iniciativas de sensibilização promovidas pelo GECCP, nomeadamente uma Sessão formativa gratuita dirigida a médicos de medicina geral e familiar, participação na 3ª edição da Marginal à Noite em Matosinhos, distribuição de folhetos informativos e divisas em forma de autocolante pela população e afixação de cartazes nos Centros de Saúde e Hospitais.

“Com esta campanha baseada no conceito “veterano de guerra” pretendemos demonstrar que a luta contra o cancro é uma batalha pessoal que os doentes travam diariamente e que precisam de ganhar. É um caminho penoso e que é preciso lutar como um verdadeiro soldado. E, tal como os soldados quando regressam das suas batalhas, também os doentes ficam com marcas visíveis que os vão acompanhar para o resto da vida” explica Ana Castro, médica oncologista e Presidente do GECCP.

Para apoiar precisamente estas situações o GECCP decidiu lançar no passado dia 27 de julho, Dia Mundial do Cancro de Cabeça e Pescoço, a Petição Pública “Reabilitação oral dos doentes com cancro de cabeça e pescoço pelo SNS”, que já conta com mais de 1000 assinaturas online (http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT82276) e 300 em papel.

Esta petição pretende levar à discussão na Assembleia da República a reflexão sobre a necessidade do Sistema Nacional de Saúde passar a apoiar a reconstrução oral dos doentes com esta patologia para restabelecer a função e a estética da cavidade oral. Isto porque uma das consequências das terapêuticas do cancro de cabeça e pescoço é a extração de dentes. Esta situação implica alterações que condicionam significativamente o estilo de vida do doente, na medida em que afeta capacidades fulcrais do ser humano como a capacidade de comer, falar e engolir.

Com esta campanha o GECCP pretende ainda “recrutar” novos soldados para a dura batalha contra esta doença. Qualquer pessoa pode apoiar os doentes de cancro de cabeça e pescoço a ter sucesso em cada batalha mostrando que não estão a sofrer sozinhos através da utilização da hashtag #HaBatalhasQueDeixamMarcas nas redes sociais.

Os sinais e os sintomas são ainda pouco conhecidos pela população em geral e podem muitas vezes ser confundidos com outras doenças. Feridas na boca que não cicatrizam; manchas vermelhas ou brancas na cavidade oral; língua dorida ou com úlceras; dor de garganta; rouquidão persistente, dificuldade e/ou dor ao engolir; nódulo no pescoço e nariz entupido e/ou hemorragias nasais são alguns dos sintomas que não podem ser ignorados e aos quais se deve ficar alerta se persistirem por mais de três semanas. É bom recordar que o êxito do tratamento desta doença depende muito do diagnóstico precoce.

Os principais fatores de risco são o tabaco - os fumadores têm um maior risco de desenvolver cancro de cabeça e pescoço que os não fumadores; o álcool - os homens que consomem mais de 3 bebidas e as mulheres que consomem mais de 2 bebidas alcoólicas por dia têm um risco maior de desenvolver cancro de cabeça e pescoço, a infeção pelo PapilomA Vírus (HPV) - a incidência do cancro da garganta está a aumentar devido a certos subtipos do vírus HPV (Papiloma Vírus Humano) e as próteses dentárias podem provocar traumatismo crónico da boca. Por vezes ficam mal adaptadas sendo necessário recorrer ao médico dentista.

Para mais informações, visite a Página de Facebook do GECCP e a Página Oficial da Campanha “Make Sense”.

Aumento da população idosa
Portugal tem atualmente a quarta maior percentagem de idosos da União Europeia, no entanto, e segundo as projeções do Instituto...

Numa altura em que existe preocupação da integração e acompanhamento da população idosa e sua inserção na sociedade, e no rescaldo do anuncio em Conselho de Ministros da aprovação da Estratégia Nacional para o Envelhecimento Ativo e Saudável, através da assinatura de um Despacho Conjunto por parte do Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e do Ministro da Saúde, com os objetivos de, através da cooperação entre os diferentes setores, definir uma estratégia do envelhecimento ativo e da solidariedade entre gerações e contribuir para o desenvolvimento de políticas que melhorem a qualidade de vida dos idosos, que representam mais de um quinto da população portuguesa, sugeria uma abordagem ao tema do envelhecimento e as doenças respiratórias, através de entrevista a um especialista sobre este assunto, até porque a dia 1 de Outubro é celebrado o Dia Internacional das Pessoas Idosas e que medidas podem ser implementadas para os idosos com doenças respiratórias crónicas – grande causa de incapacitação e mortalidade.

Com o aumento significativo da população idosa nos últimos anos em Portugal e em todo o mundo, é importante analisar-se o envelhecimento e a sua ligação às doenças respiratórias, uma das doenças com maior risco de desenvolvimento nesta idade, não só pelos maus hábitos que se cometeram durante anos, como o tabagismo e a prolongada exposição a poluentes, mas também devido às alterações do sistema respiratório e a sua deterioração, inerentes ao envelhecimento. Aliás, é de extrema importância alertar para as doenças respiratórias e sua prevenção, uma vez que são a causa de morte que mais aumentou nos últimos anos (acima das doenças do aparelho circulatório e dos tumores malignos).

Segundo os dados da Direção Regional de Saúde apresentados no relatório “Portugal Maior em Números”, o aumento do número de óbitos, nesta faixa etária, devido a doenças do aparelho respiratório sofreu um aumento visível de 2007 a 2012, passando de cerca de 10 mil para 13 mil pessoas. Estes dados mostram o peso que estas doenças ganham junto da população mais velha.

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónia (DPOC) é uma das doenças que impactam esta faixa da população pois manifesta-se muitas das vezes anos depois de excessos pouco saudáveis, causada pelo fumo dos cigarros. 10 a 15% dos fumadores vêem a sofrer de DPOC, sendo responsável por 90% dos casos da doença, que faz com que os doentes apresentem menores níveis de oxigénio no sangue, o que vai causando a falência dos vários órgãos. Os ex-fumadores e qualquer pessoa exposta ao fumo do tabaco (fumadores passivos) são também potenciais doentes. Também a exposição continuada a irritantes ambientais aliada a alguma predisposição genética constitucional levarão ao surgimento da doença. As alterações anatómicas e fisiológicas do envelhecimento que reduzem a capacidade de reserva pulmonar dos idosos, funcionam em conjunto com a patologia da DPOC para exagerar os sintomas pulmonares associados ao envelhecimento.

As pessoas idosas, com este quadro de insuficiência respiratória e DPOC, têm uma deficiente oxigenação do sangue. Nesta situação, o nível de oxigénio está abaixo do valor que assegura a oxigenação adequada dos órgãos nobres como o cérebro, o coração, o fígado e o rim. Existirão sintomas como a falta de ar com o esforço, limitando a actividade física (incluindo as tarefas da vida diária), perturbação da memória, dificuldade de concentração, entre outros.

A oxigenoterapia ajuda estes casos mais graves, pois é fundamental uma boa oxigenação para a obtenção da energia necessária ao bom funcionamento de todos os órgãos. A oxigenoterapia contribui para a melhoria da tolerância ao exercício físico, faz-se sentir no aumento da capacidade de exercício físico e pela melhoria da tolerância ao esforço. A oxigenoterapia melhora a qualidade de vida do doente. Em alguns casos pode ainda ser recomendada um programa de Reabilitação Respiratória, que pode proporcionar a reabilitação do doente, aumento da capacidade física e capacitação do próprio doente para melhor enfrentar os desafios associados à doença.

Mais dados sobre as doenças respiratórias:

  • Ambos os sexos na faixa etária dos idosos, feminino e masculino, apresentam uma função pulmonar menor, sendo esta diferença maior nos indivíduos do sexo feminino;
  • As doenças do aparelho respiratório têm uma elevada prevalência representando, no seu conjunto, a terceira principal causa de morte no mundo, representando cerca de 19% dos óbitos;
  • Estima-se que em 2020 as Doenças Respiratórias sejam responsáveis por cerca de 12 milhões de mortes anuais.

Mais informação sobre a DPOC:

  • Aparecimento de dispneia, tosse e aumento de produção de secreções brônquicas que se vão tornando mais agudas com a progressão da doença.
  • Em casos mais graves os doentes encontram sérias dificuldades na realização das atividades do dia-a-dia, reduzindo a qualidade de vida.
  • É importante que o diagnóstico da doença seja feito atempadamente e, sempre que possível, deverá ser confirmado por espirometria, método de diagnóstico que permite a avaliação de diversos parâmetros da função pulmonar.
  • O diagnóstico é realizado por espirometria, método de diagnóstico não invasivo que permite a avaliação de diversos parâmetros da função pulmonar e perceber de forma mais detalhada o estadio da doença.
"SOS- Focus on Syrian Medical Students & Doctors"
Jorge Sampaio comprometeu-se, durante a reunião anual da Clinton Global Initiative, em Nova Iorque, com a atribuição de 200...

"Esta iniciativa consolida a noção de que a comunidade internacional precisa de apoiar a comunidade médica local para que se inicie um planeamento estratégico de reconstrução mesmo que a guerra não termine em breve", explica uma nota.

Desde o início da guerra na Síria, segundo um relatório de 2015, morreram mais de 700 médicos, cerca de 50% destes profissionais fugiram do país e muitos estudantes de medicina abandonaram os estudos.

O projeto de Jorge Sampaio, que se chama "SOS- Focus on Syrian Medical Students & Doctors", está integrado na Plataforma Global de Assistência a Estudantes Sírios, que o ex-presidente lançou em 2013 e já permitiu a cerca de 135 estudantes universitários sírios prosseguirem os seus estudos.

O projeto arranca ainda durante o ano letivo 2016-2017, com 20 estudantes em universidades portuguesas, 35 na Jordânia, e até 10 no Iraque e o mesmo número no Líbano.

Estes números aumentarão progressivamente até 2019-2020, ano em que o projeto de três anos terminará.

A iniciativa vai criar três postos de trabalho a tempo inteiro em Lisboa e 12 empregos a tempo parcial na Jordânia, Líbano e Iraque.

A organização diz que "candidaturas de mulheres serão fortemente encorajadas" e tem o objetivo de que pelo menos 30% dos seus participantes sejam mulheres.

Durante esta semana, Jorge Sampaio terá vários encontros com parceiros em Nova Iorque para conseguir apoios para o projeto, que tem um custo estimado de 18,7 milhões de dólares (16,8 milhões de euros).

Jorge Sampaio, que é membro fundador da fundação de Bill e Hillary Clinton, foi no ano passado um dos agraciados na primeira edição do Prémio Nelson Mandela, criado pela Assembleia Geral da ONU para homenagear personalidades que se tenham dedicado a promover os ideais das Nações Unidas.

Em Portugal
As autoridades de saúde estão preocupadas com o elevado consumo em Portugal de sedativos por parte dos jovens, estando já a...

Segundo o “European School Survey Project a on Alcohol and other Drugs (ESPAD)”, Portugal é um dos países da Europa onde os jovens com idades até aos 16 anos mais consomem medicamentos sedativos ou tranquilizantes com receita médica.

Portugal apresenta níveis mais elevados de consumo de tranquilizantes com receita médica do que o resto da Europa, respetivamente 13% e 8%, sendo o segundo país com maior percentagem destes consumos.

“Este é um resultado que para nós acaba por ser algo que nos motiva preocupação. Temos a noção clara de que é uma área em que temos que melhorar”, disse o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, aos jornalistas, à margem da apresentação do relatório.

O governante adiantou que está a já a ser estudado, em conjugação com os médicos de família e todos os profissionais dos cuidados de saúde primários, este novo fenómeno e soluções possíveis para o problema.

“Temos que perceber que tipo de jovens são estes que estão a obter estes sedativos através de receitas medicas, para que patologias, e encontrar mecanismos diferentes para responder às suas necessidades”, afirmou.

Citando os “bons exemplos” de países do norte da Europa, Fernando Araújo adiantou que “há formas alternativas de encontrar boas respostas para a depressão e ansiedade” e que a tutela está “empenhada em encontrar um plano para esse fim”.

Afastando a possibilidade de haver ligeireza por parte dos médicos na prescrição dos medicamentos, Fernando Araújo afirmou ter “a certeza absoluta que quando um médico prescreve é conhecendo esses doentes e achando que essa é a melhor alternativa para aquela situação”.

“Temos que discutir com os médicos alternativas não farmacológicas que conseguem obter resultados iguais ou melhores, que outros países estão a usar, como encontrar e integrar psicólogos e nutricionistas nos cuidados de saúde primários”, acrescentou.

No mesmo sentido, João Goulão, diretor do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), considerou que o “abuso da medicação prescrita exige atenção redobrada, um outro olhar para a questão, perceber que mecanismos subjazem a esse abusos, perceber se há alternativas e se os médicos prescritores poderão deitar mão a alternativas terapêuticas que não passem necessariamente pelo uso de substâncias psicoativas”.

Quanto aos outros resultados do estudo, que apontam para uma melhoria da situação nacional a nível de consumo de álcool, tabaco e drogas, João Goulão defendeu que “as coisas têm corrido de uma forma geral bastante bem”, salvaguardando que não é um problema resolvido, mas uma tendência positiva.

O estudo revela que nos últimos quatro anos o consumo de álcool e tabaco entre jovens até aos 16 anos tem vindo a diminuir na Europa, com Portugal a situar-se abaixo da média europeia, mas ainda assim com consumos elevados de bebidas alcoólicas e perceção de fácil acesso ao tabaco mas sobretudo ao álcool.

Sobre esta matéria, Fernando Araújo mostrou-se aberto para, se for necessário, discutir alternativas e introduzir alterações à lei do álcool, embora para já o caminho aponte mais para medidas preventivas do que proibicionistas.

Isso mesmo foi deixado claro pelo secretário de Estado da Educação, João Costa, que pretende introduzir já no próximo ano letivo o tema no currículo escolar precoce, para moldar a mentalidade dos mais jovens de forma a não procurarem os consumos quando forem mais velhos.

“Estamos a tentar introduzir no currículo a educação para a cidadania e desenvolvimento. Temos os grupos de trabalho a funcionar na expectativa de que em 2017/2018 o currículo passe a ser gerido com flexibilidade de forma a integrar dimensões de projeto de educação para a cidadania em articulação com as áreas curriculares”, afirmou.

João Costa sublinhou que hoje existem “bons resultados na educação para a saúde, porque se começou no primeiro ciclo”.

Nessa idade “não há uma preocupação de consumo, não há preocupação de acesso, mas há uma preocupação de tomada de consciência, que leva a que na idade em que o acesso existiria, não recorrem”, acrescentou.

Estudo Europeu
Portugal é um dos países da Europa onde os jovens com idades até aos 16 anos mais consomem medicamentos sedativos ou...

Segundo o estudo, que apresenta as grandes tendências de consumo de álcool e drogas por alunos com idades até aos 16 anos, entre 2011 e 2015 na Europa, a percentagem de consumidores de medicamentos sem receita médica está estabilizada nos 6%, sendo mais baixa em Portugal (5%).

A situação inverte-se quando se trata de medicamentos com receita médica, pois embora este consumo esteja também estabilizado, Portugal apresenta níveis mais elevados do que o resto da Europa, respetivamente 13% e 8%.

De acordo com o estudo, em 2015, os países com maiores percentagens de consumos de medicamentos com receita médica foram a Letónia (16%) e Portugal (13%).

Quanto ao consumo do mesmo tipo de medicamentos sem receita médica, destacaram-se a Polónia (17%) e a República Checa (16%).

Globalmente há mais raparigas do que rapazes a consumir medicamentos.

Também o “Estudo sobre os Consumos de Álcool, Tabaco, Drogas e outros Comportamentos Aditivos e Dependências-2015”, do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD), apresentado em março, já tinha dado conta desta tendência “preocupante” em Portugal.

Na altura foi revelado que uma em cada cinco raparigas com idades entre os 13 e os 18 anos tomava tranquilizantes ou sedativos, a maioria com prescrição médica.

Fernanda Feijão, autora daquele estudo, considerou na altura que era importante perceber “como é que há uma percentagem tão elevada de raparigas a precisar de medicamentos”.

A responsável indicou que este é um indicador em que “costumamos estar acima da média europeia”.

Portugal abaixo da média europeia
Nos últimos quatro anos o consumo de álcool e tabaco entre jovens até aos 16 anos tem vindo a diminuir na Europa, com Portugal...

As conclusões constam do “European School Survey Project on Alcohol and other Drugs (ESPAD)” entre 2011 e 2015, feito junto de alunos que completaram 16 anos no ano da recolha de dados.

Relativamente a “grandes tendências”, nesse período os resultados a nível europeu apontam para descidas no consumo de álcool e tabaco e para uma estabilização no consumo de drogas, na maioria dos países.

“Os resultados de Portugal estão para a maioria dos indicadores abaixo ou dentro da média europeia, com exceção das ‘novas substancias psicoativas’, com níveis de consumo muito baixos, e dos tranquilizantes/sedativos com receita médica, com níveis muito elevados.

No que respeita ao álcool, a percentagem de alunos europeus que já experimentaram estas bebidas ronda os 81%, os que beberam no último ano situam-se nos 71% e os que declaram um consumo corrente (últimos 30 dias) andam pelos 47%.

Estes valores traduzem maioritariamente uma diminuição, sendo que em Portugal os valores são mais baixos: 71% tinham experimentado bebidas alcoólicas, 66% tinham-nas consumido no último ano e 42% beberam no último mês.

Quanto a bebedeiras apanhadas por alunos portugueses, os números baixam consideravelmente para 22% nos últimos 12 meses (28% na Europa) e para 9% nos últimos 30 dias (13% na média europeia).

Na maioria dos países diminuiu a percentagem de alunos que tiveram consumos intensivos esporádicos nos últimos 30 dias (binge drinking), traduzindo uma média de 35%, embora seja alta em alguns países e bem mais baixa em Portugal (20%).

A perceção da facilidade de acesso ao álcool está a diminuir, mas mesmo assim continua alta: 78% na Europa e 79% em Portugal.

Em 2015, a Dinamarca e a Áustria encabeçavam os países com maiores prevalências de embriaguez e binge drinking. Portugal estava entre os países com menos consumos intensivos.

Relativamente às drogas, a percentagem de alunos que até aos 16 anos já tinham experimentado está a estabilizar: 16% em Portugal (18% média europeia), sendo a cannabis a mais experimentada (17% na Europa e 15% em Portugal), a mais consumida no último ano (13% na Europa e em Portugal) e no último mês (7% na Europa e em Portugal).

As “outras drogas” (sem cannabis, nem novas substancias psicoativas) têm níveis de consumo mais baixos (5% de média europeia e 4% em Portugal), mas as novas substancias psicoativas em alguns países são mais consumidas do que “outras drogas”, sendo a média europeia de experimentação de 4% e em Portugal apenas 1%.

A perceção da facilidade de acesso às drogas estável, com uma média de perceção de acesso fácil ou muito fácil a rondar os 32%.

Em 2015, o país com maiores percentagens de experimentação e com maiores percentagens de consumos correntes de cannabis foi a França.

Globalmente, os rapazes consomem mais cannabis e bebem mais álcool do que as raparigas.

No que respeita ao tabaco, o seu consumo está a diminuir globalmente, com 47% dos jovens europeus a assumirem terem experimentado, bastante mais do que a média portuguesa (37%).

Os que declararam consumos correntes (22% na Europa e 19% em Portugal) diminuíram, assim como os que declararam consumos diários (13%, contra 9% portugueses).

A perceção da facilidade de acesso ao tabaco está a diminuir, mas continua alta (a rondar os 60%), e a percentagem dos que começaram a fumar antes dos 13 anos também está em queda (cerca de 24%).

Globalmente já há mais raparigas do que rapazes a consumir tabaco.

Relativamente a outros comportamentos aditivos, os jogos na internet são praticados por cerca de 23% dos alunos, 4 ou mais dias por semana, sendo que em Portugal essa percentagem situa-se nos 20%

Trata-se de uma atividade maioritariamente masculina, praticada em Portugal por 39% de rapazes e 5% de raparigas.

Já o jogo a dinheiro, foi declarado nos últimos 12 meses por 6% dos jovens portugueses, menos de metade do registado na Europa (14%), sendo igualmente uma atividade mais masculina (14% de rapazes e 4% de raparigas em Portugal).

Balanço de Verão
No verão passaram pelos postos de saúde de praia e pela consulta do turista no Algarve aproximadamente 13.000 pessoas, das...

Em comunicado, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve adianta que, entre os meses de julho e setembro, foram efetuadas 4.507 consultas médicas na Consulta do Turista, tendo sido registados 8.433 atendimentos de enfermagem nos postos de praia espalhados pelo litoral algarvio, até ao final de agosto.

Segundo a ARS/Algarve, foram realizados 3.908 tratamentos, 2.808 atendimentos devido a picadas de peixe-aranha e insetos, 1.031 medições de pressão arterial, 294 para administrar injeções e 279 para realizar testes de glicemia, tendo sido registados durante este período 113 encaminhamentos para outras unidades de saúde.

Os postos de praia com maior número de atendimentos registados durante este verão foram os de Monte Gordo (681) e Manta Rota (660), no concelho de Vila Real de Santo António, Armação de Pêra (543), em Silves, e da Ilha da Armona (424), em Olhão.

Os centros de saúde e extensões de saúde de Tavira (971) e Armação de Pêra (844) foram os locais com maior número de atendimentos durante este período, seguidos por Quarteira (594), concelho de Loulé, Vila Real de Santo António (533) e Altura (450), concelho de Castro Marim.

"Destinadas essencialmente a turistas (…), estas consultas contribuíram para garantir uma maior e mais rápida acessibilidade aos cuidados de saúde de proximidade no período do verão, evitando uma maior afluência de pessoas às urgências hospitalares, por vezes desnecessárias", lê-se no comunicado.

A Consulta do Turista funcionou entre 04 de julho e 18 de setembro através do alargamento de horário de atendimento e reforço das consultas de atendimento complementar nos concelhos do litoral algarvio, onde se regista habitualmente a maior afluência de turistas.

Os postos de praia, geridos pela ARS/Algarve em colaboração com a Cruz Vermelha Portuguesa, funcionaram ao abrigo do Plano de Verão 2016.

 

 

Cancro
O investigador Nuno Rodrigues dos Santos, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde do Porto (i3S), anunciou hoje que a...

As leucemias agudas de linfócitos T são doenças malignas que afetam maioritariamente crianças e adolescentes, mas também adultos. A maioria dos casos infantis são curados por quimioterapia, mas uma percentagem significativa destes e a maioria dos pacientes adultos não responde ao tratamento, sofre recidiva e, eventualmente, sucumbe à doença.

Esta nova descoberta, realizada com a colaboração de equipas de investigação francesas e já publicada na revista científica internacional Cancer Discovery, permite que quando este tipo de leucemia não responde aos tratamentos convencionais "possa ser atingida por esta nova terapia, com anticorpo monoclonal, de forma complementar", como explicou à Lusa Nuno Rodrigues dos Santos.

O trabalho dos investigadores incidiu sobre o recetor TCR (proteína existente na membrana de células), que se encontra em todos os linfócitos T (células) e é essencial para estes reconhecerem organismos invasores e desencadear uma resposta imunitária.

A equipa de Nuno Rodrigues dos Santos verificou que “a estimulação do TCR através de um antigénio ou da inoculação de um anticorpo específico curava ou prolongava o tempo de vida dos murganhos (ratinhos) com leucemia”.

“As experiências nos ratinhos foram bastante convincentes, tanto em leucemias no ratinho como em leucemias humanas transplantadas no animal funcionaram de forma bastante eficaz. Em todos os casos há uma regressão e alguns ficaram curados”, afirmou o investigador.

Nuno Rodrigues dos Santos frisou que esta descoberta “poderá ser útil para certo tipo de leucemias, nomeadamente para grupos de doentes que não respondem a certas terapias convencionais, como a quimioterapia”.

Numa situação normal, quando o TCR é estimulado, o linfócito T reage multiplicando-se, iniciando a resposta imunológica. No entanto, verificaram os investigadores que “quando se estimula o TCR num linfócito leucémico a resposta é diferente, em vez de se multiplicarem, os linfócitos T estimulados morrem”.

Salientou, contudo, que antes de passar à fase de ensaios clínicos “devem ser feitos mais ensaios pré-clínicos, precisamente para demonstrar que este composto pode eliminar completamente este tipo de leucemias, em combinação com agentes quimioterápicos”.

Os investigadores começaram por estudar ratinhos de laboratório com leucemia, tendo assim descoberto que “a estimulação do TCR, seja através de um antigénio, seja inoculando um anticorpo monoclonal específico, curava ou prolongava” o tempo de vida dos animais.

“Verificámos que a estimulação do TCR, através da administração de um anticorpo específico, levava à morte de células leucémicas humanas em experiências de cultura celular e à regressão da leucemia em ratinhos imunodeficientes transplantados com leucemias humanas”, sustentou.

Agora que o artigo foi publicado, o biólogo investigador pretende avançar para a fase seguinte, que visa “perceber como é que as células morrem, saber qual é o mecanismo exato”, antevendo “o possível desenvolvimento de resistência”.

“A resistência é um dos fenómenos mais frequentes na resposta ao tratamento do cancro, queremos descobrir como é que as células podem escapar a isso e, desse modo, pensar já noutras alternativas para o tratamento da leucemia”, disse.

Para o investigador, “o interessante deste trabalho foi precisamente mostrar que o recetor TCR tinha uma função inesperada”.

“Os investigadores tinham indícios de que a estimulação deste recetor até favorecia a leucemia, ou seja, ela proliferava ainda mais. Mas não é o caso, nós demonstramos aqui que tem uma função precisamente antagónica. O aspeto mais inovador foi determinarmos que o TCR é o chamado ‘ponto fraco’ ou o ‘Calcanhar de Aquiles’ desta leucemia e que pode ser explorado como terapia”.

Nuno Rodrigues dos Santos é investigador principal no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) desde Março de 2016. Em 2008 iniciou o seu laboratório no Centro de Investigação em Biomedicina (CBMR) na Universidade do Algarve, onde foram realizadas as experiências agora publicadas.

Iniciativa APCOI
Aumentar consumo de fruta é a meta da iniciativa "Heróis da Fruta" que registou subida de 42% em edição anterior.

A ingestão diária de pelo menos três porções de fruta é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), porque a fruta contém vitaminas e minerais insubstituíveis por outros alimentos. Contudo, a realidade nacional é bem diferente, 7 em cada 10 crianças portuguesas não comem essa quantidade por dia. O consumo de fruta abaixo destas recomendações provoca carências nutricionais com efeitos muito negativos para a saúde: diminui os níveis de energia, de concentração, de aprendizagem e das defesas do organismo, tornando as crianças mais sujeitas a doenças como a obesidade ou a diabetes tipo 2, logo desde a infância. As conclusões são do estudo da Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI) que analisou uma amostra de 18 mil crianças, em idade escolar, entre os 2 e os 12 anos, representativa das sete unidades territoriais portuguesas (NUTS II).

Os resultados do estudo da APCOI por região são ainda mais alarmantes: as crianças dos Açores foram as que apresentaram a maior percentagem de consumo de fruta abaixo das recomendações com 83,6%, comparativamente às restantes regiões portuguesas. No ranking regional dos alunos que comem menos fruta na dose certa seguem-se a Madeira com 79,9%, o Alentejo com 77,4%, a região Centro e a região Norte, ambas com 74,2% e o Algarve com 73,6%. Lisboa e Vale do Tejo foi a região que registou a menor percentagem de crianças que ingerem fruta abaixo das recomendações, apesar de ainda assim ser um valor demasiado elevado: 72,4%.

Foi precisamente para lutar contra este grave problema de saúde pública que a APCOI lançou às escolas uma iniciativa que promove o combate à má nutrição das crianças a que chamou projeto «Heróis da Fruta - Lanche Escolar Saudável».

Para Mário Silva, presidente e fundador da APCOI «O projeto heróis da fruta foi criado para ser uma ferramenta de reeducação alimentar e de educação para a saúde para intervir no contexto escolar e incentivar a ingestão de fruta e outros alimentos saudáveis nas refeições das crianças. Trata-se de um modelo pedagógico chave-na-mão que qualquer estabelecimento de ensino poderá colocar em prática de forma muito simples e gratuita».

Após efetuar a inscrição, as escolas recebem acesso aos materiais pedagógicos, sem qualquer custo. Mário Silva afirmou ainda que «os resultados das edições anteriores comprovam que a aplicação do modelo pedagógico dos heróis da fruta aumenta o consumo de fruta no lanche escolar das crianças que nele participam».

Segundo os resultados do estudo, os investigadores da APCOI, verificaram que 1 em cada 4 crianças que integraram o programa motivacional «Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável» aumentaram o seu consumo diário de fruta, em apenas 12 semanas. As conclusões a nível regional colocam a Madeira no topo do ranking com 62,3% de aumento de consumo de fruta nos alunos participantes. As regiões seguintes que registaram maior aumento de ingestão diária de fruta foram o Alentejo com 47,5%, seguido da região Norte e dos Açores ambos com 43,1%, a região Centro com 42,4%, Lisboa e Vale do tejo com 41,5% e em último lugar a região do Algarve com 39,5%.

Depois do sucesso das edições anteriores, a APCOI pretende estender no ano letivo 2016/2017, a adesão ao projeto «Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável» a todos os jardins de infância e escolas de 1º ciclo, de todas as regiões do país. As inscrições para a 6ª edição desta que é já considerada a maior iniciativa gratuita de educação para a saúde em Portugal já estão abertas e prolongam-se até 14 de outubro de 2016. 

Demência
A estabilização do número de casos de Alzheimer e a queda no número de novos doentes nos países desenvolvidos lançam luzes de...

A tendência, inesperada num contexto de previsões alarmistas, é observada particularmente para a taxa de novos casos na Europa Ocidental e nos Estados Unidos, segundo estudos recentes.

A baixa incidência (taxa de novos casos) da doença de Alzheimer e de tipos de demências semelhantes em pessoas maiores de 65 anos é "uma tendência nítida", afirma o epidemiologista Philippe Amouyel, do Instituto Pasteur-CHRU, em Lille, no norte da França.

A notícia é avançada pela agência de notícias France Presse. A quantidade total de casos deverá aumentar, mas tendo em conta a quantidade maior de pessoas que vivem mais tempo graças ao aumento da esperança média de vida. "Limitámos o fluxo, mas sem conseguir detê-lo", afirma David Reynolds, da associação britânica Alzheimer's Research UK (Aruk).

Os custos económicos e sociais das demências atingem os 818 mil milhões de dólares e é um valor que não está a diminuir, segundo o relatório de 2015 dos especialistas da federação Alzheimer Disease International (ADI).

Vinculado ao envelhecimento, a Doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência, sendo responsável por 60% a 70% dos casos. A demência vascular é a segunda causa. No entanto, a associação entre as duas doenças é comum, de acordo com especialistas.

A doença de Alzheimer leva a uma deterioração da memória e de outras faculdades intelectuais e, progressivamente, a uma perda de autonomia. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), há cerca de 47,5 milhões de pessoas com demências em todo o mundo e 7,7 milhões de novos casos todos os anos, ou seja um a cada quatro segundos.

O Reino Unido, um dos países analisados no estudo (que também incluiu Espanha, Suécia, Holanda, entre outros), registou uma queda de 20% na taxa de incidência global da demência nas últimas duas décadas. Segundo um estudo publicado em abril na revista científica Nature Communications, o país contava com 209.000 casos novos em 2015, muito abaixo dos 251.000 apontados em previsões de 1991.

Mais de 100 anos depois da identificação da Doença de Alzheimer, ainda não existe um tratamento que permita curá-lo ou travar a sua evolução.

As causas da doença, que implica o aparecimento de proteínas anormais no cérebro, continuam a ser objeto de debate. Estudos recentes sugeriram que a poluição pode ser um dos responsáveis pela doença. Entre as hipóteses que podem explicar a estabilização da taxa de novos casos de demência está uma melhoria no índice de qualidade de vida e educação, assim como uma redução dos riscos cardiovasculares devido ao avanço de tratamentos para a hipertensão e colesterol alto.

"Qualquer coisa que ajuda a reduzir o risco cardiovascular parece ser benéfica, como a atividade física, uma alimentação saudável nos moldes da dieta mediterrânea e não fumar", resume Amouyel.

Além disso, de acordo com alguns estudos, tudo o que faz o cérebro trabalhar, como estudos superiores ou atividades como palavras cruzadas, sudoku, leitura, jardinagem, trabalhos manuais, assim como o facto de não viver isolado contribuem para reduzir o risco de demência.

Por outro lado, outras doenças podem inverter a tendência, como a progressão da diabetes, a obesidade e o sedentarismo, alertam especialistas dias antes do Dia Mundial do Alzheimer, esta quarta-feira (21/09).

O número de casos de demência pode atingir os 75,6 milhões em 2030 e os 135 milhões em 2050.

 

Estudo
A expansão das chamadas superbactérias, resistentes a todos os tratamentos médicos existentes, pode desencadear uma crise...

A resistência antimicrobiana está a aumentar e, no futuro, muitas doenças infecciosas poderão não ser tratadas, o que implicará custos avultados para os Estados e o aumento do número de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza. Esse problema, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), pode representar um custo de até 100 mil biliões de doláres em 2050.

"Devemos saber que, a não ser que seja enfrentado rapidamente e com seriedade, o problema da resistência aos antibióticos terá consequências desastrosas para a saúde humana e animal, para a produção de alimentos e para a economia global", adverte a diretora-geral da OMS, Margaret Chan.

Intitulado "Doenças resistentes aos medicamentos: uma ameaça para nosso futuro económico", o relatório analisa o que pode acontecer caso os antibióticos e outros remédios antimicrobianos deixarem de surtir efeito. A propagação das doenças levaria cerca de 28 milhões de pessoas à pobreza extrema até 2050, especialmente nos países em desenvolvimento, indica o relatório.

"O mundo mostra uma tendência de redução da pobreza extrema até 2030, aproximando-se da meta de menos de 3% da população nessa situação. Mas a resistência aos antibióticos põe em risco esse objetivo", acrescenta.

Por outro lado, os países de menor rendimento podem perder mais de 5% do seu Produto Interno Bruto (PIB) até 2050.

Esta questão será abordada esta semana numa sessão especial na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque. "A dimensão e a natureza desta ameaça poderia levar-nos a um retrocesso nos êxitos alcançados no desenvolvimento e poderiam afastar-nos dos nossos objetivos de erradicar a pobreza extrema", ressaltou o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim.

Relatório
As interrupções de gravidez por opção da mulher continuaram a diminuir em 2015, que registou o número mais baixo desde 2008,...

O aborto por opção da mulher até às dez semanas representa a esmagadora maioria (96,5%) de todas as interrupções de gravidez feitas no ano passado.

O relatório com os registos de interrupção da gravidez está disponibilizado no micro site “Saúde Sexual e Reprodutiva” da Direção-geral da Saúde e os dados tinham sido hoje avançados pelo Jornal de Notícias.

Quanto ao aborto por opção da mulher, diminuiu 1,9% entre 2014 e 2015, tendo sido feitas 15.873 interrupções por decisão da grávida.

Trata-se do número mais baixo desde 2008, primeiro ano completo desde que entrou em vigor a lei que despenalizou o aborto até 10 semanas de gravidez.

Entre 2008 e 2011 houve uma tendência de subida das interrupções, que começaram a descer a partir de 2012, com um decréscimo acentuado de 6,6% nesse ano. Também de 2013 para 2014 se verificou outra descida significativa, de 8,7%.

Em relação aos dados do ano passado, o relatório mostra que metade das mulheres que abortaram por opção referiram ter um ou dois filhos, sendo que 42,3% ainda não era mãe, dados semelhantes aos verificados em anos anteriores.

Quanto a interrupções de gravidez anteriores, 70% das mulheres que decidiram abortar em 2015 nunca tinha realizado qualquer outro aborto, 21% já tinham feito uma intervenção, quase 6% tinha feito duas e 2,5% já tinham realizado três ou mais.

O documento da DGS exibe ainda que mais de sete em cada 10 abortos foram feitos em unidades oficias do Serviço Nacional de Saúde.

Açores
Uma análise de rotina ao sistema de águas do hospital da Horta, na ilha do Faial, Açores, detetou a presença de ‘legionella’ na...

Fátima Pinto disse à agência Lusa que “não se trata de um surto” de ‘legionella’, na medida em que “nenhum doente foi infetado”, adiantando terem já sido realizadas desinfeções ao sistema de água, para evitar que pacientes ou profissionais de saúde possam vir a ser infetados.

“Não é um surto de ‘legionella’. Um surto tem a ver com a infeção de vários doentes, coisa que não tivemos. É apenas e só uma contaminação das águas do hospital da Horta, no edifício velho”, esclareceu a profissional de saúde.

A ‘legionella’ é uma bactéria que, quando inalada, pode provocar infeções respiratórias graves, e até mesmo a morte, como aconteceu, em novembro de 2014, em Vila Franca de Xira, onde foram infetadas 400 pessoas, 12 das quais acabaram por morrer.

A diretora clínica em funções do hospital da Horta considerou que o caso agora detetado “não é grave” e garantiu que já foram tomadas “as medidas de precaução adequadas”, para evitar que os doentes estejam expostos à bactéria.

“Evitaram-se os banhos. Os doentes passaram a tomar banho no bloco novo e houve uma preocupação no sentido de evitar que os doentes estejam expostos a vapores ou a nebulizações que possam ter água das torneiras”, declarou Fátima Pinto.

O conselho de administração do hospital da Horta tem estado em contacto com a Direção-Geral da Saúde e divulgou, entretanto, um comunicado interno a alertar para os procedimentos a adotar nestes casos.

Para hoje está prevista a chegada à ilha de uma equipa de técnicos para proceder à recolha de amostras na canalização do hospital para posterior análise em laboratório.

Só dentro de 12 dias, quando os resultados forem conhecidos, é que a administração da unidade de saúde saberá se o problema está ou não ultrapassado.

DGS autoriza sob condições
A dádiva de sangue por parte de homossexuais e bissexuais vai passar a ser permitida, embora condicionada a um período de...

Estas novas regras vêm pôr fim à proibição total de homens que têm sexo com homens (HSH) - homossexuais e bissexuais - poderem dar sangue, passando aquilo que é hoje considerado como “critério de suspensão definitiva” para “critério de suspensão temporária”.

Na prática, os HSH passam a poder ser dadores de sangue, estando sujeitos à aplicação de um período de suspensão temporária de 12 meses após o último contacto sexual, com avaliação analítica posterior.

O mesmo período de suspensão (um ano) é aplicado a todos os dadores que tenham tido relações sexuais com trabalhadores do sexo e utilizadores de droga.

Estes grupos são descritos como “subpopulações com risco infeccioso acrescido para agentes transmissíveis pelo sangue”, precisamente por serem considerados “subpopulações com elevada prevalência de infeção”.

A norma, publicada na página da DGS, vem também estabelecer um período de suspensão de 12 meses após o último contacto sexual para pessoas que tenham tido parceiros portadores de infeção por VIH, hepatite B e hepatite C.

Na mesma situação estão todos aqueles que tenham tido contacto sexual (em Portugal ou no estrangeiro) com pessoas originárias de países com epidemia generalizada de infeção por VIH, de que são exemplo vários países africanos, entre os quais os lusófonos Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.

Já os homens e mulheres que tenham um novo parceiro sexual têm que esperar seis meses para serem avaliados quanto à possibilidade de darem sangue.

Mantêm-se “suspensos definitivamente”, ou seja, proibidos de dar sangue, todos os trabalhadores do sexo e utilizadores de drogas, por estarem “expostos a um elevado risco infeccioso”.

O documento sustenta que sendo os períodos de suspensão determinados pelo risco de transmissão associado aos comportamentos e havendo “poucos dados disponíveis sobre o risco infeccioso nos indivíduos que descontinuam” aqueles comportamentos, “a eliminação da suspensão não é suportada pela evidência científica e poderia introduzir um risco inaceitável”.

A NOC sobre “Comportamentos de Risco com Impacte na Segurança do Sangue e na Gestão de Dadores: Critérios de Inclusão e Exclusão de Dadores por Comportamento Sexual” foi emitida pela DGS sob proposta conjunta do Departamento da Qualidade na Saúde, do Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA, do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) e da Ordem dos Médicos.

O fim da proibição da dádiva de sangue por homossexuais e bissexuais já havia sido recomendada por um grupo de trabalho do IPST e aceite pelo Ministério da Saúde, em agosto de 2015.

Na altura, as recomendações apontavam para a possibilidade de os HSH poderem dar sangue ficando sujeitos à aplicação de um período de suspensão temporária que poderia ser de seis ou 12 meses.

O documento considerava que deveria “ser garantida a não discriminação dos dadores”, assumindo também como prioritário a garantia da segurança da transfusão.

Idade é o principal fator de risco
Cinquenta a setenta por cento dos portugueses com demência sofrem de Alzheimer, disse à agência Lusa a responsável pela...

"O número de portugueses [cerca de 160 mil] com demência é uma estimativa adaptada às características da nossa população, com base em estudos efetuados para os países da Europa do sul", precisou a médica Isabel Santana.

A neurologista coordena a exposição científica sobre aquela patologia que é inaugurada na quarta-feira em Coimbra, no Museu Machado de Castro, intitulada "Desenhar o tempo", que se insere nas comemorações do Dia Mundial da Doença de Alzheimer.

A mostra, que vai estar patente até 31 de outubro, retrata a forma como "se desenha o tempo na demência" e pretende, segundo Isabel Santana, "apenas sensibilizar as pessoas para a doença e nada mais".

Trata-se de uma experiência cognitiva e gráfica que permite compreender o funcionamento do cérebro humano e conhecer as suas fragilidades, de forma a sensibilizar para a importância do diagnóstico precoce da demência e da doença de Alzheimer.

"Esta exposição é dedicada ao Teste do Desenho do Relógio (TDR), um dos testes cognitivos mais populares tanto na deteção como no acompanhamento da evolução de doentes de Alzheimer", explica a neurologista do CHUC.

Os avanços alcançados no diagnóstico cada vez mais precoce têm sido acompanhados pela inovação em fármacos com potencial de prevenção, que podem retardar o aparecimento de sintomas e a progressão da doença.

A exposição "Desenhar o tempo" é promovida pelo Museu Machado de Castro em colaboração com a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer.

Em comunicado, os organizadores explicam que a "representação do tempo através de um relógio envolve a ativação de várias regiões cerebrais e a colaboração de múltiplas funções cognitivas (visuais, abstração, conhecimento dos números, capacidades de organização e de execução...), que se vão perdendo progressivamente nas demências".

O teste do desenho do relógio é um instrumento neuropsicológico breve e ecológico que reflete a evolução da doença, mas que também tem sensibilidade para revelar os benefícios e reconquistas das novas estratégias de intervenção.

"A utilização desta prova na prática clínica implicou a realização de estudos na comunidade que permitiram definir objetivamente os padrões de normalidade de acordo com a idade e a escolaridade e caracterizar os erros mais frequentes nas diversas formas de demência", lê-se no documento.

Os promotores da exposição consideram que o envelhecimento ativo, baseado em programas que associam atividade física e estimulação cognitiva, é uma estratégia preventiva "com eficácia comprovada, que deve ser implementada na comunidade".

Segundo a neurologista Isabel Santana, a idade é o principal fator de risco da doença de Alzheimer, cuja prevalência em Portugal é semelhante à dos restantes países europeus.

Dados DGS
Metade das causas de doença e de morte em Portugal têm relação direta com a alimentação, segundo a Direção-geral da Saúde, que...

Na conferência sobre o Plano Nacional da Saúde que hoje decorreu em Loures, o diretor-geral da Saúde avisou que quase metade dos portugueses adultos tem hipertensão, sendo o consumo de sal uma das principais causas para aquela doença crónica.

“Pelo menos metade das causas de doença e de morte têm relação direta com a alimentação, sobretudo com o excesso de sal, mas também o excesso de calorias, as gorduras de fabrico industrial e o açúcar”, afirmou Francisco George em declarações aos jornalistas.

Um dos objetivos centrais do atual Plano Nacional de Saúde é diminuição da mortalidade precoce (antes dos 70).

Portugal quer ainda aumentar em 30% a esperança de vida saudável aos 65 anos em 2020, assumindo como fundamental ter programas que intervenham no grupo etário dos 50 a 60 anos.

Traçada como uma das metas do atual Plano Nacional de Saúde, o aumento da esperança de vida saudável aos 65 anos passaria nos homens a ser de 12,9 anos e de 11,7 anos nas mulheres.

Atualmente, embora as mulheres tenham maior esperança média de vida, registam valores inferiores no que respeita à esperança de vida saudável. Ou seja, vivem mais que os homens, mas com menos qualidade a partir da terceira idade.

O aumento da esperança média de vida saudável e a diminuição da mortalidade precoce (antes dos 70) são duas das quatro grandes metades definidas no Plano, que contempla ainda objetivos mais dirigidos às gerações mais jovens.

Um deles é a redução da prevalência do consumo de tabaco na população com mais de 15 anos e a eliminação ao fumo ambiental, enquanto o outro é o controlo da obesidade na população infantil para que não aumente em relação aos valores atuais.

Segundo a Direção-geral da Saúde (DGS), as melhorias de vários indicadores de saúde, que se registaram até 2008, desaceleraram a partir dessa data e até 2012, coincidindo com o período de crise, o que pode dificultar algumas metas previstas no Plano Nacional de Saúde.

O coordenador do Plano, Rui Portugal, explicou aos jornalistas que, no período de crise e de assistência financeira, os indicadores foram evoluindo, mas o ritmo de melhoria foi menor do que nos anos anteriores.

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