Petição
O Movimento Filhos sem Voz, que integra pais de crianças portadoras de deficiência, entrega, na sexta-feira, na Assembleia da...

O Movimento contesta que “as crianças portadoras de deficiência sejam deixadas de fora “ dos programas que permitem atribuir um “assistente pessoal” a deficientes maiores de 16 anos e reclama que “seja criado o estatuto de pais cuidadores”, disse a porta-voz do Movimento Filhos sem Voz, Conceição Lourenço.

Criado há cerca de um mês por Carlos e Conceição Lourenço, pais de uma criança com multideficiência residente no concelho de Óbidos, o Movimento reuniu “assinaturas de mais de uma centena de pais de crianças portadoras de deficiência” que na sexta-feira se reúnem com os deputados Jorge Falcato e José Soeiro, da Comissão de Trabalho e Segurança Social, para apresentar “uma proposta para que sejam ouvidos os nossos argumentos e que seja criado esse estatuto”, explicou a porta-voz.

De acordo com Conceição Lourenço, “a partir de janeiro do próximo ano todas as pessoas portadoras de deficiência acima dos 60% de incapacidade vão ter direito a um assistente pessoal através do projeto-piloto CAVI (Centro de Apoio a Vida Independente), mas esse projeto é apenas para pessoas acima dos 16 anos”, deixando de fora as crianças, tal como acontece com a “prestação social de inserção que só é atribuída a partir dos 18 anos”.

“Uma injustiça”, consideram os pais de crianças que “na maioria das vezes têm que abdicar da profissão para cuidar dos filhos com necessidades especiais às quais os centros e as escolas não dão respostas”, sublinhou.

O estatuto de assistente pessoal, a que se podem candidatar pessoas fora do seio familiar, prevê “o pagamento de uma remuneração na ordem dos 900 euros”, mas, o apoio do Estado “para o apoio familiar prestado pelos pais é de 100 euros”, afirmou a porta-voz do Movimento que reclama “direitos equiparados” para os progenitores de crianças com deficiência.

“A deficiência não mete férias, nem tem horários”, sustentou, lembrando que “nas férias escolares as crianças não têm fisioterapia nem onde ficar”, obrigando a que os pais “assumam esse papel que na maioria das vezes lhes custa os empregos, porque os empregadores não aceitam que os pais tenham que faltar para cuidar dos filhos”.

Além de exigir ser ouvido pela Comissão Parlamentar, o Movimento vá entregar na sexta-feira “uma petição que pede que seja disseminada por todos os grupos parlamentares com os quais não há condições financeiras nem logísticas de reunir”.

A petição, que para já é assinada apenas por país de crianças com deficiência, será depois deste encontro aberta a toda a população que queira lutar com o Movimento por direitos “importantes para todas as pessoas, porque todas podem estar algum dia nesta situação”, frisou Conceição Lourenço.

O Movimento, que criou na rede social Facebook uma página fechada está ainda “a recolher dados sobre o grau de incapacidade e as patologias das crianças deficientes em Portugal “para se perceber a dimensão deste problema”, disse.

Após a entrega da petição aos deputados, às 10:30, os pais do Movimento promovem, cerca de uma hora mais tarde, um encontro em frente à Assembleia da República, o qual deverá contar com “a participação de algumas crianças para que todos percebam melhor as dificuldades com que se debatem”, afirmou ainda Conceição Lourenço.

Legionella
O Governo vai criar sanções e regras mais apertadas no controlo da qualidade do ar interior dos edifícios e nas torres de...

O ministro do Ambiente falava na audição conjunta nas comissões do Orçamento e Finanças, de Economia, Inovação e Obras Públicas e de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, no âmbito da apreciação, na especialidade, da proposta de Orçamento do Estado para 2018.

De acordo com o ministro, o Governo está a trabalhar neste “vazio legal no que diz respeito ao licenciamento e às exigências para as torres de refrigeração”, depois da decisão do Ministério Público de não acusar responsáveis no caso de ‘legionella’ em Vila Franca de Xira.

Segundo João Matos Fernandes, trata-se de impor, por exemplo, regras acerca de concentrações mínimas de biocidas (como por exemplo o cloro) que têm de estar nos tanques de água utilizada para a refrigeração dos edifícios.

Outra área “tem a ver com contrariar uma decisão do Governo anterior, que simplificou excessivamente aquilo que são as regras para a qualidade do ar interior”, considerou o ministro.

Matos Fernandes admitiu que as regras do Governo PSD/CDS-PP até são mais exigentes em relação à qualidade do ar interior, só que “não lhe associa nenhum regime sancionatório e não impõe qualquer regra de auditoria”.

“Tem que haver auditorias periódicas, tal como esse mesmo decreto-lei as impõe para a eficiência energética dos edifícios” a cada seis anos, salientou.

“Estamos a trabalhar com o objetivo de que essas auditorias voltarão a existir e, de acordo com a tipologia, a dimensão e o uso dos edifícios, elas poderão vir a ter até períodos mais curtos do que o de seis anos”, afirmou.

O ministro adiantou ainda que as duas alterações devem estar prontas para serem aprovadas no início de 2018.

Um surto de ‘legionella’ foi detetado no sábado no Hospital São Francisco Xavier, estando confirmados 38 casos, com dois óbitos e cinco doentes internados nos cuidados intensivos.

A ‘legionella’ é uma bactéria responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até 10 dias.

A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

Em novembro de 2014, o concelho de Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, foi afetado por um surto de 'legionella', que causou 12 mortes e infetou 375 pessoas com a bactéria.

Incêndios
A Administração Regional de Saúde do Centro anunciou a reformulação do seu grupo de crise, criado em junho, passando a...

Em nota de imprensa, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) informa que o novo organismo inclui responsáveis dos seis agrupamentos de centros de saúde da região, das unidades locais de saúde e dos centros hospitalares e que, na primeira reunião, realizada em Coimbra, "refletiu sobre a necessidade de uma maior coordenação dos meios existentes no terreno para evitar duplicação de recursos e de intervenções".

O alargamento do grupo de crise "surge na sequência da experiência adquirida pelas entidades responsáveis pela prestação de cuidados de saúde com a vaga de incêndios de junho e de outubro na região Centro", adianta.

Na nota, José Tereso, presidente da ARSC, afirma que o novo grupo de crise, que abrange toda a região Centro, "contribui para a otimização dos recursos" ali instalados e destaca a importância da experiência adquirida pelas entidades de saúde "perante uma realidade trágica e muito exigente em matéria de cuidados assistenciais".

José Tereso defende a necessidade de se "prosseguir a dinâmica assistencial de proximidade com as populações, utilizando os recursos existentes a nível de cuidados de saúde primários em articulação com os hospitais, valorizando a intervenção das unidades de saúde mental comunitárias" e sublinha a importância da articulação de cuidados ser feita "diretamente" com as Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia.

Ordem dos Nutricionistas e PAN
A bastonária da Ordem dos Nutricionistas e o deputado do PAN André Silva defenderam hoje que o Estado tem de apostar na...

Alexandra Bento e André Silva visitaram hoje a Escola Básica 2,3 Professor Delfim Santos, em Lisboa, para observar a qualidade das refeições e alertar para a importância da educação alimentar durante a infância e para a promoção de hábitos alimentares saudáveis.

A má qualidade e pouca quantidade das refeições escolares têm sido denunciadas através de fotografias divulgadas por pais e encarregados de educação, que apresentaram cerca de 70 queixas à Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares (DGEstE)

“Há problemas alimentares nas escolas”, mas “numa dimensão muito diversa”, que passa pelas cantinas, pelos bares, pelas máquinas de venda automática e chega mesmo ao que as crianças levam nas lancheiras, disse a bastonária.

Na sua opinião, “dizer-se que é só nas cantinas” ou que a situação se deve “ao binómio administração direta/concessão das refeições” é tratar “o problema de uma maneira muito leve”.

Para Alexandra Bento, a base do sistema deve assentar em regras, que devem ser revisitadas periodicamente e supervisionadas, e na presença de nutricionistas nas escolas para acompanhar a alimentação das crianças.

Esta posição também foi defendida por André Silva, do PAN, que alertou para a necessidade de ser o Estado a fiscalizar a qualidade da alimentação nas escolas.

“O que temos concluído ao longo do tempo e que vimos confirmar é que há uma clara falta de fiscalização por parte do Estado relativamente à qualidade nutricional e ao equilíbrio das refeições escolares que são disponibilizadas”, disse o deputado do partido Pessoas-Animais-Natureza.

Para André Silva, o “grande problema” reside no facto de serem as próprias empresas que distribuem a comida a fazerem a fiscalização.

“Não há, por parte do Estado, quem faça essa fiscalização” e as queixas dos pais são “fruto de deixarmos nas mãos das empresas não só a confeção da comida, mas acima de tudo a fiscalização”, criticou.

Por outro lado, defendeu, são precisos mais nutricionistas na escola pública e no Serviço Nacional de Saúde para “garantir um melhor equilíbrio nutricional”, uma medida que, a longo prazo, “vai retirar pressão” ao SNS.

“Enquanto não mudarmos a forma como fazemos as refeições, os critérios de atribuição de concessão da elaboração das refeições e, principalmente, enquanto não houver fiscalização por parte do Estado, que não a tem feito, este problema vai persistir”, rematou

Contactado pela Lusa, o Ministério da Educação explicou que este ano foi iniciado um novo período de contratualização, por três anos, com as empresas prestadoras de serviços em refeitórios escolares.

“É aceitável que exista um tempo de ajustes do serviço, e tendo em conta, acima de tudo, que são servidos cerca de meio milhão de refeições diárias nas escolas públicas de todo o país”, refere.

O ministério salientou, no entanto, que a DGEstE “segue atentamente todas as queixas reportadas, analisando e intervindo efetivamente junto das empresas fornecedoras de forma à imediata regularização dos casos sinalizados”.

No final da visita, Alexandra Bento e André Silva disseram à agência Lusa que esta escola “é um bom exemplo” nesta matéria, ao contrário de uma escola do mesmo agrupamento que visitaram em setembro.

Polícia de Segurança Pública
A PSP encontrou 29 cães de várias raças “fechados num espaço exíguo, no interior de um pequeno apartamento”, na freguesia de...

“Entre outras coisas verificou-se a presença de vinte e nove canídeos, de várias raças, portes e idades fechados num espaço exíguo, no interior de um pequeno apartamento de onde nem sequer saíam e onde comiam e faziam as respetivas necessidades", indica o Comando Metropolitano da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Lisboa (Cometlis), em comunicado.

Segundo a polícia, “aquelas condições degradantes, além de prejudiciais para os animais, punham em causa a saúde dos restantes moradores do prédio dado o acumular de dejetos dos animais”.

Polícias da Divisão de Investigação Criminal deslocaram-se na manhã de terça-feira ao prédio, para cumprimento de mandado de busca e apreensão domiciliária, “por haver suspeitas do cometimento do crime de maus tratos a animais de companhia”.

O comunicado acrescenta que, após várias diligências investigatórias, a polícia apurou que "poderia existir uma quantidade muito significativa de animais (canídeos), eventualmente maltratados".

“Na sequência destas diligências e dotados do respetivo mandado de busca e apreensão para a residência em causa, polícias da Divisão de Investigação Criminal deram cumprimento àquela diligência processual que permitiu confirmar os maus tratos, nomeadamente no que diz respeito às condições em que os animais viviam”, sublinha o Cometlis.

Os animais foram apreendidos e encaminhados para o canil de Lisboa.

Durante a realização da diligência processual estiveram presentes o Projeto Defesa Animal, do Cometlis da PSP, a Casa Animal da Câmara Municipal de Lisboa, representantes da junta de freguesia local e Autoridade de Saúde.

ASAE
A ASAE instaurou 45 processos de contraordenação e determinou a suspensão da atividade a oito padarias no âmbito de uma...

Em comunicado, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) adianta que foi determinada a suspensão da atividade a oito padarias por incumprimento dos requisitos gerais e específicos de higiene, inobservância dos requisitos das cozinhas e zonas de fabrico e por falta de inspeção periódica à instalação de gás.

A ASAE sublinha que, no total, foram inspecionados 160 operadores económicos, tendo sido instaurados 45 processos de contraordenação.

Aquele órgão de polícia criminal destaca como principais infrações detetadas o incumprimento dos requisitos gerais e específicos de higiene, a falta de requisitos das cozinhas e zonas de fabrico, a falta de mera comunicação prévia e o incumprimento dos requisitos exigidos relativos à rotulagem.

Durante a ação de fiscalização, a ASAE apreendeu ainda um instrumento de pesagem por falta de controlo metrológico no valor de 150 euros.

A operação da ASAE realizou-se na última semana de outubro em todo o país e foi direcionada para a verificação das condições e requisitos obrigatórios no setor da panificação.

Alimentação Saudável
Hoje em dia, o mercado oferece-nos um leque variado de produtos alimentares.
Casal às compras no supermercado

Muitas vezes, preocupamo-nos em adquirir produtos alimentares com alegações nutricionais como “light”, “baixo em calorias”, “0% açúcares” ou até mesmo “sem glúten”, mas esquecemo-nos de analisar o que realmente faz parte da composição do alimento (lista de ingredientes) e o seu valor nutricional.

É importante conhecer o que estamos a adquirir para a nossa dispensa e consequentemente, a introduzir na nossa alimentação. Para isso, precisamos de aprender a interpretar os rótulos alimentares! E, quando, falamos em rótulos, não se aplica apenas à tabela nutricional, mas sim também à lista de ingredientes. Nesta lista encontram-se mencionados todos os ingredientes que constituem o produto alimentar.

Sabia que a lista de ingredientes está organizada por ordem decrescente? É verdade! O primeiro ingrediente que surge é o que se encontra em maior quantidade no produto alimentar, ou seja, é o ingrediente principal. Deste modo, devemos excluir alimentos em que o açúcar, as gorduras ou o sal sejam os primeiros ingredientes, pois estarão presentes em grande quantidade no produto alimentar.

É necessário sabermos também que, muitas vezes, o açúcar, bem como a gordura, surgem na lista de ingredientes “camuflados” com outras designações. Por exemplo, o açúcar pode aparecer como açúcar invertido, açúcar mascavado, frutose, glucose, glicose, dextrose, mel, maltose, xarope de milho, xarope de glicose, sacarose, entre outros. Já as gorduras, adquirem denominações como ácidos gordos, gordura vegetal, gordura vegetal hidrogenada ou parcialmente hidrogenada, margarina, manteiga, óleo de coco, óleo de palma, manteiga de cacau, entre outros.

Assim, em primeiro lugar tenha em atenção os ingredientes que compõem o alimento que deseja comprar. Opte por alimentos com uma menor lista de ingredientes – quanto menor for esta, menos processado será o produto.

Vamos aprender então a ver rótulos? Que tal experimentar com um alimento, que nós portugueses, tanto gostamos de ter na mesa? O pão! Isso mesmo! Já experimentou alguma vez confecionar pão em casa? São necessários apenas 4 ingredientes: farinha, água, fermento e sal.

Alguma vez reparou na lista de ingredientes do pão que tem em casa? Atualmente, são muitas as ofertas no mercado. Contudo, atenção: quantidade não é sinónimo de qualidade. Muitos dos pães que hoje encontramos no supermercado onde fazemos as compras, têm uma lista de ingredientes que vai muito para além daqueles quatro ingredientes necessários.

Vamos observar um rótulo à lupa?? 

Ora, falámos em farinha, água, fermento e sal... No rótulo deste pão, temos açúcar como segundo ingrediente e óleo vegetal de soja como terceiro. Ou seja, o açúcar é o segundo ingrediente que se encontra em maior quantidade, seguido do óleo vegetal de soja, que é uma gordura. E nós, consumidores, pensávamos que estávamos apenas a comprar o tradicional “pão”.

Preocupe-se em ler os rótulos dos alimentos, em conhecer o que realmente compra para a sua dispensa - esta merece estar recheada de produtos saudáveis, menos processados, com menos gorduras e menos açúcares!

Não se esqueça ainda de verificar sempre o prazo de validade e o estado em que a embalagem se encontra. Não adquira embalagens danificadas, produtos com odores desagradáveis ou manchas estranhas.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Especialista defende
O diretor do Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável, Pedro Graça, disse que é necessário simplificar os rótulos...

"Essa simplificação dará uma autonomia e uma capacidade de escolha muito elevada ao cidadão que faz dezenas de escolhas no supermercado, no espaço de uma ou duas horas, e que não tem tempo para ler nem para compreender os rótulos", considerou.

Pedro Graça, professor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP) falava à Lusa a propósito das Jornadas da Comissão de Ética da Universidade do Porto, que decorrem hoje, na reitoria da Universidade do Porto, subordinadas ao tema "Bioética, Consumo e Políticas Alimentares".

Neste evento, Pedro Graça apresenta dados relativos à dificuldade da população em ler e compreender a informação nutricional contida nos rótulos alimentares, situação mais evidente nas pessoas com menor literacia.

"Temos um ambiente em que os produtos saudáveis estão misturados com os não saudáveis e onde a escolha pelo saudável ou é mais cara ou mais difícil", sendo necessário à população ter "muitos conhecimentos" para perceber a diferença, indicou.

Na sua opinião, é preciso continuar a fazer educação "cada vez com mais qualidade" para contornar essa situação, e criar, em paralelo, "ambientes onde as pessoas com poucos conhecimentos tenham à sua disposição produtos maioritariamente saudáveis".

"Se olharmos para a prevalência da hipertensão na população adulta ocidental, nomeadamente por diferentes níveis de escolaridade, observamos que naquelas que frequentaram o Ensino Superior esta ronda os 25%, enquanto na população menos escolarizada ou sem qualquer escolaridade sobe para os 45%", referiu.

Pedro Graça considera que, além da educação de maior qualidade, é necessário adotar outras medidas como a taxação dos produtos menos saudáveis (com elevada quantidade de sal, por exemplo), tornando-os mais inacessíveis e incentivando a indústria a reformulá-los.

De acordo com o professor, esta medida pode ser encarada como uma limitação à liberdade na escolha dos alimentos. Contudo, é uma garantia que as pessoas que tenham menos capacidade de fazer de escolhas possam, com pouco esforço, ter acesso a alimentos saudáveis.

O intuito é "pagar mais por produtos de pior qualidade" e que esses "tendam naturalmente a desaparecer das prateleiras dos supermercados", avançou.

Pedro Graça referiu-se ainda à obesidade - presente em 11% da população adulta masculina -, na hipertensão e na diabetes, que atingem 20% e 8% da população geral, respetivamente.

Segundo o diretor, estes dados refletem uma sociedade onde a população doente e idosa tende a aumentar enquanto a mais jovem diminui, fazendo com que "os que contribuem para o sistema sejam cada vez menos e os que consomem recursos cada vez mais".

Vacinómetro
Cerca de um milhão de portugueses com 65 ou mais anos já se vacinou contra a gripe, de acordo com os novos dados do Vacinómetro...

Segundo estes indicadores, desde 01 de outubro já se vacinaram contra a gripe sazonal 50,1% dos indivíduos com 65 ou mais anos, 45,6% dos portadores de doença crónica e 33,8% dos profissionais de saúde com contacto direto com doentes.

Foram igualmente vacinados 27,9% dos portugueses com idades entre os 60 e os 64 anos.

Relativamente ao mesmo período da época gripal anterior, regista-se uma taxa de vacinação superior para todos os grupos, “com exceção dos profissionais de saúde, cujos valores se mantêm semelhantes”.

Os autores do Vacinómetro destacam que, entre a população não vacinada, 34,4% tenciona vacinar-se contra a gripe, durante esta época.

Sobre os motivos que levaram à vacinação, a percentagem maior foi por recomendação do médico (57,0%), seguindo-se a iniciativa própria (21,3%), no contexto de uma iniciativa laboral (13,6%) e porque sabem que fazem parte de um grupo de risco para a gripe (5,5%). Por recomendação do farmacêutico foram vacinados 0,5% das pessoas.

A vacinação contra a gripe é fortemente recomendada para os grupos alvo prioritários, entre os quais as pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, os doentes crónicos e imunodeprimidos com seis ou mais meses de idade, as grávidas, os profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados, como por exemplo os lares de idosos.

Lançado em 2009, o Vacinómetro permite monitorizar em tempo real a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

Legionella
O número de casos confirmados de doença dos legionários subiu para 38, com dois óbitos e cinco doentes internados nos cuidados...

O novo boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) indica que a maioria dos casos ocorreu em mulheres (63%) e que os doentes infetados têm a maior parte (68%) idades iguais ou superiores a 70 anos.

Segundo este boletim, relativamente aos dados divulgados na terça-feira, há um novo caso confirmado, que surgiu no dia de hoje.

De acordo com a DGS, o primeiro caso de diagnóstico da doença dos legionários foi confirmado a 31 de outubro. Na passada sexta-feira foram confirmados oito casos, 14 no dia seguinte e quatro no domingo. Na segunda-feira foram confirmados sete casos, na terça-feira três casos e hoje um outro.

Na terça-feira, o ministro da Saúde disse que a origem do foco de ‘legionella’ em Lisboa foi o hospital São Francisco Xavier, considerando que as primeiras evidências apontavam logo para uma emissão dentro do perímetro da unidade hospitalar.

Estas declarações do titular da pasta da Saúde surgiram depois de o presidente dos Serviços de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) ter dito à agência Lusa que as autoridades tinham identificado nas redondezas do São Francisco Xavier pelo menos sete equipamentos potencialmente produtores de aerossóis e por onde poderia também ter começado o surto.

Segundo o responsável, a maior probabilidade é que o surto tivesse tido origem nas instalações do hospital, mas, por precaução, a Administração Regional de Saúde (ARS) e o delegado de saúde fizeram o levantamento dos equipamentos potencialmente geradoras de aerossóis para fazer análises.

A ‘legionella’ é uma bactéria responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até 10 dias.

A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

Conselho Nacional de Saúde
O Conselho Nacional de Saúde classifica como insignificante a verba pública que é aplicada em promoção da saúde e prevenção da...

“É necessário tomar em consideração o investimento em cuidados preventivos. O gasto do Estado em matérias de promoção da saúde e prevenção da doença é insignificante. Gastamos dinheiro, e é necessário em cuidados hospitalares e primários, e muito pouco dinheiro em prevenção e promoção da saúde”, afirmou o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Jorge Simões.

Um estudo sobre os fluxos financeiros do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que hoje é apresentado, indica que os gastos em cuidados preventivos representam pouco mais de um por cento da despesa corrente do SNS (105,5 milhões de euros em 2015).

Jorge Simões admite que seja necessário fazer um estudo mais detalhado daquilo que é gasto no SNS em prevenção da doença, mas adianta que nas rubricas orçamentais oficiais não se detetam outros gastos com promoção da saúde claramente identificados.

A maior fatia da despesa do SNS é utilizada com os cuidados curativos, de reabilitação e continuados, que representavam, em conjunto, cerca de 77,4% das despesas em 2015, correspondendo a um valor de cerca de 7,1 mil milhões de euros.

No estudo sobre os fluxos financeiros no SNS que hoje é apresentado, o Conselho Nacional de Saúde defende ainda que os orçamentos para a saúde deviam ter caráter plurianual, que permitisse maior estabilidade e previsão orçamental.

Concluiu-se ainda que existe uma suborçamentação consecutiva, com os valores da despesa executada a serem, em média, 1,5% superiores face ao orçamento inicial.

Numa análise à informação e dados disponíveis na área da saúde, o Conselho considera que as instituições portuguesas devem melhorar a articulação entre si, nomeadamente nos dados relacionados com a mortalidade, a fim de evitar a duplicação de esforços e gastos.

É ainda recomendado que a produção de informação em saúde integre sempre dados sobre as regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, o que não tem sido prática habitual, e que haja um maior enfoque nos determinantes sociais da saúde, para orientar as intervenções para as causas dos problemas.

O Conselho é um órgão independente e de consulta do Governo e da Assembleia da República, sendo composto por cerca de 30 representantes de vários setores, incluindo as ordens da saúde, como a Ordem dos Médicos, dos Enfermeiros, dos Médicos Dentistas, dos Farmacêuticos, dos Nutricionistas, dos Psicólogos e dos Biólogos.

Relatório
O Estado gasta mais de 600 milhões de euros num ano a pagar a entidades convencionadas para realizarem meios complementares de...

Este dado consta de um estudo elaborado pelo Conselho Nacional de Saúde que é hoje apresentado em Lisboa e onde este órgão de consulta do Governo recomenda que sejam avaliados os serviços que o Serviço Nacional de Saúde pretende internalizar e quais aqueles em que é mais vantajoso recorrer a convenções.

De acordo com os valores oficiais, em 2015 a despesa com entidades convencionadas foi de 383 milhões de euros nos meios complementares de diagnóstico e terapêutica, com as análises clínica a representarem cerca de 40%. No caso da diálise de ambulatório, o valor pago aos convencionados ascendeu a 247 milhões de euros.

Para o Conselho Nacional de Saúde, é necessário que a prestação privada “seja o resultado de uma decisão estudada e não apenas uma resposta casuística perante eventuais omissões no Serviço Nacional de Saúde (SNS), como disse o presidente do Conselho, Jorge Simões.

No estudo sobre os fluxos financeiros no SNS, o Conselho Nacional de Saúde defende ainda que os orçamentos para a saúde deviam ter caráter plurianual, que permitisse maior estabilidade e previsão orçamental.

Concluiu-se também que existe uma suborçamentação consecutiva, com os valores da despesa executada a serem, em média, 1,5% superiores face ao orçamento inicial.

“A despesa não tem sido uma consequência do planeamento em saúde, mas constitui, em regra, um fator exógeno [exterior] ao planeamento”, referem os autores do estudo.

O Conselho Nacional de Saúde defende também a criação de uma cultura de maior transparência na utilização dos fundos públicos e de maior responsabilização pelas opções políticas na saúde, sugerindo a disponibilização sistemática de informação sobre os fluxos financeiros no SNS.

O Conselho é um órgão independente e de consulta do Governo, sendo composto por cerca de 30 representantes de vários setores, incluindo as ordens da saúde, como a Ordem dos Médicos, dos Enfermeiros, dos Médicos Dentistas, dos Farmacêuticos, dos Nutricionistas, dos Psicólogos e dos Biólogos.

Legionella
O corpo de uma das vítimas mortais do surto de 'legionella' no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, foi...

Fonte do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa confirmou que a recolha do corpo foi efetuada quando já estava a decorrer o velório, na Igreja de Santo Condestável, em Campo de Ourique, Lisboa.

“Confirmo essa situação. O DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] de Lisboa ordenou a recolha do corpo para autopsia no Instituto de Medicina Legal”, afirmou.

Segundo a mesma fonte, a situação "foi desconfortável”, mas teve que ser cumprida.

“Dizer que é uma situação muito sensível é pouco e foi difícil de gerir. Foi desconfortável, mas teve de se cumprir. As pessoas estavam desagradadas com a situação, o que é natural, mas não houve problemas de maior”, disse a PSP.

Fonte do Comando Nacional da PSP também confirmou que o corpo foi recolhido durante o velório, explicando que se tratou de cumprir um “procedimento obrigatório”.

O Ministério Público ordenou igualmente a autópsia ao corpo da outra vítima mortal, o que originou que a data das cerimónias fúnebres tivesse de ser alterada, disse fonte da família.

O Ministério Público anunciou ontem que os elementos recolhidos originaram a abertura de um inquérito ao surto de 'legionella' no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, que já causou dois mortos e infetou pelo menos 35 pessoas.

“Os elementos recolhidos deram origem a um inquérito, que se encontra em investigação no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] de Lisboa”, refere o Ministério Público.

Criadores de gado
A Organização Mundial de Saúde recomendou que criadores de gado e indústria alimentar parem de dar antibióticos a animais de...

A nova recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) visa "ajudar a preservar a eficácia dos antibióticos que são importantes para a medicina humana, reduzindo o uso desnecessário em animais", segundo uma nota de imprensa publicada no portal da instituição.

A OMS assinala que a utilização excessiva e indevida de antibióticos em animais e pessoas contribui para a "ameaça crescente da resistência" das bactérias a antibióticos.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, alguns tipos de bactérias que causam infeções graves em humanos "já desenvolveram resistência à maioria ou mesmo a todos os tratamentos disponíveis", havendo "poucas opções promissoras" em termos de terapêuticas alternativas.

Para a OMS, o uso de antibióticos em animais saudáveis só deve ser considerado para prevenir doenças que tenham sido diagnosticadas noutros animais da mesma espécie.

Sempre que possível, deve ser verificado nos animais doentes qual o antibiótico mais eficaz para tratar a infeção.

Em alternativa à utilização de antibióticos em animais, e como medidas de prevenção de doenças, a OMS aconselha, designadamente, o reforço da higiene e da vacinação e mudanças nas práticas de criação de gado.

Apesar da recomendação, o uso de antibióticos para estimular o crescimento de animais para consumo humano já é proibido na União Europeia desde 2006, sendo que algumas cadeias alimentares adotaram a política de fornecer carne sem antibióticos, salientou a OMS.

Legionella
As autoridades de saúde indicaram que o surto de 'legionella' no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, entrou...

Em conferência de imprensa, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, estimou que o surto, que já provocou duas vítimas mortais, esteja a entrar numa fase com menos casos por dia, adiantando que ontem apenas foi confirmado um novo infetado e que outro está em investigação.

Até ao momento, há 35 pessoas infetadas, cinco delas internadas em unidades de cuidados intensivos.

Graça Freitas indicou também que os resultados preliminares de análises colhidas após as medidas corretivas aplicadas no sistema de refrigeração indiciam um efeito positivo dessas medidas.

Também o ministro da Saúde destacou os "bons sinais" de que o surto "terá entrado numa curva descendente".

Adalberto Campos Fernandes considerou que os portugueses "têm condições para confiar no Serviço Nacional de Saúde, que respondeu com grande firmeza e competência".

A diretor-geral da Saúde afirmou também que houve uma “grande capacidade de resposta”, insistindo que “a realidade está a evoluir de forma muito positiva”.

“O número de casos novos está perfeitamente estabilizado. Tudo indica que o surto vai entrar numa fase com menos casos por dia até que se extinguirá. Esperam-se para os próximos dias relativamente poucos casos”, indicou Graças Freitas.

A responsável adiantou que há cinco doentes ainda internados em unidades de cuidados intensivos, que inspiram mais cuidados, mas que apresentam uma situação estável. Quatro deles estão em unidades públicas de saúde e um outro num hospital privado, por opção própria.

Graça Freitas lembrou que os doentes infetados com legionella são geralmente pessoas mais idosas e com várias doenças associadas.

A diretora-geral da Saúde recordou que na sexta-feira o hospital de São Francisco Xavier notificou a DGS sobre o diagnóstico de doença dos legionários, provocada pela legionella, em três doentes. Nesse mesmo dia foi feita análises aos circuitos de águas dos hospitais.

No dia seguinte, sábado, foram aplicadas medidas corretivas, como choque térmico e químico, bem como o encerramento das torres de refrigeração.

No dia seguinte foram colhidas novas amostras de água cujos resultados ainda preliminares apontam para um “efeito positivo das medidas que foram tomadas”.

Conselho Geral e de Supervisão
O Conselho Geral e de Supervisão da ADSE concluiu ontem que a abertura do sistema de saúde a novos beneficiários “terá de ser...

Os 17 membros do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) estiveram reunidos ontem à tarde a avaliar o novo regulamento dos benefícios da ADSE e a atualização das tabelas, depois de, na parte da manhã, terem aprovado por unanimidade um parecer sobre as medidas do Orçamento do Estado para 2018.

Segundo José Abraão, membro do CGS da ADSE e dirigente da Federação Sindical (FESAP), na reunião desta tarde “não houve decisões”, mas ficou expresso “algum consenso de que a abertura da ADSE a novos beneficiários terá de ser feita com muito cuidado”.

“Não pode ser feito um alargamento cego, que ponha em causa a sustentabilidade da ADSE”, defendeu o sindicalista em declarações à Lusa.

Para já, acrescentou José Abraão, os membros do CGS reuniram “consenso” em alargar a ADSE “a quem já é trabalhador da administração pública, nomeadamente aos contratos individuais de trabalho”.

Também Francisco Braz, dirigente sindical com assento no CGS, revelou que, por agora, o CGS apenas chegou a consenso sobre a possibilidade de inscrever na ADSE os contratos individuais de trabalho do Estado e "outras situações de injustiça", devendo "ficar para mais tarde" a abertura do sistema aos cônjuges dos funcionários públicos.

"Face ao desconhecimento total sobre o impacto na sustentabilidade [da ADSE] que a abertura a novas inscrições terá, ficámos pelo consenso relativo aos contratos individuais e situações pontuais de injustiça", afirmou Francisco Braz.

O responsável acrescentou que na reunião o conselho diretivo da ADSE apresentou dados que apontam para um aumento da receita da ADSE com a entrada de novos beneficiários, "mas o aumento da despesa é muito maior".

A discussão sobre o alargamento da ADSE aos cônjuges dos beneficiários continuará na próxima reunião, marcada para dia 21, assim como a análise à proposta do conselho diretivo sobre a atualização das tabelas.

No parecer aprovado por unanimidade esta manhã, o CGS da ADSE alerta para o facto de a proposta do OE2018 não prever o aumento do número de beneficiários.

No documento, o CGS defende ainda a redução das contribuições dos beneficiários e recomenda que o Governo avance com uma transferência de 13 milhões de euros para a ADSE, de modo a compensar as isenções de cerca de 55 mil beneficiários, que não pagam contribuições por terem uma pensão inferior ao valor do salário mínimo.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde disse ontem que a origem do foco de legionella em Lisboa foi o hospital São Francisco Xavier, considerando...

Numa conferência de imprensa para fazer um ponto da situação do surto que já infetou 35 pessoas e provocou dois mortos, o ministro da Saúde; Adalberto Campos Fernandes, indicou que “desde o primeiro minuto” que as evidências apontaram para uma emissão a partir daquele hospital.

“Desde o primeiro minuto que as primeiras evidências epidemiológicas e técnicas apontaram para uma emissão dentro do perímetro do hospital. A afirmação que foi hoje produzida durante o dia não tem qualquer compaginação com a realidade”, declarou Adalberto Campos Fernandes aos jornalistas.

Ontem, o presidente dos Serviços de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) afirmou que as autoridades identificaram nas redondezas do São Francisco pelo menos sete equipamentos potencialmente produtores de aerossóis e onde poderá também ter começado o surto.

Segundo declarações do responsável ontem de manhã, a maior probabilidade é que o surto tivesse tido origem nas instalações do hospital, mas, por precaução, a Administração Regional de Saúde (ARS) e o delegado de saúde fizeram o levantamento dos equipamentos potencialmente geradoras de aerossóis para fazer análises.

Também na segunda-feira ao fim do dia, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, deu a entender que não estava esclarecida a origem do foco de infeção.

"É prematuro dizer qual é o ponto de infeção", disse Graça Freitas em conferência de imprensa, insistindo em que não era ainda possível identificar uma origem específica da contaminação.

Mas ontem, o ministro da Saúde disse ter ouvido com atenção as declarações da diretora-geral da Saúde, não tendo ficado “com esse tipo de dúvida”.

Adalberto Campos Fernandes considerou que a caraterização epidemiológicas e os elos que se estabelecem nestas situações são “relativamente fáceis para quem é do domínio da saúde pública”, indicando que se torna “mais fácil e seguro garantir” agora que a “fonte primária emissora dos aerossóis [com a bactéria] está controlada”.

A doença dos legionários, causada pela legionella, é uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até 10 dias.

A infeção pode ser contraída pela inalação da bactéria presente em aerossóis. Não se transmite por ingestão de água, mas sim pela inalação de aerossóis contaminados com a bactéria.

Legionella
O ministro da Saúde afirmou que terá havido uma falha técnica na base do surto de legionella no Hospital São Francisco Xavier,...

Em conferência de imprensa em Lisboa, Adalberto Campos Fernandes disse que "não se infetam 35 pessoas com uma ausência de falha. Trata-se provavelmente de uma falha técnica".

O ministro considerou irresponsável atribuir este surto a uma falta de financiamento para a manutenção dos equipamentos dos hospitais.

Campos Fernandes adiantou que pediu à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde para acompanhar as investigações em curso sobre o surto, entendendo também como importante o "acompanhamento do Ministério Púlico".

O surto de 'legionella' no hospital São Francisco de Xavier, em Lisboa, infetou até ao momento 35 pessoas e provocou dois mortos, mas ainda não está esclarecida a origem do foco de infeção.

Médicos Sem Fronteiras
O surto de cólera que afeta a República Democrática do Congo é um dos mais graves dos últimos anos, considerou a organização...

A doença alastrou a 21 das 26 províncias da República Democrática do Congo (RDCongo), depois de a seca ter desencadeado um aumento do consumo de água do lago Kivu, infetando até agora 38.000 pessoas e fazendo 709 mortos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

A cólera é endémica em nove províncias do país, mas a seca dos últimos meses e a elevada mobilidade da população em determinadas áreas causaram, este ano, uma propagação mais rápida e uma maior taxa de infeção, com mais cerca de 28% de casos que em 2016.

A Médicos Sem Fronteiras (MSF) tratou mais de 18.000 pessoas nos 30 centros e unidades de tratamento de cólera que coordena nas províncias de Kwilu, Congo Central, Tanganica, Kivu Norte e Sul, Ituri, Bas Uélé, Maniema e Alto-Lomami.

A RDC vive uma grave crise humanitária com cerca de 3,8 milhões de deslocados internos, de acordo com o Departamento da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários.

Segundo dados da ONU, só na região de Kasai fugiram 1,5 milhões de pessoas, das quais 31.000 se refugiaram em Angola.

Parte da população que fugiu devido ao conflito na região de Kasai, regressa a casa e isso faz com que a ajuda nessas zonas seja mais urgente, alertaram os Médicos Sem Fronteiras.

A ONG observou que há subnutrição generalizada entre menores e cerca de 10% ou mais de desnutrição aguda severa em várias zonas.

As equipas da MSF trataram quase mil crianças com desnutrição severa nos nove primeiros meses deste ano em Tshikapa, a capital da província de Kasai.

“A crise de Kasai foi completamente ignorada”, acusou o responsável de operações de emergências da MSF, Gabriel Sánchez, acrescentando que “as pessoas que regressam às suas aldeias têm que enfrentar sozinhas a reconstrução das suas casas, começar a cultivar os campos novamente, muitas vezes sem os instrumentos adequados para lavrar, ou depois de as suas fontes de rendimento terem ficado afetadas”.

Sánchez indicou que metade dos centros de saúde foi saqueada ou destruída pela violência e está a recuperar muito lentamente a sua atividade em Kasai e lamentou que a ajuda esteja a chegar tão devagar e “de forma insignificante” à zona, dada a magnitude da tragédia.

Programa Alimentar Mundial
A fome no mundo mata mais pessoas do que a sida, a tuberculose e a malária juntas, disse na Web Summit o diretor da Inovação do...

A fome “mata mais pessoas do que a sida, a tuberculose e a malária juntas”, afirmou Robert Opp durante a sua intervenção na cimeira, em Lisboa, onde apresentou cinco formas de utilizar a tecnologia para combater o problema da fome.

Um dos desafios do Programa Alimentar Mundial (PAM) é “usar a tecnologia para atacar um dos maiores, mais duradouros e um dos mais trágicos” problemas que a humanidade enfrenta, sublinhou o responsável.

Um dos desafios passa por utilizar ‘drones’ e inteligência artificial para avaliar a situação em que se encontra o local correspondente à crise humanitária de forma a poder atuar rápida e assertivamente.

Durante o seu discurso, Robert Opp apontou como objetivo a criação de uma plataforma ‘online’ que interliga produtores e consumidores, pois considera que em muitos países os mercados “não são eficientes”.

O diretor de Inovação do PAM acrescentou que serão desenvolvidas novas plataformas para que os cidadãos possam participar no programa e ajudar a combater a fome do mundo, uma vez que, considerou, os donativos “não são suficientes”.

Cerca de 815 milhões de pessoas no mundo “não têm comida suficiente” devido a catástrofes naturais, conflitos e pobreza extrema.

De acordo com Robert Opp, esse valor corresponde a uma em cada nove pessoas em todo o mundo.

A ONU já tinha divulgado, em setembro passado, um relatório publicado por três das suas agências, onde indicou que, após uma diminuição constante durante mais de dez anos, o número de pessoas a passar fome está a aumentar e atingiu o valor de 815 milhões em 2016.

No total, cerca de 155 milhões de crianças menores de cinco anos registam atrasos de crescimento devido à fome, segundo o relatório.

O Diretor de Inovação da PMA indicou ainda que o número de deslocados devido a guerras e conflitos é o maior desde a II Guerra Mundial.

“Sessenta a 65 milhões de pessoas deslocaram-se das suas casas devido a conflitos e quando são deslocadas perdem a sua vida e podem passar fome por não conseguirem comida”, explicou o Diretor de Inovação do PAM.

O alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Filippo Grandi, já tinha dado conta destes valores num relatório anual divulgado em junho passado por essa agência da ONU.

O número de pessoas forçadas a abandonar as suas casas devido à guerra, violência ou perseguição atingiu um valor recorde em 2016, com 65,6 milhões, um aumento face aos 65,3 milhões registados em 2015, de acordo com o relatório.

Robert Opp clarificou ainda que, muitas vezes, “não é apenas uma questão de quantidade [de comida] mas também da qualidade” dos produtos a que as pessoas têm acesso, o que pode deixar sequelas para o resto da vida.

A Web Summit decorre até quinta-feira, no Altice Arena (antigo Meo Arena) e na Feira Internacional de Lisboa (FIL), em Lisboa.

Segundo a organização, nesta segunda edição do evento em Portugal, participam 59.115 pessoas de 170 países, entre os quais mais de 1.200 oradores, duas mil 'startups', 1.400 investidores e 2.500 jornalistas.

A cimeira tecnológica, de inovação e de empreendedorismo nasceu em 2010 na Irlanda e mudou-se em 2016 para Lisboa por três anos, com possibilidade de mais dois de permanência na capital portuguesa.

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