Área da toxicodependência
O ministro da Saúde prometeu hoje uma resposta “no momento adequado” à demissão dos 13 coordenadores da região Norte da...

Em declarações à margem da inauguração no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho de dois novos equipamentos no Serviço de Cardiologia, um aparelho para a realização de Tomografia Axial Computorizada (TAC) de terceira geração e um angiógrafo, Adalberto Campos Fernandes recordou que "a alteração ao modelo do Instituto da Droga e da Toxicodependência foi feita pelo Governo anterior".

"O atual Governo decidiu que iria fazer uma avaliação através de um grupo de trabalho que o secretário de Estado Adjunto de Saúde constituiu e cujo relatório está na sua posse", salientou o governante, garantindo uma intervenção "no tempo adequado, com os estudos adequados, compreendendo as manifestações que são feitas de desagrado ou de agrado".

Para invocar a demissão, os 13 coordenadores mostraram-se contra o atual sistema de gestão, que foi dividido, e que gera listas de espera "que são insustentáveis".

O ministro da Saúde comentou também alguns dos temas em debate no setor, como foram os casos do surto de ‘legionella’ no hospital São Francisco Xavier, em Lisboa e do parecer ´favorável dos médicos ao primeiro pedido de gestação de substituição.

Defendendo que a empresa de manutenção das torres deverá indemnizar as vítimas de ‘legionella' caso se confirme a sua responsabilidade no surto, Campos Fernandes considerou que agora devem atuar as autoridades judiciais.

Sobre a gestação de substituição, cujo primeiro pedido obteve um parecer favorável da Ordem dos Médicos na terça-feira, o governante frisou tratar-se de processos "que são complexos, difíceis", com "implicações éticas, biológicas, clínicas" pelo que "tudo tem de ser feito com grande rigor e grande seriedade”, lembrando que está a ser feito com a participação do Conselho Nacional da Procriação Medicamente Assistida como também da Ordem dos Médicos".

"O mais importante é assinalar que é um tempo de transformação e a oportunidade de dar felicidade a quem muito deseja ter um filho e que em circunstâncias normais, fora deste enquadramento legal, não poderia ter", acrescentou o ministro.

OE2018
A secretária de Estado Adjunta e da Educação disse hoje no parlamento que a fiscalização da qualidade das refeições escolares...

A secretária de Estado Alexandra Leitão respondia à deputada social-democrata Nilza de Sena, que, no decorrer do debate na especialidade com a equipa ministerial da Educação sobre o Orçamento do Estado para 2018, questionou o Governo sobre problemas com a qualidade das refeições escolares, denunciados por pais e alunos.

“O que está em causa é a fiscalização e posso aqui anunciar que a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) criou em cada uma das suas delegações regionais uma equipa de intervenção com dois ou três funcionários para fazer vistoria sistemática e repetida a todas as escolas da sua região”, disse a secretária de Estado aos deputados.

A governante disse que a criação de equipas na DGEstE não são “o início da fiscalização, que já era feita, mas o reforço”.

“Vamos trabalhar num plano integrado de promoção e monitorização da qualidade das refeições escolares com vista essencialmente a garantir que caso sejam de facto encontradas situações elas tenham a imediata penalidade que está prevista no caderno de encargos. Não vamos inventar nada. Está prevista no caderno de encargos. É uma questão de as aplicar”, disse.

Alexandra Leitão garantiu que o caderno de encargos assinado com as empresas que fornecem as refeições escolares assegura “todas as condições” para “a qualidade e a quantidade das refeições nas escolas e também o rácio de funcionários que devem ser garantidos”.

Em debate no I Congresso Internacional
A Associação Portuguesa para Intervenção com Animais de Ajuda Social pediu hoje mais legislação sobre animais de assistência e...

Esse será um dos temas em debate no I Congresso Internacional sobre Animais de Ajuda Social, que irá decorrer a 25 e 26 de novembro na Biblioteca Municipal de Oliveira de Azeméis, contando já com cerca de 80 inscrições por parte de beneficiários, terapeutas, psicólogos, veterinários, gerontologistas, educadores caninos, agrónomos, zootécnicos, docentes de enfermagem e etologia.

"Os animais de ajuda social são fantásticos desbloqueadores e motivadores, e as suas potencialidades começam a chamar a atenção, mas também há o reverso da medalha, porque pessoas sem formação e ética aproveitam-se das necessidades das famílias, dão-lhes esperança e depois vê-se muita situação de ‘gato por lebre', o que é mau para um setor de atividade que pode fazer muito bem", declarou à Lusa o secretário-geral da ÂNIMAS, Abílio Leite.

"Em Portugal, só a Escola de Cães-Guia da Beira Aguieira e a Associação Portuguesa para Intervenção com Animais de Ajuda Social (ÂNIMAS) é que são reconhecidas a nível internacional no que se refere a cães de assistência, mas, no que respeita às Intervenções Assistidas [por duplas homem-cão, em ações terapêuticas ou educacionais], como não há qualquer tipo de legislação, qualquer um diz que as sabe realizar", alertou o mesmo responsável.

Abílio Leite reconheceu que "as listas de espera têm números assustadores", mas defendeu que uma regulamentação mais rigorosa é essencial para assegurar a "imperiosa educação" dos animais que prestam apoio a seres humanos e, por consequência, a qualidade de vida desses beneficiários. "É preciso ter noção de que estamos a colocar a vida de uma pessoa ao cuidado de um cão e que, se o trabalho não for feito de um modo responsável e com ética, as consequências poderão ser desastrosas", explicou.

A ÂNIMAS argumenta, por isso, que a legislação deve ter em conta as especificidades das diferentes categorias de animais de ajuda social, que se subdividem em cães de assistência, cães de intervenção assistida por animais (numa distinção em relação a outras espécies utilizadas em terapia, como os cavalos) e cães de apoio emocional.

No primeiro caso, estão em causa sobretudo cães-guia, cães de serviço e cães para surdos, cujo treino custa mais de 20.000 euros e os prepara individualmente para realizarem tarefas que aumentem a autonomia e a funcionalidade da pessoa com deficiência sensorial, mental, orgânica ou motora que vão apoiar.

Os cães de intervenção assistida, por sua vez, atuam sempre em dupla com um humano, "por sessões e com diferentes pessoas", maioritariamente em processos de diagnóstico, terapia e reabilitação, mas também em trabalhos de educação e mesmo em atividades de animação recreativa.

Já os cães de apoio emocional, "não passam por um processo educativo tão exigente quanto o dos cães de assistência", mas ajudam em crises de ansiedade, por exemplo, e contam com os mesmos direitos que os de um cão de companhia.

No congresso de 25 e 26 de novembro, a ÂNIMAS pretende "promover o debate entre todos os intervenientes nesses processos", envolvendo na discussão desde o meio universitário até à comunidade de beneficiários desses animais, passando por terapeutas, técnicos e educadores caninos.

"Este debate é fundamental para se alinhar posições e se definir caminhos que visem melhorar a qualidade de vida das pessoas que necessitam destes animais", concluiu Abílio Leite.

Dia Mundial da DPOC
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os sintomas respiratórios, tais como a tosse, dispneia

Em Portugal, as doenças respiratórias continuam a ser uma das principais causas de morbilidade e mortalidade, com tendência clara para o aumento da sua prevalência, ao contrário do que acontece com outras patologias, nomeadamente as cardiovasculares2.

As doenças respiratórias crónicas atingem cerca de 40% da população portuguesa, calculando-se uma prevalência de 10% para a asma, de 25% para a rinite e 14,2% para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) em pessoas com mais de 40 anos2.

A prevalência da asma é mais elevada na população infantil e juvenil, constituindo uma causa frequente de internamento hospitalar. Afeta cerca de 150 milhões de pessoas, de todas as idades, no mundo. Calcula-se que cerca de 600 000 pessoas sofrem desta patologia no nosso país (aproximadamente 11% das crianças e 5% dos adultos)3.

Infelizmente, apesar de todas as ações de divulgação e informação, a asma continua subdiagnosticada e subtratada3.

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é uma das principais causas de morbilidade crónica, de perda de qualidade de vida e de mortalidade, estando previsto o seu aumento nas próximas décadas. Em 1990, a DPOC representava a sexta causa de morte a nível mundial, estimando-se que em 2020 se torne a terceira causa de morte em todo o mundo.

Esta é uma doença progressiva, caracterizada por uma limitação persistente do fluxo aéreo, devido à resposta inflamatória crónica dos pulmões a partículas ou gases, causada principalmente pelo fumo do tabaco4.

A prevalência da DPOC aumenta com a idade, sendo mais elevada no sexo masculino, muito embora esteja a aumentar nas mulheres, devido ao aumento do consumo de tabaco pelo sexo feminino5.

Neste Dia Mundial da DPOC, é crucial destacar a importância da Intervenção Farmacêutica no acompanhamento, aconselhamento, tratamento e gestão das doenças respiratórias crónicas.

Nas nossas farmácias somos empenhados em promover a saúde e o bem-estar. Capacitamos as nossas equipas, de forma contínua para que possam atuar de forma integrada junto da pessoa com doença respiratória crónica.

É fundamental aumentar o conhecimento da população em geral sobre asma e DPOC e os fatores que contribuem para o surgimento e agravamento destas patologias!

É fundamental reencaminhar os utentes fumadores para o serviço de cessação tabágica!

É fundamental promover a adesão à terapêutica e a utilização correta dos dispositivos de inalação e da câmara expansora!

É fundamental trabalhar em parceria com outros profissionais de saúde, encaminhado para a consulta médica, sempre que necessário!

E, assim, este ano nasce uma nova colaboração com a Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP). Durante o mês de novembro e dezembro, a FPP promove espirometrias gratuitas em 138 farmácias do nosso país.

A campanha de sensibilização ´Sabe o tamanho dos Seus Pulmões?’ resulta de um compromisso para o desenvolvimento da saúde respiratória em Portugal, ao nível da qualidade, acessibilidade e equidade dos cuidados, diagnóstico e tratamento.  

É intuito da Fundação desenvolver um programa de formação junto dos doentes respiratórios e seus familiares, bem como junto dos profissionais de saúde.

Esta parceria capacita, ainda mais, os farmacêuticos em todo o país a reduzir o hábito tabágico e a prevenir uma doença que se anuncia como a 3ª causa de morte em 2020.

Assinalando o Dia Mundial da DPOC (15 de novembro), vamos consciencializar a população para a importância da realização da espirometria. É um teste simples, que não dói e que mede a obstrução das vias aéreas e a capacidade respiratória.

O farmacêutico tem um papel de enorme relevo na sociedade, como garante da saúde pública. Consequentemente, é o profissional que está mais próximo das populações e que apoia, em inúmeras frentes, as pessoas com doença respiratória crónica.

Para que os nossos cidadãos nunca se sintam sozinhos!

Referências:

  1. Global Alliance – Chronic Respiratory Diseases http://www.who.int/gard/publications/chronic_respiratory_diseases.pdf
  2. Direção-Geral da Saúde – Programa Nacional para as Doenças Respiratórias: Orientações Programáticas. Documento publicado em www.dgs.pt a 05/09/2012.
  3. http://www.sppneumologia.pt/patologias-respiratorias (Acedido em 20 de Setembro de 2014).
  4. Norma da Direção-Geral da Saúde 028/2011- Diagnóstico e Tratamento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica. Atualizada em 10/09/2013.
  5. Adaptado de: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3680994
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Em dia de prova
Mais de 150 estudantes de medicina vão entregar no parlamento na quinta-feira, dia da prova nacional de acesso à especialidade...

Um comunicado da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANMP) indica que a petição, com mais de 5.000 assinaturas, defende o planeamento de recursos humanos no setor da medicina em Portugal e apela ao debate alargado sobre o problema da qualidade da formação médica em Portugal.

O documento solicita ainda a constituição de “uma comissão de avaliação externa e isenta que avalie as condições de ensino, as capacidades formativas pré e pós-graduadas e a relação entre o número de ingressos nos cursos de medicina e as vagas para Internato médico, com proposta de soluções para cada problema identificado”.

A entrega desta petição acontece no dia em que se realiza a prova Harrison que os médicos têm de realizar para poderem aceder a uma especialidade e que está em vigor há 40 anos, sendo criticada por ser demasiado focado na memorização.

Esta prova será realizada por cerca de 2.500 estudantes de medicina.

4ª causa de morte em todo o mundo
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é, neste momento, a quarta causa de morte a nível mundia

A DPOC é definida internacionalmente como uma doença comum, prevenível e tratável, que se caracteriza por sintomas respiratórios persistentes e obstrução das vias aéreas.

Esta limitação crónica das vias aéreas resulta de processos inflamatórios que acabam por conduzir a destruição do parênquima pulmonar (enfisema) ou a lesão nas vias aéreas de menor calibre (bronquiolite obstrutiva). Estas alterações são causadas, na sua maior parte, pelo tabaco (90% dos casos) mas outros fatores como a poluição excessiva (ambiental, profissional ou familiar) ou tabagismo passivo podem ser responsabilizados pela doença.

Ainda é uma doença subdiagnosticada, embora o diagnóstico seja feito através de um exame simples de realizar, reprodutivel e acessível, como é o caso da espirometria. Este exame revela uma obstrução fixa das vias aéreas, após a realização de terapêutica broncodilatadora inalada (FEV1/FVC< 0,7). Muitas vezes, os sintomas respiratórios precedem as alterações espirométricas, e, alguns fumadores apresentam alterações pulmonares sem que estas causem obstrução das vias aéreas.

Perante um adulto de mais de 40 anos, com queixas de dispneia (falta de ar/ esforço para respirar), de agravamento progressivo, que agrava com o esforço ou persistente; tosse crónica seca e/ou com expetoração, com/sem pieira que tenha história de exposição aos fatores de risco, este diagnóstico deve ser considerado.

Nestes casos a realização da espirometria é obrigatória. Estes doentes costumam ter infeções respiratórias mais frequentes. A exacerbação dos sintomas respiratórios, que  pode obrigar a internamento, têm importância para a classificação da DPOC, representando um pior prognóstico/maior gravidade quanto mais frequentes forem.

O tratamento da DPOC passa por três vertentes:

- Cessação tabágica (o primeiro e mais importante passo nos fumadores, no sentido de prevenir o agravamento de alterações já existentes);

- Medicação inalada dirigida para controlo sintomático, redução da frequência e gravidade das exacerbações e melhorar a tolerância ao esforço. Aqui estão incluídas as vacinas (antigripal e antipneumocócica);

- Reabilitação respiratória – programa de fisioterapia com exercícios respiratórios e não só, ajustados á função pulmonar e capacidade física do doente que tem como objetivo reduzir os sintomas e promover a qualidade de vida e autonomia física e emocional do mesmo.

A DPOC coexiste com frequência com outras doenças (comorbilidades) que têm impato no curso da doença e têm de ser tratadas de acordo com as indicações de cada uma.

O cancro do pulmão é frequente nestes doentes e com uma mortalidade importante. Outras comorbilidades comuns são as doenças cardiovasculares como o Enfarte do Miocárdio, Arritmias cardíacas, Insuficiência cardíaca; Diabetes, Osteoporose; depressão.

Atendendo à morbilidade e mortalidade desta doença, torna-se essencial promover acesso à espirometria, cursos de sensibilização dos profissionais de saúde e promoção da cessação tabágica bem como prevenção do hábito.

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Ministério da Saúde
O rastreio ao cancro da mama vai passar a ser iniciado mais tarde, em mulheres a partir dos 50 anos, segundo um despacho do...

O presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro confirmou hoje que atualmente o rastreio ao cancro da mama se inicia aos 45 anos e se destina a mulheres até aos 69 anos.

Um despacho do Ministério da Saúde, datado de setembro, vem "uniformizar critérios" nos programas de rastreio a doenças oncológicas. No cancro da mama estabelece que passe a abranger mulheres dos 50 aos 69 anos, com uma mamografia a cada dois anos.

Segundo o despacho, "as adaptações necessárias aos novos programas de rastreio" devem estar implementadas até final do próximo ano.

O presidente da Liga Contra o Cancro considera que, na prática, a data dos rastreios com a nova faixa etária vai depender de cada administração regional de saúde.

Vítor Veloso admitiu que há um conjunto de pessoas que tem vindo a defender que as mamografias sejam feitas a partir dos 50 anos, mas considerou que devia ter-se aproveitado para abarcar as mulheres mais velhas, até aos 75 anos pelo menos.

Segundo o despacho do Ministério da Saúde, as utentes entre os 45 e os 50 anos que já tenham iniciado o programa de rastreio antes da introdução das alterações devem ser mantidas no programa.

Todos os anos, há cerca de seis mil novos casos de cancro da mama em Portugal, o que significa 11 casos novos por dia, que provocam a morte a quatro mulheres diariamente.

Direção-Geral da Saúde
O número de casos confirmados de doença dos legionários do surto no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, subiu para 51,...

De acordo com os números divulgados, como dados preliminares e ainda sujeitos a validação, os 51 casos de infeção com a bactéria 'Legionella pneumophila' são todos de pessoas com história de doença crónica e/ou fatores de risco, sendo 35 pessoas com mais de 70 anos e 30 mulheres (na segunda-feira eram 29).

O surto provocou até agora cinco mortes.

Na atualização a Direção-Geral da Saúde (DGS) diz que 13 pessoas já tiveram alta clínica (mais três do que na segunda-feira), que 26 estão atualmente internadas em enfermaria e que seis estão em unidades de cuidados intensivos.

A ‘legionella’ é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até 10 dias.

A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
A taxa de natalidade no Brasil registou em 2016 a maior queda verificada em quase três décadas, em parte devido à epidemia do...

A informação faz parte de uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

"Além da tendência crescente de ter filhos mais tarde, várias famílias podem ter-se assustado com a epidemia de zika que afetou o país entre 2015 e 2016, que foi associada ao nascimento de bebés com microcefalia", informou a pesquisadora do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Cristiane Moutinho.

Segundo os dados do instituto de pesquisas brasileiro, no ano passado o país registou 2,79 milhões de nascimentos, número que indica uma redução de 5% em relação ao ano anterior.

A taxa de natalidade caiu 10% no estado de Pernambuco, local onde o vírus zika teve impacto maior e que liderou o número de casos de nascimento de bebés com microcefalia.

O vírus zika é transmitido principalmente pela picada de mosquito Aedes Aegypti e quando contamina mulheres grávidas pode levar os bebés a nascerem com microcefalia e outros problemas neurológicos graves.

A analista do IBGE acredita que a longa crise económica do Brasil também contribuiu para a diminuição da taxa de natalidade no ano passado.

No entanto, Cristiane Moutinho lembrou que em alguns estados brasileiros, como Roraima, o número de nascimentos foi maior no ano passado, crescendo 3,9%.

"Em Roraima, fatores específicos, como a imigração de venezuelanos, podem ter contribuído para o aumento no número de nascimentos. É preciso haver mais estudos e cruzamento com os dados do Ministério da Saúde para analisar as situações nas diferentes unidades da Federação", concluiu.

Falta de profissionais
Entre 30 a 35 doentes aguardam em média três meses para serem internados na Unidade de Alcoologia de Lisboa devido à falta de...

Com meio século de vida, que se assinala quarta-feira, a Unidade de Alcoologia de Lisboa (UAL) admitiu, no ano passado, 214 pessoas no internamento, com uma taxa de ocupação na ordem dos 82,2%, e realizou 14 mil eventos assistenciais.

Ana Croca, coordenadora da UAL, disse à agência Lusa que as 25 camas de que a unidade dispõe não estão atualmente todas ocupadas por causa da falta de médicos, depois da unidade se ter confrontado no passado com falta de enfermeiros e de assistentes operacionais.

Depois de ter estado sem médico no internamento, a UAL conta agora com dois psiquiatras, um dos quais frequentemente em falta devido a doença, e um médico de saúde pública.

Por contratação por empresa, a unidade dispõe ainda de um médico de medicina geral e familiar que assegura 35 horas e 30 horas de psiquiatria asseguradas por três médicos.

Recentemente foi contratada uma médica reformada que irá trabalhar no internamento.

Sobre o tipo de doentes assistidos na UAL, Ana Croca afirmou que muito mudou desde o alcoólico típico que só bebia e que chegava a um mau estado físico e psicológico.

Entre as principais diferenças constam as pessoas com policonsumos, que associam o consumo do álcool ao dos comprimidos e da droga.

Por outro lado, acrescentou, a esta unidade chegam também pessoas enviadas por serviços judiciários, após situações de violência, como a violência doméstica, além de condutores apanhados a conduzir com álcool.

Cada vez mais mulheres, com várias patologias, nomeadamente depressões associadas ao alcoolismo, chegam a esta unidade, ao contrário do que acontecia há meio século.

A 02 de abril de 1967, no 25º Aniversário da inauguração do Hospital Júlio de Matos, foi inaugurado o Centro António Flores que recebeu o nome do primeiro diretor do hospital, materializando-se assim a construção de “um centro de recuperação de alcoólicos e de um hospital de dia e de noite, a integrar no conjunto do Hospital de Júlio de Matos”, como consta no Decreto-Lei 45465, de 26 de dezembro de 1963.

Dia Mundial da Diabetes
Os técnicos de emergência do INEM reverteram com sucesso 1.061 hipoglicemias desde 2014, altura em que passaram a ter esta...

Em comunicado, este organismo do Ministério da Saúde referiu que, desde 2014, todas as ambulâncias de emergência médica e motociclos de emergência médica do INEM têm um fármaco para utilização em determinadas situações específicas de hipoglicemia.

O fármaco em causa permite uma rápida recuperação dos níveis baixos de açúcar no sangue.

Graças à aplicação deste fármaco, foram revertidas com sucesso 1.061 hipoglicemias graves, permitindo que as vítimas recebessem um tratamento mais adequado em situações específicas e clinicamente definidas.

Em 2017, foi possível reverter 132 hipoglicemias graves.

A região Norte foi a que registou mais utilizações do fármaco (438 no total, 34 em 2017), seguida da região Sul (Lisboa e Vale do Tejo e Algarve) com 396 (45 em 2017), e da região Centro, com 227 utilizações (53 em 2017).

Segundo o comunicado do INEM, com a administração do medicamento as complicações registadas são reduzidas e de baixa intensidade.

“Em apenas 46 casos registados desde 2014, os doentes experimentaram, após a aplicação do fármaco, náuseas e vómitos”, prossegue o INEM.

Direção-Geral da Saúde
A diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, ressalvou hoje que apesar de a diabetes ser uma “doença grave e com um grande impacto...

“A carga da diabetes é grande e tem um peso e uma magnitude enorme, tanto a nível social como económico. A boa notícia é que ela é vulnerável à intervenção dos cidadãos. A vulnerabilidade da doença vem da prevenção”, afirmou a diretora-geral de Saúde.

Graça Freitas falava no hospital Beatriz Ângelo, em Loures, durante a apresentação pública do relatório do Programa Nacional para a Diabetes (2017), no dia em que se assinala o dia Mundial desta doença.

Segundo o relatório, entre dez a doze portugueses morrem a cada dia, em média, por diabetes, uma doença que afeta mais de um milhão de pessoas em Portugal.

No entanto, os dados mostram que a mortalidade causada por esta doença tem vindo, ainda assim, a diminuir e que 2015 foi o ano que registou a taxa de mortalidade padronizada mais baixa, com 19,4 mortos por 100 mil habitantes.

Morrem por ano por diabetes entre 2.200 a 2.500 mulheres e cerca de 1.600 a 1.900 homens, o que significa mais de 4% das mortes das mulheres e de 3% nos homens.

Para a diretora-geral de Saúde “ainda existe uma elevada prevalência em crianças e grávidas”, no entanto, “há que destacar” o facto de existirem melhorias ao nível da realização de rastreios e uma diminuição do nível de amputações resultantes desta doença.

Graça Freitas destacou, igualmente, a “robustez de todo o sistema de saúde (público e privado)". “A mensagem que quero aqui transmitir é de esperança”, apontou.

A diretora do Programa Nacional para a Diabetes, a endocrinologista Cristina Valadas, responsável pela elaboração do relatório, sublinhou que a diabetes “é uma epidemia e tem de ser combatida de forma feroz”, referindo que esta doença “mata mais do que a Sida ou a Malária”.

“É uma doença que pode e deve ser combatida precocemente. Esta luta não pode ser só das autoridades de saúde, mas da sociedade em geral”, defendeu.

Segundo alguns especialistas da área da saúde que comentaram os resultados deste relatório, além da prevenção, deverá existir um incentivo à prática do exercício físico e à adoção de uma alimentação mais saudável.

Até 2020, a DGS pretende aumentar em 30 mil o número de novos diagnósticos através de diagnóstico precoce, diminuir a mortalidade prematura por diabetes em 5% e diminuir o desenvolvimento de diabetes em 30 mil utentes de risco.

Em termos regionais, a diabetes apresenta maior prevalência no Alentejo e na região autónoma dos Açores, sendo o Algarve a região com menor prevalência.

Regulador
O Ministério dos Negócios Estrangeiros solicitou ao Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida o envio de um manual...

Em entrevista, o presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), Eurico Reis, revelou que, além deste pedido do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o regulador tem sido contactado por autoridades de Espanha e França que manifestaram interesse na forma como a lei de gestação de substituição está a ser aplicada em Portugal.

A poder ser aplicada em Portugal desde agosto, a lei permite o acesso à gestação de substituição a mulheres estrangeiras, embora todo o procedimento tenha de ser realizado em Portugal.

“Todo o procedimento tem de ser feito em Portugal. Tudo. Exatamente para garantir que a lei se cumpre: que não há contratos que não sejam gratuitos, se há alguma pressão ilegítima sobre a gestante. Para que isso aconteça, o Conselho tem de ter controlo da situação. [Por isso] todo o procedimento tem de ser feito em Portugal e em centros portugueses”, disse.

Desde que passou a poder ser aplicada em Portugal, chegaram ao CNPMA 99 manifestações de intenção de celebração do contrato de gestação de substituição, das quais 58 de portugueses e 41 de estrangeiros.

O CNPMA está ainda a debater a ideia de “criar atrativos” para as crianças resultantes destes tratamentos nascerem em Portugal, disse.

Administração Regional de Saúde do Norte
A Administração Regional de Saúde do Norte vai retomar em Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira um programa de rastreio da...

O trabalho vai ser desenvolvido nos centros de saúde da área de influência do Agrupamento de Centros de Saúde do Vale do Sousa Norte, com o objetivo de avaliar os diabéticos sinalizados.

Em caso de necessidade, os doentes serão encaminhados para a especialidade de oftalmologia dos centros hospitalares de São João, no Porto, e do Tâmega e Sousa.

Segundo a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N), o programa terá uma duração de cerca seis meses. Prevê-se que sejam atendidos 140 diabéticos por dia, com recurso a pessoal técnico especializado e equipamento adequado.

A tutela da saúde no norte do país destaca a importância de se ter retomado o investimento neste programa de rastreio, recordando incide em populações "em que a incidência da doença ou efeitos decorrentes da retinopatia diabética poderiam vir a ser, num futuro próximo, muito acentuados".

Regulador
O presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida considera que ainda são muitas as resistências à gestação...

Em entrevista, Eurico Reis disse não compreender a razão por que a gestação de substituição congrega tantas atenções e críticas, uma vez que esta “continua a ter como paradigma a doença”.

“Eu tenho que aceitar que há pessoas para quem tudo isto faça muita confusão e que estejam a agir por perturbação genuína. Estas pessoas estão perturbadas desde a pílula”, disse.

“A pílula começou logo com a possibilidade de haver sexo que não se traduz em filhos. A Procriação Medicamente Assistida (PMA) é a possibilidade de ter filhos sem haver sexo”, referiu, afirmando aceitar que “há pessoas perturbadas e que querem defender o seu modelo de vida”.

Sobre estas, disse: “Nada tenho contra, desde que entrem no jogo democrático, eu aceito. Já me aborrece pessoas que não têm coragem de dizer abertamente que são contra e que depois utilizam todo o tipo de subterfúgios para atrasar as coisas”.

Para o presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), a quem cabe decidir sobre os pedidos de gestação de substituição em Portugal, a lei que em 2016 veio alargar o acesso das técnicas de PMA aos casais de lésbicas e às mulheres sem parceira ou parceiro, que até então era só para casos de infertilidade, “constitui uma rutura muito mais forte do modelo de família dito tradicional (um homem, mulher e criancinhas) do que a gestação de substituição.

O juiz desembargador recordou que as técnicas de PMA “continuam a ser um tratamento de uma doença, mas passou a ser um procedimento para pessoas que não são doentes”, explicou.

“Acho que é extremamente engraçado - e digo isto porque me choca profundamente - que não tenha havido veto [presidencial], que a igreja católica não tenha dito uma palavra sobre este alargamento das técnicas, que altera o paradigma da PMA e da família tradicional, de uma forma extremamente radical, e toda a gente se esteja a concentrar na gestação de substituição, que é uma situação que deveria merecer muita compaixão e muita solidariedade”, afirmou.

“Há mulheres que nascem sem útero, que perdem o útero, que correm risco de vida se engravidarem e não estou a ver tanta compaixão, tanta fraternidade, tanta solidariedade como eu gostaria”, acrescentou.

Ao CNPMA chegaram, até ao momento, 99 intenções de celebração do contrato de gestação de substituição, das quais 58 de portugueses e 41 de estrangeiros.

O primeiro requerimento, que foi liminarmente admitido pelo CNPMA e que já mereceu o parecer favorável da Ordem dos Médicos, refere-se a um casal em que a mulher teve de retirar o útero por motivos de saúde, mas a sua mãe está disposta a gerar o neto.

Segundo Eurico Reis, deu entrada um outro requerimento de um casal, a quem foi solicitada mais documentação.

O CNPMA ainda não elaborou o contrato-tipo, que terá de ser assinado entre o casal e a gestante de substituição, o que aflige o juiz e causa “problemas de consciência”.

“Sei que isso implica atrasos e como a natureza é muito mazinha, quanto mais tempo passa, menor é a possibilidade de crianças nascerem”, adiantou.

Para o presidente do CNPMA, “a alternativa não é haver gestação de substituição ou não haver gestação de substituição. O desejo de ter filhos é um desejo extremamente forte, profundo. As pessoas vão correr todos os riscos”.

A alternativa, defendeu Eurico Reis, é “haver uma gestação de substituição saudável, limpa, em cima da mesa, com garantias de segurança para as pessoas e as crianças que hão de nascer, ou a gestação de substituição ilegal, feita em sítios escondidos, sem garantias de qualidade para a saúde das pessoas, sem garantias de rastreabilidade para a prevenção de doenças futuras e, pior que isso, colocando as pessoas que têm esse desejo de parentalidade nas mãos de traficantes, de criminosos, de pessoas que lucram com a miséria alheia”.

“Entre estas duas alternativas, acho que uma pessoa decente não hesita nem um microssegundo. A solução que em Portugal foi possível encontrar é uma boa solução”, concluiu.

Programa de Doação Cadavérica da Unidade de Anatomia
A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto recebeu, na última década, uma média anual de 12 a 15 cadáveres para estudo e...

“A doação do corpo, que tem de ser feita em vida e por vontade própria, é um ato de uma grande generosidade. São dádivas que não têm preço para as faculdades de medicina e que são absolutamente importantes e fundamentais, quer para a formação dos médicos quer para aperfeiçoamento dos já formados”, disse a coordenadora da Unidade de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

Dulce Madeira falava a propósito de uma cerimónia que a Faculdade de Medicina do Porto realiza quarta-feira no Cemitério de Agramonte para homenagear todos os cidadãos que, desde 1980, têm contribuído para manter vivo o Programa de Doação Cadavérica da Unidade de Anatomia do Departamento de Biomedicina da FMUP.

Esta cerimónia visa “não só relembrar o papel fundamental deste gesto solidário na formação de novos médicos e desenvolvimento de novas técnicas mas, também, honrar os dadores e suas famílias”, referiu, salientando que a homenagem decorrerá no ‘Serenarium’, um espaço verde e “bastante tranquilo”, cedido pela Câmara do Porto, para depositar as cinzas dos dadores.

Ao contrário do que acontece com os órgãos, a intenção de entregar o corpo à ciência deve ser manifestada em vida, nos termos da legislação publicada em 1999.

A FMUP disponibiliza online um formulário que as pessoas podem preencher e enviar, manifestando a sua vontade de doar.

“Hoje temos cerca de 120 intenções de doação, mas o número de cadáveres que nos chega não corresponde ao número de intenções manifestadas. É um número muito reduzido, de apenas cerca de 10% das vontades manifestadas”, disse, considerando que tal se deve, porventura, a esquecimento ou desconhecimento dos familiares.

A cerimónia de quarta-feira é, assim, da “mais elementar justiça, para quem dá tanta coisa, que é o seu próprio corpo, e por outro lado é o momento de lembrar e sensibilizar para a existência destes programas, que são muito importantes para a formação dos médicos”, sublinhou.

“A nossa faculdade funcionou sempre com base em material cadavérico. Mesmo nos tempos de grande aperto tinha de haver uma gestão muito cuidadosa dos recursos, para que não faltassem cadáveres aos alunos da pré-graduação, que são a nossa prioridade”, disse.

Mas, segundo Dulce Madeira, “há cada vez mais necessidade de ter este tipo de disponibilidade também para os que já são médicos e especialistas, uma vez que necessitam de treinar técnicas novas, que não devem ser testadas em pessoas vivas”.

“Cada vez as cirurgias são menos invasivas, muito pelo método laparoscópico, o que faz sentido, porque a capacidade de recuperação é maior, mas isso implica mais treino do que o método anterior. Antigamente era preciso saber anatomia, olhávamos e víamos. Neste momento é preciso saber como é que se lá chega, sem lesar estruturas que estão ao lado”, sublinhou.

Dulce Madeira frisou que “é essencial que os jovens médicos aprendam em pessoas reais e não em modelos”.

“Até porque somos todos parecidos, mas não somos todos iguais. Sem estas doações não conseguimos formar melhores profissionais com conhecimentos sólidos e de maior humanismo”, sustentou.

Segundo a coordenadora da Unidade de Anatomia da FMUP, a grande maioria dos doadores são mulheres, com idades entre os 50 e os 70 anos.

A cerimónia de homenagem está agendada para quarta-feira, às 16:00, no Cemitério de Agramonte. A sessão contará com intervenções de Maria Amélia Ferreira, diretora da FMUP, Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, Hugo Pinto Abreu, capelão do serviço religioso do Centro Hospitalar São João, em representação doadores, e Diogo Cabral, em representação dos estudantes da faculdade.

Principal causa de morte acidental nos seniores
São o acidente doméstico mais frequente nos idosos e a principal causa de morte acidental na população dos maiores de 65 anos....

“As quedas ocorrem em 35 a 40% das pessoas com 65 anos e em mais de 50% da população com mais de 80. E a maior parte ocorre nos domicílios”, confirma Lia Marques, Assistente Hospitalar de Medicina Interna do Hospital Beatriz Ângelo, que alerta para as complicações graves que delas podem resultar, como a perda de autonomia e a imobilidade. “Sabemos que 5 a 25% das quedas na população idosa se complicam com lesões graves, como fraturas ou traumatismo craniano; 50% da quedas nos idosos condicionam internamento hospitalar e, destes internamentos, 40% terminam na institucionalização do idoso por perda de autonomia.

Acarretam, por isso, importante compromisso da qualidade de vida, “não apenas dos idosos que as sofrem, mas também de familiares e cuidadores, já que muitas vezes são o fator precipitante da transição entre um idoso ativo e autónomo para um idoso totalmente dependente”.

Apesar de a sua incidência aumentar com a idade, os especialistas sabem que as quedas se devem a fatores de risco que estão bem definidos, “muitos dos quais corrigíveis, o que faz com que as quedas na população idosa tenham um grande potencial de prevenção”, confirma a especialista. Uma prevenção que passa “pelo reconhecimento do risco de queda enquanto grande e importante Síndrome Geriátrica”. De acordo com a especialista, “devem ser implementados instrumentos de rastreio para identificação do risco de queda e avaliação complementar para controlo de cada um dos fatores de risco individuais para queda. Fatores de risco extrínsecos para queda como trajetos mal iluminados ou a presença de obstáculos no percurso dos doentes podem ser facilmente corrigidos”.

Nesta situação, as novas tecnologias podem dar uma preciosa ajuda. Há anos que têm vindo a ser aplicadas junto dos doentes em risco de queda, “quer através de sensores que permitem detetar precocemente a queda num doente que reside sozinho, que através da utilização de dispositivos de comunicação que ao detetar a queda ativam um sistema de emergência em que é feito um contacto para a pessoa mais próxima do idoso para que seja imediatamente auxiliado, quer através de programas mais complexos que permitem não apenas identificar o risco de queda, como estabelecer programas de treino de equilíbrio quer no domicílio, quer em instituições.”

Do programa do encontro faz ainda parte a prevenção cardiovascular no idoso que, de acordo com Eduardo Haghighi, Coordenador da Unidade de Geriatria do Hospital Vila Franca de Xira, “passa pelo rastreio e tentativa de modificação dos fatores de risco cardiovascular tais como a dislipidémia, a obesidade, o sedentarismo, a hipertensão arterial, a diabetes mellitus ou o tabagismo”. É preciso, confirma, estratégias diferentes, o que depende da avaliação física, cognitiva, funcional, nutricional, psicológica ou social do idoso. “O idoso autónomo, robusto e vivendo com a família não terá um mesmo plano de atuação que um idoso dependente, desnutrido e institucionalizado.” É por isso que a Medicina Geriátrica é “uma Medicina personalizada e adaptada à realidade de cada idoso”.

Uma prevenção que deveria começar cedo. Mas não começa. “Infelizmente, nos nossos dias ainda pouco se investe na medicina preventiva, quando comparada com a medicina de intervenção. Tem que haver maior enfoque nos cuidados de saúde primários, que é onde a prevenção se inicia.” A este aspeto junta outro: “a educação da população. A população tem que ser instruída, de forma assertiva, sobre quais os riscos cardiovasculares e como lidar com eles. Tem que se desenvolver o culto do exercício físico e a instituição de uma dieta mediterrânica equilibrada. Os medicamentos também têm tido um papel preponderante, pois estes também contribuem para a prevenção de doenças cardiovasculares”.

Ainda que os riscos cardiovasculares sejam, para esta população, os mesmos que para as outras, “são é todos mais prevalentes - muitos vão-se desenvolvendo ao longo do tempo e começam a manifestar-se de forma mais expressiva em idades mais avançadas - e a probabilidade de ocorrerem vários em simultâneo é maior no idoso”. É por isso que a prevenção deve ser precoce, assim como a educação do idoso e dos seus cuidadores. “Quando se explica que o “não controle” destes fatores de risco pode terminar num

Acidente Vascular Cerebral (AVC), a sensibilização torna-se mais expressiva. O AVC pode implicar a impossibilidade de voltar a andar, de ser independente ou de poder brincar com os filhos/netos.”

Outro dos temas abordados será a inovação e tecnologia em geriatria e como podem contribuir para a manutenção da funcionalidade física e cognitiva e consequente melhoria da qualidade de vida e bem-estar dos mais idosos. Sofia Duque, especialista em Medicina Interna do Hospital São Francisco de Xavier, acrescenta ainda que “as inovações tecnológicas podem ser úteis na prevenção da doença e da deterioração funcional, contribuindo para o envelhecimento ativo e saudável”. Recentemente foi reconhecida a Gerontecnologia  que reúne todas as inovações tecnológicas desenvolvidas no campo da geriatria, quer para rastreio, diagnóstico, prevenção, assistência, reabilitação, previsão de acidentes, adesão à terapêutica, etc.

Sofia Duque destaca ainda que a telemedicina pode possibilitar novos modelos de cuidados, aproximando os doentes dos profissionais e dos serviços de saúde à distância de um click, aumentando a acessibilidade aos serviços de saúde. “Esta é uma ferramenta particularmente útil para pessoas com problemas de mobilidade ou que vivem em ambientes de acessibilidade limitada”. 

Bastonário
A Ordem dos Médicos deu parecer favorável ao primeiro pedido de gestação de substituição em Portugal, o de uma avó que está...

O anúncio foi feito hoje pelo bastonário da Ordem dos Médicos, num encontro com jornalistas em Lisboa.

Apesar do seu caráter não ser vinculativo, o parecer da Ordem dos Médicos é um dos passos previstos na regulamentação da gestação de substituição, publicada em Diário da República a 31 de julho deste ano.

A Ordem dos Médicos dispunha de 60 dias para dar este parecer, solicitado pelo Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) após ter admitido liminarmente um pedido de gestação de substituição.

Segundo o bastonário, Miguel Guimarães, o parecer positivo foi dado pela subespecialidade de medicina de reprodução da Ordem dos Médicos e homologado pelo Conselho Nacional Executivo desta entidade.

O bastonário destaca que o parecer avaliou questões técnicas e não questões éticas ou deontológicas, sendo que no Conselho Nacional Executivo da Ordem a aprovação não foi unânime, tendo havido abstenções.

O passo seguinte é a assinatura de um contrato, cujo modelo ainda não foi aprovado pelo CNPMA.

O caso que foi liminarmente admitido pelo CNPMA e que mereceu agora o parecer favorável da Ordem dos Médicos refere-se a um casal em que a mulher teve de retirar o útero por motivos de saúde, mas a sua mãe está disposta a gerar o neto.

O recurso à gestação de substituição só é possível a título excecional e com natureza gratuita, nos casos de ausência de útero e de lesão ou doença deste órgão que impeça de forma absoluta e definitiva a gravidez da mulher ou em situações clínicas que o justifiquem, segundo a lei em vigor.

Desde que a regulamentação da lei tornou praticável a gestação de substituição em Portugal, o CNPMA recebeu 99 intenções de intenção celebração do contrato de gestação de substituição, das quais 58 de portugueses e 41 de estrangeiros, revelou fonte deste regulador.

Estudo de mestrado adverte
Resultados de investigação de bolseiro da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra foram divulgados na Suécia.

Uma dissertação de mestrado defendida na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) vem alertar para a necessidade de uma gestão mais eficiente e segura do material clínico de bolso utilizado pelos enfermeiros.

Em causa estão os resultados do estudo desenvolvido pelo bolseiro de investigação, Paulo Costa, há dias divulgados na European Scientific Conference on Applied Infectious Disease Epidemiology, em Estocolmo, e que revelam que 92% dos enfermeiros inquiridos nesta análise partilha o material clínico de bolso com outros enfermeiros, médicos, técnicos superiores de saúde e assistentes operacionais, sendo que todos já o reutilizaram com múltiplos utentes.

Especifica o estudo, realizado pelo também enfermeiro Paulo Costa, que os procedimentos clínicos, com recurso a material de bolso reutilizado, mais mencionados pela amostra foram a punção venosa periférica, a otimização de cateter venoso periférico e a otimização de sonda nasogástrica e tratamento de feridas.

A amostra em estudo foi constituída por 50 enfermeiros que prestam cuidados diretos a utentes, recrutados em quatro serviços de medicina interna de um hospital da zona centro do país.

Revela, também, o trabalho de investigação que «um número significativo de enfermeiros higieniza estes equipamentos, ainda que técnicas e produtos utilizados não estejam sistematizados nas unidades».

Todavia, ao nível da avaliação microbiológica realizada – entre março e maio de 2017, foram colhidas 300 amostras microbiológicas para análise laboratorial, num processo de colheita de dados que resultou da conjugação de três projetos de investigação –, “verificou-se uma taxa de presença microbiana de 53%, sendo o garrote, o rolo de adesivo e a tesoura que maior presença de microorganismos apresentaram”, afirma o enfermeiro Paulo Costa.

Por cada enfermeiro, foram colhidas duas amostras ao nível das mãos, duas amostras ao nível da farda clínica e duas amostras de dois materiais de bolso selecionados de acordo com o respetivo potencial de risco para o utente e para o profissional.

O bolseiro de investigação, atualmente a trabalhar num projeto inscrito na Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem, da ESEnfC, afirma ser “realidade vigente em muitas das unidades de cuidados em contexto nacional” situações em que “o material clínico que os enfermeiros transportam e armazenam no seu bolso da farda clínica não respeita princípios cruciais de boas práticas, seja a nível da sua higienização, seja na reutilização entre utentes e partilha entre profissionais”.

No estudo realizado, “os enfermeiros justificaram o transporte e armazenamento de material clínico no bolso da farda pelo seu rápido acesso em caso de necessidade, pela distância à sua zona de armazenamento e pela escassez que determinados materiais clínicos apresentam nas unidades”, refere Paulo Costa.

Algumas recomendações
Para o autor do estudo, “a utilização de materiais clínicos de uso único descartáveis ou a introdução de materiais reutilizáveis, que cumpram requisitos específicos de normas nacionais e internacionais de referência, devem ser promovidas pelos gestores em saúde, dado o seu impacto na qualidade e segurança dos cuidados prestados”.

Paulo Costa considera necessário «identificar, avaliar e hierarquizar os riscos associados à gestão de material clínico de bolso, promovendo ações de melhoria a desencadear nos diferentes níveis organizacionais», sendo que “a formação contínua a nível da prevenção e controlo de infeções associadas aos cuidados de saúde deve ser transversal a todos os profissionais”.

“Devem ser criados esforços na construção e disseminação de diretrizes institucionais neste âmbito temático, devidamente acessíveis em locais-chave das unidades, de modo a uniformizar a higienização destes equipamentos”, defende, ainda, o enfermeiro residente na Figueira da Foz.

Paulo Costa observa que, “em Portugal, o Decreto-Lei n.º145/2009 de 17 de junho estipula que o material clínico deve ser acondicionado de modo a que as suas caraterísticas e níveis de funcionamento não sofram alterações, eliminando ou reduzindo, tanto quanto possível, o risco de infeção para o utente”.

O projeto de mestrado do enfermeiro Paulo Costa, com o título “Gestão de Material Clínico de Bolso por Enfermeiros: Fatores Determinantes e Avaliação Microbiológica”, foi orientado pelos professores doutores João Graveto (ESEnfC) e Helena Albano (Universidade Católica Portuguesa - Centro de Biotecnologia e Química Fina).

A defesa do ato público foi concluída no dia 16 de outubro, tendo o investigador obtido a classificação de 19 valores.

Ao projeto foi concedida uma bolsa, pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, para disseminação dos resultados obtidos durante a European Scientific Conference on Applied Infectious Disease Epidemiology, que decorreu, de 6 a 8 de novembro, na capital da Suécia.

No âmbito deste e de outros estudos em curso, relacionados com infeções associadas aos cuidados de saúde, os investigadores da ESEnfC estabeleceram parcerias com a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e com a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra.

A equipa multidisciplinar pretende continuar a desenvolver projetos de investigação nesta área, com foco noutros contextos de cuidados e população, assim como na avaliação da eficácia de novas tecnologias na promoção de boas práticas em saúde e prevenção de infeções.

Centro Hospitalar Cova da Beira
De 13 a 19 de novembro de 2017, o Centro Hospitalar Cova da Beira está a promover diversas iniciativas para comemorar o Dia da...

Assim, ao longo desta Semana, encontra-se patente na entrada principal do Hospital Pêro da Covilhã uma exposição alusiva ao tema da Prematuridade, na qual se pretende recriar também um décor ilustrativo da Unidade de Neonatologia do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), com equipamentos e dispositivos médicos que fazem parte, quer da história quer do presente, desta unidade especializada na prestação de cuidados de saúde a bebés prematuros e a recém-nascidos.

Para os mais interessados nesta área, há também a possibilidade de, durante a semana, realizar visitas ao interior do serviço, sob agendamento prévio junto do secretariado do mesmo.

No dia 15 de novembro terá lugar pelas 17H00, no Auditório do Hospital Pêro da Covilhã, o I Encontro de Pais de Prematuros do CHCB, encontro esse que tem como finalidade promover a integração, sensibilização e partilha de experiências, entre os pais que permaneceram com os seus filhos prematuros internados na Unidade de Neonatologia e os profissionais que os acompanharam, num momento tão sensível e assustador das suas vidas.

Esta reunião, para a qual estão convidados todos os pais de bebés prematuros nascidos no CHCB, conta ainda com a participação de um representante da Associação XXS (Associação de Apoio a Pais de Bebés Prematuros) que pretende divulgar o projeto "de pais para pais", desta associação, a desenvolver na nossa região.

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