Ministro da Saúde

Origem da infeção foi dentro do perímetro do São Francisco Xavier

O ministro da Saúde disse ontem que a origem do foco de legionella em Lisboa foi o hospital São Francisco Xavier, considerando que as primeiras evidências apontavam logo para uma emissão dentro do perímetro da unidade hospitalar.

Numa conferência de imprensa para fazer um ponto da situação do surto que já infetou 35 pessoas e provocou dois mortos, o ministro da Saúde; Adalberto Campos Fernandes, indicou que “desde o primeiro minuto” que as evidências apontaram para uma emissão a partir daquele hospital.

“Desde o primeiro minuto que as primeiras evidências epidemiológicas e técnicas apontaram para uma emissão dentro do perímetro do hospital. A afirmação que foi hoje produzida durante o dia não tem qualquer compaginação com a realidade”, declarou Adalberto Campos Fernandes aos jornalistas.

Ontem, o presidente dos Serviços de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) afirmou que as autoridades identificaram nas redondezas do São Francisco pelo menos sete equipamentos potencialmente produtores de aerossóis e onde poderá também ter começado o surto.

Segundo declarações do responsável ontem de manhã, a maior probabilidade é que o surto tivesse tido origem nas instalações do hospital, mas, por precaução, a Administração Regional de Saúde (ARS) e o delegado de saúde fizeram o levantamento dos equipamentos potencialmente geradoras de aerossóis para fazer análises.

Também na segunda-feira ao fim do dia, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, deu a entender que não estava esclarecida a origem do foco de infeção.

"É prematuro dizer qual é o ponto de infeção", disse Graça Freitas em conferência de imprensa, insistindo em que não era ainda possível identificar uma origem específica da contaminação.

Mas ontem, o ministro da Saúde disse ter ouvido com atenção as declarações da diretora-geral da Saúde, não tendo ficado “com esse tipo de dúvida”.

Adalberto Campos Fernandes considerou que a caraterização epidemiológicas e os elos que se estabelecem nestas situações são “relativamente fáceis para quem é do domínio da saúde pública”, indicando que se torna “mais fácil e seguro garantir” agora que a “fonte primária emissora dos aerossóis [com a bactéria] está controlada”.

A doença dos legionários, causada pela legionella, é uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até 10 dias.

A infeção pode ser contraída pela inalação da bactéria presente em aerossóis. Não se transmite por ingestão de água, mas sim pela inalação de aerossóis contaminados com a bactéria.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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