Combater o desperdício
A criação de pontos de venda para produtos prestes a passar do prazo é uma das medidas propostas pela Comissão Nacional de...

A medida, que teria que ser apoiada "por um instrumento legislativo ou orientações", prevê que, dentro das lojas, os retalhistas criem espaços para vender produtos que estão próximos da data do fim de prazo, disse Eduardo Dinis numa conferência sobre sustentabilidade alimentar nas cidades na Universidade de Lisboa.

Eduardo Dinis disse que os retalhistas foram ouvidos no período de consulta pública da estratégia e mostraram disponibilidade para criarem espaços específicos para esses produtos serem vendidos mais baratos.

"Cada um, tratando-se de empresas com os seus mecanismos de gestão e logística próprios, terá que ver a melhor maneira de o fazer", referiu.

Há muitas variáveis a ter em conta, desde logo existirem "produtos em que estar perto do fim do prazo é mais crítico", mas a comissão entende que "era uma forma de tentar reduzir o desperdício.

O ponto de partida, em Portugal, são os 17% de produção anual que é desperdiçada, equivalente a cerca de um milhão de toneladas.

A definição do desperdício aplica-se a "alimentos em condições de serem consumidos que são inutilizados".

Apela-se na estratégia, que será anunciada pela tutela "em breve" à "responsabilidade partilhada do consumidor", que é o destinatário de "campanhas e formação" para alertar para formas de evitar o desperdício.

Prevenção é a primeira prioridade, mas, na escala para lidar com o desperdício, estão a doação, aproveitamento para animais, reciclagem e, no fim, a eliminação dos produtos.

Defende-se ainda que sejam revistas as orientações sobre segurança alimentar para incluir o aproveitamento de mais alimentos que podem ser consumidos.

"Temos o documento preparado, será entregue à tutela para, se assim o entender como estratégia nacional para Portugal neste aspeto", indicou Eduardo Dinis.

Presidente da República
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu hoje “ambição” na luta contra o cancro da mama, destacando que...

"Vejo ambição e atenção às vozes das doentes e das suas famílias", disse o chefe de Estado, na sessão de abertura da conferência "Tratamento de cancro de mama avançado", organizada pela Sociedade Europeia para a Oncologia Médica, em Lisboa.

Numa curta intervenção, de menos de dez minutos e lida em inglês, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que Portugal "está no coração de uma profunda mudança em ciências e tecnologia" e lembrou a realização, em breve, de mais uma edição do Web Summit, na capital portuguesa.

"Sinto que Portugal é vosso parceiro num momento histórico de mudança", assinalou ainda o Presidente da República, dirigindo-se à plateia de centenas de pessoas que assistem à conferência que decorre entre hoje e sábado.

O desenvolvimento de diretrizes de consenso mundial para a gestão de doentes com cancro da mama avançado é o principal objetivo deste encontro.

Inspeção da Saúde
A Inspeção-geral das Atividades em Saúde vai começar este mês uma auditoria aos produtos alimentares vendidos nas máquinas...

Em comunicado, a Ordem anuncia que a Inspeção-geral das Atividades em Saúde (IGAS) vai fazer uma análise aos produtos vendidos nas 1.751 máquinas de venda automáticas que existem no Serviço Nacional de Saúde (SNS), no sentido de perceber se está a ser cumprida a legislação que limita os produtos prejudiciais à saúde.

Esta fiscalização tinha sido sugerida pela Ordem dos Nutricionistas, depois da legislação que veio impedir a venda de produtos mais prejudiciais à saúde nas máquinas automáticas do SNS, um diploma que entrou em vigorar em setembro do ano passado mas que na prática só surtiu efeitos em março deste ano.

Passaram a ser proibidos nas máquinas de venda dos serviços públicos de saúde alimentos com teores elevados de açúcar, sal e gorduras trans.

Para a Ordem dos Nutricionistas, “esta inspeção é essencial para verificar se existe, de facto, uma melhoria na oferta de opções alimentares, visando a promoção de escolhas saudáveis”.

Em julho, a associação de defesa do consumidor Deco divulgou um estudo em que concluiu que mais de metade das 61 máquinas de venda automática de hospitais e centros de saúde analisadas continham alimentos proibidos por lei.

Greenpeace
Uma pesquisa divulgada pela organização não-governamental Greenpeace indicou que 36% dos 12 alimentos mais consumidos no Brasil...

O levantamento, denominado "Segura este abacaxi! - os agrotóxicos que vão parar na sua mesa", destacou a presença de agrotóxicos não permitidos para a produção dos alimentos e em quantidade ou acima do limite máximo permitido pela lei brasileira.

A análise também encontrou um agrotóxico proibido no país.

Segundo a pesquisa, 60% das amostras testadas continham resíduos de agrotóxicos e diversos alimentos testados apresentaram resíduos de mais de um tipo de agrotóxico.

O Greenpeace testou dois tipos de arroz, dois tipos de feijão, dois tipos de banana, mamão, tomate, couve, pimentão verde, laranja e café, que estão diariamente presentes na mesa dos brasileiros.

A organização internacional fez o levantamento como forma de expor e questionar o modelo agrícola brasileiro.

"O uso de Organismos Geneticamente Modificados (OGM), a expansão da agropecuária sobre as florestas nativas, o uso intensivo de agrotóxicos e os impactos socioambientais e climáticos advindos do nosso sistema produtivo têm comprometido o futuro da nossa alimentação e da resiliência do planeta", salienta o relatório.

"Para além da saúde humana, o uso de agrotóxicos tem graves consequências para o meio ambiente. Os pesticidas impactam o solo, a água, a flora e a fauna ao redor das plantações, e comummente atingem áreas muito além de onde foram aplicados", completou.

A especialista em Toxicologia Aplicada à Vigilância Sanitária Karen Friedrich ressaltou no relatório do Greenpeace que "a ausência de dados abrangentes e frequentes de monitoramento é um fator que privilegia o modelo hegemónico de produção agrícola, ajudando a ocultar os prejuízos para a saúde das pessoas e para a biodiversidade."

Para o Greenpeace, o modelo agrícola predominante no Brasil é altamente impactante e insustentável. Produz muito mais ‘commodities’ (produtos agrícolas voltados para exportação, como soja e milho) do que comida de qualidade.

Nas conclusões, a ONG destaca iniciativas de parlamentares ligados ao agronegócio brasileiro, principalmente a um projeto de Lei conhecido como Pacote do Veneno, que pode causar um verdadeiro desmantelamento da atual lei de agrotóxicos.

"Boa parte desse conteúdo ainda pode ser acelerado e virar uma Medida Provisória (MP) prometida pelo Governo [do Presidente Michel Temer] à bancada ruralista em troca de apoio parlamentar. A MP dos Agrotóxicos já foi noticiada e pode ser publicada a qualquer momento", conclui o Greenpeace.

A pesquisa foi feita com alimentos comprados entre os dias 11, 12 e 13 de setembro de 2017, em Brasília e São Paulo.

No total, foram enviados para análise 113 quilos de alimentos divididos em 50 amostras, tendo os testes sido realizados pelo Laboratório de Resíduos de Pesticidas (LRP) do Instituto Biológico de São Paulo.

Clima
Organizações de 28 países, incluindo Portugal, lançam hoje uma campanha para acelerar o fim do uso do carvão na produção de...

A iniciativa "A Europa após o carvão" (Europe Beyond Coal), divulgada em Portugal pela Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, pretende combater o agravamento dos impactos das alterações climáticas e da poluição do ar e é apresentada como "uma enorme campanha coletiva para acelerar a retirada do uso de carvão na produção de eletricidade em toda a Europa e promover a energia renovável limpa".

Sublinhando a urgência da mudança, as organizações referem que a análise recente do impacto na saúde divulgada pela campanha mostra que, em 2015, "o conjunto das centrais a carvão na União Europeia foi responsável por aproximadamente 19.500 mortes prematuras e 10.000 casos de bronquite crónica em adultos".

Também salientam que "os custos para a saúde associados ao uso do carvão são igualmente surpreendentes, ascendendo até 54 mil milhões de euros".

Está a ser preparada uma situação que permita que "a Europa esteja livre do carvão até 2030, e a sociedade civil está a trabalhar em conjunto para que isso aconteça e aconteça mais cedo", segundo a diretora da campanha "Europe Beyond Coal", Kathrin Gutmann, citada pela Zero.

"Para que as nações cumpram os seus compromissos ao abrigo do acordo climático de Paris e protejam o bem-estar de seus cidadãos, as centrais térmicas a carvão precisam de ser encerradas muito mais rápido do que está a acontecer. Uma central a carvão em qualquer país é uma responsabilidade para toda a Europa e para o nosso planeta como um todo", acrescenta.

A coligação de organizações apela aos governos, cidades, empresas, bancos e investidores para que definam os seus planos para terminar o uso de carvão antes da reunião da ONU para o clima em 2018 (COP24), que será em Katowice, na Polónia.

A reunião climática da ONU deste ano, a COP23, que começa em Bona, na Alemanha, na segunda-feira, "é uma excelente oportunidade para compromissos adicionais e ambiciosos para eliminar o uso do carvão", defendem.

Desde 2016, as organizações da coligação "Europa após o carvão" ajudaram a retirar 16 centrais a carvão em toda a Europa e, "de acordo com os governos, há 39 centrais com encerramento previsto na Holanda, Reino Unido, Finlândia, França, Portugal e Itália", o que devia acontecer até 2030, "o mais tardar".

A campanha está tentar acelerar o encerramento das restantes 293 centrais da Europa.

No sábado, passa um ano da entrada em vigor do Acordo de Paris, conseguido em dezembro de 2015 e assinado por vários países a 04 de novembro de 2016, com o objetivo de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa de modo a limitar a subida da temperatura média do planeta a 2º Celsius, ou 1,5ºC.

Web Summit
O Programa Integrado Para o Autismo, que tem apostado na criação de aplicações eletrónicas para o acompanhamento de crianças,...

Recentemente, o Programa Integrado Para o Autismo (PIPA) criou uma vertente "APPS", que assenta em três aplicações de formato eletrónico para promoção da estimulação de competências neurocognitivas e linguísticas que estão em défice na criança com perturbações do neurodesenvolvimento.

Trata-se de jogos criados com o objetivo de estimular a aquisição da linguagem e da numeracia.

João tem quatro anos e há cerca de dois que está a ser acompanhado pelo PIPA. Atualmente, nas suas sessões, recorre a estas aplicações. Agora tem autismo de grau ligeiro, mas quando ali chegou estava no grau moderado.

"Este acompanhamento tem sido uma grande ajuda, noto uma enorme evolução", constata a mãe Susana.

Durante a sessão, o técnico Nuno mostra-lhe no iPad as aplicações disponíveis e João entusiasma-se a cada exercício, ora no encaixe das frutas, ora na identificação dos números e das cores.

Os jogos foram construídos por uma equipa de especialistas na área da saúde, nomeadamente da psicologia do desenvolvimento, da terapia da fala e do ‘design’.

Cláudia Bandeira Lima é a coordenadora do PIPA e explicou que a ideia de se criarem aplicações eletrónicas surgiu depois de se aperceberem que as crianças tinham uma maior facilidade de aprendizagem através de uma plataforma eletrónica.

"Já que adaptamos tantos materiais lúdicos para trabalhar com as crianças no dia a dia, porque não criar jogos numa plataforma digital e, de facto, tem sido um enorme sucesso estas aplicações. Já temos mais de 8.000 ‘downloads' e estamos muito satisfeitos com a recetividade quer dos pais, quer das crianças que têm uma intuição fácil para este tipo de aprendizagem", esclareceu.

Mais de 60 crianças são acompanhadas anualmente pelo PIPA e, em Portugal, segundo a especialista uma em cada 68 crianças sofre de autismo, uma doença merece cada vez mais atenção.

A presença na Web Summit é, segundo Cláudia Lima, uma "oportunidade muito interessante", por conciliar a vertente clínica com a de tecnologia.

"Faz imenso sentido. Estamos a avançar na tecnologia a olhos vistos e estas crianças têm, na maioria das vezes, uma aptidão especial para a área tecnológica", disse.

Contactos e visibilidade são os objetivos do PIPA APPS, mas o mais importante, sublinhou Cláudia Lima, seria encontrar investidores que apostassem em tecnologia na área do diagnóstico precoce.

"Uma das grandes dificuldades nesta problemática do autismo é conseguirmos identificá-lo numa idade muito precoce, nos dois primeiros anos de vida, e não há nada que nos dê essa identificação e, portanto, seria muito interessante conseguirmos ter uma aplicação que permitisse esse diagnóstico", sustentou.

Segundo Cláudia Lima, conhecimento, experiência e confiança no resultado não faltam, resta agora encontrar quem queira financiar novas aplicações, nomeadamente no formato de diagnóstico precoce e elevar Portugal na área do autismo, com ferramentas de desenvolvimento já existentes, por exemplo, nos Estados Unidos.

Autoridades de saúde
As autoridades de saúde contam com os médicos nos centros de saúde e hospitais para informarem os doentes da importância da...

Ainda assim, e segundo a diretora-geral da Saúde, cerca de meio milhão de pessoas já se vacinaram contra a gripe nas instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Graça Freitas falava aos jornalistas durante uma iniciativa de promoção da vacinação contra a gripe que decorreu no Centro de Saúde de Moscavide, em Loures, onde o secretário de Estado da Saúde recebeu esta vacina.

Segundo a diretora-geral da Saúde, a vacinação no SNS está a correr a bom ritmo, sendo este menos célere nas farmácias de oficina, o que a especialista explica com o tempo ainda quente e que faz com que “as pessoas não pensem na gripe”.

Por esta razão, a Direção-Geral da Saúde (DGS) e as Administrações Regionais de Saúde (ARS) têm estado a trabalhar no sentido de levar os médicos a investirem muito diretamente com os cidadãos, promovendo a vacinação.

Rosa Valente de Matos, presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, presente na iniciativa, há algum tempo que os médicos dos centros de saúde e dos hospitais têm estado a ser informados no sentido de promoverem a vacinação junto dos seus utentes.

“Os médicos nos centros de saúde e nos hospitais têm um papel fundamental” na promoção da vacinação contra a gripe.

Os dados do “Vacinómetro”, que monitoriza a vacinação contra a gripe em grupos prioritários da época gripal, divulgados a 18 de outubro indicavam que mais de 560 mil portugueses com 65 ou mais anos já se tinham vacinado contra a gripe desde o início desse mês, uma taxa de vacinação inferior ao registado no mesmo período do ano passado.

Esta diminuição pode ser “explicada pelas condições ambientais, com temperaturas mais elevadas que têm sido registadas neste outono”, refere o comunicado que divulga os primeiros dados do “Vacinómetro”, que permite monitorizar em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela DGS

A vacina contra a gripe é “fortemente recomendada” para grupos como pessoas com idades acima dos 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos a partir dos seis meses, grávidas e profissionais de saúde ou prestadores de cuidados em lares de idoso. Recomenda-se também a pessoas com idade entre os 60 e os 64 anos.

Secretário de Estado da Saúde
O governo desistiu da intenção de aplicar uma contribuição extraordinária às empresas de dispositivos médicos, através da qual...

Manuel Delgado falava aos jornalistas à margem de uma iniciativa sobre vacinação contra a gripe, que decorreu no Centro de Saúde de Moscavide, tendo anunciado que esta taxa já não constará do Orçamento do Estado para 2018.

Segundo a proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2018, entregue no passado dia 13 de outubro pelo Governo na Assembleia da República, as empresas de dispositivos médicos iam passar a pagar uma contribuição extraordinária, entre os 2,5% e os 7,5%, consoante o preço dos produtos.

O objetivo era “garantir a sustentabilidade do SNS” e, de acordo com a proposta, a medida iria proporcionar uma receita de 24 milhões de euros.

O secretário de Estado da Saúde disse que a medida já não irá ser concretizada e que o Governo encontrou outros mecanismos para “evitar o excesso de utilização e abuso dos meios de diagnóstico e terapêutica”.

“Era uma das soluções possíveis, mas depois, na ponta final das avaliações, foi considerada inapropriada no contexto nacional”, disse.

Três dias após o Governo entregar a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2018, a Associação Portuguesa de Empresas de Dispositivos Médicos (APORMED) avisou que uma contribuição extraordinária de 2,5% a 7,5% iria levar ao corte do fornecimento de dispositivos médicos ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), entre outras consequências.

Além do “encerramento de algumas empresas do setor”, o “novo imposto” terá como consequência a “descontinuação de um grande número de produtos”, advertiram na altura.

É a segunda vez que este governo tenta aplicar uma contribuição extraordinária às empresas de dispositivos médicos. Na proposta de lei do Orçamento do Estado para 2017 chegou a estar inscrita uma taxa desta natureza, com a qual o Executivo deveria arrecadar 35 milhões de euros, mas dias depois a intenção deixou de estar inscrita na proposta.

Suplementação: sim ou não?
De acordo com estudos recentes, e apesar de Portugal ser um dos países europeus com mais sol, os por

A vitamina D, também conhecida como a vitamina do Sol, é um nutriente que se insere dentro do grupo das vitaminas lipossolúveis (ou seja, que é absorvida juntamente com os lípidos) de grande importância para o nosso organismo, na medida em que colabora em inúmeras funções.

Ao contrário de outras vitaminas, que podemos obter através da alimentação, a vitamina D é produzida na pele quando exposta à radiação ultravioleta.

Deste modo, a exposição solar é fundamental para garantir os níveis adequados de vitamina D no organismo. “Uma vez no sangue, esta vitamina é convertida numa hormona chamada calcitriol que tem recetores em todas as células no organismo. Uma das funções mais importantes do calcitriol é garantir a absorção de cálcio a nível intestinal”, começa por explica Inês Veiga, farmacêutica.

Estudos recentes mostram, no entanto, que a população portuguesa apresenta baixos níveis deste nutriente ainda que Portugal seja dos países que mais sol tem, durante todo o ano.

As mudanças no estilo que vida, que temos vindo a assistir nas últimas décadas, são a principal causa apontada. “Não apanhamos sol suficiente. A exposição solar no verão apenas é diária durante o período de férias e quase sempre com proteção solar, de acordo com as recomendações dos dermatologistas”, afirma frisando que o problema não é a utilização de protetores, mas a falta de exposição solar de uma forma regular.

“Devíamos expor-nos ao sol 15 minutos diariamente, 7 dias por semana, 12 meses por ano”, revela.

“Se há milhares de anos éramos seres da natureza, hoje estamos enfiados em apartamentos, escolas, centro comerciais e escritórios”, acrescenta.

Por outro lado, a “culpa”, diz-se, é também do envelhecimento da população. “A pele de pessoas com mais de 60 anos produz 25% da quantidade de vitamina D produzida por uma pessoa de 20 anos”, esclarece a especialista.

Ainda que assintomática, a deficiência em vitamina D é uma situação que progride silenciosamente, contribuindo para um aumento do risco de patologias como a diabetes, doenças cardiovasculares ou infecciosas e cancro, para além da osteoporose.

Apenas quando “os níveis plasmáticos de vitamina D são muito baixos, podem surgir dores e fraqueza muscular”.

Para contrariar a tendência, muitos são os que recomendam a suplementação como forma de prevenir uma potencial deficiência neste nutriente.

“Assim que termina a época de exposição solar, toda a população deveria considerar a suplementação com vitamina D”, afirma Inês Veiga. Sobretudo, os grupos mais vulneráveis: idosos, grávidas, crianças e “pessoas que trabalham todo o dia num espaço fechado”.

“Os suplementos são uma forma de compensar uma baixa ingestão de nutrientes ou uma necessidade metabólica aumentada”, explica a fermacêutica referindo que, neste caso, a suplementação em vitamina D é uma forma de compensar a baixa exposição solar.

O valor de referência deste nutriente são 200 UI, no entanto, de acordo com os dados recentemente divulgados, esta dose tem-se revelado insuficiente para preveniro desenvolvimento de deficiência na população portuguesa. “Numa perspectiva de prevenção, 1500 UI parece ser uma dose adequada para garantir a manutenção de níveis saudáveis e evitar o desenvolvimento de deficiência”, admite Inês Veiga acrescentando que, a título de exemplo, uma hora de exposição solar no verão “permite produzir 10000 UI de vitamina D”.

No entanto, tal como explica a farmacêutica, em situações em que é detetada um deficiência grave, pode ser necessário recorrer a doses mais elevadas “durante um mês” ou durante o tempo necessário para que os níveis plasmáticos de vitamina D normalizem.

Com um baixo risco de toxicidade, a suplementação surge assim como uma forma segura de garantir níveis saudáveis deste nutriente. No entanto, a especialista aconselha a que siga sempre as recomendações do seu médico ou farmacêutico.


Os suplementos de vitamina D estão disponíveis em cápsulas, gotas ou saquetas 

Atualmente, existem no mercado várias opções de suplementos com vitamina D, daí que seja importante, para além da questão da dose, ter em consideração outros fatores:

- a forma da vitamina D: “A vitamina D3 (colecalciferol) tem maior atividade do que a vitamina D2 (ergosterol) de origem vegetal, geralmente procurada pelos vegetarianos e vegans”, explica Inês Viega;

- a origem da vitamina D3: De acordo com a farmacêutica, devemos procurar uma forma natural de vitamina D, “idealmente obtida a partir da lanolina (gordura da lã de ovelha), uma vez que é a melhor fonte orgânica de vitamina D”;

- dissolução: “Tendo em conta que a vitamina D é lipossolúvel, depende de gordura para ser absorvida, o ideal é optar por um suplemento que dissolva a vitamina D3 numa gordura saudável, como o azeite”, refere.

Por outro lado, há que ter em atenção a sua forma de apresentação, sendo que no mercado existem suplementos em forma de cápsulas, gotas ou saquetas. “É fundamental que o consumidor esteja informado sobre as vantagens e desvantagens associadas a cada tipo de apresentação para facilitar a decisão na hora da escolha”, afiança Inês Veiga.

“As saquetas ou gotas, por norma, contêm aditivos, açúcar, aromas e/ou edulcorantes na sua composição para garantir que o sabor não é desagradável. Estas substâncias devem ser evitadas sempre que possível, pelo que as cápsulas podem ser uma boa alternativa. Outra vantagem das cápsulas é o facto de garantirem que a pessoas ingere sempre a mesma dose, o que nem sempre se verifica com as gotas”, explica a especialista.

No dia em que se assinala o Dia Mundial da Vitamina D, Inês Veiga reforça a ideia que a deficiência em vitamina D pode ser prevenida. “Somos responsáveis pela nossa saúde. A prevenção com suplementos é fácil e segura, por isso podemos travar este problema agora mesmo. O dia 2 de novembro pode passar a ser, anualmente, o dia para iniciar a suplementação com vitamina D!”, conclui. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
António Damásio
O neurocientista António Damásio advertiu que “se não houver educação massiva, os seres humanos vão matar-se uns aos outros”.

O neurocientista português falava no lançamento do seu novo livro “A Estranha Ordem das Coisas”, que decorreu em Lisboa, na escola secundária António Damásio, e defendeu perante um auditório cheio que é preciso educarmo-nos para contrariar os nossos instintos mais básicos, que nos impelem a pensar primeiro na nossa sobrevivência.

"O que eu quero é proteger-me a mim, aos meus e à minha família. E os outros que se tramem. [...] É preciso suplantar uma biologia muito forte", disse, associando este comportamento a situações como as que têm levado a um discurso anti-imigração e à ascensão de partidos neonazis de nacionalismo xenófobo, como os casos recentes da Alemanha e da Áustria.

Para António Damásio a forma de combater estes fenómenos "é educar massivamente as pessoas para que aceitem os outros".

A Escola Secundária António Damásio, em Lisboa, foi o sítio escolhido pelo neurocientista português para lançar em Portugal a sua nova obra, que volta a falar da importância dos sentimentos, como a dor, o sofrimento ou o prazer antecipado.

“Este livro é uma continuação de “O Erro de Descartes”, 22 anos mais tarde. Em “O Erro de Descartes” havia uma série de direções que apontavam para este novo livro, mas não tinha dados para o suportar”, explicou António Damásio, referindo-se ao famoso livro que, nos finais da década de 90, veio demonstrar como a ausência de emoções pode prejudicar a racionalidade.

O autor referiu que aquilo que fomos sentindo ao longo de séculos fez de nós o que somos hoje, ou seja, os sentimentos definiram a nossa cultura.

António Damásio disse que o que distingue os seres humanos dos restantes animais é a cultura: “Depois da linguagem verbal, há qualquer coisa muito maior que é a grande epopeia cultural que estamos a construir há cem mil anos”.

O neurocientista acredita que o sentimento – que trata como “o elefante que está no meio da sala e de quem ninguém fala” - tem um papel único no aparecimento das culturas.

“Os grande motivadores das culturas atuais foram as condições que levaram à dor e ao sofrimento, que levaram as pessoas a ter que fazer alguma coisa que cancelasse a dor e o sofrimento”, explicou António Damásio.

“Os sentimentos, aquilo que sentimos, são o resultado de ver uma pessoa que se ama, ou ouvir uma peça musical ou ter um magnífico repasto num restaurante. Todas essas coisas nos provocam emoções e sentimentos. Essa vida emocional e sentimental que temos como pano de fundo da nossa vida são as provocadoras da nossa cultura”.

No novo livro o autor desce ao nível da célula para explicar que até os micro-organismos mais básicos se organizam para sobreviverem.

Perante uma plateia com centenas de alunos, o investigador lembrou que as bactérias não têm sistema nervoso nem mente mas “sabem que uma outra bactéria é prima, irmã ou que não faz parte da família".

Perante uma ameaça, como um antibiótico, “as bactérias têm de trabalhar solidariamente”, explicou, acrescentando que, se a maioria das bactérias trabalha em prol do mesmo fim, também há bactérias que não trabalham.

“Quando as bactérias (trabalhadoras) se apercebem que há bactérias vira-casaca, viram-lhes as costas”, concluiu o neurocientista, sublinhando que estas reações são ao nível de algo que possui “uma só célula, não tem mente e não tem uma intenção”, ou seja, "nada disto tem a ver com consciência".

E é perante esta evidência que o investigador conclui que “há uma coleção de comportamentos – de conflito ou de cooperação – que é a base fundamental e estrutural de vida”.

Durante o lançamento do livro, o investigador usou o exemplo da Catalunha para criticar quem defende que o problema é uma abordagem emocional e não racional: “O problema é ter mais emoções negativas do que positivas, não é ter emoções”.

Serviço de Nutrição e Atividade Física
Começou no passado dia 26 de Setembro de 2017 mais uma edição do Programa “Peso Saudável”, o primeiro programa integrado de...

“Conhecimento, motivação e psicologia comportamental” são os segredos para emagrecer que o médico José Luis Themudo Barata, diretor do Serviço de Nutrição e Atividade Física (SNAF) e mentor do “Peso Saudável” professa e implementa neste programa de características inéditas em meio hospitalar, baseado essencialmente na chamada "medicina do estilo de vida".

Para além de incutir novos hábitos de alimentação e de atividade física, o programa pode também ter como terapia coadjuvante a intervenção psicológica, e caso se justifique recorrer à cirurgia da obesidade (banda gástrica), para a qual existe protocolo com outras unidades de saúde. Ao  longo de cada programa o utente é acompanhado por uma equipa multidisciplinar, constituída por um médico, nutricionistas, um psicólogo e também um professor de educação física, este último afeto ao Gabinete de Desporto da Câmara Municipal da Covilhã, e cuja participação no programa é feita através de um protocolo de colaboração entre as duas instituições.

Nas duas últimas edições deste programa, referentes ao 1º semestre de 2017, os resultados apresentados revelam e consubstanciam novamente o sucesso do mesmo, com 61,1% dos participantes a pertencer ao sexo feminino e 38,9% ao sexo masculino, numa faixa etária que varia entre os 19 e os 69 anos e com uma média, em termos de peso perdido de 3,5kg nos homens e 4,6kg nas mulheres e com uma perda em termos de massa gorda de 1,8% e 2,5% respetivamente.

Recorde-se que cada programa "Peso Saudável" tem a duração de 3 meses (13 a 15 sessões semanais estando previstas para 2018 sessões mensais de índole temática complementar ao programa), sendo composto por consultas individuais de medicina, nutrição e psicologia, necessárias ao acompanhamento individual e personalizado de cada utente, mas também sessões de grupo, uma atividade em que os utentes recebem formação ao nível dos vários temas referentes ao processo de emagrecimento, tais como stress, planeamento alimentar, aprendizagem de controlo do processo de compra alimentar e gestão do tempo, etc. Acrescem a estas, sessões de atividade física que têm lugar no Complexo Desportivo da Covilhã, todas as segundas, quartas e sextas-feiras entre as 18h00 e as 19h15. Relativamente a estas, ao longo do primeiro semestre de 2017 verificou-se ainda um incremento no número de presenças, contabilizando-se assim um total de 716 nas sessões de atividade física, o que revela a adesão e importância que estas têm para os utentes.

A edição em curso tem fim previsto para 12 de Dezembro, estando já abertas inscrições para a próxima edição a iniciar na primeira semana de Janeiro de 2018, sendo que muitas dessas inscrições correspondem a encaminhamentos de diversas especialidades médicas, seja por parte de médicos do Centro Hospitalar Cova da Beira, bem como de médicos dos Centros de Saúde.

Secretário de Estado da Energia
A concessão da exploração da água das termas das Caldas da Rainha à Câmara foi hoje aprovada pelo secretário de Estado da...

A concessão da água mineral denominada de “Caldas da Rainha”, no distrito de Leiria, ao município das Caldas da Rainha foi assinada, segundo uma nota da Secretaria de Estado da Energia, por um prazo de 50 anos que, por despacho ministerial, pode ser prorrogado “por um prazo não superior a 20 anos”.

O contrato estabelece que o município se obriga a realizar as avaliações do Novo Balneário e do Hospital Termal, “com o objetivo de o adaptar para poder funcionar transitoriamente em condições higiene-sanitárias no prazo de seis meses”, a partir da data da assinatura do contrato.

Além disso a autarquia terá de propor à Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), no prazo de 60 meses, um projeto de preservação e eventual classificação do antigo Hospital Termal, de forma a “preservar o edifício, a par das antigas nascentes termais que se localizam nas caves do edifício”.

Para a secretaria de Estado, trata-se da “reativação de um projeto emblemático e fundamental do ponto de vista económico para a região”.

O Hospital Termal Rainha D. Leonor foi o primeiro hospital termal do mundo, que esteve na origem da cidade das Caldas da Rainha e que se encontrava desativado desde 2013, devido ao surgimento da bactéria ‘legionella’ nas águas.

A autarquia, que desde o final de 2015 detém a exploração do património termal, tem em curso um projeto de substituição das canalizações que levam a água das nascentes até ao hospital.

A estimativa é de reabertura no próximo ano.

Com esta aprovação o secretário de Estado da Energia já aprovou 18 contratos de concessão mineira e 12 contratos de concessão de águas minerais naturais.

Startup do Porto
Uma ‘startup' do Porto recebeu um apoio da fundação norte-americana Bill & Melinda Gates para criar um anticorpo de...

A bactéria em causa, designada Estreptococcus do Grupo B, "é uma das principais causas" dessas patologias em recém-nascidos, que detetadas principalmente os meios rurais de países em desenvolvimento, disse à Lusa Pedro Madureira, diretor científico da ‘startup' (empresa de base tecnológica em fase de desenvolvimento) Immunethep.

"Grande parte das infeções nos países em desenvolvimento ocorre em meios rurais, onde o cuidado médico é praticamente inexistente, sendo o objetivo deste projeto desenvolver anticorpos que possam ser administrados oralmente (bebidos), o que não implica a atuação de profissionais especializados", podendo assim o "tratamento chegar a mais pessoas", indicou.

De acordo com Pedro Madureira, o objetivo da Immunethep é criar uma terapia baseada na administração oral de anticorpos para neutralizar a molécula bacteriana GAPDH, que impede o nosso sistema imune de combater as infeções.

Este é o segundo projeto da ‘startup', que tem vindo a desenvolver uma vacina que produz esses anticorpos para neutralizar a GAPDH e ajuda a prevenir ao mesmo tempo infeções bacterianas que causam doenças como meningite, pneumonia, septicemia (infeção na corrente sanguínea) e, nos casos mais críticos, morte por choque sético.

A vacina PNV "é a primeira capaz de prevenir infeções multibacterianas, incluindo estirpes multirresistentes, desde o útero (pré-natal) até à velhice (idosos)", informou Pedro Madureira.

A estratégia da Immunethep é encontrar outras formas de criar ou fornecer esses anticorpos para além da vacina, como é o caso deste produto de administração oral, cujos estudos se iniciarão em novembro.

A Fundação Bill&Melinda Gates "é uma organização de referência mundial, com um objetivo muito claro de diminuir infeções em países subdesenvolvidos", indicou Pedro Madureira, para quem este apoio irá permitir acelerar o processo de desenvolvimento e entrada em ensaios clínicos da imunoterapia baseada nos anticorpos.

"Estamos muito orgulhosos de ter recebido este apoio. A confiança que a Fundação Bill & Melinda Gates demonstrou na Immunethep é uma motivação adicional para avançar com o nosso programa clínico", reforçando também "a nossa confiança na plataforma científica que suporta os futuros produtos da empresa", indicou Pedro Madureira.

Depois de angariar uma ronda de financiamento inicial da Portugal Ventures, em 2015, para realizar ensaios pré-clínicos, a ‘startup' está atualmente a preparar-se para os ensaios clínicos da vacina PNV.

5 e 6 de Novembro na Gare do Oriente
A Gare do Oriente (Lisboa/Parque das Nações) volta a receber a Check-Up dias 5 e 6 de novembro, disponibilizando à população,...

“A Check Up disponibiliza, durante dois dias, um espaço único dedicado à saúde, com aconselhamento personalizado gratuito em diferentes especialidades e um conjunto de rastreios. Ao mesmo tempo, dá visibilidade às campanhas e ao trabalho de sociedades médicas e associações de doentes”, explica Sandra Silva, da organização. Doenças respiratórias, doenças reumáticas, audição, diabetes, hipertensão e sensibilidade dentária são alguns dos rastreios que vão estar à disposição. “O objetivo é promover hábitos de vida saudáveis, a prevenção e o awareness para determinadas temáticas”, esclarece ainda a diretora-geral da News Engage, que promove esta ação há três anos consecutivos.

Os rastreios decorrem nos dias 5 e 6 de novembro, entre as 11:00 e as 18:00 horas, e contam com a colaboração de várias associações de doentes e sociedades científicas de todo o país estando confirmadas a Anemia Working Group Portugal; Associação Portuguesa de Doentes Renais; Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas; Associação Portuguesa do Sono; Associação Portuguesa de Cardiopneumologia; Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica; Liga Portuguesa Contra a Sida e Associação Portuguesa de Podologia.

A Check-Up promove assim a terceira edição da iniciativa, que tem como objetivos a promoção de práticas de saúde e bem-estar bem, e a sensibilização para a importância da prevenção e diagnóstico atempado. 

Até 2020
O grupo Coca-Cola quer reduzir em 12% o nível de açúcar na oferta de bebidas que detém até 2020, sobretudo através da...

Numa apresentação da nova estratégia, o diretor de Nutrição e Saúde da Coca-Cola Ibéria (que junta os mercados de Portugal e Espanha), Rafael Urrialde, disse que o objetivo do grupo é até 2020 reduzir 12% o teor de açúcar por litro na oferta total de bebidas em Portugal, que é composta por mais de 100 referências, incluindo as marcas Coca-Cola, Fanta, Powerade e Nestea, das quais 28 são sem açúcar adicionado, incluindo uma água.

Nos últimos 16 anos, referiu, a Coca-Cola em Portugal conseguiu reduzir em 23% o nível de açúcar ou calorias por litro do total de vendas das bebidas da companhia, porque "cada vez existe mais bebidas sem açúcar" além da introdução de uma água no portfólio do grupo (a Aquabona), em 2002.

Será também pela "introdução de novas bebidas sem açúcar ou do crescimento de bebidas [sem açúcar] que já existem" que essa redução de 12% acontecerá, disse à agência Lusa o diretor de Relações Externas da Coca-Cola Portugal, Tiago Lima.

De acordo com os números divulgados hoje, as bebidas sem açúcar no portefólio total da Coca-Cola em Portugal representaram 21% do total de vendas (incluindo a água) em setembro deste ano, sendo que as variedades Coca-Cola 'light' e Zero representaram 28% do total das vendas da marca Coca-Cola.

Questionado sobre se esta decisão é influenciada pela introdução, em fevereiro deste ano, de um novo imposto sobre o nível de açúcar nas bebidas, Tiago Lima disse que não foi determinante, mas que a nova taxa ajuda.

"Eu acho que o imposto contribuiu para darmos um passo em frente e esta visão que estamos a ter ajuda-nos a trabalhar num mercado, sabendo que o novo imposto é uma realidade, mas cabe-nos a nós, indústria, adaptar à realidade de cada mercado e é assim que encaramos. Achamos que o caminho que apresentámos hoje é o correto: em primeiro lugar, a redução de calorias. É isso que consumidores têm dito", afirmou o responsável da Coca-Cola Portugal.

Ainda assim, recordou, esta visão foi apresentada a nível mundial em abril deste ano: "Quando estamos em 200 países não é uma realidade igual para todos os mercados – há uns que não têm o imposto e outros têm, como o mercado português".

Questionado sobre impactos do alargamento do Imposto sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas (IABA) aos refrigerantes, Tiago Lima admitiu que "as bebidas açucaradas têm caído e isso tem sido compensado por uma transferência [dentro da companhia] para as bebidas sem açúcar".

Segundo a proposta de Orçamento do Estado de 2018 (OE2018), entregue em 13 de outubro na Assembleia da República, o Governo pretende aumentar até 1,5% o imposto a pagar pelos refrigerantes no próximo ano, depois de ter alargado este ano o âmbito do IABA.

Em 2018, o Governo pretende taxar a 8,34 euros por hectolitro (100 litros) as bebidas cujo teor de açúcar seja inferior a 80 gramas por litro e a 16,69 euros por hectolitro as bebidas cujo teor de açúcar seja igual ou superior a 80 gramas por litro.

Graça Freitas
A diretora-geral da Saúde disse hoje encarar “com toda a naturalidade” os resultados do inquérito que aponta para o fim da...

A imunidade de grupo contra o sarampo, que protege vacinados e não vacinados, já não existe em Portugal devido à diminuição do número de pessoas imunes à doença nos últimos 14 anos.

Os dados constam do Inquérito Serológico Nacional (ISN) 2015-2016, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), em que participaram 4.866 pessoas, e que vem atualizar o último estudo, relativo a 2001-2002.

Em declarações, Graça Freitas salientou que a ocorrência este ano de dois surtos de sarampo, foram pequenos e que não se tornaram endémicos.

“Este ano tivemos dois surtos de sarampo que foram pequenos, que foram autolimitados e que depois não deram origem a transformações alargadas na comunidade e a doença não se tornou endémica. Eu diria que isso é a prova dos nove de que existe imunidade contra o sarampo em Portugal”, disse.

Graça Freitas adiantou que conhece os resultados há algum tempo e que a Direção-Geral da Saúde (DGS) tem estado a trabalhar com o INSA.

“Conhecemos estes resultados. O inquérito é apenas uma peça para avaliação de todo o impacto das nossas intervenções aqui neste caso nomeadamente nas doenças para as quais à vacina. Nós com periodicidade e mais regularmente (os inquéritos fazem-se de 10 em 10 anos) avaliamos as coberturas vacinais, vemos como a população se está a vacinar e depois avaliamos a evolução da doença no nosso país”, disse.

Graça Freitas lembrou que as vacinas do Programa Nacional de Vacinação estão todas controladas ou eliminadas.

"É com toda a naturalidade que encaramos estes resultados. São muito bem-vindos. Fazem parte de um quadro de análise do Programa Nacional de Vacinação. Estes dados serológicos de anticorpos (encontrado no sangue das pessoas), são apenas uma peça de um puzzle de monitorização que nos permite aferir da nossa atuação em relação à vacina”, disse.

De acordo com a responsável, os resultados do inquérito fazem parte de uma quantidade de parâmetros que “ajudam a saber onde estamos e a tomar decisões sobre vacinação”.

“Por isso temos vindo a apelar à vacinação. Lembro que lançamos campanhas de repescagem de vacinação contra o sarampo sobretudo nos grupos etários que não tendo tido a doença selvagem e contacto com o vírus vacinaram-se há alguns anos e esta vacinação já passou e têm níveis de anticorpos inferiores ao desejável”, disse.

A DGS iniciou em julho uma campanha de vacinação de repescagem contra o sarampo em crianças e adultos, tendo adquirido para o efeito 200 mil doses adicionais de vacinas.

Trinta e um casos de sarampo foram confirmados este ano em Portugal, tendo a DGS, recebido 158 notificações desde 01 de janeiro, segundo os últimos dados daquela entidade divulgados em 06 de junho.

No último inquérito, a seroprevalência para o vírus do sarampo foi de 95,2%, mas o atual aponta para 94,2% de indivíduos imunes à doença.

O inquérito indica que “este valor é inferior a 95%, proporção de indivíduos seropositivos [com contacto com o agente infecioso] necessária para que ocorra imunidade de grupo”, a qual é um efeito indireto da vacinação que protege os vacinados, mas também os que não receberam a vacina, uma vez que reduz a circulação do agente e da transmissão da infeção.

Especialista
Não come nada de origem animal, mas não impõe regime igual aos atletas do Estoril Praia que acompanha. O nutricionista Darchite...

Ouvido a propósito do Dia do Veganismo, que se assinala na quarta-feira, Darchite Kantelal diz que, em termos científicos, este tipo de alimentação “não limita a performance desportiva dos jogadores" e, pelo contrário, "até poderá estar associada a determinados benefícios”.

“Os atletas que geralmente são vegetarianos tendem a ter maiores reservas de energia (…). Este tipo de alimentação poderá também melhorar capacidade de combater o stress oxidativo que geralmente é causado pelo exercício”, reconhece o nutricionista que trabalha com o Estoril Praia e estagiou no Sport Lisboa e Benfica.

Era vegetariano e em 2015 tornou-se vegano (não consome nada de origem animal, desde a alimentação aos produtos e roupas que usa diariamente). Diz que foi "por questões éticas e ambientais”, mas sublinha que não é ortodoxo: “Respeito todos”.

“Há pessoas que reduzem apenas o consumo de carne, Não existe um extremo a definir, em que se pense que ou se é vegano ou não se está a fazer nada [pelo ambiente]. Quem, por exemplo, reduz o consumo de carne ajuda o ambiente e pode melhorar a sua saúde”, afirma.

Apesar de não comer nada de origem animal, o nutricionista reconhece que não aplica os princípios de uma alimentação de base vegetal a 100% nos atletas do Estoril Praia que segue. “O que faço é aumentar o consumo de hidratos de carbono porque é essencial. Tento incluir fontes de hidratos de carbono não processadas às refeições, como a batata, a quinoa, as leguminosas e massas” exemplifica.

Defende que na história “não houve período mais fácil para ser vegano do que agora”.

“Ainda ontem comi num restaurante tipicamente português que oferecia pratos tradicionais perfeitamente adaptáveis à alimentação de base vegetal”, conta.

Sob o ponto de vista alimentar, sublinha a variada oferta atual dos grandes supermercados, com um exemplo: “Na zona dos laticínios, metade é leite e outra metade são bebidas vegetais com uma série de sabores”.

É na roupa e no calçado que ainda encontra dificuldades. “Aí ainda tenho alguma dificuldade, não para encontrar, mas porque o preço é por vezes elevado”, confessa.

Diz que não é preciso ser vegetariano ou vegano para fazer a diferença. “Reduzir o consumo de carne e aumentar alimentos de base vegetal já está a fazer a diferença”, afirma, reconhecendo que “as pessoas estão cada vez mais conscientes”.

Sobre os custos de uma alimentação vegetariana ou vegana, o nutricionista não tem dúvidas: “Há pessoas que seguem uma alimentação vegetariana ou vegana por ser mais acessível. Não tem que ver com ser ou não biológico. A batata, os vegetais e as leguminosas são mais baratos por quilo do que a carne ou o peixe”.

Quanto aos atletas que acompanha, reconhece que o “grande problema” é o consumo excessivo de proteína. “Quando olham para o prato, primeiro escolhem as fontes de proteína, como a carne o peixe, e deixam os hidratos para o fim. Ora quando comem carne ou o peixe estes saciam bastante a fome e depois acabam por não completar todas as fontes de hidratos de que precisam”.

Diz que tenta focá-los no consumo de leguminosas, pois é também uma fonte de proteínas e tem muitos minerais e outros nutrientes, tornando-se "uma forma eficaz de os atletas fazerem uma alimentação mais de base vegetal atingindo as necessidades energéticas de que precisam".

“No Estoril Praia aconselho a fazerem o contrário. Não digo para não comerem carne ou peixe, mas foco muito no consumo de leguminosas, que estão associadas a uma melhoria na distância percorrida pelos jogadores”.

Confirmando ou não esta teoria está o atleta norte-americano Carl Lewis, vegano assumido e que liderou o ranking mundial de velocidade nos 100m e 200m, além das provas de salto em comprimento, que dominou entre 1981 e o início de 1990. Ganhou dez medalhas olímpicas e outras dez nos campeonatos mundiais de atletismo, a maioria de ouro.

1 de novembro - Dia Mundial do Veganismo
Nem queijo, nem leite, mel, carne ou peixe. Os cerca de 60.000 veganos em Portugal praticam uma filosofia de vida que exclui...

Segundo um estudo promovido pelo Centro Vegetariano e divulgado este ano, o número de vegetarianos em Portugal quadruplicou na última década. São agora 120.000 os portugueses que seguem um regime alimentar vegetariano, metade dos quais seguem alimentação vegana (não consome carne, peixe, ovos ou laticínios).

Mas ser vegano é mais do que isso. É uma filosofia de vida diferente, que vai muito além da alimentação. E é mais do que uma moda.

“Uma moda é algo que entra em crescimento e depois entra em declínio, por exemplo, como nova marca de roupa ou sapatos. No vegetarianismo e veganismo há um crescimento contínuo e estável. Os dados que apontam para um crescimento de 400% nos últimos 10 anos vêm mostrar isto mesmo”, afirma Nuno Alvim, presidente da Associação Vegetariana portuguesa (AVP).

Também ele vegano há 10 anos, diz que é “cada vez mais prático, mais fácil e mais conveniente” e, na véspera do Dia Mundial do Veganismo, que se assinala na quarta-feira, dá o exemplo da quantidade de opções já existentes nos grandes supermercados e do número de restaurantes que, ou são estritamente vegetarianos, ou pelo menos oferecem essa opção.

Reconhece que foi a maior preocupação com a saúde que levou muitos portugueses a reduzirem o consumo de produtos de origem animal nos últimos anos, procurando mais produtos naturais, vegetarianos e biológicos.

Apesar da obrigatoriedade da opção vegetariana nas cantinas públicas desde o início do ano letivo, Nuno Alvim diz que ainda há pais que se deparam com esta dificuldade: “Já tivemos contactos de pais que não conseguem que os filhos acedam [a comida vegetariana] porque ainda enfrentam o preconceito e o mito relativamente a esta alimentação”.

“A própria Direção-geral da Saúde publicou manuais que falam precisamente na alimentação vegetariana nas crianças e mostram que esta alimentação é adequada a todas as fases e ciclo de vida. É preciso é adaptar e perceber quais são as deficiências nutricionais e fazer refeições completas”, acrescenta o presidente da AVP.

Também preocupada com as carências nutricionais que uma alimentação vegetariana ou vegana pode trazer, a bastonária da Ordem dos Nutricionistas recorda: “Não nos podemos esquecer que há riscos associados, que podem ser tanto maiores quanto mais restrito é este padrão alimentar”.

Alexandra Bento sublinha que os riscos se relacionam sobretudo ”com carências de nutrientes como as vitaminas do complexo B, proteína e cálcio, vitamina D e ferro”.

A opção por este regime alimentar “exige grande cautela e grande preocupação” por parte dos pais, quando decidem que os filhos passam a ter uma alimentação vegetariana, defende a bastonária, que reconhece, contudo, que o padrão alimentar vegetariano pode ser considerado adequado porque tem uma grande diversidade em termos alimentares, com alimentos pouco processados e o consumo de fruta, hortícolas e leguminosas.

“Não descurando benefícios, os riscos existem e, se os pais tendem a querer este padrão alimentar por parte dos filhos, porque não [optar pelo] padrão ovo-lacto-vegetariano, em que ficam acauteladas estas carências nutricionais”, sugere Alexandra Bento, que aconselha os pais a consultarem igualmente um nutricionista antes de fazerem a opção.

Para o presidente da AVP, não é essencial consultar um nutricionista em todas as circunstâncias. É uma opção a recorrer em situações mais delicadas, como em crianças ou pessoas com necessidades específicas.

“Com a disponibilidade de informação, [as pessoas] não precisam necessariamente de consultar um perito nutricionista. Recomendo que tomem passos graduais, em vez de ser abruptamente, para evitar défices nutricionais”, defende.

Nuno Alvim diz que hoje em dia é fácil ser-se vegetariano ou vegano. Não sente dificuldades na área alimentar. Já quanto aos restantes parâmetros da filosofia vegan, a história é diferente.

“Em áreas como o calçado e a roupa, por exemplo, o mercado esta a evoluir muito lentamente. Já existem opções, com marcas portuguesas de sapatos sem matéria de origem animal, ou roupas. A questão é que nem sempre são acessíveis para toda a gente. São comercializados a um preço relativamente elevado”, explica.

Contudo, diz que, apesar de haver ainda muito para crescer, há uma procura cada vez maior e a disponibilidade do mercado está a evoluir. Que afinal, ser vegetariano ou vegan, “não é um bicho-de-sete-cabeças”.

Especialista
A ausência de vários vírus a circular, em virtude das vacinas que os previnem, é uma das justificações para a diminuição de...

Paula Palminha, bióloga e coordenadora Inquérito Serológico Nacional (ISN) 2015-2016 sobre Doenças Evitáveis por Vacinação, promovido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), sublinhou os avanços alcançados pela vacinação em Portugal, embora tenha destacado algumas mudanças.

A especialista frisou que, desde o último inquérito (2001-2002), Portugal registou “uma grande alteração na comunidade”, a qual está relacionada com “a ausência de circulação de alguns vírus”.

Assim acontece com o vírus do sarampo, cuja circulação em Portugal não existe desde 2003, tirando os casos importados e que estão na origem do recente surto que provocou a morte de uma jovem de 17 anos.

De acordo com o ISN 2015-2016, “94,2% da população estudada é seropositiva para o vírus do sarampo. Este valor é inferior a 95% da proporção de indivíduos seropositivos necessária para que ocorra imunidade de grupo”.

“A imunidade de grupo verificou-se globalmente para ambos os sexos nas crianças com idades compreendidas entre os dois e os nove anos e nos adultos com idade superior a 44 anos, correspondendo aos indivíduos vacinados com VASPR [vacina] e aos que desenvolveram imunidade natural”, lê-se no relatório, a que a Lusa teve acesso.

Para Paula Palminha, esta “fotografia” demonstra as alterações ocorridas na comunidade em termos de circulação de agentes, nomeadamente a ausência de vírus que provocam doenças como o sarampo, mas também o tétano.

No caso do tétano, os indivíduos analisados demonstraram proteção, embora em quantidade inferior à detetada em 2001-2002.

Estes sinais deverão agora ser analisados pelos decisores políticos, defendendo a coordenadora do inquérito que a principal “marca” da investigação seja a mudança da comunidade, em termos de circulação de agentes, nomeadamente o contacto da população com os mesmos.

O relatório do inquérito refere que, em Portugal, tal como em outros países, “a implementação do Programa Nacional de Vacinação (PNV) em 1965 resultou para a população portuguesa em benefícios inigualáveis”.

No entanto, lê-se no documento, “a efetividade do PNV será tanto maior, quanto mais adaptado estiver à realidade sero epidemiológica nacional”.

“Os resultados do ISN 2015-2016 demonstram que os 50 anos de implementação do PNV em Portugal tiveram como consequência uma elevada proporção de pessoas imunizadas relativamente às doenças abrangidas por este programa. Estes resultados estão em concordância com as elevadas taxas de cobertura vacinal e a ausência de casos das doenças em causa”, adianta o relatório.

Inquérito
Cerca de 2,7% da população portuguesa com 18 ou mais anos está infetada por ‘chlamydia trachomatis’ e 2,4% tem sífilis, doenças...

Os dados constam do ISN 2015-2016, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) e que, pela primeira vez, incluiu o estudo da prevalência de Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST).

O inquérito contou com a participação de 4.866 pessoas e vem atualizar o último estudo, relativo a 2001-2002.

O Inquérito Serológico Nacional (ISN) 2015-16 apurou uma prevalência de 2,7% para a ‘chlamydia trachomatis’ (vulgarmente conhecida como clamídia), o que “está em consonância com as estimativas europeias de prevalência para a faixa etária avaliada neste estudo (18 a 35 anos)”, segundo os autores.

A seroprevalência para a bactéria ‘treponema pallidum’, que causa a sífilis, foi de 2,4%.

Em relação a esta IST, o inquérito observou “valores mais elevados nas idades mais avançadas, que poderão ser explicados pela elevada incidência da sífilis em Portugal nas décadas de 60 e 70 do século passado”.

Para a infeção por VIH e VHC (hepatite C) foram apuradas prevalências de 0,1% e 0,3%, respetivamente.

Segundo os autores, “os valores apurados corresponderão presumivelmente à prevalência de infeções não diagnosticadas na população residente em Portugal, uma vez que os critérios aplicados na seleção dos participantes do ISN excluíam os indivíduos com doença causadora de imunodeficiência e com doença hepática crónica”.

Ainda assim, estes valores revelam-se “consistentes com resultados de outros estudos nacionais”.

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