Investigadores portugueses
Um estudo pioneiro em 11 países incluindo Portugal sobre uma forma de demência pouco conhecida descobriu uma forte componente...

O artigo, publicado pela revista The Lancet Neurology, mostra os resultados do estudo sobre a demência com corpos de Lewy (DCL), que representa 10 a 15% dos casos de demência e que nem sempre é bem diagnosticada por partilhar características com outras doenças neurodegenerativas.

O trabalho representa o primeiro estudo genético de grande escala nesta doença, que analisou 1.743 amostras de doentes e 4.454 de indivíduos saudáveis, numa colaboração que envolveu 65 grupos de 11 países diferentes, incluindo das Universidades de Aveiro e de Coimbra.

À frente do estudo estiveram José Miguel Brás e Rita Guerreiro, líderes do Programa no Instituto de Investigação sobre Demência britânico da Universidade College London, que pretendiam perceber quais as regiões do genoma e os genes que estão associados ao risco de desenvolvimento da DCL.

"Encontrámos várias destas regiões genómicas associadas com DCL, o que demonstra que a doença tem uma clara componente genética. Para além disso, encontrámos um perfil de associação que parece ser diferente dos perfis conhecidos para Alzheimer e Parkinson", afirmou José Miguel Brás.

Os resultados das análises às amostras indicam que a DCL terá uma arquitetura genética única, apesar das semelhanças com as outras doenças, acrescentou.

Autor principal do artigo, José Miguel Brás considera que "estes resultados têm implicações claras para o desenvolvimento de novas terapias especificas para DCL e também na seleção de indivíduos para ensaios clínicos".

No estudo também foram analisadas amostras de pacientes portugueses, cujos resultados estavam alinhados com os dos outros países, mas que podem contribuir para "caracterizar de uma forma mais sistemática a genética das doenças neurodegenerativas" no país, salientou o investigador da universidade britânica.

O diretor de investigação da Sociedade de Alzheimer, que financiou o estudo, mostrou-se satisfeito com o desfecho, que ajudou a estabelecer a demência com corpos de Lewy como uma condição única e distinta das doenças de Alzheimer e de Parkinson.

"Apesar de a DCL ser uma das formas mais comuns de demência em pessoas mais velhas, até agora simplesmente não haviam informações suficientes sobre suas causas, logo a descoberta de que até 36% dos casos poderão ser geneticamente herdados é uma verdadeira revelação", enfatizou Doug Brown.

O artigo, que já está disponível na página eletrónica da Lancet Neurology, uma publicação especializada em investigação em neurologia, vai ser publicado na edição impressa de janeiro.

Formado inicialmente no Politécnico e na Universidade de Aveiro, José Miguel Brás trabalhou nos EUA sobre a base genética de doenças neurológicas antes de se mudar para Londres, onde partilha a direção do laboratório com Rita Guerreiro.

Desde setembro do ano passado que ambos lideram um dos programas científicos iniciais no Dementia Research Institute, o único instituto dedicado ao estudo da demência na Europa.

Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida
O primeiro contrato para a gestação de substituição em Portugal foi sexta-feira autorizado pelo Conselho Nacional de Procriação...

“O Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) deliberou autorizar a celebração do contrato de gestação de substituição relativo ao processo de autorização” do primeiro processo em Portugal, segundo um comunicado.

Trata-se de uma mulher que está disposta a gerar um filho da sua filha, que retirou o útero por razões clínicas.

Este caso mereceu o parecer favorável da Ordem dos Médicos e recebeu agora a aprovação do CNPMA para celebração do contrato entre as partes, depois de todos os intervenientes terem sido entrevistados por este organismo.

O parecer da Ordem dos Médicos, que não tinha caráter vinculativo, foi conhecido em meados de novembro e representou um dos passos previstos na regulamentação da gestação de substituição, publicada em Diário da República a 31 de julho deste ano.

O parecer da Ordem destina-se a avaliar apenas questões técnicas e não questões éticas ou deontológicas.

O recurso à gestação de substituição só é possível a título excecional e com natureza gratuita, nos casos de ausência de útero e de lesão ou doença deste órgão que impeça de forma absoluta e definitiva a gravidez da mulher ou em situações clínicas que o justifiquem, segundo a lei em vigor.

Após denúncia da TVI
A Rede Europeia de Doenças Raras decidiu na quinta-feira passada suspender a associação Raríssimas e a Federação das Doenças...

Em comunicado, a Rede Europeia de Doenças Raras (EURORDIS) refere que até ao momento as alegações atribuem apenas responsabilidades a uma única pessoa, a presidente que se demitiu do cargo, após a sua conduta na gestão das instituições ter sido revelada pela TVI em 09 de dezembro último.

A EURORDIS reconhece que as alegações não beliscam todo o esforço desenvolvido por funcionários e voluntários que trabalham para melhorar a vida das pessoas portadoras de doenças raras em Portugal.

"Queremos expressar o nosso apoio ao pessoal e a todos os voluntários da Raríssimas que não estão implicados neste caso e que trabalham na melhoria dos serviços prestados aos pacientes e seus familiares", refere o comunicado, apelando a todos que continuem a prestar o seu apoio à causa.

A EURORDIS alerta que este caso não deve fazer esquecer que as necessidades das pessoas com doenças raras são reais, enormes e estão por cumprir.

"Os serviços prestados pela Raríssimas, graças ao seu pessoal, aos voluntários e aos apoios públicos e privados são de alta qualidade e cruciais para o bem-estar dos pacientes", realçou a EURORDIS, notando que apenas a gestão da Raríssimas "está em questão".

A organização lembra que a Raríssimas é membro da EURORDIS desde 2006 e que a Federação das Doenças Raras de Portugal (FEDRA) é membro associado desde 2009.

A decisão de suspender, com efeitos imediatos, a Raríssimas e a FEDRA foi tomada pela direção da EURORDIS, a qual sublinha que Paula Brito e Costa era o seu ponto de contacto com aquelas instituições portuguesas.

A direção da EURORDIS salienta que durante os contactos mantidos durante anos com aquelas instituições portuguesas nunca teve motivos para suspeitar de má conduta, pelo que as notícias são motivos de choque e tristeza caso se venha a provar a sua veracidade.

"Acreditamos na presunção de inocência até prova em contrário", frisa a EURORDIS, pedindo que a investigação seja pronta e totalmente transparente, por forma a permitir que a Raríssimas prossiga o seu trabalho meritório.

Estudo
Um estudo publicado no Journal of Positive Psychology revelou que as pessoas que se dedicam frequentemente a pequenos projetos...

Os investigadores seguiram 658 pessoas durante duas semanas e descobriram que fazer alguma coisa, por mais pequena que seja, como cozinhar, os ajudava a sentirem-se mais entusiasmados para os próximos dias.

Segundo afirmou Tom Logh, psicólogo da Universidade de Otago, na Nova Zelândia e principal autor do estudo, ao The Telegraph, a psicologia tem estudado as associações entre a criatividade e o funcionamento emocional, mas a maior parte dos estudos focam-se na forma como as emoções beneficiam ou dificultam a criatividade e não como é que a criatividade pode beneficiar ou não o bem-estar emocional.

No entanto, cozinhar já começa a ser explorado como uma forma de terapia para pessoas que sofrem de depressão ou de ansiedade.

 

Relatório
A responsável pelo Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e Resistência aos Antimicrobianos, Maria do Rosário Rodrigues,...

“É notório que temos deficiências nos recursos humanos que depois se repercutem na deficiência de atitudes que possam ser implicadas no controlo da infeção” associada aos cuidados de saúde, disse Maria do Rosário Rodrigues.

A responsável, que hoje apresentou, no Porto, o relatório do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos referente a 2016, que indica que a prevalência de Infeções Associadas a Cuidados de Saúde (IACS) foi de 7,8% no ano passado (10,5% em 2012), referiu que há uma série de fatores em causa que não dependem apenas dos médicos.

Rosário Rodrigues reagia assim a uma afirmação do infecciologista António Sarmento, que considerou que a “falta de auxiliares para limpeza dos serviços”, bem como “de enfermeiros a prestar cuidados”, por exemplo, não permite cumprir todas as medidas de controlo de infeções.

O médico do Hospital de S. João destacou ainda que “o número de médicos e de enfermeiros dedicados ao controlo da infeção é muito baixo”.

“Têm de nos dar meios, que nós não temos neste momento”, para que seja possível diminuir a incidência de infeções, frisou António Sarmento.

Sobre o relatório, Rosário Rodrigues afirmou aos jornalistas que, “globalmente, os resultados são bastante favoráveis”, por revelarem uma diminuição da prevalência de infeção associada a cuidados de saúde, contudo, “ainda há muito a fazer”.

“Os profissionais estão cada vez mais conscientes daquilo que têm de fazer, mas ainda temos muito a fazer”, disse, “a medida mais importante é lavar as mãos (…) gostaria que [a taxa de adesão a esta medida] subisse para valores bem mais consistentes”.

Durante o seu discurso, a responsável frisou mesmo: “não me cansarei de repetir: a higiene das mãos é a medida mais simples, mais eficaz e mais económica” para prevenir a infeção.

Para Rosário Rodrigues, atualmente “há muita atenção” para esta questão, mas ainda “há muito caminho a fazer, nada está esgotado”.

A responsável destacou também a necessidade de diminuir as resistências aos antibióticos, afirmando ser necessário apostar na literacia em saúde e melhorar a comunicação com os cidadãos.

De acordo com o relatório do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos referente a 2016, a prevalência de Infeções Associadas a Cuidados de Saúde (IACS) foi de 7,8% no ano passado (10,5% em 2012).

Os autores recordam que as IACS e o aumento da resistência dos microrganismos aos antimicrobianos (RAM) são “problemas relacionados e de importância crescente à escala mundial”.

“Segundo previsão internacional no que se refere a mortes atribuíveis às RAM quando comparadas com outras causas de morte, estima-se que se estas não forem controladas até 2050, mais 10 milhões de pessoas poderão morrer todos os anos”, lê-se no documento.

De acordo com o relatório, “a higiene das mãos por parte dos profissionais é a medida mais eficaz, mais simples e mais económica de prevenir as IACS”.

Apesar da adesão das unidades de saúde à monitorização das práticas de higiene das mãos ter vindo a aumentar de forma gradual, mais de um quarto dos profissionais de saúde não aderem a essas práticas, tendo em conta que, em 2016, a taxa de adesão dos profissionais foi de 73%.

Os autores destacam resultados positivos ao nível da pneumonia associada à intubação, que desceu 36,6% entre 2008 e 2016, nas bacteriémias relacionadas com cateter intravascular central (menos 57,1% nos últimos oito anos) e por ‘Staphylococcus aureus’ resistentes à meticilina (MRSA) e na infeção de prótese de joelho e de cólon e reto.

Prevenção
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, defendeu hoje uma aposta na literacia em saúde para reduzir o número de infeções...

“O médico não pode ser o bode expiatório (…). Aquelas medidas básicas do dia-a-dia de controlo de infeção [em hospitais e centros de saúde] estão a ser aplicadas, mas os dez milhões que fazem parte da nossa comunidade são também pessoas muito importantes” para reduzir o número de infeções associadas aos cuidados de saúde, afirmou Graça Freitas, no Porto.

Congratulando-se com os dados do relatório do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos referente a 2016, que indicam que a prevalência de Infeções Associadas a Cuidados de Saúde (IACS) foi de 7,8% no ano passado (10,5% em 2012), a responsável destacou a importância da literacia em saúde.

“Os cidadãos são um ponto importantíssimo nesta mudança de comportamentos, na utilização racional de antibióticos, na prestação de cuidados aos outros, a si próprio. Não podemos deixar um programa desta magnitude apenas nas mãos dos profissionais”, frisou.

Graça Freitas afirmou que é preciso “incorporar a literacia em saúde no dia-a-dia das pessoas”, desde os prestadores de saúde, que são mais pessoas das que trabalham em hospitais e centros de saúde, como profissionais de empresas de ‘catering’, por exemplo, aos políticos.

Lançar uma campanha que sensibilize a população para este problema é importante e necessário, contudo, “se não for alimentada, não faz acontecer”.

“Precisamos de ter estratégias, utilizando os media, mas também todas as outras redes que temos: as escolas, o contacto entre as pessoas, multicanal. [Devemos] utilizar estratégias que no dia-a-dia reforcem a prevenção”, sustentou.

A diretora-geral da Saúde recordou que “é melhor prevenir do que remediar, sempre”, e afirmou que apostar na prevenção de “uma infeção”, bem como na prevenção do “mau uso do antibiótico”, é dar um contributo importante para que o Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos “seja um sucesso”.

Os dados revelados esta manhã indicam que em cada 100 doentes internados em Portugal, 7,8 adquiriram uma infeção associada aos cuidados de saúde, taxa superior à média europeia, mas que representa uma descida de 2,7 pontos percentuais em relação a 2012.

Apesar de admitir que há ainda “muito a fazer” para diminuir ainda mais a incidência das infeções, a responsável destacou o que Portugal conseguiu conquistar nos últimos anos, designadamente desde a criação do programa.

“[O programa] foi, de facto, uma ação muito bem estruturada, muito bem desenhada e pensada, e os resultados estão à vista”, disse, acrescentando que interessa agora “convergir para os melhores valores possíveis”.

Segundo Graça Freitas, à medida que os doentes se tornam mais graves e à medida que as terapêuticas se tornam mais complexas, a partir de determinada altura nem Portugal nem nenhum outro país vai continuar a baixar” a taxa de infeções.

“Mas é para esse valor, o mais baixo possível de acordo com a melhor ciência, com a melhor segurança para o doente, que temos que convergir. Portugal está no bom caminho e cada vez é mais seguro o doente ir aos cuidados de saúde em Portugal, ser tratado da sua patologia e não contrair outra ou contribuir para a resistência aos antibióticos”, concluiu.

Entidade Reguladora da Saúde
Uma imigrante com VIH esperou oito meses até o Hospital Garcia de Orta, em Almada, recusar segui-la e nenhuma das seis unidades...

De acordo com uma deliberação da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), o caso foi exposto pelo coordenador do Centro Antidiscriminação que denunciou uma “alegada discriminação no acesso” de uma doente a cuidados de saúde no Hospital Garcia de Orta.

A cidadã guineense, a residir em Portugal desde maio de 2014, foi atendida a 02 de setembro de 2014, no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, onde lhe foi diagnosticada co-infeção por VIH 1 e 2.

A 25 de setembro, a utente foi referenciada por este hospital para o da sua zona de residência: o Garcia de Orta, em Almada.

No entanto, e segundo consta no texto da deliberação da ERS sobre o caso, apenas a 11 de maio de 2015 é que o pedido de marcação da consulta foi respondido, sendo negativo.

Da denúncia do Centro Antidiscriminação consta que “esta atitude teve como consequência um atraso de oito meses no processo de regularização [da utente] face ao SNS” e logo no acesso à terapêutica.

A ERS questiona o procedimento adotado, nomeadamente o envio da informação à utente e a não marcação do serviço solicitado através de meios informáticos.

Em resposta, o hospital referiu que a aplicação informática (Alert PI) não permite referenciar informaticamente, com origem no Hospital Garcia de Orta (HGO), para outros hospitais, nem para os cuidados de saúde primários. O inverso é possível ser feito pelos cuidados de saúde primários”.

Para a ERS, “mesmo nessa impossibilidade, tal ofício deveria ser enviado pelo Hospital Garcia de Orta diretamente ao Hospital dos Capuchos (de onde partiu o pedido de referenciação), de forma a agilizar o processo” e “não ser enviado para a utente, o que se, por si só, se mostra moroso para o andamento do processo, ainda o é mais quando estava em causa uma utente em situação de especial fragilidade e desinformação”.

Segundo o regulador, “o HGO colocou na utente, ela própria a braços com diversos obstáculos (linguísticos, de literacia, financeiros, de mobilidade, etc.), o ónus de diligenciar pela resolução da sua situação”.

Em outubro de 2014, prossegue a ERS, a utente não possuía documento comprovativo de autorização de residência nem documento que certificasse que se encontrava a residir em Portugal há mais de noventa dias”.

Sendo assim, e conforme legislação em vigor, “era dever do Hospital Garcia de Orta, além de prestar os cuidados de saúde necessários”, encaminhar a utente “para um Centro Nacional de Apoio ao Imigrante ou para um Centro Local de Apoio à Integração dos Imigrantes mais próximo, a fim destas estruturas de apoio ao imigrante, em articulação com outras entidades oficiais competentes para o efeito, procederem à regularização da sua situação”.

“No caso concreto verifica-se que o Hospital Garcia de Orta não diligenciou pelo referido encaminhamento da utente, o que poderia ter acelerado a regularização da sua situação administrativa e, consequentemente, a sua inscrição no SNS, cuja responsabilidade é dos centros de saúde”.

O autor da queixa refere ainda que “em nenhuma das unidades de saúde por onde a utente passou e onde foi vista - Hospital dos Capuchos, Garcia de Orta e Egas Moniz, e os centros de saúde Dr. J. Paulino, em Rio de Mouro, USF do Laranjeiro ou da Cova da Piedade - a utente foi devidamente informada nem encaminhada para um Centro Nacional de Apoio ao Imigrante ou para um Centro Local de Apoio à Integração dos Imigrantes.

“Na situação de grande fragilidade (administrativa, clínica) da utente”, esse encaminhamento “seria importante para diminuir as dificuldades burocráticas e agilizar o seu processo de regularização e, consequentemente, de inscrição no SNS”.

Direção Nacional de Saúde Pública
Angola vai introduzir no seu calendário de vacinação, a 21 deste mês, a vacina injetável contra a poliomielite, que reduz o...

A informação foi hoje passada pela Direção Nacional de Saúde Pública, num encontro de capacitação para jornalistas sobre a poliomielite, as vantagens da nova vacina e disseminação da importância da adesão da população.

Segundo a diretora nacional de Saúde Pública, Isilda Neves, numa primeira fase está prevista a vacinação de cerca de 450 mil crianças, nas províncias de Luanda e Bengo, estando já disponíveis 450.100 doses de Vacinas de Pólio Inativada (VPI), prosseguindo-se para o resto do país conforme for decorrendo o treinamento dos técnicos.

Isilda Neves referiu que a introdução da VPI se insere num dos grandes objetivos do Plano Estratégico do Ministério da Saúde para a erradicação da poliomielite (2013-2018), salientando que Angola está certificada desde 2011 como país livre da circulação do vírus da pólio, pelo Comité de Certificação Regional Africano.

A responsável avançou ainda que a vacina será ministrada em dose única em crianças com quatro meses de vida, em conjunto com as segundas doses das vacinas Penta, PCV13 e Rotavírus.

A nova vacina, que substitui a vacina bivalente oral da pólio, diminui também a transmissão de um vírus do tipo 2, caso surja reintrodução, aumenta a imunidade aos demais serotipos de poliovírus selvagens 1 e 2.

Angola não tem registo da doença há cerca de seis anos, tendo os últimos cinco casos sido registados em 2011, nas províncias do Uíge e Cuando Cubango.

Infarmed
O Infarmed realizou este ano 410 inspeções, a maior parte a farmácias e distribuidores, e instaurou 30 processos de...

Segundo uma nota do Infarmed, que inclui dados até ao terceiro trimestre deste ano, a comercialização de medicamentos sem Autorização de Introdução no Mercado (AIM) em Portugal, a venda sem receita de Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (incluindo substâncias controladas como as que existem nos antidepressivos) e as condições inadequadas de conservação na farmácia foram alguns dos motivos das contraordenações.

Foi ainda detetada a distribuição para países membros da União Europeia de medicamentos sujeitos a notificação prévia sem que essa notificação tenha sido feita ao Infarmed e a venda de medicamentos já fora do prazo de validade, além da distribuição a entidades não autorizadas a adquirir diretamente

Só a farmácias e distribuidores por grosso, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde fez 300 inspeções até ao terceiro trimestre deste ano.

Na área dos dispositivos médicos e produtos cosméticos foram realizadas 79 inspeções durante este período de 2017.

De acordo com o comunicado, nos últimos sete anos o Infarmed realizou 84 inspeções fora de Portugal (em países terceiros à União Europeia), das quais três foram organizadas pela Agência Europeia do Medicamento (EMA) e duas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

À semelhança de outros países da União Europeia, o Infarmed participa num sistema de supervisão a fabricantes de medicamentos e substâncias ativas que estejam em território nacional, mas também em países terceiros, inspeções que podem ser solicitadas pelos próprios fabricantes ou pela EMA, explica a nota.

Narcotraficantes
O procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, disse que os narcotraficantes mexicanos já estão a produzir nos seus laboratórios ...

“O 'fentanil' começou originalmente na China. Estava a ser enviado diretamente por correio para os Estados Unidos. Uma quantidade considerável é enviada para o México e depois atravessa a fronteira de alguma forma”, disse Sessions, em conferência de imprensa.

Sessions garantiu que no México já foram detetados “precursores químicos e os laboratórios começaram a produzir”.

O procurador-geral falava no âmbito da segunda ronda de negociações no diálogo estabelecido entre o México e os Estados Unidos para melhorar a luta contra o narcotráfico, na qual participaram na quinta-feira em Washington vários ministros dos dois países.

Sessions disse que “uma das prioridades” na luta contra o narcotráfico tem que ser “cortar de raiz” o desenvolvimento da produção no México de "fentanil", droga que está já a prejudicar os Estados Unidos.

“Devemos permanecer intensamente focados nesses laboratórios, e assegurarmo-nos de que não se convertem num grande problema no futuro”, acrescentou.

Há um mês, o Departamento de Justiça anunciou o agravamento de penas contra os traficantes de diferentes versões de "fentanil", uma substância considerada até agora com “fins médicos” e que passou à mesma categoria que a heroína, cujo tráfico é punido com até 30 anos de prisão.

Também durante o diálogo com o México, o subsecretário de Estado dos EUA, John Sullivan, “reconheceu” que drogas como o "fentanil" vão continuar a chegar ao país enquanto houver uma procura elevada.

"Devemos reduzir a componente da procura", disse Sullivan, acrescentando que "esta administração recusa-se a ignorar o problema".

O primeiro encontro entre os governos dos Estados Unidos e do México para falar sobre tráfico de drogas realizou-se em 18 de maio em Washington.

Então, os dois países anunciaram uma nova era de colaboração na luta contra o narcotráfico, focada na união para atacar todas as frentes dos cartéis, desde o financiamento às redes de distribuição.

Relatório
Em cada 100 doentes internados em Portugal, 7,8 adquiriram uma infeção associada aos cuidados de saúde, taxa superior à média...

De acordo com o relatório do Programa de prevenção e controlo de infeções e de resistência aos antimicrobianos referente a 2016, que será hoje apresentado no Porto, a prevalência de Infeções Associadas a Cuidados de Saúde (IACS) foi de 7,8% no ano passado (10,5% em 2012).

Os autores recordam que as IACS e o aumento da resistência dos microrganismos aos antimicrobianos (RAM) são “problemas relacionados e de importância crescente à escala mundial”.

“Segundo previsão internacional no que se refere a mortes atribuíveis às RAM quando comparadas com outras causas de morte, estima-se que se estas não forem controladas até 2050, mais 10 milhões de pessoas poderão morrer todos os anos”, lê-se no documento.

De acordo com o relatório, “a higiene das mãos por parte dos profissionais é a medida mais eficaz, mais simples e mais económica de prevenir as IACS”.

Apesar da adesão das unidades de saúde à monitorização das práticas de higiene das mãos ter vindo a aumentar de forma gradual, mais de um quarto dos profissionais de saúde não aderem à higiene das mãos, tendo em conta que, em 2016, a taxa de adesão dos profissionais à higiene das mãos foi de 73%.

Ainda em 2016 iniciou-se a monitorização do uso de luvas pelos profissionais de saúde nas diversas unidades de saúde, à qual aderiram 74 instituições, das quais 39% correspondem a hospitais públicos.

Os autores destacam resultados positivos ao nível da pneumonia associada à intubação, que desceu 36,6% entre 2008 e 2016, nas bacteriémias relacionadas com cateter intravascular central (menos 57,1% nos últimos oito anos) e por ‘Staphylococcus aureus’ resistentes à meticilina (MRSA) e na infeção de prótese de joelho e de cólon e reto.

Em relação à percentagem de MRSA, conhecida como “superbactéria”, esta tem vindo a diminuir desde 2011 (54,6%), situando-se nos 43,6% em 2016 (menos 20%).

“As grandes razões para esta descida, terão por base, não só a implementação e alargamento do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA) a todas as unidades de saúde, mas também a implementação da norma do MRSA, da Estratégia Multimodal de Promoção das PBCI, implementação do Programa de Apoio à Prescrição Antibiótica (PAPA) com redução de quinolonas/carbapenemos”, lê-se no documento.

A 'Klebsiella pneumoniae', um agente comum nas infeções de trato urinário, respiratório e da corrente sanguínea, registou um aumento de 73% em 2016, em relação ao ano anterior.

Em relação ao consumo de antibióticos – expresso em doses diárias definidas por mil habitantes por dia (DHD) – este tem-se mantido “abaixo da média da União Europeia, quer na comunidade, quer nos hospitais”.

“O consumo global de antibacterianos em Portugal nos cuidados de saúde primários mantém-se num nível ainda elevado (21,6), apesar de abaixo da média da Europa (21,9)”, lê-se no documento.

Sobre o consumo de antibacterianos por classes nos hospitais em Portugal e na Europa, salientam-se as penicilinas, seguido das cefalosporinas/outros betalactâmicos, dos macrólidos, lincosamidas e estreptograminas e das quinolonas, seguido das cefalosporinas e outras classes.

Para 2020, os autores pretendem reduzir o consumo de antibióticos na comunidade para um valor abaixo das 19 doses diárias por 1000 habitantes.

Manter a prevalência de 'Klebsiella pneumoniae' resistente aos carbapenemos, em isolados invasivos, abaixo de 6% e reduzir para menos de 8% as infeções hospitalares são outras das metas.

Outro objetivo definido é reduzir para menos de 10% as infeções nas Unidades de Cuidados Continuados Integrados (UCCI).

ASAE
A zona de confeção de alimentos do Hospital das Caldas da Rainha foi ontem encerrada pela Autoridade de Segurança Alimentar e...

A “suspensão de laboração” das zonas de confeção de refeições do Hospital de Caldas da Rainha foi determinada na sequência de uma ação de fiscalização “no âmbito da Segurança Alimentar”, confirmou a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.

Numa resposta por escrito, a ASAE explicou ainda que a suspensão teve por base a “falta de condições estruturais do local, bem como a deteção de outras inconformidades”, tendo aquela entidade efetuado “diligências junto da Direção do Hospital no sentido de acautelar que fossem garantidas as refeições aos doentes”.

Na sequência da suspensão do funcionamento da zona de confeção de refeições, “a alimentação para os doentes, acompanhantes e funcionários do hospital foi assegurada por uma empresa certificada”, disse à Lusa Filomena Cabeça, vogal do Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), onde se integra o Hospital das Caldas da Rainha.

De acordo com a mesma responsável, a falta de “condições estruturais” que levaram à suspensão prendem-se com ”o chão, as paredes e a cobertura do edifício”, problemas que haviam já sido identificados em fiscalizações “ainda no tempo da anterior administração”.

Segundo Filomena Cabeça, o CA do CHO “fez já uma adenda ao protocolo com o SUCH (Serviço de Utilização Comum dos Hospitais) para que estas questões fossem intervencionadas”, o que obteve em setembro “o visto do Tribunal de Contas”.

Ainda assim, a administração não avança previsões sobre quando arrancará a obra que possibilitará que as refeições voltem a ser confecionadas no Hospital das Caldas da Rainha.

O Hospital das Caldas da Rainha integra o Centro Hospitalar do Oeste, juntamente com as unidades de Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estevão das Galés e Venda do Pinheiro).

ONU
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse ontem em Tóquio, no Japão, que a saúde é não só um direito de todos os...

"Saúde é tanto um resultado como um promotor de progresso. Está no centro da nossa visão para um futuro mais sustentável, inclusivo e próspero. E é central para a nossa agenda de paz e segurança", disse Guterres.

O secretário-geral está no Japão para participar no Fórum Cobertura Global de Saúde, que reúne até sábado mais de 300 líderes globais com o objetivo de acelerar o acesso universal a cuidados de saúde.

Guterres disse que "devido a investimentos direcionados nas últimas décadas, foram feitos progressos históricos numa variedade de desafios" e deu como exemplo o acesso das mulheres a métodos contracetivos, altos níveis de vacinação, tratamento de pessoas portadoras de HIV, e o fim à vista de doenças como o pólio.

"No entanto, desigualdades grosseiras continuam a deixar os mais vulneráveis para trás. Para muitos, a saúde é inacessível, com custos proibitórios ou nem está disponível", explicou.

Segundo um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Banco Mundial (BM) divulgado quarta-feira, pelo menos metade da população mundial não tem acesso a cuidados essenciais de saúde.

No seu discurso, Guterres lembrou outro dado desse relatório: despesas com saúde fazem com que cerca de 100 milhões de pessoas desçam abaixo do limiar de pobreza todos os anos.

"Saúde é um direito de todos. Nesta nova era de desenvolvimento, precisamos de um sistema de financiamento multi-setor mais simples e sustentável. Sabemos que cada dólar gasto em saúde rende 20 dólares em aumento de rendimento numa geração", explicou.

O secretário-geral disse que "o compromisso político é essencial para desbloquear estes investimentos", mas que os países podem encontrar as suas próprias soluções.

"Não existe, é claro, uma solução que sirva para todos. Cada país deve cumprir o seu caminho na direção de cuidados de saúde universais", explicou.

Guterres lembrou ainda projeções que apontam para a falta de 14 milhões de profissionais de saúde em 2030, dizendo que isso requer investimentos na formação de pessoal médico.

Segundo o relatório divulgado quarta-feira, chamado Tracking Universal Health Coverage: 2017 Global Monitoring Report, mais de 800 milhões de pessoas em todo o mundo, o correspondente a 12% da população mundial, gastam menos de 10% do seu orçamento familiar em cuidados de saúde.

No ranking do relatório, Angola é o país lusófono com pior cobertura de serviços básicos de Saúde, com uma taxa de cobertura dos seus cidadãos de apenas 36 por cento, seguindo-se a Guiné-Bissau, com 39%, Moçambique (42%), Timor-Leste (47%), São Tomé e Príncipe (54%), Cabo Verde (62%) e Brasil (77%).

Portugal é o país lusófono com melhor resultado, tendo mais de 80% da sua população coberta (o relatório não especifica a percentagem de acesso acima dos 80%).

Governo
O Serviço Regional de Saúde (SRS) pouparia dois milhões de euros em medicamentos biológicos, em 2018 (-40%), com a utilização...

“A estimativa que temos para os Açores, e considerando em 2018 os medicamentos que estarão à disposição dos profissionais de saúde, revela que para um investimento de cinco milhões de euros em medicamentos biológicos, a utilização de medicamentos biossimilares representaria uma poupança de 40%, ou seja, cerca de dois milhões de euros”, declarou Rui Luís.

O secretário regional da Saúde, que falava em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, na sessão de abertura de uma conferência sobre medicamentos biossimilares, considerou que, face a fatores como o aumento da esperança de vida, “tornou-se inevitável o aumento das despesas com a saúde”, daí que se impunha que se “tire partido de novas soluções terapêuticas”.

Para o responsável governamental pela saúde, a introdução dos medicamentos biossimilares na região deve ser entendida como uma “excelente oportunidade”, sendo que a sua existência nos Açores é “ainda muito incipiente”, apesar de já existirem 20 medicamentos do género no país.

Rui Luís promoveu uma analogia com o caminho percorrido com os genéricos para afirmar que, em agosto, a sua utilização nos Açores representava 46,1% da quota de medicamentos vendidos, havendo uma “margem de crescimento com os biossimilares”.

“Os medicamentos biossimilares devem ser encarados cada vez mais como um investimento com retorno. Por um lado, pelo impacto de poupança que a sua utilização generalizada acarreta e, por outro lado, por um investimento numa visão mais lata do conceito de saúde”, disse o governante.

O secretário regional da Saúde está convicto que esta é a “opção do futuro na política do medicamento nos Açores”, sendo que esta alternativa a introduzir nas terapêuticas “traz não só inovação como um maior acesso ao tratamento por parte dos doentes, bem como o reforço da sustentabilidade do Serviço Regional de Saúde".

Rui Luís revelou, por outro lado, que a região regista a taxa mais baixa do país em termos de prescrição manual, de 3,5% contra 4,8% no Serviço Nacional de Saúde.

O governante adiantou que a receita sem papel chegou em 2017 a todas as unidades de saúde de ilha e Centro de Oncologia dos Açores, tendo sido subscritas até outubro cerca de 160 mil receitas eletrónicas, permitindo uma poupança de 20 mil euros.

Raríssimas
A associação Raríssimas foi criada em 2002 por Paula Brito e Costa, mãe de um rapaz com uma doença rara (Síndrome de Cornélia...

A escritura desta instituição sem fins lucrativos foi assinada a 12 de abril de 2002 e em outubro de 2003 a Raríssimas foi reconhecida oficialmente como Instituição Particular de Solidariedade Social de utilidade pública, com o objetivo de partilhar experiências e defender os portadores de doenças mentais e raras e suas famílias.

A associação presta “serviços diferenciados, de excelência técnica e científica, que permitem ao utente a melhoria significativa da sua qualidade de vida”, segundo se lê no site da instituição.

“Existimos porque existem cerca de 800 mil portugueses que precisam de nós e milhões de cidadãos pelo mundo fora que fazem do nosso ‘know-how’ a sua bandeira”, prossegue a apresentação da Raríssimas.

O prestígio de uma associação que serve quase 200 utentes atraiu a atenção de várias personalidades, como a antiga primeira-dama Maria Cavaco Silva, que foi madrinha da instituição e levou à Raríssimas a rainha de Espanha, Letizia.

Mas também figuras da esfera política como o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José Vieira da Silva, como membro da assembleia-geral da Raríssimas, e o ex-secretário de Estado da Saúde Manuel Delgado, consultor da associação a troco de mais de três mil euros mensais, e que se demitiu na terça-feira, após a denúncia do alegado uso por Paula Brito e Costa de dinheiro da Instituição Particular de Solidariedade Social para fins pessoais.

Entre as irregularidades apontadas, conta-se a compra de vestidos de alta costura, de bens alimentares caros e o pagamento de deslocações, apesar de ter um carro de alta gama pago pela Raríssimas. Além disso Paula Brito e Costa terá também beneficiado de um salário de três mil euros, de 1.300 euros em ajudas de custos e de um Plano Poupança Reforma que rondava os 800 euros mensais.

Paula Brito e Costa anunciou na terça-feira que se afastava da liderança da instituição que fundou há 15 anos e à qual mantém um vínculo de trabalho, como diretora-geral, tal como o marido da ex-presidente e o filho, ao qual chamava “o herdeiro da parada”.

A Casa dos Marcos, na Moita, que tem “um modelo assistencial único e de dimensão transnacional”, segundo a apresentação do projeto no site da associação, é o maior projeto da associação, que beneficia quase 200 utentes, servidos por cerca de 150 funcionários.

A Casa dos Marcos constitui “uma resposta inovadora às manifestações de necessidades comunicadas por doentes portadores de patologia rara, respetivas famílias, cuidadores e amigos, através da disponibilização de um conjunto de serviços especializados que incluem unidade de lar residencial, unidade de residência autónoma, centro de atividades ocupacionais, Clínica dos Marcos, centro de desenvolvimento e reabilitação, Trace-RD, unidade de cuidados continuados integrados e campos de férias”.

Uma assembleia-geral foi marcada a 03 de janeiro para eleger os titulares dos órgãos sociais em falta, após a saída da sua presidente.

Mas o escândalo já foi transportado para o centro do debate político, que não se confinou à situação do antigo secretário de Estado da Saúde, mas também ao próprio ministro Vieira da Silva, chamado ao parlamento na próxima semana para explicar o seu envolvimento com a Raríssimas, o conhecimento que teria sobre a gestão da associação e de denúncias que já existiram nos serviços da Segurança Social

Elementos da Inspeção-geral do Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social iniciaram esta semana uma inspeção a pedido do ministro do Trabalho, Solidariedade Social e Trabalho.

O Ministério Público também começou a investigar a instituição, após uma denúncia anónima.

A par do escândalo, os trabalhadores da Raríssimas estão apostados em manter a funcionar a instituição, enquanto o trabalho dos terapeutas e cuidadores continua, mas com preocupação assumida por funcionários e familiares.

Com a demissão da presidente da instituição, o acesso às contas bancárias está para já bloqueado e os funcionários pedem uma comissão de gestão ou uma direção temporária que tenha poder e possa tomar decisões.

Pais de utentes da Casa dos Marcos, que preferiram não ser identificados, afirmaram que estão preocupados, sobretudo “com os funcionários e com os meninos, que lhes faltem os cuidados de que precisam”.

A mãe de uma criança utente da instituição afirmou que “os terapeutas são pessoas muito capazes”, pelo que mantém confiança total ao entregar o seu filho na Raríssimas.

“Quando isto se soube, os responsáveis pelos terapeutas tiveram o cuidado de falar com os pais, porque são excelentes profissionais, e fizeram questão de separar as águas”, contou.

No entanto, os pais estão preocupados porque, se alguma coisa acontecer à Raríssimas, “não há alternativa”.

“Não enterrem isto”, é o apelo final de uma das mães que depende da Raríssimas para dar qualidade de vida a uma filha com incapacidade total.

Legionella
Os Açores passaram a dispor de um guia ‘online’ que permite informar e prevenir o risco de ‘legionella’, bactéria responsável...

“O guia tem como principal objetivo transmitir algumas informações sobre os cuidados a observar, por forma a prevenir o risco de ‘legionella’, nomeadamente através de uma correta manutenção da rede predial de abastecimento de água e de reservatórios particulares”, explica uma nota do executivo açoriano.

O guia já está disponível ‘online’, através da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos dos Açores (ERSARA).

De acordo com a ERSA, na dependência da Secretaria Regional da Energia, Ambiente e Turismo, "a ingestão de água, com a presença desta bactéria, não apresenta qualquer risco para a saúde, sendo a mesma imediatamente eliminada pelo organismo, pelo que os cidadãos não devem ter receio de beber ou cozinhar com água da torneira".

"Até ao momento, e apesar de todas as ocorrências identificadas nos Açores não terem sido graves, nem associadas a sistemas públicos de abastecimento de água, a ERSARA considerou pertinente esclarecer a população sobre o risco de exposição a este tipo de bactéria, associado sobretudo à ineficiência da manutenção de redes prediais", acrescenta.

O guia informativo encontra-se disponível através do endereço http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/sreat-ersara/.

A doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave, inicia-se habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória.

A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até 10 dias.

Portugal teve, em 2014, um dos maiores surtos mundiais de ‘legionella’, em Vila Franca de Xira, com o registo de 375 casos e 12 mortes. Recentemente um novo surto registado no Hospital de S. Francisco Xavier, Lisboa, fez seis mortos.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde explicou hoje que as diferenças nos pagamentos dos serviços prestados pela associação Raríssimas desde...

“A maior diferença tem que ver com o aumento da capacidade de resposta na tipologia Unidade de Média Duração e Reabilitação [UMDR], que passou de 10 para 19 camas. As restantes diferenças estão relacionadas com as taxas de ocupação”, explicou o coordenador da reforma da Rede de Cuidados Continuados Integrados, Manuel Lopes.

O responsável falava depois de hoje o Diário de Notícias ter divulgado que “um despacho de maio deste ano (…) alterou substancialmente os financiamentos" para a associação Raríssimas, que está a ser investigada por suspeitas de gestão danosa, num caso que já levou à demissão da presidente da associação, Paula Brito e Costa, e do secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado.

Em declarações à Lusa na sequência das informações divulgadas pelo DN, que indicam que um despacho publicado este ano “mais do que quadruplicou o financiamento dos ministério das Saúde e da Segurança Social”, Manuel Lopes explicou que, no que diz respeito ao financiamento da área da Saúde, os valores que aumentaram têm que ver com o aumento da capacidade de resposta e com as taxas de ocupação.

“Os primeiros contratos com Raríssimas (…) datam de junho 2014. Nesse mês celebrámos contratos para três tipologias diferentes - Unidade de Média Duração e Reabilitação [10 camas de inicio], Unidade de Longa Duração e Manutenção [10 camas] e Unidade de Convalescença [10 camas]”, explicou o responsável, sublinhando que, nesse ano, as camas apenas ficaram disponíveis em julho e, por isso, só foi pago metade do ano, com ”taxas de ocupação muito baixas”.

“Pagámos [no primeiro ano de funcionamento] apenas metade do ano e com uma taxa de ocupação muito baixa e em 2017 temos quase o dobro das camas numa das tipologias [19 camas na UMDR], os valores referem-se ao ano inteiro e com taxa de ocupação plena”, acrescentou.

Manuel Lopes acrescentou que o pagamento é sempre feito por doente, que os valores a pagar por dia estão definidos na lei e que são os serviços de saúde que referenciam os doentes para as instituições.

“Não são as unidades que escolhem, são os serviços públicos que referenciam os doentes para lá e com critérios clínicos”, insistiu Manuel Lopes, acrescentando que os valores são pagos de acordo com o que está definido por lei.

“Temos uma tabela que está publicada em portaria e que define quanto se paga em cada tipologia por doente por dia. (…) É absolutamente controlado por nós”, afirmou.

O responsável explicou ainda que, depois do doente ser colocado na instituição, há uma equipa de coordenação local que acompanha cada unidade e a visita para saber da qualidade dos cuidados prestados.

“Além disso, as unidades são obrigadas a reavaliar os doentes de acordo com critérios que nós definimos e a remeter-nos essas avaliações para sabermos como estão a evoluir”, acrescentou.

Manuel Lopes disse que foi depois de se considerar que os cuidados prestados pela Raríssimas eram de boa qualidade que a tutela decidiu renovar o contrato para um novo triénio (2017/2018/2019), com o mesmo número de camas (39 no total).

“Não há nenhum tipo de problema com aquilo que é pago pelo serviço que a Raríssimas presta à Rede Nacional de Cuidados Continuados no que diz respeito a pagamentos nem à qualidade dos serviços que lá são prestados”, sublinhou o responsável, frisando que “não houve nenhum outro financiamento a doentes da rede a não ser o que está exatamente previsto nas portarias”.

Na sequência da reportagem do caso revelado pela TVI, o ministro do Trabalho e Segurança Social ordenou uma investigação imediata e urgente à Raríssimas e hoje o gabinete do ministro veio explicar que já decorria desde o verão uma auditoria do Instituto de Segurança Social (ISS) a alegadas irregularidades estatutárias na instituição no seguimento de uma denúncia.

Medicamentos
A cooperativa Plural, dedicada à distribuição e armazenamento do medicamento, quer chegar a todo o território nacional num...

"Em dois a três anos esperamos conseguir estar em todo o território nacional", disse aos jornalistas o presidente da Plural, Miguel Silvestre, sublinhando que a cooperativa já cobre cerca de 75% do território nacional continental.

Segundo o responsável, a zona com menos presença por parte da cooperativa é Trás-os-Montes, sendo que com o serviço que a empresa já tem - com a plataforma em Coimbra e a plataforma no Porto - será possível "atingir esse objetivo".

Miguel Silvestre falava aos jornalistas durante a sessão de inauguração da nova sede de Plural, que ocupou a antiga Fábrica da Cerveja, na zona da Pedrulha, Coimbra, mantendo a antiga fachada do edifício.

De acordo com o presidente da Plural, foi feito um investimento de cerca de oito milhões na sede e mais quatro milhões de euros na tecnologia instalada.

Miguel Silvestre realçou que a Plural já tem mais de um terço das farmácias portuguesas como cooperadores na empresa.

Das cerca de três mil farmácias existentes no país, a Plural regista 1.238 cooperadores, sendo que se mantém "um trabalho de formiga, de conquistar farmácia a farmácia", para chegar a todos as farmácias portuguesas.

A Plural é uma cooperativa farmacêutica que resultou da fusão em 2006 da Cofarbel, Farcentro e Farbeira.

Cruz Vermelha
A Cruz Vermelha de Coimbra transformou uma ambulância em casa do Pai Natal, que está a chegar com atividades e presentes às...

“O grande objetivo deste projeto é o ajudar no retorno à normalidade das populações, trazendo um natal diferente às crianças desta zona”, disse Gonçalo Órfão, vice-presidente da delegação de Coimbra da Cruz Vermelha Portuguesa, que desenvolveu o projeto em parceria com a empresa Primavera BSS e a Associação Nacional dos Animadores Sociais (ANAS).

O projeto vai abranger cerca de 3.000 crianças até aos seis anos de escolas dos concelhos de Gouveia, Seia, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Vila Nova de Poiares, Pedrógão Grande, Arganil, Góis, Lousã, Castanheira de Pêra e Tábua.

“Temos uma ambulância que foi decorada para ser a casa do Pai Natal, onde vai um Pai Natal, uma rena e onde, em parceria com a ANAS, conseguimos criar animação. Então, nós temos uma casa do Pai Natal que vai numa ambulância da Cruz Vermelha às escolas e às zonas de formação deste público mais jovem levar um pouco de alegria”, destacou.

As atividades desenvolvidas, em articulação com as autarquias e os professores, incluem a representação da história “Ambulância mágica de Natal” pelo grupo de teatro da ANAS, com uma mensagem pedagógica sobre a necessidade de proteção do meio ambiente.

Também será distribuída esta história em livro, assim como alguns presentes, “para permitir uma animação e um momento diferente a essas crianças”, que “acabam por ser afetadas por este processo complexo do que aconteceu nestas áreas”, afirmou.

A ambulância do Pai Natal começou a percorrer as escolas na passada segunda-feira e tem atividades previstas até janeiro, “para abranger todas as crianças possíveis”.

Candidaturas abertas
Após o sucesso alcançado na primeira edição a Associação Portuguesa Contra a Leucemia, a Sociedade Portuguesa de Hematologia, e...

Dirigida a investigadores nacionais ou estrangeiros a desenvolver projetos em instituições portuguesas, a Bolsa de Investigação em Mieloma Múltiplo representa mais um importante passo na procura de conhecimento sobre esta doença hemato-oncológica rara, o diagnóstico, o tratamento a monitorização, o acompanhamento dos doentes, a epidemiologia, a qualidade de vida dos doentes e/ou o custo / carga da doença..

Em Portugal, estima-se que em cada ano surjam 539 novos casos de Mieloma Múltiplo, segundo dados publicados pelo Registo Oncológico Nacional em 20161 Tratando-se de uma doença rara, existe ainda uma necessidade de tratamentos mais efetivos e/ou mais seguros, que permitam aos doentes prevenir a progressão da doença e aumentar a sobrevivência geral e a qualidade de vida.

O Prof. Doutor Manuel Abecassis, Presidente da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) defende que “O nosso objetivo passa por incentivar a investigação cientifica que possa ter aplicação na prática clínica. Ficámos muito satisfeitos com a qualidade dos trabalhos submetidos na edição anterior e estamos expectantes quanto a este ano.”

Para o Prof José Eduardo Guimarães, Presidente cessante da Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH), “A SPH junta-se com agrado, pelo segundo ano consecutivo, a estes parceiros para apoiar a investigação na área de mieloma múltiplo.”

Por sua vez, o Dr. Tiago Amieiro, Diretor-Geral da Amgen concorda que “A sobrevivência e a qualidade de vida dos doentes são os motores das iniciativas que são desenvolvidas em parceria e apoiadas pela Amgen. Para nós, é um imenso privilégio estar ao lado da APCL e da SPH impulsionando a investigação nacional na área do Mieloma Múltiplo.”

Os projetos submetidos irão ser avaliados por um júri idóneo, composto por peritos de reconhecido mérito em investigação científica e experiência profissional e/ou académica em hemato-oncologia em Portugal e/ou internacional, em particular no Mieloma Múltiplo, nomeado pela APCL e SPH.

Para consultar o regulamento da Bolsa de Investigação em Mieloma Múltiplo, aceda a: http://www.apcl.pt/pt/novidades/bolsa-de-investigacao-mieloma-multiplo-2018-01-12-2017

 

1Registo Oncológico Nacional 2016 - http://www.roreno.com.pt/images/stories/pdfs/ro_nacional_2010.pdf

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