Terapêutica
A Austrália decidiu hoje autorizar a exportação de canábis para fins terapêuticos, visando aumentar as oportunidades de...

"É uma etapa muito importante para os nossos doentes e para a produção nacional", declarou o ministro da Saúde australiano, Greg Hunt, à cadeia ABC.

Uma primeira exploração recebeu, em março, autorização para produzir canábis medicinal, seguindo-se várias outras, dado que o Governo considera que esta é uma atividade económica de futuro.

"A existência de um mercado australiano e de um mercado internacional vai melhorar a longevidade desta atividade na Austrália", disse.

Hunt acrescentou que a Austrália quer ser "o primeiro produtor de canábis para fins terapêuticos do mundo", mas uma das condições para obter uma licença de exportação é aceitar que o mercado doméstico deve continuar a ser a prioridade do produtor.

O uso recreativo de canábis é proibido na Austrália, que legalizou a sua utilização para fins medicinais em 2016.

Instituição Particular de Solidariedade Social
O Governo Regional dos Açores lembrou que partiu de si a iniciativa de pedir uma auditoria aos apoios concedidos à Instituição...

"Foi o próprio Governo Regional dos Açores a assumir a realização de uma auditoria aos apoios financeiros concedidos à Arrisca, no âmbito do plano de atividades da Inspeção Regional da Saúde para 2015", começa por recordar o executivo, em nota divulgada ontem à tarde.

Relativamente à remuneração da ex-presidente da Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), Suzete Frias, o relatório "é claro ao confirmar que os valores auferidos não decorrem do exercício das funções de presidente da direção, mas das funções técnicas na área da psicologia e de coordenação de projetos da instituição", adverte ainda o executivo socialista.

"É o próprio relatório da auditoria que (...) afirma que, no caso de funções de chefia ou liderança, essa remuneração pode ser mais elevada do que a base, como acontece no caso vertente", continua o Governo regional, que se reitera "empenhado não só na realização de auditorias ordinárias e extraordinárias a entidades com quem se relaciona, como na melhoria e aperfeiçoamento de todos os aspetos contratuais e de execução relativos a esse relacionamento".

Também ontem à tarde a Arrisca sublinhou que Suzete Frias sempre deu o "melhor de si", não abordando o salário que era auferido pela responsável e criticado pelo PSD.

Em comunicado enviado às redações, o atual presidente da direção da Arrisca, Gil Leopoldo de Sousa, sustenta que os dirigentes da instituição, "os atuais e os do passado", e "designadamente" a anterior presidente Suzete Frias, "sempre deram o melhor de si, com sacrifício muitas das vezes das suas vidas pessoais, a favor dos desconsiderados e excluídos da sociedade" açoriana.

O PSD/Açores tinha pedido hoje a demissão da diretora regional da Prevenção e Combate às Dependências, Suzete Frias, falando os sociais-democratas numa gestão "abusiva" no passado da Arrisca quando a atual diretora regional era presidente da IPSS.

Em causa está uma notícia de ontem do jornal Açoriano Oriental, que adianta que Suzete Frias tinha um vencimento bruto de quatro mil euros enquanto presidente da Arrisca, cargo que abandonou em 2016 para integrar o executivo açoriano, citando o jornal como fonte uma auditoria da Inspeção Regional da Saúde aos apoios financeiros prestados à IPSS.

"Está em causa uma verba que excede largamente os valores praticados, quer na administração pública, quer em IPSS, para idênticas funções de técnico superior na área de psicologia. Quem gere apoios públicos desta forma abusiva e em benefício pessoal, como fez a dra. Suzete Frias enquanto presidente da Arrisca, não pode continuar a merecer confiança política para administrar dinheiros públicos", defende a porta-voz do PSD/Açores para as questões sociais, Mónica Seidi, em nota enviada pelo partido às redações.

Para os sociais-democratas, o presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro (PS), "premiou esta utilização abusiva de dinheiros públicos" ao convidar Suzete Frias a integrar o executivo em novembro de 2016, "nove meses após tomar conhecimento das denúncias feitas na referida auditoria", acusa o PSD.

Na referida auditoria, é referido que o vencimento da antiga presidente da Arrisca provinha de três entidades distintas: da Segurança Social, de receitas próprias da associação e da Secretaria Regional da Saúde.

A direção atual da Arrisca defende na auditoria que Suzete Frias foi admitida na associação com uma remuneração base de 1.159 euros, mas "aquando da assinatura deste primeiro contrato ficou, desde logo, acordado rever e aumentar a sua remuneração na medida em que o crescimento das atividades e respetivo financiamento o possibilitasse, o que veio a ocorrer de forma faseada".

Suzete Frias, é também referido, exerceu a "título pró-bono e voluntariamente o cargo de presidente de direção" da IPSS, "não auferindo qualquer compensação financeira pela sua representatividade neste órgão", dizendo o seu vencimento respeito "às funções que a mesma desempenha enquanto trabalhadora da associação".

Também o Bloco de Esquerda (BE) dos Açores pediu ontem explicações ao executivo da região, pretendendo os bloquistas que sejam explicadas "as razões que levaram à nomeação da antiga presidente da Arrisca para o cargo de diretora regional", o que terá sucedido "numa altura em que o executivo já conhecia o relatório da auditoria" hoje noticiada.

Arrisca é o nome pelo qual é conhecida a Associação Regional de Reabilitação e Integração Sócio-Cultural dos Açores.

Estudo
Cientistas produziram pela primeira vez células de bactéria do intestino capazes de dispersar ondas sonoras, com uma técnica...

Os autores do trabalho, a publicar hoje pela revista científica Nature, ressalvam que demorará anos para que a técnica seja usada em humanos.

Na prática, segundo os cientistas do Instituto Tecnológico da Califórnia, nos Estados Unidos, que desenvolveram a técnica de engenharia genética, os médicos poderão vir no futuro a injetar uma bactéria intestinal, produzida em laboratório, no corpo de um doente e usarem dispositivos de ultrassom para a visualizar e localizar.

A bactéria seria uma espécie de submarino equipado com um sonar, aparelho de navegação que funciona como um radar, embora use ultrassons (sons com uma frequência superior à que o ouvido humano pode alcançar) para identificar e localizar objetos submersos.

No estudo, a equipa de cientistas produziu em laboratório a bactéria intestinal "Escherichia coli", utilizada na terapêutica microbiana, que pôde ser visualizada e localizada no intestino de ratos através de ultrassons.

Na experiência, os investigadores demonstraram que vesículas de gás - estruturas de células - podem ser visualizadas com ultrassom no intestino e em outros tecidos de ratos, de acordo com um comunicado do Instituto Tecnológico da Califórnia.

Um dos desafios foi transferir a maquinaria genética envolvida nestas estruturas celulares para a E. coli para que esta pudesse produzir estas vesículas.

Para tal, os cientistas usaram genes isolados de duas outras bactérias, a "Aphanizomenon flos-aquae", que vive em meios aquáticos, e a "Bacillus megaterium", utilizada como inoculante do solo na agricultura e na horticultura.

Os genes das vesículas de gás codificam proteínas que funcionam como tijolos ou guindastes na construção da componente final das vesículas - pequenos 'sacos' no interior das células que podem armazenar substâncias.

Este ano
O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), em Penafiel, anunciou hoje a entrada em funções de 87 novos médicos-internos de...

Segundo o CHTS, o grupo inclui 67 internos do ano comum e 20 nas valências de anestesiologia, cardiologia, cirurgia, ginecologia, medicina interna, ortopedia, patologia clínica e psiquiatria.

Na sessão de boas-vindas, realizada na terça-feira, o presidente do CHTS apelou à capacidade dos novos médicos para corresponder às necessidades dos hospitais de Penafiel e Amarante.

Segundo o CHTS, o número de internos nas duas unidades tem aumentado nos últimos anos. Em 2016 foram 75 e no ano passado 82, de várias especialidades médicas.

O CHTS compreende as unidades hospitalares de Penafiel e de Amarante, servindo uma população superior a meio milhão de pessoas, distribuída por 12 concelhos, de quatro distritos.

Raríssimas
A presidente eleita da associação Raríssimas defendeu hoje a importância de a instituição continuar a existir como "balão...

"Não vai ser simples, vai demorar tempo e vai ser uma luta, mas estamos cá para ela", afirmou aos jornalistas Sónia Margarida Laygue, que quer as contas da instituição auditadas e reunir-se com o Governo para a tutela contribuir para solucionar os problemas da Raríssimas.

Quanto à presidente demitida, Paula Brito da Costa, e aos ex-membros da direção em investigação por suspeitas de irregularidades na gestão, defende que não devem voltar, pelo menos até haver conclusões.

"Enquanto houverem processos na justiça, as pessoas implicadas devem ser afastadas", declarou, considerando que "não seria moral e eticamente aceitável" que voltassem a cargos na instituição.

Sónia Margarida Laygue ressalvou que não tira "de forma alguma o mérito a quem criou" a Raríssimas.

A presidente eleita, que tomará posse na próxima sexta-feira com os outros membros da lista que liderou para preencher os lugares deixados vagos pela demissão dos ex-membros, salientou que "é essencial e determinante para as famílias que a Raríssimas continue".

Mãe de uma menina de três anos que é diariamente assistida na associação, afirmou conhecer bem a resposta dada a pessoas "que de outra forma não teriam qualquer tipo de apoio e assistência para terem meios de se superarem todos os dias".

"Tenho toda a motivação dentro de mim para continuar este projeto", garantiu.

A nova dirigente pretende, como um dos primeiros atos, saber se as contas da instituição foram auditadas para compreender o "estado da nação" que vai assumir com a sua equipa.

Considera ainda importante "falar com o Governo diretamente" para que a tutela colabore na resolução dos problemas.

A lista liderada por Sónia Margarida Laygue foi hoje aprovada pela maioria dos sócios que compareceram na assembleia geral extraordinária da Raríssimas, menos de cinco por cento dos 566 associados ativos.

Preenche cinco lugares efetivos na direção, onde permanecem quatro membros da anterior.

Foram ainda eleitos três novos membros para o Conselho Fiscal da instituição.

Paula Brito da Costa, fundadora da Raríssimas, demitiu-se da presidência após uma reportagem da TVI em que se levantavam suspeitas sobre a sua gestão.

Foi constituída arguida no âmbito da operação Raríssimas desenvolvida pela Polícia Judiciária e Ministério Público, que está a ser conduzida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.

A investigação da TVI mostrou documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social, nomeadamente de Paula Brito da Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro para diversos gastos pessoais.

Raríssimas
Uma lista de pais de utentes e funcionários da associação Raríssimas foi hoje eleita para a direção da instituição em...

A Assembleia-Geral Extraordinária da Raríssimas elegeu hoje uma nova direção, a partir de uma lista apresentada por pais e funcionários da instituição.

A lista é liderada por uma socióloga do trabalho e mãe de uma menina de três anos com uma doença rara, Sónia Laig.

Três funcionários da associação e uma mãe e um pai de crianças assistidas na Casa dos Marcos, na Moita, estão também na lista aprovada pelos associados reunidos hoje em Assembleia-Geral Extraordinária.

Perante os cerca de 30 associados reunidos no salão dos Bombeiros Voluntários da Moita, Sónia Laig apresentou-se como "dedicada de corpo e alma".

Dos 22 votos expressos, 18 foram a favor e quatro em branco.

A esta Assembleia-Geral compareceram menos de 5% dos 566 associados ativos da Raríssimas.

A nova presidente da direção afirmou que a equipa que apresentou fará tudo o que puder "para salvar esta associação e continua a dar a estas pessoas a resposta que precisam".

Sónia Laig assumiu não ter nenhuma experiência associativa, mas comprometeu-se a usar a experiência que tem na área dos recursos humanos e na participação em projetos internacionais ligados à diversidade e inclusão.

Para vice-presidente foi proposta Mafalda Costa, também mãe de um utente, Rui Pedro Ramos para tesoureiro, atualmente fisioterapeuta na Raríssimas, e para secretário António Veiga, psicólogo na casa dos Marcos.

Na lista estão ainda Fernando Alves, reformado e pai de uma criança com doença rara, e Rosália Santos, que ficará como vogal suplente.

A Assembleia-Geral elegeu ainda por voto secreto a nova presidente do Conselho Fiscal, Ana Paula Soares, que é diretora de recursos humanos e mãe de um menino com doença rara.

Os novos corpos sociais tomarão posse na próxima sexta-feira às 10:00 na Casa dos Marcos, na Moita.

Ministro do Interior
O ministro do Interior alemão defendeu hoje a realização de testes médicos aos jovens migrantes que requerem asilo no país caso...

"Em todos os casos em que um documento oficial autêntico não possa ser apresentado, deve ser determinada a idade por outros meios e, se for necessário, também através de um exame médico", disse o ministro conservador Thomas de Maizière.

Esta medida, acentuou, "é absolutamente necessária para se decidir se a pessoa é tratada como menor ou como adulto" no que diz respeito à concessão do asilo.

As condições para a concessão de asilo aos migrantes são menos rigorosas para os menores do que para os adultos, e o debate foi lançado na semana passada, quando uma jovem de 15 foi esfaqueada por um refugiado afegão da mesma idade numa farmácia em Kendel, no sudoeste da Alemanha.

De acordo com o pai da vítima, o atacante era um antigo namorado que declarou uma idade significativamente menor para garantir que conseguia permanecer na Alemanha.

Desde então, vários membros da família política da chanceler, Angela Merkel, têm defendido a introdução de testes médicos para todos os refugiados cuja idade levanta dúvidas

Para o presidente da Ordem dos Médicos da Alemanha, a introdução da medida seria "uma afronta à dignidade humana".

"Os raios-X sem receita médica são um ataque à integridade física das pessoas", defendeu Frank Ulrich Montgomery num artigo de opinião publicado no diário Süddeutsche Zeitung, citado pela agência de notícias francesa AFP.

A controvérsia surge numa altura política delicada para o partido conservador de Angela Merkel, que está a iniciar as negociações para a formação de um Governo de coligação com os social-democratas do SPD.

Lei do tabaco
A Associação Portuguesa de Hotelaria Restauração e Turismo desafiou hoje o Governo a implementar uma “política antitabágica de...

Juntando-se às críticas realizadas na terça-feira pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, a Associação Portuguesa de Hotelaria Restauração e Turismo (APHORT) chama a atenção, em comunicado, para a situação dos profissionais de restauração que continuam, em certos casos, a ser alvo de exposição involuntária ao fumo e a ser tratados como “cidadãos de segunda”.

Perante o facto da nova lei do tabaco manter a permissão de fumar em locais de trabalho, “pondo em risco a saúde dos trabalhadores da hotelaria e restauração”, a APHORT defende “a necessidade urgente de haver vontade e coragem por parte do Governo para implementar uma política antitabágica de estabelecimentos 100% sem fumo”.

A associação refere que, “ao contrário de outras associações do setor”, tem vindo a defender esta posição há “vários anos”, afirmando não compreender “a passividade até agora demonstrada pelos sucessivos governos face ao caso dos profissionais que trabalham na indústria da hotelaria e restauração”.

“Estes profissionais continuam, em muitas situações, a ser alvo de exposição prolongada ao fumo de forma involuntária, pelo que é urgente assegurar o direito que estes têm de ver a sua saúde preservada”, defende no comunicado o presidente da APHORT, Rodrigo Pinto Barros.

A associação sublinha ainda “a incoerência do atual Governo”, relembrando as declarações proferidas pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, na Conferência Europeia do Tabaco e Saúde que decorreu em março do ano passado no Porto.

Neste evento – lembra - o ministro apontou o tabaco como “um dos maiores flagelos que atingiu a saúde pública desde o início do século passado", afirmando que cerca de 30 pessoas morrem por dia em Portugal devido ao consumo desta substância.

Para a APHORT, “é altura de o Governo passar das palavras aos atos e implementar, de forma clara e inequívoca, uma política antitabágica que, à semelhança do que se passa no resto da Europa, é aplicada a todos os estabelecimentos comerciais”.

O consumo de álcool e tabaco em locais ao ar livre, como campos de férias, é proibido desde segunda-feira, com a entrada em vigor de uma lei apelidada de “tímida” e que alarga o conceito de fumar.

A nova lei foi aprovada no parlamento em junho e decorre de uma proposta do governo que os deputados modificaram.

Com a entrada em vigor no primeiro dia do ano, passa a ser proibido fumar em locais para menores, ainda que ao ar livre, como campos de férias e parques infantis.

Graça Freitas
Os casos de gripe estão a aumentar e as próximas semanas deverão ser “mais críticas”, alertou ontem a diretora-geral da Saúde,...

Em declarações, a diretora-geral admitiu que possam haver nas próximas semanas “dias críticos”, mas acrescentou que os serviços estão preparados.

No dia em que iniciou formalmente funções como diretora-geral, cargo que já desempenhava com estatuto interino, Graça Freitas falou a propósito do surto de gripe no país afirmando que nos próximos dias há dois fatores que podem aumentar o número de casos, o regresso às aulas, com as crianças a serem transmissor da doença, e a descida das temperaturas.

“O vírus dá-se bem com temperaturas baixas” e é por si só fator de fragilização, disse Graça Freitas, lembrando que em Portugal é usual atingir-se o pico da gripe em janeiro e que há planos de contingência a nível dos centros da saúde, das regiões e dos centros hospitalares.

Graça Freitas adiantou que houve uma grande adesão dos portugueses à vacinação contra a gripe, tendo sido este outono/inverno aquele em que se vacinaram mais pessoas.

“Portugal tem vindo a convergir para altos níveis de vacinação”, acentuou a diretora-geral da Saúde, acrescentando que na União Europeia é dos países com mais pessoas vacinadas contra a gripe, a par do Reino Unido, Irlanda e Holanda.

Graça Freitas explicou que a vacina da gripe distribuída este inverno contém três tipos de vírus, dois do tipo A e um do tipo B, e que na doença deste ano circulam vírus do tipo A e B, sendo o A o mais perigoso.

Segundo a responsável, para ao vírus do tipo A a eficácia da vacina é boa, “já não sendo tão boa para o tipo B”.

Graça Freitas frisou, no entanto, que a vacinação é importante porque mesmo que o vírus não seja concordante as pessoas serão afetadas pela gripe de forma menos grave.

A nova diretora-geral da Saúde, que já era subdiretora-geral desde 2005, assumiu interinamente o cargo após a saída de Francisco George em outubro de 2017. Num despacho publicado em Diário da República na sexta-feira Graça Freitas foi designada pelo ministro da Saúde como diretora-geral por um período de cinco anos, renovável por igual período.

Maria da Graça Gregório de Freitas é licenciada em medicina e tem a especialidade em saúde pública. Começou a exercer medicina fez ontem precisamente 37 anos, como recordou.

ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica apreendeu, durante a época festiva, 60 carcaças de leitão no valor de 3.870...

“A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, através das suas Unidade Regional Sul e Unidade Regional do Centro, realizou durante o último período festivo ações de fiscalização no âmbito do combate ao abate clandestino, atendendo aos riscos associados ao consumo de carne proveniente de estabelecimentos não licenciados para o efeito, tendo detetado, em instalações improvisadas, a presença de leitões assados e diversas carcaças de leitão, abatidas clandestinamente”, segundo um comunicado.

Como resultado das ações, foram instaurados dois processos-crime por abate clandestino e apreendidas cerca de 60 carcaças de leitão, num valor total de 3.870 euros.

De acordo com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), os leitões destinavam-se a diversos clientes, tendo sido abatidos sem “qualquer controlo sanitário”, em instalações com falta de higiene e sem água portável, “comprometendo fortemente” a segurança dos géneros alimentícios em causa.

A ASAE avança ainda que foram detidos três indivíduos em flagrante delito, responsáveis pelas práticas descritas.

A partir de 8 de janeiro
Os centros de saúde do Cadaval, Lourinhã, Mafra, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras vão reforçar as consultas a doentes com...

Os cinco centros de saúde vão dar prioridade ao atendimento dos casos de gripe, aumentando o número de consultas do dia e reduzindo o número de consultas programadas.

“Desde o dia 26 de dezembro que aumentou a afluência às urgências hospitalares e está na hora de os cuidados primários alargarem os horários para que as pessoas não entupam as urgências”, disse em conferência de imprensa, em Torres Vedras, o diretor do Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Sul, António Martins.

A partir de 08 de janeiro, alguns destes centros de saúde, no distrito de Lisboa, vão também alargar o horário de atendimento “até se justificar”.

No Cadaval, vai ser alargado o horário das 09:00 às 18:00 aos fins de semana e das 14:00 às 18:00 nos dias úteis.

Em Torres Vedras, o centro de saúde passa a encerrar durante a semana às 22:00, em vez das 20:00, e vai funcionar aos fins de semana entre as 08:00 e as 20:00.

Vai manter-se o atendimento durante as 24 horas do dia em Mafra, enquanto na Lourinhã e no Sobral de Monte Agraço o serviço decorrerá das 18:00 às 20:00 durante a semana e das 08:00 às 14:00 aos fins de semana.

O ACES Oeste Sul pede aos cidadãos para telefonarem primeiro para a linha Saúde 24 antes de serem atendidos num centro de saúde ou numa urgência, para saberem como proceder de forma mais correta.

No pico da gripe no inverno passado, no final de 2016 e início de 2017, 5% dos atendimentos nas urgências do Centro Hospitalar do Oeste foram motivados pela gripe.

O ACES Oeste Sul possui 201 mil utentes, dos quais 30 mil não têm médico de família.

Transplante do Pulmão
O transplante pulmonar é considerado o mais complexo na área da transplantação.

Em 2017 realizaram-se, em Portugal, 30 transplantes pulmonares e estima-se que existam ainda entre 45 a 50 doentes em lista de espera. A complexidade da cirurgia, aliada ao facto de se tratar de um órgão extremamente delicado, sendo apenas possível utilizar 33% dos órgãos doados, faz com que apenas uma pequena percentagem de doentes possa ser tratado com este recurso.

Também por este motivo, o processo de seleção quer do dador, quer do doente transplantado é exigente e deve obedecer a vários critérios. Isto significa que nem todos os órgãos servem e nem todos os doentes têm indicação para a cirurgia. A compatibilidade entres os dois também pode ser um desafio.

De acordo com critérios internacionais, instituídos pela International Society for Heart and Lung Transplantation, estabelece-se que o dador ideal deve ter menos de 55 anos, sem trauma torácio, sem história de asma ou neoplasia e ser, preferencialmente, não fumador (no limite <20 UMA - Unidades Maço Ano).

Do lado do paciente, “a transplantação pulmonar está indicada em doentes com doença pulmonar crónica terminal que estejam sob terapêutica médica otimizada, para as quais não exista outra alternativa e que não apresentem contraindicações absolutas como neoplasia, disfunção grave de outro órgão, infeção crónica não controlada, obesidade, tabagismo ativo ou outras dependências ou ainda situação clínica instável”, explica Ricardo Pires, presidente da Associação de Transplantados Pulmonares de Portugal (ATPP)

A insuficiência respiratória crónica, nomeadamente em contexto de fibrose pulmonar, a doença pulmonar obstrutiva e a fibrose quística são as principais razões clínicas que justificam o transplante pulmonar, sendo que “estas patologias podem ser curadas após o transplante se circunscritas apenas aos pulmões e no caso de ser bipulmonar”.

Principais cuidados e desafios antes e depois do transplante

O doente candidato a transplante deve seguir sempre as indicações da equipa de transplante a fim de estar apto para uma cirurgia que pode surgir a qualquer instante. “É importante que siga o plano de sessões de fisioterapia e cinesioterapia, para controlar a sua condição física e respiratória, minimizando também a ansiedade, e que mantenha um estilo de vida saudável, dentro das suas limitações”, explica o representante da ATPP.

Depois do transplante o principal cuidado é evitar a rejeição. Daí que o plano terapêutico estabelecido, onde está incluída a medicação imunossupressora, seja de extrema importância. “Estes fármacos devem ser tomados na dose indicada e na hora indicada”, afirma Ricardo Pires.

O doente deve ainda realizar todos os exames requisitados e ser observado na consulta de transplante pulmonar de acordo com as marcações agendadas.

Após esta cirurgia, e depois de um período de reabilitação respiratória – estima-se que os doentes fiquem, em média, 35 dias em regime de internamento – o paciente pode regressar a casa mantendo vários cuidados, entre eles, evitar o contato com quem possa ter doenças infeciosas ou usar máscara em locais público ou fechados.

O cuidado com a alimentação, evitando o consumo de sal, açúcar e gorduras, bem como carnes mal passadas, aliada à prática de exercicío físico regular são outros dos principais conselhos, que  devem contar com o envolvimento de toda a família. “Além de cuidadora a família também tem de aprender as novas regras e colaborar com o transplantado no seu cumprimento”, advoga o presidente da ATPP. É que um dos principais desafios destes doentes recai sobre a disciplina no que toca ao rigor pós-operatório.

Por outro lado, “o doente transplantado precisa ter a consciência que, devido à sua condição de imunossuprimido, é mais propício a infeções e situações de risco, que podem originar qualquer intercorrência”, acrescenta.

A Associação de Transplantados Pulmonares de Portugal nasce, deste modo, como uma associação sem fins lucrativos, com vista a ajudar, apoiar, informar e defender os direitos das pessoas que estejam em situação pré-transplante ou transplantados pulmonares e suas famílias/cuidadores.


Ricardo Pires, presidente da ATPP, foi submetido a um transplante bipulmonar, aos 37 anos, depois de lhe ter sido diagnosticada uma Fibrose Pulmonar Idiopática

De acordo com Ricardo Pires, presidente desta associação, “é notória a falta de informação e de bens materiais que possam facilitar a vida dos doentes para que estes se mantenham ativos e independentes o maior tempo possível” na fase pré-transplante.

Para colmatar esta carência, a ATPP propõe-se a facultar apoio, informação credível e acessível acerca do transplante pulmonar e seu processo de recuperação. Por outro lado, “está a organizar um banco de ajudas técnicas que tem como objetivo facultar equipamentos que possam ser necessários, como cadeiras de rodas, cadeirões de repouso, equipamentos de reabilitação respiratória, entre outras ajudas”.

O apoio emocional é outro aspeto importante que a associação pretende reforçar. “Acreditamos que apesar de toda a informação, esclarecimentos e apoio que a equipa de transplante pulmonar do Hospital de Santa Marta fornece ao doente e cuidadores, a transmissão direta de um testemunho na primeira pessoa ajudará a suportar melhor todo este processo”, começa por justificar Ricardo, também ele transplantado. “O apoio emocional também se torna fundamental (na fase pós-transplante) principlamente em situações de retrocesso, ou seja, quando surgem complicações ou intercorrências que acabam por abater um pouco a pessoa que achava estar finalmente livre e saudável”, acrescenta.

Sensibilizar a opinião pública para esta matéria é também um dos principais objetivos  de ação cívica desta Associação que foi criada em março de 2017 e que espera, no futuro, “construir” uma casa para alojar os doentes que chegam de outras partes do país para tratamento. Afinal, a sua missão é melhorar a qualidade de vida daqueles que, tal como Ricardo Pires, tiveram uma segunda oportunidade de vida com o transplante. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Governo Regional
O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, disse hoje que um dos "maiores desafios" da região autónoma é...

"É importante ter a noção que o grande desafio para os próximos anos é garantir a sustentabilidade do Sistema Regional de Saúde e do Sistema Nacional de Saúde", afirmou o governante, durante uma sessão de boas-vindas a 77 novos médicos internos no Hospital Central do Funchal.

Estes novos internos iniciaram a formação médica prática no Serviço de Saúde da Região (SESARAM): 35 já concluíram a parte teórica e iniciam um ano de formação prática antes da especialidade; 29 estão na formação específica (médicos que iniciam a sua especialidade após conclusão do ano comum) e 13 na especialidade de Medicina Geral e Familiar.

Miguel Albuquerque realçou que, apesar do fraco crescimento da economia portuguesa, é necessário manter a sustentabilidade do sistema público de saúde, onde o Governo Regional vai investir 317 milhões de euros em 2018, mais 30 milhões do que no ano passado.

"Nós não vamos descobrir a roda, mas temos de encontrar estratégias no sentido de garantir essa sustentabilidade, caso contrário não é possível continuarmos a manter um Sistema Regional de Saúde que é importantíssimo para a qualidade de vida das populações", disse, sublinhando também a importância de apostar na "humanização" do serviço.

EUA
Os consumidores de marijuana da Califórnia fizeram ontem fila em várias lojas para comprar canábis, que pela primeira vez foi...

Ellen St. Peter, de 61 anos, e o seu filho Bryce, de 23 anos, foram dos primeiros clientes a chegar à loja ShowGrow, em Santa Ana. Ellen disse que, no passado, correu riscos para comprar aquela droga e que se sente feliz por, agora, a compra se ter tornado um ato seguro.

Um pouco mais a Norte, em Oakland, Jeff Deakin esperou toda a noite à porta da Harborside, com a mulher e o cão.

Aos 66 anos, Jeff afirmou que é muito importante poder comprar canábis de forma segura, sem ter de o fazer num beco esconso.

Na capital da Califórnia, Sacramento, cerca de 25 pessoas juntaram-se para uma pequena cerimónia à porta de A Therapeutic Alternative, uma loja que vende marijuana para fins medicinais desde 2009.

Mike Shorrow foi o primeiro cliente da loja para fins recreativos, comprando mais de quatro gramas de marijuana, das variantes "Red Dragon" e "Ingrid".

Mike, de 63 anos, referiu que começou a fumar marijuana há décadas por prazer, mas que agora também usa para fins terapêuticos. Gastou quase 100 dólares (83 euros), um preço que considerou ser alto, mas que vale a pena se com isso evitar comprar no mercado negro.

A loja exige que todos os seus clientes preencham vários documentos para que se tornem membros.

No parque de estacionamento do Harborside, de Oakland, juntaram-se cerca de cem pessoas, à espera que a loja abrisse às 06:00 da manhã (14:00 em Lisboa).

A pequena multidão bebeu café e comeu donuts enquanto esperava, sob uma temperatura de seis graus Celsius, só para ser dos primeiros a comprar canábis legalmente na Califórnia.

O Harborside é um dos cerca de 90 estabelecimentos que receberam uma licença para vender marijuana a retalho – para fins recreativos – no primeiro dia do ano. A lei que permite a venda entrou em vigor às 00:01 de ontem (08:01 em Lisboa).

A lei surge cerca de duas décadas depois de a Califórnia se ter tornado no primeiro Estado norte-americano a legalizar a marijuana medicinal.

O canábis recreativo é agora legal para adultos com mais de 21 anos. Cada pessoa pode plantar e cultivar até seis plantas de canábis e ter na sua posse um máximo de 28 gramas (uma onça).

Los Angeles e San Francisco estão entre as cidades da Califórnia onde não será possível comprar legalmente a droga.

Assiduidade
Todos os profissionais do Serviço Nacional de Saúde passaram a ser obrigados, desde segunda-feira, a usar um sistema de registo...

O sistema que passou a ser obrigatório para todos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) deve permitir apurar o número de horas de trabalho por dia ou por semana e deve estar preparado para permitir o registo de todo o trabalho desenvolvido, incluindo o extraordinário ou suplementar.

Segundo o despacho do Governo publicado em outubro, “o conhecimento em tempo real das competências e perfil dos recursos humanos escalados no SNS, em cada momento, pode permitir nova abordagem na gestão, por exemplo, das urgências metropolitanas do Porto e Lisboa”.

Todos os serviços e estabelecimentos de saúde do SNS devem ter desenvolvido o trabalho necessário para que, no dia 1 de janeiro de 2018, estejam aptos a transmitir a informação registada no sistema biométrico para o sistema de recursos humanos e vencimentos.

Já a partir do dia 1 de abril de 2018, deve ser integrada no sistema de recursos humanos e vencimentos a identificação dos trabalhadores de serviço em cada dia e horário, em serviço de urgência e em atividades programadas, usualmente designadas por escalas.

Fumadores
O consumo de tabaco em locais ao ar livre como campos de férias é proibido desde ontem, com a entrada em vigor de uma lei...

A nova lei foi aprovada pelo parlamento em junho passado e decorre de uma proposta do Governo, que os deputados modificaram. Com a entrada em vigor no primeiro dia do ano será proibido fumar em locais para menores, ainda que ao ar livre, como campos de férias ou parques infantis.

E desde a mesma data é também proibido o uso de produtos equiparados a cigarros em locais públicos fechados, porque a legislação equipara aos cigarros tradicionais os cigarros eletrónicos ou novos produtos que produzem aerossóis, vapores, gases ou partículas inaláveis, ou mesmo tabaco de mascar ou inalar.

Com a ausência de legislação, até agora qualquer pessoa podia fumar um cigarro eletrónico ou de tabaco aquecido num hospital ou numa sala de aulas, e essa equiparação é um dos aspetos aplaudidos pela Confederação Portuguesa para a Prevenção do Tabagismo.

“A equivalência dos novos produtos ao tabaco em geral era uma das nossas preocupações. Isso [a equiparação] é uma conquista”, disse o presidente da Confederação, Emanuel Esteves.

Mas, acrescentou, a lei é demasiado tímida e pouco ambiciosa. Podia “ir-se mais longe na política de preços” e “recuou-se” na proposta inicial do Governo de se proibir fumar nas imediações de locais como escolas e hospitais. “Devia haver uma área de proteção, para evitar que o fumo entre para os estabelecimentos e por uma questão de dar o exemplo”, disse.

Ainda nas palavras de Emanuel Esteves, se é positiva a comparticipação de medicamentos para deixar de fumar, prevista na nova lei, é negativo que se continue a fumar em determinados espaços fechados, ainda que em alguns períodos do dia, porque “devia ser proibido fumar em todos os locais de reunião”.

Emanuel Esteves, médico, alerta ainda para os novos produtos de tabaco, um deles o chamado tabaco aquecido que é vendido em Portugal desde 2015 pela Tabaqueira, da multinacional Philip Morris, apresentado pela empresa como contendo menos 90% a 95% de produtos nocivos.

Questionada sobre a nova lei, fonte oficial da Tabaqueira disse que a lei que entrou em vigor ontem deu “passos tímidos” para reconhecer que os portugueses fumadores merecem ser informados sobre alternativas que apresentam menos riscos.

“É fundamental que os cerca de dois milhões de adultos que, entre nós, continuam a fumar saibam que da Alemanha aos Estados Unidos, que da Rússia ao Reino Unido, houve já instituições científicas independentes e credíveis a levarem a cabo uma avaliação substancial dos novos produtos de tabaco e nicotina sem combustão, como o de tabaco aquecido” (o chamado IQOS/HEETS, disse a fonte, acrescentando: “Todos os resultados até agora divulgados apontam para que estes novos produtos, não sendo inócuos, são melhores escolhas que os cigarros”.

A Tabaqueira refere-se a estudos de entidades como o Instituto Federal de Avaliação de Risco da Alemanha, que indica que o tabaco aquecido pode comportar menos riscos para a saúde dos fumadores, ou outro, deste mês, do Comité de Toxicologia do Reino Unido (independente e que aconselha o Governo), segundo o qual o tabaco que é aquecido e não queimado é menos prejudicial.

Num relatório para o Governo britânico, o painel de especialistas disse que as pessoas que utilizam esse novo produto foram expostas a entre 50% e 90% menos produtos químicos nocivos, em comparação com os cigarros tradicionais, embora ainda produza compostos potencialmente prejudiciais.

“Uma coisa é ser menos agressivo, outra é ser inofensivo”, alerta a propósito Emanuel Esteves, que teme que se deturpe a “eventual (porque ainda não provada) menos agressividade” e que se fique com a ideia de que se pode fumar esse produto.

E avisou: “Tem de haver cuidado em marcar claramente aquilo que é menos prejudicial e o que é inofensivo. Haver redução das substâncias cancerígenas não é eliminação dessas substâncias”.

Enquanto a multinacional que vende o tabaco aquecido procura agora nos Estados Unidos que o produto seja anunciado como menos nocivo, a fonte da empresa em Portugal frisa que é essencial que a lei diferencie produtos em função do risco e permita que essa informação chegue aos fumadores de forma clara, fazendo-se “menção ao risco reduzido”.

Aliás, diz ainda, Portugal com esta nova lei “não revelou a mesma abertura” de outros países “em abraçar e encorajar a inovação e a ciência ao serviço da redução do risco em tabaco”.

Ainda que assim seja, contrapõe Emanuel Esteves, esses produtos continuam a ter nicotina, por si só um “agente de perturbações ao nível do sistema nervoso central e cardiovascular”. E conclui: “é como escolher cair de um 100.º andar ou de um 10.º”.

A lei é desde ontem um pouco mais restritiva, Emanuel Esteves reconhece-o, mas diz que Portugal devia dar passos maiores.

Afirmando que “há um clima social favorável” e que se podia ter ido mais longe, Emanuel Esteves deixa uma dúvida. Ou uma acusação. “A ideia que temos é que há interesses comerciais que podem dificultar o agilizar de mais medidas”.

‘Medical Device Interoperability’
Investigadores portugueses estão a participar num projeto internacional que visa melhorar a segurança dos dispositivos médicos,...

“O grande objetivo do projeto ‘Medical Device Interoperability’ é transformar a forma como os dispositivos médicos são desenhados, testados, comprados e usados, reduzindo o número de erros médicos e, de certa forma, salvando vidas”, explicaram o professor José Creissac e o investigador Paolo Masci, do Laboratório de Software Confiável (HASLab), polo na Universidade do Minho do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC).

Em declarações, os responsáveis pela colaboração portuguesa nesta iniciativa indicaram que, atualmente, os profissionais de saúde e os próprios pacientes confiam, "mais do que nunca", nas interações "rápidas e seguras" entre os diferentes dispositivos médicos, como bombas de injeção, monitores cardíacos e dispositivos para a diabetes.

"É, por isso, importante que esses dispositivos comuniquem e operem de forma confiável em conjunto", reforçaram os investigadores, que, segundo contaram, formam a única equipa em Portugal a trabalhar nesta área.

Deste projeto, coordenado pela Food and Drug Administration (FDA), a agência norte-americana responsável pelo controlo de produtos para consumo alimentar, das drogas e dos dispositivos médicos, resultará uma norma que, após aprovação, servirá de referência para os regulamentos a definir nos Estados Unidos e, provavelmente, na Europa, incluindo Portugal.

Segundo os investigadores, os erros na capacidade de um sistema interagir e comunicar com outro (erros de interoperabilidade), podem originar falhas de comunicação, impedindo um dispositivo de reagir adequadamente a um alarme originado por outro.

Além disso, as diferenças nas unidades de medidas de cada dispositivo podem originar discrepâncias no desempenho dos vários dispositivos.

Um estudo da FDA, com a colaboração do INESC TEC e com dados entre 2012 e 2015, concluiu que 12% das ordens de recolha de dispositivos médicos deviam-se a problemas de ‘software', muitos dos quais detetados através da interação entre os enfermeiros e a máquina, disseram os responsáveis.

Em 2% dos casos, esses dispositivos podiam levar os profissionais de saúde a tomar decisões que colocavam em risco a vida dos pacientes, contaram os investigadores, acrescentando que, para esse estudo, foram analisadas 7.700 ordens de recolha de dispositivos.

Assim, uma das preocupações do projeto é assegurar que os designers e fabricantes desses aparelhos produzam e forneçam informação sobre o respetivo desempenho, funcionamento e características, para que aqueles que o usem possam fazê-lo com segurança, referiram.

A falta desta informação, continuaram, pode levar ao uso inadequado da interface do dispositivo e, com isso, resultar num "mau funcionamento", originando ferimentos no paciente ao qual está ligado ou, até mesmo, a morte.

Os dados desta colaboração com a FDA estão a servir de base para outras parcerias na Europa, como é o caso de um acordo que o INESC TEC pretende firmar com uma empresa italiana, ajudando-a a criar material de treino para um dispositivo prestes a ser colocado no mercado, bem como a desenhar a interface de um novo equipamento a produzir em 2018.

Alimentação saudável
O Governo quer retirar os saleiros das mesas dos restaurantes, estender a todos os organismos do Estado as restrições de venda...

De acordo com a Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável (EIPAS), hoje publicada em Diário da República, pretende-se também incentivar as empresas do setor agroalimentar a reduzir o tamanho das porções dos alimentos e bebidas pré-embalados.

Entre outras medidas propostas pelo grupo de trabalho criado em 2016 para elaborar esta estratégia estão igualmente a existência de dispensadores de água gratuitos ou a distribuição de água nos serviços e organismos da administração direta e indireta do Estado, promovendo o seu consumo.

É ainda proposto o alargamento das orientações já existentes para a oferta alimentar em meio escolar e provenientes do Ministério da Educação a todos os níveis de ensino, nomeadamente ao ensino superior, e das orientações para os refeitórios escolares relativas ao sal iodado a outras cantinas/refeitórios, além das escolas.

A EIPAS prevê igualmente que se alarguem as políticas de limitação do volume e oferta dos pacotes de açúcar individuais à totalidade dos agentes económicos responsáveis pela refinação e distribuição do açúcar e que se incentive o setor da restauração a evitar a disponibilização de bebidas açucaradas na modalidade «free refill» (livre enchimento).

“Verifica-se ainda uma significativa disponibilidade de alimentos com quantidades elevadas de açúcar, sal adicionado e gorduras. A evidência científica demonstra que o elevado consumo de açúcar está relacionado com a prevalência de doenças crónicas como a obesidade e a diabetes, estando por seu lado o consumo excessivo de sal associado à hipertensão arterial e à doença cerebrovascular”, lê-se no diploma.

No texto hoje publicado em DR, as autoridades sublinham ainda que “os estudos científicos demonstram também que a prevalência destas doenças é muito elevada na população portuguesa, sendo que cerca de 1 em cada 4 portugueses possui hipertensão arterial e 1 em cada 10, diabetes”.

“Atualmente, e em Portugal, os hábitos alimentares inadequados são o fator de risco que mais contribui para o total de anos de vida saudável perdidos pela população portuguesa (15,8%) e um determinante importante da doença crónica, representando mais de 86% da carga de doença no nosso sistema de saúde”, refere o documento.

A EIPAS, dividida em quatro eixos principais e que envolve ministérios como o da Saúde, Agricultura, Mar, Administração Interna, Educação, Economia e Finanças, propõe igualmente que nos eventos públicos organizados pelos serviços e organismos da administração direta e indireta do Estado exista obrigatoriamente a oferta de água, fruta e ou produtos hortícolas.

O Governo quer ainda incentivar a adoção de medidas pelos operadores económicos para limitar a publicidade destinada a menores de idade de produtos alimentares com excesso de sal, açúcar, gordura, nomeadamente trans, e energia em eventos em que participem menores, designadamente atividades desportivas, culturais e recreativas.

A estratégia prevê também a construção de um portal de informação sobre o pescado e o seu valor nutricional, com materiais interativos para o sistema de ensino, e propõe o alinhamento das prioridades de financiamento das linhas de investigação nos laboratórios do Estado e agências de financiamento com as prioridades nacionais da área da promoção da alimentação saudável.

No âmbito da alimentação saudável, depois de ter criado novas regras para os alimentos a disponibilizar nas máquinas automáticas de venda nas unidades de saúde e nas escolas, o Governo assinou protocolos com a indústria alimentar para reduzir o tamanho dos pacotes de açúcar, e com os industriais de panificação para reduzir o teor de sal no pão, além de ter aprovado a tributação das bebidas adicionadas de açúcar ou outros edulcorantes.

Na quinta-feira, através de um despacho publicado em DR, o Governo decidiu proibir os salgados, produtos de charcutaria bolos e refrigerantes, entre outros, nas unidades de saúde públicas.

Para 2018
A União das Misericórdias Portuguesas saudou hoje a realização de novos contratos com entidades da rede de cuidados continuados...

Segundo um despacho do Governo, o Instituto da Segurança Social (ISS) e as Administrações Regionais de Saúde (ARS) vão celebrar contratos-programa com 45 entidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) que darão lugar a 538 novas respostas de internamento em 2018.

“É com grande satisfação que a União das Misericórdias Portuguesas vê a saída deste despacho”, que já estava em negociação “há meses largos”, por “duas razões”, disse Manuel Caldas de Almeida, membro do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) responsável pela área da saúde e dos cuidados continuados.

Por um lado, porque “responde a uma necessidade das pessoas, porque há falta de camas em todo o país”, e, por outro, “dá sustentabilidade às unidades que já estão a funcionar”.

“Uma das coisas que nós percebemos com estes anos de trabalho é que foi um êxito este esquema de contratação envolvendo a Segurança Social, a Saúde e os prestadores” (misericórdias, Instituições Particulares de Solidariedade Social e privados), disse o responsável.

Para Manuel Caldas de Almeida, “há um terceiro passo” que seria necessário - ajustar os preços aos custos das unidades.

“De facto, com os preços que nos estão a pagar é muito difícil gerir estas unidades”, que “precisam de volume”.

“O que os ministérios vêm fazer agora é acrescentar camas a unidades que já existem”, o que “é fundamental” para serem sustentáveis tecnicamente e financeiramente”.

Segundo Caldas de Almeida, a grande preocupação são as “unidades de poucas camas”, porque “são francamente insustentáveis” financeiramente, mas também tecnicamente.

Questionada pela Lusa se há filas de espera para estas respostas, o responsável disse que sim, principalmente para as unidades de longa duração na região de Lisboa e Vale do Tejo.

“Ainda há carências em todo o país”, mas há algumas zonas, como a região centro, que tem “uma cobertura francamente melhor” do que em Lisboa e Vale do Tejo.

“É uma necessidade crescente” porque a população está mais dependente e os hospitais referenciam cada vez mais”, rematou.

O despacho autoriza o ISS e as ARS a assumirem "os compromissos plurianuais no âmbito dos contratos-programa a celebrar com as entidades integradas ou a integrar a RNCCI, no âmbito do funcionamento ou da implementação desta rede".

Os contratos abrangerão 45 instituições, entre as quais Misericórdias e Instituições Particulares de Solidariedade Social, de várias regiões do país.

Em 2018
O Instituto da Segurança Social e as Administrações Regionais de Saúde vão celebrar contratos-programa com 45 entidades da Rede...

Segundo um despacho conjunto dos ministérios das Finanças, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e da Saúde, a que a agência Lusa teve acesso, estes contratos-programa são de “extrema relevância” para o funcionamento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).

O despacho autoriza o Instituto da Segurança Social (ISS) e as Administrações Regionais de Saúde (ARS) a assumirem "os compromissos plurianuais no âmbito dos contratos-programa a celebrar com as entidades integradas ou a integrar a RNCCI, no âmbito do funcionamento ou da implementação desta rede".

Os contratos abrangerão 45 instituições, entre as quais misericórdias e Instituições Particulares de Solidariedade Social, de várias regiões do país.

Segundo o despacho, o valor a atribuir pelo ISS em 2018 será de 3,5 milhões de euros, subindo face ao montante do ano anterior (260 mil euros), o que reflete o aumento do número de contratos realizados pelas ARS no próximo ano, no total de 14,1 milhões de euros (1,4 milhões de euros este ano).

Em declarações, o Coordenador da reforma dos Cuidados Continuados Integrados, Manuel Lopes, explicou que, no âmbito das medidas previstas no Plano de Desenvolvimento da RNCCI, iniciadas em 2016 e que se prolongam por 2018 e 2019, foi ampliada em 538 lugares a rede geral e foram criados este ano 364 lugares e camas de cuidados integrados de saúde mental.

Foram também criadas este ano 20 camas e lugares para cuidados continuados pediátricos integrados em regime experimental na unidade o “Kastelo”, em Matosinhos.

“É uma resposta absolutamente fundamental para as crianças com doença crónica complexa pelo que, a partir dessa experiência, estamos a preparar para 2018 e anos seguintes a ampliação dessa resposta”, avançou Manuel Lemos.

Além disso foi criada uma “equipa de cuidados continuados integrados, requalificada”, em regime experimental, que se desloca às casas das pessoas.

Esta equipa dispõe de nove perfis profissionais diferentes, presta cuidados a um máximo de 25 doentes no concelho de Évora, 12 horas por dia em regime presencial e as restantes 12 em resposta telefónica, todos os dias do ano.

A equipa está a funcionar há quase um ano e chegou-se à conclusão que foram atingidos “excelentes resultados terapêuticos”, principalmente na dimensão da reabilitação.

Por outro lado, os resultados económicos preliminares permitem afirmar que o custo diário com o doente é de 28 euros, menos de metade do preço da unidade mais barata de internamento, adiantou Manuel Lopes.

Esta experiência “veio provar que os cuidados no domicílio quando são possíveis são muito efetivos”, rematou.

A RNCCI, criada em 2006, assenta num modelo de intervenção integrado e/ou articulado da saúde e da segurança social com o objetivo de proceder à recuperação, manutenção e prestação de cuidados integrados a utentes dependentes, envolvendo a participação e a colaboração de diversos parceiros sociais ou privados, a sociedade civil e o Estado como principal incentivador.

“Tal modelo surge com crescente relevância face ao aumento da esperança média de vida, das carências sociais e da necessidade de dar resposta de qualidade na área dos cuidados continuados integrados”, refere o despacho a publicar no Diário da República.

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