Centro Hospitalar Lisboa Norte
O hospital Santa Maria, Lisboa, garantiu que a urgência de ginecologia e obstetrícia não irá fechar nenhum dia por semana,...

“A urgência de ginecologia e obstetrícia não vai fechar. O conselho de administração não teve nem tem essa decisão em cima da mesa. Seria de todo impensável que essa situação ocorresse num hospital universitário e num hospital como é o Santa Maria”, afirmou o presidente do Centro Hospitalar Lisboa Norte, Carlos Martins.

No sábado o Diário de Notícias referiu que “o diretor do departamento de ginecologia e obstetrícia do hospital Santa Maria, em Lisboa, quer fechar a urgência da especialidade dois dias por semana já a partir de fevereiro”. Em causa está a carência de enfermeiros especialistas.

O presidente do conselho de administração, Carlos Martins, reconheceu que esse foi “um dos muitos cenários discutidos” em reunião de médicos, mas sublinhou que a administração nunca teve essa decisão em cima da mesa.

O administrador admite que o Centro Hospitalar tem tido a preocupação de tentar encontrar soluções para a carência de enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica, ou através da contratação ou reorganizando os serviços.

“Houve e há preocupações quando olhamos para o número de enfermeiros saídos e para as previsões de saídas”, indicou, adiantando que só para o setor privado foram seis enfermeiros especialistas do Santa Maria.

Segundo Carlos Martins, estas preocupações originam discussões de trabalho e elaboração de cenários diversos para reorganizar os serviços.

De acordo com o Diário de Notícias, “a intenção” – agora afastada pelo administrador do hospital – foi comunicada aos médicos do serviço de ginecologia numa reunião na quinta-feira.

Conselho de Administração
As consultas de interrupção voluntária da gravidez no Hospital Santa Maria, em Lisboa, vão ser retomadas dia 01 de fevereiro,...

A informação foi dada pelo presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, a que pertence o Santa Maria, o maior hospital do país.

Contactado, Carlos Martins recordou que a interrupção da consulta esteve ligada com “menor capacidade de resposta aquando do movimento dos enfermeiros especialistas” em saúde materna e obstetrícia, que, alegando não serem pagos para o efeito, se recusaram a exercer funções na área da especialidade.

O hospital Santa Maria está de momento a encaminhar para uma clínica privada as mulheres que precisam de uma interrupção da gravidez, a custo da instituição.

O Diário de Notícias escreveu na sexta-feira que “o Hospital de Santa Maria suspendeu, no início do ano, a consulta de interrupção de gravidez, alegando diminuição no número de enfermeiros especialistas”.

Em comunicado emitido na sexta-feira, a administração o CHLN referiu que, por proposta da direção do departamento de obstetrícia, ginecologia e medicina de reprodução, decidiu “recorrer, sempre que necessário, a unidades privadas, certificadas pelo Ministério da Saúde, para poder dar resposta atempada e com qualidade às grávidas que procuram” os serviços para um aborto.

O CHLN garante que “o principal objetivo desta medida é naturalmente garantir a segurança, assegurar uma resposta em tempo útil e com qualidade e evitar colocar a grávida em situações de risco, não esquecendo também a natural proteção aos profissionais”.

O CHLN assegura que está a promover “o recrutamento de profissionais especialistas nesta área, esperando resolver a situação com a maior brevidade possível, com o apoio da tutela”.

Em 2016, o Hospital Santa Maria realizou 467 interrupções da gravidez, todas por opção da mulher, segundo o Relatório dos Registos das Interrupções da Gravidez, elaborado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

No ano anterior, este hospital tinha realizado 454 abortos, pelo mesmo motivo, de acordo com os dados da DGS.

Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
A epidemia de sarampo em fevereiro de 2017, que causou um morto e infetou 27 pessoas, teve dois surtos com origens em...

Em entrevista, o presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) afirmou que, tecnicamente, não existiu um surto de sarampo, mas sim dois surtos.

Fernando Almeida referia-se à epidemia de sarampo, iniciada em fevereiro de 2017 e dada como terminada a 05 de julho do mesmo ano, que causou a morte de uma jovem que não estava vacinada e infetou 27 pessoas.

Com a intervenção do Instituto, foi possível “fazer a caracterização genotípica”, através da qual se identificam os vários tipos e subtipos de sarampo.

Segundo Fernando Almeida, essa avaliação concluiu que nesta epidemia existiram dois subtipos de vírus do sarampo: um que começou no sul, no Algarve, e outro que começou na região de Lisboa.

“Tecnicamente, apesar de ter havido uma coincidência temporal, foram dois surtos que aconteceram”, disse.

Para Fernando Almeira, “isto é importante sob o ponto de vista epidemiológico, porque permite perceber com maior facilidade quais foram as fontes comuns de infeção: No Algarve, provavelmente terá a ver com uma fonte oriunda de um país estrangeiro do norte da Europa e o de Lisboa com um país do leste da Europa”.

“Os tipos que estavam a circular nesse país do norte eram os mesmos do Algarve e o tipo do sarampo que estava em Lisboa era o mesmo que circulava na Europa de leste”, prosseguiu.

Fernando Almeida reiterou a importância da vacina e considera que esta epidemia veio demonstrar isso mesmo: “É preciso vacinarmo-nos e as vacinas funcionam”.

O presidente do INSA alertou para o facto de o vírus do sarampo circular “cada vez menos em Portugal”.

“Quem teve sarampo está, à partida, mais protegido do que aqueles que só tiveram contacto com o sarampo através da vacina”, disse.

Fernando Almeida recordou que “as mães que antigamente tiveram sarampo transmitiam ao feto esses anticorpos e eles já saíam com alguma defesa reforçada”.

Hoje, “a maior parte das mães já não contactou com o vírus”.

Legionella
Nenhum dos sete equipamentos nas redondezas do Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, analisados à presença da ‘legionella’,...

Esta é uma das conclusões que consta do relatório definitivo sobre este surto que causou seis mortos e dezenas de infetados, o qual foi recentemente entregue ao Ministério Público.

Sem querer revelar o seu conteúdo, para o qual o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) teve “um papel fundamental”, Fernando Alves disse apenas que as conclusões sobre a origem do foco não diferem das que constam no relatório preliminar.

Nesse documento, é possível apurar que as bactérias nas secreções dos doentes são da mesma estirpe das encontradas na água de pelo menos uma das torres de arrefecimento do Hospital São Francisco Xavier.

Em relação aos sete equipamentos nas redondezas do Hospital São Francisco Xavier potencialmente produtores de aerossóis e por isso analisados à presença de ‘legionella’, Fernando Almeida revelou que esta não foi encontrada.

Segundo Fernando Almeida, este surto – tal como costuma acontecer em situações de saúde pública – levou a um aumento dos pedidos de análises.

Relativamente ao Programa de Intervenção Operacional de Prevenção Ambiental da Legionella, anunciado pela tutela aquando deste surto, o presidente do INSA referiu que o grupo entretanto criado está a trabalhar, tendo marcada uma reunião para o próximo dia 16.

Sobre a caracterização do risco de todos os hospitais para a bactéria, efetuada pelas autoridades durante o surto, os resultados estão ainda a ser avaliados.

“O que vamos fazer é, além do autocontrolo que as instituições têm de fazer das suas estruturas, um processo de vigilância, ou seja, ver se de facto os resultados estão de acordo com o normal e o esperado”, acrescentou.

Fernando Almeida partilhou a coincidência do surto de ‘legionella’ em Vila Franca de Xira ter ocorrido a 07 de novembro de 2014, no dia em que se assinalava o aniversário do INSA, e que foi registado no São Francisco Xavier ter acontecido no mesmo dia.

Associação
Uma associação defensora da legalização da canábis considera que só o autocultivo da planta para fins medicinais, ainda que...

A associação de Estudos Sobre Canábis - Cannativa divulgou hoje um comunicado, “em resposta ao parecer da Ordem dos Médicos” conhecido na quinta-feira, no qual entende que só o “autocultivo para fins medicinais (…) conseguirá garantir o pleno acesso dos pacientes às mais variadas estirpes da canábis, indicadas em diferentes tipos de patologia, oferta que as farmácias não conseguirão suprir”.

É, contudo, considerado que o autocultivo de canábis deve estar sujeito a receita médica, atribuição de licença e fiscalização pela associação, que se apresenta como defensora da legalização da canábis para todos os fins.

A Cannativa julga ainda que o autocultivo “é também a única via que permite que os doentes deixem de recorrer ao mercado negro e não tenham que pagar os preços exorbitantes que se verificam na República Checa e na Alemanha, por exemplo”.

“Todos os países que legalizaram a canábis para fins medicinais e não previram o autocultivo para consumo próprio estão agora a braços com graves problemas de acesso e de entupimento dos tribunais, que no limite acabam por fazer jurisprudência e conceder licenças especiais aos pacientes que realmente necessitam”, indica o comunicado.

A associação julga também que a questão de fumar canábis para fins medicinais “vem desviar a discussão do âmbito científico para o âmbito moral, prejudicando assim um debate importante”.

Contudo, segundo argumenta o parecer da Ordem dos Médicos, a questão sobre a canábis fumada deve ser encarada com cautela, pelos potenciais riscos para a saúde pública e porque “nenhum país europeu autoriza atualmente a canábis fumada para fins médicos”.

A Associação Cannativa lembra que existem várias alternativas ao consumo fumado de canábis, como a vaporização, o processamento em alimentos para ingestão, a preparação de chás ou mesmo óleos para administração sublingual ou transdérmica.

“Um paciente que sofra de doença de Parkinson, que tenha espasmos ou convulsões, prefere vaporizar as flores e obter o efeito terapêutico em poucos segundos do que consumir canábis por via oral e esperar até uma hora para obter o mesmo efeito”, refere o comunicado da associação.

No parecer divulgado quinta-feira, a Ordem dos Médicos assume que há várias situações em que há forte evidência da eficácia da canábis, mas dá precisamente o exemplo do Parkinson ou da esquizofrenia como áreas em que ainda não existe evidência dos efeitos.

A Cannativa lembra que “tem contacto diário com pacientes que recorrem ao uso de canábis medicinal, incluindo crianças com epilepsia, que são obrigadas a viver na ilegalidade, alimentando redes de tráfico, prejudicando o seu estado de saúde e criando obstáculos à investigação científica”

Por isso, apela para que se regulamente com urgência o acesso à canábis para fins terapêuticos.

A Cannativa foi constituída no ano passado e, no seu site, apresenta-se como uma associação que reúne "especialistas dos mais diferentes quadrantes" entre consumidores e não consumidores, "desde ativistas a profissionais da saúde, passando por cientistas, políticos, agricultores, juristas, estudantes, jornalistas e utilizadores de canábis terapêutica".

Centro Hospitalar Lisboa Norte
O Hospital Santa Maria, em Lisboa, está a encaminhar para uma clínica privada as mulheres que precisam de uma interrupção da...

O DN escreve hoje que “o Hospital de Santa Maria suspendeu, no início do ano, a consulta de interrupção de gravidez, alegando diminuição no número de enfermeiros especialistas”.

“Os três médicos responsáveis pela consulta tentaram impedir o encerramento da mesma que está ‘suspensa por tempo indeterminado’, enviando uma carta para a direção clínica em que propunham encarregar-se, por agora, das tarefas antes asseguradas pelos enfermeiros especialistas”, lê-se hoje no diário.

Em comunicado, a administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), a que pertence o Santa Maria, referiu que, por proposta da direção do departamento de obstetrícia, ginecologia e medicina de reprodução, decidiu “recorrer, sempre que necessário, a unidades privadas, certificadas pelo Ministério da Saúde, para poder dar resposta atempada e com qualidade às grávidas que procuram” os serviços para um aborto.

Na origem desta medida estará o movimento de enfermeiros especialistas em obstetrícia que, alegando não serem pagos para o efeito, se recusaram a exercer funções na área da especialidade, assim como a saída de duas enfermeiras afetas ao departamento para o setor privado.

O CHLN garante que “o principal objetivo desta medida é naturalmente garantir a segurança, assegurar uma resposta em tempo útil e com qualidade e evitar colocar a grávida em situações de risco, não esquecendo também a natural proteção aos profissionais”.

O departamento conta com uma enfermeira dedicada exclusivamente a esta consulta, a qual se encontra em licença de parto, estando prevista a saída de mais duas enfermeiras.

O CHLN assegura que está a promover “o recrutamento de profissionais especialistas nesta área, esperando resolver a situação com a maior brevidade possível, com o apoio da tutela”.

Em 2016, o Hospital Santa Maria realizou 467 interrupções da gravidez, todas por opção da mulher, segundo o Relatório dos Registos das Interrupções da Gravidez, elaborado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

No ano anterior, este hospital tinha realizado 454 abortos, pelo mesmo motivo, de acordo com os dados da DGS.

No Porto
Investigadores do Porto desenvolveram um produto energético que se desintegra em contacto com a saliva e que liberta cafeína,...

“Este produto energético, que tem por base filmes orais, permite aos consumidores uma melhor ‘performance', quando comparada com outros produtos que contêm cafeína”, disse Pedro Castro, investigador da Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Universidade Católica (Porto), um dos responsáveis pelo projeto OraLeaf.

"Fáceis de transportar e de manusear", os filmes orais são películas finas, produzidas de forma a se dissolverem e libertarem substâncias ativas quando entram em contacto com a saliva, num período igual ou superior a 30 segundos, explicou.

Esses filmes, continuou, possuem uma elevada área de contacto, o que garante uma maior superfície de libertação em relação a outros métodos, tornando a ação mais rápida e eficiente.

Segundo Pedro Castro, a inovação deste projeto reside no facto de se ter desenvolvido uma nova tecnologia de libertação controlada de cafeína, que pode ser aplicada a outras moléculas.

"Pretende-se que este produto seja um exemplo de investigação aplicada, em que o potencial da tecnologia desenvolvida nos nossos laboratórios, pelos nossos investigadores, pode melhorar o quotidiano dos consumidores", disse ainda.

Além de Pedro Castro, participam no projeto as investigadoras Patrícia Baptista, Ana Raquel Madureira e Manuela Pintado, esta última também docente da Universidade Católica (Porto), e Bruno Sarmento, professor da Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU) e investigador do i3S (Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto).

A equipa participou no programa BIOTECH_agrifood INNOVATION, programa de pré-aceleração criado pela Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto (ESB-UCP), com o apoio da associação Portugal Foods e da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE).

A participação proporcionou aos responsáveis um aprofundamento na área do empreendedorismo e permitiu introduzir e consolidar conceitos, possibilitando o aumento de conhecimento e a aquisição de competências empreendedoras, bem como um conhecimento do mercado.

Foi possível, assim, "desenvolver um plano de negócios que, apesar de embrionário, tende a ser um suporte para a potencial criação de uma "startup", que vise a comercialização do produto", acrescentou Pedro Castro.

Agência Portuguesa do Ambiente
O número de pessoas expostas a níveis de ruído prejudiciais à saúde aumentou para cerca de 430 mil à noite, estima a Agência...

O Relatório do Estado do Ambiente 2017 (REA), disponível no ‘site’ de internet da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), indica que "cerca de 430 mil pessoas estejam expostas a níveis de ruído superiores ao limiar crítico no período noturno, sendo expectável que este número diminua quando todos os MER [Mapas Estratégicos de Ruído] e PA [Planos de Ação] estiverem executados".

Segundo dados da APA, em dezembro de 2013 eram cerca de 340 mil as pessoas expostas a ruído acima dos limiares fixados.

As regras europeias obrigam as aglomerações com maiores dimensões, assim como as infraestruturas rodoviárias, ferroviárias e aéreas, a apresentar mapas estratégicos de ruído, com o diagnóstico da situação, e planos de ação para os casos em que os níveis registados ultrapassam os limites.

Mas, também estão estipuladas normas na regulamentação nacional, com valores limite de ruído.

O REA aponta que, até julho de 2017, foram reportados 73% dos MER e 12% dos PA das grandes infraestruturas de transporte e 83% dos MER e 50% dos PA das localidades.

"Falta reportar os MER referentes a 165 troços de GIT [grandes infraestruturas de transporte] rodoviários e ferroviários e a uma aglomeração", refere o documento.

Já nos planos de ação, acrescenta, "falta reportar a grande maioria em relação às GIT e metade em relação às aglomerações".

A APA recorda que, em 2013, deveriam ter sido apresentados todos os documentos das grandes infraestruturas de transporte e aglomerações, mas apenas foram reportados 51% dos MER e 1% dos planos de ação nos transportes e 17% dos MER nas cidades.

O objetivo é diminuir gradualmente o número de pessoas expostas a níveis de ruído acima dos limites fixados, tanto nos transportes como nas localidades.

Pretende-se obter o diagnóstico completo da situação nacional e ter 100% dos Mapas Estratégicos de Ruído entregues e reportados à Comissão Europeia, assim como conseguir as respostas ao diagnóstico, com a totalidade planos de ação a chegar àquela entidade europeia.

O ruído elevado tem vários efeitos na saúde, como hipertensão e doenças cardiovasculares.

Estudo
As probabilidades de sobrevivência ao cancro da mama não variam entre mulheres jovens com a mutação genética BRCA, que suscita...

“O nosso estudo é o maior que se desenvolveu neste campo e os nossos resultados indicam que, quando iniciam o tratamento, as mulheres jovens com a mutação BRCA que sofrem de cancro da mama têm uma probabilidade de sobrevivência idêntica àquelas que não são portadoras do gene”, comentou a professora Diana Eccles, da Universidade de Southampton (Reino Unido), autora da investigação, publicada pela revista britânica The Lancet.

Estes resultados são relevantes para entender melhor o tratamento do cancro da mama, particularmente no âmbito da cirurgia preventiva.

“Às pacientes com o gene BRCA geralmente oferece-se uma mastectomia dupla após o diagnóstico ou tratamento com quimioterapia. Contudo, os nossos resultados sugerem que não há razão para se escolher efetuar esta cirurgia imediatamente”, explicou Diana Eccles.

Segundo a investigadora, a longo prazo seria possível discutir opções preventivas, mas levando em consideração as preferências pessoais das pacientes.

O estudo, realizado entre janeiro de 2000 e janeiro de 2008, incluiu 2.733 mulheres de entre 18 e 40 anos, das quais 338 (12%) apresentavam uma qualquer variação do gene BRCA, todas elas em tratamento após o primeiro diagnóstico de cancro da mama.

Peter Fasching, médico especialista no tratamento desta doença, indicou que “saber que as mutações BRCA1 e BRCA2 não mudam o prognóstico da paciente poderá alterar o tipo de terapia utilizada para minimizar riscos”.

O médico instou, por isso, a que se continue a investigar o tema, dado que “os métodos cirúrgicos podem ter um efeito irreversível no que pode ser uma longa vida, após um diagnóstico de cancro da mama em idade precoce”.

As mulheres que apresentam uma mutação BRCA têm até 80% de probabilidades de desenvolver cancro da mama ou de ovários.

Estudo
Investigadores da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas descobriram que o vírus Zika se mostrou...

Os investigadores chegaram a essa conclusão, publicada numa revista científica norte-americana, depois de terem injetado o vírus em células que continham “glioblastoma”, o tumor do sistema nervoso central mais comum e maligno, dado que apenas 24 horas depois, o Zika já tinha eliminado metade das células cancerígenas.

Esse processo foi repetido nas horas seguintes sem que as células saudáveis fossem afetadas pela ação do vírus.

A experiência ocorreu sob a premissa de que o vírus Zika é consideravelmente destrutivo em células cerebrais em recém-nascidos, mas não em adultos.

“As células do bebé têm uma alta taxa de proliferação. Parecida com as do cancro, que nada mais é do que uma doença que prolifera de forma descontrolada. E as células saudáveis, não. Então ele protegeria as células normais do adulto, mas eliminaria apenas as células do cancro, tornando um tratamento mais específico do que uma quimioterapia”, explicou a investigadora Estela de Oliveira Lima, citada pelo portal de notícias brasileiro G1.

Além disso, os investigadores notaram que quando ocorreu o contacto entre o Zika e a célula cancerígena aumentou significativamente a quantidade de “digoxina”, uma substância responsável pela morte dos tumores e que é utilizada já na medicina no tratamento de algumas doenças cardíacas.

“A descoberta da substância e o mecanismo com que ela também atua no glioblastoma, nesse tipo de cancro, é inédito no mundo”, afirmou o médico Rodrigo Ramos Catarino, ao G1.

Após as descobertas em laboratório, o próximo passo será realizar testes com animais e, por fim, em humanos, o que poderá levar, a confirmarem-se os resultados da investigação, a um novo tratamento contra o referido tumor e mesmo ao desenvolvimento de uma vacina.

O Zika, tal como a dengue, a chikungunya e a febre amarela, é transmitido pelo Aedes aegypti, um mosquito cuja população se multiplica com a chegada do verão.

O Brasil foi um dos países mais afetados pelo Zika em 2016, que declarou estado de emergência antes de a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) alertar para a gravidade da doença.

Em 2016, foram registados 216.207 casos prováveis de febre pelo vírus Zika no Brasil e foram confirmadas laboratorialmente oito mortes.

Venezuela
Uma organização não-governamental denunciou que há venezuelanos a comerem comida para cão, misturada com ovos mexidos ou arroz,...

A organização não-governamental (ONG) Programa Venezuelano de Educação e Ação para os Direitos Humanos (Provea) visitou supermercados em Caracas e concluiu que “muitas pessoas compram as chamadas ‘salsichas para cães', que são compostas por ossos de frango triturados e misturados com outras partes não comestíveis do frango" para “consumo humano”.

Segundo o relatório, algumas pessoas admitiram que ingeriam aquele alimento com ovos mexidos ou fritos e misturados com arroz.

Com base em outras denúncias, o jornal venezuelano El Universal noticiou que o consumo de alimentos para animais se converteu numa “prática normal” para “muito venezuelanos”, perante a “escassez” e “altos preços” dos alimentos no país.

"Um dos principais alimentos para animais que as pessoas consomem é o arroz [para galinhas], por ser mais económico e render mais, mas a este produto adiciona-se salsichas para cães", explicou.

O médico Manuel Hernández, do organismo para as questões sanitárias no estado venezuelano de Miranda, advertiu, num comentário difundido pela Internet, que o arroz usado para alimentar galinhas "não cumpre com as melhores condições de higiene", e se trata de um “subproduto”, colhido a partir do desperdício do arroz tradicional.

Hernández lembrou que aquele arroz "contém bactérias” e que “durante o processo de produção poderá ter caído no chão e estar contaminado com urina de roedores".

A nutricionista Yazarenit Mercadante, da Fundação Bengoa para a Alimentação e Nutrição, advertiu para o risco de doenças, contraídas através do consumo de produtos que são vendidos avulso e cujas condições de processamento e armazenamento são desconhecidas.

Mercadante lembrou que as salsichas para animais podem conter partículas que não foram tratadas adequadamente.

Para a Provea, o uso de alimentos de animais para consumo humano "é uma dramática consequência da violação do direito à alimentação por parte do Estado" venezuelano, o qual acusa de "não tomar medidas para garantir que a população tenha acesso a produtos da dieta básica, de maneira segura e a preços acessíveis".

"Nesse sentido, as fiscalizações aos supermercados são medidas arbitrárias e insuficientes para garantir comida para os venezuelanos", explicou, numa alusão à recente descida de preços imposta pelas autoridades.

Legionella
O Governo elaborou um diploma para prevenir surtos de infeção causados pela bactéria "Legionella", como os de Vila...

O anúncio foi feito ontem, em Lisboa, pelo ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, numa conferência sobre a "Legionella" promovida pela Ordem dos Engenheiros.

O diploma, uma proposta de lei elaborada pelos ministérios do Ambiente e da Saúde, será submetido a aprovação do Conselho de Ministros na próxima semana, adiantou o ministro aos jornalistas, no final da conferência.

Depois de aprovada, a proposta de lei será remetida ao parlamento para que possa ser apreciada em conjunto com outras iniciativas legislativas, apresentadas por partidos políticos, e que baixaram à especialidade.

A ideia, segundo João Matos Fernandes, é ter uma nova legislação que reúna os contributos de Governo e partidos.

Justificando a iniciativa do Governo, o ministro do Ambiente disse aos jornalistas que o diploma assume que "a 'Legionella' não é um agente poluidor", mas "uma bactéria que provoca uma doença", uma infeção respiratória conhecida como doença dos legionários.

Assim sendo, de acordo com João Matos Fernandes, tem de haver "uma legislação própria" que defina "as obrigações de cada um", nomeadamente em termos de garantia da qualidade do ar interior e exterior, e um "regime sancionatório diferente" para punir os incumprimentos.

A proposta de lei determina obrigações e sanções diferenciadas consoante o grau de risco de propagação da bactéria e de infeção e as características dos equipamentos, como torres de arrefecimento de sistemas de climatização, sendo aplicável "a todos os setores de atividade públicos e privados", incluindo fábricas, escritórios, centros comerciais, hospitais, escolas e hotéis.

O registo obrigatório das torres de refrigeração, um dos potenciais focos de disseminação da bactéria, terá de ser feito numa plataforma digital a ser criada para esse efeito.

A falta de registo de uma torre de refrigeração ou a ausência de realização de auditorias pode levar a uma sanção até 44.890 euros, precisou o ministro do Ambiente na conferência "Legionellosis - Gestão de Risco em Sistemas de Água dos Edifícios".

A obrigatoriedade da realização de auditorias trianuais e do registo das torres de refrigeração, assim como a elaboração de uma análise de risco e de um plano de prevenção e controlo da "Legionella", com medidas de monitorização, manutenção e limpeza, aplica-se aos operadores de equipamentos com maior perigo de propagação da bactéria.

Nestes equipamentos estão incluídos, além das torres de refrigeração, sistemas que usam água para fins terapêuticos ou recreativos, como as termas e as piscinas.

Para os sistemas de rega ou fontes ornamentais, que apresentam menor perigo de disseminação da bactéria, é exigida uma medida mais suave, a realização de um programa de manutenção e limpeza. O seu incumprimento é punido com uma sanção até 20 mil euros.

Caberá a várias entidades, como as inspeções de Saúde e do Ambiente, a Autoridade para as Condições do Trabalho e a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, fiscalizar o cumprimento das obrigações.

A "Legionella" é uma bactéria responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia.

A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até dez dias.

A infeção pode ser contraída por via respiratória, através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

Em novembro de 2014, o concelho de Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, foi afetado por um surto de infeção pela "Legionella", que causou 12 mortes e atingiu 375 pessoas.

Mais recentemente, em novembro de 2017, um outro surto chegou ao Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, afetando 56 pessoas, das quais seis morreram.

Direção-Geral da Saúde
A atividade gripal em Portugal é "moderada e estável", podendo indicar que já se atingiu o pico da doença, embora a...

Numa conferência de imprensa para fazer o ponto da situação da epidemia da gripe, Graça Freitas disse que se tudo continuar como até agora a atividade gripal deste ano é menos intensa do que no ano passado, embora pior do que há dois anos.

O facto de ter estabilizado, afirmou, poderá indicar que se atingiu o pico, embora só se possa afirmar isso se houver uma descida consistente de casos, o que apenas se poderá confirmar dentro de pelo menos duas semanas.

Na última semana, disse Graça Freitas, foram internadas em cuidados intensivos 17 pessoas devido à gripe, mais nove do que na semana anterior.

Segundo Graça Freitas, em Portugal morreram nas últimas duas semanas 600 pessoas, em termos estatísticos, em linha com outros anos e menos do que em igual período do ano passado.

Diretamente relacionados com a gripe terá havido “muito poucos casos de morte”, disse a responsável.

Na última semana de dezembro e primeira de janeiro houve um aumento da mortalidade, o que é “compatível com a variação sazonal dos fenómenos de mortalidade e morbilidade”, disse.

No último mês houve uma procura de urgências avaliada em 100 mil casos, ainda que só três por cento devido à gripe, estimou.

Na conferência de imprensa a diretora-geral da Saúde confirmou a predominância do vírus da gripe de tipo B e disse que apesar de não estar contemplado na vacina para a gripe é parecido com o que a vacina contém, pelo que a vacina produz efeitos.

Ao dar a “boa notícia” Graça Freitas congratulou-se por haver entre “seis a sete mil” pessoas que se vacinam todas as semanas (sem contar com as que se vacinam nas farmácias), em plena época gripal, e disse que muito provavelmente este ano se chega a um número recorde de dois milhões de portugueses vacinados.

Quanto à evolução de casos disse que há estabilidade na procura de cuidados de saúde primários, e congratulou-se com o que considerou uma mudança na forma de agir da população.

No domingo passado 24 mil pessoas procuraram apoio médico, metade dos quais em urgências hospitalares, disse Graça Freitas, acrescentando que, dos outros, oito mil recorreram a centros de saúde e quase quatro mil contactaram a linha de saúde SNS24. “Este é o caminho”, a distribuição por diferentes níveis de resposta, disse Graça Freitas.

Por causa da gripe há em Portugal 215 Centros de Saúde com horários alargados (cerca de metade), tendo havido também o reforço de camas (1.250 camas extra), disse na conferência de imprensa Ricardo Mestre, da Administração Central do Sistema de Saúde.

Luís Meira, presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), e Fernando Almeida, presidente do Instituto Ricardo Jorge, também confirmaram a tendência de estabilidade dos casos de gripe.

Graça Freitas disse ainda que o Alentejo é a região com menos atividade gripal e admitiu “pressão” nalguns hospitais, sobretudo no norte, em determinados dias, defendendo que “de modo geral os serviços têm sabido dar resposta”.

O Instituto Ricardo Jorge, num boletim sobre a gripe divulgado na tarde de ontem, já dizia que a doença tinha tendência estável, com uma taxa de incidência de 50,4 por 100 mil habitantes.

Assembleia da República
O parlamento aprovou ontem, por unanimidade, uma recomendação ao Governo para que comparticipe sistemas de monitorização e...

O tema da diabetes foi levado ontem ao plenário da Assembleia da República devido à discussão de uma petição com 11.265 assinaturas, na qual é solicitada a "comparticipação para aquisição de equipamento de medição dos níveis de glicose por indivíduos com diabetes".

O PCP e pelo PEV apresentaram dois projetos de resolução, ambos aprovados por unanimidade.

No texto do PEV, pede-se ao executivo que "reforce a comparticipação das bombas de insulina (ou sistema de perfusão contínua de insulina), de modo a abranger um maior número de doentes, com prioridade para crianças e também para adultos com diabetes tipo 1".

É ainda recomendado ao Governo que "avalie e pondere a comparticipação de sistemas não invasivos de monitorização de glicemia, designadamente para pessoas com diabetes tipo 1 e para diabéticos tipo 2 sob insulinoterapia".

Já o PCP defende que seja concluído "com rapidez o processo avaliativo do dispositivo de monitorização de glicose contínuo a decorrer no Infarmed e que o Governo "desenvolva mecanismos de agilização dos processos de avaliação de dispositivos e equipamentos que melhorem o controlo da Diabetes ‘Mellitus'".

No período de discussão, o deputado do PS Luís Graça afirmou que lhe cabia a ele "a oportunidade de trazer boas notícias ao parlamento".

"A discussão da petição surge no exato dia - que magnífica coincidência - em que o Governo publica a portaria que fixa o valor máximo do sensor para determinação da glicose intersticial e garante a compartição do Estado em 85% para a sua aquisição", enfatizou.

Na opinião do parlamentar socialista, esta é "uma boa notícia para todos".

"Incluindo para o PCP e para Os Verdes que trazem aqui projetos de resolução que provam que o Governo se não anda à frente, anda pelo menos a par da preocupação dos doentes", defendeu.

Os novos sensores para determinação da glicose intersticial terão um custo máximo de 53 euros e uma comparticipação de 85% desse valor pelo Estado, segundo a portaria ontem publicada em Diário da República, assinada pela secretária de Estado da Saúde, Rosa Zorrinho.

O Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento tinha anunciado em novembro que os doentes com diabetes tipo I passariam a ter disponível um dispositivo para monitorização dos níveis de glicose que evita as picadas diárias, comparticipado em 85% e que vai chegar a 15.000 pessoas no primeiro ano.

A diabetes de tipo I é uma doença autoimune que implica injeções diárias de insulina.

Diário da República
A portaria que vai permitir a comparticipação em 85% dos novos dispositivos de medição da glicose que evitam picadas diárias...

Os novos sensores para determinação da glicose intersticial terão um custo máximo de 53 euros e uma comparticipação de 85% desse valor pelo Estado, segundo a portaria ontem publicada em Diário da República, assinada pela secretária de Estado da Saúde, Rosa Zorrinho.

O Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento tinha anunciado em novembro que os doentes com diabetes tipo I passariam a ter disponível um dispositivo para monitorização dos níveis de glicose que evita as picadas diárias, comparticipado em 85% e que vai chegar a 15.000 pessoas no primeiro ano.

A diabetes de tipo I é uma doença autoimune que implica injeções diárias de insulina.

“Todas as crianças com mais de quatro anos serão beneficiadas com este dispositivo”, referia um comunicado do Infarmed então divulgado.

Segundo o organismo, o novo dispositivo “mede automaticamente os níveis de glicose e está indicado em substituição dos testes até aqui realizados no âmbito da autogestão da doença”.

“É particularmente relevante para as crianças e para os doentes que administram diariamente múltiplas doses de insulina, encontrando-se assim sujeitos a sucessivas picagens no dedo ao longo do dia. O sistema garante um maior controlo das hipoglicémias (baixas de açúcar no sangue) e pode disponibilizar uma imagem da glicemia do doente correspondente ao período de 24 horas. O sensor do sistema ‘FreeStyle Libre’ é aplicado na parte posterior do braço e armazena os dados de glicose continuamente durante até 14 dias”, explica o Infarmed.

Canábis
O projeto de lei do Bloco de Esquerda para a utilização terapêutica da canábis vai baixar, sem votação, à comissão parlamentar,...

Fontes parlamentares afirmaram que houve contactos, hoje à tarde, entre deputados do Bloco de Esquerda (BE) e do PSD para permitir que o debate desta disposição continue em comissão, na especialidade.

O PSD anunciou, também hoje, que vai apresentar um diploma próprio, que não prevê o autocultivo da planta de canábis.

A decisão surge depois de um debate em que ficaram dúvidas quanto às possibilidades de aprovação dos diplomas, face ao voto contra do PSD e CDS e do voto contra do PCP aos dois projetos, anunciado hoje, durante o debate parlamentar.

Os votos do PS, que, ainda assim, tem liberdade de voto, do BE, PAN e PEV eram insuficientes para fazer avançar a lei.

Após o debate, fontes parlamentares informaram que o BE iria pedir a baixa à comissão, sem votação e por 60 dias, do seu diploma.

O PAN deverá seguir o exemplo dos bloquistas e solicitar a baixa à comissão do seu projeto, segundo as mesmas fontes.

O PCP mantém na agenda de votações de hoje o seu projeto de resolução em que recomenda ao Governo que “analise a evolução dos impactos na saúde do consumo de ‘cannabis’ e da sua utilização adequada para fins terapêuticos e tome as medidas necessárias à prevenção do consumo desta substância psicoativa”.

Estudo
Uma equipa internacional, que inclui cientistas da Universidade do Minho, conseguiu reduzir em 59% a progressão da miopia em...

Em comunicado, a Universidade do Minho (UMinho)explica que o ensaio clínico com uma nova lente de contacto decorreu desde 2012 e concluiu que o uso daquela lente na infância "traz benefícios claros para a saúde pública, porque é na infância que os valores da miopia mais agravam, podendo disparar na fase adulta a probabilidade de problemas severos de visão".

A miopia consiste em ver mal ao longe e deve-se ao crescimento excessivo do olho, sendo que a cada milímetro que este aumenta, ganha-se três dioptrias de miopia. A equipa internacional mostrou que, após três anos, as crianças com as lentes de contacto especiais tiveram 0,5 milímetros de crescimento ocular, isto é, menos de metade face às outras crianças do estudo.

"É possível atrasar o crescimento do olho humano com dispositivos óticos", aponta no texto diretor do Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental (CEORLab) do Centro de Física da UMinho, José González-Méijome, que trata esta linha de estudo precursora há 15 anos.

Estas lentes de contacto "distinguem-se pela distribuição específica da potência, o seu desenho ótico, que vai alterar a imagem que se forma na retina, estimulando menos o crescimento do olho", refere o investigador.

Segundo a UMinho, "a miopia em menores de dez anos costuma alcançar valores elevados na idade adulta e pode levar a doenças da retina e nervo ótico, como glaucoma, desprendimento da retina, mácula e mesmo a cegueira", sendo que "a probabilidade de ter estas doenças é dez vezes maior em míopes com mais de três dioptrias e até cem vezes maior para aqueles com cinco ou mais dioptrias".

Aquela "anomalia visual" tornou-se uma pandemia em diversas partes do mundo e, refere o comunicado, "prevê-se que em 2050 mais de 50% da população mundial tenha este defeito ocular, 10% da qual com miopia alta".

A UMinho salienta que as Ciências da Visão são uma área de "importância extrema a nível social e científico", referindo que CEORLab tem em curso vários estudos epidemiológicos, ensaios e parcerias.

Por exemplo, enumera, "concluiu recentemente que a miopia afeta um terço dos que ingressaram no ensino superior de 2015 a 2017, com base numa amostra a 2.000 jovens da UMinho", uma proporção que quase duplicou nos últimos 15 anos.

A equipa liga também a investigação às neurociências, entendendo melhor os processos de crescimento e controlo do globo ocular e os mecanismos de ação destes e outros tratamentos, para desenvolver dispositivos mais eficazes.

A UMinho explica ainda que "é a única instituição em Portugal e das raras da Europa com formação de licenciatura, mestrado, doutoramento e ensino a distância em Optometria e Ciências da Visão, em particular na área da miopia".

O ensaio clínico com a nova lente de contacto envolveu ainda as universidades de Aston (Reino Unido), de Waterloo (Canadá) e o Hospital Universitário de Singapura.

Gripe
O presidente do laboratório de referência para a gripe estima que o pico da doença se atinja nos próximos dias e que o surto...

Em entrevista, o presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), Fernando Almeida, referiu que os dados reunidos neste laboratório de referência para a gripe apontam para que este “não seja um período muito complicado, em termos de epidemia”.

Ao INSA cabe a realização de uma avaliação da gripe em duas vertentes: laboratorial (identificação dos tipos de vírus) e epidemiológico (ao nível das consequências da doença).

“Neste momento estamos no que consideramos o pleno período de surto”, afirmou, recordando que a epidemia demora entre oito a nove semanas e que, atualmente, “estamos a caminhar para o pico” da gripe.

Ainda hoje o INSA divulgará um novo Boletim de Vigilância Epidemiológica sobre a gripe, tendo o último indicado uma “atividade gripal epidémica de baixa intensidade”, com “tendência crescente”.

“Só sabemos que atingimos o pico da gripe quando esse gráfico parar de crescer e, a partir daí, existir uma estabilização e depois uma descida. São oito a nove semanas. Estamos a caminho da quarta, quinta semana de plena gripe e ainda é relativamente cedo, mas tudo aponta que o pico seja atingido dentro de uma, duas semanas”, adiantou.

Fernando Almeida mostra-se confiante no efeito da vacinação contra a doença, tendo em conta que nunca como este ano se vacinaram tantas pessoas contra a gripe.

Isto apesar do vírus que circula atualmente não constar da vacina.

“Não há problema, porque este vírus B é um dos quais é possível fazer a imunização cruzada, o que quer dizer que quando a pessoa recebe a vacina recebe a estirpe que, mesmo não sendo igual, tem pedacinhos de ADN que são iguais e fica também imunizada. No caso de ter gripe, nunca terá a gravidade e a sintomatologia como se não tivesse a vacina”, explicou.

Fernando Almeida frisou ainda que o vírus predominante (tipo B) “não é tão virulento”, ou seja, “não é tão grave quando provoca a gripe. Se fosse o A era mais complicado”, adiantou.

Segundo Fernando Almeida, a época gripal significa para o INSA um período “normal” de trabalho.

“Estamos permanentemente preparados e integramos o plano para as temperaturas adversas”, disse.

Relativamente a casos mortais devido à gripe, Fernando Almeida é perentório: “Há casos mortais devido à gripe. Sempre houve e sempre haverá”.

Os dados relativos à presente época gripal só serão conhecidos mais tarde.

Durante a última época gripal (2016/2017), a gripe e a vaga de frio terão sido responsáveis por 4.467 óbitos, segundo o relatório anual do Programa Nacional de Vigilância da Gripe, elaborado pelo INSA, em colaboração com a Direção-Geral da Saúde (DGS).

‘3F - Financiamento, Fórmula para o Futuro’
Maior autonomia para os hospitais e confiança entre todos os atores do sistema são pontos críticos para melhorar o financiamento.

Realizou-se ontem o primeiro workshop de quatro que compõe o projeto ‘3F - Financiamento, Fórmula para o Futuro’, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, com o apoio da Roche e da IQVIA. Com o objetivo de desenvolver soluções capazes de dar resposta aos problemas operacionais que afetam o serviço nacional de saúde, diversos peritos das mais variadas áreas da saúde, formularam já algumas conclusões como resultado deste primeiro workshop:

- Peritos aconselham um orçamento real adaptado às necessidades e que sejam evitadas as compensações extraordinárias;

- Maior autonomia e responsabilização na gestão dos recursos;

- Peritos admitem que se utilizem modelos mistos de financiamento que valorizem os bons resultados em saúde para os doentes e que paguem os cuidados de saúde prestados;

- Boas condições de trabalho e maior motivação para os profissionais de saúde de forma a melhorar a qualidade e desempenho no Serviço Nacional de Saúde.

De uma forma geral e conclusiva, para garantir o bom funcionamento é necessário reforçar a confiança entre todos os atores do Serviço Nacional de Saúde.

O 3F conta com a participação de especialistas de diferentes áreas, que se vão juntar em quatro momentos distintos, até abril, para analisar o modelo atual de financiamento dos hospitais portugueses, promover a discussão de potenciais soluções de financiamento com vista à criação de valor para os doentes, assim como desenvolver projetos-piloto com hospitais, de forma a testar a exequibilidade das soluções encontradas. As conclusões do trabalho desenvolvido, assim como a definição dos projetos-piloto, serão apresentadas antes do verão.

Estudo
O congelamento e posterior transferência de embriões oferece aos casais inférteis as mesmas possibilidades de terem um filho do...

Os resultados da investigação, dirigida por Lan N. Vuong, da Universidade de Ho Chi Minh, no Vietname, e Ben Mol, da Universidade de Adelaide, na Austrália, mostraram que as taxas de gravidez e de nascimentos eram similares em ambos os casos.

O estudo analisou os casos de 800 mulheres com problemas de infertilidade não relacionados com a Síndrome do Ovário Poliquístico (SOP), de acordo com um comunicado da Universidade de Adelaide.

As mulheres foram divididas em dois grupos: o primeiro foi submetido a um ciclo de Fertilização In Vitro (FIV) em que se transferiram embriões frescos, enquanto no caso do segundo se congelaram todos os embriões que foram posteriormente transferidos após ‘descongelados’ sem uso de medicamentos vinculados à FIV.

Após o primeiro ciclo de FIV, a gravidez continuada ocorreu em 36% das mulheres do grupo com embriões congelados e em 35% das dos embriões frescos.

As taxas de nascimento de nados vivos após a primeira transferência de embriões foram de 34% no grupo dos embriões congelados e de 32% na do de embriões frescos.

“Investigações anteriores mostraram que as mulheres que sofrem de infertilidade devido à SOP apresentavam uma taxa mais elevada de nados vivos através de embriões congelados nos procedimentos FIV, mas não havia dados no caso de pacientes sem SOP”, indicou o mesmo comunicado.

O estudo demonstrou que no caso de mulheres que não sofrem de SOP o uso de embriões congelados nos tratamentos de reprodução assistida não diminuem as suas possibilidades de terem um filho.

“Após a primeira transferência de embriões é possível congelar os restantes para os transferir, um a um, de forma segura e eficaz”, sublinhou Ben Mol.

“A popularidade de técnicas de congelamento de embriões cresce em clínicas de fertilidade de todo o mundo”, afirmou, por seu lado, Lan N. Vuong, ao defender a importância da investigação, publicada na revista The New England Journal of Medicine.

O estudo baseou-se especificamente na técnica de vitrificação, pelo que os resultados podem não ser aplicáveis a outros métodos de congelamento, explicou o mesmo investigador.

Páginas