Canábis
O parlamento debate hoje a legalização da canábis em contexto medicinal, com o BE e o PAN a defenderem a medida, o PS a dar...

O PCP pede que se estude a questão, num projeto de resolução, e o seu sentido de voto pode ser decisivo aprovar a medida.

A iniciativa mereceu já o apoio de diversas entidades, nomeadamente no meio clínico, como o caso do oncologista Jorge Espírito Santo, um dos subscritores de uma carta aberta de cem individualidades divulgada na terça-feira, em defesa da legalização para fins medicinais.

Também o ex-Presidente da República Jorge Sampaio se declarou a favor do uso de canábis para fins medicinais, sustentando que estão comprovados os benefícios em diversas situações.

O diretor do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), João Goulão, congratulou-se com o facto de a discussão parlamentar sobre uso terapêutico de canábis decorrer separadamente de outras iniciativas para utilizações com fins recreativos.

O Bloco de Esquerda (BE) e o PAN (Pessoas, Animais, Natureza) levam a plenário projetos-lei para legalizar o consumo e cultivo de canábis para uso medicinal, defendendo que há provas e experiências internacionais que demonstram vantagens para doentes e médicos.

Além dos deputados do PS, o futuro dos dois diplomas em defesa da legalização dependerá do sentido de voto da bancada do PCP, que tem um projeto de resolução para que o Governo avalie o impacto da utilização terapêutica da canábis.

A Ordem dos Médicos reconhece que existe forte evidência da eficácia da canábis nalguns usos terapêuticos, mas avisa que a sua prescrição deve ser exclusivamente médica, enquanto medicamento e não na forma fumada.

Num parecer do Conselho Nacional da Política do Medicamento da Ordem dos Médicos, elaborado a pedido do bastonário, é dito que a evidência atual “permite considerar a potencial utilização [da canábis]” nalguns casos, como no alívio da dor crónica em adultos, como anti-vómito no tratamento do cancro, na esclerose múltipla ou no controlo da ansiedade.

Contudo, o parecer, a que a Lusa teve acesso, indica que o uso de canábis ou canabinoides como medicamento de uso humano deve ser sujeita a aprovação pelas entidades regulamentares em saúde”, como a Autoridade Nacional ou Europeia do Medicamento.

Canábis
A Ordem dos Médicos reconhece que existe forte evidência da eficácia da canábis nalguns usos terapêuticos, mas avisa que a sua...

Num parecer do Conselho Nacional da Política do Medicamento da Ordem dos Médicos, elaborado a pedido do bastonário, é dito que a evidência atual “permite considerar a potencial utilização [da canábis]” nalguns casos, como no alívio da dor crónica em adultos, como anti-vómito no tratamento do cancro, na esclerose múltipla ou no controlo da ansiedade.

Contudo, o parecer indica que o uso de canábis ou canabinoides como medicamento de uso humano deve ser sujeita a aprovação pelas entidades regulamentares em saúde”, como a Autoridade Nacional ou Europeia do Medicamento.

Além disso, a Ordem dos Médicos avisa que, pela sua potencial toxicidade, a prescrição da canábis deve ser exclusivamente médica e com regulamentação específica, como é feito com os derivados de morfina, por exemplo.

“O uso direto da planta de canábis ou seus derivados com fins medicinais envolve desafios particulares. A sua eventual permissão deve ser alvo de reflexão ponderada e multidisciplinar, integrando as questões legais da sua produção, comercialização, controlo de qualidade, do benefício/risco terapêutico em cada condição clínica”, lê-se nas recomendações do parecer, que foi homologado pela maioria dos membros do Conselho Nacional Executivo da Ordem, segundo disse o bastonário, Miguel Guimarães.

O parecer aponta para desafios concretos no uso de canábis para fins terapêuticos, sobretudo em relação ao consumo direto da planta de canábis, lembrando que “nenhum país europeu autoriza atualmente a canábis fumada para fins médicos”.

Para o bastonário dos Médicos, este parecer mostra que a Ordem está disponível para que a canábis seja usada “como medicamento” nas situações em que há evidência científica.

“Considera-se que neste momento, a avançar, será como medicamento e não como erva para ser fumada”, afirmou Miguel Guimarães, entendendo que a canábis fumada devia ficar para já de fora de uma aprovação parlamentar, tendo em conta que hoje são votados projetos de lei do Bloco de Esquerda e do PAN sobre uso de canábis para efeitos terapêuticos.

O bastonário afirma mesmo que “seria um risco” avançar para a aprovação da canábis fumada “porque não está suficientemente estudada em termos científicos”.

Aliás, o responsável entende que esta é uma oportunidade para se promover a investigação científica nesta área.

Segundo o parecer homologado pela Ordem, as eventuais alterações legais que possam facilitar o uso direto de canábis para fins medicinais não devem negligenciar os potenciais riscos de saúde publica, incluindo o abuso na sua utilização como droga recreativa”.

Sobre a segurança do uso da canábis, o parecer aponta para uma associação entre o seu consumo e o desenvolvimento de dependência, esquizofrenia e outras psicoses, bem como agravamento de dificuldade respiratória.

Quanto à eficácia da canábis no uso clínico, a Ordem considera que existe forte evidência no tratamento da dor crónica, como anti-emético associado ao tratamento oncológico (anti-vómito), no auxílio do tratamento da esclerose múltipla e no controlo da ansiedade.

Existe ainda moderada evidência sobre o uso de canábis na melhoria do sono em pessoas com apneia obstrutiva do sono, fibromialgia, anorexia por cancro e stress pós-traumático.

O parecer recorda que não existe contudo ainda qualquer evidência que permita verificar eficácia da canábis no tratamento do cancro, sintomas de intestino irritável, epilepsia, esclerose lateral amiotrófica, doença de Parkinson ou esquizofrenia, apesar dos estudos desenvolvidos nestas áreas.

Projeto Miracle
O Instituto de Investigação e Inovação da Universidade do Porto integra um projeto europeu que visa desenvolver a primeira...

O projeto Miracle, financiado em 6,1 milhões de euros pelo programa Horizonte 2020 e liderado pela Universidade de Oulu (Finlândia), tem como objetivo criar e preparar para comercialização a primeira sonda capaz de diagnosticar a osteoartrite, através da utilização de infravermelho médio (MIR), informou o Instituto de Investigação e Inovação da Universidade do Porto (i3S) em comunicado.

De acordo com a nota, esta patologia tem uma alta prevalência na Europa, atingindo cerca de 20 a 40 por cento da população de idosos, com custos elevados para os atuais sistemas de saúde europeus.

O dispositivo desenvolvido no âmbito do Miracle (Sistema de imagem inovadora de artroscopia de infravermelho médio para exame clínico em tempo real e diagnóstico de doenças degenerativas das articulações) destina-se a ser utilizado durante a artroscopia, uma cirurgia minimamente invasiva que permite examinar os danos no interior de uma articulação.

"A tomada de decisão do cirurgião é baseada na inspeção visual e avaliação manual do tecido da cartilagem, que é sempre subjetiva. Se não tratadas ou não corretamente tratadas, as lesões articulares provavelmente avançarão para osteoartrite, com consequente dor nas articulações, limitação de movimentos e, finalmente, incapacidade e necessidade de colocação de implantes", lê-se no comunicado.

Com este dispositivo, será possível ao ortopedista avaliar, a nível bioquímico, a cartilagem articular ‘in vivo', facilitando assim a tomada de decisão quanto ao tratamento.

Além de agregar valor à indústria europeia de equipamentos médicos, os responsáveis pelo projeto pretendem contribuir para a redução do custo de tratamento de pacientes com osteoartrite, para cuidados de saúde pública mais acessíveis e para a promoção do bem-estar da população europeia.

O i3S, um dos 13 parceiros a participar no projeto, receberá 440 mil euros para participar nos processos de validação dos protótipos, gerir o percurso regulamentar de cada componente e definir estratégias de comercialização do produto final.

O instituto será também responsável pela comunicação e divulgação do projeto.

Esta abordagem como método de diagnóstico foi demonstrada pelo consórcio, tendo sido já desenvolvido um protótipo de sonda MIR, com uso potencial para diagnóstico.

Oncologia
Com o propósito de promover o bem-estar aos doentes que estejam ou tenham terminado a quimioterapia, a Associação de Apoio aos...

Segundo Fátima Ferreira, a acupuntura tem a vantagem “de minimizar o estado de náuseas e vómitos em doentes a fazer quimioterapia”, além de que “contribui para o equilíbrio do organismo”, fazendo com que a pessoa “se sinta melhor”.

O primeiro grupo será formado, acrescentou, “até cinco doentes” e depois “poderá crescer” com o decorrer do ano, estando o projeto a cargo de um voluntário que durante o mês de janeiro, em instalações alugadas pela instituição, na Maia, distrito do Porto, iniciará as sessões.

Esta nova terapia surge na linha da aposta da Associação de Apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma (ADL) em “medicinas complementares” feita em 2012 e que levou à introdução do reiki e da psico-oncologia em 2016, salientou Fátima Ferreira.

Referindo-se à psico-oncologia, a presidente da associação informou que o primeiro grupo de oito pessoas “está a concluir as sessões de terapia de pares”, que consiste em juntar um doente que “já passou o processo de tratamento e que se encontra bem, com outro que o está a iniciar”.

Este projeto, coordenado pela psicóloga Helena Sousa, e que tem cerca de dois anos de duração, vai prosseguir em fevereiro com a criação do segundo grupo.

A associação dá apoio domiciliário mensalmente desde 2015 a cerca de 50 pessoas e promove, duas vezes por ano, as reuniões pedagógicas da primavera e de outono, tendo por base o duplo objetivo de “formar e informar” os doentes.

Para salvar setor
A Associação Nacional de Farmácias quer que o Governo reveja as margens de lucro autorizadas para o setor e que autorize outros...

Segundo dados divulgados pela Associação Nacional de Farmácias (ANF), o número de farmácias em insolvência triplicou em cinco anos, passando de 241 em 2012 (8,3% do total) para 630 em 2017 (21,4%).

O secretário-geral da associação, Nuno Flora, disse que em fevereiro de 2017 foi assinado um acordo com o Governo para chegar a medidas que possam inverter o desastre para centenas de farmácias, mas a sua aplicação ainda está "muito lenta".

Nuno Flora indicou que a crise se acentuou a partir de 2012, quando as exigências da 'troika' no processo de resgate financeiro a Portugal reduziram as margens de 20% para entre 17% e 17,5 por cento.

O objetivo era que o Estado gastasse menos 50 milhões de euros com a redução das margens, mas por ter sido "mal aplicada" e se ter prolongado no tempo, o setor das farmácias lucrou menos 600 milhões.

Entretanto, indicou, as despesas das farmácias são as mesmas e de ano para ano, a tendência internacional tem sido para a redução dos preços dos medicamentos.

Agora, a ANF considera essencial que esse corte nas margens seja revisto, tal como o regime de turnos, a regulamentação de descontos nos medicamentos e a possibilidade de as farmácias oferecerem "novos serviços", tal como cuidados de enfermagem e nutrição.

"Não se aumenta despesa, porque as instalações e as pessoas já existem, e incorporavam-se outros profissionais na atividade das farmácias, que têm proximidade com as pessoas", argumentou.

Num acordo celebrado no ano passado com os ministérios das Finanças e da Saúde, já se apontava para serem tomadas as medidas que as farmácias agora reclamam, e o setor espera que o Estado português seja "uma pessoa de bem" e honre os seus compromissos, indicou Nuno Flora.

Investigação
A mobilidade das populações pode ajudar a conter epidemias, defendem cientistas de universidades espanholas, cuja investigação...

No modelo matemático que desenvolveram, os investigadores das universidades de Saragoça e Rovira contrariam o que poderia parecer óbvio: que restringir as movimentações de pessoas serve para controlar a propagação das doenças.

A sua conclusão é que a mobilidade diminui as diferenças na distribuição da população, fazendo diminuir o risco epidémico.

Assim, a mobilidade recorrente entre diferentes localidades ou zonas de uma grande cidade, como o percurso casa-trabalho-casa pode reduzir os efeitos de uma epidemia.

Embora pelo senso comum se possa achar que o isolamento de pessoas doentes diminui as hipóteses de novos contágios, nem sempre isso resulte.

"Longe de melhorar a situação, na maioria dos casos, a diminuição de mobilidade das pessoas acompanha um aumento das probabilidades de contágio", salientam Jesús Gómez e David Soriano, da Universidade de Saragoça e Àlex Arenas, da Universidde Rovira i Virgili, publicado na revista Nature Physics.

O modelo matemático usa dados reais disponíveis sobre hábitos de mobilidade humana em cidades e regiões, determinando de forma individualizada para cada população qual a estratégia de contenção mais eficaz para cada cidade a partir de dados sobre demografia e mobilidade.

No Minho
Uma mãe de dois filhos desenvolveu, com o apoio da Universidade do Minho, um sistema de lençóis que "reduz o risco de...

Em comunicado, a universidade minhota explica que Mónica Ferreira, que "amadureceu" o conceito no Laboratório de Ideias de Negócio e no Laboratório de Empresas da TecMinho, criou o "SafetyBabyBed" para impedir que os bebés de deslizarem na cama ou puxarem os lençóis para cima da cabeça e refere que "20% das crianças vítimas de morte súbita são encontradas com a cabeça coberta por roupa de cama".

Segundo a Universidade do Minho, a ideia surgiu depois de a criadora daqueles lençóis "ter sido alertada pelos profissionais de saúde sobre o risco de sufocamento de bebés provocado pela roupa de cama e por ter conhecimento de situações de susto ocorridos com pessoas próximas".

Mónica Ferreira explica no texto que "sabe-se que os lactentes, nos primeiros meses de vida, não têm ainda bem desenvolvido a perceção da obstrução e os reflexos de defesa", pelo que o objetivo da solução desenvolvida é "proporcionar aos bebés e aos pais um sono mais tranquilo, diminuindo drasticamente o risco de abafamento".

A academia minhota destaca o "design único que impede o bebé de deslizar para baixo dos lençóis, graças a um sistema de retenção/segurança que é ajustável consoante o crescimento e amovível a qualquer momento".

O modelo de lençóis integra ainda um fecho adaptado "para a criança não se destapar durante a noite, mantendo a temperatura ideal".

O "SafetyBabyBed", adianta a academia minhota, está em fase final de patenteamento, tendo sido já premido com o 1.º Prémio do programa "Novas Empresas Tecnológicas Têxteis".

O projeto tem contado com o apoio da TecMinho (interface universidade-empresa da Universidade do Minho), do Serviço de Pediatria e Neonatologia do Hospital de Guimarães e do CITEVE - Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal.

Associação Nacional de Farmácias
O número de farmácias em insolvência mais do que triplicou em cinco anos, passando de 241 em 2012 (8,3% do total) para 630 em...

“No espaço de cinco anos registou-se um aumento de 254,1% no número de insolvências”, o que representou mais 155 farmácias, refere a ANF, citando dados do barómetro MOPE, do Centro de Estudos de Avaliação em Saúde (CEFAR).

Todos os anos, foram registados aumentos destas situações, mas “a crise agudizou-se em 2017, estando agora 630 farmácias num universo de 2.943 em situação económica difícil”, refere o barómetro.

Os dados, mostram também um aumento de 130% das situações de penhora das farmácias, subindo de 61 (2,1% do total) em dezembro de 2017, para 216 (7,3%) em dezembro de 2017.

A associação acrescenta, em comunicado, que “mais de um quinto das farmácias portuguesas entrou em 2018 em situação de crise económica, enfrentado processos de insolvência e penhora e sem garantias de sobrevivência”.

“A economia portuguesa tem dado passos em frente, mas as farmácias continuam a viver num clima de crise e austeridade, afirma o presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), Paulo Cleto Duarte, no comunicado.

De acordo com os dados, todo o país tem farmácias com ações de insolvência e penhora, sendo o distrito de Portalegre o que regista o maior número destas situações (32,6%).

No segundo lugar desta lista surge a Guarda (28,8%), seguida de Santarém (28,6%), Setúbal (28,4%), Lisboa (27,1%), Faro (27%), Beja (26,8%), Viseu (23,9%), Coimbra (21,6%) e Vila Real (18,6%).

No distrito de Leiria, 17,5% das farmácias estão com ações de insolvência e penhora, em Bragança 17,1%, na Madeira 16,9%, no Porto e em Viana do Castelo 16,7%, em Aveiro 14,9%, em Braga 12,8%, nos Açores 11,1% e em Castelo Branco 10,9%.

O presidente da ANF sublinha que, “apesar das dificuldades, os farmacêuticos e as suas equipas vão continuar a lutar para continuar a oferecer às populações mais isoladas acesso aos cuidados de saúde”.

Instituto Ricardo Jorge
Pelo menos 86.180 crianças nasceram em 2017, menos 1.397 do que em 2016, uma diminuição que ocorre após três anos consecutivos...

O “teste do pezinho” é o nome pelo qual é conhecido o Programa Nacional de Diagnóstico Precoce (PNDP), coordenado pelo Instituto Ricardo Jorge, através da sua Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética, do Departamento de Genética Humana.

Com uma cobertura de quase 100 por cento, este exame permite averiguar o número de nascimentos anuais.

Em 2017, foram realizados 86.180 testes, menos 1.397 do que no ano anterior.

Lisboa foi o distrito com mais exames realizados (25.300), seguindo-se o Porto (15.872). Portalegre foi o distrito com menos testes (Porto).

O “teste do pezinho” é realizado a partir do terceiro dia de vida do recém-nascido, através da recolha de umas gotículas de sangue no pé da criança, e permite diagnosticar algumas doenças graves que clinicamente são muito difíceis de diagnosticar nas primeiras semanas de vida e que mais tarde podem provocar atraso mental, alterações neurológicas graves, alterações hepáticas ou até situações de coma.

Bastonário
O bastonário dos Médicos avisa que os clínicos não ficam isentos de responsabilidade civil ou disciplinar quando estão a tratar...

Em declarações, Miguel Guimarães explicou que vários médicos estão a denunciar às administrações hospitalares e à própria Ordem a falta de condições adequadas, uma situação que configura aliás um “dever deontológico” em “defesa dos doentes”.

Contudo, o bastonário vincou que os médicos não ficam isentos de qualquer responsabilidade disciplinar ou mesmo civil quando estão a tratar doentes.

Situação diferente é a escusa de um médico em cumprir um tratamento ou um procedimento quando considere que não tem condições para o fazer.

Já em agosto do ano passado, após um Fórum Médico, o bastonário tinha anunciado que uma das decisões do encontro consistia no apelo e incentivo para que as organizações médicas procedessem à denúncia das “deficiências, insuficiências e injustiças” no sistema de saúde.

No site da secção regional Sul da Ordem dos Médicos esta a ser disponibilizada aos profissionais uma informação sobre esta assunto com o título: “Minutas para exclusão de responsabilidade disciplinar e participação de funcionamento anómalo dos Serviços”.

“Não obstante o signatário desenvolver todos os esforços para obviar a que surja algum incidente e para prestar os melhores cuidados ao seu alcance, não assume qualquer responsabilidade pelos acidentes ou incidentes que possam verificar-se em resultado das deficientes e anómalas condições de organização do serviço causadas pela insuficiência de meios materiais”, lê-se numa das minutas disponibilizadas no site da secção regional Sul da Ordem dos Médicos.

Hoje, o jornal Público noticia que mais de 80 médicos da secção regional Sul já assinaram estas minutas.

No Dia Internacional do Obrigado
A Sociedade Ponto Verde está com os portugueses desde o início da reciclagem em Portugal. Por isso, no dia 11 de janeiro,...

Ao longo de 20 anos, o trabalho desenvolvido com os consumidores e os seus parceiros foi decisivo para que fossem enviadas para reciclagem mais de 7,5 milhões de toneladas de resíduos de embalagens e para que, atualmente, 71% dos lares portugueses já façam diariamente a separação doméstica de embalagens usadas.

Com o objetivo de sensibilizar a população para a importância da reciclagem, a Sociedade Ponto Verde tem desenvolvido, ao longo dos anos, diversas campanhas de sensibilização e comunicação. Sob o mote “Reciclagem, Sempre!”, a SPV tem marcado presença em diversas iniciativas cujo objetivo é incentivar os portugueses a manter as suas rotinas de reciclagem em qualquer contexto. Hoje, 7 em cada 10 lares já separa, pelo que importa agora que sempre que os portugueses saiam de casa ou mudem de rotina, como por exemplo numa ida à praia, num passeio de barco, numa maratona ou num festival, mantenham este hábito.

Estudo
Investigadores da Universidade do Porto concluíram num estudo que os adolescentes portugueses têm baixos níveis vitamina D, um...

“Até ao momento, foram publicados dois artigos, cujos resultados apontam para baixos níveis de vitamina D, nesta população, tendo-se concluído que os jovens com maiores níveis deste micronutriente no sangue têm menores valores de colesterol”, explicam os investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) e da Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP).

Com estes estudos, “fazemos um retrato do estado da vitamina D em adolescentes portugueses. Na adolescência, a vitamina D desempenha um papel central no metabolismo do cálcio e no crescimento ósseo, funções que são essenciais para os adolescentes. Esta fase é também particularmente importante, porque é um período sensível para o espoletar de um perfil de risco cardiovascular, cujas manifestações se detetam mais tarde na vida”, salientam, em comunicado.

As investigações avaliaram adolescentes pertencentes à coorte EPITeen, um estudo longitudinal que arrancou em 2003 com o objetivo de compreender como os hábitos e os comportamentos adquiridos na adolescência se refletem na saúde do adulto.

Os jovens foram avaliados aos 13 anos de idade, nas escolas públicas e privadas da cidade do Porto, tendo sido analisadas a vitamina D ingerida (obtida a partir da alimentação), através de um questionário de frequência alimentar, e a vitamina D sérica, quantificando os níveis de 25-hidroxivitamina D nas amostras de sangue.

Os investigadores referem que um número crescente de estudos tem sugerido uma relação entre a falta de vitamina D no organismo e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, osteoporose, diabetes, cancro e várias patologias autoimunes, o que tem suscitado o interesse pelo estudo deste micronutriente.

Maria Cabral, primeira autora da investigação, explica que “existem duas fontes principais de vitamina D: a que advém da exposição à luz solar e a que provém da vitamina D ingerida (obtida a partir da dieta)”.

A produção interna deste micronutriente depende de fatores como a idade, a pigmentação da pele, a exposição ao sol, a estação do ano e a latitude.

“Além do mais, em regiões com latitudes superiores a 40 graus Norte, a síntese cutânea de vitamina D pode não ser suficiente, sobretudo durante o período do inverno, em que existe menos luz solar. Neste contexto, a contribuição dos alimentos ricos neste micronutriente poderá ser importante para ajudar a manter níveis de vitamina D saudáveis”, alerta Maria Cabral.

A este propósito, o estudo designado Relationship between dietary vitamin D and serum 25-hydroxyvitamin D levels in portuguese adolescents, publicado na revista “Public Health Nutrition”, revela que “há uma relação entre o que é ingerido e os níveis de vitamina D no sangue, suportando que o aumento das fontes alimentares de vitamina D pode ser benéfico para elevar também os níveis da vitamina D sérica (obtida a partir da dieta e da síntese cutânea)”, refere a investigadora.

Assim, aumentar a ingestão de alimentos ricos nesta vitamina como o pescado, poderá ajudar a combater os baixos níveis de vitamina D sérica dos jovens portugueses.

Já no artigo intitulado Vitamin D levels and cardiometabolic risk factors in Portuguese adolescents, e publicado no “International Journal of Cardiology”, os investigadores concluíram que os jovens que tinham mais vitamina D no organismo apresentavam menores níveis de colesterol.

Estes artigos são também assinados pelos investigadores Joana Araújo, Carla Lopes, Henrique Barros, João Tiago Guimarães, Milton Severo, Sandra Martins e Elisabete Ramos.

Reino Unido
Doentes com cancro estão a ver tratamentos adiados cerca de quatro semanas devido à falta de enfermeiros num hospital de Oxford...

Segundo um documento interno do hospital Churchill, citado hoje pelo jornal The Times, existe também o risco de tratamentos de quimioterapia serem cancelados devido à falta de pessoal com formação para o fazer.

De acordo com Andrew Weaver, responsável pelo departamento de quimioterapia, que trata milhares de doentes com cancro na região, a unidade tem em falta 40 por cento dos enfermeiros necessários.

"Eu sei que muitos de nós terão dificuldade em aceitar essas mudanças, mas a verdade é que a situação atual, com um número limitado de funcionários, é insustentável", lê-se no documento.

Num comunicado, a Oxford University Hospitals NHS Foundation Trust, entidade responsável pela gestão dos hospitais da região, disse que os hospitais continuam a garantir o início dos tratamentos de quimioterapia no espaço de 31 dias após a prescrição do médico, dentro da média nacional.

Afirma também que a decisão de atrasar o início dos tratamentos ou reduzir o número de ciclos de quimioterapia ainda não foi tomada, mas que o documento reflete os desafios que o hospital e o departamento enfrentam, apelando a um debate sobre possíveis medidas.

"No entanto, isso não representa uma mudança na nossa política formal de tratamento de quimioterapia. Nenhuma dessas mudanças foi aprovada pela Oxford University Hospitals NHS Foundation Trust", vincou.

Esta notícia surge numa altura em que vários hospitais públicos enfrentam uma grande pressão devido ao elevado número de casos relacionados com doenças típicas do Inverno, tendo alguns anunciado o adiamento de operações não urgentes marcadas.

Esta situação levou a primeira-ministra, Theresa May, e o ministro da Saúde, Jeremy Hunt, a apresentarem desculpas na semana passada e a oposição a pedir um debate parlamentar sobre a crise no serviço nacional de saúde, marcado para esta tarde.

Administração Regional de Saúde
O Governo aumentou o capital estatutário dos hospitais em mais de 500 milhões de euros, permitindo-lhes saldar dívidas ou...

Numa nota, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte referiu já ter sido publicado em Diário da República o despacho da secretária de Estado do Tesouro, que prevê a alocação de mais de 500 milhões de euros às diferentes unidades hospitalares.

Desta forma, os conselhos de administração vão poder saldar grande parte das suas dívidas – acumuladas durante anos -, prestarem mais e melhores cuidados aos cidadãos, requalificar ou ampliar as instalações e serviços e alocar novos recursos, esclareceu.

Deste valor, são canalizados para os hospitais da região Norte 156 milhões de euros, acrescenta.

“De referir ainda que, estando em fase de avaliação vários projetos para a saúde na região Norte, é previsível que os mesmos venham a merecer da parte do Governo o financiamento respetivo”, frisou a ARS do Norte.

Segundo esta entidade, este esforço financeiro por parte do Governo de António Costa é a continuidade do que tem sido o investimento feito no Serviço Nacional de Saúde (SNS) como a construção de raiz de novas unidades de saúde, atribuição de novos equipamentos, alargamento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados ou instalação nos Cuidados de Saúde Primários, pela primeira vez, da vertente de saúde oral.

Administração Regional de Saúde
Os hospitais e centros de saúde da região Centro têm mantido uma resposta adequada às necessidades assistenciais neste período...

Citada em comunicado, a presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) destaca a importância do planeamento de contingência, "que passa pela articulação existente entre cuidados hospitalares e cuidados de saúde primários no âmbito do Plano de Contingência para as Temperaturas Extremas Adversas (PCTEA) - Módulo Frio".

Rosa Reis Marques considera que a afluência às urgências no fim de semana passado foi normal, bem como o número de consultas nos centros de saúde.

"A medida acionada pela ARSC de abrir os centros de saúde de Coimbra, aos fins de semana, entre as 10:00 e as 18:00, até final de janeiro, revelou-se eficaz no primeiro fim de semana de 06 e 07, tendo sido realizadas 163 consultas em Coimbra e perto de 900 em todas as unidades do Agrupamento de Centros de Saúde Baixo Mondego", refere o comunicado.

Segundo Rosa Reis Marques, "há eficácia nas medidas empreendidas, uma vez que as consultas da rede de cuidados de saúdes primários realizadas no passado fim de semana foram acompanhadas, designadamente em Coimbra, pela correspondente redução da procura das urgências hospitalares".

"As pessoas podem continuar a estar tranquilas, o movimento assistencial nas urgências hospitalares está a ser continuamente monitorizado, a afluência aos centros de saúde também, até ao momento está tudo a correr bem e as unidades estão preparadas para alargar a resposta em caso de necessidade", assegura a presidente da ARSC.

A responsável salienta a "resposta dada por todos os profissionais de saúde, que se prontificaram a reforçar a resposta da rede de serviços de saúde do Serviço Nacional de Saúde, a bem dos utentes, evitando deslocações desnecessárias e incómodas às urgências hospitalares e possibilitando uma resposta clínica mais criteriosa por parte da rede hospitalar".

A ARSC recomenda à população que, em caso de doença aguda, como a gripe, os cidadãos devem em primeira instância recorrer ao centro de saúde da sua área de residência ou aceder à linha Saúde 24, através do número 808242424, que faz a triagem, aconselhamento e encaminhamento para o serviço de saúde mais adequado às necessidades de cada situação.

Perante as previsões de temperaturas baixas e queda de neve nas terras altas da região Centro, alerta-se os cidadãos para a necessidade de adotarem um conjunto de procedimentos que, mantendo o seu conforto térmico, previnam os efeitos do frio na saúde.

Estudo
As anestesias gerais afetam a comunicação entre neurónios, porque restringem o movimento de uma proteína necessária nas...

“A descoberta tem implicações para pessoas cuja conectividade cerebral é vulnerável, por exemplo nas crianças, que têm o cérebro ainda em desenvolvimento, ou nas pessoas com Alzheimer ou Parkinson. Nunca se percebeu o que leva a anestesia geral a ser por vezes problemática para pessoas muito novas ou muito velhas. Este mecanismo agora descoberto pode ser a razão”, disse Bruno van Swinderen, investigador da Universidade de Queensland, Austrália.

O estudo, publicado na revista científica Cell Reports, procura dar algumas respostas às formas complexas de atuação das anestesias gerais no cérebro, para procurar melhorar os medicamentos usados.

Considerando que a anestesia geral faz muito mais do que provocar o sono, a equipa da Universidade de Queensland, liderada por Swinderen, cientista do Instituto do Cérebro, analisou os efeitos do propofol, um dos anestésicos mais comuns nas cirurgias e que se tornou mundialmente conhecido por ter levado à morte o músico Michael Jackson em 2009 (o cantor tinha grande quantidade de propofol no organismo).

“Sabíamos, de estudos anteriores, que os anestésicos em geral, incluindo o propofol, atuam no sistema de sono no cérebro, como um comprimido para dormir. Mas o nosso estudo descobriu que o propofol também interrompe os mecanismos pré-sinápticos, provavelmente afetando a comunicação entre neurónios em todo o cérebro, de forma sistemática, o que é muito diferente de se estar apenas a dormir”, disse o responsável.

As sinapses fazem a ligação entre neurónios (células nervosas) e são afetadas numa anestesia geral, como diz Adekunle Bademosi, que participou também no estudo: “Descobrimos que o propofol restringe o movimento de uma proteína chave (sintaxina 1A) necessária nas sinapses de todos os neurónios. Essa restrição leva à diminuição da comunicação entre os neurónios no cérebro”.

A descoberta pode explicar porque é que algumas pessoas se sentem tontas e desorientadas depois de uma anestesia geral.

Bruno van Swinderen disse ser necessária mais investigação para perceber se as anestesias gerais têm mais efeitos duradouros em grupos vulneráveis.

Câmara de Lisboa
A Câmara Municipal de Lisboa vai reforçar as medidas de apoio às pessoas em situação de sem-abrigo, quando as condições...

“O plano de contingência que temos para as pessoas em situação de sem-abrigo é ativo com três graus centígrados ou menos, num período de 48 horas”, começou por explicar o vereador bloquista Ricardo Robles, acrescentando que a Câmara pretende fazer uma revisão ao plano “para garantir que há algum reforço de meios antes de chegar a esta temperatura limite”.

Ricardo Robles avançou que “sempre que a temperatura baixar para patamares de desconforto, ou até de algum risco de saúde”, o município irá fazer um reforço “seja ao nível dos centros de abrigo, seja das equipas de rua, reforçando a sua presença junto da população em situação de sem-abrigo, ou mesmo por exemplo, abrindo as portas do metro para que as pessoas possam pernoitar nestes espaços com algum conforto térmico, pelo menos”.

Relativamente a prazos, o responsável pelos Direitos Sociais apontou que “as medidas podem ser postas em prática já”.

“Não precisamos de ativar o plano de contingência, mas podemos tomar estas medidas já”, salientou o vereador do BE, acrescentando que também não será necessário “esperar pela revisão do plano para poder acionar isto”.

“O que nós queríamos era que o plano refletisse estas medidas. E, portanto, estamos já a tomar essas medidas de reforço das equipas, de articular com o metro a abertura [das estações] antes de chegar aqueles patamares de temperaturas baixas, mas queremos rever e verter no próprio plano estas novas medidas”, elencou.

Robles considerou também que o município já está preparado para acionar estas medidas.

“Nós, aliás, estávamos preparados para que hoje fosse assim, porque no final da semana passada já se previa que hoje tivéssemos temperaturas de cerca de cinco graus, e tínhamos uma contingência prévia ao plano de contingência para podermos acionar estas medidas de caráter temporário”, afirmou.

Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgéneros
Várias associações de apoio à população LGBT defenderam hoje que não deve existir um limite de idade legal para alterar o sexo...

Oito associações foram ouvidas hoje na subcomissão para a Igualdade e Não Discriminação sobre a proposta de lei do Governo que "Estabelece o direito à autodeterminação da identidade de género e a expressão de género e o direito à proteção das características sexuais de cada pessoa" e dois projetos de lei do BE e do PAN que também consagram o direito à autodeterminação de género.

A proposta de lei elimina a necessidade de um relatório médico para a mudança de sexo no registo civil, sendo ainda alargada a possibilidade do pedido a pessoas a partir dos 16 anos.

O Bloco de Esquerda vai mais longe e propõe que os menores, a partir dos 16 anos, possam processar os seus representantes legais caso estes não lhes deem permissão para mudar de sexo.

Para a presidente da Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual (AMPLOS), Margarida Faria, “não deve haver limite de idade para alteração dos documentos civis” das pessoas transexuais.

“Temos conhecimento de situações de crianças que aos quatro anos “estão perfeitamente definidas” e que precisam de “muita coragem” para se afirmar perante a família, disse Margarida Faria.

Estas crianças “não vão poder esperar até aos 16 anos para terem documentos que validem o que são”, defendeu.

Esta posição é partilhada pelo presidente da Rede ex aequo - Associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, trans, intersexo, Vítor Silva: “Estas crianças são forçadas a viver anos com um nome que já não é o seu”.

Também Ana Teles, do Centro GIS - Centro de Respostas às Populações LGBT, considera que os 16 anos podem ser “uma idade tardia”.

Todas as associações saudaram os projetos e a proposta de lei que foi apresentada em plenário pela então secretária de Estado da Igualdade Catarina Marcelino, que esteve hoje presente na audição.

Para o presidente da Rede ex aequo, a nova legislação é uma “oportunidade histórica” para mudar o modo como são tratadas estas pessoas e “mudar o futuro” para que estes jovens tenham “oportunidades melhores”.

Para Margarida Faria, os avanços “mais importantes” são a autodeterminação das pessoas trans, nomeadamente “o reconhecimento de ser uma questão íntima”, que “não pode ser alvo de qualquer avaliação médica”.

“Separar as questões legais dos aspetos médicos parece-me do mais elementar reconhecimento de um direito universal, que é o direito à identidade”, defendeu.

Para Daniela Bento, da associação ILGA Portugal, é fundamental o reconhecimento da autodeterminação dos transexuais.

“Durante muitos anos esta questão esteve no silêncio, esteve relegada aos serviços médicos”, mas “as pessoas sabem quem são e isso é o mais importante”.

Por isso, “não faz qualquer sentido termos um atestado clínico para dizer o que somos”, defendeu, lamentando que o Estado continue “a ser o último a reconhecer as pessoas transexuais perante a lei”.

Para Alice Cunha, da associação Panteras Rosa, a legislação tem algumas limitações.

“Infelizmente esta lei cinge-se quase exclusivamente à questão da alteração legal do nome, não garantido o acesso e o direito à saúde das pessoas trans”, lamentou.

Isto porque “a forma como se faz o processo de transição do corpo” continuará “sob a égide de entidades médicas”, disse Alice Cunha.

Para Júlia Mendes, da API - Associação Ação Pela Identidade, “é necessário e urgente” que Portugal reconheça também os direitos das pessoas trans imigrantes, para que casos como o de Gisberta não voltem a acontecer.

Para Sancha Margauto, da TransMissão - Associação Trans e Não-Binária, a nova legislação é um “enorme passo”: “Uma lei assim vai mudar a nossa vida”.

Depois de ouvir as associações, a deputada do PS Isabel Moreira disse que a situação da idade para mudar de nome é “uma questão a discutir”, lembrando que há muitas pessoas preparadas antes dos 16 anos para tomar essa decisão, mas outras não.

Para Sandra Cunha, do BE, a legislação irá ajudar a minimizar o sofrimento dos transexuais causado pelo facto de não serem compreendidas pelos seus pares, professores, pela sociedade,

“O sofrimento que daí decorre, não vai terminar, mas será minimizado”, disse Sandra Cunha.

Para Rita Rato, do PCP, o Estado tem de acompanhar estas pessoas e os seus familiares, através dos serviços públicos, fazer campanhas de sensibilização, e dando formação de profissionais de saúde.

Já a deputada do CDS-PP Vânia Dias da Silva levantou dúvidas sobre a questão da idade, por não se saber concretamente quando está formada a personalidade.

“Nós não somos alheios ao sofrimento”, mas “há uma questão jurídica que é preciso acautelar”, vincou, defendendo a realização de campanha de sensibilização e, sobretudo nas escolas, haver um programa especifico dedicado a esta matéria.

Estudo
A poluição farmacêutica em cursos de água urbanos pode tornar as comunidades microbianas resistentes a drogas, alerta um estudo...

“As instalações de tratamento de águas residuais não estão equipadas para remover muitos dos compostos farmacêuticos”, segundo Emma Rosi, ecologista aquática da Universidade de Georgia, que estuda a forma como as atividades humanas afetam a vida aquática e a qualidade da água.

A cientista norte-americana procurou perceber como é que os micro-organismos dos fluxos de agua urbanos como riachos (que têm um papel importante nos ecossistemas como a remoção de nutrientes ou decomposição das folhas, por exemplo) respondem à poluição farmacêutica, incluindo analgésicos, estimulantes, anti-histamínicos e antibióticos.

Os testes foram feitos em Baltimore, a norte de Washington, em locais urbanos e suburbanos. “Diferentes tipos de micróbios podem resistir a diferentes tipos e concentrações de produtos sintéticos. Com a exposição à poluição farmacêutica estamos inconscientemente a alterar as comunidades microbianas”, disse a responsável, admitindo que ainda pouco se sabe sobre como é que essa alteração atua na função ecológica e qualidade da água.

Os investigadores examinaram ao longo de duas semanas a presença de seis drogas e concluíram claramente que elas estavam mais presentes nos fluxos urbanos do que nos suburbanos. No mesmo período estudaram também como é que as comunidades microbianas reagiam a cada uma das drogas, da cafeína à cimetidina (tratamento de fluxos gástricos), da ciprofloxacina (antibiótico) à difenidramina (anti-histamínico), e se tinham ou não falta de oxigénio.

E concluíram que nas zonas urbanas os micróbios poderão ter desenvolvido resistências. “Suspeitamos que como os fluxos urbanos receberam mais frequentemente e durante mais tempo poluentes farmacêuticos desenvolveram-se micróbios resistentes à droga nessas correntes de água. Eles estão prontos para colonizar substratos mesmo com a presença de drogas. Quando confrontados com a exposição farmacêutica esses micróbios conseguem manter a função ecológica, mesmo quando outras espécies foram eliminadas”, disse Emma Rosi.

Administração Regional de Saúde
A Administração Regional de Saúde do Algarve ativou a fase laranja do Plano de Contingência Sazonal de Inverno, com a abertura...

Em comunicado, a Administração Regional de Saúde (ARS)/Algarve adiantou estar "a diligenciar a abertura de mais 27 camas de internamento na região para fazer face à afluência de doentes", elevando para 49 o número de camas acionadas ao abrigo daquele plano.

De acordo com aquele organismo, face à afluência de doentes no período de inverno, já tinham sido ativadas 22 camas nas unidades hospitalares de Faro e Portimão, a que se somam agora mais 27.

Durante o mês de janeiro está prevista a ampliação e a reconversão de mais 20 camas de Cuidados Continuados Integrados na região do Algarve nas tipologias de convalescença e de média e longa duração.

Segundo a ARS, serão ativadas dez camas em Portimão e dez na freguesia do Azinhal (Castro Marim) que permitirão alargar a capacidade assistencial da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).

Esta medida, acrescenta o organismo tutelado pelo Ministério da Saúde, visa "reforçar as respostas ao nível de internamento, aliviando desta forma a pressão nos serviços hospitalares algarvios".

Na semana passada, a ARS já tinha anunciado um reforço do atendimento nos três Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da região para garantir que os serviços de saúde algarvios estão preparados para pico da gripe.

No âmbito do Plano de Contingência Sazonal de Inverno, foi feito um reforço de recursos humanos e alargado o horário de atendimento nos centros de saúde da região, nas consultas de recurso dos centros de saúde de Lagoa, de Monchique, de Portimão, de Silves, de Faro, de Olhão, de São Brás de Alportel, de Tavira e de Alcoutim.

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