Amamentação
As mulheres que amamentam durante seis meses ou mais tempo têm menos probabilidade de vir a ter diabetes do tipo 2, revela um...

O risco de diabetes do tipo 2 nestas mulheres cai para 47% quando comparado com o de mulheres que nunca amamentaram.

As mulheres que amamentaram por um período inferior a seis meses têm menos 25% de probabilidade de vir a ter diabetes.

O estudo, publicado na revista médica JAMA Internal Medicine e realizado por uma equipa científica da organização de cuidados médicos norte-americana Kaiser Permanente, partiu de uma amostra de 1.238 mulheres que não tinham inicialmente diabetes.

A investigação, ao contrário de outras, acompanhou as mulheres durante a sua idade fértil, procurando sinais de diabetes antes e depois da gravidez.

A equipa científica teve em consideração fatores de risco, como obesidade, estilos de vida ou antecedentes familiares de diabetes, e resultados perinatais.

Vários processos biológicos podem explicar os efeitos protetores da amamentação no organismo, como a influência das hormonas associadas à lactação nas células do pâncreas que controlam os níveis de insulina no sangue.

De acordo com os autores do estudo, a incidência da diabetes diminuiu de forma gradual, à medida que a duração da amamentação aumentou, independentemente da raça da mulher, da diabetes gestacional, dos hábitos de vida, do tamanho corporal e de outros fatores de risco metabólicos medidos antes da gravidez.

Estudo
Um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) mostra que a ajuda de um profissional de saúde na fase...

Neste estudo, concluiu-se que as mulheres que têm o auxílio de um profissional treinado para apoiar as mães de recém-nascidos prematuros (menos de 32 semanas) a amamentar, alcançam uma maior prevalência de aleitamento só com leite materno à data da alta, comparativamente a aquelas que não têm um elemento designado para o efeito, informou o ISPUP em comunicado.

Para obtenção deste resultado foram avaliadas as práticas de aleitamento materno utilizadas em 580 crianças que nasceram na região Norte e na zona de Lisboa e Vale do Tejo, nas 16 Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN) portuguesas.

A equipa responsável por este trabalho verificou que "existe uma grande variabilidade" nas práticas de aleitamento materno entre as UCIN, tendo a proporção de amamentação só com leite materno, à data da alta, variado entre 3% e 50%.

Já o aleitamento materno misto (combinação entre leite materno e o leite artificial) variou entre 21% e 62%, indicou Carina Rodrigues.

Segundo a investigadora, constatou-se que apenas 25,2% dos bebés muito prematuros estavam com aleitamento materno exclusivo à data da alta.

Foi verificado ainda que a existência de um membro responsável por apoiar as mães no processo de amamentação explica, por si só, cerca de 43% da variabilidade observada entre as unidades na prática do aleitamento exclusivo, continuou.

Embora existam características da mãe e da criança que podem influenciar as práticas de aleitamento materno, como a idade materna, o peso ao nascimento e as complicações durante o período de internamento, a cientista acredita que deve haver uma aposta em profissionais de saúde, treinados especificamente para ajudar as mulheres nesse processo.

Dessa forma, as mães terão mais acesso a um conhecimento acerca dos benefícios do aleitamento materno exclusivo, bem como ao ensino de técnicas para extração, conservação e manipulação do leite materno, disse ainda.

Entre os benefícios do aleitamento materno para a criança, Carina Rodrigues destacou o fornecimento de "nutrientes importantes" - que contribuem para o crescimento e desenvolvimento -, a redução do número de infeções e do risco de readmissão hospitalar, bem como a promoção de um maior vínculo afetivo entre a mãe e o bebé.

"A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno em exclusivo até aos seis meses, tanto para as crianças de termo (que nascem com 37 semanas ou mais de idade gestacional) como para os recém-nascidos muito prematuros", lê-se no comunicado do ISPUP.

Uma recomendação da OMS e da UNICEF publicada recentemente indica que, para as situações em que as mães não podem amamentar, deve-se recorrer ao leite humano doado, fornecido de forma segura através de bancos de leite humano, acrescenta a nota informativa.

Em Portugal, existe apenas um Banco de Leite Humano, na Maternidade Alfredo da Costa.

O estudo, intitulado "The Type of Feeding at Discharge of Very Preterm Infants: Neonatal Intensive Care Units Policies and Practices Make a Difference", é coordenado pelo investigador Henrique Barros, e conta com a participação de Milton Severo, Jennifer Zeitlin e do Grupo de Investigação EPICE-Portugal, tendo sido publicado na revista "Breastfeeding Medicine".

Investigação
Um estudo publicado na revista científica PLoS One adianta que pode haver uma relação entre a ingestão de comida picante e uma...

A investigação realizada pela Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, concluiu que a ingestão regular de malaguetas pode reduzir a taxa de mortalidade em 13%, dando em média mais 10 anos de vida para a maioria dos cidadãos do mundo ocidental.

Segundo o estudo, há uma clara redução na incidência de doenças cardiovasculares entre os consumidores assíduos de pimenta-malagueta.

A investigação científica baseou-se num questionário no qual participaram mais de 16 mil voluntários adultos.

De acordo com a informação disponibilizada pelos autores do estudo, esse questionário analisou as dietas e os hábitos de vida e de saúde dos inquiridos entre 1988 e 1994. Cerca de 18 anos depois, os mesmos voluntários foram chamados para um exame de saúde geral.

Quem ingeria malaguetas todas as semanas tinha uma taxa de mortalidade abaixo dos 22%, enquanto os que evitavam usar a especiaria viram essa taxa subir para lá dos 33%.

De acordo com os investigadores, os benefícios das malaguetas parecem estar na capsaicina, um composto químico presente nesta especiaria.

Também no mês passado os cientistas da Universidade de Ruhr, em Bochum, na Alemanha, trataram amostras humanas de células do cancro de mama com extrato de capsaicina e descobriram a sua ação destruidora de células malignas.

Por outro lado, este componente é conhecido por acelerar o metabolismo, ajudando na perda de peso, e por ser um anti-inflamatório natural.

Estudo
As funções cognitivas e neurovasculares são afetadas pelo excesso de sal na dieta, revela um estudo publicado esta semana na...

Um estudo feito em ratinhos e publicado esta semana na revista Nature Neuroscience confirma que o abuso deste ingrediente comum a todas as dietas do mundo por ser um dos mecanismos responsáveis por danos cognitivos.

"Descobrimos que se alimentarmos ratinhos com uma dieta com um alto teor de sal (oito a 16 vezes mais do que a dieta normal), correspondente aos maiores níveis de consumo de sal em seres humanos, isto vai comprometer o cérebro a nível cognitivo", explica Costantino Iadecola, professor de neurologia e cientista no centro de investigação Weill Cornell Medicine, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, e principal autor do artigo.

Em declarações ao jornal Público, o cientista adianta que esses efeitos no cérebro resultam da acumulação no intestino delgado de uma classe especial de linfócitos chamados Th17 que produzem grandes quantidades de um tipo especial de uma citocina (moléculas envolvidas na emissão de sinais entre as células) chamada IL17.

"A IL17 entra na circulação sanguínea, atua nas células endoteliais do cérebro, que ligam os vasos sanguíneos do cérebro, e reprime a produção de óxido nítrico. O óxido nítrico é fundamental para relaxar os vasos sanguíneos do cérebro e permitir que o fluxo sanguíneo seja suficiente e para ajudar os neurónios a manterem-se saudáveis", diz o cientista ao referido jornal.

No entanto, o estudo mostrou que, quando os ratinhos regressavam a um dieta normal, voltavam também a ter um desempenho normal na tarefa de reconhecimento de objetos, sendo que os efeitos negativos do excesso de sal eram anulados pelo fim da ingestão em excesso do referido ingrediente.

Materiais tóxicos
As escolas estão a substituir as coberturas de amianto por painéis que contêm materiais muito inflamáveis, da mesma família dos...

Os materiais combustíveis que estão a ser colocados nas escolas são a causa da propagação rápida de incêndios caracterizados pelo elevado número de vítimas mortais, mortes provocadas pela rápida libertação de fumos tóxicos, segundo o jornal "Público".

O jornal noticia que o incêndio na torre de Grenfell, em Londres, que fez mais de 70 mortos em junho de 2017, e o incêndio na Associação Recreativa de Vila Nova da Rainha, Tondela, que provocou oito mortos e 32 feridos, foram alimentados pelo mesmo tipo de materiais combustíveis - os derivados de petróleo.

O Ministério da Educação não revelou especificamente o material utilizado na substituição das coberturas de amianto nas escolas, mas o jornal "Público" diz tratar-se de poliuretano, um componente utilizado no revestimento interior de chapa da cobertura e que é derivado do petróleo.

O poliuretano, também conhecido por PUR, é um material combustível que em certas situações pode ser "altamente inflamável", comenta o engenheiro e investigador principal do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), Carlos Pina dos Santos, ao referido meio.

Na maioria dos estabelecimentos escolares em que é utilizado, o poliuretano está confinado entre duas chapas de metal, nos chamados painéis sanduíche.

Por outro lado, o jornal escreve que ainda não se sabe se as obras de substituição das coberturas de amianto foram fiscalizadas depois da sua conclusão ou se essas fiscalizações cumpriram o que está definido no código de segurança contra incêndios em edifícios.

Médico alerta
A vítima de assédio experiencia stress, humilhação, vergonha e medo de retaliação, o que se manifesta com várias consequências...

O assédio sexual consiste em comportamentos de sedução ou coação que criam na vítima uma sensação intimidante, humilhante ou ofensiva. Pode ser posto em prática através de convites inapropriados de cariz sexual, promessas de futuras recompensas em troca de favores sexuais, insinuações, ameaças veladas ou mesmo por intermédio de avanços sexuais explícitos.

"Pode ocorrer em qualquer lugar, na rua, na escola, no trabalho ou até na própria casa e em todos os estratos sociais, desde uma pequena fábrica à indústria de Hollywood. Hoje em dia pode até ocorrer na ausência física do agressor, como acontece com as interações sociais online", avisa o psiquiatra Pedro Esteves.

Frequentemente o agressor tem uma posição de poder ou autoridade sobre a vítima seja pela idade, relações sociais, educacionais ou profissionais. "No entanto, pode ser qualquer pessoa, independentemente do sexo e ter com a vítima qualquer tipo de relação (desde patrão a cliente, familiar a desconhecido). A vítima fica muitas vezes constrangida e incapaz de se defender do agressor o que perpetua a situação", esclarece o médico.

É importante que tenham alguém da sua confiança que as possa ajudar a lidar com o problema incluindo recolher provas e identificar outras potenciais vítimas do mesmo agressor

Uma em cada 10 pessoas já foi vítima de assédio

Cerca de 13% da população ativa em Portugal - mais de um em cada 10 - já sofreu, pelo menos uma vez, de assédio sexual no trabalho, tendo sido as mulheres as principais vítimas, de acordo com dados da Unidade Psiquiátrica Privada de Coimbra.

O trabalho é um dos locais com maior frequência de assédio sexual, o que conduz a um ambiente hostil, à diminuição do funcionamento da vítima com ausências ou perda do emprego e desestruturação das suas relações familiares.

"A vítima de assédio experiencia stress, humilhação, vergonha e medo de retaliação, o que se manifesta com várias consequências emocionais. Desenvolve muitas vezes sintomas de ansiedade, depressão, isolamento social, perda de motivação, fadiga, cefaleias e dificuldades de sono e apetite. Quando suficientemente graves estes sintomas podem dar origem a perturbações do humor ou de ansiedade, ataques de pânico, perturbações do sono ou alimentares, alcoolismo, perturbação de stress pós-traumático e ideação suicida", alerta o psiquiatra.

As vítimas podem ficar culpabilizadas por não conseguir manifestar claramente ao abusador o seu desagrado e recusa. "É importante que tenham alguém da sua confiança que as possa ajudar a lidar com o problema incluindo recolher provas e identificar outras potenciais vítimas do mesmo agressor", sugere.

"A ajuda profissional é muitas vezes necessária para controlar os sintomas emocionais e orientação na gestão dos problemas relacionados com assédio, que podem incluir conflitos familiares, laborais ou outros", acrescenta o especialista.

Projeto Europeu
O Instituto de Investigação e Inovação da Universidade do Porto (i3S) está a participar num projeto europeu que visa melhorar o...

"Os doentes que sofrem de doenças raras geralmente passam por um processo longo e difícil, às vezes durante dez ou quinze anos (também conhecido como odisseia da doença rara), antes de encontrarem um médico que conheça o seu problema de saúde", informou a Comissão Europeia em comunicado.

Os avanços científicos podem ser também "lentos", acrescenta a nota informativa, pois é "difícil encontrar um número suficiente de pessoas com a mesma doença rara que permita investigações bem-sucedidas".

Liderado pela Universidade de Tübingen (Alemanha), pelo Radboud University Medical Center de Nijmegen (Holanda) e pela Universidade de Leicester (Reino Unido), o projeto SOLVE-RD envolve mais de 20 instituições, de nove países europeus, e a Jackson Laboratory Non-profit Corporation, dos Estados Unidos (EUA).

O objetivo é "resolver um grande número de doenças raras, para as quais ainda não é conhecida uma causa genética, e melhorar o diagnóstico de pacientes com estas patologias, através de uma rede de conhecimento", explicou Carla Oliveira, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup), pertencente ao i3S.

Pretende-se, assim, aumentar a capacidade de diagnóstico das doenças raras em cerca de 3 a 5%, ou seja, encontrar aproximadamente duas mil soluções de diagnóstico para as 19 mil "situações ainda não resolvidas", contou a cientista à Lusa.

Se todos os parceiros envolvidos no SOLVE-RD "combinarem os dados de doentes com doenças raras", a probabilidade de se encontrar um segundo ou terceiro doente com a mesma patologia "aumenta consideravelmente", avançou a Comissão Europeia.

"Usando conhecimento e diretrizes equivalentes, um doente na Roménia, por exemplo, receberá o mesmo diagnóstico e tratamento que um doente na Suécia ou em Espanha. As redes virtuais concentram todo o conhecimento existente e removem limites desnecessários", lê-se ainda no comunicado.

A equipa portuguesa a participar neste projeto é composta pelo grupo de investigação Expression Regulation in Cancer, do Ipatimup/i3S, foi financiado em 250 mil euros para estudar novas causas da síndroma raro de cancro gástrico difuso hereditário (HDGC).

Esta síndroma "afeta fatalmente jovens adultos e é dificilmente diagnosticável com os métodos de rastreio disponíveis", sendo, por isso, "uma doença modelo para o SOLVE-RD", referiu Carla Oliveira.

Segundo a coordenadora do projeto a nível nacional, em Portugal e na Europa, mais de 70% das famílias com HDGC permanecem sem diagnóstico genético.

Além de Carla Oliveira, fazem parte da equipa portuguesa investigadores do Ipatimup/i3S, do Centro Hospitalar S. João (CHSJ), da Stichting Katholieke Universiteit de Nijmegen (Holanda) e da Universidade de Cambridge (Reino Unido).

A cientista é igualmente a representante portuguesa do Porto.Comprehensive Cancer Center na ERN-GENTURIS, uma rede europeia de referência que tem como objetivo melhorar o diagnóstico e o tratamento de pessoas com síndromes genéticos de risco de cancro.

O Porto.Comprehensive Cancer Center, por sua vez, resulta de um consórcio entre o Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto) e o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), e busca desenvolver investigação para a prevenção, diagnóstico e inovação no tratamento do cancro.

Para além da ERN-GENTURIS, o projeto SOLVE-RD vai ser desenvolvido em parceria com outras três das 24 redes europeias de referência (ERNs) existentes, orientadas para doenças neurológicas raras (RND), doenças neuromusculares (EURO-NMD) e malformações congénitas e deficiência intelectual (ITHACA).

Importância da vitamina D no 1º ano de vida
A suplementação com vitamina D é obrigatória durante o primeiro ano de vida, no entanto, um estudo p

Raquitismo e osteoporose em idade adulta são a principais consequências do défice de vitamina D no organismo. Estudos recentes têm, no entanto, demonstrado que a função da vitamina D, considerada uma pro-hormona, vai muito além da influência na formação de massa óssea. “Existem receptores para esta vitamina (VDR) em, pelo menos, 38 tecidos do corpo humano, nomeadamente no tecido adiposo, supra-renal, ósseo, cerebral, mama, cartilagem, cólon, epidídimo, folículos pilosos, intestino, fígado, pulmão”, descreve, entre outros, a pediatra Carla Rêgo. Facto que “amplifica a importância de adequados níveis desta vitamina” na promoção da saúde ao longo de toda a vida.

De acordo com a pediatra do Hospital CUF Porto, as evidências apontam para um maior risco de ocorrência de patologia cardiovascular, inflamatória, neoplásica, respiratória, ginecológica e neurológica em situações de défice de vitamina D, em idade adulta.

A suplementação desta pro-hormona é, portanto, essencial para a manutenção de um organismo saudável desde o nascimento.

“A espécie humana está geneticamente programada para produzir vitamina D maioritariamente através da pele, na sequência da sua exposição à radiação solar UV”, começa por explicar a pediatra acrescentando que 90% da vitamina que o organismo necessita para o seu bom funcionamento é sintetizado de modo endogeno.

“Os restantes 10% (...) são provenientes de uma alimentação variada e equilibrada, que deve incluir uma ingestão regular de alimentos ricos nesta vitamina, tais como os peixes gordos (salmão, sardinha, arenque, cavala) fígado de peixe, gema de ovo, cogumelos e lácteos”, refere.

Não obstante,  tendo em conta que a exposição solar está formalmente contraindicada pelo menos até ao final do terceiro mês de vida e “considerando que os primeiros anos de vida são os anos em que mais se cresce e, consequentemente, são os que apresentam maior velocidade de formação óssea” é, de acordo com esta especialista, “fácil entender que é determinante o cumprimento da suplementação farmacológica” durante o primeiro ano de vida.

Após este período, explica, a suplementação deve ser recomendada “em certas situações de doença crónica (renal, intestinal, óssea...)”, em casos de obesidade, peles escuras, dietas vegetarianas que excluam os produtos lácteos ou estilos de vida que comprometam a sua síntese cutânea.

Entre a 2ª semana e o primeiro ano de vida, recomenda-se a suplementação diária de 400 UI de vitamina D, “independentemente do lactente efetuar uma dieta exclusivamente láctea até ao 6º mês de vida” ou já terem sido introduzidos outros alimentos.

Apesar desta recomendação, alguns estudos sugerem que esta medida seja estendida ao 2º e 3º ano de vida, algo que Carla Rêgo admite apenas em casos muito concretos.

“A partir dos 12 meses meses a criança é inserida na dieta familiar. Como referi a dieta deve ser variada e equilibrada, contemplando alimentos em vitamina D bem como o aporte diário de 300 a 500 ml de lácteos (leite, iogurte ou queijo), de forma a garantir o aporte de cálcio e vitamina D adequados ao crescimento e a uma série de funções orgânicas”, explica acrescentando que na base da conclusão destes estudos possa estar a recomendação da não exposição solar direta a crianças com menos de três anos.


"Após o 1º ano de vida, a zona geográfica de residência, o estilo de vida, o equilíbrio alimentar e nutricional determinarão a necessidade de suplementação", afirma a pediatra Carla Rêgo

De acordo com a especialista, cabe ao profissional de saúde avaliar, em cada consulta, a necessidade de suplementação através da deteção dos grupos de risco de carência em vitamina D já referidos: obesidade, pele escura, inactividade ou pouco exposição solar, para além de certas patologias, “ponderando nesses casos a suplementação nos meses de outono e inverno em associação à promoção de um estilo de vida saudável e a hábitos de vida alimentares saudáveis”.

Falta de informação pode estar na origem do não cumprimento das recomendações

O Estudo do Padrão Alimentar e de Crescimento Infantil (EPACI Portugal 2012) revela que cerca de 31% dos lactentes portugueses não efetuam suplementação regular de vitamina D.

“A necessidade de haver uma rotina de administração diária nesta fase da vida e a falta de informação acerca da sua importância poderão estar na origem desta elevada percentagem de incumprimento”, tenta justificar a pediatra Carla Rêgo reafirmando que “cabe aos pais conhecerem as consequências para a saúde dos seus filhos e cabe aos profissionais de saúde, em cada consulta de saúde infantil, confirmarem o cumprimento da terapêutica e reforçarem a sua importância”.

Foi com o objetivo de chamar a atenção para a importância da suplementação no primeiro ano de vida, e ajudar a contrariar este número, que foi criada a plataforma “Missão Diária: Ser Mãe” (https://www.facebook.com/missaodiariasermae). À distância de um clique é possível aceder a uma vasta informação sobre tema, esclarecer dúvidas e ficar a par das últimas novidades.

Essencial para um crescimento saudável ao longo da vida, para além de assegurar uma adequada formação de massa óssea, esta vitamina é determinante para a redução do risco de várias doenças crónicas.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Programa Horizonte 2020
Consórcio reúne investigadores, médicos, empresas farmacêuticas e associações de pacientes.

O principal objetivo deste projeto é desenvolver "tratamentos personalizados" para pacientes com Fibrose Quística (FQ) na Europa com mutações genéticas raras. Esses pacientes, devido à baixa prevalência das suas mutações, não poderiam de outra forma ter acesso a tratamentos com impacto significativo na sua esperança de vida. Este projeto baseia-se em técnicas inovadoras que permitem avaliar em células dos próprios pacientes a resposta a fármacos em desenvolvimento ou já aprovados para tratamento de outras mutações causadoras de FQ. Uma vez demonstrada a eficácia deste conceito de teste personalizado em laboratório, a metodologia poderá estender-se a todos os pacientes com FQ e também a pacientes de outras doenças genéticas raras, pelo se prevê que o projeto HIT-CF terá também a médio prazo grande impacto para muitas doenças órfãs.

Abordagem
Os adultos com FQ portadores de mutações raras que estejam reportados no Registo Europeu de pacientes da Sociedade Europeia de Fibrose Quística (ECFS) serão contactados pelos seus médicos assistentes e encorajados pelas associações de pacientes (inseridas na associação europeia "CF Europe") a participar nos estudos no âmbito deste projeto.

O primeiro passo consiste em isolar células-estaminais do intestino dos próprios pacientes, que serão cultivadas em laboratório formando "mini-intestinos" (designados "organóides") pela fundação Hubrecht Organoid Technology e distribuídas para os laboratórios nos Países Baixos (Utrecht), na Bélgica (Leuven) e em Portugal (Lisboa). Isto requer retirar uma pequena biopsia de alguns milímetros de tecido retal por um procedimento indolor.

Em segundo lugar, com base nos efeitos destes medicamentos nos organóides, os pacientes selecionados serão convidados a participar em ensaios clínicos (organizados num dos 43 Centros de FQ da rede de ensaios clínicos da ECFS - Clinical Trial Network – com o apoio da empresa Julius Clinical) para avaliar o seu benefício nestes pacientes.

O HIT-CF visa assim facilitar o acesso aos medicamentos mais promissores que estão em desenvolvimento, e cada grupo de pacientes testará num ensaio clínico um medicamento candidato de um dos parceiros farmacêuticos do consórcio que se tenha mostrado promissor para a sua mutação individual nos estudos em laboratório.

Paralelamente, neste projeto os parceiros farmacêuticos irão trabalhar para a aprovação no mercado dos seus medicamentos candidatos para um grupo alargado de pacientes, com mutações genéticas mais comuns.

O projeto inclui como parceiros várias companhias farmacêuticas como a Galapagos ou o Flatley Discovery Lab que estão a desenvolver novos medicamentos para a FQ, que serão primeiro testados nestes organoides para prever a sua eficácia clínica em cada paciente, individualmente. Numa segunda fase do projeto prevê-se a associação de outras empresas farmacêuticas que queiram integrar o estudo.

O objetivo último deste projeto é facilitar o acesso a terapias para grupos de pacientes cujas células demonstram uma resposta positiva a um medicamento nos ensaios feitos com os organóides. Um dos principais impactos do projeto será o desenvolvimento de uma metodologia inovadora para obter aprovação (e reembolso) de medicamentos atuais, mas sem indicação para estas mutações raras ("off-label") que, por esse motivo, nunca seriam prescritos aos doentes. Isto representará uma nova era no tratamento da FQ, pois implementa uma nova abordagem de medicina personalizada baseada em ensaios funcionais em organóides, transferindo o peso dos ensaios clínicos dos pacientes para o laboratório.

Estudo
Um estudo desenvolvido pelo Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto pode levar à criação de um...

Esta descoberta surgiu a partir de um estudo, publicado recentemente na revista científica The Journal of Immunology, no qual os investigadores verificaram os efeitos da remoção da testosterona no rejuvenescimento do timo (órgão responsável pela criação e seleção de um grupo de glóbulos brancos, denominados linfócitos T), indicou o investigador do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) Pedro Mendes.

Em declarações, o primeiro autor do artigo contou que o timo é o órgão onde os linfócitos T (um grupo de glóbulos brancos) "são sujeitos a um treino e a um escrutínio tal que nos permite desenvolver defesas contra todos os agentes invasores e que garante que não se destrói nada que não seja estranho".

Uma função deficiente dos linfócitos T pode resultar, por exemplo, em doenças autoimunes ou imunodeficiências progressivas.

De acordo com Pedro Mendes, o timo é um dos primeiros órgãos a "sofrer prematuramente os efeitos da idade", com uma diminuição progressiva da produção de células T a partir dos dois anos de idade.

Embora essa situação "não seja particularmente grave", o investigador indicou que, em pessoas idosas, a mesma pode provocar uma maior fertilidade de doenças autoimunes e até situações de cancro e infeção.

Há, por isso, "interesse em desenvolver novas terapias e métodos de rejuvenescimento do timo", acrescentou.

Apesar de o ato de remover as hormonas sexuais masculinas (androgénios) ser conhecido há mais 100 anos, Pedro Mendes reconheceu que "ainda não se sabe muito bem quais os mecanismos de ação e de que modo é que atua".

A equipa, liderada pelo investigador Nuno Alves, percebeu agora, através deste estudo, que o rejuvenescimento por remoção hormonas sexuais masculinas não depende apenas do timo em si, como se havia suposto ao longo do tempo.

Verificou ainda que há uma ligação "íntima" entre a qualidade da medula óssea (onde se formam os percursores das células do sangue, incluindo linfócitos T) e a capacidade regenerativa do timo.

Estas, sublinhou Pedro Mendes, abrem perspetivas terapêuticas para a utilização da castração temporária (química e reversível), como uma ferramenta para aumentar as defesas imunológicas em indivíduos mais jovens, que esperam por um transplante de medula óssea.

Em março de 2016
A Ordem dos Psicólogos deu um parecer negativo, em março de 2016, a um pedido da produtora do programa ‘Supernanny’, por...

No parecer de cinco páginas “sobre a alegada prática da psicologia nos media”, a Comissão de Ética da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) afirma que “o espaço público mediático não pode ser considerado como um ‘setting’ adequado para a intervenção psicológica”.

O documento de cinco páginas, assinado pelo presidente da Comissão de Ética do OPP, Miguel Ricou, sublinha ainda que “qualquer profissional de psicologia que intervenha neste contexto deve explicitar que não está a levar a cabo qualquer tipo de intervenção psicológica”.

Contactado pela agência Lusa, Miguel Ricou afirmou que “não há nenhum modelo de intervenção psicológica que diga que a exposição mediática faz bem às pessoas, pelo contrário”.

O que o preocupa em programas como o ‘Supernanny, que a SIC começou a emitir no domingo e em que uma psicóloga clínica se desloca a casa de uma família para ajudar os pais a controlar a rebeldia dos filhos, é que possa ser confundido com intervenção psicológica.

Por outro lado, o caso suscita igualmente preocupação por “expor mediaticamente situações que não auguram coisas positivas para as crianças”, frisou.

“Se nós sabemos que pode haver processos para as crianças em que poderão ser mais estigmatizadas em função destas participações - e não antecipamos que isso seja positivo - fazê-las passar por isso do ponto de vista profissional não faz nenhum sentido”, defendeu.

Para Miguel Ricou, “não existe intervenção psicológica com exposição mediática”.

“A exposição pública não faz bem às pessoas e o psicólogo não expõe os seus clientes e isso para nós é que é fundamental”, defendeu.

“Como é que podemos garantir que a pessoa vai dizer tudo aquilo que é importante que ela diga quando sabe que o que vai dizer vai ser ouvido mediaticamente? Isto pode condicionar claramente aquilo que é a relação entre o psicólogo e o cliente”, frisou.

Por outro lado, existe a questão do “próprio consentimento”, disse, explicando que normalmente as pessoas estão vulneráveis, a precisar de ajuda, e mais facilmente aceitam participar num modelo com exposição mediática.

“Inevitavelmente este consentimento é obtido de uma forma um pouco difícil de garantir que é isso que a pessoa quer”, vincou Miguel Ricou.

A Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ) considerou hoje “existir um elevado risco” de o programa da SIC ‘Supernanny’ “violar os direitos das crianças”, nomeadamente o direito à reserva da vida privada.

“Numa primeira análise efetuada ao conteúdo do programa”, a comissão considera existir um “elevado risco” de este “violar os direitos das crianças, designadamente o direito à sua imagem, à reserva da sua vida privada e à sua intimidade”.

A Lusa contactou a SIC, mas ainda não obteve resposta.

Sociedade Portuguesa de Reumatologia
Apesar de os números preocupantes associados às doenças reumáticas em Portugal, um correto tratamento e uma adequada...

Estas doenças causam dor, limitando a vida do doente de variadas formas, alterando muitas vezes a sua capacidade funcional. Os principais sintomas são quadros de dor - por vezes incapacitante -, fadiga e fraqueza muscular. A Sociedade Portuguesa de Reumatologia alerta, portanto, para o facto de a alimentação funcionar como coadjuvante da terapêutica ou outro tratamento médico, promovendo uma melhoria dos sintomas e ajudando a diminuir a progressão da doença, assim como alguns fatores de risco associados.

A ingestão de proteínas é fundamental, uma vez que estas pessoas podem ter uma maior debilidade muscular. Por outro lado, são essenciais minerais como o ferro, zinco, cobre e selénio, bem como as vitaminas A, D, E e K, que só se dissolvem em gordura, pelo que ficam armazenadas no organismo durante mais tempo.

Por ser rica em produtos antioxidantes e gordura insaturada, a dieta mediterrânica pode ajudar a reduzir os quadros de processo inflamatório e a atenuar os principais sintomas das doenças reumáticas, como rigidez e dor. Desta forma, hortícolas, fruta e cereais pouco processados deverão fazer parte do regime nutricional. O azeite, que deve ser a fonte de gordura de eleição, tem de ser consumido com alguma contenção, pois não deixa de ser uma gordura.

Os doentes reumáticos que sofrem de excesso de peso têm uma dificuldade acrescida na eficácia do tratamento e uma evolução menos favorável dos sintomas ao longo do tempo, uma vez que as articulações são sobrecarregadas de forma constante, o que as desgasta mais rapidamente.

É ainda de ressalvar que estas pessoas, para quem a fadiga é uma constante, não devem fazer períodos longos de jejum, de modo a evitar o cansaço extremo e a manter os níveis de energia ao longo de todo o dia. Assim, aconselha-se planear o regime alimentar com alguma antecedência para não correr o risco de ingerir alimentos não recomendados e de forma a evitar também o ganho excessivo de peso.

No nosso país, o consumo de vitamina D e de cálcio está abaixo dos níveis recomendados, em especial na faixa etária a partir dos 30 anos. Esta situação tem tendência a agravar-se em pessoas com mais idade, que têm por norma uma densidade óssea diminuída. A Sociedade Portuguesa de Reumatologia recomenda, deste modo, um cuidado redobrado com a manutenção de um peso saudável e a ingestão de alimentos ricos em cálcio, vitamina D, antioxidantes, potássio, e gorduras insaturadas em detrimento das saturadas.

Os doentes com Gota deverão, no entanto, moderar o consumo de carnes, vísceras, sardinha, truta, salmão, marisco e outros alimentos que contenham purinas, uma vez que promovem a produção de ácido úrico, responsável pela formação dos cristais típicos da doença.

Embora não esteja comprovada uma relação direta entre a ingestão de determinados alimentos e o surgimento de uma crise ou agravamento repentino dos sintomas, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia alerta para o facto de que um regime alimentar correto e adaptado às necessidades de cada indivíduo tem um impacto positivo a longo prazo. Nas palavras do Dr. José Canas da Silva, Presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, “cada doença do foro reumático tem as suas especificidades e exigências nutricionais, portanto aconselha-se sempre a consulta de um médico, e após o diagnóstico de uma doença reumática, idealmente o doente deverá ser seguido por um nutricionista, procurando identificar o plano alimentar que de melhor forma se adeque às necessidades energéticas e nutricionais. Este plano deverá ser, então, partilhado com o reumatologista e com os restantes clínicos que acompanham o doente.”

Mais nove do que no ano anterior
O Infarmed aprovou o financiamento de 60 medicamentos inovadores em 2017, mais nove do que no ano anterior, anunciou o...

De acordo com um comunicado, o volume de aprovações de financiamento de medicamentos “triplicou nos últimos cinco anos”.

Desde 2012, foram ainda concluídos um total de 511 processos, dos quais 86 relativos a novas substâncias e novas indicações.

“A maioria das aprovações são na área da oncologia, destacando-se medicamentos para o cancro do pulmão, melanoma, mieloma e cancro colorretal”, lê-se no comunicado.

O Infarmed acrescenta que outras áreas relevantes dos medicamentos aprovados foram a hepatite C, a hematologia e a área cardiovascular.

Foram também aprovados sete novos medicamentos para as doenças raras, como a Distrofia Muscular de Duchenne, Doença de Fabry ou Síndrome Miasténica de Lambert-Eaton.

Durante a cerimónia que assinalou o 25º aniversário do Infarmed, a presidente do conselho de administração do instituto referiu que o tempo de espera de concessão da Autorização de Introdução no Mercado (AIM) diminuiu de 239 para 163 dias.

Segundo Maria do Céu Machado, nos próximos cinco anos existirão 600 novas moléculas no mercado, o que representa “um desafio” para este organismo do Ministério da Saúde.

Em relação ao tratamento da Hepatite C, Maria do Céu Machado assinalou que 7.500 doentes foram curados em 2017, existindo 12.633 doentes em tratamento.

Contra ida para o Porto
Dezenas de trabalhadores do Infarmed assistiram hoje às cerimónias do 25.º aniversário deste instituto vestidos de negro, em...

No final da cerimónia, os trabalhadores juntaram-se em frente ao auditório do Infarmed e através do seu porta-voz, Rui Spínola, criticaram a ausência do ministro da Saúde nos festejos deste aniversário.

O presidente da Comissão de Trabalhadores considerou que a ausência de Adalberto Campos Fernandes tem um significado para a instituição e para o país.

Sobre o facto de terem assistido à cerimónia vestido de negro, Rui Spínola disse que o objetivo foi mostrar “firme e responsavelmente” o sentimento dos trabalhadores.

Os trabalhadores do Infarmed sentem um “enorme orgulho” nos 25 anos que a instituição está a comemorar, mas não escondem um “sentimento de angustia pela incerteza de um futuro duvidoso provocado por uma intenção/decisão irrefletida, errada e que acarreta sérios riscos para o desempenho eficaz da missão do Infarmed”.

Segundo Rui Spínola, os trabalhadores mantêm a esperança de que o Governo volte atrás nesta medida e estão disponíveis a demonstrar que se trata de uma decisão errada.

“Vamos demonstrar que não existem vantagens na deslocação do Infarmed para o Porto”, prosseguiu.

Questionado sobre as desvantagens desta mudança, Rui Spínola esclareceu que um Infarmed no Porto não contará com os atuais trabalhadores, com a sua formação e experiência.

Durante a cerimónia de celebração dos 25 anos do Infarmed, a presidente do conselho de administração sublinhou precisamente a formação dos trabalhadores deste organismo.

Segundo Maria do Céu Machado, 92% dos trabalhadores têm uma experiência média de 10 anos e 86 colaboradores integram grupos de trabalho europeu.

A presidente do Infarmed recordou ainda que 71% dos trabalhadores têm menos de 44 anos, sendo a maioria (76%) mulheres.

“O Infarmed não é um espaço, são as pessoas”, disse.

No final da cerimónia, a secretária de Estado da Saúde recusou-se a comentar a deslocação do Infarmed para o Porto, optando por felicitar os trabalhadores por este quarto de século.

O anúncio de que a sede da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) sairia de Lisboa para o Porto foi feito por Adalberto Campos Fernandes a 21 de novembro do ano passado durante uma conferência em Lisboa.

Os trabalhadores da instituição foram surpreendidos pelo anúncio, tendo a maioria manifestado que não está disposta a ir para o Porto.

Grupo Hepatológico Transmontano
O Grupo Hepatológico Transmontano junta as unidades de saúde dos distritos de Bragança e Vila Real para um trabalho em rede de...

O projeto junta o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste e os agrupamentos de centros de saúde dos dois distritos.

É um “grupo pioneiro” no país porque, segundos os promotores, vai trabalhar em rede e juntar conhecimentos, sinergias e doentes, tendo como objetivo também evitar deslocações dos utentes ao litoral.

“As doenças de fígado, em Trás-os-Montes, são algo de muito característico e de muito comum, que possuem uma prevalência muito elevada, principalmente a doença hepática provocada pela álcool”, afirmou o diretor da unidade de hepatologia do CHTMAD, José Presa Ramos.

O objetivo do projeto, segundo aquele responsável, é criar uma “rede de conhecimento e de partilha” entre as unidades hospitalares de Vila Real e Bragança, de modo a que seja possível tratar o maior número possível de doentes na região, evitando “o calvário” das deslocações para os hospitais do Porto.

O diretor clínico do CHTMAD, João Gaspar, salientou que os médicos dos centros de saúde “estão na linha da frente” da deteção das doenças e por isso, está a ser feito um trabalho de divulgação do Grupo Hepatológico junto dos cuidados de saúde primários.

O tratamento será, depois, uma decisão conjunta entre os especialistas das unidades hospitalares que podem recorrer à videoconferência para discutir os casos, tornando o processo mais rápido.

O projeto visa também uma partilha de meios humanos e tecnológicos, como a radiologia de intervenção do CHTMAD que começará a dar resposta à ULS Nordeste.

Eugénia Madureira, diretora clínica dos cuidados hospitalares da ULS do Nordeste, destacou a importância da “colaboração entre instituições” que geograficamente são vizinhas.

Entre os aspetos positivos do projeto, a responsável salientou a “partilha de experiências, a discussão de casos e o proporcionar um melhor serviço aos doentes”.

“Evitámos muitas vezes deslocações desnecessárias a hospitais do Litoral. Nós temos possibilidade de, na maior parte das situações, resolvermos dentro de Trás-os-Montes. Esse é um dos objetivos, servirmos melhor os nossos clientes”, frisou.

Por fim, elencou ainda o objetivo de “evitar o esvaziamento do interior”. “A ideia é sempre esta, unidos seremos mais fortes ”, sustentou.

Estes são territórios onde se verifica um elevado consumo de álcool e má alimentação, e onde existem ainda quatro estabelecimentos prisionais, dois no distrito de Vila Real e dois em Bragança, cuja população constitui um grupo de risco em relação às hepatites.

Em 2017, foram seguidos 2.500 utentes com doença hepática na unidade do CHTMAD.

João Gaspar afirmou que se pretende criar um “centro de referência da hepatologia à semelhança do que foi feito, por exemplo, para a área oncológica”.

“É um universo grande de doentes e é o desiderato da própria Organização Mundial de Saúde fazer a erradicação da hepatite C até 2030. Este é o início, uma campanha que estamos a fazer”, salientou.

Estudo
O consumo de cafeína, em doses equivalentes a dois/três cafés por dia, protege as células da retina, conclui um estudo...

A investigação abre caminho para o desenvolvimento de “novas abordagens terapêuticas para o tratamento de doenças da visão associadas a episódios isquémicos, como a retinopatia diabética e glaucoma, duas das principais causas de cegueira a nível mundial”, afirma a Universidade de Coimbra (UC).

A isquemia da retina é uma complicação associada às doenças degenerativas da retina, contribuindo para a perda de visão e cegueira, refere a UC, indicando que esta “patologia ocorre por oclusão de vasos sanguíneos, maioritariamente da artéria central da retina, de um ramo da artéria da retina ou por oclusão venosa”.

Liderado por Ana Raquel Santiago, investigadora no laboratório Retinal Dysfunction and Neuroinflammation da Faculdade Medicina da UC, o estudo, já publicado na Cell Death and Disease, foi realizado em modelos animais (ratos) e desenvolvido em duas fases.

Primeiro, relata a UC, foram “avaliados os efeitos da cafeína nas células da microglia, células imunitárias que funcionam como os macrófagos da retina, mas que em situação de isquemia libertam substâncias nocivas que contribuem para o processo degenerativo”.

Os ratos começaram por consumir cafeína durante duas semanas ininterruptamente, tendo sido posteriormente sujeitos a um período transitório de isquemia ocular e, após recuperação, voltaram a beber cafeína.

As análises mostraram que “a cafeína controla a reatividade das células da microglia de forma a conferir proteção à retina, quando comparado com animais que bebiam água (animais controlo)”, acrescenta a UC.

“Nas primeiras 24 horas assistiu-se a uma ativação exacerbada das células da microglia, indicando que, de alguma forma, a cafeína estava a promover um ambiente pró-inflamatório para depois garantir proteção e travar a progressão da doença”, refere a coordenadora do estudo, citada pela UC.

Perante estes resultados, e sabendo que a cafeína é um antagonista dos recetores de adenosina (envolvidos na comunicação do sistema nervoso central), a segunda fase do estudo centrou-se em testar o potencial terapêutico de um fármaco, a istradefilina, no controlo do ambiente inflamatório após um episódio isquémico da retina.

Trata-se de um fármaco capaz de bloquear a ação dos recetores A2A de adenosina e que tem sido avaliado em outras doenças neurodegenerativas. “Neste grupo de experiências, observou-se que a administração de istradefilina diminui a reatividade das células da microglia, atenuando o ambiente pró-inflamatório e o dano causado pela isquemia transiente”, descreve Ana Raquel Santiago.

Este fármaco foi testado pela primeira vez na retina, tendo sido administrado após o insulto isquémico da retina.

Os resultados da investigação abrem portas para “a identificação de novos fármacos que possam tratar ou atenuar as alterações visuais inerentes a estas doenças”, sustenta a investigadora.

“Os recetores A2A de adenosina podem vir a ser um alvo interessante para travar a perda de visão causada por doenças como o glaucoma ou a retinopatia diabética, duas das principais causas de cegueira a nível mundial”, salienta ainda Ana Raquel Santiago.

Atualmente, “não há cura para estas doenças e os tratamentos disponíveis não são eficazes, sendo crucial identificar novas estratégias terapêuticas”, conclui.

Desenvolvido ao longo de três anos, o estudo foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pela empresa Manuel Rui Azinhais Nabeiro.

Em grandes cidades
Os hospitais privados de grandes cidades como Lisboa e Porto estarão já a ter tantos nascimentos como as unidades públicas, o...

O colégio de ginecologia e obstetrícia da Ordem dos Médicos refere que os dados ainda carecem de confirmação oficial, mas que tudo indica que no ano passado as unidades privadas de Lisboa tenham tido um número de nascimentos igual ou idêntico aos hospitais públicos. A situação será também idêntica no Porto.

Em declarações, o presidente do colégio, João Bernardes, considera que este pode ser um sinal da pressão ou desgaste dos serviços públicos.

“Havendo uma diminuição de nascimentos [pelo menos em 2017] e um aumento de nascimentos no privado, parece que o público está de facto com uma pressão muito grande”, disse.

O especialista adverte que as equipas de obstetrícia no Serviço Nacional de Saúde estão muitas vezes "a trabalhar no limite" em termos de recursos humanos, situação que pode facilmente agudizar-se num hospital e contagiar outras unidades.

Isto porque, lembra João Bernardes, quando um hospital tem falhas na dotação das equipas tem de transferir as grávidas, desencadeando pressão noutras unidades.

Esta situação ficou patente no verão, durante o protesto dos enfermeiros especialistas em saúde materna, que deixaram de exercer as funções especializadas pelas quais não recebiam acréscimo de remuneração.

O hospital Santa Maria, por exemplo, já assumiu a carência de enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia, não só porque houve profissionais que foram para o privado, mas também porque outros preferiram ir trabalhar para os cuidados de saúde primários.

Contudo, o presidente do colégio da especialidade admite que possam ocorrer problemas idênticos noutras unidades.

João Bernardes refere que as equipas dos hospitais têm dotações de profissionais definidas, que estão no momento a "trabalhar no limite, sem folga nenhuma".

"Temos que, junto das hierarquias e da tutela, alertar para que se resolvam os problemas porque rapidamente se pode transformar num problema maior", afirmou.

João Goulão
Os “largos milhares” de dependentes de heroína que começaram a consumir nos anos 80 e 90 colocam “novos desafios” ao sistema,...

“Felizmente contribuímos para que se mantivessem vivos e não fossem ficando pelo caminho, mas estão a envelhecer e a precisar de cuidados”, adiantou João Goulão, que falava a propósito dos seis anos da criação do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).

Para João Goulão, “os dependentes clássicos, os heroinómanos dos anos 80 e 90, que hoje estão com 50, 60, 70 anos, com as consequências do seu consumo a fazerem o seu percurso”, em termos de saúde mental e física representam “um desafio importante” na área de intervenção das toxicodependências.

Apesar de já não haver a perspetiva que existia “há 20 ou 30 anos” de poder contribuir para a sua plena integração na sociedade, “temos pelo menos a responsabilidade de os acompanhar enquanto envelhecem e de lhes facultar acesso a cuidados de saúde e às necessidades básicas”.

Segundo João Goulão, esta situação ainda afeta “largos milhares de cidadãos”, um número que se acentuou durante a crise.

“Nos anos mais agudos da crise económica e social que enfrentámos houve muitas recaídas dessas pessoas particularmente vulneráveis e que são, de facto, ainda numerosas”, frisou.

Questionado sobre a importância das terapêuticas de substituição, como a metadona ou buprenorfina, o responsável disse que foram fundamentais para que “as pessoas se pudessem equilibrar” e para travar “a epidemia da sida e as hepatites” e a “mortandade causada por overdoses”.

“A metadona foi um instrumento fundamental no contexto das nossas políticas”, disse, sublinhando que os “indicadores de saúde melhoraram estrondosamente com esta possibilidade a par de outras medidas, como a troca de seringas”.

Diariamente, cerca de 15 mil toxicodependentes tomam metadona nos centros de tratamento nacionais e cerca 2.500 noutros locais, como nas carrinhas, no âmbito da política de redução de danos que está em vigor em Portugal.

Segundo João Goulão, o número de utentes que acede a estas respostas está estabilizado: “Não há muitos novos utentes a entrar, pelo menos consumidores recentes de opiáceos”.

Mas o envelhecimento da população toxicodependente não é o único desafio na área de intervenção do SICAD, conforme disse João Goulão, lembrando que se está a lidar com um fenómeno em permanente mutação.

“Os grandes desafios” prendem-se com as questões ligadas ao abuso do álcool, ao abuso de medicamentos, de anabolizantes, a comportamentos aditivos sem substância, como o jogo, e “num futuro próximo” a dependência do ecrã (videojogos, redes sociais).

O uso da canábis também constitui um grande desafio: “Estamos em plena discussão da possibilidade de ser aprovado o seu uso terapêutico, que me parece perfeitamente pacífico, mas por outro lado há uma enorme complacência social relativamente ao uso recreativo de canábis e isso é uma área de difícil atuação”

Neste momento entre os consumidores de substâncias ilícitas, os de canábis são os que tem “mais peso nos pedidos de ajuda” que aparecem nas unidades dedicadas a esta área, realçou.

Outro fenómeno que também merece atenção é as centenas de novas substâncias psicoativas que “todos os dias aparecem no mercado” e sobre as quais, em muitos casos, “se sabe pouco e há muita dificuldade em intervir”.

“É, felizmente, um fenómeno que ainda não tem um peso muito grande na sociedade portuguesa, mas podemos antecipar que pode aumentar”, frisou.

Portugal não é afetado
A multinacional francesa Lactalis vai retirar do mercado mais de 12 milhões de latas de leite em pó para bebés, de 83 países,...

Em entrevista ao Journal du dimanche, o diretor-geral da Lactalis, Emmanuel Besnier, afirmou que a operação implicará a retirada da totalidade do produto, mais de 12 milhões de latas de leite, e há o compromisso de atribuição de indemnizações às famílias prejudicadas.

A decisão envolverá 83 países, mas Portugal não é afetado, porque os pacotes de leite em causa não são comercializados no mercado nacional.

A megaoperação da empresa foi tomada pela empresa depois de uma reunião de Emmaniel Besnier com o ministro da Economia, Bruno Le Maire.

De acordo com o balanço mais recente, 35 crianças foram diagnosticadas em França com a bactéria salmonela depois de terem consumido um leite produzido pela Lactalis.

A bactéria salmonela causam intoxicações alimentares, além de gastroenterite benigna e outras infeções mais graves.

São particularmente perigosas em crianças pequenas, pessoas idosas ou com sistema imunitário débil.

Em dezembro, a empresa já tinha procedido à retirada de vários lotes de leite em pó e na altura a direção de comunicação do grupo Lactalis disse que os pacotes em causa não são comercializados em Portugal.

Ministro da Agricultura
O ministro da Agricultura Capoulas Santos considerou "impressionante" a capacidade de reprodução da vespa asiática em...

"Efetivamente tem havido uma expansão, apesar de todo o esforço que tem vindo a ser feito para identificar e destruir os ninhos de vespa asiática. A sua capacidade de reprodução, pela ausência de predadores, tem sido de facto impressionante", disse Capoulas Santos em Vila Nova de Poiares, distrito de Coimbra.

Em declarações à margem da sessão comemorativa do 120º aniversário da restauração definitiva do concelho de Vila Nova de Poiares, o titular da pasta da Agricultura lembrou que o Governo está a "reequacionar" o programa de combate à vespa asiática com base numa comissão de acompanhamento que vai avaliar a estratégia para fazer face a esta espécie invasora, avistada já em 12 distritos, apesar das tentativas de controlo dos últimos dois anos.

A vespa velutina é uma espécie asiática com uma área de distribuição natural pelas regiões tropicais e subtropicais do norte da Índia ao leste da China, Indochina e ao arquipélago da Indonésia, sendo a sua existência reportada desde 2011 na região norte de Portugal.

Os principais efeitos da presença desta espécie não indígena manifestam-se não só na apicultura, por se tratar de uma espécie carnívora e predadora das abelhas, mas também para a saúde pública, porque, embora não sendo mais agressivas do que a espécie europeia, reagem de modo muito agressivo se sentirem os ninhos ameaçados, podendo fazer perseguições até algumas centenas de metros.

"É uma ameaça à nossa biodiversidade, em particular para as abelhas melíferas, que têm um papel importantíssimo na polinização. Teremos de levar mais longe o esforço, juntamente com a Proteção Civil e as autarquias, para identificar e destruir esta praga que infelizmente nos atingiu", frisou Capoulas Santos.

O ministro da Agricultura avisou, no entanto, que a identificação e destruição de ninhos da vespa asiática "é uma atividade perigosa", não só pelas características da espécie, como pelos ninhos estarem localizados, "muitas vezes, em árvores de grande altura".

"E a sua manipulação e destruição implica meios, muitas vezes dispendiosos, para os quais é necessário dar resposta. Temos de nos mobilizar, ministério da Agricultura, autarquias, organizações da sociedade civil, Proteção Civil por forma a tentar suster esta praga que nos atingiu há seis ou sete anos atrás e que não tem parado de progredir no nosso território", argumentou Capoulas Santos.

Um despacho publicado em Diário da república a 06 de outubro de 2017 criou a comissão de acompanhamento da vespa asiática refletindo o objetivo do Ministério da Agricultura, liderado por Luís Capoulas Santos, de obter uma avaliação da estratégia de combate a esta espécie invasora.

A comissão é presidida em conjunto por representantes da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), integrando elementos das várias direções regionais de agricultura, do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Direção-Geral de Saúde, Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente (GNR-SEPNA), Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP) e associações dos municípios (ANMP) e das Freguesias (ANAFRE).

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