Hipertensão
De acordo com a Fundação Portuguesa de Cardiologia existem, em Portugal, cerca de dois milhões de hi

A Hipertensão arterial é uma síndrome metabólica caracterizada pelo aumento dos valores tensionais do sangue. Habitualmente acompanhada por outras alterações como a obesidade, ela é considerada como uma das principais causas de morte, em todo o mundo, uma vez que é responsável por aumentar o risco de doenças cardiovasculares.

A hipertensão pode ser dividida em três estágios, definidos pelos níveis da pressão arterial, podendo, de acordo com os mesmos, o risco de morte cardiovascular ser classificado como moderado, alto ou muito alto.

De acordo com a Fundação Portuguesa de Cardiologia, “a pressão arterial é quantificada através de dois números. O primeiro e mais elevado diz respeito à pressão que o sangue exerce nas paredes das artérias quando o coração está a bombear sangue”. Este valor designa a pressão arterial sistólica, vulgarmente conhecida por “máxima”.

“O segundo número indica-nos a pressão que o sangue exerce nas artérias quando o coração está relaxado”, pode ler-se. Também conhecida como “mínima”, corresponde à pressão arterial diastólica.

A pressão arterial ideal deve ser inferior a 120/80, pelo que acima destes valores aumenta o risco de doença coronária ou acidente vascular cerebral.

Alguns estudos sugerem que a hipertensão seja, em 90 por cento dos casos hereditária. Outros apontam outras causas ou doenças que a condicionem.

No entanto, há vários fatores que influenciam os níveis da pressão arterial.  

O consumo excessivo de sal ou as bebidas alcoólicas estão na lista do que deve evitar para se manter saudável.

Por outro lado, segundo a Fundação Portuguesa de Cardiologia, a prática de exercício físico regular pode ajudar no controlo destes valores, contribuindo, em muitos casos, para uma descida significativa dos níveis de tensão.

Além destes fatores de risco, sabe-se que a incidência da hipertensão aumenta com a idade. Com o passar do tempo nossas artérias começam a ficar envelhecidas, calcificadas, perdendo a capacidade de dilatar – designando-se de vasos menos complacentes.

Estima-se que cerca de 70 por cento dos adultos acima dos 50 ou 60 anos sofram de hipertensão.

Apesar de não ter cura, a doença pode ser controlada com a ajuda de um regime alimentar equilibrado, pobre em gordura e sal, amigo do seu coração.

Alimentos que combatem a hipertensão

Aveia – sendo uma excelente fonte de fibras, minerais e vitaminas, a aveia atua no controlo da glicose sanguínea;

Noz e Amêndoa – ricas em magnésio, que funciona com um vasodilator que melhora a pressão arterial, apresentam ainda na sua composição vitamina E - um antioxidante natural que ajuda no combate ao envelhecimento precoce e na prevenção das doenças cardiovasculares;

Alho – rico em vitamina C é responsável por diminuir a ação dos radicais livres, responsáveis pelo aparecimento de doenças cardíacas;

Leite e derivados – o cálcio, presente nestes alimentos, funciona como hipotensor, atuando na diminuição da pressão sanguínea, uma vez que estimula a eliminação de sódio;

Cereais integrais – previnem o aparecimento de diabetes, cancro e ajudam na manutenção do peso e no combate à hipertensão. Ricos em magnésio, estimulam a dilatação dos vasos sanguíneos;

Alimentos ricos em ómega 3 – os ácidos gordos presentes em alimentos como salmão, atum, sardinha, azeite ou linhaça são indicados para os hipertensos. Vários estudos comprovam que a ingestão de ómega 3 está intimamente ligada à diminuição da vasoconstrição e ao aumento da vasodilatação;

Alimentos ricos em potássio – Cenoura, feijão preto, abóbora, laranja ou banana constam da lista de alimentos recomendados no combate à hipertensão. O potássio é estimula a eliminação do sódio do organismo, responsável pela retenção de líquidos e do consequente aumento da tensão arterial. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
No distrito de Coimbra
Um teste de saúde desenvolvido por uma empresa do distrito de Coimbra pode avaliar o risco genético cardiovascular de uma...

O dispositivo médico já está certificado e vai ser aplicado num estudo, que envolve 500 pessoas, em parceria com os serviços de cardiologia A e B do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

"O teste genético é um apoio muito grande ao diagnóstico, nomeadamente nos casos de doentes de risco intermédio, já com história familiar de hipertensão e que estão próximo dos valores limites, mas que ainda não podem ser considerados hipertensos", explicou à agência Lusa a investigadora Ana Teresa Freitas.

A diretora executiva da empresa portuguesa HeartGenetics, sediada no parque de biotecnologia Biocant, em Cantanhede, considera que o teste pode ser muito vantajoso para o doente, por permitir o correto acompanhamento médico antes de se entrar "num estado de não retorno".

"A hipertensão resulta da degradação dos vasos sanguíneos e se já estiver instalada não há forma de voltar atrás, a não ser controlar com medicação. Mas se for diagnosticada antecipadamente, os profissionais de saúde podem atuar antes dos vasos sanguíneos estarem degradados", salientou Ana Teresa Freitas.

A investigadora acrescenta ainda que o teste genético pode contribuir para o controle do doente antes de se tornar hipertenso "e para que nunca desenvolva a doença, proporcionando uma redução de custos brutal para o Serviço Nacional de Saúde".

Salientando que a hipertensão arterial é um problema de saúde pública a nível mundial, Ana Teresa Freitas frisa também que o conhecimento do perfil de risco genético poderá "levar à adoção de estilos de vida mais saudáveis".

Segundo a diretora executiva da HeartGenetics, o teste foi desenvolvido entre 2013 e 2014 e obteve o certificado de dispositivo médico em 2015, podendo vir a ser comercializado em Itália, Alemanha e Brasil, após os testes que se vão realizar nos próximos meses.

Em Portugal, o dispositivo vai ser testado nos próximos 18 meses em 500 pessoas indicadas pelos serviços de cardiologia A e B dos CHUC.

Num homem de 64 anos
Um homem de 64 anos que perdeu a maior parte do pénis devido a cancro está a recuperar bem depois de ter sido submetido à...

A operação de 15 horas ocorreu no início deste mês no Massachusetts General Hospital, em Boston, e é a terceira do género efetuada em todo o mundo.

“O doente, Thomas Manning, de 64 anos, de Halifax, Massachusetts, continua a recuperar bem, com a circulação sanguínea restabelecida no órgão doado e sem sinais de hemorragia, rejeição ou infeção”, indicou o hospital em comunicado.

“Apesar de o doente se encontrar ainda numa fase inicial do processo de cicatrização pós-cirúrgico, os seus médicos afirmam estar cautelosamente otimistas de que ele recuperará a função perdida em 2012”, acrescenta-se na nota divulgada.

O pénis veio de um dador morto cujos tipo de sangue e cor de pele eram compatíveis com os de Manning.

Manning expressou gratidão ao dador e respetiva família, que solicitou o anonimato, e disse que queria divulgar a sua história para acabar com a vergonha e o estigma associados à perda do pénis.

“Ao partilhar este êxito com todos vós, é minha esperança que possamos inaugurar um futuro brilhante para este tipo de transplante”, disse Manning em comunicado.

Os médicos do Massachusetts General Hospital estão a trabalhar no procedimento há mais de três anos, inclusive praticando em cadáveres, com o objetivo de aperfeiçoarem a técnica antes de a disponibilizarem a um número maior de candidatos, particularmente soldados que sofreram danos ou mutilação genital em cenários de guerra.

Numa entrevista ao New York Times, Manning relatou que os médicos lhe diagnosticaram uma forma rara de cancro no pénis em 2012. Depois de removido o tumor, ficou com um coto com cerca de 2,5 centímetros.

Manning, que era solteiro quando o diagnóstico lhe foi feito, tinha de se sentar para urinar e temia a intimidade com as mulheres.

“Não me aproximava de ninguém, não conseguia ter uma relação com ninguém. Não se pode dizer a uma mulher: ‘Amputaram-me o pénis’”, observou.

Os três principais objetivos da operação eram devolver ao órgão genital uma aparência mais natural, permitir ao doente urinar normalmente e, potencialmente, obter funcionalidade sexual.

“Temos esperança de que estas técnicas reconstrutivas nos permitam aliviar o sofrimento e desespero daqueles que passaram pela devastadora experiência de lesões do trato genital e urinário e que estão, muitas vezes, tão desanimados que consideram acabar com a própria vida”, disse o médico Curtis Cetrulo, do Centro de Transplantes e do Departamento de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva do Massachusetts General Hospital.

O primeiro transplante peniano do mundo foi feito na China em 2006, mas foi posteriormente removido devido a “um grave problema psicológico do recetor e da sua mulher”, indicaram os médicos.

Foi na África do Sul que foi anunciado, no ano passado, o primeiro transplante bem-sucedido. O órgão doado foi reimplantado num jovem de 21 anos que havia perdido o pénis numa circuncisão mal feita.

Ordem dos Médicos do Centro
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos apresentou em Coimbra o Gabinete de Apoio aos Médicos Portugueses no...

O gabinete tem como principais áreas de atuação o fomento de um "regresso mais facilitado" aos profissionais residentes no estrangeiro, o fornecimento de informação necessária para médicos que decidem emigrar e o aprofundamento da ligação com médicos que trabalham no estrangeiro (com permanente envio de informação), disse o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes.

O projeto pioneiro a nível nacional arrancou devido à "nova realidade" da emigração médica, explicou Carlos Cortes, sublinhando que nos últimos três anos emigraram cerca de 1.300 profissionais, 52% dos quais com menos de 35 anos e 65% sem especialidade médica.

O presidente da SRCOM defendeu que o Ministério da Saúde, a par de "tentar criar iniciativas para regresso dos médicos aposentados", deveria também incentivar o retorno dos médicos residentes no estrangeiro.

Neste momento, "muitos dos concursos são fechados" e torna mais difícil o regresso de médicos emigrados, sendo necessário o executivo "aproveitar esta vontade" dos profissionais e "fomentar uma autoestrada de regresso" aos clínicos.

Face à falta de "médicos em algumas áreas e especialidades", o Ministério da Saúde poderia aproveitar a "bolsa considerável" de clínicos portugueses no estrangeiro para colmatar as dificuldades de recursos humanos.

Segundo Carlos Cortes, de momento, "os médicos saem e têm sido esquecidos".

Para o dirigente da Ordem dos Médicos, o gabinete também terá uma vertente de ação política "para sensibilizar para esta realidade", ao mesmo tempo que irá elaborar um "guia de regresso ao médico no estrangeiro".

"Nós queremos continuar a estar a par daquilo que acontece no nosso país de origem. Há uma necessidade grande de manter esta ligação com o nosso país", sublinhou Alberto Pais, especialista em Medicina Geral e Familiar, atualmente a exercer em França.

Para além da necessidade de ligação ao país, a vontade de retorno é algo que está "sempre no horizonte", frisou o jovem médico, defendendo "mais instrumentos de mobilidade" para facilitar o retorno ao país.

Em 2015, segundo dados da Ordem dos Médicos, emigraram 475 profissionais e 374 em 2014. Dos 475 médicos emigrados no ano passado, 51 estavam inscritos na SRCOM.

Organização Mundial de Saúde
A Organização Mundial de Saúde apresentou diversas diretrizes para o tratamento das sequelas da mutilação genital feminina ou...

Pela primeira vez foram elaboradas indicações dirigidas às mulheres afetadas por esta mutilação, à qual são expostas anualmente cerca de três milhões de mulheres e crianças.

A mutilação genital feminina ou ablação implica a eliminação parcial ou total dos órgãos genitais externos das mulheres, que provocar dor, perda de sangue, e que pode provocar a morte.

No caso da mutilação conhecida por infibulação, são secionadas diversas partes dos órgãos genitais e também se cosem os lábios vaginais, pelo que se deixa apenas uma abertura para urina e o sangue menstrual, o que pode provocar a morte durante o parto, incluindo para os bebés, que podem ficar bloqueados.

A longo prazo as mulheres podem sofrer disfunção sexual, infeções urinárias ou problemas psicológicos como depressão, ansiedade ou síndroma pós-traumático.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) refere-se a um problema de saúde global, com especial incidência em 30 países de África e alguns da Ásia, mas com casos cada vez mais frequente em países da Europa e América do Norte devido à imigração.

Doris Chou, perita do departamento de Saúde reprodutiva e investigação da OMS reiterou em declarações à agência noticiosa Efe a importância do pessoal médico para a erradicação desta prática, sobretudo após os casos cada vez mais comuns de envolvimento médico na ablação.

“As próprias famílias apercebem-se das complicações que podem ocorrer no decurso da mutilação, e recorrem ao pessoal médico mais próximo pedindo-lhes que a efetuem”, assinalou.

Em Portugal
A ministra da Justiça anunciou a intenção de criminalizar atividades que atualmente são meras infrações contraordenacionais,...

Na cerimónia de abertura da conferência sobre “Fraude na Saúde”, que decorre em Lisboa, Francisca Van Dunem explicou que esta tipificação de novos crimes acontecerá no seguimento da assinatura por Portugal da Convenção do Conselho da Europa (medicrime) sobre contrafação de produtos medicamentosos e crimes similares.

“Mas não chega dotar o ordenamento jurídico de instrumentos punitivos. É necessário adotar uma atitude vigilante e proativa na prevenção desta criminalidade que se socorre de meios e métodos cada mais sofisticados”, disse a ministra.

Segundo afirmou, “a saúde é hoje um relevante mercado para o crime, do crime pouco organizado à escala doméstica, à grande criminalidade transnacional”.

“Os sistemas de saúde são territórios cada vez menos imunes aos comportamentos desviantes de um conjunto muito diversificado de atores”, disse, acrescentando que “a intensidade e proximidade das relações” entre várias entidades “podem gerar caldos de cultura potenciadores da prática de crimes diversos, nomeadamente corrupção ativa e passiva, burla e falsificação de documentos”.

Sem avançar números concretos sobre o impacto da fraude no Serviço Nacional de Saúde (SNS), a ministra recordou estimativas mundiais que apontam para dez por cento do seu custo total.

Aos jornalistas, Francisca Van Dunem especificou que nos anos de 2013 e 2014 existiram processos de fraude na saúde, alguns deles ainda em julgamento, que atingiram os 100 milhões de euros.

Presente nesta conferência, o ministro da Saúde apresentou o setor da saúde como “apetecível” para os que procuram o lucro fácil.

Entre as várias medidas com que Adalberto Campos Fernandes conta combater a fraude no setor que dirige está a introdução de códigos nos medicamentos e em outros produtos similares.

Além da prescrição eletrónica, o Ministério da Saúde aposta ainda no controlo dos utentes sobre os gastos que efetuaram no e ao SNS, de forma a estes saberem se alguém anda a apresentar faturas em seu nome.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Quase todas as regiões do país apresentam hoje risco ‘Muito Alto’ de exposição à radiação ultravioleta (UV), informou o...

De acordo com o instituto, em risco ‘Muito Alto’ de exposição à radiação UV estão as regiões de Bragança, Faro, Guarda, Sagres, Viseu, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Lisboa, Penhas Douradas, Porto, Portalegre, Santarém, Setúbal, Sines, Viana do Castelo, Vila Real, Santa Cruz das Flores, Horta, Angra do Heroísmo e Ponta Delgada.

A exceção, segundo o IPMA, vai para Leiria, Funchal e Porto Santo que hoje apresenta risco ‘Alto’.

Para as regiões com níveis 'Muito Alto', o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de aconselhar que seja evitada a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 02, em que o UV é 'Baixo', 03 a 05 ('Moderado'), 06 a 07 ('Alto'), 08 a 10 ('Muito Alto') e superior a 11 ('Extremo').

Quanto ao estado do tempo, o instituto prevê para hoje no continente céu pouco nublado, apresentando-se geralmente muito nublado no litoral a norte do cabo Raso até final da manhã, e aumentando temporariamente de nebulosidade durante a tarde em especial nas regiões do interior.

A previsão aponta também para vento em geral fraco do quadrante norte, soprando moderado, de noroeste no litoral oeste a sul do cabo Mondego, em especial durante a tarde, e de nordeste nas terras altas até ao início da manhã, neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais e pequena subida de temperatura.

Na Madeira prevê-se céu geralmente muito nublado e vento moderado a forte de nordeste, tornando-se forte com rajadas até 80 quilómetros por hora nas zonas montanhosas a partir da tarde.

Para os Açores a previsão aponta para períodos de céu muito nublado, especialmente por nuvens altas, com boas abertas e vento oeste moderado

Quanto às temperaturas, em Lisboa vão variar entre 13 e 24 graus Celsius, no Porto entre 11 e 19, em Vila Real entre e Viseu 10 e 23, em Bragança entre 09 e 22, na Guarda entre 08 e 19, em Castelo Branco entre 13 e 25, em Coimbra entre 12 e 23, em Santarém entre 12 e 26, em Évora entre 11 e 28, em Beja entre 11 e 26, em Faro entre 17 e 24, no Funchal entre 16 e 21, em Ponta Delgada e na Horta entre 15 e 20 e em Santa Cruz das Flores entre 16 e 20.

Até junho
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, defendeu a necessidade de incentivar os médicos a trabalhar no interior,...

“Estamos a preparar legislação que visa dar um impulso maior” à fixação destes profissionais de saúde em concelhos do interior de Portugal, declarou Adalberto Campos Fernandes, na Pampilhosa da Serra.

O ministro da Saúde falava aos jornalistas, no final da cerimónia de inauguração do novo Centro de Saúde desta vila do distrito de Coimbra, um equipamento a funcionar desde abril e que custou cerca de um milhão de euros, concebido para prestar cuidados de saúde a quase 4.000 utentes.

Realçando que “é sobretudo na profissão médica que as dificuldades se põem mais”, disse que o Ministério da Saúde está “neste momento a preparar instrumentos legislativos” destinados a “criar condições para que os jovens médicos”, no início da carreira, possam fixar-se nos chamados territórios de baixa demográfica.

“Nós contamos, até ao fim do primeiro semestre, ter esse procedimento legislativo levantado”, o qual abrangerá também “médicos mais velhos, que estejam em atividade”, e que “em regime de mobilidade parcial ou temporária possam durante algum tempo” desenvolver a sua atividade no interior.

O problema, segundo o ministro da Saúde, “não é apenas muitas vezes uma questão de natureza remuneratória, que também conta”, mas antes um problema relacionado com “apoios de condição local, aos filhos e à família”.

“No interior, há boas condições de vida e trabalho, há também condições para que os médicos possam considerar essa realidade”, sublinhou Adalberto Campos Fernandes.

Financiada em 85% por fundos europeus, através do programa Mais Centro, a construção do Centro de Saúde foi da responsabilidade da Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra, presidida pelo social-democrata José Brito, que disponibilizou o terreno na urbanização da Quinta de São Martinho, junto à Escola Secundária, e assumiu os restantes 15% dos encargos com as obras.

O montante de um milhão de euros investido abrange a empreitada de construção e a aquisição dos novos equipamentos.

No âmbito de um protocolo celebrado com a Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, este organismo do Estado presidido pelo médico José Tereso pagou 15% das despesas com equipamento, tendo cabido 85% ao Mais Centro.

O Centro de Saúde da Pampilhosa da Serra, que pertence ao Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte, tem 3.758 utentes, quatro médicos, cinco enfermeiros e sete assistentes técnicos.

A unidade integra as extensões de Dornelas do Zêzere e Unhais-o-Velho.

Os trabalhos de construção do edifício arrancaram em agosto de 2014 e terminaram em dezembro de 2015.

Ministro da Saúde
O Governo quer criar este ano 30 novas unidades de saúde familiar do tipo A e migrar para o tipo B, ultrapassando a média da...

“Dentro do rigor orçamental a que estamos obrigados e de que não iremos abdicar, conseguimos suscitar o desafio de, em relação às USF tipo A, pelo menos 30 possam ser criadas no segundo semestre e em relação à migração do tipo A para B possamos ir até 25, ultrapassando o que foi a média da última legislatura”, afirmou.

Adalberto Campos Fernandes falava em Aveiro no encerramento do 8.º Encontro Nacional das Unidades de Saúde Familiar, antevendo que 2016 será “um bom ano para os cuidados primários de saúde em Portugal” e de “recuperação do tempo perdido” em infraestruturas e dotação de meios humanos.

“Estamos com o maior programa de renovação de equipamentos, com novos centros de saúde de que temos vindo a assinar os protocolos com as autarquias, mas também naquilo que diz respeito ao capital humano. Vamos ter em junho uma das maiores colocações de jovens médicos de família e também os aposentados estão a manifestar a vontade de voltar ao sistema”, salientou o ministro.

Em relação aos primeiros, Adalberto Campos Fernandes explicou que, com a eliminação da “anacrónica” prova de entrevista, será possível antecipar em três meses a sua colocação.

O titular da pasta da Saúde disse acreditar que no segundo semestre deste ano estarão reunidas as condições para “uma grande recuperação do número de portugueses que ainda não têm médico de família e com isso aliviar a procura dos hospitais, com mais proximidade, mais segurança e mais qualidade”.

O ministro aproveitou para anunciar que “acaba este mês” o sistema de encaminhamento obrigatório de doentes que vigorava, passando a haver “livre acesso e circulação” dentro do Serviço Nacional de Saúde, em que caberá aos médicos de família a decisão de colocar os doentes onde entenderem ser mais conveniente.

Falando para uma plateia numerosa de profissionais de saúde, Adalberto Campos Fernandes apelou à “compreensão e construção de um diálogo social” para promover as mudanças necessárias no Sistema Nacional de Saúde: “Não conseguimos num ano recompor o que foi estragado em cinco ou seis”.

Exortou também os profissionais à colaboração na internalização no SNS de serviços prestados externamente, em interligação com os hospitais, que “representam quase mil milhões de euros” dos gastos na saúde.

“Há muitas rendas excessivas e nada melhor do que os médicos e enfermeiros para nos ajudar a cortar no desperdício”, comentou.

As Unidades de Saúde Familiar (USF) são pequenas unidades dos Centros de Saúde com autonomia funcional e técnica, que visam garantir aos cidadãos inscritos uma carteira básica de serviços.

"Nem todas as USF estarão no mesmo plano de desenvolvimento organizacional. A diferenciação entre os vários modelos de USF (A e B) é resultante do grau de autonomia organizacional e da diferenciação do modelo retributivo e de incentivos dos profissionais", segundo o site da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que “o que está em causa" com a nova tabela da ADSE “não se aplica”...

Em declarações, à margem do encerramento do 8.º Encontro Nacional das Unidades de Saúde Familiar, o ministro afirmou “distinguir bem o tipo de reações” das ordens profissionais e sindicatos, com quem pretende manter diálogo.

“A responsabilidade da ADSE é garantir a defesa dos beneficiários e não garantir que está ao serviço de benefícios e rendas inapropriados. Não podemos acompanhar reações que são de outro tipo. Há demasiado tempo que a ADSE gasta mal dinheiro que devia gastar bem a cuidar de quem está doente e precisa”, disse Adalberto Campos Fernandes.

O ministro atribuiu a “um mal entendido” a reação da Ordem dos Médicos Dentistas que exigiu a suspensão da nova tabela e revelou ter dado instruções ao diretor geral da ADSE para reunir com o respetivo bastonário “para esclarecer que o que está em causa não se aplica à tabela dos médicos dentistas”.

A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) anunciou sexta-feira que iria exigir ao Ministério da Saúde o adiamento da entrada em vigor da nova tabela da ADSE, previsto para 1 de junho, “face às omissões e restrições”.

“A manter-se esta tabela, a OMD usará de todos os meios legais ao seu dispor para fazer valer as prerrogativas legais aplicáveis ao exercício da profissão”, anunciou a OMD, cujo bastonário, Orlando Monteiro da Silva, considerou “estranha” a situação, já que tinha sido criado um grupo de trabalho com a ADSE para proceder à “revisão da tabela”.

Por seu turno a presidente do Sindicatos dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Helena Rodrigues, manifestou “profunda estupefação” com as anunciadas alterações nas tabelas da ADSE, porque “nada foi negociado com as organizações que representam trabalhadores e aposentados”.

A ADSE anunciou que, a partir de junho, tem uma nova tabela, que se traduz numa redução de quatro milhões de euros para este subsistema de saúde da função pública e de um milhão para os beneficiários e refere que, com estas alterações, é reforçada "a sustentabilidade da ADSE" e dado aos beneficiários "uma proteção e uma salvaguarda acrescida, pela fixação prévia do preço do respetivo procedimento cirúrgico”.

Encontradas no Rio Ave
O ministro do Ambiente garantiu que está a acompanhar o aparecimento de quatro estirpes de bactérias multirresistentes no Rio...

“Estamos a acompanhar, a perceber o que de facto está a acontecer e quais são as origens dessas mesmas bactérias”, declarou aos jornalistas o ministro João Matos Fernandes, à margem de uma visita que realizou hoje de manhã ao evento Bioblitz, uma inventariação relâmpago da fauna e da flora na Fundação de Serralves (Porto).

Em abril, a Lusa avançava que um estudo científico do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, em parceria Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e a Universidade de Friburgo na Suíça, isolaram quatro estirpes de bactérias na água do Rio Ave, todas 'Escherichia coli', com grande capacidade de resistência aos antibióticos, incluindo aqueles que se usam exclusivamente nos hospitais para tratamento de infeções graves (carbapenemos).

Em 2010, o mesmo grupo de investigação isolou no rio Ave uma estirpe portadora dos genes de resistência que viriam a ser identificados na “Klebsiella pneumoniae”, que causou o surto de infeção hospitalar de Vila Nova de Gaia.

O ministro do Ambiente saudou os estudos científicos universitários e defendeu que o padrão de análises às águas dos rios devem ser sistematicamente melhorados.

“É sem dúvida muito saudável que organizações universitárias sejam ainda mais exigentes nas análises que são feitas e encontrem bactérias como estas que foram encontradas, que são sem dúvida de preocupação para nós, e a certeza de que aquilo que é o padrão comum analítico que é feito nas águas do rio têm de ser sistematicamente aperfeiçoado”, declarou.

O ministro do Ambiente adiantou ainda que o seu Ministério não tem conhecimento do aparecimento de bactérias multirresistentes noutros rios em Portugal.

“Não temos conhecimento, porque, repito, naquilo que são as análises feitas à qualidade da água, que são feitas pelos organismos do Ministério do Ambiente, dentro de um padrão definido pela Organização Mundial de Saúde”.

João Matos Fernandes disse que o caminho deve ser o de acompanhar a ciência, que “nos vai dando provas inequívocas daquilo que são novas preocupações e novos cuidados a ter” e “com certeza que os poderes públicos acompanham esse mesmo novo conhecimento que a ciência nos traz”.

O ministro do Ambiente afirmou que o caso está a ser acompanhado através da Administração da Região Hidrográfica do Norte (ARH-Norte).

Estudo
Os portugueses com maus hábitos alimentares são os que mais revelam sintomas depressivos e também os que fumam e bebem com mais...

O projeto Saúde.come aplicou inquéritos a cerca de 10 mil portugueses representativos da população e analisou como os padrões alimentares se relacionam com fatores como a idade, a escolaridade ou a situação profissional.

Segundo Helena Canhão, investigadora principal do estudo, foram ainda aplicados questionários para avaliar sintomas depressivos e de ansiedade.

Trata-se de um inquérito padrão, com uma escala validade, com 14 perguntas que permitem aferir uma pontuação indicativa de sintomas de ansiedade e depressão. Não se trata de um diagnóstico, mas apenas da determinação da existência de sinais ou sintomas.

“Há uma associação entre os padrões alimentares e a existência de sintomas depressivos, independentemente do sexo ou da idade. Há mesmo uma associação entre um padrão com maus hábitos alimentares e uma pontuação alta nos sintomas depressivos”, referiu Helena Canhão.

A investigadora avisa que não se trata de estabelecer uma causa/efeito: “Não podemos dizer o que começou antes. Se uma pessoa, por estar deprimida, come pior, ou o que causa ou o que esteve por trás disso. Temos de explorar melhorar, de estudar melhor este aspeto”.

O projeto Saúde.come identificou hábitos alimentares e estilos de vida na população portuguesa, concluindo que mais de 52% dos inquiridos têm excesso de peso.

O Alentejo e a Região Autónoma dos Açores mostraram-se as zonas mais problemáticas, com 60% da população com peso a mais.

“Julgamos que temos uma dieta mediterrânea e que em Portugal se come mais ou menos da mesma maneira, mas há diferenças de região para região. Achamos curioso que num país tão pequeno o padrão não seja mais uniforme”, afirmou a investigadora, vincando que a região alentejana é a que apresenta mais obesidade, mais sintomas depressivos e tem menos acesso a cuidados de saúde.

O inquérito revelou ainda que quase metade (47%) dos portugueses consome legumes de forma insuficiente. A fruta acaba por ter mais adesão e 76% dos inquiridos garantem comer fruta todos os dias.

Vinte por cento dos portugueses afirmaram que fazem 10 a 14 refeições de carne por semana e apenas 23% dizem comer peixe todos os dias.

O “mau padrão alimentar” – caraterizado pelo baixo consumo de legumes e elevado de carne – é mais frequente nos jovens do género masculino, em baixos níveis de escolaridade, em situações de desemprego ou emprego precário.

A região do país com maior prevalência deste “mau padrão” é a dos Açores.

Os maus hábitos dos portugueses não se ficam pela alimentação, com um quarto da população portuguesa adulta a ter hábitos tabágicos.

O estudo foi desenvolvido por um consórcio internacional liderado pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia (que dispõe de uma base de dados ampla), em parceria com a Nova Medical School da Universidade Nova de Lisboa, pela Católica – Lisbon School of Business and Economics, pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto e pela Norwegian University os Science Tecnhnology.

Depois deste inquérito e do apuamento de dados, a segunda fase do projeto Saúde.come, a entrar no terreno, pretende melhorar o estilo de vida das pessoas a partir dos 60 anos – as mais sedentárias -, através de um projeto que inclui uma aplicação televisiva e um programa num canal de televisão por cabo.

Ordem dos Médicos Dentistas
A Ordem dos Médicos Dentistas anunciou que vai exigir ao Ministério da Saúde o adiamento da entrada em vigor da nova tabela da...

“Face às omissões e restrições da nova tabela, a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) vai exigir ao Ministério da Saúde o adiamento da entrada em vigor da nova tabela, previsto para 1 de junho”, lê-se num comunicado enviado por aquela ordem médica.

A ADSE anunciou que, a partir de junho, tem uma nova tabela, que se traduz numa redução de quatro milhões de euros para este subsistema de saúde da função pública e de um milhão para os beneficiários e refere que, com estas alterações, é reforçada "a sustentabilidade da ADSE" e dado aos beneficiários "uma proteção e uma salvaguarda acrescida, pela fixação prévia do preço do respetivo procedimento cirúrgico”.

“A manter-se esta tabela a OMD usará de todos os meios legais ao seu dispor para fazer valer as prerrogativas legais aplicáveis ao exercício da profissão”, lê-se no mesmo comunicado de imprensa.

O bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, considera “toda esta situação muito estranha” e revela mesmo que aquela Ordem dos Médicos dentistas e a ADSE tinham criado um grupo de trabalho para proceder à “revisão da tabela”.

“Foram inclusive acordadas várias questões que agora desapareceram do documento proposto unilateralmente pela ADSE, do qual a OMD nem sequer teve conhecimento prévio. Não cabe de todo à ADSE impor regras que vão contra a legislação em vigor aplicável ao exercício da medicina dentária”, argumenta o bastonário.

A OMD alerta os beneficiários da ADSE de que vai haver “condicionantes inaceitáveis ao tratamento de doentes” com a nova tabela que entra em vigor em junho próximo e denuncia que as ingerências da ADSE na prática clínica vão provocar “prejuízos aos doentes” pela não comparticipação de atos necessários à saúde oral.

O bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, enumera um rol de críticas à nova tabela, destacando-se, por exemplo que é um “total absurdo” que a ADSE não permita “fazer uma limpeza e uma extração de um dente ou tratamento de um dente na mesma sessão de tratamento”.

Orlando Monteiro da Silva discorda também que a nova tabela da ADSE refira que “não pode haver lugar a consultas quando no mesmo período se efetuarem tratamentos” argumentando que “os procedimentos em medicina dentária incluem sempre a necessidade de uma consulta de avaliação prévia do doente, seguida frequentemente de um procedimento cirúrgico”.

“Nas novas regras a nova tabela impõe um teto máximo de quatro atos comparticipados por tempo de consulta. Em medicina dentária frequentemente são necessários mais de quatro procedimentos numa mesma sessão” e “nestes casos, não se pode efetuar mais nenhuma extração dentária”, uma situação que para doentes com “problemas de gengivas, por exemplo, tal é frequentemente necessário”.

Estudo revela
As bactérias preferem "socializar" mais com umas do que com outras e trocar entre si informação genética, que lhes dá...

A conclusão consta num estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores, incluindo dois portugueses, do Instituto Pasteur, em Paris, França, e recentemente publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Para chegar a esta conclusão, a equipa analisou mais de 800 genomas (sequências completas de ADN) de bactérias, nomeadamente das que são más para os humanos, como as que causam meningite, pneumonia, infeções hospitalares e gástricas.

Pedro Oliveira, investigador do Grupo de Genómica Microbiana Evolutiva do Instituto Pasteur e primeiro autor do estudo, sustentou que os resultados obtidos vão permitir, no futuro, perceber melhor como as bactérias interagem umas com as outras e com os humanos e como evoluem, a ponto de se tornarem patogénicas.

Trata-se de uma peça do "puzzle" fundamental, na medida em que, assinalou, "a resistência a antibióticos é cada vez mais frequente, devido à troca de informação genética entre bactérias".

O cientista explicou que as bactérias "adquirem de outras bactérias resistência a antibióticos, tornando-se elas próprias resistentes a antibióticos".

A transferência de informação genética entre bactérias faz-se à custa dos chamados parasitas moleculares, que coexistem com elas.

Se estes transportadores de informação genética são úteis para as bactérias, porque possibilitam que se tornem resistentes aos medicamentos, que as eliminam, a verdade é que, muitas vezes, também podem ser maléficos para as bactérias, ao ponto de as matarem.

O grupo de investigadores do Instituto Pasteur confirmou que as bactérias, tal como as pessoas, têm um sistema imunitário que as protege de elementos invasores.

O sistema imunitário, no caso, tem o nome de sistemas de "restrição-modificação", compostos por uma série de proteínas que funcionam como um "código" que permite às bactérias reconhecerem a "informação genética que é sua da que não é".

Os cientistas verificaram que o número destes elementos de controlo, que regulam o que entra numa célula, tem "uma forte influência" na forma como as bactérias interagem umas contra as outras, "socializam entre si", trocam informação genética.

Segundo Pedro Oliveira, "as bactérias têm preferências na socialização", escolhem umas e não outras para aumentar "a variabilidade do seu ADN".

Ora, concluiu a equipa de investigadores, isso acontece quando as bactérias têm mais elementos de controlo, de reconhecimento do "ADN invasor".

O estudo contou com a participação dos cientistas Marie Touchon e Eduardo Rocha, que coordena o Grupo de Genómica Microbiana Evolutiva do Instituto Pasteur.

Paquistaneses
Dois irmãos paquistaneses, conhecidos como os “meninos solares” porque ficam paralisados quando o sol se põe devido a uma...

“Faz dois dias que, pela primeira vez em 13 anos, os meus filhos se mexeram durante a noite”, revelou o pai dos meninos, Mohamed Hashim, que acrescentou ter “chorado de alegria”.

“Subiram as escadas e beberam sozinhos”, descreveu.

O diretor-adjunto do Instituto de Ciências Médicas do Paquistão, Javed Akram, disse que o tratamento com neurotransmissores está a revelar-se um êxito mas que os médicos continuam a estudar a doença.

Os irmãos Shoaib Ahmed e Abdul Rasheed, de 9 e 13 anos de idade, vão ser hoje submetidos a estudos genéticos do ADN em Lahore (leste do Paquistão), depois de terem já realizado mais de 300 outros exames médicos.

“O uso de neurotransmissores foi um passo em frente. Agora esperamos que as análises do ADN nos deem mais informações acerca da doença e novas metodologias para a combater”, adiantou Javed Akram.

O caso tem desconcertado os médicos paquistaneses que acreditam tratar-se de uma doença genética provavelmente devida ao facto de os pais serem primos.

“Estamos a explorar a genética da família, do pai, da mãe, do filho de um ano, também afetado, das irmãs, que não têm sintomas, e de familiares próximos, bem como circunstâncias ambientais como a água e o solo da povoação onde vivem”, afirmou Javed Akram.

Os irmãos, que visitaram a capital do Paquistão, Islamabad, na quinta-feira, receberam a visita do presidente do país, Mamnoon Hussain, que lhes deu presentes, desejou rápida recuperação e pediu às autoridades sanitárias que façam os possíveis para identificar a doença desconhecida.

Parlamento aprova
A Assembleia da República aprovou hoje o projeto de lei para alargar o acesso à Procriação Medicamente Assistida (PMA) com...

Três deputadas do PSD (Laura Magalhães, Margarida Mano e Joana Barata Lopes) abstiveram-se e os restantes deputados sociais-democratas votaram contra, tal como toda a bancada do CDS-PP.

No início do mês, um grupo de trabalho específico do parlamento aprovou, em sede de comissão, as alterações à PMA, na sequência de um texto de substituição apresentado pelo PS, passando a permitir o recurso a técnicas de fertilização a mulheres sozinhas, casadas ou em união de facto com outra mulher.

Pela lei em vigor, só é permitido o recurso a estas técnicas (nomeadamente a bancos de óvulos ou de esperma) a casais ou uniões de facto heterossexuais.

Tal como se esperava, as bancadas da esquerda parlamentar votaram a favor do diploma nas votações na generalidade, especialidade e final global.

Mais surpreendente terá sido o número significativo de deputados do PSD - 16 no total -, que se juntou ao voto favorável - um grupo em que se incluíram vários dirigentes do partido e da bancada social-democrata.

Nesta votação, o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, seguiu a orientação da bancada de voto contra.

Entre os 16 sociais-democratas que votaram a favor figuraram os deputados Sérgio Azevedo, Berta Cabral, Duarte Marques, Teresa Leal Coelho, Teresa Morais, Pedro Pinto, Ângela Guerra, Fátima Ramos, Margarida Lopes, Jorge Moreira da Silva, Paula Teixeira da Cruz, Emília Serqueira, Firmino Pereira, Rubina Berardo, António Lima Costa e Emídio Guerreiro.

Bruxelas quer
A Comissão Europeia propôs hoje melhorias na proteção de trabalhadores contra produtos químicos cancerígenos, uma vez que o...

Por o cancro ser o principal risco para a saúde dos trabalhadores dos 28 Estados-membros, o executivo comunitário quer limitar a exposição a 13 produtos perigosos no local de trabalho através de alterações à diretiva relativa a agentes cancerígenos e mutagénicos.

O executivo quer incluir novos valores-limite ou rever valores-limite fixados na diretiva em relação à concentração máxima para a presença de uma substância química cancerígena na atmosfera do local de trabalho.

A proposta nomeia, por exemplo, a necessidade de incluir na lista a sílica cristalina respirável porque, apesar de algumas empresas terem um bom controlo das concentrações atmosféricas, este produto químico continua a ser uma das principais causas da doença pulmonar silicose e do cancro do pulmão.

“A proposta da Comissão irá proteger os trabalhadores em toda a UE, nomeadamente no setor da construção, que representa quase 70 % de todos os trabalhadores expostos à sílica cristalina respirável”, lê-se numa nota divulgada hoje.

A comissária europeia responsável pelo Emprego, Marianne Thyssen, previu que com as alterações podem ser salvas cem mil vidas nos próximos 50 anos.

Para proteger os trabalhadores a UE tinha adotado, em 2004, a diretiva relativa aos agentes cancerígenos e mutagénicos (DCM), que agora deverá ser alterada depois de uma avaliação científica e económica de mais de 20 agentes químicos prioritários.

“Cerca de 20 milhões de trabalhadores estão expostos a pelo menos um desses agentes químicos”, lê-se na nota.

A proposta centra-se em introduzir novos limites para 13 substâncias químicas prioritárias identificadas, enquanto para os restantes agentes químicos deverá ser apresentada uma proposta no final deste ano.

Diretor da ADSE afirma
O diretor-geral da ADSE afirmou hoje que os preços na saúde privada em Portugal são claramente excessivos”, comparados com “as...

Carlos Baptista falava à agência Lusa a propósito das alterações na tabela da ADSE aplicável ao regime convencionado, que entra em vigor a 01 de junho.

Estas mudanças, que o diretor-geral da ADSE considera fundamentais para assegurar a sustentabilidade do subsistema de saúde dos funcionários públicos, vão traduzir-se numa redução de custos de quatro milhões de euros para o subsistema e de um milhão de euros para os beneficiários, por ano.

São menos cinco milhões que os convencionados (operadores privados e do sistema social) não vão faturar e daí Carlos Baptista entender a reação dos privados, pois “é legítimo defenderem os seus interesses económicos”.

Na prática, são quatro as alterações na tabela: a redução ligeira do preço dos exames de TAC, a redução de cerca de 13,5 por cento das ressonâncias magnéticas e a introdução de um conjunto de preços fechados em procedimentos cirúrgicos realizados em ambulatório.

Neste último caso, os hospitais deixam de poder faturar várias rúbricas separadamente, tendo sido acordado um preço fixo para 60 procedimentos cirúrgicos.

A mudança mais polémica é a introdução de um copagamento nas próteses intraoperatórias, pois até aqui a ADSE suportava o encargo a 100 por cento.

“Isto representava que alguns desses operadores utilizavam sempre próteses de valor mais elevado”, mesmo “sem critério clínico” que justificasse essa prótese. “Como o beneficiário não pagava não questionava”.

“Havia aqui uma utilização com valores superiores áquilo que seria necessário clinicamente”, disse Carlos Baptista, lembrando que o valor das próteses vai dos 100 euros aos 45 mil euros.

A ideia desta mudança é “pôr o beneficiário a ajudar a fazer um controlo do que é faturado à ADSE”, tendo em conta que a partir de 01 de junho este pagará parte da prótese (20%).

Contudo, nas próteses de valor superior a mil euros, a ADSE assegurará o pagamento total (acima dos mil euros), cabendo ao beneficiário, no máximo, um copagamento de 200 euros (20% de mil euros).

“Estamos a tentar introduzir critérios de racionalidade económica nesta relação com os prestadores convencionados que, no nosso ponto de vista, reforçam a sustentabilidade da ADSE e salvaguardam os nossos beneficiários”, disse.

Medidas que, para o diretor geral da ADSE, são “fundamentais” para a sustentabilidade deste subsistema que, em 2015, pagou 430 milhões de euros em despesas médicas.

É por isso expectável que ocorram mais mexidas nas tabelas, até porque “os preços em Portugal na saúde privada são claramente excessivos”, quando comparados “com as práticas internacionais” e tendo em conta a “capacidade financeira da população”.

A este propósito deu o exemplo da cirurgia mais frequente em 2015, a custos da ADSE: a facoemulsificação do cristalino.

O preço estipulado para esta cirurgia é de 1.250 euros. Atualmente, um operador espanhol que está interessado em fazer um acordo com a ADSE oferece esta intervenção por 800 euros, com lente incluída.

O dirigente reconhece que não é fácil optar por um operador estrangeiro, quando existem outros em Portugal, mas defende que, em algumas situações, “estes preços vão ter de ir reduzindo paulatinamente”.

Doença Venosa Crónica
Seja por medo ou desconhecimento, muitos doentes receiam submeter-se a cirurgia para tratar as variz

Muitas pessoas que têm varizes ainda tardam em procurar aconselhamento médico, seja por medo ou por desconhecimento. Por outro lado, muitos doentes que procuram avaliação por cirurgia vascular para tratamento das suas varizes, confessam o seu receio em submeter-se a uma cirurgia. Este medo resulta, na maioria das vezes, de histórias contadas por terceiros que revelam a sua experiência menos favorável e a apresentam como regra e não como excepção. Afinal toda a gente tem uma amiga, um familiar ou vizinho que já foi operado às varizes!

Contudo, a cirurgia de varizes é uma cirurgia segura, com raras complicações e, actualmente, os métodos utilizados são cada vez menos invasivos, permitindo uma recuperação mais confortável e rápida.

Mito 1: As varizes não devem ser operadas porque as veias retiradas na cirurgia fazem falta para a circulação
As varizes são, por definição, veias superficiais, dilatadas e tortuosas.

As veias das nossas pernas estão divididas em 2 grupos: o sistema venoso profundo e o sistema venoso superficial.

Quando falamos de varizes e veias safenas (as mais frequentemente envolvidas na cirurgia de varizes) falamos de sistema venoso superficial. Em termos de função, é um sistema muito limitado, que muito pouco contribui para a drenagem venosa das pernas. Esta é assegurada pelo sistema venoso profundo, no qual nunca mexemos numa cirurgia de varizes.

Além disso, as veias a tratar são veias doentes, já desprovidas da sua função.

Portanto, a cirurgia de varizes em nada prejudica a circulação das pernas. 

Mito 2: As varizes ressurgem sempre após a cirurgia e por isso não vale a pena ser operado
Como na maioria das doenças, existe sempre o risco de recidiva, isto é, de as varizes voltarem a surgir. Contudo, este risco é diminuido com uma avaliação cuidada, com o estudo das varizes e da sua origem com eco-Doppler e uma correcta selecção do tratamento para cada caso.

O cumprimento dos conselhos médicos pós-operatórios é também essencial para obtenção de bons resultados.

Mito 3: O pós-operatório é muito complicado, obrigando a internamento, repouso absoluto no leito e andar com canadianas
Actualmente, muitos destes procedimentos são realizados em regime de ambulatório, isto é, o doente tem alta hospitalar no próprio dia da intervenção.

O paciente, em lugar de estar obrigado a repouso absoluto, é encorajado a levantar-se e movimentar-se muito precocemente após a cirurgia, para prevenir complicações.

Habitualmente os pacientes, dependendo de cada caso específico, estão aptos para retomar a sua actividade diária ao fim de 2 ou 3 dias. Muitos pacientes vão mesmo trabalhar logo no dia seguinte à cirurgia.

Mito 4: Após a cirurgia é necessário ficar com ligaduras nas pernas durante uma semana a 10 dias
Na maioria dos casos, após a cirurgia os doentes devem usar meia de contenção elástica. As ligaduras, tradicionalmente colocadas nas pernas após a cirurgia, além de muito desconfortáveis raramente estão indicadas, tendo vantagem a sua utilização em casos específicos de varizes com complicações da pele associadas.

Mito 5: A escleroterapia, vulgarmente chamada de “secagem”, é uma alternativa à cirurgia
Muitas vezes a escleroterapia é o único tratamento necessário. Isto aplica-se quando as veias “principais” estão bem e os pequenos “derrames” ou pequenas veias superficiais são a única coisa a tratar.

Contudo, quando há realmente doença venosa, há que tratar a causa, isto é, a origem das varizes para que o tratamento resulte o mais definitivo possível e, nestes casos, pode ser necessária a cirurgia.

Mito 6: Uma vez que não causam incómodo nem dor, não há necessidade de operar
Muitos pacientes com varizes dizem não ter necessidade de cirurgia pois não se importam com a questão estética nem têm dor nem quaisquer queixas relacionadas com as suas varizes.

Há que realçar que a doença venosa não é uma doença estática mas que tem tendência a agravar e a complicar. Assim, o tratamento das varizes está recomendado, mesmo quando não há queixas e deve ser o mais precoce possível para obtenção dos melhores resultados.

Quem tem varizes tem o risco de ter complicações como:

- alterações da pele: como eczema, hiperpigmentação (ficar com áreas castanhas nas perna), fragilização da pele e, por fim, úlceras (feridas) de muito difícil cicatrização

- tromboflebites - Este fenómeno consiste  na formação de coágulos no interior da variz que assim fica ocluída e inflamada. Nestes casos, frequentemente consegue palpar-se um cordão endurecido, avermelhado e extremamente doloroso ao longo do trajecto da flebite. Trata-se de uma situação que deve beneficiar de tratamento expedito uma vez que apresenta algum risco de complicações sérias, nomeadamente extensão da trombose para veias mais profundas (Trombose Venosa Profunda) ou entrada em circulação de fragmentos do trombo (Embolia Pulmonar).

- sangramento das varizes (decorrente de qualquer pequeno traumatismo)

Resulta assim, bem claro, que as varizes são muito mais do que um problema estético, podendo condicionar, além de grande incómodo e prejuízo da qualidade de vida, complicações diversas. Assim, o seu tratamento está indicado e deve ser o mais precoce possível para garantir um melhor e mais definitivo resultado. Depois de instaladas algumas destas complicações, tais como as alterações cutâneas, dificilmente se obterá um resultado óptimo.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
A maioria dos coordenadores das Unidades de Saúde Familiar identifica a falta de material para tratar utentes como o principal...

O estudo "O Momento Atual da Reforma dos Cuidados de Saúde Primários em Portugal 2015/2016", revela que "91% das Unidades de Saúde Familiar (USF) referem ter tido falta, no último ano, de material considerado básico" para a sua atividade normal.

Segundo os resultados divulgados, dessas unidades, 32% referem ter "faltado material entre três e dez vezes" e 36,3% "mais de dez vezes".

Os dados para o estudo, desenvolvido pelos médicos André Rosa Biscaia e António Pereira e pela psicóloga Ana Rita Antunes, foram obtidos através de um questionário realizado aos coordenadores das USF em funções.

A finalidade foi "tomar o pulso à reforma e estabelecer um guião de forma a saber o que é necessário para que as condições das USF continuem a melhorar", indicou André Rosa Pereira.

Cerca de 62,9% dos 450 coordenadores participaram no inquérito, efetuado em abril de 2016, o que, segundo o médico, demonstra o "empenho das USF na monitorização, avaliação e melhoria da reforma".

A falta de equipamento informático, a falha nos sistemas de informação e a falta de recursos humanos para o atendimento telefónico foram outros dos problemas mais referidos pelos coordenadores.

De acordo com André Rosa Biscaia, a maior parte dos utentes recorre ao atendimento telefónico para contactar as unidades de saúde, mas este método "é uma fonte de problemas e de conflito diário nas USF", situação que "piorou com as alterações nos contratos".

"Passados dez anos da reforma, só metade da população é que está coberta" por uma destas unidades, referiu o médico, para quem este é o principal fator negativo, podendo, no entanto, ser colmatado com a abertura das 44 unidades que efetuaram a candidatura para tal.

Apesar da insatisfação quanto a estes fatores, verifica-se "uma melhoria no acesso da população aos cuidados, uma maior satisfação dos profissionais e dos utentes quanto aos serviços, bem como uma maior eficiência", acrescentou.

Naquela que é a sétima edição deste estudo, 92% dos coordenadores indicaram que uma maior autonomia dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) podia trazer melhorias e resolver os problemas com maior celeridade e eficiência.

O "O Momento Atual da Reforma dos Cuidados de Saúde Primários em Portugal 2015/2016" vai ser apresentado hoje, na Universidade de Aveiro, durante o 8.º Encontro Nacional das USF - Unidades de Saúde Familiar, subordinado ao tema "Cuidados de Saúde Primários: a aposta do novo ciclo político?".

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