Quando a gordura não é sinónimo de formosura
Em Portugal, a prevalência do excesso de peso e da obesidade têm vindo a aumentar. De acordo com o Inquérito Nacional de Saúde, mais de metade dos portugueses têm excesso de peso, o que representa um aumento de 2% nos últimos 8 anos. No total, existem 4,5 milhões de portugueses com excesso de peso e, destes, 1,5 milhões sofrem de obesidade.
Apesar dos números assustadores, não desanime! A obesidade é a segunda causa de morte evitável através de uma adequada prevenção.
O excesso de gordura corporal resulta de um desequilíbrio entre as quantidades de calorias ingeridas e despendidas. No entanto, ser obeso não implica, necessariamente, que o indivíduo se alimente excessivamente.
A obesidade depende de inúmeros fatores genéticos, como a predisposição genética, o sexo e a idade, ambientais ou comportamentais, como o sedentarismo, e metabólicos ou hormonais
Desde condições debilitantes e progressivas a doenças crónicas com elevado risco de mortalidade, a obesidade está associada a inúmeros problemas de saúde. Quando o índice de massa corporal é superior a 30 kg/m2, o risco aumenta.
Os problemas de saúde mais comuns e preocupantes ocorrem a diferentes níveis:
- Aparelho cardiovascular – hipertensão arterial, aterosclerose e problemas cardíacos;
- Complicações metabólicas – dislipidemias e diabetes mellitus dos tipos 1 e 2;
- Aparelho respiratório – dispneia, apneia do sono e embolismo pulmonar;
- Aparelho digestivo – esteatose hepática, litíase vesicular e cancro do cólon;
- Aparelho urinário e reprodutor – infertilidade, amenorreia, incontinência urinária, cancro da mama e cancro da próstata;
- Alterações psicossociais: isolamento social, depressão e ansiedade.
A prevenção da obesidade assenta, essencialmente, em três pilares: a alimentação equilibrada, a atividade física regular e o estilo de vida saudável.
Por sua vez, o tratamento da obesidade consiste na combinação de uma dieta equilibrada e de uma alteração do estilo de vida, particularmente ao nível da atividade física. Quando estas alterações não são suficientes, é necessário recorrer a fármacos ou a cirurgia bariátrica.
O grau de obesidade pode ser avaliado através do índice de massa corporal.
Para avaliar o risco de complicações associado à obesidade, é importante considerar o perímetro abdominal. O tecido adiposo localizado na região abdominal é, predominantemente, gordura visceral, o que pode causar resistência à insulina e, consequentemente, aumentar o risco de desenvolver diabetes mellitus, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares.
Se for homem e o seu perímetro abdominal for superior a 94 cm ou se for mulher e o seu perímetro abdominal for superior a 80 cm, tome uma atitude!