Estudo

Cientistas descobrem como é que os cães detetam diabetes nos seus donos

Os cães podem ser grandes parceiros de pacientes com diabetes; e se treinados, são capazes de alertar sobre quadros iminentes de hipoglicemia. Cientistas finalmente descobriram como é que os animais conseguem realizar essa proeza — e agora podem desenvolver novos sensores para substituir os atuais medidores de glicose.

Os nossos companheiros caninos possuem cerca de 25 vezes mais recetores olfativos do que nós. Se tivéssemos essa capacidade, poderíamos perceber uma colher de chá de açúcar dissolvida em duas piscinas olímpicas. Tamanha sensibilidade permite que os cães avisem quando os níveis de açúcar no sangue estão baixos.

Pessoas com diabetes tipo 1 podem ter tremores, desorientação e fadiga quando passam por hipoglicemia. Se não receberem glicose rapidamente, escreve o Diário Digital, o quadro pode avançar para convulsões e até mesmo perda de consciência. Alguns pacientes sofrem ataques repentinos, e os cães ajudam a evitar esses casos, alertando os seus donos ao realizar uma tarefa predeterminada, como latir, deitar ou colocar a pata sobre um dos ombros.

Mas como é que eles sabem que os seus donos precisam de ajuda? Um estudo da Universidade de Cambridge e do Instituto de Ciência Metabólica da Wellcome Trust finalmente encontrou a resposta: cães conseguem identificar um químico natural presente na respiração humana, o isopreno.

Os cientistas conduziram um estudo com oito mulheres que possuem diabetes tipo 1 e, sob condições controladas, reduziram os níveis de açúcar no sangue delas. Utilizando espectrometria de massa, eles procuraram por assinaturas químicas para detetar a presença de moléculas específicas.

Ao observar os dados, os cientistas descobriram que os níveis de isopreno subiram significativamente durante a hipoglicemia – em alguns casos, chegavam a duplicar. Eles acreditam que o isopreno é um subproduto da produção de colesterol; mas ainda não sabem ao certo porque a sua presença aumenta quando os níveis de açúcar caem.

Com esta descoberta, os pesquisadores pretendem desenvolver novos sensores médicos que poderiam realizar a mesma tarefa dos cães. Além disso, um dispositivo desse tipo poderia substituir a atual glicemia capilar, o teste da picada no dedo.

É importante também não superestimarmos as habilidades dos cães em detetar doenças. Eles parecem ser muito bons em indicar certos tipos de cancro (como cancro urológico e da mama), além da diabetes. Porém, muitas das pesquisas relacionadas com essas habilidades caninas ainda estão nos seus primeiros estágios. Alegações de que cães conseguem farejar cancro do pulmão, colorretal e até mesmo a doença de Parkinson ainda estão sob investigação e longe de serem provadas.

Ainda assim, é um tipo de pesquisa muito promissora que pode levar a novas descobertas científicas e novas tecnologias.

Fonte: 
Diário Digital
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
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