Estudo
As pessoas com deficiência intelectual tomam medicamentos em excesso, com 84 por cento a tomar medicamentos diariamente e 33%...

O estudo Projeto Pomona-Esp foi financiado pelo Fundo de Investigação Sanitária do Instituto de Saúde Carlos III e elaborado com a participação de quase mil pessoas com incapacidade intelectual. O trabalho analisou os indicadores de saúde dos participantes.

De acordo com as conclusões, estas pessoas tomam medicação em excesso, apresentando uma ingestão média diária de 4,25 fármacos. Em 19% dos casos, a ingestão média diária de medicamentos é superior a sete ou mais.

Os fármacos psiquiátricos representam 65% dos medicamentos ingeridos, "embora não exista um diagnóstico claro de patologia psiquiátrica", indicou.

Muitos destes doentes apresentam um transtorno mental associado, sendo os mais frequentes comportamentais, psicóticos e perturbações do espectro do autismo, e precisam de medicação.

Segundo esta investigação, elaborada por psicólogos, psiquiatras e trabalhadores sociais, "são usados um elevado número de fármacos anticonvulsivos e neurolépticos como medida de controlo comportamental".

Na opinião de Rafael Martínez, um dos psicólogos que participou no trabalho, "por vezes, os próprios psiquiatras dizem que tratar os transtornos é complicado e introduzem e retiram medicamentos à experiência".

Martínez explicou que o excesso de medicação também pode acontecer quando o doente tem um novo médico, que prefere manter a medicação prescrita "para evitar descompensações" e acrescentar fármacos que considere oportunos.

Nestes casos, as pessoas podem tomar vários medicamentos ao mesmo tempo, e outros durante longos períodos, o que poderá resultar em interações medicamentosas e efeitos secundários.

Além da medicação para os problemas mentais, estas pessoas necessitam de outros fármacos, como para a obstipação (16%), problemas gástricos (14,5%), hipertensão (12%) ou patologias cardiovasculares (9,5%).

"Seria conveniente reunir um painel de peritos para elaborar um guia de medicação de pessoas com deficiência intelectual", estabelecendo orientações claras, baseadas em evidências, afirmaram os autores do estudo.

Os portadores de deficiência intelectual podem ainda sofrer de problemas bucais (47%), alterações da linguagem, da marcha e do sono (38%, 28% e 27%, respetivamente) e obstipação (31%).

Trinta e um por cento dos doentes sofre de esquizofrenia e 40% de problemas de visão, enquanto 50% têm uma vida sedentária e muito poucos realizam atividades desportivas, sendo obesos em 30% dos casos, acrescentou a médica Maria José Cortés.

O estudo também concluiu que em 20% dos casos o diagnóstico de autismo estava errado.

Os peritos consideraram necessária uma ferramenta específica de avaliação para diagnosticar se alguém com deficiência intelectual tem autismo, garantindo que "existe falta de informação sobre a avaliação do quociente de inteligência e das perturbações mentais".

Estudo
Investigadores do IVI revelam levaram a cabo um estudo com 85 candidatos a dadores de sémen, cujas conclusões preliminares...

A prática de exercício físico está na moda e é a nova tendência do século XXI. Investigadores do IVI realizaram um estudo com 85 candidatos a dadores de sémen e depreende-se que a atividade física poderá melhorar a contagem seminal. Para o estudo, os candidatos realizaram um questionário internacional de atividade física (IPAQ), estandardizado internacionalmente e através do qual se determinou o grau de atividade física realizada.

O questionário quantificou a atividade física, atribuindo a cada atividade uma unidade energética denominada MET, como medidor da atividade física e gasto metabólico, e estabelecendo o desgaste energético em função do tempo dedicado na dita atividade. A contagem total destas unidades estabeleceu quatro níveis de atividade física: baixa, moderada, alta e muito alta.

Apesar do estudo ter sido realizado com uma amostra de população muito concreta, jovens com idade compreendida entre os 18 e os 35 anos, e não teria razão para ser aplicado a outra população com uma faixa de idade mais elevada, é aceite a afirmação de que realizar atividade física intensa, pelo menos três dias por semana, entra dentro de um estilo de vida saudável, a todos os níveis, inclusivamente para tentar prevenir a infertilidade.

Segundo a Dra. Susana Alves, diretora do laboratório de Andrologia do IVI Lisboa, “o que se depreende do estudo é que a atividade física intensa não só carece de afeitos adversos sobre a qualidade seminal, como também se associou a melhores parâmetros seminais.

A literatura descreve resultados contraditórios acerca da qualidade seminal em função da atividade física. Do ponto de vista prático desconhece-se o grau de atividade física ideal, carecendo de argumentos no momento de aconselhar uma eventual alteração na atividade física do homem, entre os casais com problemas reprodutivos. Se bem que seriam necessários mais estudos, com uma amostra maior para se poder especular sobre a conveniência dos homens inférteis aumentarem a sua atividade física.

Considerando os candidatos, que realizavam exercício, como desportistas a nível pessoal, e não desportistas de alto rendimento os investigadores do IVI desenharam um novo estudo, para identificar a incidência do exercício físico a níveis superiores, a uma intensidade quase excessiva.

Este estudo foi levado a cabo pelo IVI Bilbao pelos investigadores Marcos Ferrando, Roberto Matorras e Fernando Quintana. 

Estudo
As pessoas que têm uma variante no gene da proteína IFITM3 correm maior risco de ser hospitalizadas por infeções respiratórias,...

Este gene tem um papel determinante na proteção do organismo contra a infeção com o vírus da gripe e a sua alteração pode tornar as pessoas mais suscetíveis de contrair a doença de uma forma mais severa, uma vez que esta variante influencia a entrada e a replicação do vírus da gripe nas células humanas.

O estudo, publicado na revista PLOS One, investigou a associação entre a hospitalização e uma variante do gene IFITM3, que desempenha um papel fundamental na proteção do organismo, para tentar perceber porque é que alguns pacientes com síndroma gripal, durante a pandemia de 2009, apresentavam apenas sintomas ligeiros e outros desenvolviam complicações graves.

“Ao contrário do tipicamente observado durante as epidemias de gripe sazonal, muitos dos casos graves de influenza A, durante a pandemia de 2009, ocorreram em pessoas jovens e saudáveis, com a maioria dos óbitos registados em menores de 65 anos”, refere o Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA).

Em declarações hoje à agência Lusa, a investigadora Marta Barreto, do INSA, explicou que o objetivo do estudo foi “determinar se esta variante no gene IFITM3 estava envolvida na suscetibilidade e na severidade da infeção com gripe”.

“Esta proteína é muito importante na entrada e na replicação do vírus dentro das células. Portanto, se o vírus tem mais facilidade em entrar, é natural que a infeção seja mais grave”, explicou a investigadora.

Os investigadores mediram a gravidade da infeção através da hospitalização, tendo em consideração os casos mais graves.

Para isso, utilizaram as amostras recebidas no Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge de pessoas com síndrome gripal, no âmbito da vigilância epidemiológica da gripe, disse Marta Barreto.

Ao analisar esta variante genética nas amostras recebidas no instituto, concluímos que “as pessoas que têm esta variante neste gene têm uma maior probabilidade de ter uma hospitalização, um caso grave, mas esta variante não está associada diretamente ao risco de infeção por influenza”, salientou a investigadora.

“Ou seja, nós pensamos que ela confira uma suscetibilidade maior à gravidade da infeção, mas por outros vírus respiratórios que, neste caso e neste ano em particular, não foram analisados”, frisou.

O estudo verificou que o risco de ser hospitalizado, durante a pandemia de 2009, foi maior para os pacientes portadores desta variante, embora este risco não tenha sido específico para as situações de infeção pelo vírus da gripe".

A investigação demonstra também que o "perfil genético dos pacientes pode revelar-se uma estratégia promissora com vista a identificar potenciais alvos terapêuticos, ajudando a avaliar e prever a gravidade da doença fornecendo assim informações críticas para a tomada de decisões durante o tratamento, evitando sofrimento e custos desnecessários".

Marta Barreto avançou que já foi pedido um financiamento para alargar este estudo, no sentido de analisar outras variantes genéticas.

O objetivo é fazer um estudo a nível do genoma total para verificar as variantes que estão envolvidas “nesta severidade e também para estudar a componente genética de resposta à vacina da gripe”.

No Parlamento Europeu
O Parlamento Europeu opôs-se a que as bebidas energéticas façam propaganda nos rótulos a alegados benefícios na saúde, por...

As bebidas energéticas não devem ostentar alegações de que a cafeína "contribui para aumentar o estado de vigilância" e para "melhorar a concentração", considerou o Parlamento Europeu (PE) ao ‘chumbar’ um projeto da Comissão Europeia que iria permitir estas alegações.

Os eurodeputados consideram que essa rotulagem poderia incentivar os jovens a consumir estas bebidas ricas em açúcar e que estão associadas a problemas de sono e de comportamento nas crianças e adolescentes.

Na resolução, os eurodeputados notam que o próprio executivo comunitário reconhece que as alegações relativas a estes efeitos da cafeína não podem ser utilizadas em "alimentos destinados às crianças e adolescentes"., sendo estes o maior grupo de consumidores de bebidas energéticas: 68% dos adolescentes e 18% das crianças consomem regularmente estas bebidas.

A Organização Mundial da Saúde recomenda que os adultos e as crianças não obtenham mais do que 10% da dose diária de energia a partir de açúcares livres e que uma redução para menos de 5% (cerca de 25 gramas) por dia teria benefícios adicionais para a saúde.

Uma lata de 250 ml de uma bebida energética pode conter até 27 g de açúcar e 80 mg de cafeína.

O PE pediu ainda aos Estados-membros que estudem a possibilidade de introduzir regras sobre a comercialização de bebidas com elevado teor de cafeína ou alimentos com adição de cafeína às crianças e adolescentes.

População portuguesa
A vacina contra a gripe no inverno 2015/2016 teve uma efetividade de 54% na população geral e de 64% no grupo alvo da vacinação...

O projeto I-MOVE+, que apresentou em Lisboa os resultados de Portugal, estuda desde 2008 a efetividade da vacina antigripal na população europeia, ou seja, determina a performance da vacina contra a gripe em condições reais na população.

Segundo explicou Baltazar Nunes, especialista do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), os resultados da efetividade da vacina na última época gripal estão dentro dos valores expectáveis.

Desde que é estudada a efetividade da vacina, os valores mais elevados registaram-se em 2009/2010 – ano da pandemia da gripe A – e os resultados mais baixos na época 2014/2014 e 2011/2012, com valores que rondaram apenas os 20% de efetividade.

Em 2015/2016 a efetividade foi de 54% na população geral e de 63,9% no grupo alvo da vacinação (pessoas a partir dos 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos, grávidas e profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados).

A elevada efetividade da vacina desta última época vacinal deveu-se ao facto de haver uma correspondência entre a composição da vacina e o vírus em circulação.

Baltazar Nunes lembrou que a composição da vacina contra a gripe é decidida sempre em fevereiro, antes mesmo de se saberem exatamente que vírus estarão em circulação no outono e inverno seguintes.

 

O especialista defende, por isso, que avaliar a efetividade permite conseguir detetar de forma precoce diferenças entre os vírus a circular e a vacina, remetendo as autoridades para outro tipo de intervenções.

Sociedade Portuguesa de Pneumologia
Aprofundar conhecimentos na área de bioestatística e na sua aplicação em Investigação Clínica Epidemiológica em Pneumologia é o...

Segundo Venceslau Hespanhol, Presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia «em ciência, e particularmente na área da saúde, a investigação e a correta validação de dados são fundamentais não só para conferir uma maior credibilidade à informação, como também para permitir um maior aprofundamento da mesma. Para a Sociedade Portuguesa de Pneumologia a formação em bioestatística constitui uma mais-valia não só para quem desenvolve estudos científicos, mas também para quem pretende elaborar protocolos de investigação, análises e reportes de resultados ou, simplesmente, transformar uma investigação num artigo científico ou até aprofundar uma investigação publicada».

Destinado a profissionais da área da saúde respiratória, esta é uma formação que assenta, sobretudo, em exposições teóricas e exercícios práticos baseados em demonstrações concretas do processo de análise de dados. Planear, executar, analisar e interpretar são algumas das competências que os profissionais poderão desenvolver através de um vasto programa, baseado em estatística descritiva e análise exploratória de dados; conceitos epidemiológicos na definição, classificação, ocorrência/extensão da doença; distribuições de probabilidade; inferência estatística; testes de diagnóstico; "Post estimation analysis" e epidemiologia Clínica, a qual envolve noções de risco, prognóstico, fator preditivo/prognóstico, fontes de erro e modificação de efeitos.

 

Mais informações disponíveis em www.escola-ciencia.com.

Estudo
Um exame de sangue barato poderá dizer aos médicos se uma infeção é causada por um vírus ou por uma bactéria, ajudando a...

O teste de diagnóstico, descrito na revista científica americana Science Translational Medicine, está a ser desenvolvido pela Escola de Medicina da Universidade de Stanford, na Califórnia.

"Por diversas vezes é impossível definir que tipo de infeção se tem", comentou o autor principal do estudo, Timothy Sweeney, cientista do Instituto Stanford para a Imunidade, Transplante e Infeção, escreve o Sapo.

"Na clínica, uma infeção bacteriana ou uma infeção viral com frequência parecem exatamente iguais", completou Sweeney, citado pela agência de notícias France Presse.

O novo teste, que ainda não está no mercado, funciona através da identificação de sete genes humanos cuja atividade muda durante uma infeção e cujo padrão de atividade pode revelar se uma infeção é bacteriana ou viral. Até agora, exames desse tipo analisavam alterações em centenas de genes, o que os torna mais custosos, de acordo com os investigadores.

A ideia do novo estudo surgiu a partir de uma investigação publicada no ano passado que mostrou "uma resposta comum do sistema imunitário para vários vírus que é distinta daquela para infeções bacterianas", disse o autor sénior Purvesh Khatri, professor assistente de medicina.

Se estudos futuros mostrarem que o método funciona e tem um bom custo-benefício, o exame poderá ser uma ferramenta útil para prevenir o aumento de bactérias resistentes a antibióticos.

Muitas vezes, os pacientes recebem prescrições de antibióticos desnecessárias. "Se nós realmente queremos fazer a diferença, o nosso exame tem que ter um custo-benefício melhor que o do próprio medicamento", disse Khatri.

As bactérias resistentes aos antibióticos são responsáveis por dois milhões de doenças e 23 mil mortes por ano nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, uma em cada três prescrições de antibióticos é desnecessária, de acordo com estudos recentes.

O uso excessivo e inadequado de antibióticos aumenta a resistência de bactérias a estas drogas e especialistas afirmam que o fenómeno pode dar origem a um cenário catastrófico onde não conseguiremos tratar diversas infeções aparentemente simples.

O novo exame deve ser submetido a ensaios clínicos, uma vez que a maioria das investigações tem-se focado em conjuntos de dados digitais pré-existentes sobre a expressão génica de vários pacientes.

O teste de identificação de sete genes mostrou resultados precisos em amostras de sangue de 96 crianças gravemente doentes.

Antes do exame chegar ao mercado, precisa ainda de ser incorporado num dispositivo que dê um resultado em menos de uma hora, dizem os cientistas.

Estudo
A vitamina C pode ser eficaz para proteger contra o enfisema pulmonar, uma doença crónica provocada na maioria dos casos pelo...

Um grupo de cientistas da Universidade de Calcutá, na Índia, e da Clínica Cleveland, dos EUA, fez esta descoberta e usou como modelo um roedor, o cavia porcellus, e cultivos de células pulmonares humanas.

Os investigadores determinaram que a vitamina C proporciona proteção contra o dano pulmonar provocado pelo tabagismo e que tem essa ação ao neutralizar os oxidantes do fumo do tabaco responsáveis pelos danos nas proteínas dos pulmões.

O estudo, escreve o Diário Digital, também sugere que os oxidantes do tabaco podem ser a principal causa de danos pulmonares com relação ao enfisema.

A vitamina C proporcionaria, segundo a pesquisa, uma proteção completa contra o enfisema provocado pelo fumo ao atenuar o dano direto efetuado nos pulmões pelos seus oxidantes.

Ao interagir com a antioxidante vitamina C, o fumo do tabaco perderia portanto a sua capacidade de provocar oxidação ou danos nas proteínas do pulmão.

O enfisema é um tipo de doença pulmonar obstrutiva crónica na qual os alvéolos, as bolsas de ar dos pulmões, ficam danificados e, como consequência, o corpo não recebe o oxigénio necessário, segundo a descrição da Biblioteca dos Institutos Nacionais da Saúde dos Estados Unidos (NIH).

Dentro de um mês
A legislação será apresentada dentro de um mês e meio, de acordo com o ministro da Agricultura que diz que a ideia não é uma ...

O ministro da Agricultura disse esta quarta-feira que o Governo vai aprovar legislação para proibir o uso do pesticida glifosato em espaços públicos “dentro de um mês ou mês e meio”, mas admitiu exceções para controlar pragas.

“Estamos a preparar legislação para levar a Conselho de Ministros dentro de um mês ou mês e meio”, afirmou Luís Capoulas Santos durante uma audição na comissão parlamentar de Agricultura e Mar, acrescentando que a prioridade é interditar este herbicida em locais com “grande concentração de pessoas” como escolas ou hospitais.

Em resposta a um deputado do PSD, que considerou que a proibição do glifosato pode pôr em causa a competitividade agrícola e vai contra uma decisão anterior do parlamento, que chumbou três projetos de resolução para interditar o uso do herbicida, o ministro sublinhou que o produto pode continuar a ser usado nas atividades agrícolas, escreve o Observador.

Segundo Capoulas Santos, o objetivo não é fazer uma “proibição total”, mas precaver os riscos para a saúde humana que estão associados à inalação do produto, pelo que o ministério tem estado a promover também a qualificação de aplicadores de fitofármacos.

O responsável da pasta da Agricultura admitiu também exceções em “situações devidamente comprovadas”, caso apareçam “focos de infeção” que seja necessário controlar, por exemplo, em árvores decorativas.

Capoulas Santos adiantou ainda, em resposta ao deputado do PAN André Silva, que a Direção Geral de Agricultura e Veterinária (DGAV) autorizou a comercialização de um herbicida biológico de uma empresa francesa que pode constituir uma alternativa ao glifosato, faltando apenas aprovar o rótulo.

Capoulas Santos lembrou igualmente que, a nível comunitário o Governo passou de uma posição favorável ao glifosato para a abstenção depois de analisar a informação atualmente disponível, que não permite por enquanto “tomar uma posição clara e inequívoca” quanto ao herbicida.

A Comissão Europeia decidiu prolongar a autorização para o uso do glifosato ate 31 de dezembro de 2017, enquanto analisa o assunto com mais detalhe.

O potencial carcinogénico do glifosato tem sido associado a um co-formulante (taloamina) cuja proibição já foi decidida e entrou em vigor a 01 de julho.

Esta substância está presente em 26 produtos cujo stock terá de ser escoado durante um período transitório de seis meses (até 31 de dezembro).

"Um Oceano em Plástico"
O Porto acolhe até ao último dia de julho, em diferentes espaços públicos, três estátuas criadas por alunos da Escola Superior...

"Um Oceano em Plástico" levou à instalação de estátuas feitas com plásticos descartáveis na avenida dos Aliados, na estação ferroviária de São Bento e no largo de São Domingos, explica um comunicado do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), organizador do evento.

As esculturas, concebidas no âmbito da campanha Ocean Action, retratam "diferentes consequências dos detritos plásticos sobre a vida marinha e a saúde humana", lê-se no documento.

"Estudos recentes mostram que mais de oito milhões de toneladas de plástico vão parar todos os anos ao oceano, levados pelo vento, pela chuva, pelos esgotos, pelos rios ou deitados diretamente nas praias ou no mar", acrescenta.

A maior parte desse plástico vai para os fundos marinhos, ficando o restante a flutuar em áreas de acumulação de lixo, no centro dos oceanos, sendo depois trazidos novamente para as praias, o que causa graves danos nas populações de animais marinhos.

Para além disso, este material apresenta uma alta durabilidade, separando-se "apenas em partículas cada vez menores", devido à ação do sol, que absorvem contaminantes da água e podem ser ingeridos pelo zooplâncton e pequenos peixes. Este processo leva a uma "corrente de acumulação de contaminantes ao longo da cadeia alimentar, que pode acabar no nosso prato", lê-se ainda.

Para José Teixeira, coordenador da campanha, "esta iniciativa recorre ao uso da arte para cativar a atenção da sociedade para questões científicas e ambientais complexas de grande relevância".

Em iniciativas paralelas à exposição, financiada pelo programa EEA Grants, vão realizar-se atividades científicas e de sensibilização em escolas, ações de limpeza de praias, um concurso escolar, uma exposição itinerante e a produção de vídeos educativos.

Apple
A Apple anunciou uma nova atualização para os iPhones que incluem uma forma simples das pessoas nos Estados Unidos conseguirem...

A empresa colaborou com a Donate Live America através da criação de um aplicativo para os telemóveis da marca que permitirá aos usuários a inscrição para “doar olhos, órgãos ou tecidos”, depois da atualização do sistema operacional móvel iOS 10, informa a agência France Presse.

“Isto é um grande passo para salvar vidas”, disse David Fleming, diretor executivo da Donate Life America.

“Com a atualização do aplicativo Health, estamos a prover educação e conscientização sobre a doação de órgãos tornando-a mais fácil para se registar” disse Jeff Williams, diretor das operações da Apple.

A aplicação Health no iPhone fornece uma visão geral dos dados de bem-estar, saúde e exercício num só local.

Estudo
O material genético transmitido exclusivamente pela mãe tem um papel importante no envelhecimento saudável e também na...

“O metabolismo e o envelhecimento são determinados pela interação entre dois genomas, o genoma nuclear e o genoma mitocondrial”, explicou Jose Antonio Enriquez, que dirigiu o estudo publicado na revista cientifica Nature.

O genoma humano tem cerca de 23.000 genes, sendo que a maioria se encontra no núcleo da célula e que apenas 37 desses genes se encontram nas mitocôndrias, pequenas estruturas que envolvem o núcleo e que desempenham um papel essencial no metabolismo energético da célula.

O ADN mitocondrial é herdado unicamente da mãe, pois as mitocôndrias do esperma são destruídas durante a fertilização.

Os cientistas espanhóis trabalharam com duas linhagens de ratos que tinham o mesmo ADN nuclear, mas não o mesmo ADN mitocondrial. Todos os animais viveram no mesmo ambiente e foram alimentados da mesma maneira.

Enquanto não foram encontradas diferenças nos ratos mais jovens, aqueles que receberam as mitocôndrias "externas" desenvolveram posteriormente menos sinais de envelhecimento e menos obesidade do que aqueles que mantiveram o ADN mitocondrial de origem.

De acordo com Ana Latorre-Pellicer, cientista que participou no estudo, as alterações no ADN mitocondrial causaram "uma adaptação celular em animais jovens, o que permitiu um processo de envelhecimento saudável."

"Não vejo porque é que os resultados seriam diferentes em seres humanos", afirmou Enriquez, sublinhando a necessidade de se fazerem mais estudos para confirmar os resultados.

A cirurgia da catarata
Estima-se que cerca de 170 mil portugueses sofram de catarata.
Olho com cataratas

A catarata consiste na opacificação do cristalino, uma estrutura que se parece com uma lente, localizada dentro do olho, e cuja função é focalizar a imagem dos objetos à retina. É por isso que, habitualmente, quem sofre de cataratas se queixa de ter a “vista enevoada”. É que, quando o cristalino fica opaco a imagem não se forma de maneira adequada na retina.

“A causa mais frequente é a relacionada com a idade. Assim, quanto maior for a idade, maior a probabilidade de ter cataratas”, explica Rui Martinho, um dos mais conceituados especialista em oftalmologia do país.

Sendo mais frequente nas faixas etárias acima dos 60 anos, apresenta uma taxa de prevalência “de 50 por cento entre os 65 e os 74 anos e de 70 por cento acima dos 75”.

Não obstante o facto de ser associada ao processo normal de envelhecimento, casos há, embora raros, que possam surgir ao nascimento: “são as cataratas congénitas”.

“Algumas estão ainda associadas a algumas doenças como a diabetes, doenças de pele e até como efeito secundário de medicamentos como a cortisona”, acrescenta o especialista do Hospital Lusíadas do Porto.

Entre os principais sintomas destacam-se a perda de qualidade e da capacidade visual. “Esta perda é geralmente lenta e progressiva”, refere Rui Martinho. No entanto, esta evolução varia de caso para caso, havendo registo de doentes que perdem a visão muito rapidamente.

“Pode atingir a visão de longe ou a de perto e o contraste e percepção das cores também são alterados”, acrescenta, explicando ainda que, caso a catarata só apareça num dos olhos, e se o paciente for menos atento, “pode não se aperceber da perda de visão”. Sensibilidade à luz ou visão dupla são outros dos sintomas de um problema ocular que pode conduzir à cegueira.

Não havendo uma forma de a prevenir, “já que a causa principal é a idade, há, no entanto, um tipo de cataratas mais associadas à exposição solar pelo que se preconiza a proteção da radiação solar”. São, por isso, considerados grupos de risco aqueles cujas profissões estejam muito expostas à radiação solar ou à radiação infravermelha (como é o caso dos trabalhadores da indústria vidreira, por exemplo) e altos míopes.

O diagnóstico é feito por um especialista de Oftalmologia “que observa o olho do paciente com um aparelho chamado biomicroscópio ou lâmpada de fenda”.

O único tratamento para catarata é o cirúrgico. O objetivo da cirurgia – simples, rápida e feita sob anestesia local – é substituir o cristalino danificado por uma lente artificial que recupera a função perdida. 

Estima-se que, em cada ano, se realizem mais de 20 milhões de cirurgias de catarata em todo o mundo, tornando este procedimento cirúrgico num dos mais frequentes.

De acordo com o oftalmologista Rui Martinho, ainda que qualquer cirurgia comporte alguns riscos – “o risco de uma infeção, por exemplo” - , “esta cirurgia é considerada hoje altamente eficaz” e adianta que todos os casos podem ser tratados cirurgicamente. “É claro que quando a catarata é muito madura a possibilidade de complicações é maior”, afirma

No entanto, “hoje não se espera, como antigamente, que as pessoas ceguem para serem operadas”.

No campo das cirurgias, o especialista admite que, nas últimas décadas, se tem assistido a “um avanço extraordinário”.

“Hoje em dia opera-se uma catarata em ambulatório, com anestesia local (gotas), por uma incisão à volta de dois milimetros, e pela mesma incisão, que não leva pontos, introduz-se a lente intraocular”, explica acrescentado que esta lente, para além de ir substituir a lente natural, “pode corrigir também o defeito refractivo que o doente tem: a miopia, a hipermetropia, o astigmatismo e até a presbiopia” (vulgarmente conhecida por vista cansada).

Atualmente, a técnica mais usada para tratar a catarata é a facoemulsificação “que utiliza ultrassons para «desfazer» a catarata e permitir que seja retirada por uma incisão muito pequena”.

Segundo o especialista, esta é a técnica mais usada em todo o mundo porque, por um lado é “altamente eficaz”e , por outro, apresenta uma boa relação custo-eficácia.

A verdade é que, se antes da introdução das técnicas de facoemulsificação a cirurgia da catarata e a implantação de lentes intraoculares se realizava através de um procedimento cirurgico manual, hoje em dia, com a inovação tecnológica desenvolvida nesta área, a utilização de um laser especial – o Femtosegundo –, por exemplo, veio ajudar o cirurgião a obter melhores resultados  reduzindo o tempo de intervenção e minimizando riscos.

“A cirurgia a laser de Femtosegundo consiste em efetuar, com um laser especial, alguns dos passos que até agora tinham que ser feitos pelo cirurgião oftalmologista, com recurso a pinças e bisturis”, explica Rui Martinho que destaca entre as suas mais-valias “a precisão, a reprodutibilidade  (isto é, esses passos cirúrgicos são feitos sempre de forma igual) e segurança”.

Sendo uma intervenção simples e segura o doente só tem de se “preocupar” com os cuidados pós-cirurgicos que consistem “fundamentalmente em colocar as gotas (colírios) que são prescritas no pós operatório e evitar esforços físicos mais violentos”.

Importa ainda referir que, apesar de nunca mais vir a sofrer de catarata depois de efetuada a cirurgia pode, no entanto, com o passar do tempo, voltar a sofrer alterações na sua visão.

“O que pode acontecer, e acontece muitas vezes, é o seguinte: quando tiramos a catarata na cirurgia deixamos dentro do olho o saco que envolve a catarata – saco capsular -, que é o saco que vai segurar a lente intraocular. Este saco, com o tempo, nuns doentes mais cedo, noutros mais tarde, pode perder a transparência e a visão pode voltar a baixar”, justifica o especialista em oftalmologia.

“Nessa altura, faz-se com um laser diferente – laser YAG – uma abertura nessa cápsula e o doente volta a readquirir a boa visão que tinha após a cirurgia. É um procedimento simples, que demora 1 a 2 minutos, feito com o doente sentado numa lâmpada de fenda”, explica. No entanto, admite que com a evolução que esta técnica tem tido, “provavelmente, num futuro próximo, este passo deixará de ser necessário”.

Rui Martinho vai ser um dos médicos convidados para um encontro que reunirá, no próximo dia 8 de Julho em Coimbra, oftalmologistas ibéricos especialistas em catarata que vão partilhar experiências a respeito da evolução destas técnicas cirúrgicas.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Até final do ano
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse em Mafra que espera até ao final do ano reduzir de 1,2 milhões para 600...

"Portugal vai ter este ano o maior avanço da sua história na cobertura de portugueses com médico de família. Até ao final do ano, iremos passar de uma taxa de 1,2 milhões de portugueses sem médico de família para apenas 600 mil", afirmou Adalberto Campos Fernandes.

Na área dos cuidados primários de saúde, o ministro da tutela sublinhou que é seu "objetivo chegar ao fim dos quatro anos de legislatura com um parque edificado de qualidade, onde os profissionais tenham condições de trabalho e onde os cidadãos tenham a sua Unidade de Saúde Familiar, com enfermeiro e médico de família, deixando os hospitais destinados aos cuidados agudos urgentes".

Questionado sobre a notícia do Correio da Manhã de que 350 idosos morreram devido ao calor, o ministro da Saúde esclareceu que, "do ponto de vista epidemiológico, não está provada a correlação entre o número de idosos que morreram e o calor".

"Não estamos perante uma onda de calor. Estamos com o calor normal do verão", sublinhou.

Apesar de tudo, admitiu que há Portugal uma população envelhecida, que "não tem condições para ter ar condicionado nas suas casas", recomendando que devem tomar cuidados que passam pela "hidratação, com ingestão de líquidos, pelo arrefecimento das casas e por um acompanhamento do seu estado de saúde".

Adalberto Campos Fernandes falava em Mafra, durante a cerimónia de assinatura de dois contratos-programa que passam para o município os meios financeiros e a responsabilidade de construção de dois novos centros de saúde no concelho, um investimento superior a três milhões de euros.

“Missing Children Europe”
Evitar "muitas aflições" em tempo de férias, quando há maior "trânsito de pessoas dentro da Europa", é o...

É lançada, em 15 países, entre os quais Portugal, uma aplicação móvel que ajuda as crianças a memorizar o número de telefone dos pais, para que possam contactá-los em caso de emergência. A ideia foi desenvolvida pela “Missing Children Europe”.

O objetivo é que as crianças aprendam, através de “processo muito simples”, o número de telefone dos pais, usando-o como código de desbloqueio do seu ‘smartphone’ ou ‘tablet’, explicou a presidente da Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas (APDC), parceira da federação europeia na divulgação desta aplicação em Portugal.

Assim que as crianças estejam habituadas a lembrarem-se dos seus códigos de bloqueio do dispositivo, porque os usam diariamente, a aplicação muda este código aleatório para o número de telefone dos pais, escreve a Rádio Renascença.

“Hoje já não é normal aprender-se os números de telefone de cor, mas todas as crianças sabem o código de desbloqueio do ‘smartphone’ e, nesse sentido, a ‘Missing Children Europe’ teve esta iniciativa muito importante”, disse a presidente da APDC, Patrícia Cipriano.

Esta iniciativa assume particular relevância no período de férias, porque há maior “trânsito de pessoas dentro da Europa”, nomeadamente em Portugal, onde há muita movimentação de turistas”, e, por vezes, “as crianças perdem-se e não sabem como contactar os pais”, adiantou Patrícia Cipraino.

Segundo o mesmo responsável, o facto de as crianças saberem o contacto dos pais vai evitar “muitas aflições”, porque imediatamente a polícia, a pessoa que está na praia, um vigilante ou outra pessoa vai poder ligar à família e dar a localização da criança em caso de estar perdida.

Sobre o funcionamento da aplicação ‘Remumber’, a federação europeia explica que, depois de instalada, basta digitar o número de telefone a memorizar e o dispositivo será bloqueado através do dispositivo.

As crianças vão memorizar o número gradualmente: os quatro primeiros dígitos têm que ser aprendidos de cor e, em seguida, os outros números a inserir são iluminados se a criança está bloqueada e precisa de uma pista.

Depois de a criança memorizar com sucesso todo o código, os pais são informados por e-mail e podem, em seguida, digitar um novo número para memorizar, deixar o número original ou desinstalar a aplicação.

A organização salienta também que a aplicação Remumber : pode igualmente constituir “uma boa oportunidade para abordar a matéria da confiança e segurança” com as crianças e para “definir algumas directrizes por acordo, especialmente pouco antes das férias.

No próximo ano letivo
Dos 17 pedidos de acreditação, só cinco cursos tiveram luz verde por parte da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino...

É uma estreia na abertura do ensino superior às medicinas alternativas. Treze anos depois da aprovação da lei que reconheceu o exercício profissional de terapêuticas alternativas, chegam as primeiras licenciaturas, mas só na área da osteopatia.

À Rádio Renascença, o presidente da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) explicou que, neste momento, “há um problema de falta de pessoal docente qualificado”.

Por isso, dos 17 pedidos de acreditação que chegaram à A3ES, apenas cinco tiveram luz verde. Pelo caminho ficaram os pedidos de licenciaturas em acupunctura, naturopatia e fitoterapia, mas Alberto Amaral acredita que no próximo ano cheguem mais pedidos para acreditação e que os problemas agora registados sejam entretanto resolvidos.

As novas licenciaturas vão arrancar em cinco instituições de ensino superior: Instituto Piaget de Vila Nova de Gaia e do Porto, Cruz Vermelha Portuguesa (Lisboa), Instituto Politécnico do Porto e Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU), também na zona do Porto.

 

As escolas que asseguram a formação profissional em medicinas alternativas não apresentaram qualquer proposta. “Os 17 pedidos eram todos de instituições estabelecidas, não apareceu nenhum das escolas que existem no país e que já fazem essas formações”, afirma Alberto Amaral. 

Associação Projeto Artemis
Petição que pede a criação do Dia Nacional para a Sensibilização da Perda Gestacional é debatida nesta quarta-feira no...

“Quando um filho morre — com cinco, seis ou sete anos —, a morte é respeitada por toda a gente e tem um impacto emocional grande na sociedade. Contudo, quando se fala na perda gestacional existe ainda muita dificuldade das pessoas perceberem que também é um filho que se perde.”

Em 2007, Sandra Cunha era vice-presidente e psicóloga da Associação Projeto Artemis (A-PA), que ajudou a fundar em 2005 e dá apoio a pais e mães que passaram por uma perda gestacional. A questão não lhe era pessoal, até ao dia em que se tornou também ela uma das mães que a associação passou a acompanhar. Em 2007, perdeu o filho às dez semanas de gestação.

“Em Portugal, ao contrário daquilo que a sociedade imagina, perdem-se imensos bebés durante a gravidez”, diz ao jornal Público a agora presidente da Artemis. “É um assunto de que não se fala” e a informação e o apoio dado os pais é escassa. O luto é feito em silêncio, normalmente dentro de casa, porque “estas pessoas sentem que não são compreendidas”, explica.

Sandra destaca que o seu caso foi diferente, porque “já estava no lugar certo”. “Na altura, já estava inserida na associação e o apoio veio de lá sem que tivesse que o procurar, como os outros pais são obrigados a fazer.”

Com o objetivo de desconstruir “o tabu que cresce com a ignorância e o desconhecimento” e permitir "que o apoio não seja apenas dado por pessoas que passaram por uma experiência semelhante", a associação lançou uma petição pública para a criação do Dia Nacional para a Sensibilização da Perda Gestacional, a 15 de Outubro, e reuniu as 4000 assinaturas necessárias para que esta seja discutida na Assembleia da República. A decisão está agora nas mãos da Comissão Parlamentar de Saúde, que nesta quarta-feira vota a petição.

“Como associação, achamos que é possível ajudar, não a minimizar a dor, mas a sensibilizar a sociedade para a existência destes pais.” Todos os anos, neste dia, a associação espera poder fazer acções de sensibilização “que tenham impacto diferente nas pessoas”. Sandra Cunha diz que os casos mais “desvalorizados” são as perdas no primeiro semestre de gestação, “em que a sociedade e mesmo os profissionais de saúde desrespeitam os pais que perderam os seus filhos”.

“Discriminação no SNS”
No seguimento de uma reunião com os deputados Marisabel Moutela (PS) e Carlos Matias (BE), em Maio, a A-PA elaborou um memorando de recomendações, onde a discriminação de que estes pais se dizem alvo por parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é uma questão central.

“A formação dos profissionais de saúde, principalmente nas maternidades, é uma formação para a vida e também eles têm dificuldade em lidar com estes insucessos”, destaca Sandra Cunha.

A psicóloga soma a isto a estrutura do próprio SNS, que diz ter “imensas lacunas”: em vários hospitais, a associação notou que estas mães são internadas juntamente com mães em parto normal, onde “são confrontadas com bebés recém-nascidos durante todo o seu internamento”, pode ler-se no memorando.

Também a forma como a notícia é dada aos pais “é muitas vezes feita de forma desrespeitosa, porque não há preocupação com as palavras nem com o contexto”, explica Sandra Cunha. A psicóloga descreve casos em que o técnico informa os pais durante “uma ecografia, quando vê que o bebé está morto, sem tentarem um ambiente mais propício, com uma equipa disponível para que estes pais tenham apoio”. Apoio esse que chega, “quando chega”, cinco ou seis meses depois da perda. “Não se espera ouvir numa ecografia, quando se pensa que estava tudo bem, que o nosso filho está morto dentro de nós”, descreve Sandra.

À falta de psicólogos nos hospitais junta-se a “questão de mentalidade”, que levou as unidades de saúde contactadas pela associação a recusarem o serviço de psicologia que disponibilizaram de forma voluntária, conta Sandra Cunha: “Dizem-nos que estes serviços não são necessários.”

Quantas mulheres terão passado pelo mesmo, em Portugal, é difícil de saber. A associação denuncia que as estatísticas sobre as perdas gestacionais após as 22 semanas de gestação “são dúbias”. As últimas referem-se a 2015 e indicam que houve 489 perdas gestacionais, um número que Sandra Cunha considera “ser muito afastado da realidade”, uma vez que “o próprio relatório da Direcção-Geral da Saúde indica que nem todos os hospitais responderam quando lhes foram solicitados esses números”, lê-se no memorando.

Também os dados sobre as perdas até às 22 semanas — clinicamente consideradas como abortos espontâneos — estão inseridos no Relatório Anual das Complicações das Interrupções da Gravidez. Facto que Sandra considera ser fruto de uma perceção errada sobre questão, em virtude de uma “mentalidade que minimiza as perdas gestacionais”.

O mesmo acontece relativamente à dispensa do certificado médico em caso de morte fetal, norma esta que está inserida na legislação sobre a interrupção voluntária da gravidez. “Mais uma vez, a perda gestacional está incluída no local errado”, salienta.

Estudo
A ingestão de gorduras saturadas da manteiga, carne de porco e carnes vermelhas aumenta o risco de morte prematura, confirmou...

A investigação, que envolveu mais de 120.000 pessoas e durou três décadas, revelou também que substituir esses alimentos por gorduras como a do azeite de oliva pode trazer benefícios substanciais, podendo mesmo reduzir a mortalidade.

"Houve confusão generalizada na comunidade biomédica e no público em geral nos últimos anos sobre os efeitos na saúde de tipos específicos de gorduras", comenta o autor principal do estudo, Dong Wang, doutorando em Saúde Pública na Universidade de Harvard, citado pela agência de notícias France Presse.

"Este estudo documenta benefícios importantes das gorduras insaturadas, especialmente quando elas substituem gorduras saturadas e trans", explica o cientista.

De acordo com o estudo, escreve o Sapo, as pessoas que comeram mais gorduras saturadas e trans tiveram taxas de mortalidade mais elevadas do que aquelas que consumiram o mesmo número de calorias em hidratos de carbono.

A investigação apontou, ainda, que a substituição de gorduras saturadas como as das manteiga, banha e carne vermelha por gorduras insaturadas de alimentos vegetais - como azeite de oliva, óleo de canola e óleo de soja - pode oferecer "benefícios substanciais para a saúde".

As conclusões foram baseadas em questionários respondidos por profissionais de Saúde a cada dois ou quatro anos - durante 32 anos - sobre a sua dieta, estilo de vida e saúde.

As gorduras trans (não presentes na natureza, produzidas a partir de gorduras vegetais), incluindo as parcialmente hidrogenadas como a da margarina, tiveram os impactos mais graves na saúde.

O estudo constatou que por cada aumento de 2% na ingestão de gorduras trans existe uma hipótese de mortalidade precoce 16% maior. Por outro lado, por cada aumento de 5% no consumo de gorduras saturadas, existe um mais 8% de risco de morte prematura.

Já a ingestão de grandes quantidades de gorduras insaturadas - presentes no azeite, abacate e nozes, por exemplo - "esteve associada a uma mortalidade entre 11% e 19% menor em comparação com o consumo do mesmo número de calorias provenientes de hidratos de carbono", conclui o estudo.

Menor risco de doença
"As pessoas que substituíram as gorduras saturadas por gorduras insaturadas - especialmente por gorduras poli-insaturadas - tiveram um risco de morte significativamente menor durante o período do estudo, assim como um menor risco de morte por doenças cardiovasculares, cancro, doenças neurodegenerativas e doenças respiratórias, em comparação com aquelas que mantiveram o consumo elevado de gorduras saturadas", acrescenta a investigação.

Alguns especialistas criticam o facto do estudo ser observacional e basear-se em questionários, que podem gerar respostas intencionais. No entanto, o resultado geral está em consonância com outros grandes estudos sobre alimentação e saúde.

Para Ian Johnson, investigador emérito do Instituto de Investigação Alimentar do Reino Unido, os "resultados são consistentes com as recomendações de saúde pública atuais no Reino Unido e em outros lugares e, em particular, com o conceito de que a dieta mediterrânea - rica em gorduras insaturadas de vegetais, peixes e azeite de oliva - é benéfica".

"Não há nada nesses resultados que seja consistente com a ideia de que a manteiga é saudável e está de volta'", acrescentou Johnson, que não participou no estudo.

Ordem quer menos vagas nas faculdades
O número de médicos dentistas aumentou 4,6% só no último ano, passando para quase nove mil profissionais, um crescimento que a...

O documento “Números da Ordem 2016”, elaborado periodicamente desde 2004, mostra que no ano passado houve um aumento de 4,6% no número de profissionais inscritos na Ordem e que nas sete faculdades portuguesas de medicina dentária havia 3.192 alunos.

Para a Ordem dos Médicos Dentistas, a solução passa por reduzir de forma drástica o número de vagas nas faculdades de medicina dentária.

“O número de profissionais de medicina dentária é excessivo face às necessidades da população portuguesa. Já estamos muito acima da recomendação da Organização Mundial da Saúde de um médico dentista por cada dois mil habitantes”, afirmou o bastonário Orlando Monteiro da Silva.

As estimativas apontam para que dentro de dois anos Portugal tenha já um médico dentista por cada mil habitantes, o dobro das necessidades.

Para a Ordem, só resta aos novos profissionais duas soluções: ou o subemprego ou a emigração. Calcula-se que cerca de 1.500 a 1.800 médicos dentistas estejam a trabalhar fora do país, sobretudo em países europeus, em particular no Reino Unido.

Quanto ao subemprego, não surge na estatística mas os profissionais vivem numa “situação dececionante”, lamenta Monteiro da Silva: “O subemprego nesta área é absolutamente dramático para os mais jovens que se desdobram a trabalhar em quatro ou cinco locais em simultâneo, com situações muito precárias e ordenados baixíssimos”.

O bastonário sugere que é urgente que as faculdades de medicina dentária cheguem a um entendimento para “reduzir drasticamente” o número de vagas para mestrados integrados.

Atualmente saem cerca de 500 a 700 profissionais para o mercado de trabalho, quando deveriam sair apenas cerca de 200, no entender da Ordem.

“Na abertura do próximo ano letivo, já em outubro, é imperativo que haja menos alunos no primeiro ano”, apela Monteiro da Silva, aconselhando as faculdades a apostar, por exemplo, no ensino pós-graduado para médicos dentistas portugueses e para profissionais estrangeiros.

Os números da Ordem relativos a 2015 mostram que a média de idade dos dentistas a exercer em Portugal é de 38 anos e que 64% dos inscritos na Ordem têm menos de 40 anos.

Estes dados mostram também que há poucos profissionais a abandonar a profissão a cada ano, uma vez que a média etária não é elevada.

Recentemente abriu um concurso para 13 médicos dentistas entrarem nos projetos piloto no Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas o bastonário apela a que se abram mais lugares dentro do serviço público: “Num país que tem tantas carências no acesso a saúde oral era de particular bom senso aproveitar estes médicos dentistas no subemprego e coloca-los a servir a população mais necessitada, no âmbito do SNS”.

Europacolon
A resposta aos doentes que precisam de colonoscopias em regiões como Lisboa progrediu, mas a Europacolon considera que ainda...

“Se estamos a organizar a implementação de um rastreio de base populacional através de sangue oculto nas fezes, sabemos que cinco por cento vão dar testes positivos. É preciso uma resposta antes do início do rastreio para se fazerem rapidamente as colonoscopias totais a quem for detetado sangue oculto nas fezes”, disse Vitor Neves, presidente da Europacolon Portugal - Apoio ao Doente com Cancro Digestivo.

As preocupações da Europacolon surgem um dia antes do primeiro congresso de oncologia digestiva promovido pela organização, que começa sexta-feira e pretende contar com a participação da população, além dos especialistas.

O rastreio de base populacional ao cancro do cólon e reto vai avançar este ano, segundo determinação do atual Ministério da Saúde.

Em Portugal, o acesso às colonoscopias com sedação, pagas pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), era até há pouco tempo muito difícil em determinadas zonas do país, como na Grande Lisboa.

“A situação está melhor. Há cerca de 12 empresas que estão a aceitar inscrições para fazer coloscopias com sedação”, disse Vitor Neves, para quem é necessária a criação de condições para responder aos futuros casos que vão nascer do rastreio.

Isto porque “o objetivo é um diagnóstico precoce e o tratamento que as pessoas necessitam”.

Além do rastreio e das colonoscopias, o congresso vai abordar vários temas que passam pelo apoio ao doente com cancro, ao nível físico e psicológico, pela importância dos comportamentos e pelos avanços da resposta farmacológica.

Vitor Neves sublinha que este não é um congresso como os outros, já que, até pelo próprio preço e o que ele inclui, nomeadamente refeições, pretende ser participado pela população, que, desta forma, pode conhecer mais sobre a sua doença e como a qualidade da sua vida pode melhorar.

No congresso, que decorre sexta-feira e sábado, no Porto, será ainda homenageado o médico e investigador Manuel Sobrinho Simões.

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