Cancro de Cabeça e Pescoço
Mais frequente a partir dos 40 anos, o cancro de Cabeça e Pescoço tem como principais fatores de ris

O cancro de cabeça e pescoço corresponde a qualquer tipo de cancro que possa ser encontrado na região da cabeça ou do pescoço, com exceção dos olhos, cérebro, orelhas e esófago. “Tem origem na pele ou nos tecido moles, na parte superior dos aparelhos respiratório e digestivo: Cavidade Oral, Glândulas Salivares, Seios Perinasais e Fossas Nasais, Faringe (Nasofaringe, Orofaringe, Hipofaringe), Laringe e Gânglios Linfáticos”, explica Ana Castro, médica oncologista e Presidente do Grupo de Estudos Cancro de Cabeça e Pescoço.

De acordo com os dados internacionais, este tipo de cancro é o sexto mais comum na Europa, apresentando metade da incidência do cancro do pulmão, mas sendo duas vezes mais comum do que o cancro do colo do útero. Só em 2012 foram diagnosticados cerca de 150 mil novos casos de cancro de Cabeça e Pescoço em território europeu.

No entanto, apesar da sua crescente incidência, a população continua pouco sensibilizada para esta doença e suas consequências.

Estima-se que cerca de 60 por cento dos casos de cancro de Cabeça e Pescoço sejam diagnosticados num estádio avançado da doença o que limita o sucesso do tratamento e, consequentemente, a sua cura.

Ao longo dos últimos anos, o Grupo de Estudos Cancro da Cabeça e Pescoço (GECCP), tem tentado alertar para esta patologia, através da realização várias ações de sensibilização, de modo a inverter esta tendência.

Este ano, o GECCP associou-se ao evento desportivo “Volta a Portugal em Bicicleta”, levando ações de rastreio aos pontos de chegada de cada etapa, e que irão decorrer até ao próximo dia 7 de Agosto.

“O consumo de tabaco e álcool são dois grandes fatores de risco e a junção dos dois aumenta muito a probabilidade de vir a sofrer desta doença. Os fatores de risco dependem também do tipo de cancro de cabeça e pescoço em causa”, revela a especialista.

De acordo com a médica oncologista, “os tumores mais frequentes são dos da laringe (apresentando uma incidência de 25%) e Cavidade Oral (22%)”.

Os principais sintomas do cancro da laringe são rouquidão, tosse persistente, dificuldade em respirar, perda de peso, mau hálito, dor ao engolir e dor de ouvidos. Já o cancro da Cavidade oral apresenta como principais sintomas feridas que não cicatrizam na língua ou mucosa da boca, inchaço no maxilar, mancha branca ou vermelha nas gengivas e sangramento anormal ou dor na boca.

“Se o doente tiver algum destes sinais ou sintomas que não se resolve em três semanas deve consultar um médico”, adverte Ana Castro.

De acordo com a avaliação do especialista, e caso a lesão seja suspeita, poderá ser necessário a realização de uma biópsia para diagnóstico.  “Se o diagnóstico for cancro, o médico terá de avaliar o estadio e para isso serão necessários exames de imagem, como a TAC ou RMN”, explica.

Ana Castro acrescenta ainda que “os cancros de cabeça e pescoço são classificados conforme o tamanho e a localização do tumor original, o número e tamanho de metástases nos gânglios linfáticos do pescoço e a evidência de metástases em outros órgãos”, sendo considerado o estadio I o menos avançado e o IV o último grau (e também o mais grave) de evolução da doença.

A falta de conhecimento, em geral, a respeito do cancro de cabeça e pescoço faz com que os seus sintomas sejam, muitas vezes negligenciados, ou facilmente confundidos com outras patatologias benignas. “Por isso, o que se recomenda é que uma ferida/lesão, rouquidão, dor de garganta, nódulo no pescoço que não se resolve em três semanas deve ser alvo de observação médica”, sublinha a especialista. “Como em qualquer outro cancro, a taxa de sobrevivência será maior quanto mais cedo for feito o diagnóstico”, justifica.

Apesar de ser mais frequente a partir dos 40 anos, tem-se assistido a uma taxa de incidência cada vez mais elevada em jovens com menos de 30 anos, “devido ao facto da doença estar associada ao estilo de vida e sobretudo, ao consumo excessivo de tabaco e álcool”. Pelo mesmo motivo, afeta mais homens que mulheres, “por estes serem maiores consumidores destas substâncias”.

Nas últimas décadas tem-se assistido ao aumento da taxa de sobrevivência da doença, sobretudo graças ao diagnóstico precoce. “A sobrevivência em cinco anos deste cancrou passou de 50 para 70 por cento (de 1960 a 2009) quando diagnosticado em estádios precoces. Este crescimento foi possível graças ao desenvolvimento de novas modalidades de tratamento”, justifica a presidente do GECCP.

“Os avanços tecnológicos ao nível da medicina permitiram a redução da mortalidade associada a este cancro. Os instrumentos utilizados – endoscópios, navegação intra operativa e imagens de excelente qualidade – são altamente sensíveis e permitem um diagnóstico mais precoce”, acrescenta.

No entanto, revela que também o tratamento é cada vez mais eficaz, uma vez que envolve abordagens com mais do que uma opção terapêutica. “Por exemplo, quimioterapia concomitante com radioterapia”, exemplifica Ana Castro.

Não obstante esta evolução, a especialista em oncologia defende a prevenção como a melhor arma contra a doença. “A melhor forma de prevenir este tipo de cancro é evitar os fatores de risco (consumo de tabaco e álcool), ou seja, adotar um estilo de vida saudável. As idas regulares ao dentista podem permitir a identificação de lesões pré-cancerígenas na cavidade oral”, afiança.

Por outro lado, os rastreios são igualmente importantes. “Os pacientes apresentam frequentemente tumores em estadios avançados (grandes tumores ou mesmo cancro metastático), o que diminui a probabilidade de cura. Assim, é necessário reforçar a ideia de que um diagnóstico precoce é a chave para um prognóstico positivo, e isso poderá ser feito através de um rastreio”, reforça a oncologista.

Estes rastreios, que consistem na avaliação da cavidade oral e do pescoço através de exame objetivo, permitem “sensibilizar as pessoas para estarem atentas a alterações que possam surgir no futuro e alertar o seu médico de família se isso acontecer”.

Embora o plano de tratamento para os doentes com cancro de cabeça e pescoço dependa de fatores como a localização do tumor, estadio do cancro ou estado geral do doente e idade, as três formas de tratamento mais frequente são a cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Conselhos para um verão mais saudável
Conselhos do Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna para um verão mais saudável.

Numa altura em que as temperaturas altas têm sido uma constante, o Núcleo de Estudos de Geriatria (GERMI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) recorda que todos os anos as temperaturas altas são responsáveis pela procura dos serviços de urgência por parte de muitos idosos. A hidratação e os cuidados com o sol não podem ser descurados pelos mais velhos, entre outras atitudes preventivas que o GERMI aconselha.

João Gorjão Clara, coordenador do GERMI, defende que estes conselhos são válidos para todos os idosos mas em particular para os doentes crónicos. “Com o tempo seco e quente podem exacerbar-se, ou ficarem fora de controlo várias doenças crónicas dos idosos, como diabetes, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), hipertensão arterial e a insuficiência cardíaca”, explica o especialista em geriatria.

Cuidado com o sol e as temperaturas elevadas
Em resposta ao calor , antes de sair de casa, os idosos devem vestir uma roupa clara para evitar a absorção dos raios solares, utilizar sapatos confortáveis e arejados com meias de algodão para prevenir o humedecimento excessivo dos pés. Proteger a cabeça da exposição direta aos raios solares, utilizando um chapéu de abas largas e óculos com lentes escurecidas também é recomendado.

Nas partes do corpo que não se encontram protegidas pela roupa utilize protetor solar (fator elevado) para prevenir queimaduras solares, especialmente na cara em redor do nariz e das orelhas, onde a pele é mais sensível.

A exposição direta ao sol nas horas de maior calor (das 11h às 16h) deve ser evitada e os banhos ou duches devem ser tomados com água morna para diminuir a temperatura do corpo. Na rua, o ideal é caminhar pela sombra e fazer várias pausas em locais frescos (climatizados) para não desidratar.

É também fundamental evitar permanecer de pé durante muito tempo sem caminhar e elevar as pernas ao sentar para evitar que fiquem inchadas.

O perigo das insolações e do esgotamento por calor
A insolação ou golpe de calor é uma situação grave que pode causar morte e tem os seguintes sintomas: febre alta, pele vermelha e sem suor, pulso rápido, dores de cabeça, tonturas, confusão e perda de consciência.

No caso de o idoso se sentir mal com o calor, deverá procurar um lugar fresco e pedir ajuda médica através do 112.

Já o esgotamento devido ao calor surge quando há uma perda excessiva de água através da transpiração. Esta situação provoca sensação de sede, cansaço, cãibras, náuseas, vómitos, dores de cabeça e desmaio, frequentemente provocado por tensão arterial baixa.

Quer no caso de insolação, quer no de esgotamento, mesmo pedindo ajuda médica, deve colocar-se a pessoa num local ventilado e fresco, refrescá-la com panos húmidos ou salpicos de água fria, elevar as pernas e, em caso de desmaio, tentar despertá-la.

A importância da hidratação
É muito importante o reforço da hidratação antes, durante e depois do contacto com o calor, porque o sistema principal de arrefecimento é a evaporação de suor, o que implica uma grande perda de água que se não for devidamente reposta, leva à desidratação com potenciais complicações para a saúde.

Os conselhos do especialista
O coordenador do GERMI recomenda a todos os idosos que nesta altura do ano “privilegiem as bebidas naturais (água e sumos), as verduras, os alimentos frescos (carne, ovos e peixe). Devem ser evitados os alimentos não conservados no frio, não frescos, não preparados na altura e as bebidas alcoólicas”.

Caso escolham esta altura do ano para viajar, João Gorjão Clara recomenda aos mais velhos que “procurem percursos à sombra, de manhã cedo ou ao fim do dia, levem roupa folgada de algodão, branca ou de cores claras e não levem sapatos novos. Façam as vacinas aconselhadas para os lugares para onde vão e se tomam medicamentos levem-nos em quantidade que dê para o tempo de ausência. É muito importante que não esqueçam o guia terapêutico onde estão discriminados todos os remédios que tomam para que, se necessário, um médico possa entender de que doença ou doenças sofrem”.

A visão e as férias de verão
No verão, o reflexo da luz solar na areia e na água pode desencadear lesões na córnea e, a observação direta do sol pode...

No verão e com a chegada das férias, o aumento dos índices de raios ultravioleta (UV) e a maior exposição à radiação solar pode acarretar importantes consequências a nível ocular. A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia deixa o alerta: em período de férias, os olhos ficam particularmente expostos a certos agentes agressores, pelo que a prevenção de potenciais lesões oculares é fundamental que seja tida em conta.

As férias são sinónimo de maior exposição à radiação solar que pode acarretar importantes consequências a nível ocular tendo em conta os efeitos provocados pela radiação ultravioleta. “Em casos extremos pode haver um sério compromisso da função visual”, explica a Dra. Rita Flores, oftalmologista e secretária geral da SPO. “A radiação UV pode propiciar o aparecimento de catarata, desenvolvimento de tecidos anómalos na superfície ocular como os pterígios e neoplasias malignas. Para além disso, o reflexo da luz solar na areia e na água pode ainda desencadear lesões na córnea e a observação direta do sol pode provocar retinopatia solar (queimadura na macula) ”.

Todas as pessoas, independentemente da idade ou da sua pigmentação cutânea, estão suscetíveis aos danos que a radiação UV pode provocar. Contudo, como afirma a Dra. Rita Flores, “as crianças e indivíduos de pele clara são particularmente vulneráveis a este tipo de lesão e estudos demonstraram que certas doenças oculares como as distrofias retinianas podem aumentar esta vulnerabilidade”.

Alguns conselhos úteis a ter em conta:

  • Apesar de não anular o risco de doença ocular, a proteção com recurso a chapéu e a óculos de sol com filtros adequados minimiza a probabilidade de lesão por exposição ao sol. Os olhos são particularmente sensíveis ao calor e à desidratação, originando desconforto, prurido, olho vermelho e sensação de corpo estranho a nível ocular. Contudo, o refúgio no ar-condicionado não é propriamente saudável, uma vez que os ambientes refrigerados também diminuem a produção de lágrima.
  • O uso excessivo do computador ou tablet irá agravar a sintomatologia. O pestanejo e uso de lágrima artificial são as principais armas no combate do olho seco. Para além disso, uma alimentação rica em ómega 3 e uma hidratação adequada são essenciais.
  • Na praia, os grãos de areia podem provocar lesões importantes na superfície ocular. Caso permaneçam alojados no interior das pálpebras, após a lavagem abundante com soro fisiológico, ou persistam sintomas após a sua remoção, deverá procurar a avaliação urgente por um médico oftalmologista.
  • Outro importante agressor nesta altura do ano é o cloro utilizado na desinfeção da água das piscinas. Este produto químico pode provocar lesões ao nível da superfície ocular pelo que uso de óculos de natação nestes ambientes é aconselhável. Por outro lado, a água das piscinas pode representar uma ameaça se estiver conspurcada com organismos potencialmente infeciosos. Assim sendo, a exposição direta a estes agentes é novamente desaconselhada.

A Dra. Rita Flores e a SPO deixam assim o alerta e alguns conselhos que se refletem em importantes medidas de prevenção para as férias, salientando ainda “cuide dos seus olhos também durante as férias mas lembre-se que qualquer sintoma anómalo como baixa de visão, dor ou olho vermelho deve motivar a procura por uma observação oftalmológica”.

Avaliação SINAS, da ERS
Os hospitais de Braga e Vila Franca de Xira, geridos pela José de Mello Saúde em regime de Parceria Público Privado estão entre...

O Hospital de Braga é o segundo hospital do país, com a classificação máxima - excelência clínica de nível III atribuída em seis áreas clínicas: Neurologia - AVC, Cardiologia - Enfarte Agudo do Miocárdio, Obstetrícia – Partos e Cuidados Pré Natais, Ortopedia – Artroplastia da Anca e Joelho, Unidade de Cuidados Intensivos e Tromboembolismo Venoso no Internamento.

No caso da área de tromboembolismo Venoso no Internamento, a qual é uma área transversal a todos os serviços com internamento do hospital, o Hospital de Braga é uma das duas únicas unidades de saúde do país a ser classificada com o nível máximo de excelência clínica.

Também o Hospital Vila Franca de Xira ocupa uma posição de destaque ao obter a classificação mais alta, de excelência clínica III nas áreas de Cuidados Intensivos, Ginecologia, Obstetrícia e Ortopedia. As especialidades de Cardiologia, Cirurgia de Ambulatório, Cirurgia Geral, Neurologia e Pediatria obtiveram o nível de excelência clínica II.

O Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS) visa avaliar, de forma objetiva e consistente, a qualidade dos cuidados de saúde em Portugal, com base em indicadores de avaliação que permitam obter um rating dos prestadores. A publicação deste rating garante o acesso dos Utentes a informação adequada e inteligível acerca da qualidade dos cuidados de saúde nos diversos prestadores, promovendo a tomada de decisões mais informadas e a melhoria contínua dos cuidados prestados.

Investigadores norte-americanos
Um grande estudo confirma a influência dos genes no risco de depressão nas pessoas de origem europeia, um passo para melhor...

Embora se saiba que a depressão não se limita apenas aos aspetos psicológicos e pode atingir famílias inteiras, a maioria dos estudos anteriores não conseguiu identificar as variações genéticas que influem no risco de depressão, em particular nas pessoas de ascendência europeia.

Realizado por investigadores norte-americanos, este novo estudo, publicado na revista especializada Nature Genetics, identificou 17 variações genéticas de risco potencial, repartidas por 15 regiões do genoma.

O trabalho descreve “as primeiras associações genéticas representativas com o risco de Transtorno Depressivo Major (TDM) nos indivíduos de origem europeia”, sublinha a revista.

Este vasto estudo, classificado como “pangenómico”, engloba mais de 121.000 pessoas que declararam ter-lhes sido diagnosticada uma depressão ou ter recebido tratamento para a doença. Estão também incluídas 338.000 pessoas que declararam não ter antecedentes de depressão.

Os investigadores utilizaram os dados provenientes da empresa norte-americana de genética 23andMe, que vende testes de ADN a particulares para avaliar o seu risco genético de desenvolver determinadas doenças.

“A identificação dos genes que têm influência no risco de uma doença é uma primeira etapa para a compreensão da biologia da própria doença”, explica Roy Perlis, do Massachusetts General Hospital, coautor do trabalho.

“Esperamos que a descoberta destes genes nos oriente para novas estratégias de tratamento”, acrescenta o especialista, também professor agregado de psiquiatria na Harvard Medical School.

Um estudo recente tinha identificado duas variações genéticas (ou mutações) que podem contribuir para o risco de desenvolver esta doença nas mulheres chinesas, mas tais mutações são extremamente raras noutras populações.

Esta análise identificou nomeadamente genes do sistema nervoso e genes envolvidos no desenvolvimento do cérebro, bem como um gene anteriormente associado à epilepsia e ao défice intelectual.

Em termos mais gerais, Roy Perlis estima que “encontrar genes associados à depressão deverá ajudar a dizer claramente que se trata de uma doença do cérebro”, esperando assim “diminuir a estigmatização” dos doentes.

A depressão atinge mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Estudo
Um dos mais poderosos antibióticos jamais desenvolvidos, capaz de nos defender contra as mais poderosas superbactérias, foi...

"Normalmente os antibióticos formam-se apenas entre bactérias de solo e em fungos" explicou o microbiologista Andreas Peschel. "A ideia que a microflora humana pode também ser uma fonte de agentes microbianos é uma descoberta nova", afirmou.

O novo antibiótico, escreve a RTP, pertence a uma nova classe e é capaz de derrotar até mesmo a poderosa bactéria multi-resistente MRSA - pelo menos em ratinhos.

O Methicillin-resistente Staphylococcus aureus ou MRSA é considerado responsável por 19.000 mortes todos os anos nos EUA e por outras tantas na Europa - muito mais do que o HIV e o SIDA. Há mais organismos super-resistentes a espalhar-se.

Os cientistas da Universidade de Tübingen, na Alemanha, começaram por analisar as bactérias nasais de 90 participantes no estudo.

A princípio, a equipa não estava à procura de nenhuma nova classe de bactéria. Mas encontraram uma, chamada Staphylococcus lugdunensis.

A partir dela desenvolveram o novo antibiótico, chamado Lugdunin, usado depois nos testes em ratinhos. Os resultados animadores sugerem que podemos ter nas nossas mãos um novo tratamento, embora não possa para já ser usado em humanos.

Os cientistas descobriram ainda que as bactérias MRSA e as Staphylococcus lugdunensis raramente se encontram ao mesmo tempo no nariz humano, o que reforça a ideia de que estas últimas podem ajudar a combater as primeiras.

Desde 1980 que não se encontrava uma classe semelhante de antibióticos e a descoberta abre a porta à luta contra as novas bactérias super-resistentes que se desenvolveram em resposta aos medicamentos desenvolvidos no século XX.

"O Lugdunin é apenas o primeiro exemplo", disse Peschel a The Verge. "Talvez seja apenas a ponta do icebergue".

É possível que existam muitos mais organismos resistentes aos antibióticos clássicos que podem ser combatidos com o Lugdunin ou qualquer outra coisa mais que exista nos nossos narizes. Mas isso só se saberá dentro de alguns anos.

Os especialistas avisam que a MRSA deverá tornar-se eventualmente resistente ao Lugdunin mas este é um raio de luz na luta contra os organismos multi-resistentes, que desenvolveram defesas contra todos os tratamentos e por isso se tornaram fatais para os seres humanos, podendo ser responsáveis por milhares de milhões de mortes até em 2050.

O Lugdunin está agora na frente da corrida do desenvolvimento de tratamentos alternativos.

Direção-Geral da Saúde
O Diretor-Geral da Saúde alerta para o risco de pessoas não protegidas contraírem sarampo através do contacto com pessoas...

A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda a todas as pessoas que tencionam viajar para o estrangeiro que verifiquem se estão vacinadas contra o sarampo e, se não for o caso, que o façam por uma questão de precaução, escreve o Sapo.

Aconselha-se aos viajantes que, "preferencialmente quatro a seis semanas antes da viagem", verifiquem o seu boletim de vacinas e que se vacinem, se necessário, aconselha a subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, em comunicado divulgado esta segunda-feira.

"O sarampo é uma das doenças infecciosas mais contagiosas, podendo provocar doença grave ou mesmo a morte. É evitável pela vacinação e está, há vários anos, controlado em Portugal, uma vez que a grande maioria das pessoas está protegida por ter sido vacinada ou por ter tido a doença", acrescenta a médica.

"Continuam a ocorrer surtos/epidemias de sarampo na maioria dos países europeus e no continente americano, em crianças e adultos (com hospitalizações e mortes)", sendo a doença frequente em muitos países de África e da Ásia.

"Se vai viajar ou participar num evento internacional, em Portugal ou no estrangeiro, pode estar em risco de contrair sarampo", lê-se na nota.

A responsável alerta que "em viagens internacionais e em eventos onde se encontram cidadãos de vários países existe o risco de pessoas não protegidas contraírem sarampo através do contacto com pessoas doentes ou em período de incubação da doença”.

A DGS considera que estão protegidas contra o sarampo as pessoas que tiveram a doença ou que, com menos de 18 anos de idade, foram imunizadas com duas doses da vacina (VASPR2); no caso de terem 18 ou mais anos de idade, basta uma dose de vacina contra o sarampo (VAS3 ou VASPR).

A vacinação é grátis nas unidades do Serviço Nacional de Saúde.

Em caso de dúvida, ligue para a Linha Saúde 24, através do número 808 24 24 24.

Unicef diz
Cerca de 77 milhões de bebés, um de cada dois, não tomam leite materno nas primeiras horas de vida, o que lhes priva de...

“Fazer com que os bebés esperem demasiado tempo para ter o primeiro contacto fundamental com a sua mãe fora do útero diminui as possibilidades do recém-nascido de sobreviver e limita a produção de leite da mãe”, afirmou em comunicado a assessora superior de nutrição da organização, Francia Bégin.

Além disso, segundo explicou o porta-voz da Unicef em Genebra, Christophe Boulierac, se todos os bebés fossem alimentados só com leite materno desde o momento em que nascem até aos seis meses, “mais de 800 mil vidas seriam salvas a cada ano, por isso que é uma questão de vida ou morte”.

Segundo os especialistas, quanto mais o aleitamento é atrasado, maior é o risco de o bebé morrer no primeiro mês de vida, escreve o Diário Digital.

Atrasar o aleitamento materno de duas a 23 horas depois do nascimento aumenta o risco de morrer nos primeiros 28 dias de vida em 40% e atrasá-la por 24 horas ou mais aumenta o risco de morte em 80%.

Os bebés que não tomam leite materno têm 14 vezes mais probabilidades de morrer do que aqueles que se alimentam só com leite materno.

“O leite materno é a primeira vacina do bebé, a primeira e melhor proteção que tem contra a doença e os transtornos. Quase metade das mortes de crianças menores de cinco anos são de recém-nascidos, o aleitamento antecipado pode fazer a diferença entre a vida e a morte”, asseverou Begin.

Entidade Reguladora da Saúde
Mais de metade das 160 unidades de saúde avaliadas pela Entidade Reguladora da Saúde no primeiro semestre de 2016 obtiveram...

Segundo dados divulgados do Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS), elaborado pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS) e publicado semestralmente, são atualmente abrangidos nesta avaliação 160 prestadores de cuidados de saúde (hospitais ou clínicas), dos quais 127 (79%) foram classificados, tendo 106 (66%) conseguido a atribuição da estrela que corresponde ao primeiro nível de avaliação.

A dimensão Excelência Clínica reflete os resultados relativos a procedimentos e/ou diagnósticos no contexto das áreas de Acidente Vascular Cerebral, Cirurgia Cardíaca, Cirurgia de Ambulatório, Cirurgia do Cólon, Cirurgia Vascular, Enfarte Agudo do Miocárdio, Ginecologia, Obstetrícia, Ortopedia, Pediatria e Unidades de Cuidados Intensivos.

A ERS sublinha que nesta dimensão Excelência Clínica se verificou “uma melhoria nos valores médios de alguns dos indicadores de processo associados a diferentes áreas cirúrgicas, nomeadamente nos que se reportam à seleção, administração e interrupção da antibioterapia profilática”.

Segundo o SINAS, houve também uma melhoria nos valores médios dos indicadores das áreas de pediatria, obstetrícia, neurologia, cirurgia de ambulatório, unidade de cuidados intensivos, avaliação da dor aguda, tromboembolismo venoso no internamento.

Para obter a estrela, os estabelecimentos de saúde têm de cumprir todos os parâmetros de qualidade exigidos.

No primeiro semestre deste ano, diminuiu o número de unidades que obtiveram a estrela nas dimensões da segurança do doente e de adequação e conforto das instalações.

No que respeita à segurança do doente, foram 122 os estabelecimentos que cumpriram todos os parâmetros de qualidade nesta área, ao passo que em 2015 tinham sido 130.

Quanto à adequação e conforto das instalações, 137 unidades conseguiram obter esta classificação máxima em 2016 (139 em 2015).

Os prestadores que cumprem todos os requisitos de qualidade acedem a um segundo nível de avaliação, no qual é calculado um ‘rating’ individual com níveis de classificação de qualidade que vão do I (mais baixo) ao III (mais alto).

Neste segundo nível de avaliação, o regulador destaca o aumento de unidades que obtiveram nível de qualidade III nas áreas de obstetrícia (de 40% para 45%) e Unidade de cuidados Intensivos (de 28% para 40%), relativamente à última avaliação efetuada, referente a 2015.

Universidade de Coimbra
Uma investigadora da Universidade de Coimbra obteve um financiamento de uma associação francesa de cerca de 50 mil euros para...

Segundo um comunicado da Universidade de Coimbra (UC), o projeto, financiado pela Association Francaise Contre les Myopathies, consiste na transplantação de células estaminais neurais em ratinhos (murganhos) com a doença para avaliar se desencadeia efeitos benéficos.

"A aprovação deste projeto por uma agência de financiamento de renome internacional demonstra que o trabalho que temos desenvolvido nos últimos anos tem qualidade e relevância científica e a importância deste estudo para o avanço do conhecimento no campo da neurotransplantação", refere a investigadora Liliana Mendonça, do Centro de Neurociências e Biologia Celular, citada na nota.

O estudo, segundo a responsável, pretende demonstrar "a possibilidade de obter células estaminais neurais específicas do doente, evitando problemas de rejeição imunológica de células de indivíduos diferentes e questões éticas associadas a outras fontes de células estaminais como os embriões humanos".

"O transplante de células estaminais neurais poderá ser uma estratégia terapêutica com potencial de substituir neurónios perdidos e/ou danificados e ativar mecanismos de neuroproteção que permitem reduzir a perda neuronal que é significativa nesta doença neurodegenerativa", explica Liliana Mendonça.

A doença Machado-Joseph é uma doença incurável, fatal e hereditária de grande prevalência nos Açores, sendo caracterizada pela descoordenação motora, atrofia muscular, rigidez dos membros, dificuldades na deglutição, fala e visão, associadas a um progressivo dano de zonas cerebrais específicas.

A Association Francaise Contre les Myopathies está focada em doenças neuromusculares e atribui financiamentos a programas de investigação internacionais com qualidade.

Infarmed
Já há dez farmácias que têm quota de 60% nos genéricos. Campanha recorda que a opção por genéricos é um direito dos utentes.

Já existem dez farmácias no País que ultrapassaram uma quota de 60% de medicamentos genéricos por unidades, um resultado em que se têm destacado algumas unidades, sobretudo a sul de Lisboa. Mértola é o único concelho que ultrapassa os 60% em termos de quota de mercado.

Mais generalizada é a quota de 50%, que foi já ultrapassada por mais de 700 farmácias, de acordo com dados de janeiro de 2015 a fevereiro de 2016. Este retrato mostra que é possível reforçar a atual quota de mercado dos medicamentos genéricos, de 47,4%, e aproximá-la das registadas noutros países, nomeadamente nos países nórdicos ou na Alemanha.

Para que a utilização de genéricos continue a crescer, é lançada uma campanha publicitária que pretende envolver utentes, profissionais de saúde e farmácias em torno de um objetivo comum: garantir o acesso ao tratamento mais adequado, com a máxima poupança para todos os utentes e para o Serviço Nacional de Saúde.

A campanha vem alertar que, se uma doença, uma dor ou uma infeção não têm marca, também os medicamentos não têm de ser de marca para ter a mesma eficácia, qualidade e segurança. Para isso, convida o utente a escolher genéricos e a “não tornar a saúde mais cara para todos”, lembrando ainda as farmácias de que a dispensa dos medicamentos mais baratos é um dever.

Ao tratar com medicamentos que têm a mesma composição, efeitos, qualidade e segurança, mas que são mais baratos, contribui-se para uma melhor gestão dos recursos disponíveis permitindo que mais doentes, aqueles que necessitam, tenham acesso aos medicamentos verdadeiramente inovadores.

Pode aceder ao website da Campanha através do link: http://www.boasescolhas.pt/

“Papel pioneiro e de constante luta pela causa da diabetes”
Cumpriu-se um “dever de justiça nacional” e foi manifestada a “gratidão da sociedade portuguesa” a uma associação que tem tido...

“A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) tem tido um papel formativo, pedagógico, mobilizador, representando o que de melhor existe na verdadeira sociedade civil”, acrescentou, na cerimónia que decorreu no antigo Museu dos Coches, em Lisboa.

O anúncio já tinha sido feito pelo Presidente da República no 90.º aniversário da Associação, a 13 de maio, tendo sido agora, atribuída, “com honra”, a prometida insígnia. Um mérito que, para o presidente da APDP, Luis Gardete Correia, vem reconhecer “o papel já histórico da Associação na promoção da saúde pública, o seu trabalho, a dedicação, a abnegação ao longo de décadas”.

A Associação ocupa o primeiro lugar nos nove centros mundiais de educação terapêutica (International Diabetes Federation Education Center) e está catalogada como clínica de referência para o tratamento de crianças e jovens com diabetes.

No próximo ano estará encarregue da organização da 53.ª reunião europeia da EASD (European Association for the Study of Diabetes), o maior congresso mundial da área científica realizado em Portugal, que vai decorrer em Lisboa entre os dias 11 e 15 de setembro e que reunirá mais de 18 mil participantes.

Jogo combate o isolamento e promove atividade física regular
A febre do jogo Pokémon Go chegou a Portugal há poucos dias e já conseguiu mudar comportamentos: hoje, milhares e milhares de...

Ao contrário da tendência para a abolição da tecnologia e respetivos efeitos sociais, Hélder Flor, especialista em Medicina Tradicional Chinesa, reconhece bastantes vantagens na criação do jogo Pokémon Go : "Todos os jogadores procuram superar o máximo de níveis possível, e, para isso, é preciso caminhar bastante. São "obrigados" a sair de casa e a conhecer novos caminhos de forma proactiva. E, mesmo atrás de um dispositivo móvel, começam a participar em fóruns e a ganhar a confiança necessária para interagir com os seus pares ao vivo, combatendo o isolamento. Claro que a falta de atenção, em relação ao que os rodeia, e as longas horas dedicadas ao jogo podem não ser aspetos positivos, mas se o período de distração for limitado e a área a percorrer for segura, não há qualquer problema. Aliás, esta tendência originou uma ação natural e criativa para acabar com o sedentarismo. E, num país com níveis preocupantes de obesidade infantil, todas as ações que promovam o exercício físico, devem ser bem-vindas".- afirma.

A caminhada é uma atividade de baixo impacto, adaptada ao ritmo de cada um e recomendada em qualquer idade. Tem bastantes efeitos positivos ao nível da circulação, no combate à osteoporose, no combate à depressão e na melhoria da auto-estima e saúde mental em geral. De acordo com estudos efetuados na área, a caminhada é uma das atividades mais completas, simples e práticas que o ser humano pode iniciar, sem exigir uma grande preparação, oferecendo benefícios a vários níveis. Além de todos os benefícios descritos, para a Medicina Tradicional Chinesa, caminhar faz bem ao Fígado e ativa o "Qi" (energia) do corpo, que regula o bem-estar de todos os outros órgãos.

Apesar de surgirem as mais variadas reações perante do jogo que está a conquistar o mundo, Hélder Flor defende que a abordagem deve ser clara e só uma: "É fundamental percebermos e darmos destaque à dinâmica em que assenta. Até faz sentido, de forma regrada e consciente, ser apoiada por escolas e profissionais de educação, sobretudo porque permite inserir, de mais facilmente, o exercício físico nas práticas diárias e regulares das crianças."- Remata.

Segundo especialista
O especialista em alterações climáticas Filipe Duarte Santos afirmou que "ainda há muito a fazer" na adaptação aos...

O investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que falava a propósito dos 10 anos do Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC), assinalados esta semana, disse que "há ainda muito a fazer" na adaptação, apesar de haver uma estratégia nacional.

Na adaptação às alterações climáticas, apontou, trata-se de "tentar minimizar os seus efeitos adversos e também tentar potenciar algumas oportunidades que estas mudanças trazem", existindo já um trabalho de desenvolvimento de estratégias municipais, em 26 concelhos a participar no projeto Climadapt.

"Agora é preciso dar especial atenção aos recursos hídricos, uma vez que, em Portugal, já se notam as alterações climáticas a nível de menor precipitação média anual", avançou Filipe Duarte Santos.

Para o especialista, "é preciso adaptar os recursos hídricos, a agricultura e as florestas a esta mudança", sendo a área que merece mais atenção a região interior sul do país, o Alentejo, mas também Trás-os-Montes e beiras interiores.

"Os agricultores têm toda a vantagem em ter em conta que estamos perante uma mudança do clima e que as suas práticas podem adaptar-se a um clima mais quente e mais seco", especificou.

Nas florestas, o tempo mais seco e quente aumenta o risco de fogos e nas zonas costeiras, a preocupação deve-se à subida do nível médio do mar.

Esta subida, segundo Filipe Duarte Santos, "já foi de 20 centímetros, mas que projeta-se ser de um metro até ao final do século, um processo praticamente irreversível".

A área da saúde humana também foi listada pelo investigador já que ondas de calor mais frequentes podem aumentar o risco de doenças transmitidas por vetores.

A partir de agosto
Os doentes encaminhados para os hospitais pelos centros de saúde ou pela Linha Saúde 24 passam a ter prioridade, dentro do...

Segundo um despacho publicado em abril, a partir de agosto, todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) devem dar prioridade ao atendimento dos utentes que sejam referenciados através dos cuidados de saúde primários ou da Linha Saúde 24, dentro do mesmo grau de prioridade atribuída.

Assim, as pulseiras que identificam a cor de prioridade da triagem e as vinhetas que identificam o utente devem estar devidamente assinaladas, quando o doente é reencaminhado pelo centro de saúde ou pela Linha Saúde 24.

Esta é uma forma de orientar o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde, bem como de investir na articulação entre os cuidados primários e os hospitais. Trata-se igualmente de uma forma de evitar que se recorra às urgências hospitalares em situações que devem ser avaliadas pelas equipas dos centros de saúde.

O Orçamento do Estado para este ano já veio dispensar de pagamento de taxas moderadoras, nas urgências hospitalares, os utentes referenciados pelos cuidados de saúde primários e pela Saúde 24.

No que respeita ao atendimento, nos Serviços de Urgência, de doentes classificados com a cor branca (que caracterizam um atendimento eletivo, ou seja, procedimento que pode ser programado), “não deve ultrapassar os 5% do atendimento global desses serviços, no ano de 2016, e de 2%, no ano de 2017”, define o despacho.

O objetivo é desincentivar os doentes na cor branca de se dirigirem aos Serviços de Urgência, e os hospitais de promoverem o tratamento nesses serviços de situações que não são urgentes.

Caso aquela percentagem seja ultrapassada, os hospitais devem desenvolver medidas corretivas, com vista a cumprir o objetivo fixado.

A partir de 2017, os hospitais que não conseguirem cumprir o objetivo de menos de 2% de doentes nos Serviços de Urgência, com classificação de cor branca, serão penalizados, no âmbito dos contratos-programa estabelecidos anualmente com as Administrações Regionais de Saúde.

O diploma legal determina ainda que, sempre que o doente for transferido entre serviços de urgências, deve voltar a ser triado na chegada à urgência de destino, como fator de segurança do doente, face a um eventual agravamento da sua situação clínica durante o transporte.

“Avanço civilizacional”
A presidente da Associação Portuguesa de Fertilidade, Cláudia Vieira congratulou-se com a promulgação pelo Presidente da...

Em declarações, Cláudia Vieira defendeu que a decisão anunciada no sábado à noite por Marcelo Rebelo de Sousa "mostrou que quer ir mais além e que não quer exclusões no seu próprio país".

"Foi um grande avanço civilizacional num país tão pequeno como o nosso. Mostrou que quer ir mais além e que não quer exclusões no seu próprio país. Não se trata de um capricho, estes casos são única e exclusivamente para pessoas com um problema de saúde perfeitamente identificado", sublinhou.

A dirigente da Associação Portuguesa de Fertilidade (APF), com sede em Matosinhos, distrito do Porto, lembrou que quando em junho saiu o primeiro texto "havia dúvidas" e que "aquilo que o Bloco de Esquerda fez foi revê-lo, respondendo a essas dúvidas, após o que foi favoravelmente votado pela Assembleia da República e agora terminou com uma decisão favorável do Presidente da República".

Afirmando-se "feliz" pela promulgação, Cláudia Vieira entende que o diploma que agora ganha força de lei "vai refletir-se na legalização de uma prática que era proibida em Portugal, deixando de empurrar os casais para a procura de ajuda onde a gestação de substituição é legal ou, em alguns casos, recorrer à margem da lei".

"Isso preocupava-nos, porque todos os intervenientes nessa prática estavam desprotegidos", lembrou a dirigente da APF que reconhece que havia atividade marginal no apoio a essas pessoas.

"Claramente, não se pode tapar o sol com a peneira, ela acontecia em Portugal e isso não interessa a ninguém", acrescentou.

No novo cenário nascido da proposta do BE, entende Cláudia Vieira que a partir de agora "todos conhecem os seus direitos e estão salvaguardados os direitos da criança".

"A gestação de substituição foi um tema por nós discutido e defendido, representa a inclusão de uma faixa de portugueses inférteis numa lei que até ao momento os deixava de fora. Não é, nem nunca foi, um mero capricho de alguém", disse.

A promulgação do diploma da Assembleia da República foi divulgada através da página da Presidência da República na Internet.

Agência Portuguesa do Ambiente
A produção de resíduos hospitalares perigosos ficou nas 21 mil toneladas em 2015, uma quantidade já mais baixa que a meta...

Ao não atingir a meta fixada para este ano, cerca de 23 mil toneladas, "cumpriu-se o cenário mais restritivo para este indicador", referiu a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

No ano passado, a capacidade de tratamento instalada em Portugal para os resíduos hospitalares perigosos era superior aos valores fixados no Plano Estratégico dos Resíduos Hospitalares (PERH) para 2016 e, no caso do lixo do grupo IV, que é de incineração obrigatória, é quatro vezes superior.

A capacidade instalada para estes resíduos perigosos era de 8,2 mil toneladas e o PERH refere 2 mil toneladas, segundo os dados da APA.

Quanto ao grupo III, que abrange os produtos de risco biológico - resíduos contaminados suscetíveis de serem encaminhados para a incineração ou para algum pré-tratamento que permita a sua eliminação como resíduo urbano -, a capacidade instalada atingia cerca de 46 mil toneladas, igualmente acima das 41,4 mil toneladas indicadas no PERH.

A APA refere ainda que, no ano passado, a produção de resíduos hospitalares do grupo IV foi inferior à meta estabelecida para 2016, "tendo também este objetivo sido cumprido".

A quantidade deste tipo de lixo ficou em 2015 nos 6,13% para uma meta do PERH de 8% para 2016.

Estudo
Investigadores portugueses identificaram uma nova via que estabiliza a proteína alterada nos doentes com fibrose quística,...

"O que nós identificámos foi uma nova via que regula a estabilidade da proteína na membrana da célula. É uma via de sinalização que já era conhecida, o que fizemos foi mostrar que está envolvida na regulação desta proteína da fibrose quística", naquele local, disse o cientista que coordenou a investigação.

O avanço conseguido neste trabalho, recentemente publicado no 'Journal of Cell Science', "é particularmente importante porque, no campo da fibrose quística, já há, muito recentemente, medicamentos aprovados que corrigem aquilo a que chamamos um defeito [base]", mas que "vão tratar, não os sintomas propriamente ditos, mas aquilo que está na origem dos sintomas, e impedem a doença no seu início", explicou Carlos Farinha.

O cientista do BioISI – Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas e professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa), referiu que, "no caso dos doentes que têm a mutação mais comum, porque a fibrose quística é uma doença genética, esses medicamentos corrigem o dito defeito básico, mas corrigem-no pouco", ou seja, a correção não é total e continua a haver alguma consequência do problema.

A ação destes medicamentos, já aprovados, "acaba por não ser uma cura definitiva, [sendo] mais um retardar dos efeitos da doença, que, para os doentes obviamente já é bom, mas não é suficiente", defendeu Carlos Farinha.

Em outras áreas da saúde, como nos problemas cardíacos ou de inflamação vascular, esta via de sinalização já está a ser estudada e "na mira das empresas farmacêuticas", apontou.

"Ativando esta outra proteína dentro da célula, a proteína da fibrose quística fica mais estável" e agora os investigadores pretendem analisar se, na ligação entre as duas, "há outras que são ainda mais fáceis de ativar e que levam ao mesmo efeito", resumiu o especialista.

O composto químico utilizado pela equipa do BioISI em laboratório, avançou, "pode eventualmente evoluir para medicamento".

Segundo dados da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em Portugal, a fibrose quística, que se manifesta sobretudo ao nível dos pulmões, mas também do intestino, afeta cerca de 300 doentes e as estimativas apontam para o nascimento de 30 a 40 crianças com este problema, por ano.

Novos tratamentos
Portugal vai criar uma plataforma, integrando um projeto internacional, para informar os doentes sobre a investigação de...

O objetivo da plataforma, a integrar na academia europeia de doentes para a inovação terapêutica (EUPARI na sigla em inglês), é "criar uma comunidade de pessoas informadas relativamente à sua potencial [intervenção] na investigação ligada ao desenvolvimento de medicamentos", podendo ser doentes ou de associações de doentes, mas também profissionais de algumas áreas, explicou Beatriz Lima, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

A presidente da Associação de Doentes de Doenças Reumáticas, Elsa Mateus, também está no grupo de seis elementos com a tarefa de preparar a plataforma nacional, que deverá estar a funcionar até dezembro.

"Inicialmente, o projeto estava pensado para 12 plataformas nacionais. Neste momento, já estão previstas 19, até final de 2016, e Portugal é uma delas", avançou Elsa Mateus.

Pretendem angariar parceiros entre unidades de investigação, indústria, academias e associações de doentes e preparar 'workshops' e "eventualmente, uma conferência de lançamento, em dezembro", acrescentou.

Para Elsa Mateus, a participação de Portugal, "do ponto de vista dos doentes, é muito importante porque no país, como de resto a nível europeu, existe um grande desconhecimento sobre todo o processo de investigação e desenvolvimento de medicamentos o que, muitas vezes, dá azo a alguns receios".

Com uma comunidade de indivíduos informados, como explicou Beatriz Lima, é esperado que "este sentimento de receio que, muitas vezes, é gerado por acontecimentos pontuais, seja substituído por um conhecimento ou uma consciencialização informada sobre o papel e potenciais consequências, positivas ou negativas".

"Muitas vezes, faltam algumas competências porque o doente é perito na sua própria doença e não propriamente em todo o processo ou na linguagem científica", realçou Elsa Mateus.

Um doente que entra num processo de experimentação, "espera retirar algum benefício e tem de avançar tendo a noção de que tem benefícios e poderá vir a correr alguns riscos", defendeu a professora da Faculdade de Farmácia.

Uma coisa, especificou ainda, é o cidadão como utilizador, a partir do momento em que o medicamento está aprovado, outra é o cidadão como interveniente ativo no processo de desenvolvimento, "porque quando as pessoas entram nos ensaios clínicos é exatamente disso que se trata".

É ainda esperado que o conhecimento acerca dos tratamentos acabe por ter também efeitos na forma como os doentes utilizam os medicamentos.

Estão também na comissão instaladora da plataforma portuguesa Inês Alves, de uma associação de doentes, Nuno Gago, da Universidade de Aveiro, Helena Beaumont, do Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), Cristina Lopes e José Antunes, da Associação da Indústria Farmacêutica Portuguesa (APIFARMA).

Hospital Dona Estefânia
Uma voluntária está a dinamizar uma angariação de fundos para comprar 700 litros de tinta para pintar um novo espaço do serviço...

Marta Mello Breyner, atualmente desempregada e que trabalhou numa multinacional farmacêutica durante 33 anos, criou a página no Facebook “ALTAmente” com o objetivo de ajudar nas obras necessárias à expansão do serviço de psiquiatria para crianças e adolescentes da Estefânia.

Em entrevista, Marta Mello Breyner, que faz voluntariado na área da saúde mental no Pisão, conta que conheceu de perto a história de uma jovem de 16 anos que tentou o suicídio. Foi este caso que a fez compreender “a falta de resposta do Estado para estas situações”.

“Apenas 20 camas de internamento para toda a área de Lisboa e até Faro, com serviço sempre completo, e as crianças ou jovens sem possibilidade de ficarem no Hospital de Estefânia são transferidos para serviços de adultos que em nada estão preparados para os receber”, conta.

Esta é aliás uma realidade para a qual o próprio Plano Nacional de Saúde Mental tem vindo a chamar a atenção.

Em marcha está a criação de uma unidade específica para crianças e jovens, no Parque de Saúde de Lisboa, e é precisamente para a pintura desta unidade que Marta Mello Breyner está a tentar angariar fundos.

“Todos os donativos são importantes…um euro faz toda a diferença”, sublinha Marta Mello Breyner, que disponibiliza um NIB na página ALTAMente criada para este efeito. O dinheiro recebido é canalizado para uma associação sem fins lucrativos ligada à pedopsiquiatra (Arterapias).

Atualmente desempregada mas conhecedora da área da saúde, Marta diz que sonha que “todo e qualquer serviço de psiquiatria tenha alternativas diferentes que visem o bem-estar dos utentes, doentes e familiares”.

“Um cabeleireiro, porque não? Um centro de massagens, jardins terapêuticos, teatro, animais, tudo isto e muito mais pode ser feito com parecerias nestas áreas e sabemos bem que as verbas dos hospitais não são suficientes para contemplar estas verdadeiras terapias”, diz.

Lamenta que a doença mental seja muito estigmatizada e que os doentes sejam ainda marginalizados, sendo “tratados como cidadãos de segunda”.

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