Estudo
As dificuldades familiares e o stress vividos na infância podem acelerar o envelhecimento na idade adulta, segundo um estudo...

Os investigadores mediram o comprimento dos telómeros, estruturas do ADN protetoras dos cromossomas, cujo encurtamento ao envelhecer está vinculado à maturidade celular e às doenças.

Para este estudo, publicado na segunda-feira na Academia Americana de Ciências, os autores compararam o comprimento dos telómeros das glândulas salivares de 4.598 homens e mulheres com mais de 50 anos, nos Estados Unidos, que responderam, entre 1992 e 2008, a perguntas sobre experiências traumáticas vividas ao longo das suas vidas.

Na avaliação do período anterior aos 18 anos, como situações stressantes foram consideradas as dificuldades financeiras no lar, o facto de a família ter sido despejada, o pai perder o emprego ou um dos progenitores ser alcoólico ou dependente químico.

Os participantes também informaram no questionário se apanharam, se foram agredidos sexualmente ou se tiveram problemas com a Polícia durante a adolescência, escreve o Sapo.

A equipa de investigação, liderada por Eli Puterman, da Universidade da Colúmbia Britânica, em Vancouver, no Canadá, constatou que a redução dos telómeros depois dos 50 anos aumentava 11% por cada experiência traumática vivida na infância.

Segundo os investigadores, este estudo reafirma os resultados de análises anteriores que sugeriam que uma infância difícil poderia ter um impacto no envelhecimento celular na idade adulta.

De acordo com o mesmo, também é possível que as situações stressantes na infância tenham mais efeitos negativos na saúde que os fatores de stresse vividos na idade adulta.

O estudo cita como fatores traumáticos da idade adulta o facto de ser beneficiário de um seguro médico para os mais favorecidos, receber tickets de alimentação, ter estado desempregado ou estar à procura de emprego.

Também estão incluídos a perda ou doença grave de um filho ou cônjuge, ter sido vítima de uma catástrofe natural ou de ferimentos de guerra.

Mais de três quartos dos 4.598 participantes no estudo experienciaram pelo menos uma experiência traumática na sua vida, e mais da metade deles, duas ou mais experiências.

Estudo
Um estudo recente publicado pela Universidade de Copenhaga vem confirmar que existe uma relação entre os contracetivos...

Estima-se que milhões de mulheres em todo o mundo usem contracetivos hormonais. E também não é novidade que há artigos que associam a toma da pílula a alterações de humor. Desta forma, um estudo dinamarquês publicado no Journal of the American Medical Association Psychiatry decidiu olhar para o problema em larga escala, com a análise dos registos médicos de mais de um milhão de mulheres e adolescentes, entre os 15 e os 34 anos, no período entre 2000 e 2013.

A equipa de investigadores da Universidade de Copenhaga constatou que as mulheres que tomavam a pílula combinada (com estrogénio e progesterona), a mais comum, têm 23% mais de hipóteses de lhes ser prescrito um antidepressivo enquanto as mulheres que tomam a pílula sem estrogénios são 34% mais propensas a tomar este tipo de medicação do que aquelas que não fazem qualquer tipo de contraceção hormonal.

Este risco não é exclusivo da pílula, escreve o Sapo, sendo também comum a outros tipos de contraceção como os implantes hormonais, os adesivos contracetivos ou os dispositivos intrauterinos.

De acordo com a investigação, as adolescentes são o grupo de maior risco, com 80% de probabilidade de prescrição de antidepressivos, no caso das pílulas combinadas, enquanto no caso das pílulas sem estrogénio essa percentagem é mais do dobro.

Desta forma, os investigadores acreditam que as mulheres têm duas vezes mais possibilidades de virem a sofrer de depressão ao longa da sua vida do que os homens devido à flutuação dos níveis de estrogénio e progesterona, as duas hormonas sexuais femininas. Segundo o The Guardian, há estudos que sugerem que níveis de progesterona muito elevados podem diminuir o humor.

 

Os autores deste trabalho esperam o desenvolvimento de outras investigações que possam estudar os efeitos colaterais da pílula, uma vez que o impacto de uma subdosagem em contracetivos hormonais ainda não foi plenamente testada.

Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos lança
A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos promove, pelo terceiro ano consecutivo, uma campanha de informação sob o mote ...

A campanha “Qualidade e dignidade até ao fim” realiza-se no âmbito do Mês dos Cuidados Paliativos, assinalado em outubro, e pretende passar a mensagem da Worldwide Hospice Palliative Care Alliance (WHPCA), que defende que "viver e morrer com sofrimento não é algo que tenha de acontecer”.

“Em Portugal, por ano, cerca de 89 mil doentes necessitam de cuidados paliativos, no entanto, cerca de 50% dos doentes referenciados acabam por morrer sem terem acesso aos respetivos cuidados. O nosso país, continua a ter apenas uma equipa de cuidados paliativos domiciliários por 590 mil habitantes, quando as recomendações internacionais apontam para a existência de uma por cada 100 mil habitantes”, relembra Manuel Luís Capelas, presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP).

“Este ano face à realidade dos números, decidimos apostar numa campanha com uma mensagem preliminar: desafiar as pessoas a vestirem a camisola pelos cuidados paliativos. Pretendemos desta forma, que a população em geral, doentes, familiares, profissionais de saúde e decisores políticos reflitam sobre o atual estado destes cuidados a nível nacional e exijam uma mudança de paradigma”, adverte Manuel Luís Capelas.

Para o presidente, “a falta de conhecimento e informação por parte da população, e infelizmente, também por parte dos profissionais de saúde continua a ser o principal entrave ao desenvolvimento destes cuidados no nosso país”.

Com o objetivo de combater esta realidade, a APCP lança um spot informativo de televisão e rádio, com a participação dos locutores Vasco Palmeirim e Carla Rocha, que será difundido, durante todo o mês de outubro, pela SIC, TVI, RTP, Antena 1, Cinemas NOS e Metro do Porto, e ainda um lançamento de balões, que pretende reunir o maior número de pessoas, no Terreiro do Paço e na Praça Gomes Teixeira, em Lisboa e no Porto, respetivamente, pelas 16 horas.

Também a Federação Portuguesa de Futebol apoia a campanha através da transmissão do spot informativo, durante o jogo entre Portugal vs Andorra, que decorrerá no dia 7 de outubro no estádio de Aveiro, pelas 19h45.

A t-shirt #ateaofim poderá ser adquirida através do site da Associação mediante um donativo no valor de 5 euros (www.apcp.com.pt).

Sal, gordura e açúcar
Taxa deve ser complementada por medidas de promoção da alimentação saudável.

A Ordem dos Nutricionistas concorda com a possível introdução de um imposto sobre os alimentos com excesso de sal, gordura ou açúcar, uma hipótese que, de acordo com alguns órgãos de comunicação social, está a ser debatida no âmbito da elaboração do Orçamento de Estado para 2017. No entanto, esta medida só fará sentido se for parte integrante de uma política alimentar e nutricional nacional concertada com outras medidas de promoção da alimentação saudável.

A prevalência do excesso de peso e da obesidade tem aumentado ao longo das últimas décadas, comprovadamente em consequência direta do aumento do consumo de alimentos com adição de açúcar, gordura saturada, gordura trans e sal. Esta realidade tem sérias implicações saúde da população, resultando num aumento das doenças crónicas não transmissíveis, como as doenças cardiovasculares, a diabetes tipo 2 e o cancro.

Vários países têm já recorrido à utilização de medidas económicas como políticas públicas de promoção de comportamentos alimentares saudáveis. Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Hungria, Irlanda e Reino Unido são apenas alguns dos países que já recorrem à taxação de alimentos como refrigerantes ou outras bebidas com adição de açúcar ou edulcorantes como forma de promover a alimentação saudável entre a sua população.

Ainda que não exista evidência acerca do seu impacto a médio e longo prazo na saúde da população, dada a recente aplicação destas medidas, é já indesmentível que a taxação de produtos alimentares tem impacto ao nível da redução do seu consumo.

Nesse sentido, a Ordem dos Nutricionistas será favorável à introdução deste tipo de taxa desde que o valor a aplicar seja devidamente balizado com estudos de impacto para a indústria e o consumidor, que o impacto da medida na saúde da população seja devidamente acompanhado por um grupo de peritos e que a verba obtida nesta taxação seja direcionada para a promoção da alimentação saudável.

12 de outubro no Teatro Camões
O Ensaio Geral Solidário “Quinze bailarinos e tempo incerto” da Companhia Nacional de Bailado, em exibição no dia 12 de outubro...

A Companhia Nacional de Bailado estabeleceu uma parceria solidária com a aTTitude, ao ceder 200 convites para o Ensaio Geral Solidário “QUINZE BAILARINOS E TEMPO INCERTO”, ao projeto “Nutrição Oncológica: Uma Vida com sabor”, assinalando-se esta iniciativa para a aTTitude no âmbito do Dia Mundial da Alimentação, a 16 de outubro. Os donativos angariados com estes convites, reverte na integra para a aTTitude.

O Ensaio Geral Solidário terá lugar no Teatro Camões, no dia 12 de outubro, pelas 21 horas e é dirigido a toda a família.

“É com grande sentido de responsabilidade que recebemos esta iniciativa da Companhia Nacional de Bailado. Os donativos angariados vão permitir apoiar o projeto Nutrição Oncológica que tem como objetivo garantir a qualidade de vida dos nossos doentes oncológicos em tratamento”, explica a Presidente da Direção da aTTitude, Bibi Sattar.

Para a Companhia Nacional de Bailado, faz todo o sentido associar esta peça a um projeto que visa melhorar a vida dos doentes oncológicos em tratamento. A Associação tem como missão criar uma mudança positiva no desenvolvimento, bem-estar, educação, saúde e inclusão social dos mais vulneráveis. O objetivo desta iniciativa é que todos possamajudar nesta missão.

Os convites poderão ser adquiridos através da aTTitude ([email protected] / contacto: 91 528 57 50) com o valor de:

  • Pack Individual: 15 euros
  • Pack família: 2 adultos + 2 crianças (até 12 anos): 50 euros

No Dia Mundial da Alimentação ajude grandes causas e assista ao Ensaio Geral Solidário “Quinze bailarinos e tempo incerto”.

IPO de Lisboa
O serviço mais antigo na área da assistência domiciliária em Portugal pertence ao IPO de Lisboa e todos os anos presta cuidados...

“Olha a minha doutorazinha”, afirma Maria Irene, uma doente oncológica de 79 anos, assim que vê entrar na sua casa a equipa da Unidade de Assistência Domiciliária do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, desta vez composta pela médica Madalena Feio e a enfermeira Francisca Coimbra.

Maria Irene vestiu uma blusa florida para receber a reportagem da agência Lusa e é seguida com o olhar pela filha, a sua cuidadora, que teve de pedir meio-dia de férias no trabalho para poder estar presente.

Há muitos abraços e mãos apertadas. As duas profissionais de saúde sentam-se no sofá enquanto conversam com a doente e aparentemente têm todo o tempo do mundo. Querem saber se dorme melhor e se tem tido dificuldade em respirar. Medem-lhe a tensão arterial e auscultam-lhe o peito.

A septuagenária aproveita cada momento para fazer perguntas e falar das suas maleitas, terminando sempre com um otimista “estou bem”.

“Com um sorriso desses só podia estar bem”, responde-lhe a enfermeira, enquanto lhe faz uma festa nas costas.

Há quase um ano que Maria Irene é seguida pela UAD. Um caso de longevidade que não é único, embora raro. Dada a escassez de pessoal, a equipa prioriza os casos e tenta prestar assistência aos que, aparentemente, têm a doença em fase mais avançada. Mas às vezes o cancro troca as voltas a estes profissionais, por mais habituados que estejam à patologia.

Com a morte por perto, Madalena Feio conta que é na equipa que os seus elementos se apoiam sempre que são confrontados com uma partida menos esperada. A constante discussão dos casos evita que sejam mais vezes surpreendidas.

Na casa de Maria Irene, a atenção da equipa divide-se entre a doente e a cuidadora, que tem sempre questões a colocar e abraços para dar.

No final da consulta, Maria Irene conta como a vinda da UAD à sua casa a impediu de ir para um lar, já que o trabalho da filha não permitia uma presença constante.

“São as minhas queridas. Cá em casa estamos sempre a falar nelas”, disse a doente, enquanto olha para a enfermeira: “A minha Francisquinha”.

Maria José, a filha, não contém as lágrimas ao falar do trabalho da UAD. “Sinto-me segura, pois sei que, além das visitas, a equipa está sempre disponível para me esclarecer por telefone sobre a doença da minha mãe ou o efeito de alguns medicamentos”.

Maria Irene veio para casa acamada, impossibilitada de subir os degraus da escada de acesso à sua casa, em Alcântara. Mas o trabalho desenvolvido pela UAD permitiu-lhe que, aos poucos, recuperasse alguma mobilidade e hoje, ainda que com dificuldade, anda sozinha.

Para Maria José, o trabalho desta equipa não é só para a mãe, mas também para si. “É uma ajuda às duas”, disse.

A enfermeira Francisca Coimbra chama-as de guerreiras, o que elas agradecem com um sorriso.

Após a visita, a equipa regressa ao IPO. Espera-as o resto de um dia de trabalho que começou bem cedo, com uma reunião para discussão de casos e durante a qual as profissionais analisaram os casos, bem como a lista de espera para novos doentes.

Atualmente, esta lista tem oito doentes, sendo o pedido mais antigo datado de 31 de agosto. Bem mais do que as 48 horas preconizadas nas recomendações de qualidade, mas a falta de pessoal não o permite.

Para poder responder aos casos referenciados pelos médicos a equipa precisa de mais um médico a tempo inteiro, um a tempo parcial e um enfermeiro. Isto no horário atual entre as 08:00 e as 16:00.

A UAD atende, em média, 20 doentes, num total de 100 anuais. Todos eles moradores no concelho de Lisboa, seguidos no IPO e a sofrerem de doença avançada, progressiva e incurável.

Estudo
Portugal é o segundo país da OCDE com a mais baixa taxa de fertilidade, depois da Coreia do Sul, mas o emprego entre as mães...

A fertilidade em Portugal é de 1.23 filhos por cada mulher entre os 15 e 49 anos, enquanto a média dos 35 países da OCDE se situa nos 1.68 filhos, segundo o estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Já a taxa de emprego entre as mulheres com filhos até aos dois anos de idade é superior à média da OCDE: “Para as mães com crianças mais pequenas, entre os zero e os dois anos, o emprego é de 70% comparado com a média de 53% da OCDE”, refere o relatório “Society at a Glance 2016 – A Spotlight on Youth”.

A percentagem de jovens na sociedade portuguesa tem vindo a diminuir desde a década de 60 do século passado, tendo descido oito pontos percentuais.

Hoje, os jovens portugueses representam apenas 16% do total da população, refere o estudo que este ano decidiu dar um destaque à situação dos mais novos.

O documento revela ainda que os jovens foram os mais atingidos pela crise financeira de 2007/2008: entre 2007 e 2013 a pobreza atingiu 18% dos jovens e crianças portuguesas e 13% dos adultos e idosos.

Quando questionados sobre questões de saúde, em 2014, menos de metade dos portugueses disse sentir-se saudável, enquanto a média da OCDE se situa acima dos 70%.

No mesmo sentido, a satisfação com a sua vida também diminuiu com a crise financeira, uma situação que se registou em todos os países que sofreram com a crise. No entanto, os portugueses surgem como os mais desagradados dos 35 países da OCDE, com uma média de satisfação de 5,1 numa escala de zero a dez.

Apenas 23% dos portugueses disse confiar no Governo, enquanto a média da OCDE é de 42%.

As boas notícias são que a criminalidade baixou 20% desde 2008.

Além de terem cada vez menos filhos e mais tarde, Portugal também se destaca por ser o segundo país com menos casamentos realizados, só ultrapassado pela Eslováquia.

Especialista diz
O especialista em medicina interna Armando Carvalho alertou que, dentro de algum tempo, a obesidade pode ser a principal causa...

"O grande consumo de açúcar que se verifica será responsável pelo problema do fígado gordo não alcoólico, que afeta 20% da população portuguesa e que pode evoluir para doenças graves", disse o médico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Armando Carvalho, que é diretor do serviço de Medicina Interna A do CHUC, falava a propósito das X Jornadas do Núcleo de Estudo de Doenças do Fígado, que decorrem na sexta-feira e no sábado, em Coimbra.

Segundo o especialista, as doenças hepáticas são uma causa muito importante de doença em Portugal, apesar de serem uma área que "não tem merecido tanto atenção como, por exemplo, as cardiovasculares”.

O diretor do serviço de Medicina Interna A do CHUC e professor universitário em Coimbra defendeu um plano nacional para as doenças do fígado, que envolvesse as várias causas.

Relativamente às hepatites B e C, que são uma causa importante de morte e de indicação para transplante hepático, Armando Carvalho diz que atualmente existe tratamento eficaz para estas doenças.

"A terapêutica atual permite o controlo da hepatite B e a cura da hepatite C em mais de 95% dos casos, pelo que a curto prazo estas doenças terão um impacto muito menor na saúde", sublinhou.

A doença hepática alcoólica, que é a principal causa de cirrose, vai ser outro dos temas abordados abordado nas X Jornadas do Núcleo de Estudo de Doenças do Fígado, em que são esperados mais de uma centena de especialistas de medicina interna na área da hepatologia.

A cirrose hepática e o estádio avançado das doenças hepáticas crónicas também vão ser discutidos na sua vertente de doença sistémica, sendo abordadas algumas manifestações noutros órgãos ou sistemas (cérebro, pulmão, rim, coagulação).

Pediátrico de Coimbra
A Liga dos Pequeninos - Amigos do Hospital Pediátrico de Coimbra anunciou a instalação de um centro de estimulação sensorial...

O centro pretende disponibilizar no Hospitalar Pediátrico de Coimbra "um misto de contributos terapêuticos não invasivos, que melhorem os comportamentos típicos de crianças e jovens com Necessidades Educativas Especiais, promovendo a sua inclusão social", segundo um comunicado daquela associação.

"Trata-se do primeiro centro de estimulação sensorial 'snoezelen' em ambiente hospitalar pediátrico do país e da primeira instituição nacional a utilizar auscultadores de transdução óssea (premiados com os Bett Awards 2015) para melhoria da fala, comunicação e estimulação cerebral", refere o documento.

Fonte da Liga dos Pequeninos disse à agência Lusa que a sala deverá entrar em funcionamento no início de janeiro de 2017 e ter capacidade para apoiar cerca de 3.000 crianças, "quando estiver a funcionar em pleno".

O futuro espaço pretende intervir no espetro do autismo, problemas de desenvolvimento, distúrbios de integração sensorial, défice de atenção/hiperatividade, deficiência intelectual, sequelas cerebrais, paralisia cerebral - anoxia neonatal, perturbações da linguagem, doenças metabólicas, síndrome demencial, AVC, problemas de memória, ansiedade, pânico e depressão, entre outras.

O projeto "Coimbra Inclusiva - Sala de Snoezelen" da Liga dos Pequeninos é financiado pela Fundação Jumbo para a Juventude, com 24.500 euros, e pela farmacêutica Roche, em 10 mil euros.

O apoio vai permitir a aquisição de material especializado (cama de água quente com música incorporada, sistema de som, coluna de bolhas de água, almofada de ar, sofá vibratório, fibras óticas, pavimento tátil, entre outro), a formação de profissionais e a remodelação do espaço.

A Liga dos Pequeninos é uma associação que promove projetos sociais que contribuam para que o Hospital Pediátrico de Coimbra seja, "cada vez mais, uma instituição humanizada, eficiente e de elevado grau de credibilidade e confiabilidade".

Estudos
Os insetos invasores implicam um custo anual estimado para a humanidade de cerca de 77 mil milhões de dólares (68,9 mil milhões...

Um estudo da faculdade de Biologia da Universidade de Adelaide, na Austrália, publicado na revista científica Nature Communications, permitiu elaborar o primeiro banco de dados dos custos económicos causados pela presença de insetos invasores, mas subestima a quantia total em face da escassez de dados e investigação em África e na América do Sul.

São considerados insetos invasores aqueles que tenham sido introduzidos pelo ser humano em lugares fora da sua área de distribuição natural e que tenham conseguido estabelecer-se e dispersar-se numa região nova, onde se tenham tornado daninhos.

Os cientistas acreditam que uma atualização dos dados poderá elevar a estimativa dos custos anuais para os 270 mil milhões de dólares (241 mil milhões de euros).

“A maior parte dos danos provocados à indústria humana são feitos na agricultura e na silvicultura. Há danos e perdas na produção, mas também há custos com limpeza, erradicação e prevenção”, afirmou através de um comunicado o autor do trabalho, o investigador Corey Bradshaw, citado pela agência Efe.

Bradshaw, biólogo e autor do livro “Killing the koala and poisoning the prairie”, acrescentou que são gastas somas avultadas na prevenção de doenças infeciosas como o dengue, o vírus do Nilo ocidental e o chinkungunya, que são propagadas por insetos.

De acordo com o investigador, à medida que crescer o comércio internacional e subir o aquecimento global, aumentará a frequência com que os insetos invasores aparecerão e se propagarão em zonas fora da respetiva distribuição natural, elevando os custos para a humanidade.

O estudo, no qual participou também Centro Nacional francês de Investigação Científica e a Universidade de Paris-Sul, integra a quase totalidade dos custos anuais mundiais, cerca de 70 mil milhões de dólares (62,5 mil milhões de euros) no setor dos bens e serviços.

Os restantes 6,9 mil milhões de dólares (6,2 mil milhões de euros) são gastos na área da saúde, de acordo com a investigação.

Entre os insetos que geram os maiores gastos destacam-se as térmitas da Formosa (coptotermes formosanus), que proveem da Ásia central e são capazes de comer 400 gramas de madeira por dia, e a mariposa cigana (lymantria dispar), da região da Europa e Ásia, agente da mais destrutiva peste arborícola de madeira dura.

“Mais participação, melhor saúde”
Mais de 65 organizações e 26 personalidades assinaram uma carta que apela à participação dos cidadãos na tomada de decisões...

A “Carta para a participação pública em saúde” e a petição fazem parte do projeto “Mais participação, melhor saúde”, promovido pelo GAT - Grupo de Ativistas em Tratamentos, juntamente com outras 13 organizações na área da saúde, e com a colaboração científica do Centro de Estudos Sociais (CES) – Coimbra.

Em declarações, Margarida Santos, que está na coordenação do projeto, explicou que a iniciativa nasceu da “necessidade de incrementar a participação de doentes, de representantes de doentes, dos cuidadores e dos consumidores de serviço de saúde na tomada de decisão política em saúde”.

No início do projeto foi lançado um inquérito on-line sobre participação em saúde, ao qual responderam quase 80 organizações de saúde e mais de 600 cidadãos.

“Com base nos resultados do inquérito percebemos a necessidade evidente e sentida por estas organizações e cidadãos relativamente à questão da participação em saúde”, disse Margarida Santos.

Após estas conclusões, foi decidido lançar a carta e uma petição com base na missiva “no sentido de apelarmos à Assembleia da República para a discutir e quem sabe implementá-la”, sublinhou.

Segundo a responsável, “grande parte” do que a carta solicita “já está legislado”, mas não está regulamentado e “acaba por não acontecer”.

Deu como exemplos a participação dos utentes de saúde nos conselhos consultivos dos hospitais, nos conselhos da comunidade dos agrupamentos de centros de saúde e nos conselhos municipais de saúde, que estão previstos, mas não funcionam.

“Há uma série de identidades e uma série de procedimentos que a lei já prevê de envolvimento dos cidadãos na tomada de posição na saúde”, mas que na realidade não acontece, lamentou.

Na carta, os signatários defendem que “as pessoas com ou sem doença e seus representantes, não só têm o direito de ser envolvidos, como o seu contributo é relevante e necessário, porque têm um conhecimento experiencial único sobre o sistema de saúde, os cuidados de saúde e a doença”.

A petição, que pode ser assinada em http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=maisparticipacao, já tem mais de 1.000 assinaturas, mas é necessário chegar às 4.000 para que seja debatida em plenário na Assembleia da República.

A Carta é assinada por 65 organizações, a maioria associações de doentes, e 26 personalidades, entre as quais Alexandre Castro Caldas, Guadalupe Simões, Alexandre Lourenço, Helena Roseta, Alexandre Quintanilha, Isabel do Carmo, Ana Jorge, João Semedo, José Aranda da Silva, António Arnaut, José Manuel Boavida, António Correia de Campos, Júlio Machado Vaz, Luís Mendão, Boaventura de Sousa Santos, Marisa Matias, Moisés Ferreira e Ricardo Baptista Leite

No dia 18 de outubro, o projeto realiza o fórum “Mais participação, melhor saúde”, onde será lançada oficialmente a carta e a petição.

Despesas de Saúde
Organizar o orçamento mensal é essencial para qualquer família cuidar das suas finanças e, ainda mai

O inverno está a chegar e com este vêm as gripes e constipações sempre associadas às mudanças de temperatura. O melhor remédio? Prevenir. E antecipar não significa apenas tomar Vitamina C, mas também ter as finanças e, lato sensu, o orçamento familiar à prova de emergências médicas.

Em termos percentuais, o orçamento familiar deve ser organizado da seguinte forma: 35% para a prestação mensal e todos os custos associados à habitação (água, luz, internet e afins), 25% para alimentação, 15% para despesas com transportes e prestação do automóvel, 10% para poupança e, finalmente, 15% para outras despesas essenciais, como é o caso da saúde.

Os 15% do orçamento familiar que devem ser alocados a despesas de saúde podem ser através de uma espécie de “kit de emergência” (algum montante que se põe de parte para fazer check-ups de tempos a tempos), de um seguro ou plano de saúde e até, às vezes, soluções financeiras direcionadas a situações de emergência médica.

Normalmente, em termos de gastos em saúde, os seguros cobrem ou comparticipam o transporte dos doentes, a sua hospitalização e o respetivo acompanhamento médico. “E uma das maiores vantagens associadas aos seguros de saúde é o facto de poderem, precisamente, incluir toda a família num só pacote que, por sua vez, abrangerá diversas especialidades”, sublinha Sérgio Pereira, diretor geral do ComparaJá.pt.

Mas existem cartões de crédito que acoplam seguros de saúde. Portanto, tal como adverte o responsável da plataforma gratuita de simulação de produtos financeiros, “para quem tenha uma conta bancária, é sempre útil verificar primeiro se os cartões associados à mesma não poderão já incluir uma proteção a este nível. Ainda assim, é importante ter em conta que nalguns casos poderá ter de se pagar um prémio adicional”.

As coberturas variam sempre, mas, no geral, um seguro de saúde associado ao cartão pode ajudar com despesas de internamento hospitalar, tanto em Portugal como no estrangeiro (nesta última opção através do seguro de viagem), comparticipando gastos e tratamentos em caso de acidente ou doença.

As contas médicas podem ascender às centenas ou milhares de euros, especialmente se houver cirurgias envolvidas. Por vezes, quando os imprevistos surgem e o seguro de saúde não cobre o que é necessário no momento ou se não se dispõe mesmo de qualquer seguro, ter as finanças à prova de emergências faz toda a diferença.

Ademais, é de salientar ainda que as despesas de saúde realizadas por qualquer membro do agregado familiar são dedutíveis no IRS em 15%, até um máximo de 1.000 Euros, sendo que os prémios dos seguros de saúde também o são. A partir deste ano, as despesas de saúde taxadas com 23% de IVA passam a ser incluídas na categoria “despesas familiares”.

Pese embora a existência do Serviço Nacional de Saúde, existe uma clara perceção de que a salvaguarda criada por este não é total e que muitos custos de saúde acabam por ter de ser financiados pelas próprias pessoas, o que cria um grande peso na carteira de uma família. A melhor forma de evitar é mesmo estruturar o orçamento mensal a pensar no futuro e num dos aspetos mais essenciais: a saúde.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Em 2015
A percentagem de doentes operados fora do tempo considerado clinicamente aceitável aumentou no ano passado, um crescimento...

Segundo o relatório síntese da atividade cirúrgica programada relativo a 2015, a percentagem de doentes operados que ultrapassaram os tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) cresceu 5,4% em relação a 2014.

Também cresceu a percentagem de operados prioritários que ultrapassaram os tempos máximos recomendáveis, mas de forma mais moderada – um aumento de 1% entre 2014 e 2015.

Já nas cirurgias oncológicas, de neoplasias malignas, os doentes operados além do tempo aceitável mantiveram-se em 2015 nos mesmos valores do ano anterior.

Ainda assim, na área oncológica ainda há mais de 16% de doentes operados que ultrapassam os tempos clinicamente aceitáveis para a sua situação. Contudo, estes valores estão bem distantes dos 28% que se registavam há cerca de uma década, em 2006.

Aliás, o próprio relatório de atividade cirúrgica mostra que entre 2006 e 2015 caiu quase para metade a percentagem de doentes com tumores que foram operados além do tempo máximo recomendado.

Em média, os operados por neoplasias malignas em 2015 esperaram 28 dias (mais um dia do que em 2014), quando em 2006 esse valor era de 33 dias.

Especialista defende
O especialista João Gorjão Clara defendeu que deviam ser criadas consultas e unidades de internamento em geriatria em todos os...

Gorjão Clara, um dos principais impulsionadores deste ramo de medicina em Portugal, criou, em 2011, uma consulta multidisciplinar de geriatria, que funciona no Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN).

Nesta consulta, uma equipa multidisciplinar avalia o doente nas mais variadas vertentes (clínica, social, emocional, intelectual e físico) para que o médico consiga responder mais adequadamente aos seus problemas, explicou o geriatra, que falava a propósito do 12º Congresso Internacional da Sociedade de Medicina Geriátrica da União Europeia, que decorre entre quarta e sexta-feira em Lisboa.

Há ainda a possibilidade de se marcar nesta consulta uma visita domiciliária, na qual se dá apoio terapêutico, mas também se procura detetar fatores de risco de acidentes domésticos e dar conselhos sobre alimentação, entre outras intervenções.

Para o coordenador da Unidade Universitária de Geriatria da Faculdade de Medicina de Lisboa e coordenador do Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, esta consulta devia funcionar em todos os hospitais do país, tal como deviam ser criadas unidades de internamento em geriatria.

“É preciso replicar esta consulta por todos os hospitais e é preciso que todos os hospitais sintam a necessidade de criar unidades de geriatria, de 15, 20 camas, onde os doentes geriátricos tenham apoio e a possibilidade de ter otimizada a sua assistência, como acontece, por exemplo, há mais de30 anos em Espanha e nos Estados Unidos da América”, defendeu.

Atualmente, apenas existe uma unidade de internamento em geriatria, que abriu este ano no Hospital de Vila Franca de Xira. Entretanto, também abriram consultas multidisciplinares de geriatria naquele hospital, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, e num hospital particular de Lisboa.

O especialista explicou que os pacientes geriátricos “são os doentes mais complexos dos idosos”, têm múltiplas doenças, “mais deterioração intelectual e física e, muitas vezes, com problemas sociais”, situação que implica decisões difíceis.

“São estes doentes que são internados nas unidades de geriatria”, e que constituem “uma pequena porção dos doentes idosos que chegam ao hospital”, sublinhou.

Dados compilados pela Pordata revelam que o número de pessoas em Portugal com mais de 65 anos duplicou em relação aos anos 70 e é hoje superior a dois milhões, tendo a população com mais de 80 anos aumentado cinco vezes.

Gorjão Clara salientou que o envelhecimento da população "é uma realidade indiscutível", para a qual "os hospitais e os médicos têm que estar preparados".

Especialista defende
O médico Gorjão Clara defendeu que, tal como as crianças, os idosos também precisam de ter assistência médica própria,...

“Hoje a esperança de vida é muito mais alta do que era há 30 anos e os hospitais e os médicos têm que estar preparados para essa realidade que é diferente”, disse o geriatra, que falava a propósito do 12º Congresso Internacional da Sociedade de Medicina Geriátrica da União Europeia, que decorre entre quarta e sexta-feira no Centro de Congressos de Lisboa.

Para o coordenador da Unidade Universitária de Geriatria da Faculdade de Medicina de Lisboa e coordenador do Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, o “grande desafio” é conseguir “otimizar a assistência aos idosos”.

Para isso, os idosos têm de ter “assistência própria”, uma assistência que “justifica a existência da geriatria”.

“Assim como as crianças têm que ter uma abordagem própria, porque as suas doenças são de determinado tipo e prevalência, e a maneira como devem ser tratadas tem de ser condicionada pela imaturidade do seu sistema biológico”, os idosos também precisam, porque estão numa “fase tardia da evolução biológica”, que também condiciona a prevalência e a manifestação das doenças e a opção e abordagem terapêutica.

Gorjão Clara sublinhou que é “um desafio enorme que se levanta a todos”, porque obriga “a refazer” as prioridades da medicina tradicional que tem sido as pessoas de meia-idade.

Os idosos são hoje os “maiores consumidores de medicamentos” e os que estão internados nos hospitais em maior número, disse, advertindo que esta população está a crescer e a sociedade tem de preparar-se para isso.

Além da necessidade de se otimizar a assistência aos idosos, é preciso criar “condições sociais” que melhorem a sua qualidade de vida e que passam por adaptar as cidades e os hospitais a esta realidade.

Citou como exemplos as cidades terem que ter “pisos regulares para que o idoso não tropece e não caia”, bancos onde possam descansar, casas de banho próximas, sombras nas paragens dos transportes e escadas rolantes no metro até à superfície.

Por outro lado, exemplificou, os hospitais que se constroem não podem ter as características de hospitais como o de Santa Maria, que foi construído há mais 50 anos e em que a média de idade das pessoas internadas na altura era de 45, 50 anos e hoje é de 80 anos

Sobre a realização do congresso, ao qual preside, Gorjão Clara disse que “é uma honra” realizar-se em Portugal, porque é um país onde a “geriatria ainda não está muito desenvolvida”, onde não há unidades de internamento nos grandes hospitais e a “especialidade não existe”.

“A Ordem dos Médicos reconheceu no ano passado a competência em geriatria, mas ainda não há especialidade”, sublinhou.

Segundo o especialista, o congresso irá trazer a Portugal – o quarto país mais envelhecido da Europa – mais de 1.000 participantes de 53 países.

Sobre a escolha do tema do congresso, “Descobrindo novos caminhos no mundo da geriatria”, Gorjão Clara disse que está relacionado com os descobrimentos portugueses.

“O congresso pretende procurar novos caminhos, novas informações, novos processos e dar melhor assistência e acompanhamento aos idosos”, explicou.

Relatório revela
O tempo médio de espera para uma cirurgia rondou os três meses no ano passado, quando se fizeram mais de 500 mil cirurgias,...

O relatório síntese da atividade cirúrgica programada referente a 2015 indica que o número de entradas em Lista de Inscritos para Cirurgia (LIC) totalizou 662.642 doentes, tendo sido operados, no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), 513.205.

Segundo o documento, a percentagem de pessoas inscritas que ultrapassaram o tempo máximo de resposta garantido era de 12,2 por cento no final de 2015.

Para os números de cirurgias contribuíram essencialmente as administrações regionais de saúde do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo, com quase 500 mil das 662.642 entradas.

No fim do ano passado existiam 57 hospitais convencionados, que fizeram 20.054 cirurgias, e sete hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que aceitavam transferências de outros hospitais (que efetuaram 230 cirurgias provenientes de outros hospitais do SNS).

As entradas nas listas de inscritos para cirurgias têm aumentado todos os anos, passando de pouco mais de 450.000 em 2006 para mais de 611.000 em 2011 e até chegar aos números do ano passado, um aumento de 46,6 por cento relativamente a 2006.

Nos mesmos períodos, a percentagem de inscritos que ultrapassaram o tempo máximo de resposta garantido desceu drasticamente (71,9%), de 43,5 por cento em 2006 para 12,2% no ano passado.

Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários
O bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários revelou que vários veterinários já se suicidaram em Portugal, sendo esta uma...

No Dia Mundial do Animal, o Jorge Cid disse que os casos de suicídio nesta profissão “não são um nem dois”.

“É uma profissão extremamente stressante”, disse o bastonário, recordando algumas das pressões a que estes profissionais estão sujeitos: “Quem faz inspeção pode sofrer pressões ao nível de alguns agentes económicos” e quem faz clínica, nomeadamente de animais de companhia, “lida muitas vezes com a morte, com um grande desgosto das pessoas”.

“As pessoas colocam em nós uma carga grande, a qual às vezes temos dificuldade em ultrapassar”, acrescentou.

Segundo Jorge Cid, os veterinários são muitas vezes psicólogos. “As pessoas desabafam connosco. Há casos extremos, em que sabemos que aquele animal é a única companhia da pessoa – e há imensos casos – e desenvolve-se ali uma grande carga psicológica” quando o animal sofre uma doença crónica que o vai provavelmente matar.

O bastonário explicou que estes profissionais são muitas vezes chamados a resolver situações, para as quais não têm meios.

“Tudo isto causa alguma depressão e que pode eventualmente, dado o alto stresse, levar a pessoa a suicidar-se”, afirmou.

Outra situação causadora de stress é o conhecimento de casos de maus tratos, que não poucas vezes acabam nos consultórios.

“Há uma panóplia de situações que são extremamente difíceis e a pessoa tem que ter uma grande estrutura física e moral para as aguentar”, disse, concluindo que este é ainda “um trabalho mal remunerado”.

“Se soubessem a realidade, os ordenados e a precariedade, muitas pessoas não entrariam na profissão”, concluiu.

Um estudo elaborado por David Bartram, do Grupo de Saúde Mental da Universidade de Southampton School of Medicine (Inglaterra), concluiu que os médicos veterinários têm uma taxa de suicídio quatro vezes superior à população geral e duas vezes superior a outras profissões.

Em Portugal, o veterinário e especialista europeu do comportamento animal Gonçalo Pereira coordenou um estudo, envolvendo cerca de um quarto dos profissionais, sobre a ansiedade, stresse, depressão desgaste profissional e satisfação com a vida que confirma estes valores “preocupantes”.

“Somos uma classe que não está sequer preparada para identificar os sinais de depressão e de desgaste profissional”, disse.

Segundo Gonçalo Pereira, ao nível dos veterinários de animais de companhia, são os especialistas em oncologia e comportamento animal os que têm menos satisfação com a vida, “talvez por serem as áreas mais frustrantes devido ao final de muitos dos casos”.

“Os níveis de ansiedade, de stresse e de pressão da classe estão muito elevados”, adiantou.

Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários
O bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários denunciou que há imensos municípios em Portugal sem veterinário municipal, o que...

“Há sete anos que o Ministério da Agricultura não nomeia um veterinário municipal”, afirmou Jorge Cid em entrevista, a propósito do Dia do Animal, que hoje se assinala.

Segundo o bastonário, “à medida que [os médicos veterinários] vão saindo, não vão sendo substituídos, com gravíssimos inconvenientes para a saúde pública”.

Jorge Cid explicou que, para colmatar estas falhas, “os municípios vão tentando contratar médicos veterinários que não são oficiais, são médicos veterinários de autarquia, sem haver uma tutela da Direção Geral da Alimentação e Veterinária (DGAV), que é o que deve haver. Outros tentam saídas, como um médico para mais do que um município. Mas com muitos prejuízos”.

O bastonário alerta para os riscos da falta destes profissionais: “São eles que fazem inspeções aos estabelecimentos de venda ao público dos produtos de origem animal na região, os talhos, os mercados municipais. São eles que fazem fiscalização e são os responsáveis pelos Centros de Recolha Oficial de Animais (canis municipais)”.

Outra função que Jorge Cid apenas reconhece para os veterinários municipais é a avaliação dos maus tratos animais, um crime em Portugal.

“Essa avaliação só pode ser feita por um médico veterinário e é bom que assim seja, para não ficar ao critério de outros profissionais”, prosseguiu.

A Ordem bate-se ainda pela criação de uma carreira de inspetor sanitário, cuja ausência é “um problema muito grave”.

“O médico veterinário tem que ter uma isenção. Tem de ser uma pessoa isenta. Quando fiscaliza alguma coisa, não pode ser empregado ou pago pela entidade onde pratica o ato”, disse.

E explicou: “Nos matadouros ou em qualquer situação em que haja abate de animais para consumo, o médico veterinário devia ser uma entidade oficial, com uma carreira específica do Estado, cuja função é a inspeção alimentar”.

“Não faz sentido que seja uma empresa particular a ter de recorrer a um médico veterinário”, embora seja importante que disponha dos seus médicos veterinários para acompanhar toda a exploração.

O médico veterinário “é fundamental porque é ele que tem de dizer o que se pode ou não aplicar e quais os intervalos de segurança” ao nível dos antibióticos, cuja administração excessiva é hoje um grave problema.

“Os médicos veterinários que fazem inspeção veterinária fazem-no com elevadíssimos sacrifícios. Tem havido muitas pressões e até tem havido problemas relativamente graves com essas situações”, denunciou.

Estudo
Os portugueses que tentam emagrecer perdem em média sete a oito quilos, mas 80% do peso perdido é depois recuperado, segundo um...

Pedro Teixeira, professor e investigador da Faculdade de Motricidade Humana (FMH), explicou que, em média, em cada dez quilos de peso perdidos pelos portugueses há oito quilos que são recuperados.

As tentativas de perda de peso duram em média 44 semanas – menos de um ano – e alcança-se uma média de sete a oito quilos perdidos.

“Há muitas pessoas que conseguem perder peso mas a maioria tem dificuldades em mantê-lo ao longo do tempo”, afirma Pedro Teixeira, para quem falta de motivação não é certamente o fator que explica o reganho de peso.

Aliás, a motivação para perder peso ficou expressa num outro estudo, publicado há cerca de um ano, em que se conclui que 44% dos adultos em Portugal estavam ativamente a perder peso, com as mulheres a exibirem a percentagem mais elevada (54%).

As explicações para as dificuldades em manter o peso que se perdeu podem ser diversas. Uma delas pode passar pelo uso de estratégias e métodos que não são sustentados no tempo, como o recurso a dietas demasiado agressivas ou a ausência de exercício físico.

Por outro lado, o estilo de vida contemporâneo ajuda certamente a explicar o fenómeno de reganho de peso, como argumenta o investigador Pedro Teixeira: “Vivemos num ambiente muito pressionante para o ganho de peso, é como estar a remar contra a corrente do rio. Há muita pressão para uma alimentação demasiado calórica e para passarmos muito tempo sentados”.

Contudo, há histórias de sucesso, muitas delas refletidas no Registo Nacional de Controlo de Peso, um banco de dados de adesão voluntária de pessoas que foram bem-sucedidas a perder peso em Portugal.

Em média, os mais de 350 participantes nesse Registo conseguiram perder 18 quilos durante 28 meses.

Esta é uma amostra selecionada de casos de sucesso na população portuguesa e que pode ajudar a compreender os fatores que contribuem para a perda e manutenção de peso.

“Não há uma única receita para o sucesso. É sempre a própria pessoa que consegue encontrar a fórmula que melhor se adapta às suas preferências, ao seu quotidiano. Sabemos que existem vários perfis de sucesso. Cabe a cada um perceber o que é melhor no seu caso”, refere Pedro Teixeira.

Mas há questões concretas comuns aos casos de sucesso de perda e de manutenção do peso, como a alimentação equilibrada e com um padrão regular e a capacidade de incluir a atividade física no dia-a-dia e não passar muitas horas a ver televisão.

“É rara a pessoa que consegue manter peso com sucesso sem atividade física regular, ronda apenas um por cento dos casos”, adianta o investigador.

Atualmente, a Faculdade de Motricidade Humana está a testar as estratégias de manutenção da perda de peso com o recurso às tecnologias de informação, tentando compreender como sites ou aplicações informáticas e de telemóvel podem ser usadas ao serviço da melhoria da saúde.

Este estudo (NoHow), financiado pela Comissão Europeia, vai decorrer igualmente na Dinamarca e também no Reino Unido.

Em Portugal, a FMH convida os portugueses que já empreenderam um processo de perda de peso ou estão a fazê-lo a integrarem, de forma gratuita, o estudo, beneficiando de avaliações periódicas que podem ajudar a investigação e contribuir para o controlo dos casos individuais.

Em Lisboa
Alunos da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa vão formar cuidadores informais de pessoas em situação de dependência,...

Intitulado "Cuidar Melhor", o projeto insere-se nas políticas sociais do município para "fomentar ações mais próximas dos cidadãos em situação de dependência, ‘capacitadoras' da respetiva autonomia e independência e promotoras de humanização de cuidados, que contribuam para minimizar custos e ajustar-se aos problemas e necessidades de uma população envelhecida", refere o protocolo assinado entre o município e a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL).

Para isso, a autarquia contará com a "experiência e conhecimento especializado de alunos voluntários", que "colocarão os seus conhecimentos ao serviço da população nos encontros com os cuidadores", indica o mesmo documento.

Neste projeto, que tem a duração prevista de um ano e não envolve custos, participa também a Associação para Desenvolvimento de Novas Iniciativas para Idosos (ADVITA), que realizou vídeos "em colaboração com profissionais reconhecidos nas áreas temáticas desenvolvidas, com a preocupação de transpor o conhecimento científico para o quotidiano da prestação dos cuidados".

Em declarações, o vereador dos Direitos Sociais, João Afonso, explicou que estas formações serão "dirigidas a pessoas que não são profissionais e que nunca tiveram preparação" para serem cuidadoras, mas que acabaram por assumir esse papel.

O objetivo é "permitir que quem cuida preste os melhores cuidados", já que estão em causa "situações muito pesadas a nível emocional, físico e económico", sublinhou.

Tendo em conta a realidade da cidade, esta população dependente é essencialmente idosa, mas o projeto "é completamente transversal", de acordo com João Afonso.

"Abrange quem não tem recursos e não pode recorrer a soluções comerciais, quem não encontrou resposta do ponto de vista do serviço público e quem se recusa a ir por instituições, acabando por ficar na sua própria casa ou de familiares", precisou.

A Câmara vai agora identificar os locais para fazer estes cursos, em cinco freguesias da cidade a definir.

O protocolo com a ESEL e com a ADVITA foi assinado este fim de semana, no âmbito do festival LisBoa Idade, que juntou crianças, adultos e idosos no Jardim da Estrela para divulgar o envelhecimento ativo e a qualidade de vida.

"A adesão das pessoas foi ótima", notou João Afonso, advogando que "o objetivo de ter um evento sem barreiras, em termos de idade, foi conseguido".

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