Diagnóstico à distância
O presidente da Associação Portuguesa de Telemedicina (APT) defende a implementação de um programa nacional de diagnóstico à...

"É importante implementar um programa nacional de telemedicina", disse o presidente da associação, Eduardo Castela, que foi o dinamizador de uma rede de telemedicina no serviço de cardiologia pediátrica a partir do Hospital Pediátrico de Coimbra.

Para o responsável, a telemedicina "é uma solução inevitável", especialmente na resposta a algumas carências de recursos e ausência de determinadas especialidades em hospitais fora dos grandes centros urbanos.

Segundo Eduardo Castela, já há algum trabalho feito para se "dinamizar a telemedicina" - um vetor do Serviço Nacional de Saúde que "já esteve adormecido, mas que acordou".

No entanto, "há muito por fazer", notou, esperando agora que também a associação seja ouvida (a APT não esteve presente no grupo de trabalho de telemedicina criada pelo anterior Governo).

"Há muito que andar mas, devagarinho, as coisas estão a avançar", referiu, dando como exemplo iniciativas no âmbito de especialidades como dermatologia, genética ou cardiologia pediátrica.

O também diretor de cardiologia pediátrica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) sublinhou que no seu serviço 25% das consultas são feitas com recurso a telemedicina.

Se no ano de arranque do projeto, em 1998, foram feitas 19 consultas, em 2015, o serviço registou quase 3800 com recurso ao diagnóstico à distância, afirmou.

"São muitas crianças e pais que deixam de vir da Covilhã, Guarda, Leiria ou Viseu" devido ao recurso ao diagnóstico à distância, realçou.

Neste momento, no CHUC, é assegurado um serviço de 24 horas por dia de telemedicina em cardiologia pediátrica para todos os hospitais da região Centro e Trás-os-Montes, sublinhou.

Além da parceria com hospitais nacionais, o serviço tem protocolos com Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, estando a ser estudada a possibilidade de chegar à Guiné-Bissau, informou.

Milhares de consultas depois, "nunca tivemos uma queixa", apontou, referindo que, "há 18 anos, muitos não acreditavam na telemedicina".

A APT promove na sexta-feira o seu quinto encontro com o tema "Tele-Saúde: vetor estratégico do SNS - Acessibilidade, qualidade dos cuidados e sustentabilidade", em Conímbriga, Condeixa-a-Nova, estando prevista a presença do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, o reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, e o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva.

Hepatite C
Dia 1 de Outubro assinala-se o Dia Internacional de Consciencialização para a Hepatite C.

Hepatite é um termo médico que designa inflamação do fígado. Pode ter inúmeras causas, como os vírus (por exemplo vírus da hepatite B e vírus da hepatite C), alcoolismo, toxicidade de alguns medicamentos ou outros tóxicos (por exemplo cogumelos «venenosos»).

A maioria das pessoas que estão infectadas com o vírus da hepatite C (VHC) tem nenhuns ou apenas ligeiros sintomas, o que faz com que muitas pessoas desconheçam que têm a doença. Com o passar do tempo, habitualmente anos, a infecção crónica por VHC pode levar a lesão grave do fígado, a que chamamos fibrose, que no seu estádio mais avançado é a cirrose hepática.

Muitas das pessoas com hepatite por VHC não sabem como foram infectadas. A principal via de contágio do VHC é através do sangue. Assim, a maioria das pessoas infectadas adquiriu o vírus através de:

- partilha de agulhas, seringas e outro material usado para consumo de drogas endovenosas;

- transfusões de sangue anteriores a 1990, quando o sangue ainda não era testado para este vírus;

- relações sexuais com uma pessoa infectada.

A transmissão do VHC de mãe para filho durante a gravidez é muito rara. A transmissão não se dá através de beijos e abraços, espirros ou tosse, partilha de copos, talheres e outros utensílios de uso comum.

Não existe qualquer vacina para a hepatite C.

Quando uma pessoa inicialmente se infecta com o VHC desenvolve o que se chama uma hepatite aguda que pode ou não dar sintomas. Algumas pessoas conseguem combater e resolver a infecção nesta fase e ficam curadas, mantendo presente no sangue o anticorpo para o VHC, que é como que uma “cicatriz” indicadora de que já estiveram em contacto com o vírus. Mas a grande maioria das pessoas, entre 60 a 80%, não tem essa capacidade, o que significa que o vírus fica ativo no organismo, embora silencioso,  e desenvolve-se uma hepatite crónica.

A hepatite crónica por VHC é relativamente comum, com uma prevalência que se estima em quase 3% da população mundial.

Sendo uma infecção crónica com poucos ou nenhuns sintomas (o mais frequente é o cansaço, muito inespecífico), o diagnóstico da hepatite por VHC é feito muitas vezes em análises de rotina, ou quando se detectam algumas alterações nas análises gerais relacionadas com o fígado.

Numa primeira fase faz-se a pesquisa no sangue do anticorpo contra o VHC; se este for positivo avança-se para uma análise mais elaborada em que se pesquisa a presença do próprio vírus (o RNA do vírus).

Esta segunda análise pode vir negativa – o que significa que a pessoa está entre a minoria que conseguiu curar sozinha a infecção; ou vem positiva, sendo mandatório referenciar o doente a uma Consulta de Hospitalar (Gastroenterologia, Hepatologia, Infecciologia) de forma a se pesquisar qual o tipo de vírus C em causa (existem vários chamados genótipos, sendo o 1, 3 e 4 os mais frequentes em Portugal), avaliar o grau de lesão do fígado que já existe e propor o doente para tratamento.

A avaliação do grau de lesão ou fibrose do fígado faz-se hoje em dia por rotina através de meios não invasivos (em casos muito raros pode ainda recorrer-se a uma biopsia hepática).

O tratamento da hepatite por VHC teve uma evolução extraordinária nos últimos anos, sendo considerado uma das grandes revoluções da Medicina moderna. Até há poucos anos os tratamentos disponíveis incluíam injeções que o doente auto-administrava, eram difíceis de tolerar, com efeitos secundários muito significativos que levavam muitas vezes o doente a interromper o tratamento. Além disso, as taxas de sucesso do tratamento eram consideravelmente baixas, raramente atingindo os 50% de cura. Ou seja, com um tratamento longo e difícil de tolerar, por cada dois doentes tratados apenas um ficava curado.

Mais recentemente foram desenvolvidos e rapidamente introduzidos no mercado os chamados agentes antivirais de acção direta (AAD), sob a forma de comprimidos, muito bem tolerados (raros ou nenhuns efeitos secundários), e com taxas de sucesso terapêutico que rondam os 95-100%, dependendo do tipo de vírus, do grau de fibrose existente, e do historial terapêutico do doente. Estes medicamentos são de fornecimento exclusivo hospitalar.

Assim, com os tratamentos atualmente disponíveis, é possível ambicionar curar 100% da população infectada, o que significa que a hepatite crónica por VHC é uma doença potencialmente erradicável.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Organização Mundial de Saúde alerta
A Organização Mundial de Saúde alertou que a discriminação em função da idade é um problema generalizado, sobretudo nos países...

Num comunicado distribuído para assinalar o Dia Internacional das Pessoas Idosas, a agência das Nações Unidas para a Saúde revela os resultados de um inquérito que conclui que 60% das pessoas consideram que os idosos não são respeitados.

O estudo da OMS, que abrangeu mais de 83 mil pessoas em 57 países, visava avaliar as atitudes perante os idosos em todas as faixas etárias e concluiu que os níveis mais baixos de respeito surgem nos países de alto rendimento.

"Esta análise confirma que o etarismo [discriminação em função da idade] é extremamente comum. No entanto a maioria das pessoas não tem qualquer consciência dos estereótipos subconscientes que mantém sobre as pessoas mais velhas", disse John Beard, diretor da OMS para o Envelhecimento e Curso de Vida.

O responsável compara esta forma de discriminação com o sexismo e o racismo e lembra que é possível mudar as normas sociais.

"É tempo de parar de definir as pessoas pela sua idade. Isso resultará em sociedades mais prósperas, mais igualitárias e mais saudáveis".

É que as atitudes negativas sobre o envelhecimento e os idosos podem ter "consequências significativas para a saúde física e mental" dos idosos, alerta a OMS.

Os idosos que se veem como um fardo percecionam a sua vida como tendo menos valor, o que os coloca em risco de depressão e isolamento social.

Estudos recentes citados pela OMS mostram que as pessoas mais velhas que têm uma ideia negativa do seu próprio envelhecimento não recuperam tão bem das doenças e vivem em média menos 7,5 anos do que as pessoas com uma atitude mais positiva.

Até 2025, estima-se que o número de pessoas com mais de 60 anos duplique, e até 2050 deverá alcançar os dois mil milhões em todo o mundo.

Alana Officer, coordenadora do departamento de Envelhecimento e Curso de Vida na OMS, lembra que "o etarismo pode ter muitas formas", incluindo a representação das pessoas idosas como frágeis, dependentes e desligadas da realidade nos media, práticas discriminatórias como o racionamento dos cuidados de saúde por idade ou políticas institucionais como a reforma obrigatória a uma determinada idade.

Ministro da Economia e Secretária de Estado da Ciência presentes
É já amanhã que se realiza mais uma edição da Noite Europeia dos Investigadores. À sessão de abertura, que tem lugar pelas...

Moderado pelo jornalista José Vítor Malheiros, o debate contará, também, com a participação do Vice-Reitor da Universidade de Lisboa, Prof. Rogério Gaspar, do Diretor da FCT NOVA, Prof. Fernando Santana, do Diretor do ICS, Prof. José Luís Cardoso e da Eng.ª Cristina Vaz Tomé, ex-dirigente do IICT agora na Direção da RTP, entre muitos outros nomes de peso na área da ciência, inovação e economia.

 

Recorde-se que a Noite Europeia dos Investigadores oferece mais de 90 atividades de entrada livre pensadas sobretudo para o público jovem. Em Lisboa, as iniciativas prolongam-se pelo eixo MUHNAC-UL – Praça do Príncipe Real – Miradouro de São Pedro de Alcântara, entre as 18h00 e as 24h00. Esta é uma iniciativa promovida pelo MUHNAC-UL (entidade proponente do consórcio SCILIFE Science in Everyday Life – Ciência no Dia-a-Dia) em parceria com a Universidade Nova, a Universidade de Lisboa, o Instituto Universitário de Lisboa e, ainda, a Escola de Ciências da Universidade do Minho e o Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto. O evento conta, ainda, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, ao envolver o espaço público nesta iniciativa, sendo a centralizadora das atividades que decorrerão durante essa noite em Lisboa.

Dia 1 de outubro de 2016
O Dia Mundial da Doença de Gaucher assinala-se a 1 de outubro e tem como objetivo alertar a população para uma patologia rara...

A Dra. Tabita Magalhães Maia, Hematologista responsável pela consulta de Gaucher e do sector de Patologia do Glóbulo Vermelho do serviço de Hematologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, explica que “A doença de Gaucher é uma doença hereditária rara causada por um défice de uma enzima responsável por digerir uma gordura, glucocerebrosídeo, que se acumula dentro de um tipo de células chamadas macrófagos. É uma doença autossómica recessiva, o que significa que as pessoas que só herdaram a mutação genética se um dos pais são portadores, mas não têm a doença, se os dois elementos de um casal forem portadores, têm, em cada gestação, 25% de probabilidade de ter um filho com a doença”.

A especialista reforça ainda que “a falta desta enzima, que se chama glucocerebrosidase, leva à acumulação de substâncias dentro dos lisossomas que estão presentes em vários tecidos e órgãos, como por exemplo o baço, o fígado e a medula óssea. Assim, vai haver uma acumulação de material nestes órgãos, que aumentam de volume (baço e fígado), a medula óssea fica com dificuldade em produzir as células do sangue (o que leva a anemia, falta de plaquetas e/ou glóbulos brancos baixos), os ossos ficam mais frágeis e podem apresentar lesões múltiplas (com dor óssea crónica e/ou aguda, fraturas ósseas patológicas) e pode inclusivamente atingir o sistema nervoso. É por isso uma doença grave, crónica, progressiva e mutissistémica que se pode apresentar com um conjunto muito variado de sinais e sintomas que são comuns a outras doenças. Este facto faz com que o diagnóstico da Doença de Gaucher nem sempre seja suspeitado e o quadro clínico se agrave progressivamente”.

Hoje em dia o diagnóstico pode ser feito com uma simples gota de sangue de uma picada no dedo, quase indolor. Trata-se de uma doença que pela sua cronicidade e progressão se não for tratada pode levar a uma sintomatologia exuberante, incapacitante e a uma morte precoce. Desde há vários anos que existe tratamento para a Doença de Gaucher, que consiste na administração quinzenal ou mensal, por via endovenosa, da enzima em falta. Quando o tratamento é iniciado atempadamente, há desaparecimento da quase totalidade dos sinais e sintomas e uma normal qualidade de vida. Outra opção terapêutica, indicada apenas para alguns doentes é um medicamento oral que ajuda à redução destas substâncias. Já há um destes medicamentos em Portugal e, muito em breve, será lançado um outro cujos ensaios clínicos parecem mostrar melhor tolerabilidade e eficácia.

Em Portugal existem cerca de 100 doentes diagnosticados, mas acreditamos que se trata de uma doença infra diagnosticada, sobretudo a doença de Gaucher de aparecimento tardio. Apesar de ser uma doença genética, uma parte significativa dos casos é diagnosticada na idade adulta. Dos doentes com indicação para tratamento, temos já alguns com mais 15 anos sob tratamento enzimático de substituição com recuperação dos valores hematológicos, volume orgânico e com ótima qualidade de vida.

 

Em síntese: a doença de Gaucher tem um leque muito variado de apresentações clinicas, obrigando ao diagnóstico diferencial com uma série de outras patologias. Pode-se apresentar em qualquer idade e o diagnóstico é fácil e rápido. O tratamento de substituição enzimática não tem efeitos colaterais e tem ótimos resultados, com recuperação dos valores hematológicos, redução do volume orgânico e prevenção das lesões ósseas.

Neways: Cancer Network for Welfare Aging
Atualmente assistimos a um envelhecimento gradual da população, sendo que o grupo etário com mais de 65 anos corresponde a 19,1...

Por estarem conscientes de que este grupo etário necessita que sejam desenvolvidas estratégias específicas para a área das doenças oncológicas, um grupo de especialistas criou o projeto "Neways - Cancer Network for Welfare Aging” com vista a definir e implementar atividades que visam melhorar ou otimizar a situação em Portugal.

Estimular a investigação no sentido de produzir conhecimento relativo à realidade da oncogeriátrica portuguesa e, em função do conhecimento produzido gerar informação; desenvolver boas práticas para a prestação de cuidados de saúde ao doente idoso com doença oncológica; promover o patient advocacy, isto é, a decisão participada dos doentes e dos cuidadores nos processos de decisão relativos à doença, nomeadamente na estratégia de tratamento mais adequada; sensibilizar os profissionais de saúde sobre as características especiais da subpopulação idosa, estimulando formação específica nesta área para médicos e profissionais de saúde; aumentar o uso de ferramentas que permitam avaliar os doentes oncológicos idosos em Portugal; e promover a discussão e a responsabilidade da Sociedade Civil sobre a importância de um correto exercício de oncologia geriátrica são os principais objetivos que irão juntar amanhã, 30 de setembro, os peritos que constituem a "Neways - Cancer Network for Welfare Aging”.

O Steering Committee deste projeto é constituído pelo Professor Dr. Francisco Pimentel, representante nacional da SIOG; pelo Professor Dr. Carlos Oliveira da Liga Portuguesa Contra o Cancro; pelo Professor Dr. Jorge Soares, da Fundação Calouste Gulbenkian; e pelo Professor Dr. Manuel Veríssimo responsável pelo Núcleo de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna. A equipa diretiva responsável pela gestão do projeto definiu grupos de trabalho correspondentes a áreas específicas, que procurarão identificar mitos e barreiras no contexto da oncologia geriátrica dentro das respetivas áreas de atuação como são a Prática Clínica; a Economia e Políticas de Saúde; a Investigação Epidemiológica e Social; e outras como a literacia em saúde, as tecnologias de informação para os doentes, as questões éticas, e o patient advocacy.

 

A "Neways - Cancer Network for Welfare Aging” é uma network de especialistas que promove a discussão pela Sociedade Civil da importância de melhorar a qualidade de vida do doente idoso oncológico.

Após desenvolver nova tecnologia de extração limpa e sustentável
Mais um passo no desenvolvimento de nutracêuticos e princípios ativos naturais que apoiam a prevenção e o tratamento do cancro.

Cereja, agrião, alfazema e poejo são exemplos de produtos naturais que têm na sua composição química compostos com potencial efeito anti-tumoral. Quem o diz é uma equipa de investigadores do Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (iBET) que, depois de ter desenvolvido uma nova tecnologia de extração limpa e sustentável - tecnologia de extração com solventes não tóxicos pressurizados –, conseguiu isolar com sucesso diversos extratos naturais cuja bioatividade testou in vitro, comprovando o seu potencial para travar a multiplicação de células humanas de cancro.

Até ao momento, os extratos naturais testados e que apresentam concentrações elevadas dos compostos bioativos alvo derivam do refugo de cereja, das cascas de citrinos, de quatro ervas aromáticas e três vegetais crucíferos: alfazema, rosmaninho, hortelã e poejo, agrião, brócolos e rúcula. Por exemplo, o refugo de cereja, hoje desaproveitado, tem extratos ricos em álcool perílico, um monoterpeno com reconhecida atividade anticancerígena.

“Este é mais um passo para a futura disponibilidade de nutracêuticos e princípios ativos naturais, reconhecidos pelos pares, pela regulamentação e pela indústria, e recomendados pelos clínicos como agentes que retardem o aparecimento da doença ou como coadjuvantes de métodos terapêuticos agressivos, permitindo a diminuição das doses terapêuticas ou a atenuação de efeitos secundários”, refere Teresa Serra, investigadora líder do projeto.

Além da importância clínica e humana, prevê-se que “o trabalho que estamos a desenvolver tenha um impacto económico relevante junto da indústria agro-alimentar uma vez que envolve a valorização de desperdícios e excedentes provenientes das suas fábricas e produções”, refere Ana Matias, responsável do “Grupo de Nutracêuticos e Libertação Controlada” do iBET, instituto que tem vindo a marcar uma forte posição nacional e internacional nesta área de investigação.

Parceria com o IPO é fundamental para avançar para testes in vivo
Uma vez concluída a fase de testes laboratoriais, será fundamental a parceria já estabelecida com o Instituto de Português de Oncologia IPOLFG, que permitirá estudar o efeito destes extratos naturais em várias linhas celulares correspondentes a diferentes vias de génese tumoral, assim como em células derivadas de pacientes.

Na sequência do projeto, está prevista a realização de um estudo clínico para avaliar o seu efeito em doentes oncológicos com cancro colorretal, o terceiro com maior incidência.

Refira-se que o projeto junta Engenharia Química, Química Analítica, Biotecnologia e Oncobiologia, estando a ser desenvolvido por Ana Matias, Teresa Serra, Liliana Rodrigues, Carolina Pereira e Lucília Pereira do já referido “Grupo de Nutracêuticos e Libertação Controlada” e contando ainda com a colaboração de Rosário Bronze, do “Laboratório de Métodos Sensoriais”, e de Catarina Brito, da “Unidade de Tecnologia de Células Animais”, também do iBET.

O projeto está ainda a ser apoiado pela FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pela unidade de investigação iNOVA4Health, o Programa de Medicina Translacional que junta como parceiros iBET, ITQB-UNL, CEDOC|Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e Instituto de Português de Oncologia IPOLFG.

Dia Mundial dos Idosos - 1 de outubro
Sob o lema “Discovering news ways in the world of geriatrics”, irá realizar-se o 12º Congresso Internacional da Sociedade de...

 

Este é um dos maiores eventos científicos na área da Geriatria e cuja organização é da responsabilidade do Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e acontece no âmbito do Dia Mundial do Idoso, que assinala a 1 de outubro.

 

 

Neste congresso existem nove temas principais:

  • Gerontotechnology: the time has come - que consistirá na apresentação de novas técnicas de reabilitação e novos dispositivos de apoio a doentes com demência, deficientes ou que vivam sozinhos;
  • Otimização da prescrição à população idosa - será sobre a avaliação de critérios internacionais de prescrição medicamentosa, sobre polimedicação e ainda acerca de como pode o geriatra apoiar o médico não geriatra a otimizar a terapêutica medicamentosa prescrita à população idosa;
  • Inovação no envelhecimento ativo - este tema incidirá sobre o papel das parcerias regionais nos cuidados integrados à pessoa idosa;
  • Orthogeriatrics: new insights - passa por uma tentativa de definir que doentes devem ser referenciados ao ortogeriatra, ao mesmo tempo que serão apresentadas as novidades na reconstrução articular e novas técnicas de recuperação da força muscular e do equilíbrio após a cirurgia;
  • Innovative approaches in the management of chronic pain in older people - neste painel serão divulgados os medicamentos inovadores disponíveis, tal como novas técnicas de intervenção física e comportamental e novos métodos de avaliação da dor;
  • Changing aspects of infeccious diahroeas - neste tema irá abordar-se a questão das vacinas para viajantes  idosos, das novas vacinas contra o norovírus e rotavírus e das novas terapêuticas farmacológicas contra o clostridium difficile;
  • New approaches to urological diseases in older people - onde serão divulgadas novas intervenções na hiperplasia benigna da próstata, novas técnicas de terapêutica de incontinência urinária, novos métodos de rastreio e tratamento do cancro da próstata;
  • How environmental influence the aging process - debate sobre como a qualidade do ar, a alimentação ou fatores profissionais têm influência no envelhecimento;
  • New therapeutic strategies against Hospital-acquired infections - este tema incidirá sobre as novas estratégias de controlo da infeção e os medicamentos indicados no combate a bactérias resistentes.

Este congresso irá focar-se na função dos responsáveis em promover a divulgação e reflexão acerca dos avanços alcançados nesta especialidade a nível mundial. Gorjão Clara, coordenador do Núcleo e Presidente do Congresso, sublinha que “é extremamente positivo podermos fazer parte de um evento como este e todos terem a oportunidade de assistir a várias conferências sobre vários temas da Geriatria por alguns dos melhores especialistas internacionais”, de forma a “adquirir conceitos inovadores que serão úteis na prática clínica”. 

Estudo
Embora o consumo de álcool e tabaco entre os jovens americanos é menor do que os dos europeus, o número de adolescentes norte...

De acordo com a análise, 35% dos jovens dos EUA informaram ter usado uma droga ilícita na sua vida, em comparação com 18% dos jovens europeus. Além disso, os jovens americanos ficaram em primeiro ou segundo lugar entre aqueles que relataram ter consumido ecstasy, anfetaminas, alucinogénios e maconha, alguma vez na vida.

A análise compara os resultados do European School Survey Project on Alcohol and Other Drugs (ESPAD), que foi publicado esta semana e inclui dados de 35 países europeus, de jovens com idades entre 15-16 anos, e dados de alunos da 10ª série da pesquisa de rastreamento nacional americana, Monitoring the Future (MTF).

O estudo ESPAD, publicado por país, reúne dados de quase todos os países europeus, com exceção da Alemanha, Grã-Bretanha e Rússia. Nos EUA, o MTF é realizado por cientistas do Instituto de Pesquisa Social da Universidade de Michigan, e patrocinado pelo Instituto Nacional de Abuso de Drogas. Este é a sexta versão da pesquisa ESPAD, realizada com intervalos de quatro anos a partir de 1995, e a número 41 da série anual do MTF.

De acordo com a análise, a Europa tem mostrado tendências semelhantes às observadas nos EUA recentemente, incluindo um aumento no uso de maconha e a diminuição do uso de cigarros e álcool por adolescentes.

Portugal
Das oito principais variáveis analisadas, os estudantes portugueses obtiveram as menores pontuações ou ficaram na média com os outros países, segundo o ESPAD. A diferença mais aparente foi em relação ao consumo excessivo pontual de bebidas alcoólicas. Nos últimos 30 dias (que precederam a coleta de dados), apenas 20% dos alunos portugueses relataram ter bebido mais pesadamente, sendo que a média do ESPAD foi de 35%.

O uso de álcool, também durante os últimos 30 dias antes das entrevistas, foi menor do que a média global (42% versus 48%). O uso de inalantes e drogas sintéticas ficaram 3 pontos percentuais abaixo da média global, considerada uma diferença notável. O consumo de cigarros, de maconha, o uso de inalantes e outros sedativos e tranquilizantes sem prescrição ficou na média global durante o mesmo período.

Alguns outros pontos-chave:

  • Em média, apenas 18% dos estudantes europeus tinham usado uma droga ilícita na sua vida, em comparação com 35% dos estudantes americanos da mesma idade. Apenas a República Checa, relatou maior consumo, com 37%.
  • Estados Unidos e França informaram que um terço dos jovens experimentaram maconha em sua vida, empatando em segundo lugar. O primeiro ficou para a República Checa, que relatou 37%.
  • O uso de anfetaminas em algum momento de sua vida, sem supervisão médica, foi muito maior entre os adolescentes nos Estados Unidos, com 10%. A média dos 35 países participantes no ESPAD foi de apenas 2%.
  • O consumo de cocaína entre os adolescentes norte-americanos também foi maior, com um aumento de 3%, em comparação com 2% média europeia, mas vários países, incluindo a Bulgária (5%), França (4%) e na Polónia (4%) relataram níveis mais elevados de consumo.
  • O consumo de maconha, nos últimos 30 dias, foi maior nos EUA (15%) e na França (17%). Índice duas vezes maior do que a  média dos 35 países europeus, que registraram 7%.
Faculdade de Medicina Dentária do Porto
Investigadores da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto estão a estudar o impacto do uso de tetraciclinas,...

De acordo com o investigador do Laboratório de Metabolismo e Regeneração Óssea da FMDUP (Bonelab) Pedro Gomes, este projeto visa estudar "efeitos menos conhecidos deste grupo farmacológico" em certas doenças, como é o caso da diabetes.

"Verificamos que existe um défice funcional dos osteoblastos [células formadoras do tecido ósseo] em condições diabéticas, motivo pelo qual muitos pacientes são afetados por osteopenia [perda branda de massa óssea] ou osteoporose", explicou o docente da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP).

Nos estudos realizados no Bonelab - coordenado pela professora Maria Helena Fernandes - os investigadores observaram, em modelos 'in vitro' e 'in vivo', que a administração de tetraciclinas, em doses reduzidas, sem efeito antibacteriano, pode estimular a atividade dos osteoblastos.

De acordo com o docente da FMDUP, a quantidade e qualidade do tecido ósseo são fundamentais na área de intervenção terapêutica da Medicina Dentária, refletindo-se no sucesso clínico de todas as técnicas de reabilitação oral, com recurso a implantes, próteses removíveis e fixas.

Este é um dos resultados obtidos através de trabalhos realizados ao longo de oito anos, com o objetivo de estudar as novas propriedades de fármacos já estabelecidos no mercado.

Segundo o investigador, o conhecimento resultante deste projeto que pode ser partilhado e alargado com outras áreas de intervenção clínica, tais como a ortopedia, a cirurgia maxilofacial, a endocrinologia e outras que intervenham na modulação do metabolismo e regeneração do tecido ósseo.

Nos trabalhos estiveram envolvidos cinco investigadores da FMDUP e diversos de outras instituições.

Os projetos desenvolvidos pelo Bonelab podem ser encontrados em www.bonelab.net.

Diretor do programa de controlo de infeções denuncia
Em Portugal, os serviços de urgência dos hospitais são o “nó górdio” das infeções hospitalares, devido à falta de boas práticas...

“Há serviços de urgência em que não conseguimos implementar a prática de prevenção de infeções. É a medicina de catástrofe. Quando os nossos serviços funcionam de forma menos correta é muito difícil implementar medidas de isolamento. É muito importante as boas práticas nas urgências, mas o serviço de urgências é um dos maiores problemas que temos identificados, é o ‘nó górdio’”, afirmou o diretor do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA), ouvido hoje na Comissão de Saúde a pedido do Bloco de Esquerda.

A falta de unidades de isolamento, a falta de profissionais qualificados, a falta de higiene são alguns dos problemas identificados pelo responsável por este programa prioritário da Direção-Geral da Saúde.

Para Paulo Fernandes, o facto de não haver quartos de isolamento, não significa que não se promovam medidas de isolamento ou medidas de precaução para evitar a transmissão.

“Isto não pode servir de desculpa para os médicos. São questões estruturais que têm que ser vistas nos hospitais, porque o funcionamento das urgências são um problema”, afirmou.

Para o médico intensivista, a falta de camas nos hospitais portugueses acarreta o “flagelo das enfermarias com macas”, que considera ser uma inversão do sistema, porque significa que a enfermaria não tem o número de doentes correspondente às camas, mas tem mais, o que “é uma porta aberta para a infeção hospitalar”.

Quanto às práticas de higiene, o responsável sublinhou que as unhas de gel, ou de gelinho, usadas por algumas profissionais, “são práticas não recomendadas, contraindicadas nos serviços de saúde, porque favorecem as infeções, sendo alvo de normas e que circulam pelos sistemas de controlo de infeção”.

Outro problema que o diretor do PPCIRA identifica como grave e fator indutor da propagação das infeções hospitalares tem a ver com a precariedade e rotatividade do pessoal de limpeza dos Hospitais.

“Ao nível do pessoal de limpeza o problema é mais grave por causa da rotatividade desse pessoal e a precariedade desse trabalho. É quase tudo outsourcing. As empresas base não dão a devida formação aos trabalhadores. Nós apostamos em formação desse pessoal e ao fim de dois três meses vamos ao mesmo sítio e é tudo gente nova que temos que formar outra vez”, lamentou.

Paulo Fernandes defende também que se deveria melhorar o vestuário dos profissionais de saúde, que estes utilizem vestuário próprio para a observação dos doentes e não “a roupa usada em casa”.

“Eu sei que isso aumenta as despesas hospitalares, mas é um assunto que tem que ser conversado. Quase todas as medidas de controlo de infeção se revelam custo-efetivas. Normalmente as contas são feitas com o que se vai gastar e não com o quanto se vai deixar de gastar”, disse.

Um milhão de euros
O Fundo para a Investigação em Saúde, no valor de um milhão de euros, está suspenso e a sua continuidade a ser reavaliada,...

Criado em 2014, o Fundo para a Investigação em Saúde (FIS) é gerido pelo Infarmed e foi atribuído pela primeira vez no ano passado a projetos nas áreas da oncologia e das doenças cérebro-cardiovasculares.

O FIS destina-se a financiar atividades e projetos de investigação dirigidos para a proteção, promoção e melhoria da saúde das pessoas.

Este ano, o FIS não vai ser atribuído, segundo revelou fonte do Infarmed.

A mesma fonte explicou que, “a 11 de abril de 2016, foi constituído um grupo de trabalho" para apresentar "propostas de medidas de promoção de investigação clínica" e de "inovação biomédica em Portugal" e ainda sugerir os "termos de referência para a criação de uma Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica”.

“Neste contexto, a continuidade do FIS encontra-se em reavaliação, pelo que até lá não será aberto concurso em 2016”, adianta o Infarmed.

O Ministério da Saúde confirma a situação, referindo que “os projetos que o FIS acompanha ainda estão a beneficiar do financiamento do ano passado”.

Este fundo tem "natureza de património autónomo, sem personalidade jurídica, com autonomia administrativa e financeira, cujo financiamento é assegurado por um conjunto de receitas diversificado”.

Cuidados de saúde
O diretor da Fundação Calouste Gulbenkian, Jorge Soares, vai presidir à nova Comissão Nacional para os Centros de Referência,...

De acordo com um despacho do secretário de Estado adjunto e da Saúde, que deverá ser publicado brevemente em Diário da República, as mudanças na composição da Comissão Nacional para os Centros de Referência visam “garantir uma efetiva articulação nesta área, com a reforma a desenvolver no Serviço Nacional da Saúde (SNS) na área dos cuidados hospitalares”.

A Comissão Nacional para os Centros de Referência avalia as necessidades de prestação de cuidados de saúde e identifica as grandes áreas de intervenção em que devem ser reconhecidos centros de referência.

Cabe a esta comissão “definir os critérios específicos a que devem obedecer os candidatos ao reconhecimento e propõe ao membro do Governo responsável pela área da saúde a decisão de reconhecimento”.

A nova comissão será presidida pelo diretor da Fundação Calouste Gulbenkian, Jorge Soares, e terá como vice-presidente o especialista em nefrologia pediátrica Alberto Caldas Afonso.

António Eugénio Sarmento (especialista em infeciologista), Luís Marques da Costa (investigador), o economista Pedo Pita Barros, o cirurgião Eduardo Barroso, José Alexandre Diniz (diretor do Departamento da Qualidade na Saúde da Direção-Geral da Saúde), o cirurgião Júlio Soares Leite, o diretor do serviço de medicina do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, Luís Campos, a investigadora e diretora do Instituto de Medicina Molecular Maria do Carmo Fonseca e a cirurgiã Lurdes Gandra são os outros elementos desta comissão.

A primeira comissão, agora substituída, foi presidida pelo neurocirurgião João Lobo Antunes.

Criados pelo anterior ministro da Saúde, Paulo Macedo, foi já nos últimos dias do seu mandato que foram conhecidos os primeiros centros de referência, para as áreas da epilepsia refratária, da onco–oftalmologia, da paramiloidose familiar, do transplante pulmonar, do transplante do pâncreas e do transplante hepático.

Em março deste ano foram anunciadas mais 13 áreas prioritárias, para as quais foi reconhecido um alargado número de instituições como centros de referência, seguindo assim a proposta da Comissão para o reconhecimento de Centros de Referência.

Estas áreas são a cardiologia de intervenção estrutural, cardiopatias congénitas, doenças hereditárias do metabolismo, epilepsia refratária, oncologia de adultos-cancro do esófago, oncologia de adultos - cancro do testículo, oncologia de adultos - sarcomas das partes moles e ósseos, oncologia de adultos - cancro do reto, oncologia de adultos - cancro hepatobilio-pancreático, oncologia pediátrica, transplantação renal pediátrica, transplante de coração, transplante rim–adultos.

No Porto
Investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, do Porto, vão criar plataformas...

O projeto BCCT.plan, que arranca em novembro de 2016, conta com especialistas do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), da Fundação Champalimaud e da empresa tecnológica Enermeter.

Com esta tecnologia, "os clínicos podem planear da melhor forma o procedimento cirúrgico e perceber qual a melhor estratégia a tomar, podendo mesmo servir como ferramentas de ensino na formação de novos médicos", disse o investigador do Centro de Telecomunicações e Multimédia (CTM) do INESC TEC Hélder Oliveira.

As ferramentas "vão permitir a comparação entre a aparência final da mama perante as várias opções cirúrgicas disponíveis", com base em informação personalizada 3D das pacientes, associando o tamanho, a localização e a densidade glandular do tumor (obtida através de exames radiológicos).

Nesse sentido, vai ser necessário criar uma base de dados contendo exames radiológicos, anotados por profissionais ligados à radiologia, e informação de superfície da mama.

Educar melhor as pacientes sobre as consequências do tratamento, de forma a facilitar a sua inserção no processo de decisão do procedimento a tomar, "uma vez que a comunicação entre a paciente e médico será facilitada", é outro dos objetivos.

Com a duração de três anos, este trabalho surge no seguimento do projeto europeu Picture, também liderado pelo INESC TEC, cujo principal foco era a criação de uma ferramenta de simulação automática, que não necessitava da interação do utilizador para obter o resultado para o procedimento cirúrgico.

De acordo com Hélder Oliveira, "apesar de terem sido verificados resultados muito satisfatórios, percebeu-se que os modelos de simulação desenvolvidos, para além de demorem muito a serem atingidos, poderiam não corresponder ao que o clínico estaria à espera", não podendo este ter "qualquer ação" sobre a resolução obtida pelos algoritmos.

O BCCT.plan foi pensado "aproveitando a experiência adquirida nos últimos anos", em conjunto com os clínicos, com o intuito de desenvolver "ferramentas mais atrativas" para o planeamento cirúrgico.

Para além de Hélder Oliveira, a equipa do CTM envolvida no projeto conta com os investigadores Jaime Cardoso, Luís Teixeira e João Teixeira.

O projeto foi financiado pelo programa Portugal’2020 em 780 mil euros.

Universidade Católica Portuguesa desenvolve
Atingir um consenso sobre o valor que a Imuno-Oncologia representa no tratamento da doença oncológica e estabelecer...

Mediante a aplicação do “Método do Consenso”, o Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa (UCP) procurou encontrar entendimentos entre os principais atores ligados a esta problemática, representando a ciência, a prática clínica, a gestão da saúde, o poder político e os doentes, de forma a encontrar respostas para os novos desafios colocados pela Imuno-Oncologia e através da procura de eficiências do sistema, prestar a melhor assistência possível aos doentes. Em conjunto, os peritos procuraram perceber o valor e as eventuais vantagens que a Imuno-Oncologia representa, mas também a sua aplicabilidade, considerando o seu financiamento e a sustentabilidade do Sistema Nacional de Saúde.

De acordo com as recomendações dos peritos, as principais metas para a utilização da imunoterapia com sucesso são:

  • A criação de guidelines europeias e internacionais com aplicabilidade à realidade nacional, através da inclusão da sociedade civil, com o incentivo da comunidade científica na implementação;
  • A monitorização a longo prazo da utilização da imunoterapia. Reforma do sistema de saúde, tendo em conta a incidência e prevalência crescentes das doenças crónicas;
  • A criação de um registo oncológico nacional único.

O painel de peritos sugeriu como relevantes os seguintes pontos:

  • É necessário assegurar que todos os hospitais detêm e aplicam Protocolos de Diagnóstico, Estadiamento, Tratamento e Seguimento de doenças oncológicas.
  • A rede de referenciação em oncologia deverá tornar-se mais efetiva, otimizando os recursos disponíveis e a continuidade de cuidados, favorecendo a articulação entre os diferentes níveis de cuidados, com ganhos para os doentes.
  • Foram identificados como temas relevantes o subfinanciamento da oncologia e a iniquidade no tratamento dos doentes de acordo com a área de residência, relacionada com sobretudo com a distribuição dos recursos humanos.
  • A prestação de cuidados de proximidade é fundamental. Para que o acesso dos doentes seja melhorado, muitas modificações do sistema de saúde terão que ser introduzidas, começando pela formação dos futuros profissionais de saúde, incluindo ao nível dos cuidados primários.
  • Os registos de qualidade de vida têm que ser implementados e utilizados de forma disseminada e transversal.
  • O grande ganho da imunoterapia centra-se na forma como se conseguiu alterar o curso da doença, atingindo os dois objetivos primordiais do tratamento oncológico: prolongar a vida dos doentes com melhor qualidade de vida.
  • Tem-se conseguido demonstrar uma regressão sustentada e duradoura nalgumas situações, transformando alguns casos de doença agressiva em doença crónica, pouco sintomática. Apenas alguns tipos de tumores em determinados estadios de doença oncológica beneficiam destes fármacos, de acordo com as evidências atuais.
  • A tentativa de atribuir o caráter inovador à imunoterapia, deve-se ao impacto na sobrevivência nalgumas patologias observado até ao momento, apesar de estarmos ainda numa fase muito imatura de utilização destes fármacos pelo que estudos prospetivos deverão avaliar a eficácia e o perfil de segurança a longo prazo.
  • Este tipo de medicamentos não apresenta o típico perfil de toxicidade associado ao tratamento do cancro, sendo tipicamente melhor tolerado pelo doente, mas pode potencialmente desencadear outros efeitos adversos, nomeadamente reações e doenças do foro autoimune.
  • Nesta fase, é recomendável que o uso destes fármacos seja reservado a centros/unidades de oncologia com os recursos humanos e técnicos adequados à sua administração e monitorização (quer em termos de resposta tumoral, quer em termos de avaliação do doente a longo prazo).
  • A administração deste tipo de medicamentos deve ser registada em sistemas informáticos da entidade reguladora (ie, INFARMED/SINATS) que futuramente possibilitem a monitorização e o desempenho inerente associado, requisito fundamental para que o seu financiamento possa ser feito com base na criação de valor.
Estudo
O uso de medicamentos genéricos na Europa permitiu, em nove anos, duplicar o número de doentes tratados e poupar anualmente cem...

Estas são as principais conclusões do estudo “O papel dos medicamentos genéricos na sustentabilidade dos sistemas de saúde: uma perspetiva europeia”, levado a cabo pela consultora IMS Institute for Healthcare Informatics e que é hoje apresentado no seminário “O Valor dos Medicamentos Genéricos”, organizado pela APOGEN – Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares.

O trabalho em causa conclui que, sem o uso de medicamentos genéricos, os países europeus gastariam mais cem mil milhões de Euros por ano no tratamento de doentes.

Além disso, o recurso a estes fármacos possibilitou que entre 2005 e 2014 os países europeus duplicassem o número de doentes tratados, sem aumentar a despesa, revela o estudo, destacando que o recurso aos genéricos aumenta o acesso para grupos mais carenciados.

A relevância destes fatores é apresentada em contraponto com a conclusão de que em 2050, a população europeia com mais de 65 anos vai aumentar de 129 para 191 milhões (um crescimento de 50%), com o consequente aumento da incidência de doenças crónicas e o correspondente impacto na despesa dos Estados com a saúde.

A par com o envelhecimento da população e aumento da incidência das doenças crónicas, o estudo aponta “o elevado custo dos novos medicamentos” como outro dos grandes desafios para os orçamentos da saúde, indicando que entre 2013 e 2014, o custo dos novos medicamentos mais do que duplicou, de 11,54 mil milhões de euros para 27,08 mil milhões de euros.

Um outro estudo internacional, intitulado “Valor dos Medicamentos Genéricos – Estudo de Economia da Saúde”, realizado pelo IGES Institut para a Medicines for Europe, também apresentado hoje no seminário, apresenta conclusões no mesmo sentido.

De acordo com esta investigação, a utilização de medicamentos genéricos permite tratar um número “consideravelmente maior” de doentes que sofrem de hipertensão mantendo os mesmos níveis de despesa, tratar o mesmo número de doentes com cancro da mama com menor despesa e tratar mais doentes que sofrem de depressão, com um ligeiro aumento na despesa.

Em termos de valor económico global, o mercado de genéricos é o principal fornecedor de medicamentos na Europa, permitindo a sustentabilidade dos orçamentos da saúde e representando um “contributo positivo para a economia europeia”, quer em termos de emprego, quer em termos de investimento, acrescenta o estudo.

A indústria dos medicamentos genéricos emprega mais de 160 mil pessoas na Europa e produz 56% dos medicamentos prescritos na Europa, sublinha Paulo Lilaia, presidente da APOGEN.

Segundo o responsável, “a apresentação destes dois estudos permite concluir, que os medicamentos genéricos trazem grandes benefícios para os doentes e para os Estados europeus, ao aumentarem o acesso dos doentes aos tratamentos e simultaneamente diminuírem a despesa dos Estados com Medicamentos”.

No México
O primeiro bebé do mundo concebido através de uma técnica de reprodução assistida que utiliza o ADN de três pessoas nasceu há...

A publicação revela que a criança chama-se Abrahim Hassan e possui o ADN do pai e da mãe bem como uma pequena quantidade do código genético de uma dadora.

Uma equipa de médicos dos Estados Unidos aplicou a técnica (no México) para garantir que o bebé não herdasse uma doença genética da sua mãe, de origem jordana. A mãe já tinha perdido duas crianças devido a uma doença rara, o síndroma de Leigh, que afeta o sistema nervoso quando este está a desenvolver-se.

Apesar de a mãe estar saudável, os genes da doença permanecem no seu ADN, pelo que o casal recorreu a esta técnica pioneira para que não passasse ao filho.

Os especialistas, liderados por John Zhang, usaram o procedimento para criar cinco embriões, mas apenas um estava saudável, pelo que apenas esse foi implantado.

A "técnica dos três pais", desenvolvida em Newcastle (Reino Unido), combina o ADN dos dois pais com a mitocôndria saudável de uma mulher dadora. Apenas cerca de 0,2% da carga genética da dadora passa para o embrião, o que não interfere com as características essenciais de um indivíduo.

No decorrer do processo, são fertilizados dois óvulos, um da mãe e outro da dadora, com espermatozoides do pai. Depois o núcleo dos dois óvulos resultantes é retirado, mas apenas é guardado o que foi criado pelos pais e esse núcleo é introduzido no embrião da dadora, no lugar do núcleo que foi retirado.

O embrião que resulte desse procedimento é depois implantado no útero da mãe. A técnica permite que também a futura descendência do bebé criado com este procedimento fique livre de doenças mitocondriais (transmitidas pelo material genético da mãe).

A técnica foi recentemente aprovada no Reino Unido.

Ministro do Ambiente
O ministro do Ambiente avançou hoje que 252 edifícios, considerados prioritários, vão ter intervenções para remover amianto,...

“Para 252 edifícios prioritários será realizada intervenção”, em processos que vão ter um investimento de 46 milhões de euros, afirmou o governante.

João Matos Fernandes está a ser ouvido na Assembleia da República, na Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação.

As obras deverão começar “no início de 2017 e concluídas até final de 2018”, salientou o ministro.

Segundo as contas do Ministério do Ambiente, são 2.892 os edifícios com amianto, 252 são prioritários, dos quais 76 “são primeira prioridade”.

Por outro lado, 1.180 são tutelados pelo Ministério da Educação, acrescentou o ministro sobre este assunto que foi alvo de questões dos deputados Álvaro Castelo Branco, do CDS, e de Heloísa Apolónia, do partido ecologista Os Verdes.

Num conselho de ministros dedicado ao ambiente, realizado no início de junho, o Governo anunciou que iria dar prioridade à retirada do amianto dos edifícios públicos que apresentem projetos com garantia de aumento da eficiência energética.

Naquela altura o ministro disse que “a priorização dos investimentos está por fazer e cabe a cada ministério promover as obras para a eficiência”.

As obras do amianto podem ser realizadas através do programa para a eficiência energética dos edifícios da Administração Pública, área que tem uma verba de 200 milhões de euros.

No Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), há uma parcela destinada à eficiência energética dos imóveis que “vai dar prioridade à retirada do amianto dos edifícios para dotar de músculo financeiro” esta tarefa.

Dia Mundial do Coração - 29 de Setembro
Sociedade Portuguesa de Cardiologia comemora o dia Mundial do Coração com o lançamento de uma plataforma online com informação...

É o coração que toma conta da nossa vida. Ajuda-nos, todos os dias, a sermos mais saudáveis, mais felizes e mais fortes. Mas, quem toma conta do nosso coração somos nós! Pequenas mudanças podem transformar a nossa vida. Pequenas mudanças podem dar mais e melhor tempo ao seu coração.

Este é o mote da campanha de educação para a Saúde Cardiovascular, lançada pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia, simbolicamente no dia do Coração, dia 29 de setembro.

Sabemos que as Doenças Cardiovasculares (DCV) são a maior causa de morte em Portugal e no Mundo. Além disso, sabemos que 80% dessas mortes poderiam ser evitadas se todos controlássemos os fatores de risco: tabagismo, colesterol elevado, diabetes, hipertensão arterial, obesidade e sedentarismo.

Porém, cerca de 55% da população portuguesa, entre os 18 e os 79 anos, apresenta pelo menos dois destes fatores de risco! Metade da população portuguesa tem excesso de peso ou obesidade, 40% dos portugueses tem hipertensão arterial, 30% tem colesterol muito elevado, 25% são fumadores e 13,1% dos portugueses, entre os 20 e os 79 anos, tem diabetes.

Esta campanha foi criada por forma a alertar os portugueses para a importância de protegerem a sua vida e o seu coração. Assim, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia pretende sensibilizar a sociedade civil para o impacto que os estilos de vida podem ter na sua saúde.

“Eu Amo Viver” é uma campanha multimeios materializada através do site www.euamoviver.com e página de facebook (disponíveis a partir de dia 29 de setembro) com informação útil sobre as Doenças Cardiovasculares. Esta campanha será oficialmente inaugurada no dia 29 de setembro, através de uma ação de sensibilização da população para a importância de saber realizar Suporte Básico de Vida, que decorrerá na estação de metro do Cais do Sodré, durante o período da tarde.

A fadista Gisela João e os atores Marcantónio Del Carlo e Patrícia Bull são os embaixadores desta campanha, que assim, ajudarão a levar a mensagem mais longe e a um maior número de portugueses. Esta é uma campanha anual que termina no mês do coração, maio, em 2017!

Está ao alcance de cada um mudar o rumo da sua vida, mas isso nem sempre acontece porque não temos a noção de como pequenas mudanças podem ser sinónimo de mais anos de vida. O coração toma conta da nossa vida, mas nós temos que tomar conta do nosso coração. Só assim podemos viver mais e melhor. 

Ministro da Saúde
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) vai ter vinte novas viaturas de emergência e reanimação a partir de outubro...

As viaturas de emergência e reanimação (VMER) são veículos de intervenção pré-hospitalar destinado ao transporte rápido de uma equipa médica ao local onde se encontra o doente, tendo a equipa à disposição equipamento de suporte avançado de vida.

O anúncio foi feito durante a comissão parlamentar de Saúde pelo ministro Adalberto Campos, que estima que as novas VMER estejam operacionais até ao final do próximo mês.

Durante a audição, o ministro sublinhou que 2016 tem sido dada prioridade ao reforço dos profissionais de saúde, anunciando que no último ano o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem mais cerca de 3.800 profissionais, perto de mil são médicos e 1.600 enfermeiros.

Adalberto Campos Fernandes revelou também aos deputados que diminuiu este ano o número de médicos que pediu a reforma. Entre janeiro e fim de agosto pediram a aposentação 158 clínicos, quando no mesmo período de 2015 tinham saído para a reforma mais de 300 profissionais.

Quanto aos cuidados primários de saúde, o CDS foi insistindo durante a audição para saber o número exato de unidades de saúde familiar (USF) já abertas este ano.

Coube ao secretário de Estado Adjunto, Fernando Araújo, responder, indicando que até ao momento abriram oito novas USF de modelo A, havendo mais quatro para abrir durante o próximo mês.

Ainda assim, o secretário de Estado disse estar “seriamente empenhado” em tentar cumprir o objetivo de abrir as 30 novas USF estabelecidas para este ano, que termina dentro de três meses.

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