Dia Mundial Contra a Raiva - 28 de setembro
A propósito do Dia Mundial Contra a Raiva, que se assinala a 28 de setembro, a Ordem dos Médicos Veterinários vem manifestar a...

Essas alterações estão incluídas sobretudo no Aviso nº 7957/2013 de 4 de junho (D.R. 2ª série, nº1 18, de 21 de junho de 2013) que regulamenta a Vacinação Antirrábica e que passa a permitir ao médico veterinário estabelecer a periodicidade da sua administração. É assim eliminada a obrigatoriedade da vacinação anual para todos os canídeos, independentemente da vacina utilizada e do prazo indicado pelo respetivo fabricante. Ou seja, a vacinação deixou de ser uma obrigatoriedade anual e a validade da mesma passa a depender da validade da vacina aplicada, que pode ir até aos três anos.

Segundo o Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Cid, “a questão é de tal forma importante que deveria ter sido discutida no seio da classe médico-veterinária antes de ser implementada. Há muitos detentores de canídeos, sobretudo na província, que apenas vão ao médico veterinário aquando da vacinação da raiva com os inconvenientes inerentes, nomeadamente a sensibilização para desparasitação e deteção de outras doenças como as zoonoses. A não obrigação da visita anual para a vacinação antirrábica poderá assim trazer problemas acessórios”.

A vacinação antirrábica é obrigatória em Portugal há várias décadas, tendo sido esta doença considerada erradicada a partir dos anos 60. Ou seja, a extinção da raiva no nosso país deveu-se, sobretudo, à ação dos médicos veterinários e entidades competentes, que ao longo dos anos se têm esforçado por consciencializar a população para os perigos iminentes da raiva na saúde pública alertando para a obrigatoriedade da vacinação.

Apesar de em Portugal não haver registo de casos de raiva desde 1956, a vacinação, que é obrigatória desde 1925, continua a ser uma das ações cruciais na manutenção deste estatuto e em prol da saúde pública. Assim, é essencial continuarem as campanhas veterinárias de sensibilização, uma vez que qualquer pessoa pode contrair a doença no caso de ser mordida por animais infetados em países onde o vírus está ativo. Igualmente continua a ser possível a reintrodução do vírus no nosso país, nomeadamente através da importação de animais infetados.

A raiva continua a ser endémica em muitas zonas do planeta. Só em 2015 foram registadas cerca de 70.000 mortes em todo o mundo, sendo que a população infantil (menores de 15 anos) é a mais afetada. Casos de raiva ocorrem sobretudo nos países africanos onde as condições de vida ainda são muito precárias, não existindo campanhas de vacinação regular nem os meios eficazes para combater qualquer surto.

A raiva é uma doença contagiosa que afeta o sistema nervoso central dos mamíferos, incluindo dos humanos. É uma doença quase sempre fatal, sendo causada por um micro vírus que entra no organismo através de feridas colocadas em contacto com a saliva de mamíferos infetados. A forma mais comum de contágio de humanos é por mordidelas de cães. A progressão da doença é rápida e quanto mais perto da cabeça for a porta de entrada do vírus mais rápida é a evolução da doença até à morte. É importante reafirmar que a única forma de combater e erradicar a raiva é através da vacinação.

Infarmed
No âmbito do Despacho nº 1571-B/2016 do Secretário de Estado da Saúde, de 29 de Janeiro de 2016, publicado no Diário da...

Nos termos do n.º 2 do referido despacho, as categorias de bens e serviços específicos da área da saúde, de entre os constantes no anexo à Portaria nº 55/2013, de 7 de Fevereiro, com as alterações introduzidas pela Portaria nº 406/2015, de 23 de Novembro, que devem ser objeto de aquisição centralizada são previamente definidas pela Administração Central do Sistema de Saúde, I.P. (ACSS, IP), Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. (INFARMED, IP) e Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS,EPE) e divulgadas através de circular conjunta.

Na sequência da circular informativa conjunta nº 01/2016/ACSS/INFARMED/SPMS, e nos termos do n.º 2 do Despacho nº 1571-B/2016, a presente circular procede à atualização dos bens e serviços específicos da área da saúde que devem ser objeto de aquisição centralizada:

Assim,

1. São objeto de aquisição centralizada na categoria de bens as substâncias ativas dos medicamentos, designadas pelas respetivas denominações comuns internacionais, e os dispositivos médicos, designados de acordo com a Nomenclatura Portuguesa de Dispositivo Médico, constantes da listagem anexa à presente circular, da qual fazem parte integrante.

2. A lista de medicamentos e dispositivos médicos referidos na presente circular informativa pode ser objeto de atualização ou revisão pela ACSS, IP, o INFARMED, IP e pela SPMS, EPE, sempre que tal se revele necessário.

3. As substâncias ativas dos medicamentos e os dispositivos médicos não incluídos na lista mencionada no nº 1 observam os procedimentos de autorização e aquisição vigentes anteriormente à data da entrada em vigor do Despacho nº 1571-B/2016.

4. As entidades devem registar as suas previsões de consumo para o ano de 2017 no sítio www.catalogo.min-saude.pt até dia 29 de Setembro de 2016.

5. As entidades devem enviar à SPMS, EPE o contrato de mandato a favor desta, a declaração de compromisso de aquisição das quantidades registadas bem como evidência do cumprimento das regras orçamentais sempre que aplicável, para que se proceda à abertura dos respetivos procedimentos pré- contratuais. 6. As instituições e serviços do SNS devem garantir a necessária colaboração, designadamente em matéria de disponibilização de recursos humanos especializados, para apoiar os procedimentos de aquisição, sempre que identificada e fundamentada a respetiva necessidade pela SPMS, EPE.

7. Os procedimentos de aquisição para os medicamentos constantes na Lista Anexa à presente Circular serão efetuados segundo o critério do mais baixo preço unitário nos termos previstos no Despacho nº 13025-B/2013.

8. Neste processo deve ser ouvida a Comissão de Acompanhamento de Compras na Saúde (CACS), assim como o Coordenador Nacional dos Cuidados Hospitalares ou pessoa que este designe para o efeito, de acordo com o nº 10 do Despacho nº 1571-B/2016.

9. Após a adjudicação, o processo logístico referente à entrega, receção e distribuição dos medicamentos e dispositivos médicos é assegurado diretamente entre o fornecedor e as instituições hospitalares, através de nota de encomenda.

10. As entidades devem obrigatoriamente remeter cópia das Notas de Encomenda emitidas no âmbito das aquisições em causa, para o email [email protected], até 5 (cinco) dias úteis após a sua emissão.

11. No âmbito das suas competências, a ACSS, IP poderá efetuar a retenção das verbas referente ao pagamento dos compromissos assumidos pelas instituições no âmbito deste processo de centralização das compras.

Lista Anexa

1. Substâncias ativas (designadas através da respetiva Denominação Comum Internacional)

  • Abacavir+Lamivudina a)
  • Atazanavir a)
  • Darunavir a)
  • Efavirenz+Emtricitabina+Tenofovir a)
  • Emtricitabina+Rilpivirina+Tenofovir a)
  • Lopinavir+Ritonavir a)
  • Raltegravir a)
  • Abatacept a)
  • Abiraterona a)
  • Adalimumab a)
  • Bevacizumab a)
  • Bortezomib a)
  • Cetuximab a)
  • Crizotinib a)
  • Dasatinib a)
  • Doxorrubicina a)
  • Emtricitabina+ Tenofovir a)
  • Eptacog alfa (activado) a)
  • Erlotinib a)
  • Etanercept a)
  • Everolimus a)
  • Fulvestrant a)
  • Golimumab a)
  • Goserrelina a)
  • Imatinib a)
  • Infliximab a)
  • Leuprorrelina a)
  • Moroctocog alfa a)
  • Nilotinib a)
  • Nonacog alfa a)
  • Octocog alfa a)
  • Pazopanib a)
  • Pemetrexedo a)
  • Rituximab a)
  • Ruxolitinib a)
  • Sorafenib a)
  • Sunitinib a)
  • Tocilizumab a)
  • Trastuzumab a)
  • Triptorrelina a)
  • Ustecinumab a)
  • Vinorrelbina a)
  • Acetato de glatirâmero b)
  • Ácido 5-aminolevulínico b)
  • Aflibercept b)
  • Ambrisentano b)
  • Aminolevulinato de metilo b)
  • Anacinra b)
  • Anastrozol b)
  • Axitinib b)
  • Bacilo Calmette-Guérin b)
  • Belimumab b)
  • Bendamustina b)
  • Bexaroteno b)
  • Bicalutamida b)
  • Bleomicina b)
  • Bosentano b)
  • Bosutinib b)
  • Bussulfano b)
  • Cabazitaxel b)
  • Capecitabina b)
  • Carboplatina b)
  • Carmustina b)
  • Certolizumab pegol b)
  • Ciclofosfamida b)
  • Ciproterona b)
  • Cisplatina b)
  • Citarabina b)
  • Cladribina b)
  • Clofarabina b)
  • Crisantaspase b)
  • Decitabina b)
  • Degarrelix b)
  • Denosumab b)
  • Didanosina b)
  • Docetaxel b)
  • Dolutegravir b)
  • Dolutegravir + Abacavir + Lamivudina b)
  • Eltrombopag b)
  • Elvitegravir + Cobicistate + Emtricitabina + Tenofovir b)
  • Enfuvirtida b)
  • Enoxaparina sódica b)
  • Entecavir b)
  • Epirrubicina b)
  • Estavudina b)
  • Etravirina b)
  • Etoposido b)
  • Exemestano b)
  • Fampridina b)
  • Fingolimod b)
  • Fludarabina b)
  • Fluorouracilo b)
  • Fosamprenavir b)
  • Fumarato de dimetilo b)
  • Gefitinib b)
  • Gemcitabina b)
  • Hidroxicarbamida b)
  • Ibrutinib b)
  • Idarrubicina b)
  • Ifosfamida b)
  • Iloprost b)
  • Imunoglobulina humana normal b)
  • Indinavir b)
  • Interferão alfa b)
  • Interferão beta b)
  • Interferão beta peguilado b)
  • Ipilimumab b)
  • Irinotecano b)
  • Lanreotida b)
  • Lapatinib b)
  • Leflunomida b)
  • Lenalidomida b)
  • Macitentano b)
  • Maraviroc b)
  • Megestrol b)
  • Melfalano b)
  • Mercaptopurina b)
  • Metotrexato b)
  • Mitomicina b)
  • Natalizumab b)
  • Nelarabina b)
  • Nevirapina b)
  • Nilutamida b)
  • Octreotido LAR b)
  • Oxaliplatina b)
  • Panitumumab b)
  • Pegfilgastrim b)
  • Pertuzumab b)
  • Plerixafor b)
  • Ranibizumab b)
  • Rilpivirina b)
  • Romiplostim b)
  • Saquinavir b)
  • Secucinumab b)
  • Sildenafil 20 mg b)
  • Somatropina b)
  • Sugamadex b)
  • Talidomida b)
  • Tamoxifeno b)
  • Temozolamida b)
  • Temsirolímus b)
  • Tenofovir b)
  • Teriflunamida b)
  • Tipranavir b)
  • Trabectedina b)
  • Treprostinilo b)
  • Trióxido de arsénio b)
  • Vemurafenib b)
  • Verteporfina b)
  • Vincristina b)
  • Zidovudina b)

2. Dispositivos Médicos

  • Dispositivos Implantáveis ativos da função cardíaca /Pacemakers a)
  • Dispositivos Implantáveis ativos da função cardíaca /Desfibrilhadores Implantáveis a)
  • Dispositivos Protésicos Implantáveis e Dispositivos de Osteossíntese/ Próteses vasculares e cardíacas/ Stents coronários b)

a) Incluídas na circular conjunta nº 01/2016/ACSS/INFARMED/SPMS

b) Incluídos na circular conjunta nº 03/2016/ACSS/INFARMED/SPMS

Estudo
Uma equipa coordenada pelo Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra descobriu que danos na ...

O estudo publicado na Scientific Reports investigou as células da derme (fibroblastos), localizadas na camada intermédia da pele, em doentes com Doença de Machado-Joseph (DMJ) seguidos no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e de indivíduos saudáveis. A comparação dos dois grupos revelou que o processo de “reciclagem” (autogafia) dos elementos tóxicos das células se encontra afetado nos pacientes com Doença de Machado-Joseph.

Luís Pereira de Almeida, coordenador do estudo, explica que “os resultados sugerem que os fibroblastos constituem formas acessíveis de testar medicamentos para a DMJ, acelerando a transição da investigação para a clínica. A equipa conseguiu ainda ativar laboratorialmente a autofagia como tentativa de solucionar parcialmente os impactos negativos da DMJ a nível celular.”

A DMJ é causada pela repetição desnecessária de “tijolos” na construção genética responsável pelo funcionamento do corpo. A acumulação de “tijolos” tem efeitos tóxicos que conduzem à morte de neurónios através de um modo pouco conhecido. O estudo do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) permitiu verificar que a severidade da doença se encontra ligada ao número crescente de “tijolos” repetidos, algo que já tinha sido provado pela comunidade científica.

A DMJ é uma doença incurável, fatal e hereditária de grande prevalência nos Açores, sendo caracterizada pela descoordenação motora, atrofia muscular, rigidez dos membros, dificuldades na deglutição, fala e visão, associadas a um progressivo dano de zonas cerebrais específicas.

A investigação foi financiada por fundos FEDER através do Programa Mais Centro e COMPETE - Programa Operacional Fatores de Competitividade via Fundação para a Ciência e a Tecnologia, através da European Spinocerebellar Ataxia Type 3/Machado-Joseph Disease Initiative, Model PolyQ e SynSpread através do JPND-Joint Programme on Neurodegenerative Disease, através do Richard Chin andLily Lock Machado Joseph Disease Research Fund e da National Ataxia Foundation. 

Projeto “+ Contigo”
5º Encontro, promovido pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e pela ARS do Centro, terá a participação do diretor-geral...

Os comportamentos suicidários, a felicidade, a adolescência, a família e a escola são os cinco temas em discussão e, simultaneamente, os títulos das conferências do 5º Encontro “+ Contigo”, a decorrer, no próximo dia 28 de setembro, na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC).

O psiquiatra Carlos Braz Saraiva (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra), a especialista em Genética Humana, Manuela Grazina (Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra), a psicóloga Margarida Gaspar de Matos (Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa), a especialista em Ciências da Saúde, Maria do Céu Barbiéri (Escola Superior de Enfermagem do Porto) e um grupo de alunos de escolas de todo o país são, respetivamente, os convidados para falarem sobre cada uma destas matérias.

Como é habitual nestes encontros, serão, ainda, apresentaremos os novos parceiros do “+ Contigo”, será abordada a expansão do projeto a nível nacional e enunciadas as expetativas para o futuro, além da partilha dos resultados de prevenção do suicídio em contexto escolar alcançados durante o ano letivo de 2015-2016.

O V Encontro “+ Contigo” (ver programa detalhado online), a ter lugar nas instalações da ESEnfC em S. Martinho do Bispo (Polo B), começa, pelas 9h30, com a “apresentação de resultados 2015-2016”.

Pelas 12h45, decorre a sessão de abertura, com a presença do diretor-geral da Saúde, Francisco George, do presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, José Tereso, do diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental, Álvaro de Carvalho, da delegada regional do Centro da DGEstE - Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, Cristina Oliveira, da Presidente da ESEnfC, Maria da Conceição Bento, e do coordenador do "+ Contigo", José Carlos Santos.

Projeto de prevenção de comportamentos suicidários em meio escolar, iniciado em Coimbra, pela ESEnfC e pela ARS do Centro, e nos últimos anos em alargamento ao território nacional, o “+ Contigo” tem por população-alvo alunos do 3º ciclo do ensino básico e do ensino secundário. Trabalha aspetos como o estigma em saúde mental, o autoconceito e a capacidade de resolução de problemas, devidamente enquadrados na fase da adolescência e tendo vem vista a prevenção do suicídio neste grupo etário.

No último ano letivo, o “+ Contigo” esteve presente, com ações de formação, em todas as administrações regionais de Saúde do continente, bem como nos Açores (ilha do Pico). Estiveram envolvidos cerca de 5.100 alunos.

O projeto foi enquadrado no conjunto de medidas do Plano Nacional de Prevenção do Suicídio, da Direção-Geral da Saúde (DGS). Além da ESEnfC, da sua Unidade de Investigação (UICISA: E) e da DGS, são parceiros “+ Contigo” a DGEstE - Direção de Serviços da Região Centro, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar Baixo Vouga, o Centro Hospitalar Lisboa Norte, o Núcleo de Estudos do Suicídio (do Hospital de Santa Maria, em Lisboa), o Centro Hospitalar Leiria-Pombal, o Centro Hospitalar Tondela-Viseu, o Hospital Distrital da Figueira da Foz, o Hospital Beatriz Ângelo, a Unidade Local de Saúde de Matosinhos, a Unidade Local de Saúde da Guarda, a Universidade do Algarve e os municípios de Alvaiázere, Lourinhã, Mangualde, Mealhada e Oliveira do Bairro. 

Associações defendem
As mulheres imigrantes em Portugal devem ter acesso às consultas de saúde sexual e reprodutiva, "independentemente do seu...

A propósito do Dia Mundial da Contraceção, que se assinala hoje, as duas estruturas recordam, em comunicado, que o acesso à saúde sexual e reprodutiva "é um direito fundamental do indivíduo" e que o acesso a essas consultas deve ser garantido "em igualdade de circunstâncias" às imigrantes que vivem em Portugal.

De acordo com os dados mais recentes, divulgados em 2015, 94 por cento das mulheres portuguesas com vida sexual ativa usam métodos contracetivos para não engravidar, sendo o mais comum a pílula.

No entanto, seis por cento das adolescentes e oito por cento das mulheres com mais de 40 anos, não usam qualquer método contracetivo.

Quarenta por cento das mulheres sexualmente ativas e a usar contraceção não teve qualquer consulta de planeamento familiar ao longo do último ano, e a esmagadora maioria era adolescente.

As duas entidades recordam que em 2009 a educação sexual "foi considerada obrigatória no plano curricular dos jovens", mas em 2015 apenas 67,4 por cento disse ter acesso a informação sobre contraceção e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

Por isso apelam ainda para uma revisão "urgente" das condições da educação sexual em Portugal.

Despesas com saúde na UE
Um ano após a entrada em vigor da lei que permite o reembolso das despesas dos portugueses com cuidados de saúde noutros...

Desde setembro do ano passado que os portugueses podem pedir o reembolso das despesas com cuidados de saúde noutros Estados-membros, os quais foram definidos numa portaria que entrou em vigor a 26 de setembro de 2015.

Fonte da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) revelou que foram rececionados dois pedidos de reembolso que correspondem a processos que teriam de ser sujeiros a autorização prévia.

Outros sete pedidos de reembolso chegaram à ACSS, embora “enquadrados ao abrigo dos regulamentos comunitários por se tratarem de cuidados de saúde urgentes prestados em situação de estada (férias, por exemplo) e não se tratavam de cuidados de saúde programados”, adiantou a mesma fonte.

De acordo com a lei que estabelece as normas de acesso a cuidados de saúde transfronteiriços, os beneficiários do Serviço Nacional de Saúde (SNS) têm direito ao reembolso das despesas diretamente relacionadas com tratamentos prestados noutro Estado-membro da União Europeia, desde que sejam tidos como cuidados de saúde que caberia ao Estado português garantir, através da sua estrutura de saúde pública.

O diploma estabelece que as prestações de saúde com direito a reembolso são as previstas na tabela de preços do SNS, mas salvaguarda que este direito (ao reembolso) “pressupõe a existência de uma avaliação prévia por um médico de medicina geral e familiar” do SNS ou por serviços regionais de saúde que “determinem a necessidade dos cuidados”.

Em Portugal
Todos os anos morrem, em média, 600 pessoas em Portugal vítimas de um traumatismo crânio encefálico grave, devido a acidentes,...

“A cada ano o número de novos casos graves é de 6.000, sendo que 600 pessoas morrem em fase de coma”, adianta a associação, informando que nos últimos 20 anos foram registados 275 mil casos.

Para alertar para esta problemática, a associação, que apoia traumatizados crânio encefálicos e as suas famílias, promove na segunda-feira, na Fundação Calouste Gulbenkian, uma mesa redonda que reunirá organizações de saúde e instituições.

O objetivo "é discutir o caminho a percorrer, no apoio diário às vitimas e cuidadores”, avaliar o trabalho desenvolvido e “a eficácia dos serviços prestados e as lacunas existentes, tendo em conta os mais de 200.000 jovens adultos a viver hoje com sequelas graves”, refere a associação que apoia traumatizados crânio encefálicos e as suas famílias.

Existem dois tipos de vítimas: pessoas com idades entre os 25 e os 50 anos, que são sobretudo vítimas de acidentes, e os mais velhos, que são vítimas de quedas. A maioria dos doentes que sobrevive recupera a consciência e apenas um a dois por cento ficam em coma permanente.

“São pessoas que depois de um grande acidente sofrem um traumatismo e ficam com sequelas e definição de deficientes, mas na verdade são pessoas que se sentem com todas as suas capacidades”, disse a diretora executiva da Novamente, Vera Bonvalot.

Vera Bonvalot explicou que as pessoas se lembram de como eram antes do acidente e “pensam bem as coisas". Poderão, no entanto, "não conseguir falá-las e transmiti-las bem” e andar “um bocadinho desequilibradas por o cérebro não comandar bem a marcha”.

“Cada traumatismo de crânio grave é um caso diferente por causa da zona que é afetada e do grau da sequela”, explicou a responsável.

Com a ajuda de parceiros, a Novamente criou alguns serviços para apoiar estas vítimas, mas percebeu que as “entidades com decisão tinham que conhecer números, dados e participar” na procura de soluções com a associação.

“Descobrimos ao longo do processo que as decisões de qualquer entidade, como a Direção-Geral da Saúde, o Instituto Nacional de Reabilitação (INR) ou o Instituto de Emprego” devem ser tomadas em conjunto, caso contrário “corre-se o risco da decisão não ser correta”, defendeu a responsável.

No encontro, vão estar presentes, entre outros, a subdiretora geral da Saúde, Graça Freitas, da Direção Geral de Saúde, o presidente do INR, e representantes da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade e do Instituto da Segurança Social

Criada em 2010, fruto das “enormes dificuldades sentidas por um pai cujo filho sofreu um traumatismo crânio encefálico”, a Novamente representa já mais de 200.000 casos e dá apoio de acompanhamento a mais de 500 famílias.

“Estado da Educação 2015”
A obsessão em ter as crianças mais atentas e sossegadas, com recurso a substâncias químicas, poderá representar um...

No relatório “Estado da Educação 2015”, o presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), David Justino, escreve que se tornou preocupante o consumo de substâncias estimulantes do sistema nervoso central, especialmente as orientadas para a superação de “supostos problemas” de hiperatividade e défice de atenção.

“O recurso cada vez mais generalizado ao metilfenidato (princípio ativo da designação comercial de Ritalina) reflete um problema que não deverá ser menosprezado”, adverte o ex-ministro da Educação na apresentação do documento.

O investigador refere a venda de quase 300.000 embalagens deste medicamento, em 2014 (dados do Infarmed), para defender uma reflexão por parte dos pais, dos professores, dos profissionais de saúde e dos decisores políticos sobre as razões de “tão rápido crescimento do consumo” e sobre os efeitos que o abuso destas substâncias pode ter no desenvolvimento geral das crianças.

O CNE recorreu também a dados da Direção-Geral de Saúde para mostrar que o consumo destes medicamentos passou de 2.937.039 doses diárias em 2009 para 6.515.293 em 2013 (considerando os fármacos comparticipados e dispensados à população em regime de ambulatório).

De acordo com o relatório Saúde Mental em Números 2015, as crianças portuguesas até aos 14 anos estão a consumir mais de cinco milhões de doses diárias de metilfenidato.

O investigador nota, por outro lado, uma “assinalável tendência” para a diminuição do consumo de substâncias aditivas: “Há uma clara redução dos que reconhecem ter experimentado o consumo de tabaco e cannabis e uma tendência positiva dos que afirmam não consumir”.

Os resultados apurados por este estudo relativamente às bebidas alcoólicas referem uma situação menos favorável, “ainda que a tendência seja para diminuir”.

No que diz respeito ao ensino superior, o presidente do CNE assinala que há alunos e oportunidades a menos e que um dos problemas que se coloca na internacionalização das instituições é “a escassa especialização”.

“As ofertas generalistas de caráter tradicional tendem a dominar, face ao desejável desenvolvimento de núcleos de ensino e investigação especializados em domínios onde as instituições portuguesas possam ser reconhecidas e com capacidade para competir com as suas congéneres estrangeiras”, observa.

David Justino refere também que os indicadores de produção científica “continuam a ser moderados” quando comparados com os de países de idêntico nível de desenvolvimento económico e social.

“O facto de possuirmos alguns centros de excelência, não consegue esconder que a maioria não ultrapassa a mediania, bem como a irremediável tendência para paroquialização e enquistamento das equipas e das instituições de investigação científica”, critica o presidente do CNE.

O documento, de 300 páginas, é editado anualmente pelo CNE.

A importância do rastreio auditivo
A deficiência auditiva não compensada é um fator importante que contribui para o abandono precoce de

10 da manhã, sala de espera da consulta. Crianças brincam ruidosamente no playground, um adolescente ouve música do iphone, um casal já idoso, ela invisual, chegam acompanhados da netinha de 3 anos. Nada de especial, mais um dia de rotina…

Felizmente, atualmente, este cenário é comum em consultas de Otorrinolaringologia especializadas, então o que torna este digno de relato?

É que as crianças, o adolescente e a idosa são surdos. Não se percebe se não estivermos atentos, comunicam entre si e com o mundo à sua volta através da fala, estão integrados no maravilhoso mundo dos sons, da oralidade e, alguns, da música e hoje é dia mundial dos surdos, para que eles sejam ouvidos.

No nosso país existem meios técnicos e recursos humanos que nos permitem estender o rastreio auditivo a todos os cerca de 80 000 cidadãos recém-nascidos que anualmente vêm enriquecer as nossas famílias e a nossa sociedade. Porque nos preocupamos com o rastreio iniciado na primeira semana de vida? Sabemos que 2 em cada 1000 recém-nascidos vão ter algum grau de deficiência auditiva sem que haja nenhum sinal de alarme reconhecido, que entre 1 a 4 em cada 100 bebés com fatores de risco (família onde há surdez, grande prematuridade, muito baixo peso ou que sobreviveram a infeções graves) vão também precisar de ajuda.

Quanto mais cedo diagnosticarmos e caracterizarmos a surdez e iniciarmos a estimulação auditiva com ajudas técnicas adequadas (próteses auditivas convencionais ou implantes cocleares) e terapia da fala, mais cedo o cérebro é exposto aos complexos sinais da fala, maior será o progresso cognitivo e comunicativo desta criança.

O rastreio de recém-nascidos é apenas o primeiro meio. No entanto, a surdez pode surgir mais tarde durante a infância, ou por motivos genéticos, doenças infeciosas, sobretudo a meningite, ou até por traumatismos cranianos.

Antes de iniciar a escolaridade, há necessidade de rastrear dificuldades auditivas, geralmente menos intensas, que possam ter passado despercebidas e que irão influenciar negativamente a normal progressão académica.

Em alguns jovens e adultos podem manifestar-se quadros de surdez tardia e progressiva que dificultam o dia a dia. 

Por vezes a amplificação com próteses auditivas não é suficiente e terá de se propor uma solução cirúrgica adequada a cada caso e a cada patologia, envolvendo cirurgia do ouvido médio (otosclerose, sequelas de otites crónicas), ou do ouvido interno, com utilização de próteses implantáveis, implantes osteointegrados ou implantes cocleares).

Quase sempre excluídos desta reabilitação cirúrgica são as pessoas idosas. Erradamente é aceite pela comunidade e pelas famílias que a perda auditiva que surge com a idade é uma fatalidade e que o idoso se terá de conformar. Temos ao nosso dispor opções protéticas que muitas vezes melhoram a audição, permitem a conversação, ouvir música e ver e ouvir televisão e o telefone. Quando estas soluções se tornam manifestamente insuficientes, os séniores deverão ser encaminhados para programas de implante cocleares, a idade não é e não deverá ser uma contraindicação.

O envelhecimento saudável e ativo pressupõe boas capacidades comunicativas, boa visão, boa mobilidade e o controlo de eventuais doenças crónicas.

Numa sociedade em que a esperança de vida aumenta, preocupa-nos a qualidade de vida que os idosos têm.

Sabemos hoje que a deficiência auditiva não compensada é um fator importante que contribui para precoces abandonos de atividades produtivas e mais bem remuneradas, isolamento familiar e social, depressão e demência.

Temos necessidade de estender os cuidados audiológicos a toda a população, rastreio das crianças, vacinação contra a meningite, despiste de doenças infeciosas na gravidez, aconselhamento e acompanhamento (eficaz) dos profissionais sujeitos a ruído traumático e claramente definido na legislação laboral.

Ajudar os jovens e os adolescentes a fazer boas escolhas, moderando a exposição a sons muito intensos e prolongados nas suas atividades recreativas.

Temos de dotar as nossas escolas de meios humanos e técnicos para acolher com sucesso as crianças surdas que todos os anos ingressam na escolaridade obrigatória e progressivamente vão atingindo os graus superiores de ensino. O mundo do trabalho será enriquecido por estes futuros profissionais, integrados, preparados e combativos.

Os cuidados auditivos terão também que ser integrados na abordagem holística do indivíduo sénior, muitos sintomas de isolamento e depressão poderão ser prevenidos e tratados cuidando das suas capacidades comunicativas e de interação familiar e social.

Os locais públicos, serviços da administração pública, empresas com atendimento ao público, escolas, transportes e salas de espetáculos deverão ser providas de ajudas técnicas que permitam à pessoa com dificuldades auditivas comunicar nas melhores condições; a acessibilidade não pode ser apenas física, terá de ser também sensorial.

Alguns destes passos já foram dados, muito trabalho de preparação técnica dos profissionais e divulgação entre a sociedade foi já feito; há necessidade de investimento público em infraestruturas, apoio financeiro na aquisição e manutenção de ajudas técnicas indispensáveis para os portadores de deficiência auditiva, nomeadamente de próteses auditivas e implantes.

Ouvir melhor não é um luxo, as ajudas técnicas à audição não são um acessório de moda; são um investimento inacessível a famílias com menos proventos e ou não são comparticipadas ou o são de uma forma insuficiente, sem este tipo de apoio, os pacientes típicos das nossa salas de espera não teriam o comportamento “banal” e integrado que atualmente apresentam.

A surdez é silenciosa, vamos dar-lhe voz!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Hipercolesterolémia Familiar
Apesar de não ser uma doença rara, a Hipercolesterolémia Familiar (FH) é uma patologia ainda pouco

O Colesterol Hereditário ou Hipercolesterolémia Familiar é, de acordo com Isabel Mendes Gaspar, especialista em Genética Médica e Internista da Associação FH Portugal, “uma doença hereditária que se caracteriza por níveis de colesterol total e LDL-colesterol (LDL-C) elevados no plasma, que se vão depositando nas artérias, nos tendões  (provocando xantomas tendinosos), na pele (xantelasmas) e na irís (arco corneano), e que poderá contribuir para a aterosclerose e doenças cardiovasculares prematuras”.

Estima-se que esta doença afete um em cada 500 indíviduos, sendo a sua prevalência maior no sexo masculino atingindo “1 em cada 4 homens e 1 em cada 5 mulheres com idades inferiores a 50 anos”, refere a especialista.

Sendo assintomática (“na maioria dos indíviduos”), é reconhecida como uma doença silenciosa que esconde inúmeros perigos. “Como é uma doença assintomática, devemos efetuar análises bioquímicas: colesterol total e LDL-C”.

Caso se verifiquem valores elevados – acima dos 190 mg/dL nos adultos e dos 155 mg/dL em crianças e adolescentes – “deve iniciar-se modificação de estilos de vida”, que inclui uma alimentação cuidada e adaptada à idade e profissão, atividade fisíca diária, redução de peso e suspensão de hábitos tabágicos e dar início a uma terapêutica personalizada com recurso “estatinas, inibidores de absorção de colesterol, nutricêntricos que reduzem eficazmente do CT e os LDL-C e elevam o HDL-C”.

“Nos indíviduos com história pessoal (antecedentes pessoais) de doença coronária, AVC, aneurismas, doença vascular periférica e/ou morte súbita prematuras (menos de 55 anos nos homens e menos de 60 nas mulheres) e xantomas tendinosos e/ou arco corneano antes dos 45 anos, deve-se otimizar a terapêutica e prevenir novos eventos cerebro-cardiovasculares”, refere Isabel Mendes Gaspar reforçando a importância de todos estes casos serem “seguidos, vigiados e tratados” em consultas multidisciplinares, em particular, em consultas “de especialistas de Doenças Hereditárias ou Dislipidémias Hereditárias”.

Tratando-se de uma doença genética de transmissão autossomática dominante, que se transmite verticalmente de pais para filhos, pode ser transmitida por apenas um dos progenitores ou por ambos.

“Se a doença for herdada de um progenitor (pai ou mãe) tem o nome de heterozigótica e se for herdada de ambos os progenitores tem o nome de homozigótica”, pode ler-se na página da Associação FH Portugal.

De acordo com os dados disponíveis, sabe-se que a incidência da Hipercolesterolémia Familiar heterozigótica é maior do que a homozigótica (mais rara e também mais grave), atingindo 1 pessoa em 500 e 1 em 1 milhão, respetivamente. No entanto, em ambos os casos, o risco de desenvolvimento de uma doença cardiovascular precoce é muito superior ao da população em geral.

“Estima-se que existam 35 milhões de pessoas com FH no mundo, dos quais 20 a 25 por cento são crianças e adolescentes”, avança a especialista em Genética Médica.

Em Portugal, são cerca de 20 mil os que podem ter esta doença silenciosa e que desconhecem os seus riscos.

Na realidade, o desconhecimento sobre a doença é um dos principais obstáculos ao diagnóstico e tratamento de uma patologia que pode conduzir à morte precoce, em idade ativa. “A falta de diferenciação entre os critérios de diagnóstico entre a dislipidemia adquirida e  Hipercolesterolémia Familiar contribuem para que, nem a população, nem os profissionais de saúde estejam sensíveis e atentos ao problema”, reafirma a entidade.

Por isso a Associação FH Portugal recomenda que “as famílias com uma história de doença cerebro-vascular precoce ou morte” façam análises ao sangue para determinar os níveis de colesterol, LDL-C, HDL-C e TG.

 

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Coordenador da reforma
O coordenador nacional para a reforma do Serviço Nacional de Saúde na área dos Cuidados Continuados Integrados elogiou, em...

A propósito dos Prémios de Boas Práticas na Saúde, atribuídos pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar, Manuel Lopes disse que "são essenciais, porque efetivamente são um sinal evidente de que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem capacidade de auto-renovação e de inovação, que devem ser valorizados".

"Estamos a assistir a uma transição demográfica-epidemológica, na qual as populações requerem cuidados diferentes daqueles que requeriam há 37 anos e, portanto, obrigatoriamente o SNS tem de se renovar e haver uma entidade como esta que apela a essa renovação e que premeia essa renovação é um mecanismo absolutamente essencial", sublinhou.

Manuel Lopes, que é professor coordenador na Universidade de Évora, falava à margem da conferência "10 anos a premiar boas práticas", que decorreu na manhã de hoje no Hospital Pediátrico de Coimbra.

O coordenador nacional do SNS na área dos Cuidados Continuados Integrados salientou que os projetos já desenvolvidos e premiados inovaram nos modelos de cuidados prestados e melhoraram a acessibilidade.

Considerou, no entanto, que têm ainda um "peso ainda reduzido" no SNS porque as experiências "ainda são limitadas".

No primeiro painel da conferência, intitulada "10 anos a premiar as boas práticas, foram apresentados seis projetos desenvolvidos em Portugal - Algarve, Alentejo, Centro, Porto, Lisboa e Vale do Tejo e Ponta Delgada - que "demonstram que o SNS está movimento", frisou Manuel Lopes.

Nesse conjunto, surge o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que criou um serviço de tele-medicina infantil dirigido para os hospitais da região centro, o Hospital Garcia da Horta, de Almada, com a criação de um Centro de Desenvolvimento da Criança, e o Centro Hospitalar do Algarve que implementou uma consulta de nutrição clínica.

O Hospital de Santo António, no Porto, criou um sistema logístico de gestão de 'stocks', enquanto a Administração Regional de Saúde do Alentejo implementou um projeto de saúde precoce que abrange atualmente toda a região.

O Hospital de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, criou uma consulta de obesidade infantil.

"Estes são os projetos que queremos replicar para que, tendo sido reconhecidos como boas práticas, possam ser aplicados a nível nacional, no seu contexto", disse Adelaide Brissos, coordenadora do Prémio de Boas Práticas na Saúde, atribuído pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar.

Desde 2006, aquela associação já premiou cerca de 30 projetos.

Parlamento aprova
A Assembleia da República aprovou hoje iniciativas do BE e do CDS-PP para isentar de IVA as prestações de serviços efetuadas no...

A iniciativa do BE foi aprovada com a abstenção do PS e PCP e os votos favoráveis dos restantes grupos parlamentares, enquanto o projeto do CDS-PP foi aprovado com os votos a favor do BE, CDS-PP, PEV e PAN e a abstenção de PSD, PS e PCP.

A Assembleia chumbou o projeto de lei apresentado pelo PAN (Pessoas-Animais-Natureza) que ia no sentido de enquadrar as terapêuticas não convencionais na Lei de Bases da Saúde.

O projeto do PAN teve votos favoráveis do BE, CDS e PAN, votos contra do PSD e PCP e abstenções do PS e PEV.

O acesso às profissões no âmbito das terapêuticas não convencionais, e o seu exercício, no sector público ou privado, foi regulado em 2013, aplicando-se à Acupuntura, Fitoterapia, Homeopatia, Medicina Tradicional Chinesa, Naturopatia, Osteopatia e Quiropráxia, expõe a iniciativa do CDS.

Contudo, a isenção do IVA está prevista apenas nas prestações de serviços de assistência efetuadas no exercício das profissões de médico, odontologista, parteiro, enfermeiro e de outras profissões paramédicas, de acordo com o mesmo projeto de lei.

Dispositivos médicos
Divulgação de dados das empresas de dispositivos clínicos permitirá monitorização de relações suspeitas no portal da...

As empresas de dispositivos médicos vão passar a ter que declarar os patrocínios, apoios e subsídios concedidos aos profissionais de saúde e às instituições e entidades do sector, à semelhança do que já acontece com a indústria farmacêutica desde o início de 2013. Aprovada no último Conselho de Ministros dedicado à saúde, a medida vai permitir monitorizar eventuais relações perigosas e conflitos de interesses também nesta área que representa um peso substancial na despesa do Serviço Nacional de Saúde, cerca de 700 milhões de euros por ano.

A área dos dispositivos médicos é muito vasta, incluindo produtos que vão desde simples pensos a seringas e preservativos, pacemakers e próteses, até equipamentos pesados com tomografia axial computorizada (TAC) e ressonância magnética. O atual ministro da Saúde, à semelhança do que já tinha acontecido com o anterior, já avisou que a aquisição de dispositivos médicos é uma das áreas que merecem especial atenção no âmbito da luta contra a fraude e o desperdício.

No Conselho de Ministros da semana passada foi também aprovada outra alteração que vai facilitar a vida aos profissionais e entidades do sector da saúde (e são maioritariamente as sociedades científicas e os médicos que divulgam os patrocínios recebidos da indústria farmacêutica para a ida a congressos, ou a realização de conferências e atividades de formação e investigação).

Os profissionais de saúde vão deixar de ter que reportar os valores recebidos no portal que está disponível no site da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) desde Fevereiro de 2013, passando a ter apenas que validar a informação submetida pela indústria farmacêutica.

A plataforma foi criada para divulgar os apoios dos laboratórios farmacêuticos a organizações, entidades e profissionais do sector, de maneira a permitir identificar eventuais relações perigosas. Inclui os valores e as informações declaradas pelos laboratórios, distribuidores e fabricantes de medicamentos, por um lado, e os patrocínios aceites por associações, profissionais de saúde e outras entidades do sector, por outro.

A plataforma da transparência e da publicidade, assim se designa o portal, "será alvo de alguns ajustamentos com as alterações à legislação em vigor", referiu o Infarmed em resposta escrita ao jornal Público. "O objetivo é tornar os procedimentos mais simples e coerentes, explicou o regulador, a quem cabe a monitorização deste portal.

“Para facilitar a intervenção dos profissionais de saúde, o diploma aprovado no Conselho de Ministros de dia 15 de Setembro elimina a existência de um duplo registo de benefícios, cabendo assim aos beneficiários dos mesmos, nomeadamente aos profissionais de saúde, apenas a validação da informação registada pelo patrocinador”, acrescenta.

Na prática, isto significa que, “mesmo que não registem os benefícios recebidos, os profissionais, trabalhadores do SNS ou do Ministério da Saúde, bem como os seus organismos e serviços, terão a possibilidade de validar os valores”. O projeto de diploma ainda vai ter que ser promulgado pelo Presidente da República mas vem responder às críticas dos profissionais, sobretudo os responsáveis da Ordem dos Médicos, que desde o arranque da plataforma puseram em causa a necessidade de declaração dos apoios recebidos da indústria farmacêutica.

Seis milhões de euros por mês
Este ano, em média, os laboratórios declararam cerca de seis milhões de euros de patrocínios por mês. O Infarmed adiantou ao jornal Público que, entre 1 de Janeiro e 9 de Setembro, foram concedidos 47,9 milhões de euros em patrocínios.

No último balanço global da atividade do portal da transparência, o regulador revelou que, desde o início de 2013, a indústria farmacêutica declarou 160 milhões de euros, mas apenas foram reportados 69 milhões de euros pelos beneficiários. As discrepâncias entre os valores justificam-se por vários motivos, mas a subnotificação é evidente. Nessa altura, o Infarmed sublinhou, aliás, que estava a notificar centenas de entidades para que cumprissem a obrigação de reporte.

No início deste ano, estavam registadas na plataforma 9375 entidades, das quais 8257 eram profissionais de saúde: 7324 médicos, 442 farmacêuticos, 294 enfermeiros e 32 médicos dentistas. Da lista fazem ainda parte sociedades médicas, farmácias, associações de doentes, hospitais públicos.

Quando o portal arrancou, em 15 de Fevereiro de 2013, o valor mínimo a partir do qual eram obrigatórias as declarações era de 25 euros, mas em Outubro de 2014 foi alterado para 60 euros.

Médica diz
Quem o garante é Teresa Bombas, médica ginecologista e presidente da Sociedade Portuguesa da Contraceção. A partir desta sexta...

"Em Portugal, o número de gravidezes não planeadas e os números do aborto atestam bem o uso da contraceção uma vez que tem decrescido o número de gravidezes interrompidas por opção da mulher e a prevalência do uso de contraceção tem registado um aumento a par do (ainda tímido) aumento da natalidade", comenta Teresa Bombas destacando que o trabalho dos profissionais de saúde ligados à contraceção deve continuar garantindo "escolhas livres e seguras".

As interrupções voluntárias da gravidez voltaram a diminuir em 2015, que registou o número mais baixo desde 2008, mostram dados oficiais da Direção-geral da Saúde (DGS) revelados esta semana.

O aborto por opção da mulher diminuiu 1,9% entre 2014 e 2015, escreve o Sapo, tendo sido feitas 15.873 interrupções por decisão da grávida. Trata-se do número mais baixo desde 2008, primeiro ano completo desde que entrou em vigor a lei que despenalizou o aborto até 10 semanas de gravidez.

Com abertura agendada para as 14h00 de 23 de setembro, a 6ª Reunião Nacional da Sociedade Portuguesa da Contraceção (SPDC) trás a terreiro o debate sobre temas atuais e muito pertinentes como "contraceção e cancro da mama", "contraceção masculina: onde estamos", "contraceção em mulheres com cefaleias e enxaquecas" ou "specialização em saúde sexual e reprodutiva em Portugal".

De acordo com Teresa Bombas, ginecologista e presidente da SPDC "nesta reunião vão ser abordados tópicos importantes na atualização da contraceção em condições de saúde específicas, mas também vai ser discutida a importância do ensino pós-graduado em saúde sexual e reprodutiva".

"É necessário dar continuidade ao trabalho de garantir a universalidade e igualdade de condições no acesso às consultas de Planeamento Familiar e aos métodos de contraceção disponíveis no nosso país", salienta a especialista em comunicado.

Numa reunião de dois dias a decorrer em Coimbra na Fundação Bissaya Barreto, a SPDC dá destaque a temas diversificados, abrangentes e muito atuais.

Estudo
Um estudo conduzido na Alemanha, com base em inquéritos, aponta que a maioria das pessoas associa a preguiça à obesidade, um...

Além de afetar a saúde e aumentar a propensão para desenvolver certo tipo de doenças a obesidade também pode provocar à solidão.

Um estudo divulgado na Alemanha indica que pessoas com excesso de peso são muitas vezes estigmatizadas, ridicularizadas ou excluídas da sociedade.

A investigação do instituto Forsa, sob encomenda da seguradora público-privada alemã DAK, revela que 71% dos entrevistados consideram o aspeto físico dos obesos inestético e 15% evitam o contacto com pessoas gordas.

A maioria dos inquiridos considera ainda que os obesos são preguiçosos e, por isso, não conseguem emagrecer, escreve o Sapo.

De acordo com o estudo, esta exclusão social no dia a dia e no trabalho agrava a obesidade, elevando os níveis de stress, provocando mudanças no comportamento alimentar e aumento de peso, um ciclo vicioso.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define excesso de peso e obesidade a acumulação de gordura anormal ou excessiva. Este é um grande fator de risco para doenças como a diabetes, doenças cardiovasculares, depressão e cancro.

A OMS usa o Índice de Massa Corporal (IMC) - peso divido pela sua altura em metros quadrados – para medir a obesidade. Se o IMC for maior ou igual a 30, a pessoa é considerada obesa. Se for igual ou maior que 25, considera-se que há excesso de peso.

Estudo
A conclusão é de um estudo conduzido por Cristin Kearns da Universidade da Califórnia, segundo o qual representantes da...

Publicado pelo jornal Jama Internal Medicine, o estudo analisou 31 páginas de correspondência entre o grupo norte-americano "Sugar Association", que representa os interesses da indústria açucareira, e investigadores proeminentes da Universidade de Harvard.

Segundo documentos encontrados em arquivos públicos, escreve o Sapo, em 1964 a "Sugar Association" discutia internamente formas para lidar com a campanha negativa global contra o açúcar, depois do aparecimento de alguns estudos que associavam o produto ao aparecimento de doenças cardíacas.

No ano seguinte, a associação avançou com o "Projeto 226", um programa que incluía o pagamento aos investigadores - quase 50 mil dólares por artigo - para que se fizesse investigação científica sobre o consumo do açúcar a partir de materiais escolhidos e cedidos pelo grupo. Enquanto isso, a "Sugar Association" recebia esboços dos textos para publicação final.

O artigo resultante, publicado em 1967, concluiu "sem margem para dúvidas" de que para evitar problemas cardíacos é necessário reduzir o colesterol e o consumo de gorduras saturadas, minimizando quaisquer efeitos do consumo de açúcar.

O papel da "Sugar Association" e o financiamento concedido aos cientistas não foram mencionados na publicação do artigo no New England Journal of Medicine. Este jornal científico apenas passou a exigir a divulgação dessas informações a partir de 1984.

Governo
O Governo vai lançar esta sexta-feira duas linhas de financiamento no valor global de 5 milhões de euros para promover a...

“Vamos tentar acelerar a preparação e a capacitação dos nossos destinos para estarem em condições de receberem todas as pessoas. Vamos lançar guias de apoio à adaptação de espaços públicos, hotéis, restaurantes e [espaços de] animação turística para pessoas com mobilidade [reduzida] e vamos também lançar duas linhas de financiamento”, disse a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho.

Esta iniciativa insere-se no âmbito da Semana do Turismo, que hoje se inicia e que decorre até ao dia 01 de outubro, com iniciavas em várias zonas do país, escreve o Sapo. As linhas de financiamento e apoio inserem-se no programa “All for All” e destinam-se “quer aos municípios, quer à oferta turística, para se prepararem e adaptarem para estarem aptos a receber todas as pessoas”, destacou Ana Mendes Godinho.

“Serão lançadas duas linhas: uma para apoio à adaptação dos espaços públicos e outra para apoio à reconversão e adaptação de hotéis, alojamento turístico, restauração e animação turística, no valor global de cinco milhões de euros”, explicitou a governante.

A tónica desta Semana do Turismo, cujo Dia Mundial se assinala a 27 de setembro, assenta no apoio à inclusão, sendo o “All for All” “um programa inclusivo que pretende sensibilizar os operadores turísticos para as necessidades das pessoas com deficiência”, destacou ainda a secretária de Estado.

Entre as várias iniciativas que se realizam ao longo desta semana, de destacar o lançamento hoje, em Elvas, da linha de apoio a projetos Wi-Fi, que visam a instalação de redes de acesso gratuito à internet em centros históricos, com o intuito de atrair turistas a outras zonas do país.

No próximo dia 28, em Coimbra, será lançado o Revive, um programa conjunto dos ministérios da Economia, da Cultura e das Finanças, que pretende valorizar o património ao abandono.

Neste dia, o Governo vai anunciar dez dos 30 edifícios que, até ao final do ano, vão ser concessionados a privados, com o compromisso de que sejam recuperados, reabilitados e acessíveis ao público. Um dos edifícios abrangidos será, segundo Ana Mendes Godinho, o Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra. Será ainda lançado esta semana o programa Algarve 365, com iniciativas diárias ao longo de 365 dias para combater a sazonalidade e atrair turistas o ano inteiro.

Dia de Sensibilização para o Cancro da Tiróide
Afetanto sobretudo mulheres acima dos 40 anos, o Cancro da Tiróide representa apenas 1% de todos os

A tiroide é uma pequena glândula em forma de borboleta localizada na parte anterior e inferior do pescoço, por exemplo nos homens por baixo da maçã-de-Adão

Produz várias hormonas, sendo as principais a as chamadas T3 e a T4. Estas são indispensáveis para o normal funcionamento do organismo. O seu excesso ou deficiência são causa de várias doenças.

As doenças da tiroide são frequentes em especial nas mulheres. Cerca de 40% das mulheres com mais de 40 anos apresentam alterações da tiroide, que se podem manifestar por alterações do funcionamento das células tiroideias ou pela formação de pequenos nódulos (“caroços”).

Os nódulos da tiroide são benignos em 95% dos casos (em 5% pode ocorrer um cancro ou carcinoma da tiroide).

O cancro da tiroide é muito raro embora a sua frequência tenha aumentado nos últimos anos. Em Portugal, diagnosticam-se cerca de 400 novos casos por ano, representando cerca de 1% de todos os cancros.

O seu tratamento e prognóstico dependem do tipo de células da tiroide a partir das quais se desenvolve e da fase do carcinoma à data do diagnóstico. Os carcinomas diferenciados da tiroide, que incluem o carcinoma papilar e o carcinoma folicular, representam cerca de 90% dos casos de cancro da tiroide. São cerca de quatro vezes mais frequentes nas mulheres do que nos homens e habitualmente têm excelente prognóstico.

Quais as causas?

As causas não estão bem determinadas. O cancro da tiroide é mais frequente em pessoas com exposição prévia a altas doses de radiação, com história familiar de cancro da tiroide e com idade superior a 40 anos. Na maioria dos casos não há uma causa identificável.

A exposição a altas doses de radiação em jovens, aumenta o risco de virem a desenvolver cancro da tiroide.

O cancro da tiroide pode ser causado por altas doses de iodo radiativo libertado durante os desastres nucleares, como em Chernobyl e em Fukushima. As crianças são as mais suscetíveis, mas os adultos também são afetados podendo vir a desenvolver cancro da tiroide até quarenta anos depois. A ingestão precoce de iodeto de potássio em gotas (nome, mais dados) pode diminuir de forma significativa este risco.

Como se manifesta e como se diagnostica?

O cancro da tiroide manifesta-se por um nódulo e habitualmente não provoca qualquer sintoma.

Muitas vezes é detetado pelo próprio, que palpa um nódulo no pescoço ou pelo médico num exame de rotina. Pode ainda ser identificado por exames de imagem do pescoço ou tórax (ecografia ou TAC) realizados por qualquer outro motivo.

Em fases avançadas quando o nódulo atinge grandes dimensões pode provocar dor, dificuldade em engolir ou rouquidão.

O estudo do nódulo da tiroide exige a realização de análises para avaliar o funcionamento da tiroide, que por norma são normais, ecografia dirigida à tiroide e ainda biopsia com pequena agulha (citologia aspirativa com agulha fina). Este exame que é de fácil realização, é determinante para o diagnóstico pois permite a colheita de células para análise. Nódulos com dimensões até 1 cm não têm indicação para realizar este exame.

O diagnóstico definitivo é feito pelo estudo da porção de tiroide retirada na cirurgia.

Quais os tipos de cancro da tiroide?

Carcinoma papilar – representa 70-80% de todos os cancros da tiroide. Pode ocorrer em qualquer idade. É de crescimento lento e os gânglios do pescoço pode estar afetados na altura do diagnóstico. Mesmo nesta situação tem muito bom prognóstico.

Carcinoma folicular – representa 10 – 15% dos cancros da tiroide. Ocorre em idades mais avançadas que o carcinoma papilar e provoca mais vezes metástases a distância, no pulmão e no osso, para além do atingimento dos gânglios. 

Carcinoma medular – representa 5-10% dos casos de cancro da tiroide e pode ter carácter familiar e associar-se a outras doenças endócrinas.

Carcinoma anaplástico – é raro, <2% dos casos e de muito mau prognóstico.

Como se trata?

A cirurgia é a primeira opção terapêutica. A remoção total da tiroide (tiroidectomia total) é realizada na maioria das situações, no entanto a remoção pode ser parcial em casos selecionados.

Após a cirurgia é necessário fazer medicação com hormona tiroideia, que terá que ser mantida para toda a vida.

Nos carcinomas de pequenas dimensões e sem gânglios atingidos a cura pode ser atingida apenas com a cirurgia. Nos carcinomas de maiores dimensões, com características mais agressivas e com gânglios afetados é necessário complementar a terapêutica com iodo radioativo. Esta tem como objetivo a destruição de células cancerígenas remanescente e deste modo evitar o risco de recidivas.  

Como se vigia?

Mais de 80% dos casos de carcinoma da tiroide têm cura.

Apesar destes resultados as vigilâncias periódicas são indispensáveis não só para detetar precocemente uma recidiva, mas também para avaliar os níveis de hormonas tiroideia (T3 e T4) e do TSH de modo a ajustar a medicação.

Apesar dos primeiros 5 a 10 anos serem os mais importantes, por ser maior o risco de recidiva, a vigilância deverá ser mantida ao longo da vida.

A vigilância deverá incluir: observação médica, análises, ecografia e TAC.

No caso de recidiva poderá ser efetuada terapêutica com iodo radioativo.

Qual o prognóstico?

De um modo geral o prognóstico é excelente.

Em pessoas com menos de 45 anos e com carcinomas papilares limitados à tiroide, a sobrevivência aos 10 anos é de cerca de 100% e a causa de morte não se relacionará com a doença da tiroide.

O prognóstico piora nas situações em que a remoção do carcinoma não pode ser total com cirurgia ou não é destruído com iodo radioativo. Mesmo nestas situações o prognóstico e qualidade de vida são fracamente bons, quando comparados com outros tumores malignos.

A substituição das hormonas tiroideias permite uma vida normal.

Mensagens-Chave

·         A tiroide é uma glândula em forma de borboleta, situada na face anterior e inferior do pescoço

·         Produz a T3 e T4, hormonas indispensáveis para a vida

·         Os nódulos da tiroide são frequentes, mas raramente malignos

·         A citologia aspirativa da tiroide por agulha fina é fundamental para a caracterização dos nódulos com mais de 1 cm

·         A cirurgia é o tratamento indicado. Pode ser complementado por iodo radioativo

·         O prognóstico é bom na grande maioria dos casos

·         A morte por cancro da tiroide é extremamente rara

·         Se tiver um nódulo da tiroide deve procurar um Endocrinologista

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Vírus Zika
A Agência Europeia do Medicamento (EMA) confirmou que não há um risco aumentado de contaminação pelo vírus Zika em doentes em...

Os medicamentos derivados do plasma e urina são produzidos a partir de fluidos corporais que podem ter origem em países com prevalência do vírus Zika.

Após avaliação, concluiu-se que o processo de fabrico inativa ou remove o vírus Zika do medicamento final, pelo que estes medicamentos não acarretam risco de contaminação, nem há necessidade de medidas de segurança adicionais, como testes ou exclusão de dadores.

Os resultados desta avaliação encontram-se disponíveis no site da EMA.

ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica suspendeu a atividade a 12 estabelecimentos de restauração em Troia e na Nazaré...

Em comunicado, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) salienta que, no âmbito daquelas ações de fiscalização, foi “suspensa a atividade a 12 estabelecimentos de restauração, bem como a cozinha central e de fabrico de pastelaria de um estabelecimento de hotelaria, por incumprimento dos requisitos de higiene”.

Durante os primeiro 15 dias de setembro, a ASAE realizou operações de fiscalização a 66 operadores económicos, situados na Península de Troia, Nazaré e Sítio da Nazaré, tendo também instaurado seis processos-crime por “fraude sobre mercadoria em pescado e em azeite” e “detido um indivíduo”.

“Foram ainda instaurados 41 processos de contraordenação, destacando-se como principais infrações o incumprimento dos requisitos de higiene, disponibilização de bivalves sem requisitos exigidos por lei, falta de controlo de pragas e a falta da comunicação prévia para o exercício da atividade”, refere a ASAE.

Nas ações de fiscalização, acrescenta a ASAE, foram também apreendidos 325 quilogramas de géneros alimentícios, 47 quilogramas de bivalves e azeite e mistura de óleo alimentar.

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