“A Educação Terapêutica na Diabetes”
“A Educação Terapêutica na Diabetes” é um livro para os profissionais de saúde que pretendam conhecer melhor a pessoa com...

A Educação Terapêutica nas doenças crónicas é considerada uma prioridade nos cuidados de saúde atuais. A Organização Mundial de Saúde preconiza para o 3.º milénio a extrema relevância da educação terapêutica na motivação para a adesão ao tratamento nas doenças crónicas. A evidência científica confirma a importância da Educação Terapêutica na promoção da saúde e dos aspetos psicossociais nas pessoas com doenças crónicas.

“Sabemos que quase 100% dos cuidados de saúde são prestados pelas próprias pessoas e não pelos profissionais de saúde. A equipa de saúde proporciona a sua experiência, educação e apoio, mas não controla as decisões de mudança de comportamentos nem a gestão da doença crónica, são as próprias pessoas que realizam diariamente esses cuidados”, refere a enfermeira Lurdes Serrabulho, autora da recém-lançada obra, coordenadora de enfermagem e formação na Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP).

As atitudes e competências a desenvolver pelos profissionais de saúde para otimização da prestação de cuidados na área da Educação Terapêutica estão relacionadas com a empatia, a escuta ativa e reflexiva, a congruência entre a comunicação verbal e não-verbal, a valorização da participação ativa das pessoas em todo o processo e encorajar e reforçar de forma positiva. Estes procedimentos vão facilitar o processo de mudança de comportamentos e de adesão ao tratamento.

“É muito importante trabalhar em equipa multidisciplinar e desenvolver a interdisciplinaridade entre todos, o que será muito benéfico para toda a equipa, incluindo, claro, as pessoas com diabetes e familiares com quem trabalhamos”, acrescenta.

Este documento foi elaborado com base na experiência da APDP, nos seus muitos anos de Educação Terapêutica, na sua prática diária no acompanhamento das pessoas com diabetes, nas suas ações de formação para pessoas com diabetes e profissionais de saúde, e na bibliografia de referência, que tem procurado dar um contributo fundamental para a compreensão da educação na doença crónica.

Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil
O projeto “Um quilo de ajuda”, de oferta de fruta a crianças carenciadas, vai este ano letivo duplicar o número de...

A “Missão um quilo de ajuda” é uma iniciativa da Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI), que há cinco anos lançou também a iniciativa “Heróis da Fruta - Lanche Escolar Saudável”, que até hoje já envolveu mais de 236 mil alunos, de acordo com o presidente da associação, Mário Silva.

Este projeto é um programa gratuito de educação para a saúde, centrado na reeducação alimentar infantil e que promove o consumo de fruta no lanche escolar, tendo segundo dados da APCOI aumentado em 42% o consumo de fruta.

A associação quer neste ano letivo a adesão de todas as escolas do 1.º ciclo e jardins-de-infância, para inverter números que segundo a APCOI indicam que 74% das crianças portuguesas não come fruta na quantidade recomendada.

Mário Silva explicou à Lusa que através do projeto “Heróis da Fruta” muitos professores alertaram para a necessidade de disponibilizar fruta gratuitamente, visto que há alunos carenciados que não levam lanche para a escola e que também não tomam pequeno-almoço.

Com a participação das escolas surgiu no ano passado a “Missão um quilo de ajuda”, um cabaz de fruta que é distribuído em determinadas turmas, que no ano passado chegou a a 207 alunos (dos 2.263 candidatos) e que este ano vai chegar a pelo menos 400 crianças.

Os cabazes de fruta, disse Mário Silva, começam a ser distribuídos a partir de fevereiro (até lá é o período de candidaturas e avaliação) e “cheios todas as semanas” com fruta da época e em várias variedades. Nas turmas apoiadas não há discriminação de alunos mas segundo o responsável as crianças com mais recursos são incentivadas a levar a sua própria fruta e até contribuir para o cabaz.

Na primeira edição a fruta foi distribuída por voluntários, ou por empresas em locais do país onde a APCOI não tem ninguém, o mesmo modelo que será seguido este ano.

Na sexta-feira a APCOI promove em Cascais (no casino do Estoril) um logotipo humano em forma de maçã e junta dezenas de figuras públicas e voluntários para a festa de lançamento da lancheira solidária “Heróis da Fruta - Missão um quilo de ajuda”, uma iniciativa para apoiar o projeto da distribuição semanal dos cabazes de fruta.

 

Segundo um estudo da APCOI uma em cada três crianças portuguesas, dos dois aos 12 anos, tem excesso de peso e destas 16,8% são obesas. No mundo há 155 milhões de crianças em idade escolar com excesso de peso ou obesas.

Em Portugal
Cinco entidades portuguesas do setor do medicamento assinaram ontem, em Lisboa, um memorando de entendimento para a criação, em...

O memorando foi assinado, na presença do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares, Associação de Grossistas de Produtos Químicos e Farmacêuticos, Associação Nacional de Farmácias e pela Associação de Farmácias de Portugal.

O sistema pretende "dar resposta ao aumento de fármacos falsificados na União Europeia", reforçando "a segurança e a eficácia" do processo de controlo do circuito do medicamento, desde o seu fabrico até à sua venda ao público, refere um comunicado da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA), salientando que a medida enquadra-se na diretiva europeia relativa aos medicamentos falsificados.

Citado no comunicado, o presidente da APIFARMA, João Almeida Lopes, apelou a um maior envolvimento do Estado português neste "projeto ambicioso e financeiramente pesado".

O ministro da Saúde, citado na mesma nota, manifestou "apoio técnico e político do Governo" para a concretização do sistema, que os parceiros querem que comece a funcionar em 2019.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Organismo está a desenvolver investigação sobre competências dos estudantes finalistas de Enfermagem em países europeus.

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) acolhe, hoje e amanhã (17 e 18 de outubro), uma reunião da ENNA - European Network of Nursing Academies (Rede Europeia de Academias de Enfermagem), organismo que está a desenvolver uma investigação sobre as competências dos estudantes finalistas de Enfermagem, bem como um estudo comparativo sobre as capacidades e atribuições dos enfermeiros nos países que integram esta rede fundada em 2007.

Neste encontro, que está a decorrer nas instalações da ESEnfC no Polo B (S. Martinho do Bispo), participam representantes da Suécia, Noruega, Alemanha, Países Baixos, Portugal e Áustria.

A ENNA reúne Escolas e Faculdades de outros países europeus, tais como Itália e Suíça.

Por estes dias realiza-se também a Assembleia Geral da ENNA, com a eleição de novo diretório da rede.

Industria Farmacêutica
Thordis Berger acaba de assumir a direção do departamento médico e de assuntos regulamentares da Jaba Recordati, subsidiária...

Natural de Essen, na Alemanha, Thordis Berger licenciou-se em Medicina pela Faculdade de RWTH-Aachen no seu país natal. Iniciou a sua carreira médica na especialidade de Cuidados Intensivos no Hospital Universitário da mesma Faculdade onde se formou e completou parte do treino no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Acrescentou à sua experiência médica um conjunto de competências que adquiriu pela realização do Curso de Especialização em Saúde Pública e uma pós-graduação em Farmacoeconomia no ISCTE e em Medicina Farmacêutica, pela Ordem dos Médicos.

Entrou na Industria Farmacêutica (IF) na função de Medical Manager na Angelini Farmacêutica trabalhando em diversas áreas como Medical Marketing, Investigação Clínica, Regulamentar, Treino, Information Management, Business Development e com um vasto portefólio de medicamentos hospitalares, OTCs, derma-cosméticos e suplementos alimentares.

Posteriormente, assumiu a função de diretora médica da farmacêutica Novo Nordisk com foco na área da diabetes e obesidade onde trabalhou para uma maior consciencialização pela promoção de um estilo de vida saudável que veio a aprofundar mais tarde, fora da Indústria Farmacêutica, no cargo de Chief Medical Officier do Holmes Place.

Thordis Berger concluiu ainda um curso de liderança de grupos na Universidade Católica e vem juntar-se assim ao grupo Recordati para liderar o departamento médico e de assuntos regulamentares com o objetivo de desenvolver e implementar a qualidade e o rigor científico na monitorização da segurança do medicamento, assegurando estruturas, sistemas, competências e valores adequados.

Cancro Hereditário
Caracterizar a mutação fundadora portuguesa do gene BRCA2, associada ao desenvolvimento de vários tipos de cancro hereditário,...

A Associação Portuguesa de Investigação em Cancro (ASPIC), em colaboração com a Evita - Associação de Apoio a Portadores de Alterações nos Genes Relacionados com Cancro Hereditário, organizaram uma reunião BRCA Network para estudar melhor uma mutação fundadora portuguesa no gene BRCA2 que aumenta o risco para cancro da mama e também para outros cancros.

Para investigar esta mutação, a ASPIC com o apoio da EVITA pretende lançar um projeto de cariz nacional “Estudo BRCA2-P: Caracterização nacional da mutação fundadora Portuguesa do gene BRCA2”. O projeto vai incluir todos os médicos e investigadores que têm participado na investigação, diagnóstico e avaliação clínica de doentes oncológicos com mutação BRCA2 inserção Alu (BRCA2-P).

A primeira tarefa do grupo promotor deste estudo será o levantamento do número de casos, caracterização fenotípica dos tumores e do seu comportamento clínico, nomeadamente o risco de recidiva após cirurgia e a resposta à terapêutica, com particular incidência na hormonoterapia nos casos de cancro da mama. Juntamente com esta tarefa de caracterização clínica que pode ser muito útil no seguimento destes doentes, os cientistas e médicos promotores desta iniciativa acordaram em promover um estudo de haplótipo genético que permitirá datar melhor a ancestralidade desta mutação. Foram também discutidas outras propostas de estudos científicos que melhorem a previsão do comportamento desta mutação (individualização do risco para cancro nos portadores da mutação sem doença oncológica).

Para além da presença de várias associações de doentes e de todos os investigadores nacionais envolvidos na investigação BRCA, esta iniciativa contou com o apoio e advisory de Steven Narod, do Women’s College Research Institute, de Toronto, Canadá, um dos maiores especialistas mundiais na investigação da genética do cancro da mama e ovários.

A reunião do BRCA Network em Coimbra teve lugar no seguimento do BRCA Network European Congress, que decorreu pela primeira vez em Portugal no ano passado e no qual participaram especialistas nacionais e internacionais. Na ocasião foram lançadas as bases para criação de um consórcio dedicado à cooperação e partilha de conhecimentos entre entidades que se dedicam à investigação sobre a mutação BRCA.

As mutações dos genes BRCA – BRCA1 e BRCA2 -, identificadas na década de 90 do século XX, aumentam substancialmente o risco de cancro da mama e, numa idade mais jovem, antes da menopausa, de cancro do ovário, entre outros tipos de tumores. Recorde-se que o fenómeno BRCA teve uma enorme divulgação após o caso da atriz Angelina Jolie, uma das célebres portadoras da mutação que causa a doença em homens e mulheres.

“Pela sua antiguidade, pensa-se que esta mutação exista em mais famílias portuguesas e em outros locais do mundo onde os marinheiros, comerciantes e emigrantes portugueses se estabeleceram ao longo dos anos. É de extrema importância entender melhor o comportamento da doença nesses portadores”, explica a Presidente da EVITA. Em Portugal, todos os anos morrem mais de 20 mil pessoas e surgem 40 mil novos casos de cancro, sendo que o cancro hereditário é responsável por 5 a 10% dos afetados pela doença.

Estudo
Uma equipa de investigadores, que inclui cientistas portugueses, verificou que mesmo quando os doentes sabiam que estavam a...

O efeito placebo é normalmente atribuído ao facto de as pessoas acreditarem que estão a ser realmente medicadas, quando na verdade estão a tomar um comprimido de açúcar. Agora, os cientistas demonstraram que, mesmo quando os doentes sabem que estão a tomar um medicamento falso (placebo), mostram melhorias na sua situação clínica. Os resultados foram publicados na revista científica Pain.

O placebo parece um medicamento (ou tratamento) real, mas não é, o que não quer dizer que a sua toma não tenha qualquer efeito. Já se sabia que o placebo teria algum efeito benéfico em quem o tomava, mais não fosse pela sugestão de estar a ser medicado – visto que as pessoas em teste não saberem se estavam a tomar um medicamento verdadeiro ou não. Mas no grupo agora em estudo, as pessoas que sabiam que estavam a tomar um placebo – cápsulas com microcristais de celulose – mostraram ter menos dores do que aqueles que não tomaram nenhuma medicação adicional, escreve o Observador.

“Este novo trabalho de investigação demonstra que o efeito placebo não é necessariamente suscitado pela expectativa consciente dos doentes de que estão a tomar um medicamento real, como se acreditou durante muito tempo”, disse Ted Kaptchuk, diretor do Programa para os Estudos Placebo e para os Encontros Terapêuticos no Beth Israel Deaconess Medical Center (Boston), em comunicado de imprensa. “Tomar um comprimido no contexto da relação médico-paciente, mesmo quando o doente sabe que é um placebo, é um ritual que muda os sintomas e que provavelmente ativa regiões do cérebro que modula os sintomas.”

O trabalho de investigação contou com a participação de 97 doentes com dores lombares crónicas, uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo. A maior parte dos doentes envolvidos no estudo já tomava comprimidos para as dores e foi convidado a continuar a tomar a mesma medicação, sem alterar a quantidade nem acrescentar nenhum medicamento novo, e sem alterar o estilo de vida. O conceito de placebo foi explicado a todos os participantes e só depois foram divididos em dois grupos: os que continuaram a fazer exatamente o mesmo (grupo 1) e os que além da medicação normal também tomaram o placebo (grupo 2).

Ao fim de três semanas, o grupo 2 (a tomar placebo) reportou uma redução de 30% da dor normal e dor máxima, enquanto o grupo 1 apenas reportou uma redução de 9% e 16%, respetivamente. Mais, o grupo 2 reportou uma diminuição de 29% da incapacidade relacionada com as dores, enquanto os doentes que continuavam com o tratamento normal não tiveram melhorias neste sentido.

“Os nossos resultados demonstram que o efeito placebo pode ser conseguido sem enganar o doente”, disse Cláudia Carvalho, coordenador do estudo e investigadora no ISPA – Instituto Universitário (Lisboa). “Os doentes estavam interessados no que podia acontecer e gostaram desta nova abordagem à sua dor. Sentiram que tinham poder.”

Claro que os placebos não servem para tratar todo o tipo de patologias, alerta Ted Kaptchuk, dando como exemplo um tumor ou a obstrução das veias, “mas faz com que as pessoas se sintam melhor”. E, neste caso, os sintomas e queixas eram baseadas nas observações feitas pelos próprios doentes.

Fertagus registou
Quarenta e seis pessoas tiveram indisposições nos comboios da Fertagus (Lisboa-Setúbal) por falta de ingestão do pequeno-almoço...

O jornal Público avançou na sua edição de hoje que a Fertagus, empresa que detém a concessão do serviço suburbano entre Lisboa e Setúbal, iniciou hoje de manhã uma campanha destinada a tentar reduzir o número de episódios de doença súbita a bordo dos seus comboios entre pessoas que não tomaram o pequeno-almoço e que causam atrasos em cadeia e carruagens sobrelotadas.

A empresa contabilizou entre 2012 e outubro deste ano 372 casos de doença súbita, dos quais 82 no interior dos comboios. No primeiro semestre deste ano ocorreram 46 episódios, que prejudicaram a pontualidade de 51 comboios num total de 209 minutos.

Em declarações, Raquel Santos, da Fertagus, explicou que a situação de doença súbita ocorreu entre as 07:00 e as 10:00 (hora de ponta), causando paragens e atrasos nos comboios e por conseguinte prejudicando a vida dos passageiros.

“As nossas conclusões são baseadas em relatos transmitidos pelas pessoas que, num primeiro momento, são assistidas pelos nossos colaboradores. Algumas revelaram que não tinham tomado pequeno-almoço ou que não comiam há muitas horas”, disse.

Na sequência dos casos registados, a Fertagus decidiu avançar com uma campanha de sensibilização que pretende alertar as pessoas para a necessidade de tomarem o seu pequeno-almoço.

“Esta situação não é nova e já tivemos uma campanha mais genérica com várias mensagens, mas agora decidimos fazer esta mais focada na questão dos pequenos-almoços, nas boas práticas. A campanha passa por entregar folhetos às pessoas, cartazes e na próxima semana na distribuição de maçãs e em princípio iogurtes”, explicou.

Nos cartazes a distribuir pelas estações e comboios, a Fertagus aconselha as pessoas a tomar o pequeno-almoço, a viajar com uma garrafa de água, a não iniciar viagem se não se sentir bem e em caso de indisposição súbita sair na próxima estação e pedir ajuda.

Segundo investigadores
Investigadores da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto acreditam que o isolamento dos...

No Dia Mundial da Alimentação, que se assinalou ontem, o investigador da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP) Nuno Borges disse que, embora sejam necessários mais estudos para comprovar os efeitos do isolamento nesta população, os dados indicam que há risco de insuficiência e deficiência de vitamina D, o que acontece em cerca de nove em cada dez idosos.

Nuno Borges é um dos responsáveis pelo NutritionUP 65, um projeto desenvolvido na FCNAUP e coordenado pela professora Teresa Amaral, que visa determinar o estado nutricional dos portugueses com mais de 65 anos, numa amostra representativa de 1500 pessoas idosas, de acordo com o intervalo de idades, o género, o nível de ensino e a área regional do país.

Segundo os dados recolhidos no estudo, cerca de 44% dos idosos apresentam excesso de peso e 39% têm obesidade, situações que derivam de problemas no balanço energético, despoletados por um hábito de "comer mal e a mais e praticar atividade física a menos".

Esta condição está relacionada com a sarcopenia (perda de massa, força e função musculares em consequência do envelhecimento), "que compromete todas as atividades do dia-a-dia dos idosos", como andar, subir e descer escadas, ir às compras e cozinhar, indicou o investigador.

Os dados relativos à desnutrição, outro dos fatores estudados no NutritionUP 65, indicam que 15% dos idosos estão em situação de risco, o que, para Nuno Borges, "é espantoso visto que quase 90% de idosos têm excesso de peso ou obesidade".

Para além da questão do isolamento, a desnutrição pode ser causada pelo acesso limitado aos alimentos, à incapacidade de preparar as refeições, por problemas económicos e por uma locomoção reduzida.

As doenças crónicas também influenciam esse fator, sendo que "quanto mais velha for a pessoa, mais patologias pode ir acumulando, o que aumenta a probabilidade de terem problemas a nível alimentar, agravando o risco de desnutrição", acrescentou o investigador.

Quanto à hidratação, mais de um terço dos idosos estão desidratados. "Há a ideia que o mecanismo que nos defende da desidratação - a sede - perde progressivamente eficácia com a idade e, por outro lado, não se verifica muito, nesta faixa etária e em Portugal, o hábito de se beber água", o que pode levar à obstipação e problemas renais, explicou o docente.

O consumo excessivo de sal, que se verifica em mais de 85% dos idosos, pode estar ligado à hipertensão arterial e aos acidentes vasculares celebrais (AVC).

Para Nuno Borges, "todos estes indicadores agravam-se com o isolamento", o que, "a confirmar-se com mais estudos", configura uma ideia dos idosos em Portugal, "que estão nas suas casas ou apenas em centros de dia, com níveis excessivamente baixos de atividade física e altos de uma alimentação desadequada".

"Há um grande trabalho que deve ser feito ao nível das medidas governamentais, além das alimentares, no sentido de proporcionar aos nossos idosos condições e estímulos para que se mexam mais, venham mais para à rua e se exponham mais à luz", tornando-se em "elementos ativos na sociedade", concluiu.

O NutritionUP 65 conta com a participação da FCNAUP, do Departamento para a Pesquisa do Cancro e Medicina Molecular da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia e da Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE, e foi financiado pelo EEAGrants - Programa Iniciativas de Saúde Pública - em 519 mil euros.

OE2017
As taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde em 2017 vão manter-se nos mesmos valores deste ano, disse fonte do gabinete...

A informação foi avançada após ser conhecida a proposta de Orçamento do Estado para 2017, entregue na Assembleia da República, na qual não consta qualquer referência as taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A fonte adiantou que os valores a praticar em 2017 serão os mesmos que estão atualmente em vigor.

O Governo apresentou a proposta de Orçamento do Estado de 2017 que prevê um crescimento económico de 1,5%, um défice de 1,6% do PIB, uma inflação de 1,5% e uma taxa de desemprego de 10,3%.

Para este ano, o executivo liderado por António Costa piorou as estimativas, esperando agora um crescimento económico de 1,2% e um défice orçamental de 2,4% do PIB.

OE2017
As empresas que comercializam dispositivos médicos vão pagar uma contribuição extraordinária que deverá gerar uma receita de 35...

Trata-se de uma das medidas no setor da saúde com impacto orçamental, adotadas no âmbito do exercício de revisão de despesa, e que, no total das áreas, deverão totalizar 134,3 milhões de euros.

Outras medidas no setor da saúde são a revisão do sistema de preços de referência, que inclui o alargamento aos medicamentos biossimilares, a revisão da formação do preço de referência e alteração dos critérios de base à constituição de grupo homogéneo e a reavaliação das condições de manutenção de comparticipação.

Neste capítulo, consta ainda a desmaterialização do circuito da prescrição/dispensa em farmácia de ambulatório hospitalar e dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica, entre outras medidas.

Com o combate à fraude no sector, o Governo espera obter um impacto de 10 milhões de euros.

OE2017
O Ministério da Saúde terá para gastar em 2017 mais 353 milhões de euros face ao orçamento ajustado para este ano, segundo a...

“A despesa total consolidada do Programa da Saúde prevista para 2017 é de 9.801 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 3,7% (353,3 milhões de euros) face ao orçamento ajustado para 2016”, refere o documento entregue pelo Governo.

No âmbito da despesa financiada por receitas consignadas, haverá um decréscimo de 2,8%, (menos 15,8 milhões de euros face a 2016), justificado essencialmente pela diminuição de outras despesas correntes da ADSE e da despesa financiada pelos jogos sociais afeta à Linha Saúde 24.

O universo das entidades públicas requalificadas - onde se incluem 39 entidades públicas empresariais como hospitais, centros hospitalares ou unidades locais de saúde – terá mais 3,5%, correspondendo a 171 milhões de euros.

O subsector dos Serviços e Fundos Autónomos apresenta, no total, um acréscimo de 25,2%, devido essencialmente ao aumento previsto das transferências da Administração Central do Sistema de Saúde para as Administrações Regionais de Saúde (ARS) para que paguem medicamentos e meios complementares de diagnóstico e terapêutica.

De acordo com o relatório da proposta do Orçamento do Estado, a maior parte da despesa do programa da saúde vai para a aquisição de bens e serviços, com um peso de 53,7% face à despesa consolidada (aqui incluem-se compras com medicamentos e exames, bem como os encargos com as parcerias público-privadas).

No subsector Estado, os encargos com pessoal atingem 26,5 milhões de euros e a aquisição de bens e serviços, com 535,5 milhões de euros, sendo que a ADSE representa um peso significativo neste subsector, com 508,6 milhões de euros.

OE2017
As entidades responsáveis por edifícios de serviços públicos, com materiais contendo amianto, têm de fazer ações de diagnóstico...

Do documento com a data de 13 de outubro, consta uma referência ao programa para a remoção de amianto, destinando-se às "entidades públicas responsáveis pelos edifícios, instalações ou equipamentos públicos, em que se prestam serviços públicos que apresentem materiais" contendo aquela substância.

Estas entidades devem, "durante o ano de 2017", proceder às "devidas iniciativas relacionadas com o diagnóstico, monitorização, substituição, remoção e destino final" do amianto, continua a versão do articulado do Orçamento do Estado para 2017 (OE2017).

Estas ações devem decorrer, segundo o Governo, "nos termos a definir por resolução do Conselho de Ministros, com base nas propostas do Grupo de Trabalho relativo ao Amianto", coordenado pelo Ministério do Ambiente.

No final de setembro, o ministro do Ambiente disse que 252 edifícios, considerados prioritários, vão ter intervenções para remover amianto, as quais deveriam estar concluídas até final de 2018.

"Para 252 edifícios prioritários será realizada intervenção”, em processos que vão ter um investimento de 46 milhões de euros, afirmou o governante, durante uma audição na comissão parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, acrescentando que as obras deveriam começar “no início de 2017 e estar concluídas até final de 2018".

Segundo as contas do Ministério do Ambiente, existem 2.892 os edifícios com amianto e 252 são prioritários, dos quais 76 "são primeira prioridade", e 1.180 são tutelados pelo Ministério da Educação.

Já em junho, durante um Conselho de Ministros extraordinário dedicado ao ambiente, João Matos Fernandes tinha anunciado a intenção do Governo de dar prioridade à retirada do amianto dos edifícios públicos que apresentem projetos com garantia de aumento da eficiência energética.

"Existem 2.000 edifícios públicos ainda com amianto” e sem alocação de fundos para os trabalhos para a sua retirada, disse, na altura, o ministro do Ambiente, acrescentando que "a priorização dos investimentos está por fazer e cabe a cada ministério promover as obras para a eficiência".

As obras do amianto podem ser realizadas através do programa para a eficiência energética dos edifícios da Administração Pública, área que tem uma verba de 200 milhões de euros.

Fonte do Governo informou que as autarquias vão poder concorrer, até abril de 2017, ao financiamento pelo programa comunitário Portugal 2020 de projetos de eficiência energética nos municípios, no total de 162 milhões de euros.

Numa carta enviada na quinta-feira a todos os presidentes de câmara, o Governo alertou para a publicação, a 04 de outubro, "dos concursos dirigidos à ‘Eficiência Energética nas Infraestruturas Públicas da Administração Local', com uma dotação financeira de 162 milhões de euros".

Os apoios destinam-se a "intervenções ao nível do aumento da eficiência energética dos edifícios e equipamentos públicos", incluindo a "remoção de materiais que contenham amianto".

OE2017
Responsáveis da área alimentar da saúde aplaudem a taxação das bebidas açucaradas, previstas na proposta de Orçamento do Estado...

Uma versão do articulado da proposta de Orçamento do Estado de 2017, prevê taxar a 8,22 euros por hectolitro (100 litros) as bebidas cujo teor de açúcar seja inferior a 80 gramas por litro, e a 16,46 euros por hectolitro, as bebidas cujo teor de açúcar seja igual ou superior a 80 gramas por litro.

Para Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, da Direção-Geral da Saúde, taxar alimentos com elevado teor de açúcar é uma das medidas eficazes para reduzir o seu consumo.

Baseado em documentos produzidos pela classe da nutrição e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Pedro Graça afirma que existem "duas maneiras de modificar consumos de risco da população portuguesa” – nomeadamente o açúcar e o sal –, que são o aumento do seu preço e medidas de educação e capacitação para escolhas saudáveis.

“Não faz sentido consumir produtos mais saudáveis quando os menos saudáveis são os mais baratos. Tanto o sal como o açúcar embaratecem os produtos – porque os conservam mais tempo - ao contrário dos frescos, mas são produtos de risco. As taxas são uma das medidas que podem contribuir para que estes produtos fiquem mais inacessíveis, mais caros”, afirmou.

No entanto, salvaguarda que só faz sentido quando a taxação é aplicada a par de medidas de educação, quando “essas taxas permitam fazer investimento na prevenção, que o dinheiro recolhido na taxação reverta em medidas de prevenção”.

O responsável sublinha que, não só em Portugal, mas na Europa, o problema é que 97% do dinheiro vai para tratamento e 3% para prevenção.

“Se conseguirmos aumentar percentualmente, nem que seja um pouco, a prevenção, já pode fazer a diferença, até porque estamos a taxar produtos com pouco valor nutricional”, acrescentou.

Da mesma opinião é a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, que se manifesta “favorável, se o que reverte da taxa for para ser aplicado diretamente em medidas que se relacionem com a promoção da alimentação saudável”.

Para a nutricionistas, medidas destas não surtem os devidos efeitos se não forem enquadradas numa política nutricional.

“Se for só uma medida orçamental, a Ordem é contra”, porque “só pode apoiar uma posição baseada em boas práticas”.

Para Alexandra Bento, a taxa só por si não acarreta uma boa prática, nem tem efeito dissuasor: “Estudos feitos noutros países mostram que medidas puramente económicas não surtem efeito”.

A bastonária considera para já suficiente a taxação dos refrigerantes e bebidas não alcoólicas açucaradas, considerando que antes de se passar para outros alimentos com elevado teor de açúcar, seria mais importante passar para medidas redutoras do sal, já que “a OMS diz para não consumir mais de cinco gramas por dia e os estudos revelam que consumimos mais de 12 gramas”.

Pedro Graça partilha da mesma preocupação, lembrando que existem em Portugal mais de quatro milhões de adultos hipertensos, o que representa quase metade da população.

Quanto ao açúcar, Alexandra Bento sublinha que a OMS diz que o que o seu consumo não deve representar mais de 10% do valor energético total.

Isso significa que, numa alimentação de 2.000 calorias diárias, o açúcar total consumido deveria representar 200 calorias no máximo, o que se traduz em 50 gramas.

“O último relatório da OMS alerta para a necessidade de reduzir essa percentagem para 5%, ou seja para 25 gramas, mas, em termos de disponibilidade de açúcar, nos últimos 40 anos, estamos acima desta quantidade”.

Pedro Graça sublinha que o açúcar está muito relacionado com doenças graves da sociedade atual, como a pré-obesidade, que atinge mais de cinco milhões de pessoas, e a obesidade, que afeta um milhão de portugueses.

Dia Mundial da Alimentação
O dia mundial da alimentação celebra-se a 16 de Outubro, desde 1981.

Aquilo que comemos influencia diretamente, não só, a nossa saúde, mas também a “saúde” do meio ambiente e do planeta.

De forma a preservar os ecossistemas, a agricultura e os sistemas alimentares vão ser obrigados a adaptar-se ao aumento da população e tornar-se mais resistentes às alterações climáticas (que tendem a ser mais duras com os agricultores, pastores e pescadores mais pobres e com mais dificuldades. A FAO estima que em 2050 a produção agrícola terá que aumentar em cerca de 60% para fazer face ao significativo aumento populacional.

O desafio da sustentabilidade está em produzir maiores quantidades de alimentos com menos recursos, utilizando os recursos naturais da melhor forma possível.

O que podemos fazer para contribuir para um planeta sustentável e “mais saudável?

Opte por alimentos frescos e da época.

 Sempre que possível, escolha alimentos de produção biológica (atualmente já é possível encontrar estes alimentos com um preço semelhante ao convencional).

Escolha alimentos de produção e de produtores locais.

Além de promover a agricultura e a economia local, estes alimentos têm uma pegada ecológica mais pequena.

Reduza o consumo de carne…

Principalmente nos países desenvolvidos, o consumo de carne tem aumentado e parece que a tendência será continuar a aumentar.

A elevada procura gerou um aumento da produção rápida e intensiva, tornando o setor da criação de gado o maior utilizador de terras agrícolas. Estes fatores contribuem para a escassez e degradação dos terrenos agrícolas.

Do ponto de vista nutricional, o consumo de proteína está significativamente a cima do recomendado. Em Portugal, o consumo de proteína é três vezes superior ao desejado.

e de peixe….

Estima-se uma redução de 40% das principais espécies de peixe consumido, até 2050.

Uma alimentação saudável deve ser equilibrada e variada. Reduza as porções de carne e peixe e procure diversificar a sua alimentação, substituindo alguns pratos de carne e peixe por leguminosas e cereais integrais. Não se esqueça de enriquecer o prato com vegetais coloridos da época e de produção local.

Evite o desperdício alimentar.

Invista no planeamento das refeições e elabore uma lista de compras adequada, evitando comprar e cozinhar mais do que necessita.

Utilize a sua criatividade e aproveita as sobras para criar novos pratos e ajude a evitar que 1,3 biliões de toneladas de alimentos continuem a ser desperdiçados todos os anos.

Não rejeite as frutas mais pequenas e com aspeto mais tosco. Pode não ser a mais bonita do ponto de vista estético, mas o sabor é igualmente delicioso. Até pode ser surpreendido com um sabor mais doce, um aroma mais intenso e uma textura mais suculenta.

Não desperdice um bem precioso como a água.

A água é a bebida de eleição e um bem precioso que se está a tornar escasso.

Poupe água reduzindo o tempo dos banhos, fechando a torneira quando lava os dentes ou quando lava a loiça e reduza o consumo de alimentos que necessitam de utilizar muita água para a sua produção.

A pegada é hídrica é precisamente o volume de água necessário para a produzir determinados alimentos.

Para produzir um quilo de carne bovina é necessário gastar 15 400 litros de água, e para produzir um litro de um refrigerante engarrafado podem ser necessários cerca de 300 litros de água.

Além de não serem amigos do ambiente, devido ao seu elevadíssimo teor de açúcar, os refrigerantes são um veiculo de calorias vazias e sem interesse nutricional. Prefira a água, as tisanas ou as infusões caseiras.

Use menos plásticos.

Menos sacos de plásticos, menos produtos embalados, menos caixas de plástico.

Além de dar uma grande ajuda ao ambiente, vai estar a reduzir a escolha de alimentos embalados, ou seja, de alimentos processados e que por norma têm um elevado valor energético e um alto conteúdo em açúcar adicionado, gordura, sódio e conservantes.

Troque os sumos de fruta e a fruta em embalagens por fruta fresca e quando for às compras, verifique se o carrinho de compras tem mais alimentos frescos do que embalagens de plástico.

Recicle!

É um gesto tão fácil que pode incorporar na sua rotina.

Deite o óleo das frituras e dos enlatados, por exemplo do atum, num contentor próprio e separe as embalagens.

Aproveite os frascos de vidro em condições, por exemplo das compotas ou de alguns iogurtes, e reutilize-as para guardar frutos secos ou cereais comprados a granel.

Faça escolhas alimentares saudáveis, seguras, sustentáveis e conscientes.

O seu corpo agradece, e o planeta também!

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
16 de outubro - Dia Mundial da Alimentação
Alimentarmo-nos bem é uma arte!

1. Tome sempre o pequeno-almoço, também conhecido como “primeiro almoço”ou como preferem dizer os ingleses “breaking in the fast”, ou seja, quebrar o jejum! É a primeira refeição do dia, aquela que deve ser capaz de fornecer energia e nutrientes em quantidade e qualidade para começar um novo dia, contribuindo para uma mais equilibrada distribuição calórica dos alimentos ao longo do dia e maior saciedade e menor fadiga ao fim da manhã. Infelizmente, são ainda muitas as crianças que vão para a escola sem efetuar esta refeição tão fundamental para uma boa aprendizagem, memória e desempenho cognitivo. O pequeno-almoço deverá ser “de rei”, incluindo pão fresco de preferência integral ou de mistura ou cereais não açucarados, acompanhado por leite ou iogurte ou queijo fresco ou requeijão, sem esquecer a fruta.

2. A meio da manhã ou da tarde, opte por fazer uma pequena merenda, que poderá ser fruta ou iogurte. Isso permitir-lhe-á regular melhor o seu apetite ao longo do dia.

3. Ao almoço e ao jantar, comece sempre a refeição com a sopa, que pela sua riqueza em fibra, vai contribuir, por um lado, para um atraso do esvaziamento gástrico, aumentando a saciedade, por outro para uma diminuição do trânsito intestinal, sendo fator protetor do cancro do cólon. A sopa é tão rica em vitaminas, minerais e água que mais nenhum alimento ou prato se lhe compara a esse nível. Tempere com um fio de azite, sem deixar ferver a gordura. Se quer habituar o seu filho a comer sempre a sopa, lembre-se primeiro que toda a família a deve ingerir e evite dizer “Só sais da mesa, quando comeres a sopa toda!”, pois esta mensagem traduz um castigo associado a um alimento saudável, veiculando na criança emoções negativas. Diga antes “Se comeres a sopa toda, poderemos ler juntos a história que mais gostas.”, um prémio em associação a um alimento saudável. As crianças precisam de uma menor quantidade de fibra. Portanto, não pode querer que que o seu filho ingira a mesma quantidade de sopa que a de adulto.

4. No prato principal, prefira peixe ou carnes brancas ou ovo, em detrimento das carnes vermelhas, diminuindo assim o consumo de gorduras saturadas associadas a um maior risco de doença aterosclerótica e, consequentemente, acidente vascular cerebral (AVC) e doenças cardiovasculares. Prefira grelhar, cozer ou estufar em cru. Evite os fritos. Que quantidade? O tamanho da palma da mão, depois de cozinhados e retiradas as gorduras visíveis, ossos ou espinhas. Se a criança tem uma palma da mão mais pequena, não pode querer que coma uma porção do tamanho da de um adulto. Preencha metade do prato com saladas e/ou hortícolas cozidos/salteados, usando o azeite como forma de tempero ou confeção. Lembre-se que o azeite, apesar de rico em gordura monoinsaturada e melhor para a saúde, não deixa de ser uma gordura! Em demasiada quantidade torna-se prejudicial. Não é para ingerir à colherada! O resto do prato será destinado ao arroz ou massa, de preferência integrais, ou em alternativa batata ou batata-doce. Pode e deve incluir as leguminosas (feijão, ervilha, grão, entre outras). Guie-se pelo tamanho do seu punho para se servir da quantidade que deve ingerir destes alimentos. Estes são os principais fornecedores de energia, mas também nos fornecem algumas vitaminas do complexo B e minerais essenciais. Não elimine estes alimentos da sua alimentação! Sem energia, nenhuma máquina é capaz de trabalhar, muito menos no seu rendimento máximo. Termine a sua refeição “de príncipe” com fruta, cuja riqueza em vitamina C melhora a absorção do ferro no organismo. Evite dar iogurte como sobremesa ao seu filho. Geralmente, quando as crianças se alimentam menos bem ao almoço ou ao jantar, a tendência dos pais é oferecer o iogurte. Cálcio em excesso pode ser prejudicial para a absorção do ferro, predispondo os indivíduos a anemias.

5. O jantar deverá ser uma refeição “de pobre”, com menores quantidades destes alimentos, uma vez que as necessidades energéticas e nutricionais ao final do dia, próximas da hora de deitar, são menores.

Sal, açúcar, álcool e água – em que quantidades?

6. Sal: precisamos de apenas um grama de sal para viver. A Organização Mundial de Saúde recomenda a ingestão no máximo de 5 gramas por dia. Em Portugal, o consumo médio diário de sal per capita é de 10,7g, mais do dobro do preconizado como máximo. “Doutora, a minha mulher cozinha tudo sem sal!” –  os alimentos também têm sal naturalmente presentes ou incluidos no seu processamento industrial, não falamos apenas do sal de cozinha que adicionamos na confeção. Alguns são muito ricos em sal: 100 g de presunto têm cerca de 4 g de sal e de salpicão cerca de 5g. São também ricos em sal alguns queijos curados, o bacalhau salgado mal demolhado, os caldos concentrados de gordura, os molhos tipo ketchup, maionese, mostarda, bolos e pastéis, entre outros. O sal é dos fatores que mais contribui para a hipertensão arterial, um fator de risco importante para AVC e doenças cardiovasculares.

7. Açúcar: alguns alimentos e bebidas são ricos em açúcares simples rapidamente absorvidos no organismo. O seu consumo elevado relaciona-se com maior risco de obesidade, diabetes e de cáries dentárias. Muitos produtos alimentares processados, além de possuirem gordura “trans” que aumenta o risco aterosclerótico, possuem açúcares “mascarados”. Leia atentamente o rótulo. Na lista de ingredientes, pode encontrar palavras como açúcares, açúcar amarelo, melaço, dextrose, sacarose, glicose ou glucose, frutose, todos estes termos significando açúcares escondidos no produto.

8. Álcool: as bebidas alcoólicas são de evitar, por serem fornecedoras de “calorias vazias”e pelo facto do seu consumo excessivo também aumentar o risco de AVC e de doença cardiovascular. Para aqueles que o desejem, resta-nos o conselho de limitar o seu consumo a um máximo de um copo standard de vinho por dia nas mulheres e dois nos homens.

9. Água: hidrate-se! Água é vida! Cerca de metade a dois terços do nosso corpo são constituídos por água. Beba cerca de 8 a 10 copos por dia, o mesmo será dizer cerca de 1,5L. No entanto, alguns indivíduos precisam de mais água do que outros, pelo que se deve beber o suficiente para que a urina seja clara e inodora. Não se esqueça que em caso de exercício, febre, vómitos ou diarreia, as necessidades de água aumentam. Por vezes, as tisanas podem ser uma boa forma de hidratação.

Seja um consumidor atento! Viva mais e melhor! Eduque os seus filhos desde pequenos, pois de “pequenino se torce o pepino”.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia Mundial da Coluna
Para assinalar o Dia Mundial da Coluna, o especialista Manuel Tavares de Matos fala-nos das patologi

Excepto algumas deformidades com desvios demasiado evidentes como algumas escolioses (figura1), durante muito tempo a patologia da coluna foi maioritariamente tratada de um modo segmentar. Ou seja, olhando sobretudo para a lesão principal, dando pouco relevo à globalidade. Claro que houve inúmeras exceções, sobretudo ligadas a escola Francesa mas só há pouco anos se globalizou a ideia de que em muitos casos a “doença” pode ser geral (ou pelo menos a sua repercussão) e o tratamento também. 

Por exemplo se tratamos cirurgicamente uma fractura da coluna não estamos só à espera que esta consolide (que o “osso una”), que os deficits neurológicos não se instalem ou que aumentem (diminuição da força motora ou da sensibilidade), mas tentamos estabelecer o equilíbrio da coluna, quer no plano frontal (de frente) quer no plano sagital (de lado). (figura 2)

                     
                    Figura 1                                                      Figura 2

A patologia da coluna pode dividir-se de um modo nosologico em Deformidades (uma alteração na forma da coluna), patologia Tumoral, Inflamatória (Artrite reumatoide p.ex,), Traumática (fracturas) e Degenerativa.

Em todas elas se procura com o tratamento obter um bom equilíbrio final ou “balanço” da coluna.

Esta ideia de “balanço” partiu da comparação da coluna com um guindaste (figura 3). Para estar de pé o ser humano necessita que a projeção do seu centro de massa passe entre os pés e à frente dos calcanhares (figura 5). Para isso é necessário que as varias curvas da nossa coluna (cervical, dorsal, lombar e pélvis) se equilibrem e que esse peso seja contrabalançado pela força dos nossos músculos (figura 4).

                                                
                    Figura 3                                                             Figura 4                                              Figura 5

Se uma curva se torna mais proeminente, por exemplo, por uma fratura ou por um colapso de um disco (figura 6), sofremos uma inclinação do corpo (habitualmente para diante). Torna-se assim necessário uma compensação para não nos desequilibramos (ou cairmos...). Esta pode ser um aumento da tensão muscular, uma rotação da pélvis para trás, a flexão dos joelhos ou em ultimo caso o recurso a um apoio como uma “canadiana” ou um andarilho.


     Figura 6

No caso da figura 6, um exemplo de patologia degenerativa do disco foi necessário o recurso a cirurgia por falência do tratamento conservador. Quando atinge uma faixa etária mais jovem, está hoje aceite que existe uma base genética.  Mas também o movimento diário, agravado pela a sua má execução, exposição a fenómenos de trepidação, a “carga diária” e, claro, o normal processo de envelhecimento celular, levam a uma alteração adaptativa das células que se vai traduzindo num “desgaste” com perda de elasticidade, “desidratação” e alteração da estrutura interna do disco condicionando a diminuição da sua flexibilidade e resistência.

Também a capacidade de reparação e regeneração das células se encontra limitada e por três fatores em particular: desde tenra idade os discos deixam de ser vascularizados e essa ausência de vasos limita o aporte de nutrientes e fatores de reparação, ao mesmo tempo que permite o acumular de substâncias da degradação celular (radicais livres). Sem vasos, os nutrientes têm de chegar ao disco através do prato vertebral  mas este, com o tempo torna-se menos “permeável” a esse aporte. Além disso alguns os discos são “enormes” tornando-se difícil a chegada de nutrientes a alguns locais. A estrutura dos discos começa a degradar-se, fragmentando-se, colpasa, diminuindo em altura e sua parte interna, central dispersa-se, constituindo-se os prolapsos ou hérnias discais.

Qual então o tratamento?  Diz-se que bons cirurgiões sabem como operar, melhores quando operar e os realmente bons quando não operar (BMJ,1999; 318:0).  Cada caso é certamente particular.

 Na falência do tratamento conservador (não cirúrgico) com dor major que não melhora, lesão das estruturas neurológicas ou agravamento progressivo desta (p.ex. da medula ou da raízes que vão constituir o nervo ciático) ou um desequilíbrio/ instabilidade da coluna podem necessitar de cirurgia. Esta consiste em remover a razão da dor e/ou da compressão neurológica, estabilizando a coluna. Mantendo o equilíbrio.

Deixo alguns exemplos.

Na figura 7 vemos dois métodos de tratamento de um processo degenerativo cervical com remoção do disco, libertação da compressão das estruturas neurológicas e estabilização com “cage” (espaçador que vai ocupar o espaço normal do disco) e placa fazendo a “fusão” (ligação óssea entre duas vértebras).  No caso 8 um processo semelhante tratado por via anterior lombar.

    
                                               Figura 7                                                                                    Figura 8

No caso 9 vemos uma fratura da coluna não tratada com o progressivo colapso da vértebra que resultou num desvio cifótico (aumento da curvatura dorsal) e seu tratamento, com osteotomia da coluna, um processo cirúrgico em que se remove a parte posterior de um segmento da coluna e se comprime conseguindo o realinhamento.


       Figura 9

O caso 10 reflete uma exuberante hérnia lombar extrusa e seu tratamento por via minimamente agressiva, sem causar instabilidade.


         Figura 10

Finalmente, na figura 11, uma grave fratura de C6/C7 num paciente com Espondilite Anquilosante e seu tratamento com redução (colocar os “segmentos ósseos partidos” em posição regular) e fixação por placa cervical anterior e sistema de parafusos e barra postero-lateral.  


       Figura 11

O princípio cirúrgico esse, é sempre o mesmo.  Tratar a lesão, recuperar rapidamente a função mantendo sempre a estabilidade da coluna vertebral, permitindo o retorno precoce a uma vida ativa. 

Foto: 
Nota: 
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16 de Novembro - Dia Mundial da Alimentação
A obesidade é um dos principais fatores de risco responsável pela manifestação de doenças cardiovasculares, a principal causa...

O excesso de peso e a obesidade devem-se a uma acumulação excessiva de tecido adiposo (gordura) no organismo. É possível avaliar o nível de obesidade de três formas. A saber:

Índice de Massa Corporal (IMC): Considera-se como obesidade o aumento do peso corporal do indivíduo superior a 20% do seu peso normal, que equivale a um IMC = 30 Kg/m2. O IMC é determinado dividindo o peso (em quilogramas) pela altura x altura (em metros).

Medição do Perímetro Abdominal: Esta medida apresenta uma correlação com a acumulação de tecido adiposo abdominal. Mede-se a partir do ponto intermédio entre a crista íliaca (início da anca) e o limite inferior da caixa torácica. Este método não é aplicável a atletas, crianças e mulheres grávidas ou a amamentar.

Bioimpedância: Corresponde à avaliação da composição corporal. É recomendado que o tecido adiposo represente, aos 20 anos, 10% do peso corporal nos homens e 20% nas mulheres. Estes valores aumentam 1%, de 3 em 3 anos, até aos 50 anos de idade.

O excesso de peso e a obesidade acarretam outras patologias como: hipertensão, hipercolesterolemia, e/ou diabetes, que representam fortes ameaças à saúde cardiovascular.

No Dia Mundial da Alimentação a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) e o Núcleo de Nutrição em Cardiologia (NNC) desta Sociedade Científica, advertem para as propriedades da dieta mediterrânica, como um exemplo de uma alimentação que pode contribuir para a prevenção de doenças cardiovasculares.

Neste sentido, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia deixa as suas recomendações:

  • Respeito pela sazonalidade e preferência pela origem local dos alimentos;
  • Incentivo à incorporação de ervas aromáticas como veículo de maior sabor em detrimento do abuso do sal de adição;
  • Promoção da utilização e transmissão geracional de técnicas culinárias saudáveis tradicionais, como sopas, ensopados e caldeiradas;
  • Incentivo ao tempo dedicado à confeção dos alimentos e respetiva inserção no quotidiano através da partilha com família e amigos;
  • Combate ao sedentarismo pelo incremento do tempo dedicado a atividades de lazer;
  • Manutenção do peso controlado;
  • Redução do consumo de gorduras, em especial de gorduras sólidas;
  • Aumento do consumo de alimentos com elevado teor em fibras (cereais integrais, vegetais, frutos), já que contribuem para a diminuição da absorção do colesterol pelos intestinos;
  • Aumento do consumo de peixe, tais como sardinha, sarda, cavala, salmão, e redução do consumo de carne, alimentos processados, salgados e/ou refinados;
  • Prática de atividade física regular, pelo menos 30 minutos por dia.

Para o Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Dr. Miguel Mendes, "a alimentação saudável é a base de uma boa prevenção cardiovascular". Assim, no Dia Mundial da Alimentação o NNC e a SPC relembram a importância deste dia para a saúde dos portugueses e aconselham a consulta de um nutricionista e/ou médico de família.

A.B.O. Banca de Óculos
No dia em que se assinalou o Dia Mundial da Visão, foi apresentada uma nova associação de solidariedade social, a A.B.O, Banca...

Sob o mote “Doe os seus óculos: para que ninguém olhe sem ver”, a associação foi apresentada na Biblioteca do Museu Nacional de Arte Antiga, onde foi assinado um protocolo de cooperação com vista ao desenvolvimento do projeto Banco de Óculos entre a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), os Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa e os Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra.

O Banco de Óculos tem como objetivo recolher os óculos usados (armações e lentes), doados por particulares, distribuindo-os posteriormente por pessoas carenciadas - crianças, adultos e idosos -, após realização de uma consulta por oftalmologistas voluntários. Hoje arrancam já dois projetos-piloto, em Lisboa e Coimbra, mas durante as próximas semanas vão ser colocadas caixas de recolha, com o logotipo da Associação, em supermercados e farmácias, alargando-se progressivamente a locais que concentrem muitas pessoas como grandes empresas, ministérios, igrejas, escolas. Várias parcerias com potenciais parceiros (colégios, lares, paróquias, farmácias e supermercados) estão já em curso, assim como com óticas para a posterior "catalogação" e ajuste dos óculos e lentes.

O Banco de Óculos está também em contacto com instituições públicas e privadas que lidam com a realidade social, para que sejam indicadas as situações que reconheçam como verdadeiramente necessitadas (lares da Segurança Social, hospitais do SNS, IPSS de crianças e jovens, lares de acolhimento, lares de 3ª idade, entre outros).

A nova Associação será presidida pela Dra. Filomena Vieira Menezes Leitão, advogada de Direito Administrativo em Lisboa e que, através da sua experiência num projeto de voluntariado no Colégio de Santa Doroteia com uma escola secundária num bairro de Lisboa, tomou conhecimento desta realidade e tomou a iniciativa de avançar com este projeto social: “foi através do reconhecimento de uma realidade social de que os pais não levam muitas vezes os filhos ao oftalmologista, independentemente de estarem isentos de taxas moderadoras, porque depois não têm dinheiro para comprar os óculos aos filhos, que surgiu a ideia base de todo o projeto. Não estamos a falar sequer de crianças negligenciadas, estamos a falar de pessoas muito pobres e que a Segurança Social não dá qualquer comparticipação para a aquisição de óculos, existindo situações escolares gravíssimas por deficiência de visão”.

Para Maria João Quadrado, Presidente da SPO, “este projeto surge como reconhecimento de uma realidade social e a SPO associa-se e apoia causas que tenham como finalidade contribuir para a melhoria das condições de acesso a cuidados de saúde adequados que cheguem a todos. Foi por isso que neste dia Mundial da Visão, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia se associou ao Banco de Óculos lançando um apelo para que as pessoas doem os seus óculos e armações usados que serão depois distribuídos por pessoas carenciadas - crianças, adultos e idosos - que serão referenciados pelas diversas instituições que desenvolvem trabalho social junto da comunidade”.

Instituto de Investigação e Inovação
Uma nova família de antidepressivos com efeitos terapêuticos diferentes dos já existentes está a ser desenvolvida por um...

"O composto que é o ponto de partida para o desenvolvimento dos novos antidepressivos", denominado ‘tacrolimus’, "encontra-se no mercado como medicamento genérico e sob várias formas farmacêuticas", disse a coordenadora da equipa portuguesa, Marta Mendes.

Na prática clínica, este composto é utilizado como "imunossupressor em pacientes submetidos a transplante (particularmente de rim e fígado) para controlar a resposta imunológica e evitar a rejeição do órgão transplantado".

"Os mecanismos biológicos subjacentes aos diferentes quadros de depressão não estão completamente elucidados", indicou, acrescentando que os trabalhos existentes na área sugerem que se trata "de uma cascata de processos de sinalização que, em última instância, provocam um desequilíbrio nos níveis das moléculas (neurotransmissores) responsáveis pela transmissão de informação entre as células nervosas (neurónios)".

De acordo com a investigadora, "a maioria dos antidepressivos existentes atuam sobretudo nos últimos passos desta cascata, de forma a normalizar os níveis dos neurotransmissores e assim aliviar os sintomas de depressão".

Com base em dados experimentais, "é expectável" que os novos compostos venham a atuar "em alvos (proteínas) a montante nesta cascada e que têm sido associados a certos quadros de ansiedade e depressão. Em teoria, a atuação mais cedo na cascada de sinalização poderá tornar estes medicamentos mais eficientes", referiu ainda.

O consórcio internacional Tacrodrugs, constituído por sete de Portugal, de Espanha, da Alemanha e da Noruega, foi um dos vencedores do sétimo concurso ERA-IB-2, uma rede financiada ao abrigo do 7.º Programa Quadro, que procura identificar as melhores práticas como base para a cooperação necessária na implementação do Espaço Europeu de Investigação (ERA).

A equipa do i3S, que conta com cinco investigadores, pretende "otimizar a produção das próprias bactérias, para que assim seja possível produzir em maior quantidade e tornar esse composto rentável para a indústria farmacêutica".

Este trabalho vai ser desenvolvido através da utilização de técnicas de biologia sintética para a manipulação genética de bactérias produtoras de compostos naturais.

Marta Mendes tem feito o seu percurso na área da microbiologia e no estudo da biossíntese de compostos com interesse clínico e biotecnológico por parte de microrganismos (bactérias).

Segundo a coordenadora, "muitos dos princípios ativos dos medicamentos que se podem encontrar nas farmácias, em particular quando se fala de antibióticos, têm origem e/ou são produzidos por bactérias".

"O meu trabalho tem sido focado no estudo das bactérias e como estas produzem os compostos, bem como no desenvolvimento de estratégias para a produção de novos compostos que, no futuro, podem vir a ter interesse biotecnológico".

O projeto desenvolvido pelo consórcio internacional Tacrodrugs inicia em novembro e tem a duração de três anos, tendo sido financiado em cerca de dois milhões de euros.

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