Instituto de Medicina Tropical
Mais de 20 mil pessoas foram a consultas do viajante nos dois últimos anos, um decréscimo face ao período da presença da ...

De acordo com dados do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, 21.286 pessoas foram a consultas de medicina do viajante (pré-viagem) e de medicina tropical (pós-viagem) nos anos 2015 (10.625) e 2016 (10.661) respetivamente.

Os dados indicam que entre 2008 (4.233) e 2014 (12.020), as consultas no Instituto sofreram um aumento, sendo que durante o período da presença da ‘troika’, entre 2011 e 2014 foram registadas 44.912 consultas de medicina do viajante e de medicina tropical.

Em 2011 foram registadas 9.903 consultas, em 2012 o número aumentou para 11.148, em 2013 para 11.841 e em 2014 para 12.020.

Em entrevista à agência Lusa, o diretor clínico da consulta do viajante, do Instituto da Higiene e Medicina Tropical, Carlos Araújo, explicou que o aumento tem a ver com acesso a mais informação, com a emigração, e com as viagens de turismo aliadas ao turismo de lazer.

“Este aumento vai variando ao longo do tempo. Por exemplo no tempo da crise económica, da ‘troika’, quem ia mais a estas consultas eram as pessoas que iam trabalhar, principalmente para Angola. Nesta altura, havia menos pessoas a viajar e, neste momento a situação inverteu-se. Passou a ser como há 20 anos: viaja-se em turismo”, disse.

Segundo Carlos Araújo, a população também evoluiu, sendo atualmente mais letrada e com mais acesso a informação de saúde.

“Há muita gente jovem a viajar e a fazer turismo. Às vezes associam formação académica com turismo. (…) Eu diria que globalmente as pessoas estão mais alertadas e por esse motivo recorrem menos às consultas”, sublinhou.

Em declarações, o diretor clínico da consulta do viajante no Instituto da Higiene e Medicinal Tropical destacou a importância de sempre que uma pessoa vai viajar para países muito diferentes do sítio onde residem devem pedir aconselhamento.

“Estas consultas não são obrigatórias. (…) São consultas de aconselhamento, ou como eu costumo dizer: de gestão de risco”, disse.

De acordo com Carlos Araújo, nestas consultas, as pessoas são aconselhadas sobre as vacinas a tomar, sobre cuidados específicos a ter na região para onde vão viajar, as epidemias, os hábitos alimentares, vestuário, entre outros.

“Há uns anos atrás, as agências de viagens aconselhavam as pessoas a irem a uma consulta do viajante, mas hoje, sobretudo os jovens, marcam viagens e fazem planos sem recurso às agências. Ainda hoje percebemos que muitas vezes as pessoas vêm à consulta porque vão para países onde é exigida a vacina da febre amarela”, disse.

Na opinião do médico, a maioria das pessoas que vão às consultas do viajante vão para África, o sudoeste asiático e ilhas do Pacífico.

Carlos Araújo explicou que o ideal é que a pessoa que vai viajar vá a uma consulta com dois meses de antecedência e que depois aceda a ‘sites’ oficiais para ir atualizando a informação.

O responsável contou ainda que durante as consultas são recomendados cuidados aos viajantes como por exemplo os cuidados a ter com a alimentação, como evitar picadas dos mosquitos, doenças sexualmente transmissíveis, bem como chamar a atenção para o risco de embolia pulmonar quando se fazem viagens de avião de longa duração.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Portugal continental e os arquipélagos da Madeira e dos Açores apresentam hoje um risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação...

Para as regiões com risco 'muito elevado', o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o UV é 'baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

Quanto ao estado do tempo, o IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo e vento moderado do quadrante norte, temporariamente de sudoeste no sotavento algarvio durante a tarde, soprando moderado a forte com rajadas até 80 quilómetros por hora, de nordeste nas terras altas em especial a partir da tarde e de noroeste no litoral oeste.

Na Madeira prevê-se céu geralmente pouco nublado, apresentando períodos de maior nebulosidade nas vertentes norte da ilha e na ilha de Porto Santo.

Está também previsto vento moderado a forte de nordeste, com rajadas até 70 quilómetros por hora nos extremos leste e oeste da ilha da Madeira e em alguns locais montanhosos e pequena descida da temperatura nas zonas montanhosas a partir do meio da tarde.

O IPMA prevê para hoje no grupo ocidental (Flores e Corvo) dos Açores períodos de céu muito nublado com abertas e vento sueste moderado tornando-se bonançoso.

Para o grupo central (Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial) prevê-se períodos de céu muito nublado com abertas, aguaceiros, em geral fracos a partir da tarde e vento sueste bonançoso, rodando para leste.

No grupo oriental (São Miguel e Santa Maria) está previsto céu muito nublado, aguaceiros, geralmente fracos e vento leste moderado.

Quanto às temperaturas, em Lisboa as temperaturas vão variar entre 15 e 24 horas Celsius, no Porto entre 13 e 26, em Braga entre 11 e 26, em Viana do Castelo entre 12 e 26, em Vila Real entre 11 e 24, em Viseu entre 09 e 26, em Bragança entre 10 e 24, na Guarda entre 09 e 22, em Coimbra entre 12 e 27, em Aveiro entre 15 e 22, em Castelo Branco entre 15 e 30, em Santarém entre 14 e 27, em Leiria entre 14 e 23, em Portalegre entre 14 e 29, em Évora entre 13 e 31, em Beja entra 12 e 31, em Setúbal entre 16 e 27 e em Faro entre 16 e 30.

No Funchal as temperaturas vão oscilar entre 21 e 27, em Ponta Delgada e Angra do Heroísmo entre 19 e 25, na Horta entre 20 e 25 e em Santa Cruz das Flores entre 21 e 24.

Até final deste ano
O INEM iniciou a renovação da sua frota automóvel com a substituição de 41 ambulâncias até ao final do ano, as quais deverão...

Em declarações, o presidente do INEM afirmou que até final de 2017 serão renovadas 41 ambulâncias colocadas nos Postos de Emergência Médica (PEM) dos bombeiros, no âmbito de uma operação que vai continuar a um ritmo de 75 ambulâncias substituídas por ano até à renovação completa de uma frota de 300 veículos.

Estas ambulâncias serão adquiridas de uma forma diferente, uma vez que o INEM “vai subsidiar as associações humanitárias para que possam fazer a aquisição direta da viatura”, explicou Luís Meira.

“Desta maneira garantimos um processo muito mais rápido, o qual vai também depender da resposta que os fornecedores de ambulâncias tiverem, mas que pensamos que em dois, três meses será possível termos estas ambulâncias ao serviço”, disse.

Cada ambulância custa 50 mil euros, dos quais 45 mil euros se destinam à aquisição da viatura, 3.000 euros para equipamento e 2.000 euros para manutenção e seguro durante o primeiro ano.

Segundo Luís Meira, isto também vai permitir que, desde o início, a propriedade das ambulâncias seja das corporações, garantindo que no fim do protocolo a ambulância permanece nos bombeiros, aí sem as obrigações decorrentes do protocolo.

As primeiras ambulâncias a serem substituídas deverão ser as dos PEM dos Bombeiros Voluntários de Góis e de Figueiró dos Vinhos, para as quais já foram assinados protocolos.

Os protocolos deverão ter uma duração de seis, sete e oito anos, consoante a atividade dessas ambulâncias.

As novas viaturas irão ter um aspeto diferente das atuais, uma vez que contarão com elementos alusivos aos bombeiros na traseira da ambulância.

“Tivemos o cuidado de diferenciar estas ambulâncias, porque nos pareceu importante diferenciar as ambulâncias cujo processo de aquisição e de manutenção é da inteira responsabilidade do Instituto daquelas que têm este novo paradigma de aquisição e que contam com uma colaboração muito grande dos bombeiros”, referiu.

Segundo o INEM, 65,5% das ambulâncias têm oito ou mais anos.

Em 2017
O Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga, sediado em Santa Maria da Feira, revelou hoje que aumentou em 12% as cirurgias...

De janeiro a junho deste ano, o Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga (CHEDV) realizou um total de 10.032 intervenções cirúrgicas, explicou fonte da administração da estrutura que integra, além do hospital de Santa Maria da Feira, os de São João da Madeira e Oliveira de Azeméis.

"Este bom resultado deve-se a várias medidas destinadas a otimizar a utilização dos blocos operatórios nos três hospitais do CHEDV e um dos fatores que mais contribuiu para esse significativo crescimento foi o aumento de 24% da produção em cirurgia de ambulatório", referiu a mesma fonte.

Só em registo de ambulatório, as cirurgias realizadas no primeiro semestre de 2017 foram 5.357, no que se destaca a prestação do Hospital de São João da Madeira.

"O excelente desempenho dessa unidade verifica-se na sequência do plano estratégico e de revitalização iniciado em 2016 e totalmente implementado neste momento, o que, só aí, permitiu um crescimento de 37% nas cirurgias", explica a fonte da administração.

Quanto ao tipo de intervenção realizada nos utentes, mais de 90% da atividade cirúrgica do primeiro semestre está distribuída pelas áreas de Oftalmologia (que registou 2.488 operações), Cirurgia Geral (com 2.148), Ortopedia (1.827) Ginecologia (1.549 operações) e Otorrinolaringologia (1.157).

Para Miguel Paiva, presidente do conselho de administração do CHEDV, esse crescimento tem ainda mais significado considerando que a instituição já é a "que apresenta os melhores tempos de espera" entre os hospitais do seu grupo de referência - que é o C, relativo a unidades de média dimensão.

"Reduziu para 68 dias a mediana do tempo de espera da lista de inscritos para cirurgia, segundo os dados acumulados em maio de 2017 pela Administração Central do Sistema de Saúde, e é também a instituição dentro do seu grupo de referência que teve uma evolução mais positiva ao nível da cirurgia de ambulatório", especifica a já referida fonte da administração.

A prioridade de Miguel Paiva é agora assegurar que essas cirurgias decorrem "dentro dos tempos de resposta garantidos e sempre dentro dos mais elevados parâmetros de segurança e qualidade".

"Este crescimento é o resultado do empenho das equipas de profissionais que temos nos nossos três hospitais e coloca-nos neste momento um desafio ainda maior, mas estamos convictos de que o conseguiremos alcançar, quer pela confiança que temos nos projetos atualmente existentes, quer pelos investimentos que temos em curso", conclui.

IBEROS
Cerca de 150 investigadores portugueses e espanhóis integram um projeto que visa criar soluções de biotecnologia focadas no...

O objetivo principal do IBEROS, liderado pela Universidade de Vigo, em Espanha, passa por "potenciar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação, dirigida a um envelhecimento saudável", disse Goreti Sales, coordenadora do BioMark/Sensor Research, centro de investigação do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), um dos parceiros deste projeto.

Constituído por oito universidades da Galiza e do Norte de Portugal, o projeto terá a duração de 27 meses, período no qual os envolvidos vão procurar responder a alguns dos principais problemas de saúde decorrentes do avançar da idade, como dificuldades de locomoção, degeneração neurológica e distúrbios no sistema vascular.

De acordo com a investigadora, o BioMark/Sensor Research vai colaborar no contexto dos biomateriais e da nanotecnologia, área na qual se tem vindo a especializar, tendo como foco o desenvolvimento de novos dispositivos para o diagnóstico do cancro, das doenças cardiovasculares e do Alzheimer.

"O desenvolvimento científico e a melhoria dos cuidados de saúde têm feito aumentar a esperança média de vida", tendência que tem "sido acompanhada pelo aumento das patologias associadas à idade", referiu o ISEP, numa nota informativa sobre o projeto.

Embora a bioengenharia seja uma área científica "relativamente recente", tem "um potencial imenso de aplicabilidade na saúde individual e coletiva", disponibilizando próteses e implantes, eletrónica aplicada à monitorização de pacientes, telemedicina ou tratamento de imagens médicas para diagnóstico, lê-se ainda no comunicado.

"Estar integrado num grupo tão alargado, heterogéneo e especializado, que inclui médicos, engenheiros, físicos e biólogos, permite levar a cabo uma investigação muito mais completa, que contempla os mais diversos quadrantes da área da saúde e permite desenvolver mecanismos e soluções adequadas a cada um dos principais problemas de saúde associados ao envelhecimento", concluiu Goreti Sales.

O IBEROS conta ainda com a colaboração da Universidade do Minho, da Universidade Católica Portuguesa, do Instituto de Investigações Marítimas de Vigo, do Instituto de Investigação Biomédica da Corunha, da Universidade de Santiago de Compostela e do Instituto de Engenharia Biomédica.

Este projeto é financiado em cerca de dois milhões de euros pelo Programa Intererreg 2014-2020, que promove a cooperação transfronteiriça entre Portugal e Espanha.

Pesticidas
A Comissão Europeia abriu uma investigação para determinar se as autoridades belgas informaram tarde de mais o sistema de...

“Há uma investigação em curso para estabelecer com precisão quando as autoridades belgas tiveram conhecimento. Até ao momento não temos nenhuma confirmação se infringiram as normas”, disse uma porta-voz comunitária, Mina Andreeva, durante a conferência de imprensa diária da Comissão Europeia (CE).

A porta-voz precisou que a Bélgica informou no passado dia 20 de julho as autoridades comunitárias, através do Sistema de Alerta Rápido para os Géneros Alimentícios e Alimentos para Animais (RASFF) da União Europeia (UE), que tinha tido conhecimento da existência de ovos contaminados com o pesticida Fipronil, cujo uso é proibido em animais destinados ao consumo humano.

“Nenhuma informação sobre este caso de contaminação chegou à CE por outros canais técnicos ou por outro tipo de canal antes do dia 20 de julho”, insistiu a representante.

Mina Andreeva indicou que “ainda não foi estabelecido na investigação, se as autoridades belgas sabiam antes ou não”.

E recordou que os Estados-membros da UE têm “a obrigação legal de notificar o sistema de alerta rápido imediatamente a partir do momento em que têm conhecimento de uma ameaça para a saúde humana”.

Em caso de incumprimento desta obrigação legal, a CE pode iniciar um procedimento de infração contra um Estado-membro.

“Neste momento, este não é o caso com a Bélgica”, onde o Ministério Público abriu um inquérito para investigar a utilização fraudulenta do Fipronil e tentar perceber como este pesticida terá entrado em contacto com os ovos, segundo garantiu outra porta-voz comunitária, Anna-Kaisa Itkonen.

Na semana passada, o organismo holandês responsável pela segurança alimentar e sanitária (NVWA) lançou um alerta alimentar por suspeita de contaminação de ovos com Fipronil, um pesticida utilizado para eliminar ácaros e insetos.

As autoridades belgas já tinham avisado a 20 de julho os parceiros europeus, depois de ter detetado Fipronil numa remessa de ovos, e a Holanda fez o mesmo no dia 28.

No entanto, só na passada quinta-feira, 03 de agosto, é que as autoridades holandesas advertiram de que, em alguns lotes de ovos, a quantidade do pesticida era superior aos limites e poderia representar um perigo para a saúde dos consumidores.

Em grandes quantidades, o Fipronil é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “moderadamente tóxico” para o homem.

Na sequência do alerta, e como medida de precaução, várias cadeias de supermercados na Holanda, Alemanha e na Bélgica decidiram retirar das prateleiras certos lotes de ovos.

Na segunda-feira, a UE decidiu notificar, como medida de prevenção, as autoridades de segurança alimentar no Reino Unido, França, Suécia e Suíça sobre a eventual entrada naqueles territórios de lotes de ovos contaminados com o pesticida tóxico.

Uma fonte da Direção-Geral da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural (DGAV) referiu hoje que os ovos em causa não estão à venda em Portugal.

No Porto
Investigadores do Porto estão a estudar a degeneração do disco intervertebral para criar uma solução que combata este problema,...

Este problema clínico "é líder em termos de número de anos vividos com incapacidade", explicou a investigadora Raquel Gonçalves, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), responsável pelo projeto "Disc degeneration, neuro and immuno-modulation".

Outro dos objetivos desta investigação é estudar a relação entre o disco intervertebral e a resposta inflamatória, bem como o potencial terapêutico das células estaminais mesenquimais.

As células estaminais mesenquimais são, segundo a investigadora, "células progenitoras muito raras, que originam células iguais a elas próprias" e, ao mesmo tempo, "células mais maduras, que constituem os ossos, a cartilagem e a gordura".

Essas células "encontram-se, maioritariamente, na medula óssea e no tecido adiposo", podendo também ser encontradas "numa variedade de outros tecidos", referiu, acrescentando que as mesmas têm sido utilizadas em diversas áreas clínicas, "até de uma forma um pouco abusiva", devido ao seu "vasto potencial terapêutico".

Tendo por base o secretoma (conjunto de moléculas que incluem proteínas, fatores de crescimento, metabolitos e vesículas extracelulares) que essas células transportam para o meio líquido que as rodeiam, a equipa pretende desenvolver uma solução para regenerar o disco intervertebral, diminuir a sua enervação e controlar a resposta inflamatória.

O projeto foi recentemente distinguido pela Eurospine - The Spine Society of Europe (Sociedade Europeia da Coluna), tendo recebido um financiamento de 50 mil, euros que vai permitir à equipa desenvolver a nova estratégia terapêutica, sendo esta a segunda distinção que a instituição atribui a Raquel Gonçalves.

O "Disc degeneration, neuro and immuno-modulation" conta ainda com a participação dos investigadores do i3S Meriem Lamghari, Mário Barbosa e Susana Santos, e de Pedro Sousa, do Serviço de Neurocirurgia do Centro Hospitalar São João.

Na mesma semana em que foi premiada pela Eurospine, Raquel Gonçalves viu aprovada a sua candidatura a uma bolsa Alexander Humboldt for Experienced Researchers, da fundação alemã Alexander Humboldt.

Esta bolsa vai permitir à investigadora financiar a sua estadia na Alemanha, durante seis meses, para desenvolver um projeto no 'Institute of Orthopedics and Biomechanics em Ulm', que atua na área da biologia do disco intervertebral e modelos de biomecânica.

Relações sexuais
Aumento da libido, mais tempo juntos e maior disponibilidade dos casais leva a um maior número de relações sexuais e,...

O sol, as férias e o tempo livre fazem do verão uma época propícia de relaxamento e libertação das obrigações, tarefas, rotina e stresse diário. Os dias são maiores, fazendo com que tenhamos mais horas para nos dedicarmos a nós próprios e aos momentos de ócio. Inclusivamente nas relações pessoais, parece que o calor, menos roupa e o ambiente relaxado estimulam o desejo sexual.

Assim o afirmam diversos estudos que associam o aumento dos níveis de vitamina D, gerados pela exposição solar nos meses de verão, com o aumento dos níveis de testosterona1, hormona associada diretamente ao desejo sexual tanto nos homens como nas mulheres. Após estudar 2.299 voluntários, ficou demonstrado que os indivíduos que tinham elevadas quantidades de vitamina D apresentavam também um nível mais elevado de testosterona no sangue e, que se pareceu traduzir num aumento da libido2.

É por isso que, precisamente nesta época, não devemos esquecer a importância da utilização dos contracetivos para a prevenção de gravidezes não desejadas. Apesar de, segundo dados do último Inquérito sobre a Contraceção em Portugal desenvolvido pela Sociedade Portuguesa da Contracepção (SPDC) e pela Sociedade Portuguesa de Ginecologia, em 2015, 94,1% das portuguesas em idade fértil utilizar algum tipo de método contracetivo3, há uma elevada percentagem de casais que se expõem a relações sexuais desprotegidas.

Para Teresa Bombas, médica especialista em ginecologia e obstetrícia e presidente da SPDC, “a utilização inconsistente dos métodos contracetivos é arriscada e deve ser evitada. Os casais têm a ideia de que se encontram protegidos, mas é uma falsa perceção, e a possibilidade de uma gravidez não desejada, essa sim, é muito real. É por isso, essencial alertar que só um uso correto e regular de contraceção permite reduzir o risco de falha do método. E, consciencializar que, caso haja uma falha, existe ainda a possibilidade de fazer contraceção de emergência, para evitar uma gravidez não desejada”.

É, por isso, necessário insistir na informação sobre a importância da utilização correta dos métodos contracetivos regulares, sem esquecer que, caso alguma coisa corra mal e exista uma relação sexual desprotegida, existe uma segunda oportunidade – contraceção de emergência. A pílula de emergência, que pode ser adquirida de forma simples e sem receita na farmácia, deve ser tomada o mais rapidamente possível após uma relação sexual não protegida ou uma falha no método contracetivo utilizado.

Referências:
1 The effect of seasonal variation on sexual behaviors in males and its correlation with hormone levels: a prospective clinical trial. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5057046/
2 Association of vitamin D status with serum androgen levels in men. Dezembro de 2009. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20050857
3 “Avaliação das Práticas Contracetivas das Mulheres em Portugal”, de 29 de Maio de 2015, da Sociedade Portuguesa de Ginecologia e Sociedade Portuguesa de Contracepção

Médicos
Doentes estão a abandonar terapêutica contra colesterol, com graves riscos para a saúde.

Está em curso uma campanha anti-colesterol e anti-estatinas que atingiu o seu apogeu com a transmissão pela RTP 1 do documentário Colesterol: A grande farsa. Quem o diz é o Prof. Doutor Manuel Oliveira Carrageta, Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, e o Prof. Doutor Ovídio Costa, Diretor dos Cursos de pós-graduação em Geriatria Clínica e Medicina Desportiva da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que se unem para deixar o alerta: “Esta estação pública, na nossa opinião, prestou um mau serviço ao transmitir este documentário, ainda mais sem quaisquer esclarecimentos adicionais contraditórios, apostando exclusivamente nos argumentos que impactam nas audiências e sem tentar estimar outro tipo de consequências para a opinião pública como, por exemplo, o aumento do efeito nocebo - do latim ‘fazer mal’ - e da ocorrência da síndrome de privação das estatinas.”  

Para o Prof. Manuel Carrageta, “este tipo de apreciações, em contraponto com o estado atual da arte e da ciência no que se refere à prevenção e tratamento dos acidentes cardiovasculares, são vulgares e insensatas. São argumentos sensacionalistas, com origem em personalidades médicas com pouco reconhecimento científico junto dos pares. Salientamos que estas campanhas podem ter consequências mortais para os doentes de risco, ao pôr em causa uma terapêutica com efeitos benéficos tão claramente demonstrados”.

Devido à campanha anti-colesterol e anti-estatinas que cresce nos média e na internet, os dois especialistas confirmam que têm passado, ultimamente, bastante tempo nas consultas a tentar manter os doentes a fazer ou iniciar terapêutica com Estatinas, uma vez que o receio causado pelo alarmismo desta campanha tem levado alguns doentes a abandonar a terapêutica, com graves consequências para a sua saúde. Mas esta campanha faz mais: origina, por parte de muitos doentes, a suspensão abrupta da medicação com efeitos particularmente nocivos para os que sofrem com doença coronária não estabilizada (síndrome de privação), frequentemente associado ao efeito nocebo, que explica por é que alguns doentes passaram a atribuir de forma errada sintomas só após conhecer os efeitos secundários dos fármacos correta (ler a bula) ou exageradamente divulgados.

“Como seria útil utilizar o poder da televisão para melhorar a saúde pública no nosso país!”, sugere o Prof. Doutor Ovídio Costa. “Se cada pessoa consumisse a partir de hoje menos 2g de sal por dia, a taxa de AVCs diminuiria 30 a 40% nos próximos 5 anos. Ou seja, em média, evitar-se-iam 11.000 casos de AVC por ano. Como seria útil a televisão lembrar-lhes isto, entre outros conselhos para a saúde, todos os dias.”

Será mesmo o colesterol uma grande farsa e as estatinas o maior embuste farmacêutico do século? Se foi esta a questão que ficou na mente de quem assistiu ao programa referido, dar-lhe resposta é fácil: não. “As estatinas foram o maior avanço terapêutico na doença coronária das últimas décadas, juntamente com outros meios, tais como o bypass coronário, a angioplastia coronária e a terapêutica trombolítica na fase aguda do infarto do miocárdio. Atendendo ao facto de estas doenças serem a principal causa de morte na maioria dos países, é fácil percebermo a enorme utilidade destes recursos. Poupam-se milhares de vidas”, conclui o Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

E quanto ao colesterol? A maior probabilidade de regressão da aterosclerose ocorre quando os valores de colesterol LDL (mau colesterol) se situam abaixo de 70, o que corresponde, aproximadamente, a uma taxa de colesterol total de 130 ou, nos indivíduos doentes, apesar de sempre terem apresentado valores normais, uma redução de 50%. Para atingir esses valores alvo é necessário otimizar a dieta e, por vezes, utilizar doses muito elevadas de estatinas, isoladamente ou em associação com outros tipos de medicamentos.

A adoção de um estilo de vida saudável desde muito cedo, associado ao diagnóstico precoce (rastreio) das primeiras lesões ateroscleróticas, assim como o tratamento da doença contribuirão, dentro de poucos anos, para quase erradicar o enfarte do miocárdio e o AVC.

“Salientando que somos reconhecidos defensores das virtudes do estilo de vida saudável, não podemos deixar de referir que as estatinas dispõem de uma sólida evidência que demonstra que o seu emprego em doentes de risco reduz significativamente a morte cardiovascular. Reconhecemos também que as estatinas, como todos os outros medicamentos, podem ter efeitos secundários, mas os benefícios são tão significativos que devemos fazer todos os esforços para que estes medicamentos sejam usados nos doentes apropriados. Hoje em dia, quem põe em causa o uso das estatinas como fármaco de primeira linha no combate à principal causa de morte da nossa população está a negar a utilização de uma classe de fármacos que reduz significativamente o risco de morte cardiovascular”. Para mais, “é conhecido que as grandes companhias farmacêuticas já não promovem as estatinas, que em sua maioria estão disponíveis no mercado como genéricos”, conclui o Prof. Manuel Carrageta. 

Direção-Geral da Agricultura
Os ovos identificados na Holanda com um pesticida tóxico não estão à venda em Portugal, segundo adiantou fonte da Direção-Geral...

Na passada quinta-feira, as autoridades holandesas advertiram de que, em alguns lotes de ovos, a quantidade do pesticida era superior aos limites e poderia representar um perigo para a saúde dos consumidores.

Trata-se do Fipronil que é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “moderadamente tóxico” para o homem. O uso deste pesticida é expressamente proibido em animais destinados ao consumo humano.

Questionado, este organismo do Ministério da Agricultura afirmou que a distribuição de “os ovos em causa, cujos lotes foram de imediato identificados, restringe-se aos seguintes países: Holanda, Bélgica, Alemanha, França, Itália, Polónia e Dinamarca.

Na segunda-feira, a União Europeia (UE) notificou as autoridades de segurança alimentar no Reino Unido, França, Suécia e Suíça sobre a eventual entrada naqueles territórios de lotes de ovos contaminados com um pesticida tóxico.

A Comissão Europeia decidiu avançar com esta medida preventiva depois da Holanda e da Alemanha terem notificado durante o fim de semana passado o Sistema de Alerta Rápido para os Géneros Alimentícios e Alimentos para Animais (RASFF) da UE.

Na sequência deste alerta, e como medida de precaução, várias cadeias de supermercados na Holanda, Alemanha e na Bélgica decidiram retirar das prateleiras certas remessas de ovos.

Segundo a Direção-Geral da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural (DGAV), Portugal tem uma taxa de aprovisionamento de ovos de 140%.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todas as regiões de Portugal continental e os arquipélagos da Madeira e dos Açores apresentam hoje um risco ‘muito elevado’ de...

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), todas as regiões de Portugal continental e os arquipélagos da Madeira e Açores apresentam hoje um risco ‘muito elevado’ e ‘elevado’ (Ponta Delgada, ilha de São Miguel) de exposição à radiação ultravioleta (UV).

Para as regiões com risco 'muito elevado', o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o UV é 'baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

Quanto ao estado do tempo, o IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, vento fraco a moderado do quadrante norte, soprando temporariamente de sudoeste no sotavento algarvio durante a tarde, sendo moderado a forte com rajadas até 75 quilómetros por hora no litoral oeste, em especial durante a tarde.

Nas terras altas, prevê-se vento moderado a forte do quadrante norte com rajadas até 80 quilómetros por hora, em especial até ao meio da manhã e a partir do final da tarde.

A previsão aponta ainda para uma pequena descida de temperatura nas regiões do interior e no Algarve.

Na Madeira, céu geralmente pouco nublado, apresentando períodos de maior nebulosidade nas vertentes norte da ilha e no Porto Santo e vento moderado a forte de nordeste, com rajadas até 80 quilómetros por hora nos extremos leste e oeste.

Para os Açores a previsão aponta para períodos de céu muito nublado com abertas, aguaceiros fracos na madrugada e manhã e vento bonançoso a moderado, sendo fresco com rajadas da ordem dos 55 quilómetros por hora no grupo ocidental (ilhas Flores e Corvo).

No que diz respeito às temperaturas, em Lisboa vão oscilar entre 16 e 26 graus celsius, no Porto entre 13 e 23, em Braga entre 12 e 26, em Viana do castelo entre 13 e 23, em Vila Real entre 12 e 26, em Viseu entre 11 e 26, em Bragança entre 10 e 26, na Guarda entre 10 e 23, em Aveiro entre 15 e 22, em Coimbra entre 12 e 25, em Castelo Branco entre 14 e 31, em Portalegre entre 13 e 29, em Leiria entre 14 e 23, em Santarém entre 15 e 29, em Évora entre 13 e 32, em Beja entre 13 e 32, em Setúbal 15 e 29 e em Faro entre 19 e 32.

No Funchal, as temperaturas vão variar entre 21 e 28, em Ponta Delgada e em Angra do Heroísmo entre 19 e 25 e em Santa Cruz das Flores entre 21 e 25.

Certificado CE
A Agência Espanhola do Medicamento requereu a retirada do mercado do método contracetivo “Essure”, por este não dispor...

A Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos de Saúde (AEMPS) foi informada pela empresa Bayer Hispania da suspensão temporária do certificado CE a este produto, emitido pelo Organismo Notificado Irlandês.

A suspensão do certificado tem efeitos desde o dia 03 de agosto e por um período de 90 dias, até 02 de novembro.

Muitos produtos só podem ser vendidos na União Europeia se ostentarem a marcação CE, que certifica que os mesmos foram avaliados e cumprem os requisitos da UE em matéria de segurança, saúde e proteção do ambiente.

Numa nota emitida na segunda-feira, a AEMPS explica que o "Essure" é um anticoncecional permanente e que atua de forma mecânica, provocando uma reação de corpo estranho que produz a oclusão da trompa.

Na mesma nota, a agência espanhola refere que por não ter atualmente o certificado CE em vigor, foi requerida a sua retirada do mercado.

Segundo a Agência Espanhola do Medicamento, os dados do estudo epidemiológico francês, de 19 de abril de 2017, que teve em conta os resultados de um estudo epidemiológico de mais de 100.000 mulheres, não questionam a relação benefício/ risco do "Essure" implante, e que, por isso, não é apropriado aconselhar a remoção do dispositivo.

A 22 de fevereiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil, suspendeu o contracetivo sistema "Essure", apontando como potenciais riscos associados ao dispositivo “alterações no sangramento menstrual, gravidez indesejada, dor crónica, perfuração e migração do dispositivo, alergia e sensibilidade ou reações do tipo imune”.

Estudo
As imagens que as pessoas publicam nas redes sociais podem indicar se estão tristes ou alegres e mesmo detetar uma depressão,...

Investigadores de duas universidades norte-americanas concluíram que o tipo de fotografias que as pessoas colocam na rede social Instagram podem indicar uma depressão e permitir, através de uma aplicação, a detetar a doença.

“Isto leva a um novo método para detetar precocemente uma depressão e outras doenças mentais emergentes”, disse Chris Danforth, professor da Universidade de Vermont, que liderou o estudo com Andrew Reece, da Universidade de Harvard. Os dois garantem que o algoritmo pode detetar mais rapidamente a depressão do que o diagnóstico clínico.

E indicam, segundo o trabalho hoje publicado no jornal EPJ Data Science, que a taxa de deteção de 70% dos computadores é mais fiável que o sucesso de 42% dos casos por parte dos médicos de medicina geral.

Para a investigação, os responsáveis pediram a ajuda de voluntários, que compartilharam o seu Instagram e o historial de saúde mental. Recolheram 43.950 fotografias de 166 pessoas, metade das quais disseram ter estado clinicamente deprimidas nos últimos três anos.

Analisando as fotografias, utilizando informação psicológica sobre a preferência das pessoas pelo brilho, cor e sombra, os investigadores concluíram que pessoas mais deprimidas tendiam a publicar fotografias em média mais melancólicas, mais escuras e com menos qualidade do que as publicadas por pessoas saudáveis.

E também descobriram que pessoas saudáveis usavam filtros que dão às fotografias um tom mais quente e brilhante. Nas pessoas deprimidas o filtro mais popular é o que faz as fotografias ficarem a preto e branco.

“Por outras palavras, as pessoas que sofrem de depressão têm mais tendência para escolher um filtro que literalmente tira a cor das imagens que querem partilhar”, disseram os investigadores.

Faces nas fotografias partilhadas também são um indicador. De acordo com o estudo as pessoas deprimidas são mais propensas a publicar fotografias com caras, mas por norma com menos caras do que as que publica o grupo considerado saudável. Entendem os responsáveis que menos rostos podem indicar que as pessoas deprimidas interagem menos.

O estudo incluiu a análise das fotografias por parte de voluntários, dizendo se pertenciam a pessoas deprimidas ou não, mas os resultados não foram tão eficazes como os do modelo estatístico testado pelo computador.

Os investigadores entendem que este tipo de aplicação tem o potencial de ajudar as pessoas no início da doença mental, evitando diagnósticos falsos, e apoiar uma deteção precoce, especialmente para os que não têm acesso a especialistas.

Estudo
Investigadores testaram em ratos e porcos uma nanotecnologia capaz de substituir órgãos com lesões, ao 'entregar'...

A nova tecnologia, desenvolvida por cientistas da universidade norte-americana de Ohio, pode ser usada para reparar ou regenerar tecidos, incluindo órgãos, vasos sanguíneos e células nervosas.

No estudo, cujos resultados foram publicados na revista científica Nature Nanotechnology, a equipa conseguiu reprogramar células da pele para se tornarem células do sistema vascular em patas de porco gravemente feridas e com falta de circulação sanguínea.

Ao fim de uma semana, apareceram na pata do animal vasos sanguíneos funcionais. Duas semanas depois, a pata ficou curada.

Numa outra experiência, a equipa reprogramou células da pele 'in vivo' em células nervosas, que foram injetadas no cérebro de ratos para ajudá-los a recuperar de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A tecnologia foi desenhada para 'entregar', através de um 'chip', novo material genético (ADN e ARN) a células adultas e convertê-las em outro tipo de células.

A nova informação genética é distribuída no organismo quando o 'chip', colocado momentaneamente sobre a pele, é 'ativado', em menos de um segundo, com uma pequena descarga elétrica.

A equipa científica tenciona testar a nanotecnologia em humanos em 2018.

Saúde Mental na Gravidez e Puerpério
Durante a gravidez e o período pós-parto a mulher passa por mudanças biológicas, psicológicas e soci

Para além de todas as alterações que este processo biológico envolve, estar à espera de um bébé, habitualmente, constitui um fator de stress para a grávida. “Para a mulher não é só o corpo que muda. Durante este período, muda também um conjuntos de representaçãoes que a mulher tem sobre si mesma, sobre o bebé e o seu parceiro”, começam por explicar o psiquiatra Diogo Telles Correia e a especialista em ginecologia e obstetrícia Maria do Céu Santo, ambos coordenadores do manual “Saúde Mental na Gravidez e Puerpério” publicado pela editora LIDEL.

Neste quadro de mudança, durante o perído pré e pós-parto, podem surgir algumas perturbações psquiátricas que requerem tratamento especializado.

Do conjunto de perturbações psiquiátricas registadas, as perturbações de ansiedade e a depressão são as mais frequentes, estimando-se que esta última possa atingir cerca de 30%  das mulheres no pós-parto.  “Durante a gravidez pode atingir 12 a 13%. No entanto, sabe-se que, em cerca de 65% dos casos, estas depressões não são diagnosticadas”, esclarece Diogo Telles Correia.

Entre as causas da pertubação depressiva major encontram-se a genética da própria grávida, ou seja, a propensão  hereditária para o desenvolvimento de  perturbações psiquiátricas, e as alterações hormonais a que está sujeita durante e após a gravidez.

“Existem alguns estudos que se debruçam sobre as consequências das perturbações depressivas e de ansiedade graves durante a gravidez. Alguns deles demonstram que pode haver influência no desenvolvimento e bem-estar do bebé. No pós-parto, é também referido que o processo de relação/vinculação do bebé com a mãe pode ser influenciado por estas situações”, revela Maria do Céu Santo justificando, deste modo, a necessidade quer de um diagnóstico precoce quer de tratamento especializado. “Quanto antes for diagnosticada menos consequências terá”, acrescenta.

A verdade é que, de acordo com alguns estudos, as crianças de mães com depressão pós-parto são descritas como mais ansiosas e menos felizes.

No entanto, importa referir que nem todos os estados de melancolia, que surgem nesta fase da vida, implicam a existência de pertubação psiquiátrica. “Por vezes, há sintomas ligeiros depressivos ou ansiosos no pós-parto que não constituem uma perturbação propriamente dita”, afirma o psiquiatra. 


Irritabilidade, choro frequente, falta de energia ou motivação, ansiedade e desinteresse sexual são alguns dos sintomas de depressão 

O chamado «Baby Blues» ou «Blues pós-parto”, que se caracteriza por um período de maior tristeza, ansiedade, irritabilidade, surge geralmente nas primeiras duas semanas do pós-parto e não dura mais de um mês. “Caso aumente a sua gravidade, quer em termos temporais quer em termos de intensidade dos sintomas, é fundamental o tratamento psiquiátrico especializado”, aconselham os especialistas.

Quanto a fatores de risco, os antecedentes pessoais (história passada de depressão) ou familiares (por exemplo, mãe com depressão pré e pós-parto) ou o suporte social estão entre os aspetos a ter em atenção. Sabe-se, por exemplo, que mães com um bom suporte familiar têm uma menor probabilidade de virem a desenvolver depressão.

“O tratamento da depressão durante a gravidez e pós-parto pode ser feito com recurso a psicoterapia (apoio psicológico) e/ou medicação. Nos casos mais importantes costuma ser necessário medicação”, explica Diogo Telles Correia acrescentando que o mesmo acontece em relação às perturbações de ansiedade.

No que diz respeito ao tratamento farmacológico, é importante reforçar que “há medicações muito eficazes e seguras para serem tomadas durante a gravidez e mesmo no período de aleitamento pós parto”. “Daí que eu costume dizer que as consequências de não tratar uma depressão, ou ansiedades graves, podem ser muito superiores àquelas que surgem nas mães tratadas com medicação psiquiátrica apropriada”, afirma o especialista em psiquiatria. 

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Cientistas identificaram mais de cem genes considerados imprescindíveis para que tratamentos contra o cancro baseados na...

Uma equipa do Instituto Nacional do Cancro dos Estados Unidos usou a técnica de edição genética CRISPR/Cas9 para desativar de maneira seletiva certos genes em células de melanoma maligno (cancro da pele).

A partir desta técnica, com a qual foram apagados os genes humanos capazes de codificar proteínas e avaliada a eficácia dos linfócitos T (células imunitárias), os investigadores identificaram mais de cem genes que podem jogar um papel fundamental no mecanismo que permite eliminar tumores através da imunoterapia.

"Existe um enorme interesse na imunoterapia contra o cancro, especialmente para doentes com metástases [novos tumores que se formaram a partir de um outro]. A resposta à imunoterapia pode ser fantástica, mas temos que compreender por que alguns doentes não respondem", refere, citado pela agência Efe, o coordenador da equipa de investigação, Nicholas Restifo.

Os efeitos da imunoterapia devem-se à ação dos linfócitos T, que podem reconhecer e matar tumores. Contudo, algumas células cancerígenas resistem a estas células imunitárias, pelo que os cientistas começaram a procurar genes que permitam ativar o mecanismo de destruição de tumores.

O grupo de trabalho do Instituto Nacional do Cancro analisou os componentes genéticos essenciais para que as células cancerígenas não desenvolvam resistência ao tratamento após uma primeira resposta positiva.

Segurança alimentar
A União Europeia notificou hoje as autoridades de segurança alimentar no Reino Unido, França, Suécia e Suíça sobre a eventual...

A Comissão Europeia decidiu avançar com esta medida preventiva depois da Holanda e da Alemanha terem notificado durante o fim de semana passado o Sistema de Alerta Rápido para os Géneros Alimentícios e Alimentos para Animais (RASFF) da União Europeia (UE).

Na semana passada, o organismo holandês responsável pela segurança alimentar e sanitária (NVWA) lançou um alerta alimentar por suspeita de contaminação de ovos com Fipronil, um pesticida utilizado para eliminar ácaros e insetos.

Em grandes quantidades, o Fipronil é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “moderadamente tóxico” para o homem. O uso deste pesticida é expressamente proibido em animais destinados ao consumo humano.

Na sequência deste alerta, e como medida de precaução, várias cadeias de supermercados na Holanda, Alemanha e na Bélgica decidiram retirar das prateleiras certas remessas de ovos.

Segundo a porta-voz da Comissão Europeia, Anna-Kaisa Itkonen, a decisão do executivo comunitário de notificar as autoridades britânicas, francesas, suecas e suíças teve como objetivo a partilha de informações sobre este caso, mas também potenciar os processos de verificação e de controlo nestes mercados em concreto.

Anna-Kaisa Itkonen frisou que a medida de hoje é meramente preventiva e não significa que lotes de ovos contaminados com Fipronil tenham entrado nestes países.

Entretanto, as autoridades holandesas e belgas estão a investigar a utilização fraudulenta do Fipronil e a tentar perceber como este pesticida terá entrado em contacto com os ovos.

Na Holanda, responsáveis por explorações avícolas poderão ter de abater milhões de galinhas contaminadas com o pesticida tóxico e cerca de 180 explorações foram já encerradas.

O governo de Haia prometeu entretanto um plano de ajuda de emergência, uma vez que o setor estima prejuízos na ordem “dos vários milhões de euros”.

Na Bélgica, as autoridades prometem “total transparência” na investigação deste caso. No território belga, 57 sociedades, que representam 86 explorações avícolas (um quarto das explorações belgas), são suspeitas de terem indícios da utilização de Fipronil.

As autoridades belgas já tinham avisado a 20 de julho os parceiros europeus, depois de ter detetado Fipronil numa remessa de ovos, e a Holanda fez o mesmo no dia 28.

No entanto, só na passada quinta-feira, 03 de agosto, é que as autoridades holandesas advertiram de que, em alguns lotes de ovos, a quantidade do pesticida era superior aos limites e poderia representar um perigo para a saúde dos consumidores.

Em França, o Ministério da Agricultura disse no sábado que o país não estava “preocupado” com o caso, mas existem registos que uma exploração avícola em Pas-de-Calais (norte) está encerrada preventivamente desde o passado dia 28 de julho.

Pedrógão Grande
O secretário de Estado adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, disse hoje que está a ser feito um reforço da resposta nos cuidados...

Fernando Araújo sublinhou que está a ser feito um reforço na resposta nos concelhos mais afetados pelo incêndio, sendo que alguns dos profissionais de saúde já chegaram e a contratação de outros já foi aprovada.

De acordo com o membro do executivo, há reforço de médicos de família, enfermeiros, bem como fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e técnicos de serviços sociais.

Para o secretário de Estado, as equipas multidisciplinares que vão para a zona mais afetada têm de ficar na região "durante muito tempo", face aos problemas que poderão surgir nos próximos tempos.

"Temos uma população idosa com vários problemas de saúde, como diabetes, hipertensão, problemas respiratórios e cardíacos", cuja situação acabou por ser agravada com o incêndio, sendo que se tem de dar "uma resposta local a esses problemas para se evitar que [as pessoas] tenham de ir para grandes cidades para receber apoio", frisou.

Segundo o membro do Governo, o reforço é feito "à medida das necessidades".

"Quando esta mediatização passar, vamos continuar no terreno a identificar problemas e respostas para os mesmos", sublinhou, considerando que as equipas vão manter-se no local "durante o tempo necessário".

Para Fernando Araújo, a resposta na saúde mental "é o maior desafio".

O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos e só foi dado como extinto uma semana depois.

Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.

O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e Penela.

Pedrógão Grande
O Governo vai nomear uma comissão de acompanhamento de saúde mental para garantir uma "visão integrada" na resposta...

A comissão de acompanhamento, liderada pelo presidente do Conselho Nacional de Saúde Mental, António Leuschner, vai ser nomeada na terça-feira e pretende garantir "uma visão integrada" da resposta nesta área da saúde para os familiares das vítimas do incêndio de Pedrógão Grande, que causou pelo menos 64 mortos, anunciou hoje Fernando Araújo.

O membro do executivo sublinhou que há familiares de vítimas, "em vários pontos do país, a serem acompanhados por equipas diferentes", seja de hospitais ou de unidades de cuidados de saúde primários.

A comissão vai permitir avaliar e ter uma "noção clara" da resposta dada "a todos os familiares das vítimas em qualquer ponto do país", podendo ainda ser harmonizada essa resposta, "em termos de abordagem das várias equipas", explanou Fernando Araújo, que falava aos jornalistas após uma reunião na Câmara de Pedrógão Grande com autarcas dos concelhos afetados, familiares de vítimas e várias entidades de saúde locais.

Segundo o secretário de Estado, a comissão vai integrar psiquiatras, pedopsiquiatras, enfermeiros, psicólogos e técnicos de serviço social.

Fernando Araújo realçou que pretende que o incêndio de Pedrógão Grande sirva também para se "montar uma resposta a longo prazo e para o futuro", em caso de calamidades semelhantes.

O objetivo passa por aproveitar a experiência para delinear um plano estratégico a seguir em "catástrofes futuras", acrescentou.

De acordo com o membro do Governo, as reuniões de acompanhamento vão continuar, por forma a garantir "canais de ligação mais fáceis" com as autarquias e com os familiares das vítimas.

Secretário de Estado
O secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, disse hoje, no Funchal, que o sistema nacional de saúde está &quot...

"Qualquer português que regresse da Venezuela, que tenha as suas origens na Madeira e que não encontre resposta no sistema de saúde regional (por exemplo, questões ligadas à hemodiálise e oncologia), o sistema de saúde nacional está totalmente de portas abertas para garantir tratamento e acompanhamento a estes cidadãos", afirmou.

José Luís Carneiro falava aos jornalistas antes da sessão de abertura do Fórum Madeira Global 2017, um encontro organizado pelo Governo Regional da Madeira, com o objetivo de reforçar a ligação entre as diversas comunidades madeirenses espalhadas pelo mundo, que decorre hoje no Funchal.

O governante explicou que a área "mais complexa" em termos de apoio aos emigrantes, na Madeira, é a da saúde, devido à sobrecarga no sistema regional, isto numa altura em que as autoridades estimaram que cerca de 4.000 cidadãos já regressaram à região, motivados pela instabilidade política, social e económica que se vive na Venezuela.

José Luís Carneiro realçou que, para além de garantir o tratamento de doentes ao nível nacional, o Governo está também a acionar linhas de apoio à aquisição de medicamentos, em articulação com as estruturas consular e associativa.

O secretário de Estado vincou, por outro lado, que foram tomadas outras medidas de auxílio aos emigrantes, entre as quais se conta o reforço dos meios consulares, para garantir um tratamento especial aos cidadãos indocumentados.

"Decidimos também criar um conjunto de 150 bolsas de estudo relacionadas com o ensino da língua portuguesa e com a formação e aquisição de competências em língua portuguesa", disse José Luís Carneiro.

O Governo da República vai, ainda, "ajustar" os termos jurídicos do programa habitacional PROHABITA, de modo a que os emigrantes tenham acesso a casas que o Instituto Nacional de Habitação dispõe na Madeira.

"Foi também decidido que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras procurará criar um posto avançado junto dos serviços consulares em Caracas, tendo em vista que aqueles que querem sair possam vir devidamente documentados e certificados", revelou José Luís Carneiro.

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