Mobilidade de populações pode reduzir contágio em epidemias
No modelo matemático que desenvolveram, os investigadores das universidades de Saragoça e Rovira contrariam o que poderia parecer óbvio: que restringir as movimentações de pessoas serve para controlar a propagação das doenças.
A sua conclusão é que a mobilidade diminui as diferenças na distribuição da população, fazendo diminuir o risco epidémico.
Assim, a mobilidade recorrente entre diferentes localidades ou zonas de uma grande cidade, como o percurso casa-trabalho-casa pode reduzir os efeitos de uma epidemia.
Embora pelo senso comum se possa achar que o isolamento de pessoas doentes diminui as hipóteses de novos contágios, nem sempre isso resulte.
"Longe de melhorar a situação, na maioria dos casos, a diminuição de mobilidade das pessoas acompanha um aumento das probabilidades de contágio", salientam Jesús Gómez e David Soriano, da Universidade de Saragoça e Àlex Arenas, da Universidde Rovira i Virgili, publicado na revista Nature Physics.
O modelo matemático usa dados reais disponíveis sobre hábitos de mobilidade humana em cidades e regiões, determinando de forma individualizada para cada população qual a estratégia de contenção mais eficaz para cada cidade a partir de dados sobre demografia e mobilidade.