Estudo
Tiago Correia, investigador, realça que há tendências que se verificam tanto no Serviço Nacional de Saúde como no setor privado.

“Muitos doentes transmitem aos profissionais dificuldades financeiras para continuar terapêuticas ou para consumir medicamentos”, revela o investigador Tiago Correia à TSF, acrescentando que esta realidade “é tanto sentida no Serviço Nacional de Saúde como no setor privado”.

As conclusões resultam de um estudo levado a cabo pelo ISCTE que tem em conta os últimos anos de ajustamento sob supervisão da troika.

Desde 2011, altura em que a entidade que representa credores ‘assentou arraiais’ em Portugal, verificou-se um aumentou tanto no número de doentes que faltam a consultas marcadas como no número de pessoas que, alegando dificuldades financeiras, pediram a médicos para evitar a prescrição de determinados medicamentos.

À TSF, citada pelo Notícias ao Minuto, Tiago Correia adianta ainda que o estudo, que envolveu inquérito a médicos, realça a existência de queixas de profissionais de saúde por faltas “recorrentes” de material de saúde mas também de pressões sobre os profissionais de saúde, com o intuito de se gastar “menos com os doentes".

Estudo inédito
Um estudo sobre contraceção em Portugal concluiu que mais mulheres usam um método contracetivo, sendo atualmente 94%, havendo...

O estudo de avaliação das práticas contracetivas das mulheres em Portugal, da responsabilidade da Sociedade Portuguesa de Ginecologia e da Sociedade Portuguesa de Contraceção, analisou os hábitos contracetivos de quatro mil mulheres do país, com idades entre os 15 e os 49 anos.

De acordo com os resultados, que foram hoje apresentados no Congresso Português de Ginecologia, a decorrer em Espinho, atualmente 94% das mulheres usam um método contracetivo, um aumento de 12% quando comparado com os dados de 2005, o último inquérito realizado nesta área.

Em declarações aos jornalistas, Daniel Pereira da Silva, coordenador científico do estudo, considerou que este aumento se deve "à evolução da sociedade portuguesa" e a um "maior conhecimento, maior divulgação e maior grau de consciencialização" das mulheres.

Segundo os dados deste inquérito há atualmente uma maior tendência para o uso de métodos menos dependentes ou não dependentes da utilizadora" e apesar da pílula continuar a ser o método mais utilizado, o seu uso caiu de 62% em 2005 para 58% este ano.

Há assim um aumento do uso do DIU, do implante subcutâneo, do adesivo e do anel vaginal.

O inquérito concluiu ainda que 17% das mulheres sexualmente ativas já fez pílula de emergência, tendo em 53% casos sido aconselhada por farmacêutico ou amiga.

"A grande diferença está sobretudo nos mais jovens, onde a educação sexual nas escolas tem um papel determinante. Nos jovens tem havido um significativamente maior uso do método de contraceção", disse ainda o coordenador científico do estudo.

Em 2005, 16% das jovens, entre os 15 e os 19 anos com vida sexual ativa, não usavam qualquer método contracetivo, enquanto em 2015 este número desceu para os 6%.

O estudo demonstra ainda que "70% das adolescentes teve acesso a educação sexual" e que as fontes de informação sobre contraceção são predominantemente a internet para as mulheres mais jovens e os amigos e para as mulheres mais velhas os profissionais de saúde, mas, independentemente disso, quem aconselha o método de contraceção é maioritariamente o médico.

Daniel Pereira da Silva manifestou ainda uma preocupação relativamente ao facto de 40% das mulheres, entre os 35 e 39 anos, não fazerem qualquer consulta de planeamento familiar, o que aumenta o aumento de interrupções voluntárias da gravidez neste escalão etária.

Segundo o coordenador científico do estudo, há aqui uma questão de acessibilidade às consultas, que sendo gratuitas, tem que ser resolvida.

Dos resultados deste inquérito resulta ainda a ideia de que 80% das utilizadoras de preservativo pensam em contraceção e prevenção de infeções sexualmente transmissíveis e que em 81% das mulheres a qualidade de vida melhorou com o uso de contraceção.

 

INEM garante
O INEM garante que os cuidados de emergência médica estão assegurados à população, apesar de alguns constrangimentos...

O Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência (STAE) alertou para uma “redução brutal” nas ambulâncias em Lisboa, colocando “em risco” o socorro do INEM, devido à recusa dos técnicos em fazer turnos extra.

Estes profissionais queixam-se da falta de pagamento de subsídios e de horas extra e de mais cortes no salário, recusando-se a fazer mais turnos extraordinários, o que leva a que das 17 ambulâncias de Lisboa, 10 possam ficar paradas no fim de semana, segundo o sindicato.

O INEM veio entretanto, em comunicado, assegurar a prestação de cuidados de emergência médica à população portuguesa, “apesar de alguns constrangimentos de recursos humanos”.

“No seguimento de várias notícias sobre a possibilidade de paragem de algumas ambulâncias na região de Lisboa, [o INEM], vem esclarecer a população portuguesa de que não está, nem nunca esteve em causa o socorro da mesma em qualquer circunstância”, afirma o Instituto Nacional de Emergência Médica.

Para sustentar esta garantia, o INEM recorda que o socorro às populações é assegurado em complementaridade de meios, com os Bombeiros, a Cruz Vermelha Portuguesa, a PSP e a GNR.

A atual falta de profissionais, nomeadamente de Técnicos de Emergência (TE), está “a ser acompanhada atentamente” pelo INEM e pelo Ministério da Saúde, no sentido de ultrapassar a situação, refere.

“Assim, estão já a ser implementadas medidas para que todas as necessidades sejam colmatadas, não só através da disponibilidade que foi solicitada a alguns TE das Delegações do Norte e do Centro que se prontificaram a suprir as lacunas existentes em algumas bases de Lisboa, mas também chamando de novo a prestar serviço como TE, profissionais que estavam alocados a outros serviços, embora com certificação válida como TE”, acrescenta o comunicado.

O Conselho Diretivo avisa que vai utilizar todos os meios legais ao seu dispor para prestar os cuidados de emergência médica à população, independentemente de considerar que os TE “têm o direito de tomar as decisões que acreditam ser as melhores para a sua atividade profissional”.

Assim, o conselho diretivo do INEM “apela a todos os TE para que reflitam” sobre a missão para a qual foi criada a instituição.

Estudo
Um estudo desenvolvido pelo Instituto Químico de Sarria, em Espanha, abriu a porta à possibilidade de diagnosticar e tratar o...

O estudo, que foi publicado na revista Chemical Communications, da Sociedade Real de Química, em Londres, foi realizado pelo professor de Química Física da Instituto Químico de Sarria (IQS) Santi Nonell, pelo especialista em síntese orgânica Thibault Gallavardin e pelo investigador de doutoramento do IQS Oriol Planas.

A investigação, desenvolvida pelo Laboratório de Fotoquímica do IQS, descobriu uma nova reação química em que uma sonda fluorescente muda de cor quando ligada a um anticorpo e a outras biomoléculas de interesse médico, bem como a uma grande variedade de nanopartículas.

Conforme relatado pela IQS, universidade científica dos jesuítas, a marcação de anticorpos, biomoléculas e nanopartículas com sondas fluorescentes é uma técnica usada em ensaios clínicos e em diagnóstico por imagem.

Recentemente, tem começado também a ser usada para guiar intervenções cirúrgicas em tempo real, mas um dos principais problemas das sondas atualmente disponíveis é que a sua emissão encontra-se na região visível do espectro e sobrepõe-se a autofluorescência própria dos tecidos biológicos.

No entanto, as sondas fluorogénicas desenvolvidas no IQS resolvem este problema através da mudança de cor, que permite distinguir as sondas ligadas ao anticorpo das separadas.

Além das suas propriedades fluorescentes, as sondas ligadas ao anticorpo podem ser ativadas com luz para gerar formas reativas de oxigénio e induzir a morte das células hospedeiras com elevada seletividade e eficácia, explicou o IQS.

Governo destaca
O ministro da Saúde enalteceu o papel pioneiro do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra na internacionalização da saúde,...

O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), José Martins Nunes, foi hoje agraciado com o grau de Comendador da Ordem de Mérito, numa cerimónia que decorreu em Lisboa, na sede do Infarmed.

Paulo Macedo, que entregou a insígnia em nome do Presidente da República, destacou ainda as “qualidades pessoais e o mérito profissional” de José Martins Nunes e o “seu papel na liderança do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, que resulta da fusão de sete instituições e é o maior empregador daquela cidade”.

O CHUC, disse ainda o governante, “destaca-se pela dinamização de múltiplos programas e projetos, científicos e de cooperação económica, desenvolvidos em parceria com entidades públicas e privadas. Tem desempenhado um papel pioneiro no âmbito da internacionalização da saúde”.

Em 2012, o CHUC assinou, em Berlim, um protocolo com a Techniker Krankenkasse (TK), caixa de saúde pública alemã, para dar assistência aos respetivos beneficiários em Portugal.

O primeiro acordo do género entre a TK e uma unidade do Serviço Nacional de Saúde "constitui um motivo de redobrado envolvimento do CHUC na internacionalização do setor de saúde português, afirmava-se, então, num comunicado.

Depois disso, este centro hospitalar estabeleceu variados contactos frutíferos na Europa e em África.

Este ano, o CHUC deverá atingir com a internacionalização cerca de 05% do seu financiamento, aproximadamente 15 milhões de euros.

A nota de imprensa do CHUC assinala ainda que Martins Nunes tem “uma atividade científica intensa, proferiu inúmeras conferências em Portugal e no estrangeiro nas áreas de gestão e da organização hospitalar e publicou como autor ou coautor dezenas de trabalhos científicos em revistas nacionais e estrangeiras. Foi premiado, duas vezes, pela Sociedade Portuguesa da Anestesiologia”.

Esta cerimónia decorreu no âmbito da primeira reunião de Conselhos Consultivos dos estabelecimentos hospitalares.

Os Conselhos Consultivos são órgãos colegiais aos quais compete, genericamente, acompanhar a atividade dos hospitais e emitir recomendações, tendo em vista a prestação de um melhor serviço aos cidadãos.

 

Direção-Geral da Saúde alerta e recomenda cuidados
A qualidade do ar deverá ser afetada no sábado por partículas e poeiras vindas do norte de África, pelo que a população deverá...

Quanto aos grupos mais vulneráveis – crianças, idosos, doentes com problemas respiratórios crónicos, principalmente asma, e doentes do foro cardiovascular – recomenda cuidados acrescidos, devendo, “se possível, permanecer no interior dos edifícios com as janelas fechadas”.

Num alerta publicado na sua página da Internet, a Direção-Geral da Saúde (DGS) alerta para a previsão de que no dia 6 de junho “Portugal Continental seja influenciado por uma massa de ar com origem no norte de África, transportando na circulação partículas e poeiras em suspensão”.

“Este fenómeno natural poderá afetar a qualidade do ar ambiente, estimando-se que possa contribuir para um aumento das concentrações de partículas em suspensão em todas as regiões do País, com maior intensidade na faixa interior e especialmente no Alentejo Interior”, acrescenta.

Estas partículas podem ser responsáveis por “efeitos nefastos para a saúde humana, como irritação nos olhos, nariz, garganta, tosse e agravamento de doenças respiratórias”, acrescenta

Infarmed
O Infarmed emitiu um comunicado relativo à recolha do Pravastatina Actavis, comprimido, 10 mg.

A empresa Actavis A/S Sucursal irá proceder à recolha voluntária do lote n.º 888218B, com a validade 09/2016, do medicamento Pravastatina Actavis, comprimido, 10 mg, embalagem de 60 unidades, com o número de registo 5013354, por ter sido detetados valores fora de especificação no parâmetro doseamento, durante os estudos de estabilidade.

Assim, o Infarmed determina a suspensão imediata da comercialização deste lote.

Face ao exposto:
- As entidades que possuam este lote de medicamento em stock não o podem vender, dispensar ou administrar, devendo proceder à sua devolução.
- Os doentes que estejam a utilizar medicamentos pertencentes a este lote não devem interromper o tratamento. Logo que possível, devem adquirir outro lote ou outro medicamento contendo 10 mg de pravastatina, na forma de comprimidos, desde que disponham da respetiva receita médica.

A principal causa de alergia a pólenes são as gramíneas
O bom tempo convida aos passeios ao ar livre, e à exposição aos vários pólens presentes na atmosfera

Na criança as alergias são, sem dúvida, uma das maiores preocupações dos pais e também uma constante na ida aos serviços de urgência. O número de crianças com sintomas alérgicos vem aumentando ao longo dos anos.

A alergia é uma reação de hipersensibilidade a uma substância geralmente inofensiva. Na presença de um alérgeno, o sistema imunológico da criança libera histaminas e substâncias químicas semelhantes para combater o que considera um agente invasor. As reações alérgicas, por sua vez, não são mais do que uma resposta exagerada do organismo a determinada substância, agravando-se aquando do contacto continuado com a mesma É este mesmo contacto com o alérgeno que leva à libertação de certas substâncias químicas pelo organismo e que resulta na inflamação e irritação das vias aéreas e dos olhos, bem como leva a outros sintomas.

Com a idade as defesas do sistema imunitário aumentam e podem levar a criança a superar as alergias. Os alérgenos mais comuns na idade pediátrica vão desde os fatores externos, que podem propiciar as alergias, como a poluição ou os pólenes aos fatores genéticos. Existem 40% de possibilidades de uma criança sofrer de alergias se um dos pais tiver a mesma condição médica e 60% quando ambos são “alérgicos”. Entre os fatores desencadeantes de alergias, encontram-se o pólen, pêlos de animais, pó caseiro, penas, ácaros, substâncias químicas e vários alimentos.

Em Portugal a principal causa de alergia a pólenes são as gramíneas (fenos), muito frequentes na Primavera, atingindo o seu pico máximo habitualmente durante os meses de Maio e Junho. As concentrações dos pólenes existentes no ar dependem da época de polinização, que é específica para cada planta, sendo mais frequente na Primavera. Alguns autores são unânimes em afirmar que o aleitamento exclusivo nos primeiros seis meses de vida ajuda a reduzir o risco de alergia na infância.

No caso das crianças, e segundo a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), estas manifestações variam de acordo com a idade, assim como dos alergénicos envolvidos. A mesma entidade explica que podem aparecer alergias logo no primeiro ano de vida, sob a forma de eczema atópico, e, mais tarde, a partir dos 2 anos, sob a forma de asma e rinite.

As manifestações da alergia são de várias formas:

  • Irritação nos olhos: Um dos sintomas mais comuns nas alergias é a irritação dos olhos, associada a um intenso lacrimejo e ardor.
  • Irritação e inflamação da garganta.
  • Irritação das fossas nasais: Os espirros e a secreção nasal são os sintomas mais comuns
  • Dificuldade em respirar: Devido à inflamação da garganta as vias respiratórias ficam obstruídas e aumenta a dificuldade para respirar. É uma situação urgente que requerer supervisão médica.
  • Erupções na pele: Os sintomas mais comuns de uma alergia tópica são: zonas avermelhadas, manchas, zonas irritadas e muito ardor.
  • Problemas gástricos: Em alguns casos a alergia também provoca diarreia, vómitos e acidez do estômago.

Das patologias associadas as mais comuns são:

Asma

É mais frequente na infância. Na maioria dos casos, aparece antes dos 5 anos e manifesta-se por dificuldade em respirar, pieira, cansaço fácil e tosse.

Rinite, sinusite e conjuntivite alérgica

A rinite é a alergia mais frequente. É comum em crianças e pouco diagnosticada. Está associada à sinusite e à conjuntivite alérgica. Manifesta-se habitualmente por volta dos 3 anos de idade e, normalmente, é provocada por ácaros, grãos de pólen e alergia ao pêlo de animais. Na conjuntivite, os olhos ficam vermelhos, lacrimejantes, inchados e dão comichão. Está associada à rinite sazonal, pelo que os sintomas se confundem.

A melhor forma de lidar com estas situações é a prevenção, assim as recomendações de vários especialistas vão no sentido de:

  • Expor a criança o mínimo possível a tempo ventoso e quente, sobretudo de manhã, que é quando existe uma maior libertação de pólen no ar;
  • Manter as janelas do carro e de casa fechadas para não entrarem ácaros e pólenes;
  • Tentar que a criança não tenha muito contacto com animais, uma vez que o pêlo dos mesmos transporta inúmeras espécies de ácaros. Caso não consiga evitar, escove o animal antes de este entrar em casa, de forma a reduzir a acumulação de pólen no pêlo.
  • É aconselhado ainda o uso de óculos de sol por parte da criança, para que os olhos não tenham contacto direto com as substâncias que andam no ar.
  • Evitar levar a criança para terrenos relvados, particularmente durante o período da manhã, fim da tarde e noite, quando a libertação de pólen é maior.
  • Assim que chegar a casa deve trocar de roupa e tomar um duche para remover o pólen ou outros alérgenos que se possam acumular no corpo e roupa.
  • Em casa deve-se limpar o pó com um pano molhado em vez de seco, de forma a evitar que este se espalhe no ar. Da mesma forma, deve usar-se um aspirador de vácuo com frequência para evitar que os alérgenos se acumulem no interior da casa.
  • Deve evitar-se ao máximo fumar dentro de casa e impedir que outras pessoas o façam. O fumo do tabaco irá irritar a mucosa dos olhos e vias aéreas e agravar os sintomas da alergia.

Existem terapêuticas eficazes na prevenção e no controlo das crises, assim como no tratamento dos sintomas agudos, nomeadamente:

  • Corticoides orais inalados e tópicos.
  • Anti-histamínicos orais e tópicos.
  • Imunoterapia Especifica (IE), que consiste na administração (via subcutânea ou via sublingual) de pequenas doses dos alérgenos em causa na criança, de modo a desenvolver “defesas” específicas quando contacta com esses mesmos alérgenos, evitando assim a reação alérgica habitual.

 

Bibliografia:

Abbas AK et al. Immediate hypersensitivity. In: Abbasm AK, Lichtman AH, Pober JS, editors. Cellular and molecular immunology. 4th ed. Philadelphia: Saunders; 2000. p.424-44.

III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma. J Pneumol. 2002;28(supl 1).

Castro, Fábio F. Morato(org); Castro, Marise Lazaretti(org).

Corticosteróides nas alergias respiratórias / Corticosteroids in respiratory allergies. São Paulo; Vivali; 1999

 

Cesaltina Rodrigues – Enfermeira Especialista em Saúde Infantil e Pediátrica

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Nova tecnologia
Uma nova e económica tecnologia permite detetar todas as infeções virais, passadas e presentes, de uma pessoa, através de uma...

Esta técnica, denominada VirScan e desenvolvida pelo Instituto de Medicina americano Howard Hughes (HHMI), é uma alternativa eficaz aos atuais testes de rastreio, que apenas detetam um vírus específico por análise.

A novidade foi anunciada na quinta-feira pela revista científica americana, Science.

Esta abordagem poderá revelar fatores desconhecidos que afetam a saúde de uma pessoa e possibilitar de análise e comparação de infeções virais em grandes grupos populacionais.

Este teste pode ser efetuado por apenas 25 dólares (22,17 euros) e requer uma única amostra de sangue.

“Nós desenvolvemos uma metodologia para despistagem que remonta ao tempo em se avaliava minuciosamente o sangue das pessoas, para se descortinar quais os tipos de vírus que as tinham infetado”, explicou o responsável da equipa investigadora do HHMI que desenvolveu o VirScan, Stephen Elledge.

Os investigadores já analisaram o sangue de 569 pessoas com a tecnologia VirScan nos Estados Unidos da América, África do Sul, Tailândia e Perú.

O teste consiste em procurar no sangue os anticorpos conhecidos das 206 espécies de vírus que já infetaram os seres humanos.

Para garantir este método, os investigadores testaram-no analisando amostras de sangue contaminado com o vírus da Sida (HIV) e com o vírus da Hepatite C.

“Os testes correram verdadeiramente bem… com uma sensibilidade de identificação, de cada uma das infeções, entre 95 e 100 por cento por cada amostra de sangue, e sem nenhum falso-positivo”, avaliou Stephen Elledge, mostrando-se confiante de que o teste poderá detetar outros vírus.

Os resultados mostram que em média, cada indivíduo possui anticorpos que revelam a presença, passada ou presente, de dez estirpes virais diferentes.

Segundo a equipa científica, esta abordagem pode ainda ser usada para encontrar anticorpos que atacam os próprios tecidos do organismo, como no caso de certas doenças autoimunes relacionadas com o cancro.

MAR Shopping
Isenções nas taxas moderadoras reduzidas. Crise. Emigração. Verão à porta – mais acidentes, menos sangue. Pode dizer-se que a...

Pelo quarto ano consecutivo, regista-se uma quebra nas doações, mas as necessidades mantêm-se, uma vez que os doentes nos Hospitais continuam a precisar de sangue. Por isso, os apelos renovam-se, sobretudo quando se assinalam efemérides como a de 14 de junho – o Dia Mundial do Dador de Sangue. Por todo o mundo, multiplicam-se iniciativas, às quais se junta o MAR Shopping com uma ação de recolha.

A Unidade Móvel do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST)  marcará presença no parque exterior, junto à entrada MAR (porta giratória) do MAR Shopping, entre as 9h00 e as 14h00, e a ela se devem dirigir todos aqueles que desejem doar sangue.

No ano passado, o decréscimo de dádivas comparativamente a 2013 foi de 5,73% e, os primeiros meses deste ano mantêm a tendência de quebra.

É, por isso, que “estas iniciativas são muito importantes e a contribuição da sociedade civil tem sido essencial para contornar um cenário que não é favorável às dádivas de sangue. Às alterações efetuadas na isenção das taxas moderadores para os dadores, juntam-se o envelhecimento da população, a falta de disponibilidade durante os períodos laborais, a crise, e outras situações adversas”, afirma Ofélia Alves, responsável de programação e colheitas do Centro de Sangue e Transplantação do Porto.

A responsável alerta ainda para um período particularmente sensível para as dádivas de sangue: o verão. “Nas férias, há sempre uma diminuição de doações, enquanto as necessidades se mantêm. No ano passado, voltámos a sentir uma quebra na ordem dos 3%, o que é bastante significativo”.

MAR Shopping e IPST repetem assim uma parceria que vai já no terceiro ano e da qual resultaram mais de 300 inscritos para recolhas de sangue. Para 2015 estão agendadas mais três colheitas a 23 de julho, 13 de agosto e 10 de dezembro para antecipar os períodos críticos de verão e Natal – alturas em que as dádivas diminuem.

Estudo
Uma pesquisa com mulheres com cancro da mama constatou que quase metade consideraram fazer uma dupla mastectomia. Mas daquelas...

Entre as mulheres que efetuaram a dupla mastectomia, 36% acreditavam que teriam mais hipótese de sobrevivência. Estudos têm mostrado que para as mulheres em risco médio de um segundo cancro, remover a mama não afetada não significa aumentar o índice de sobrevivência.

O estudo, que foi apresentado no encontro anual da American Society of Clinical Oncology, ouviu 1.949 mulheres que tinham sido tratadas por cancro da mama. Cerca de 20% das mulheres que participaram da pesquisa tiveram ambos os seios removidos, um procedimento chamado mastectomia profilática contralateral. Mesmo entre as pacientes sem mutação genética ou histórico familiar que poderia colocá-las em risco de desenvolver cancro na outra mama, 19% passaram pela dupla mastectomia.

"A nossa conclusão de que tantas mulheres estão a fazer uma cirurgia ‘mais extensa’ do que é necessário para tratar sua doença é impressionante. Mulheres diagnosticadas com cancro da mama ficam naturalmente ansiosas e fazem tudo o que está ao seu alcance para lutar contra a doença. Muitas das minhas pacientes dizem que querem fazer tudo o que puderem só para estarem lá para os seus filhos. Cabe a nós, como médicos, certificarmo-nos de que elas entendam quais os tratamentos que vão realmente beneficiá-las, e quais as ações que podem parecer heroicas, mas na verdade não vão melhorar os resultados para uma típica mulher com cancro da mama em estágio precoce," diz a autora do estudo, a médica Reshma Jagsi, professora adjunta de Radiação Oncológica da Faculdade de Medicina da Universidade de Michigan.

As recomendações do cirurgião – ou as perceções das recomendações do cirurgião – desempenharam um grande papel. Apenas 4% das mulheres que não tiveram recomendação do seu cirurgião para fazer a dupla mastectomia passaram pelo procedimento. Mas 59% das mulheres que entenderam que o cirurgião apoiava o procedimento passaram pela dupla mastectomia.

"Os pacientes estão a ter perceções que realmente necessitam de ajustes. Os médicos precisam resolver este problema de desinformação. As mulheres têm que entender tudo sobre a mastectomia profilática contralateral, além de compreenderem exatamente o que os cirurgiões lhes dizem," diz o também autor do estudo, o médico Steven J. Katz, professor de Medicina Interna da Faculdade de Medicina da U-M.

Em Portugal
As autoridades portuguesas vão começar a construir cenários para antecipar o impacto das alterações climáticas no setor da...

Esta é uma das orientações definidas no novo Plano Nacional de Saúde, e que define que, até final de 2017, seja possível "antecipar o impacto das alterações climáticas para o setor da saúde, tendo em vista a sua preparação e resposta".

"Pretendemos construir cenários e perceber o seu impacto na saúde. Se, por exemplo, a temperatura aumentar 'X' graus, quanto implicará no aumento da mortalidade?", exemplificou o diretor executivo do Plano, Rui Portugal.

O trabalho, a ser desenvolvido pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pela Agência Portuguesa do Ambiente, servirá ainda para antever que medidas ou programas devem ser aplicados para minimizar os efeitos das alterações climáticas na saúde.

Este Plano Nacional da Saúde (PNS), aprovado esta semana pela DGS, e cujo horizonte se estende a 2020, tem como principais metas a redução da mortalidade precoce (antes dos 70 anos), a melhoria da esperança de vida saudável, assim como a redução dos fatores de risco relacionados com as doenças não transmissíveis, e entre esses fatores especial enfoque para a obesidade infantil e a exposição ao tabaco.

Contudo, apesar do maior peso das doenças não transmissíveis, o PNS 2020 volta a preocupar-se com o controlo das doenças transmissíveis, refere Rui Portugal, nomeadamente com doenças emergentes, como o ébola ou a malária.

Portugal quer
Portugal quer aumentar em 30% a esperança de vida saudável aos 65 anos em 2020, assumindo como fundamental ter programas que...

Traçada como uma das metas do novo Plano Nacional de Saúde, o aumento da esperança de vida saudável aos 65 anos passaria nos homens a ser de 12,9 anos e de 11,7 anos nas mulheres.

Atualmente, embora as mulheres tenham maior esperança média de vida, registam valores inferiores no que respeita à esperança de vida saudável. Ou seja, vivem mais que os homens, mas com menos qualidade a partir da terceira idade.

Os dados de 2012 mostram que a esperança de vida saudável aos 65 anos é de 9,9 anos para os homens e de nove anos para as mulheres, “valor inferior ao melhor valor dos países da União Europeia”, refere o Plano da Direção-Geral da Saúde.

“Atendendo a que o horizonte 2020 é relativamente curto, considera-se que um valor de 30% de ganhos é a meta a alcançar, pelo que programas que foquem o grupo etário dos 50-60 anos devem ser considerados, nomeadamente para a carga de doença relacionada com a incapacidade”, indica o documento.

O aumento da esperança média de vida saudável e a diminuição da mortalidade precoce (antes dos 70) são duas das quatro grandes metades definidas no Plano, que contempla ainda objetivos mais dirigidos às gerações mais jovens.

Um deles é a redução da prevalência do consumo de tabaco na população com mais de 15 anos e a eliminação ao fumo ambiental, enquanto o outro é o controlo da obesidade na população infantil para que não aumente em relação aos valores atuais.

Contudo, a DGS reconhece que os indicadores relativos ao consumo e exposição ao tabaco, bem como à obesidade em idade escolar não são recolhidos sistematicamente, sendo por isso “muito difíceis de monitorizar” e de fazer projeções para 2020.

Por isso, uma das orientações do Plano é a criação, até julho de 2016, de um sistema de informação regular para monitorizar o consumo de tabaco e a obesidade infantil, um projeto que deverá ser implementado pela DGS, pela Instituto Nacional de Estatística e pelo Instituto Nacional de Saúde.

Outra das orientações do Plano, que deve estar concluída até ao final do próximo ano, é a organização de planos locais de saúde, o que envolve necessariamente autarquias e as administrações regionais de Saúde, como explicou Rui Portugal, responsável da DGS.

“Todo este Plano só faz sentido implicando estratégias locais, que passam pelas autarquias, escolas, centros de saúde, universidades, Misericórdias ou grupos privados de saúde”, indicou.

Aliás, no dia 24 de setembro, vai decorrer uma reunião entre a Direção-geral da Saúde e “parceiros significativos”, envolvendo também elementos da Organização Mundial da Saúde (OMS), para ajudar a criar e desenvolver planos ou estratégias locais de saúde.

Em cinco anos
Portugal compromete-se a reduzir, até 2020, a taxa de mortalidade antes dos 70 anos a um valor inferior a 20%, o que permitirá...

Esta é uma das metas definidas no novo Plano Nacional de Saúde, elaborado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), que no fundo é uma revisão e extensão até 2020 do anterior Plano.

Sobre a redução da mortalidade prematura (antes dos 70 anos), Portugal tinha em 2014 uma taxa de 22%.

Segundo explicou o diretor executivo do Plano, Rui Portugal, a projeção deste indicador para 2020 era que a taxa ficaria situada entre os 20,5% e os 22%.

Contudo, no documento que foi finalizado esta semana, a DGS compromete-se a ter a taxa de mortalidade prematura abaixo do 20% dentro de cinco anos.

Dados do ano passado indicam que mais de 23 mil pessoas morreram precocemente em Portugal. Assim sendo, com a nova meta pretende-se conseguir poupar por ano três mil mortes prematuras, o que equivale a uma média de menos oito a nove mortes por dia.

De acordo com os responsáveis da DGS, esta meta de redução da mortalidade precoce está alinhada com o compromisso de reduzir em 25% a mortalidade referente a doenças não transmissíveis, como as cardiovasculares, cancro, diabetes e doenças respiratórias crónicas.

Rui Portugal explicou ainda que esta meta, bem como outras constantes do Plano, pressupõe um enfoque particular nas doenças crónicas e “implica uma intervenção sobretudo nas idades médias (a partir dos 40/45 anos)”.

Sobre o Plano Nacional até 2020, o diretor-geral da Saúde sublinhou tratar-se de “um compromisso que envolve entidades de diferentes departamentos e setores, como o Estado, autoridades locais, setor social e privado”.

“O Plano não é um documento, mas antes um sistema que articula projetos, envolvendo vários departamentos de forma sistemática”, afirmou Francisco George, vincando que “é independente dos ciclos políticos ou de legislaturas”.

Esta revisão e extensão do Plano Nacional de Saúde até 2020 pretende ainda estar alinhada com as orientações da “Estratégia 2020” da Organização Mundial da Saúde para a região europeia.

Evidência científica
O papel da vitamina D no fortalecimento ósseo é há muito conhecido.

Sobejamente conhecidos os efeitos da vitamina D na regulação do metabolismo fosfocálcico, assegurando, entre outras funções, uma mineralização óssea normal, um número crescente de estudos associa agora a insuficiência de vitamina D com um maior risco de desenvolver ou agravamento de diversas patologias crónicas.

Conceptualmente, associa-se a vitamina D à formação óssea e equilíbrio muscular, mas a evidência recente demonstra-nos que vai muito além. A vitamina D tem uma acção protectora, de redução de risco, ao nível das doenças cardiovasculares, podendo interferir na redução de eventos. Esta evidência científica recente vem demonstrar que a vitamina D pode ser uma aliada do coração.

Assim, níveis insuficientes de vitamina D estão relacionados com um risco aumentado de desenvolvimento de doenças não ósseas, como as doenças cardiovasculares, a hipertensão, à diabetes mas também a várias neoplasias, a esclerose múltipla, a demência ou doenças infecciosas.

Estas são as mais recentes evidências apuradas em diferentes estudos científicos: um estudo prospectivo que acompanhou, durante 5 anos, 1.739 participantes sem doença cardiovascular prévia mostrou que os indivíduos com hipertensão arterial e níveis baixos de vitamina D apresentaram um risco 2 vezes superior de eventos cardiovasculares em comparação com aqueles com níveis superiores da vitamina.

Uma análise de 454 indivíduos, sem doença cardiovascular diagnosticada previamente e que desenvolveram enfarte de miocárdio ou doença coronária durante 10 anos de seguimento, assim como de 900 indivíduos no grupo de controlo, indicou que o risco de enfarte duplicou nos indivíduos com níveis menores da vitamina, em comparação com aqueles com os que apresentavam níveis superiores. Um outro estudo de seguimento de 7 anos de 3.258 indivíduos que tinham sido encaminhados para angiografia coronária mostrou que a diminuição dos níveis de vitamina D estava associada a um risco crescente de mortalidade global e mortalidade cardiovascular.

Valores plasmáticos suficientes de vitamina D são, portanto, fundamentais para manter uma boa saúde em geral. Até porque sabe-se agora que os diferentes efeitos da vitamina D são mediados por vários receptores em diferentes localizações, que regulam mais de 200 genes. Além dos receptores presentes no intestino e no osso, foram identificados outros receptores no cérebro, próstata, mama, cólon, células do sistema imunitário, do músculo liso vascular e em miócitos cardíacos.

Fontes da vitamina D
Esta vitamina funciona como uma hormona e pode ser sintetizada na pele a partir da exposição à luz solar, embora esta síntese seja bastante variável, dependendo da pigmentação, latitude, estação do ano, vestuário, idade, uso de protector solar e condições meteorológicas locais.

Portugal é um país de sol e está assumido no senso comum que todos podem ter acesso aos níveis de vitamina D adequado. Para sintetizar a vitamina D nas doses diárias necessárias, seria necessário uma exposição solar diária entre 20 e 30 minutos com protecção UV inferior a 8. Tal não é muito viável na prática e uma exposição ao sol por períodos longos de tempo exige o uso de protecção solar com índice de protecção UV exponencialmente superior. Este facto é mais evidente nos idosos e crianças, aqueles que mais necessitam de vitamina D nas quantidades adequadas e que correspondem aos que menos exposição solar têm.

Já outra parte da vitamina D provém de fontes alimentares (entre 100-200 UI por dia), sendo os principais os óleos de peixe e os produtos alimentares enriquecidos, como os produtos lácteos e pão.

Recomendações actuais
A discussão científica em torno dos benefícios da suplementação de vitamina D é um tema actual e está cientificamente aceite que há populações de risco nas quais é obrigatório intervir. Por outro lado, e em consequência disso, à medida que se compreendem os recentes papéis da vitamina D na saúde e na doença, a importância da sua medição exacta torna-se essencial. Especialistas consideram que é necessária melhor concordância entre os métodos, tanto para permitir a comparação mais significativa entre os estudos de investigação como para facilitar um acordo sobre os objectivos mínimos adequados a uma terapêutica de substituição ideal com vitamina D.

Em Portugal, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) publicou em Abril de 2008 uma Circular Informativa aconselhando 700-800 UI/dia de vitamina D nas pessoas com idade superior a 65 anos com osteoporose.

De acordo com as recomendações da Endocrine Societ, em 2011, devem ser rastreados, para identificar potenciais deficiências de vitamina D, apenas indivíduos em risco tais como idosos com mais de 65 anos, institucionalizados (sobretudo acamados), mulheres pós-menopausa e grávidas.

Por expressa opção do autor, o texto não respeita o Acordo Ortográfico

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Associação para o Planeamento da Família preocupada
A Associação para o Planeamento da Família manifestou-se preocupada com as dificuldades no acesso a métodos contracetivos...

Um dos casos apontados pelo diretor-executivo da Associação para o Planeamento da Família (APF) é o da administração regional de saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS – LVT), onde não é disponibilizado o anel vaginal às utentes dos centros de saúde.

“Neste caso, não se trata de atrasos, mas de uma incompreensível e grave decisão daquela ARS”, afirmou Duarte Vilar.

O anel vaginal é um método para mulheres que desejam uma contraceção hormonal combinada e não toleram ou não querem os contracetivos orais, sendo “uma boa alternativa” para quem não quer a pílula ou os implantes.

Duarte Vilar lembra que a lei define que todas as unidades do Serviço Nacional de Saúde devem dar acesso gratuito a todos os métodos contracetivos, incluindo o anel vaginal.

“É essencial que a mulher seja informada sobre todos os métodos disponíveis para fazer a escolha acertada e que tenha acesso gratuito a todos eles, sem interrupções”, defende a APF, lembrando que a situação económica e social em Portugal levou nos últimos anos a um aumento da procura das consultas de planeamento nos serviços públicos.

Além da situação verificada na ARS de Lisboa, a APF dá conta também de problemas pontuais no abastecimento de alguns métodos contracetivos na região Norte, como o caso do implante contracetivo.

Segundo Duarte Vilar, tem havido a preocupação de tentar reencaminhar as mulheres para a maternidade Júlio Diniz, no Porto, mas o responsável teme que neste processo haja sempre quem desista de procurar o seu método contracetivo.

“Quando a mulher não encontra o método contracetivo que costuma usar ou que pretende iniciar, acaba por se ver obrigada a optar por outros, mesmo tendo uma adesão muito menor”, refere a Associação.

Segundo os profissionais de saúde reprodutiva, a adesão das mulheres ao método contracetivo é considerada crucial. Por exemplo, esquecimentos frequentes na toma da pílula podem ser um indicador de falta de adesão e da necessidade de passar a outro método de toma não diária.

Duarte Vilar lamentou que sejam recorrentes os problemas no acesso a alguns métodos contracetivos, nomeadamente quando se registam atrasos "de ordem administrativa e burocrática" nos concursos para aquisição dos produtos.

A APF sublinha que “a legislação dita que o planeamento familiar é universal e gratuito, logo, deve garantir-se que todas as utentes têm acesso igual a todos os métodos contracetivos, sem situações de discriminação”.

4º Congresso da Associação Psiquiátrica do Alentejo
A diferença de género na saúde mental em Portugal é o tema central do 4º Congresso da Associação Psiquiátrica do Alentejo – APA...

Homens e Mulheres são suscetíveis a diferentes patologias mentais e vivem-nas de forma diversa – na procura de ajuda e de tratamento. As mulheres manifestam mais perturbações de ordem depressiva e de ansiedade; os homens são mais atreitos a perturbações do controlo dos impulsos e adição. Enquanto especialistas, importa-nos ter uma perceção realista das especificidades das várias patologias na saúde mental em homens e mulheres portugueses, para trabalhar de acordo.

De facto, de acordo com o primeiro Estudo Epidemiológico Nacional de Saúde Mental, publicado em 2013, as mulheres apresentam um maior risco que os homens de sofrer de perturbações depressivas (2,30 para 1) e perturbações de ansiedade (2,89 para 1), enquanto os homens têm uma maior probabilidade de sofrer de perturbações do controlo dos impulsos (1 para 0,77) e de perturbações pelo abuso de substâncias (1 para 0,21).

Paralelamente, são as mulheres quem mais procura ajuda: 48,8% das mulheres procuraram tratamento, versus 27,6% dos homens em todos os tipos de perturbação psiquiátrica, apresentando também uma maior probabilidade do que os homens de terem um tratamento adequado.

Isto acontece mesmo quando o tratamento adequado é sob a forma de fármacos. Em 2013, por exemplo quase um quarto (23.4 %) das mulheres e um décimo (9.8 %) dos homens da população geral tinham tomado ansiolíticos, números que, no caso das mulheres, são os mais altos na Europa e, no caso dos homens, se encontram entre os três mais altos. As mulheres também são as que tomam mais antidepressivos, verificou-se em 13.2% junto do público feminino, enquanto os homens têm uma percentagem de 3.9%.

O tema a Diferença de Géneros na Saúde Mental em Portugal vai ser repartido por duas sessões. A primeira, com moderação do Dr. José Salgado e do Dr. Afonso Albuquerque irá contar com as análises sobre a vertente da Psiquiatria Forense, pelo Prof. Jorge Costa Santos; na Patologia da Sexualidade, pelo Dr. Allen Gomes; a Neurobiologia, pelo Dr. A. Santinho Martins; e na Hiperatividade e Défice de atenção pelo Dr. Rui Durval. A segunda sessão, moderada pelo Dr. Eurico Allen Revez, e pelo Prof. Pedro Gamito, vai versar sobre os problemas relacionados com o Uso de Substâncias, com uma análise da Dra. Graça Vilar; na Medicina Interna, pelo Dr. J. Marques Penha; e na Pessoa Cultural, pelo Dr. Manuel Sardinha.

A diferença de género na saúde mental dos alentejanos é tema de uma mesa específica, moderara pelo Dr. Luiz Gamito, em que o Dr. José Pacheco vai analisa Os poderes das Mulheres Alentejanas e a Prof.ª Dr.ª Glória Santos faz uma revisão d’As representações da doença mental na ficção de Manuel da Fonseca sobre o Alentejo. “A especificidade do povo alentejano da sua vivência e do seu contexto geográfico, social e cultural fazem com que tenha uma vivência diferenciada no que se refere à saúde mental. Espera-se que a mulher alentejana viva todas as vicissitudes do dia-a-dia estoicamente, só, no ambiente do lar, enquanto o homem tem a sua vida na comunidade masculina. Todos estes aspectos fazem com que a doença mental se manifeste e seja gerida de forma distinta, que nos importa analisar” explica o Dr. Luiz Gamito.

Cuidados hospitalares
Investigação realizada por professora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra revela que as infeções associadas aos...

Os enfermeiros da zona Centro do país consideram-se motivados para a adoção de práticas seguras ao nível dos cuidados hospitalares, mas dizem que estas são, por vezes, limitadas por fatores como o stresse laboral ou a baixa dotação de profissionais, revela uma investigação realizada pela professora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Amélia Filomena Castilho.

Os dados resultam de um de três estudos feitos no contexto dessa investigação, segundo o qual 73,8% de enfermeiros (de uma amostra de 800 enfermeiros de 65 unidades de internamento de Medicina e de Cirurgia pertencentes a quatro hospitais de adultos da zona Centro) sente “motivação para a prática segura”, embora 73,2% afirme apresentar “níveis elevados de stresse laboral” e 52,7% considere as “dotações inadequadas”.

No âmbito deste estudo, o “trabalho de equipa” e a “aprendizagem organizacional - melhoria contínua” são aspetos considerados positivos pela maioria de um conjunto de 1152 profissionais de saúde (sobretudo enfermeiros, mas também médicos e assistentes operacionais) que participaram num questionário sobre “Política de segurança”, respetivamente por 78,5% e por 74,6% dos respondentes.

No mesmo estudo, mas a partir de outro questionário exclusivamente dirigido aos 800 enfermeiros, constata-se que os eventos adversos ligados às práticas de Enfermagem que ocorrem com mais frequência nos serviços “são as infeções associadas aos cuidados de saúde, o risco de agravamento/complicações do doente por défice de vigilância e julgamento clínico, as quedas e as úlceras de pressão”, refere a investigadora Amélia Filomena Castilho.

De acordo com os resultados obtidos pela docente da ESEnfC, com base nas declarações daqueles enfermeiros, «os erros de medicação são relativamente raros e acontecem sobretudo na fase de preparação e vigilância da medicação».

Noutro estudo desta investigação, o qual teve por base entrevistas a 18 enfermeiros de diferentes instituições hospitalares que se encontravam a frequentar cursos de especialização na ESEnfC, “em 26% dos relatos assume-se que coexistem falhas na comunicação (entre profissionais e entre profissionais e doentes) e falhas nos processos de gestão, nomeadamente na organização dos processos de admissão, alta e distribuição dos doentes”.

Por outro lado, “os profissionais referem que a subdotação e a instabilidade nas equipas reduzem a sua capacidade de resposta segura em contextos de sobrecarga de trabalho, de imprevisibilidade”, prossegue a autora da investigação.

Ainda neste pequeno estudo, é referido que “o ambiente físico da prestação de cuidados” é caraterizado, essencialmente, por “poder dificultar o trabalho dos profissionais”. “Salas muito distantes, pequenas, mal organizadas, foram alguns dos aspetos estruturais referidos como fatores que dificultam a vigilância dos doentes e/ou a preparação da medicação”, observa a docente da ESEnfC.

A professora Amélia Filomena Castilho defende que “o caminho para a transformar as instituições de saúde em organizações mais seguras exige maior compromisso na gestão do topo organizacional, na liderança das equipas e nos profissionais, apontando pistas de desenvolvimento na formação, na gestão, na investigação e nas práticas profissionais”.

Parte da investigação que Amélia Filomena Castilho realizou entre 2009 e 2014, intitulada “Eventos adversos nos cuidados de Enfermagem ao doente internado: contributos para a política de segurança”, será apresentada amanhã (dia 5 de junho), durante “III Congresso Internacional de Enfermagem Médico-Cirúrgica - Gerir a (im)previsibilidade e complexidade” que a ESEnfC acolhe, nas instalações no Polo A (Avenida Bissaya Barreto, em Celas).

Publicados em Diário da República
Os médicos que aceitem trabalhar em zonas geográficas consideradas carenciadas vão passar a receber incentivos, entre eles um...

Entre os incentivos financeiros define-se que o pagamento de mil euros mensais é reduzido para 50% após os seis meses de colocação e para 25% após um ano da duração no posto de trabalho.

O decreto-lei hoje publicado em Diário da República estabelece os termos e condições de atribuição de incentivos a médicos situados em zonas geográficas tidas como carenciadas, mas essas zonas só vão ficar definidas num despacho a publicar dentro de um mês.

Depois deste despacho, as zonas carenciadas passam a ser definidas anualmente, por estabelecimento de saúde e especialidade médica, no primeiro trimestre de cada ano.

Os incentivos financeiros são pagos durante os primeiros cinco anos. Caso os médicos decidam cessar funções antes desse prazo, são obrigados a devolver parte do incentivo para a colocação.

Além destes incentivos de colocação, os médicos que optem por trabalhar em zonas carenciadas recebem ainda compensação das despesas de deslocação e transporte.

Além dos financeiros, o diploma define também incentivos não pecuniários, como o aumento da duração do período de férias em dois dias durante os primeiros cinco anos, ou ainda a garantia de transferência escolar.

Outro incentivo é a dispensa de autorização do serviço de origem para a transferência do cônjuge, no caso de trabalhador com vínculo de emprego público.

Mafalda Ramos Martins
A médica portuguesa Mafalda Ramos Martins, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, recebeu o prémio de "Melhor...

O prémio foi atribuído no Congresso da Sociedade Europeia de Anestesiologia, que decorreu em Berlim, entre sábado e terça-feira.

A premiada, que é responsável pela formação dos médicos internos de Anestesiologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), agradeceu a confiança em si depositada pela direção do serviço.

“O prestígio do reconhecimento europeu pela excelência do ensino da Anestesiologia no nosso hospital coloca Portugal na liderança europeia da formação e ensino desta especialidade e facilita a internacionalização do conhecimento aqui gerado", considerou.

Também a diretora do serviço de Anestesiologia do CHUC, Clarinda Loureiro, que acompanhou Mafalda Ramos Martins na cerimónia de atribuição do prémio, manifestou a sua “profunda alegria pelo reconhecimento internacional a uma destacada médica” da sua equipa.

O presidente do conselho de administração do CHUC, Martins Nunes, enviou felicitações à médica, dando conta do seu “regozijo pela atribuição deste prémio, corolário do ensino de excelência que caracteriza o serviço de Anestesiologia” do centro hospitalar.

Segundo o CHUC, estavam a concurso representantes de vários países europeus, tendo as candidaturas sido avaliadas por um júri internacional pertencente aos órgãos decisores da Sociedade Europeia de Anestesiologia.

Este centro hospitalar tem atualmente em formação 42 internos da especialidade, sendo o maior centro de formação de internatos de Anestesiologia do país.

Durante o Congresso Europeu de Anestesiologia, o serviço de Anestesiologia do CHUC apresentou 35 trabalhos científicos provenientes da investigação clínica que realizou.

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