Associação alerta:
A Europacolon, Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo, defende que a capacidade de resposta para a realização de...

Um ano após intervenções e promessas por parte do Ministério da Saúde, continuamos com um tempo de espera de 5 a 6 meses no sector público e no privado convencionado.

“Um utente quando tem uma prescrição para fazer colonoscopia é porque apresenta alguma sintomatologia que justifique esse exame e a sua realização deve ser feita num tempo adequado. As colonoscopias devem ser realizas, segundo a legislação, num prazo de oito semanas e idealmente em apenas três. Aqui o tempo faz a diferença, trata-se de uma doença que mata, mas que pode ser rastreada num estádio inicial” , alerta Vítor Neves, Presidente da Europacolon.

“Em Lisboa existem apenas seis unidades de saúde que realizam colonoscopias  pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) por um valor entre os 14 e os 28 euros, com anestesia. No sector privado os exames continuam a custar mais de 400 euros.

Além disso, as clinicas não aceitam marcações por telefone, o que faz despoletar episódios de terceiro mundo em plena capital. No resto do país, no entanto, os exames são realizados em apenas duas semanas. O que nos leva a concluir que o número de especialistas e clinicas para a realização das colonoscopias, em Lisboa, é manifestamente insuficiente faca às necessidades”, conclui.

O cancro colo-rectal é o mais comum na Europa e o terceiro a nível mundial, em Portugal mata 11 pessoas por dia e é a doença oncológica com mais incidência, com cerca de 7.500 novos casos por ano. Para reduzir o número de casos na Europa e prevenir situações de lista de espera, a associação Europacolon tem vindo a debater-se pela implementação de um rastreio de base populacional e pelo registo nacional de doentes e a publicação anual de estudos epidemiológicos, em todos os países da europa.

Números da doença:

  • O cancro do intestino é uma doença que mata mais de 11 pessoas por dia em Portugal
  • Todos os anos, são diagnosticados mais de 7 mil novos casos
  • Esta doença, se detectada a tempo, tem cura em 90% dos casos
  • Em Portugal, 50% da população ainda desconhece os sintomas, sendo que a doença representa a terceira causa de morte por cancro em todo o mundo
  • É a terceira causa de morte por cancro em todo o mundo, sendo responsável por cerca de 694 mil mortes a cada ano
  • O relatório GLOBOCAN 2012 da Agência Internacional de Investigação do Cancro (IARC)* revela que o cancro colorretal é a terceira forma mais comum de cancro nos homens (746 mil casos, 10% do total) e a segunda forma mais comum nas mulheres (614 mil casos, 9,2% do total) em todo o mundo.
Relatório do Global Health Security Agenda
Plano Nacional de Vacinação foi uma das 10 categorias, num total de 11, a receber nota máxima. Os autores do documento...

Os autores do documento ressalvam, contudo, algumas limitações no trabalho, como o facto de a equipa não ter podido ir ao terreno Ivan Alvarado/REUTERS

Portugal parece estar bem preparado para lidar com ameaças de saúde pública, como uma pandemia de gripe ou um surto do vírus ébola, conclui um relatório do Global Health Security Agenda (GHSA), um organismo de segurança norte-americano criado pela Administração de Barack Obama, que resultou de uma avaliação de nove peritos que visitaram o país, escreve o jornal Público na sua edição online.

Portugal teve a classificação máxima em 10 das 11 categorias avaliadas, como por exemplo no combate à resistência à acção dos antibióticos, na capacidade de imunização da população e no Plano Nacional de Vacinação. Também recebeu nota máxima (4) na capacidade de resposta rápida a ameaças biológicas, assim como na capacidade de alocação de meios em situações de crise, no funcionamento dos centros de emergência, na capacidade de monitorização de situações de crise em tempo real. Também foi elogiada a relação entre organismos públicos para lidarem com este tipo de situações, incluindo a articulação com as forças de segurança.

O sistema nacional de laboratórios e a capacidade de vigilância e erradicação de doenças de origem animal, sendo actualmente notificadas uma lista de cerca de 80 doenças (como a BSE, brucelose, salmonelas), também ficou no topo da classificação. Mas neste item (das chamadas zoonoses) é referido que poderia haver um reforço de comunicação entre as autoridades de saúde e os serviços veterinários, uma recomendação que surge em várias das categorias avaliadas, e é sugerida a criação de regras oficiais de articulação.

"As ameaças de saúde ao nível do ecossistema humano-animal aumentaram nas últimas décadas, à medida que os agentes patogénicos se desenvolveram e adaptaram a novos hospedeiros e ambientes, trazendo nova sobrecarga aos sistemas de saúde humana e animal", lê-se. A GHSA recomenda, por essa razão, que a vigilância seja feita, cada vez mais, de forma combinada e em estreita colaboração.

“Ficámos mais tranquilos ao saber que a estratégia definida em Portugal mereceu a aprovação e notas elevadas, em 11 categorias”, disse o director-geral de Saúde, Francisco George. A pedido de Portugal, a equipa de nove peritos analisou ainda a capacidade do país para lidar com o vírus do ébola. O organismo americano aconselha Portugal a rever as regras e procedimentos que existem a nível nacional para as adaptar a contextos locais, havendo ainda "lugar para melhoria ao nível da disseminação da informação ao nível electrónico". "Melhorar a colaboração entre a área da descontaminação e eliminação de resíduos foi identificada como uma área que precisa de ser reforçada", refere ainda o documento de 42 páginas.

Casos suspeitos de ébola não confirmados

Portugal tem actualmente uma equipa de 11 elementos na Guiné-Bissau, onde montou um laboratório de virologia que passou a permitir a detecção do vírus no local, explica Francisco George. A missão portuguesa, prevista para estar no terreno durante seis meses, deveria terminar em Setembro. Mas nessa altura, “haverá uma reavaliação”, explicou Francisco George.

Desde 2014 foram reportados em Portugal nove casos suspeitos, todos negativos ao vírus do ébola. Dois deles foram detectados através da Linha de Saúde 24 e sete chegaram através de estabelecimentos de saúde.

A única categoria onde Portugal aparece menos bem classificado é na chamada biossegurança, ou segurança biológica: foi classificado com um 2 numa escala de 0 a 4. Neste item avalia-se, por exemplo, a existência de regras para o transporte de amostras com agentes perigosos ao nível dos laboratórios. O documento diz que existe legislação a este respeito mas que, fora do Instituto Nacional de Saúde Dr Ricardo Jorge, nunca foi feita uma avaliação para perceber se estão a ser cumpridos os procedimentos de segurança nos laboratórios, nomeadamente no sector privado.

Os autores do documento ressalvam, contudo, algumas limitações no trabalho, como por exemplo o facto de a equipa não ter podido ir ao terreno, a nível regional e local, para consolidar as informações colhidas a nível central. “Uma análise deste tipo poderia conferir mais objectividade a esta análise”, referem.

Portugal é o primeiro país na Europa e o quarto no mundo a submeter-se à peritagem, depois da Geórgia, Peru e Uganda. A equipa vai de seguida avaliar o Reino Unido.

Japão inventa
Uma empresa de Tóquio desenvolveu um protótipo de uma máquina para detetar doenças através da respiração, um dispositivo que...

O protótipo, concebido pela empresa Nihon Dempa Kogyo em colaboração com a Universidade de Kitakyushu, já conseguiu identificar com êxito a cirrose hepática, ao detetar amoníaco na respiração das pessoas que sofriam dessa doença, segundo o jornal Nikkei.

O sistema recorre a “oscilares do quartzo”, cujos elétrodos são revestidos de membranas especiais.

Ao serem expostos aos gases presentes na respiração de uma pessoa e, mais tarde, a uma amostra de ar, os osciladores reagem, mostrando se uma determinada substância está presente ou não no hálito do indivíduo.

Segundo a empresa, a vantagem deste sistema de cristais de quartzo é que, ao contrário de outros métodos baseados em semicondutores ou sistemas microeletromecânicos que detetam gases a partir do odor, a sua sensibilidade é muito maior.

O objetivo é conseguir desenvolver o equipamento de modo a que o paciente possa soprar quase diretamente sobre os osciladores, o que permitiria um diagnóstico praticamente instantâneo, indica a empresa, salientando também os baixos custos de produção do equipamento.

Investigadores de Coimbra apontam
Investigadores da Universidade de Coimbra descobriram que a origem das células estaminais cancerígenas é multifacetada e que...

Uma equipa de investigadores do Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra (UC), dedicada ao “estudo dos mecanismos envolvidos na carcinogénese”, descobriu que, “ao contrário do que se pensava até agora, a origem das células estaminais cancerígenas é multifacetada” e que “algumas surgem mesmo por ação da quimioterapia”, anunciou a instituição.

Visando analisar a origem das células estaminais tumorais, o estudo “provou haver uma grande plasticidade intratumoral, ou seja, dentro do tumor há um vasto conjunto de subpopulações celulares que, mediante determinados estímulos, se convertem em células estaminais cancerígenas, cujo potencial maligno acrescido assegura a sobrevivência, invasão e metastização dos tumores”, afirma a UC numa nota divulgada.

Segundo vários estudos anteriores, “as células estaminais tumorais são extremamente resistentes aos tratamentos convencionais do cancro (quimioterapia e/ou radioterapia) e responsáveis pelas recidivas de diversos tipos de tumores”, sublinha a UC.

As experiências realizadas no âmbito deste estudo – intitulado ‘Cancer stem cells and tumor progression: from molecular mechanisms to clinical consequences’ –, “primeiro em linhas celulares tumorais e posteriormente em modelos animais (ratinhos)”, permitiram ainda identificar “três citocinas (moléculas envolvidas nas transmissão de informação entre células) como potenciais promotores desta interconversão celular maligna”.

As citocinas identificadas promovem uma espécie de “conversa invisível” entre as várias subpopulações de células, “transmitindo propositadamente informação que leva à mudança de fenótipos das células” e “assegurando, consequentemente, a sua sobrevivência”, explicita a coordenadora do estudo, Maria Carmem Alpoim.

As descobertas conseguidas nesta investigação assinalam que é necessária uma mudança no paradigma de combate ao cancro, salienta a UC.

“Estas evidências determinam a implementação de novas abordagens nos tratamentos oncológicos para aumentar a sua eficácia”, alerta Maria Carmem Alpoim.

“O recurso a cocktails de medicamentos direcionados às várias subpopulações tumorais, inclusive em doentes submetidos a radioterapia, permitirá maximizar a sua eficiência”, sustenta a investigadora.

“As estratégias terapêuticas têm de ser multifacetadas e não somente direcionadas à diminuição da massa do tumor porque a interconversão entre as subpopulações celulares cancerígenas permite manter e, inclusivamente, aumentar o potencial maligno”, sublinha Maria Carmem Alpoim, que também é docente de Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC.

A investigação foi financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

Entrevista com fisioterapeuta Paulo Abreu
A Associação Portuguesa de Fisioterapeutas destaca no seu congresso anual a mesa redonda “Dispneia…A

A mesa redonda dedicada ao tema Dispneia… A “dor” do doente respiratório, inserida no 9º Congresso Nacional de Fisioterapeutas, que decorre no Centro de Congressos do Estoril, vai estar em destaque no próximo dia 14 de Junho. O Atlas da Saúde quis saber mais sobre este tema e esteve à conversa com o fisioterapeuta Paulo Abreu, e também membro do Grupo de Interesse em Fisioterapia Cardio-Respiratória da Associação Portuguesa de Fisioterapeutas.

Como se caracteriza a principal “dor” do doente respiratório, a dispneia?

A dispneia define-se como “uma experiência subjectiva de desconforto respiratório que consiste em sensações qualitativamente distintas que variam em intensidade”. Os doentes respiratórios podem referir sensações como falta de ar, aperto no peito, respiração difícil ou respiração pesada. A sensação de dispneia e a sua intensidade são influenciadas pelo tipo e gravidade da doença, factores psicológicos, sociais, culturais e ambientais.

A dispneia pode afectar até 50% dos doentes admitidos nas urgências e 25% dos doentes que recorrem aos Centros de Saúde ou a consultórios privados. Pode ter origem em várias doenças (ex. pulmonares, cardíacas, neurológicas) mas também em pessoas sedentárias com má condição física. Tem muitas características semelhantes à dor, sendo o principal sintoma do doente respiratório e por se diz que é a sua “dor”.

É um sintoma comum e debilitante, cria sofrimento, impede o doente de realizar as suas actividades do dia a dia de forma normal e reduz a sua qualidade de vida. Por estes motivos, é importante que o doente seja observado por um médico para determinar a causa da dispneia e realizar um tratamento adequado que deve incluir, em muitos casos, a Reabilitação Respiratória.

Dados recentes do Instituto Nacional de Estatística apontam as doenças respiratórias como a 3ª causa de morte em Portugal. Na sua opinião isso deve-se a que factores. Ou seja, falta de diagnóstico, tratamento incorrecto, falta de tratamento...

As razões para este facto são várias e muitas delas certamente associadas. Segundo dados de 1998 a 2013, as doenças respiratórias responsáveis por maior mortalidade são as pneumonias e o cancro e, certamente aqui as epidemias virais, as condições socioeconómicas da população e os hábitos de risco como o tabagismo terão uma responsabilidade importante. Neste aspecto faltam provavelmente medidas de prevenção mais eficazes e um diagnóstico mais precoce. Uma das medidas importantes de prevenção do agravamento e da agudização da doença respiratória crónica, como a DPOC, é o nível e a regularidade de actividade física que dos doentes. Os doentes mais activos fisicamente têm menos agudizações, estas aparecem mais tarde, vivem mais tempo e com mais qualidade de vida.

Qual a importância da Reabilitação Respiratória?

A Reabilitação Respiratória assenta essencialmente em três pilares: uma rigorosa e completa avaliação do doente e do seu controlo clínico, o treino de exercício físico e a educação. Os benefícios da Reabilitação Respiratória, comprovados cientificamente, são a melhoria da qualidade de vida relacionada com a saúde, o aumento da tolerância ao esforço, a melhoria da capacidade para realizar as tarefas diárias, a redução dos sintomas (dispneia, tosse, expectoração), a redução do número de consultas não programadas, das hospitalizações e dos dias de internamento, o aumento da esperança de vida e uma maior eficácia na autogestão da doença.

E do tratamento/abordagem multidisciplinar?

A doença respiratória, em particular doenças crónicas como a DPOC, as bronquiectasias, a fibrose pulmonar, têm impacto não só ao nível do pulmão (causando sintomas como dispneia, tosse, expectoração, diminuição das trocas gasosas), como ao nível dos músculos (fraqueza muscular), ao nível nutricional (obesidade ou magreza), ao nível psicológico (ansiedade, depressão, medos, crenças desajustadas, pânico) e ao nível sociofamiliar. Deste modo, é importante que o doente seja visto por profissionais de saúde com diferentes especializações (médico, fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista, enfermeiro, terapeuta ocupacional), num processo de intervenção interdisciplinar, para que o resultado da intervenção seja o melhor, mais rápido e mais duradouro, com mudanças de comportamentos que sejam promotoras de saúde a longo prazo.

Qual o papel do fisioterapeuta na qualidade de vida destes doentes?

O fisioterapeuta é um elemento fundamental na equipa de Reabilitação Respiratória, ou na intervenção em doentes agudos (como doentes internados), pelas suas competências específicas no treino de exercício (aeróbico, força, flexibilidade, equilíbrio), na execução e no ensino de técnicas de remoção de secreções, técnicas para melhorar a ventilação, técnicas para controlo da respiração, técnicas de relaxamento, técnicas de conservação de energia, entre outras.

Qual o impacto socioeconómico da não intervenção?

A não intervenção, a intervenção não atempada ou a intervenção feita por profissionais não-habilitados pode ter consequências significativas na melhoria da condição do doente, pode levar a complicações com prejuízo no bem-estar, na funcionalidade e na qualidade de vida, assim como mais custos directos e indirectos com a saúde.

Especificando melhor o tipo de doentes:

Quais os doentes que mais necessitam de intervenção?

Todos os doentes que tenham sintomas (dispneia, tosse, expectoração) e/ou sintam limitação na realização das suas actividades da vida diária relacionadas com a sua doença.

Qual a doença respiratória que mais beneficia com os cuidados do fisioterapeuta?

As doenças respiratórias têm impactos diferentes na vida das pessoas, que nem sempre estão relacionados com a gravidade da doença física. Mais importantes do que o tipo de doença são as consequências que a doença tem sobre a capacidade funcional do doente, o seu bem-estar e a sua qualidade de vida. Nesse aspecto qualquer doença respiratória pode ter um grande benefício dos cuidados do fisioterapeuta.

Que mensagem, ou principal conclusão, pretendem que saia da mesa redonda dedicada ao tema?

Sendo a audiência do Congresso fisioterapeutas e estudantes de fisioterapia, pretendemos que conheçam melhor este sintoma tão importante, que o saibam avaliar bem, percebam a importância que os aspectos psicológicos têm neste sintoma e no seu tratamento, e que conheçam o que de melhor temos ao nosso dispor para ajudar os doentes a reduzir a sensação de dispneia e o impacto que ela tem nas actividades diárias e na qualidade de vida.

Por expressa opção do autor, o texto não respeita o Acordo Ortográfico

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Conselho da Europa sugere a Portugal
O Conselho da Europa divulgou uma série de recomendações feitas a Portugal com vista ao combate dos casos de discriminação...

"Portugal continua a encetar pragmáticos mas limitados passos em direção à implementação da Convenção-quadro para a Proteção das Minorias Nacionais", referiu o Comité Consultivo, embora tenha admitido que "projetos para promoção do diálogo intercultural e combate da discriminação racial foram mantidos, tal como foram implementadas [em Portugal] medidas para facilitar a inclusão dos migrantes e a sua integração na sociedade".

Contudo, a equipa apontou "uma falta de conhecimento generalizada da Convenção-quadro em Portugal, sobretudo por parte das pessoas e dos grupos potencialmente interessados na proteção que esta oferece", além de não ter promovido a discussão de uma possível extensão destas medidas a outras comunidades que não a cigana.

No mesmo documento pode ler-se ainda que a legislação feita no sentido do combate à discriminação e o correspondente sistema de execução, em Portugal, precisam de melhoramentos.

O Comité lembrou ainda que as autoridades portuguesas adotaram, em março de 2013, a Estratégia Nacional de Integração das Comunidades Ciganas (2013-2020), além de ter sido criado o Grupo Consultivo para a Integração das Comunidades Ciganas (CONCIG), o que acreditam não ter evitado "as dificuldades ainda atravessadas por esta minoria no acesso ao emprego, à educação, à habitação, à saúde e à segurança social".

No que toca à educação, o relatório apontou que "os alunos ciganos continuam a ser colocados em turmas separadas", o que não traduz um esforço no sentido de "fortalecer a educação intercultural e de incutir a ideia de que as minorias fazem parte da sociedade portuguesa".

Além disso, sugeriu "uma maior cooperação entre as autoridades e representantes da comunidade cigana, de modo a promover a sua participação e influência nas decisões que os afetarão no futuro".

O Comité lamenta ainda que "alguns meios de comunicação social continuem a disseminar estereótipos e preconceitos contra os grupos minoritários, sobretudo ciganos e imigrantes".

Para uma ação imediata, emitiu uma série de recomendações a Portugal, entre elas a revisão dos mecanismos de resposta a queixas de discriminação racial, na perspetiva de aumentar o seu impacto na promoção da igualdade; a tomada de medidas que acabem com a discriminação contra a comunidade cigana no acesso à educação, à habitação, ao emprego e aos cuidados de saúde; e a implementação de linhas de intervenção, ao nível da educação, que extingam a segregação desta minoria nas escolas, que reduzam a taxa de inassiduidade e o abandono escolar por parte das crianças ciganas, sobretudo raparigas.

Em resposta, o Alto Comissariado português para as Migrações (ACM) enviou um comentário, hoje divulgado pelo Conselho da Europa, que adianta a criação de "uma nova versão da legislação anti-discriminação", a ser aprovada até ao fim do ano, e que surgirá no sentido de "combater às práticas discriminatórias" e de "promover a mediação enquanto ferramenta de resolução das mesmas".

O mesmo comentário veio comunicar ainda uma série de esforços já levados a cabo pelo governo português, sobretudo no seio da Estratégia de Integração das Comunidades Ciganas (2013-2020).

"Esta estratégia foi adotada no decurso de um processo que contou com o envolvimento de todos os ministérios, de organizações da sociedade civil, teóricos, especialistas e representantes da comunidade cigana", defendeu o ACM, enumerando as medidas implementadas no sentido de garantir a esta minoria o direito à habitação, ao emprego, à saúde e à educação.

A instituição portuguesa reforçou, ainda, a importância do papel do CONCIG, referindo que "tem promovido a participação da comunidade cigana e apostado em intervenções integradas, que contam com a mobilização de parceiros diversos - representantes dos ministérios, da comunidade cigana e de organizações da sociedade civil - em prol de um objetivo comum".

O ACM referiu, ainda, que no seio da estratégia já referida, foi criado o Observatório das Comunidades Ciganas, que já publicou, em janeiro deste ano, um estudo generalizado sobre as condições desta minoria em Portugal.

Para a próxima semana
A Organização Mundial de Saúde anunciou que vai convocar, na próxima semana, a comissão de emergências sobre a Síndrome...

Ao todo, 126 pessoas foram infetadas na Coreia do Sul pelo coronavírus Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS, sigla em inglês) desde o primeiro diagnóstico, a 20 de maio, num homem que tinha estado na Arábia Saudita e em outros países do Golfo Pérsico.

"O número de novos casos diminuiu, mas devemos vigiar a situação de perto", declarou um porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tarik Jasarevic, numa conferência de impresa em Genebra.

"A comissão de emergências vai reunir-se" na próxima semana, mas a data ainda não foi marcada, disse.

"Trata-se de analisar a situação" e determinar se "constitui uma emergência de saúde pública de alcance internacional", acrescentou Jasarevic, precisando que a última reunião da comissão decorreu a 05 de fevereiro passado.

A Coreia do Sul anunciou hoje que o balanço de mortes causadas pelo coronavírus MERS aumentou para 11, mas as autoridades pediram calma à população, destacando a diminuição do número de novos contágios.

Pelo menos 3.680 pessoas estão atualmente de quarentena, em casa ou no hospital, contra 3.805 na quinta-feira. A quarentena foi levantada para 1.249 pessoas desde o início do surto, o maior fora da Arábia Saudita.

O MERS é um vírus mais mortal, mas menos contagioso, do que o responsável pela Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS, sigla em inglês) que, em 2008, fez cerca de 800 mortos em todo o mundo.

O vírus da MERS provoca uma infeção pulmonar e os afetados sofrem de febre, tosse e dificuldades respiratórias, não havendo, por enquanto, vacina ou tratamento para o vírua. A doença regista uma taxa de mortalidade de cerca de 35%, de acordo com a OMS.

Na Arábia Saudita, mais de 950 pessoas foram contaminadas desde 2012 e 412 morreram.

ONU alerta
Num relatório, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura alertou que a região do Mediterrâneo está a...

Durante a Expo Mundial em Milão, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura apresentou um relatório que explica que devido ao aumento de alimentos importados, a dieta mediterrânica está a sofrer mudanças e pode mesmo estar em risco.

A dieta mediterrânica tem sido celebrada pelos seus benefícios para a saúde. "A região do Mediterrâneo está a passar por uma 'transição nutricional', que se distancia da sua dieta original, considerada por muito tempo como modelo de uma vida saudável", afirma o relatório citado pelo Notícias ao Minuto.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Centro Internacional de Estudos Avançados Agrónomos Mediterrâneos (CIHEAM) realizaram um estudo que concluiu que a alteração dos hábitos alimentares por todo o Mediterrâneo pode trazer muitos efeitos negativos como a obesidade, mas também invalidez e a morte prematura.

O relatório alerta ainda, como noticia o site Globo, que a globalização, o comércio de produtos alimentares e as mudanças no estilo de vida, incluindo a mudança do papel da mulher na sociedade, estão a alterar os hábitos de consumo no Mediterrâneo.

"A dieta mediterrânea é nutritiva, bem integrada com as culturas locais, respeitadora do ambiente e propícia para as economias locais", sublinha Alexandre Meybeck, coordenador do programa Sistemas Alimentares Sustentáveis da FAO.

Mas, com o aumento da importação de alimentos e a transformação das paisagens locais de monocultura, os sistemas alimentares tradicionais têm sofrido os efeitos das mudanças nos hábitos alimentares, adverte o relatório. Estima-se que, atualmente só são cultivadas 10% das variedades de culturas tradicionais locais na zona do Mediterrâneo.

 

E com riscos associados
O treino em jejum, já usado há muito tempo por atletas de competição, começa a tornar-se tendência para quem pretende emagrecer...

O treinador pessoal (‘personal trainer’) António Braz reconhece que, nos últimos dois anos, a prática de treinar em jejum começou a ser mais disseminada, acreditando que é apenas uma tendência para “procurar uma forma mais rápida de perder massa gorda”.

“As evidências científicas demonstram que os riscos existem. Pode ser um risco, uma vez que os processos metabólicos da gordura e a quantidade de açúcar disponível no sangue são extremamente difíceis de controlar”, afirmou.

A ideia de quem procura os treinos cardiovasculares (corridas ou caminhadas) em jejum é aproveitar o período em que as reservas de açúcar estão baixas, para estimular a queima de gordura mais cedo no treino.

“A questão é que o nosso cérebro consome preferencialmente açúcar e, na ausência deste, vamos obrigar o nosso corpo a produzir corpos cetónicos. Prolongando este quadro podemos causar cetose, elevando a acidez do sangue”, defende o ‘personal trainer’ e professor de capoeira António Braz, lembrando que a acidose prolongada pode ter efeitos nefastos.

Henrique Jones, ex-médico da seleção portuguesa de futebol, considera que uma refeição ligeira uma hora antes do exercício “é fundamental para preencher as reservas energéticas que permitem alimentar os músculos”.

Mesmo que em termos cardiovasculares não seja um risco imediato treinar em jejum, Henrique Jones defende que esta metodologia de treino é incorreta e pode provocar fadiga precoce e até eventual agravamento das micro lesões musculares.

“Existe uma tendência para esta metodologia associada à prática de exercício sobretudo quando o objetivo não é o bem-estar físico e psíquico mas a perda de peso e massa gorda corporal a qualquer custo”, admite.

Contudo, o médico especialista em medicina desportiva José Gomes Pereira recorda que o exercício físico em jejum é uma prática utilizada em atletas há décadas. Trata-se de um exercício que consome mais gordura do que aquele que não é feito em jejum e que se utiliza em atletas de fundo, como maratonistas, para melhorar a sua performance.

“Se o exercício for estritamente aeróbio, de baixo impacto e com uma pessoa clinicamente saudável, não oferece qualquer risco realizá-lo. Porque uma pessoa metabolicamente saudável vai privilegiar, no exercício de baixo impacto, a utilização das gorduras em detrimento dos açúcares. Não provoca a hipoglicemia reativa ao esforço, que é o risco associado a quem faz exercício em jejum”, indica.

Mas pode constituir um risco, caso a intensidade do esforço não seja rigorosamente monitorizado, podendo as pessoas ultrapassar o limiar da utilização dos açúcares durante o treino em jejum.

“Quem pode fazer exercício aeróbio em jejum? As pessoas que têm boa condição física, os atletas e quem está treinado. Os atletas de fundo usam preferencialmente as gorduras e poupam os açúcares, estão treinados para isso. Quem não está treinado, não o consegue fazer e tenta arranjar um truque e forçar o organismo a usar as gorduras, treinando em jejum. E indo em jejum correm riscos, porque não vão adaptados”, defende o antigo médico do Sporting.

Ainda assim, para Gomes Pereira, o treino em jejum “não é um bicho papão” se for devidamente orientado e dirigido a quem tem preparação física.

Também Pedro Carvalho, da Faculdade de Ciências de Nutrição da Universidade do Porto, defende que o treino em jejum “é uma estratégia que tem mais sentido ser usada em atletas do que em pessoas que não estão muito treinadas”.

“Não pode ser assumido por qualquer pessoa. Tem de existir o mínimo de capacidade cardiovascular. Quem quer queimar gordura, tem de se preocupar em treinar mais e comer melhor. Não é por treinar duas ou três vezes em jejum que vai recolher grandes benefícios”, declarou o especialista, acrescentando, aliás, que o maior determinante da queima de gordura é a capacidade física e a quantidade de massa muscular.

No site de uma das maiores cadeias de ginásios em Portugal, os benefícios do treino em jejum para perder peso são apontados como bastante reduzidos: “Pesando os benefícios, era necessário um ano de treino em jejum comparado com o treino a seguir à refeição, para ter uma diferença de menos um quilo. Será que esse quilo vale os riscos de saúde?”.

O médico Gomes Pereira vinca que muitos querem perder gorduras antes do verão, fazendo “dietas da moda” e treinos que lêem em revistas: “Quem faz treino em jejum com pressa de perder peso não faz só isso. Restringe-se muito a nível alimentar e isso tudo associado pode ser perigoso”.

Segundo resultados de estudo
Portugal continua a ser o segundo melhor país do mundo a receber e integrar imigrantes, segundo o estudo internacional MIPEX...

A avaliação de Portugal na quarta edição do MIPEX é apresentada hoje na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, mas a lista comparativa e ordenada de 38 países só será conhecida na totalidade no próximo dia 30, em Bruxelas.

O acesso à saúde, educação e habitação permanente ressaltam no estudo como os menos positivos, enquanto emprego, luta contra a discriminação, acesso à nacionalidade e reunião de famílias conseguem as pontuações mais altas.

Portugal atinge uma pontuação de 75, subindo um ponto em relação ao último estudo, realizado em 2010, graças a melhorias como sistemas de proteção a vítimas de violência doméstica e programas de emprego.

O contexto português, refere-se no estudo, destaca-se por haver “atitudes altamente positivas antes e durante a crise económica, sem partidos de extrema-direita” a obterem resultados significativos nas eleições legislativas.

Portugal é considerado no estudo como o país da Europa do Sul que mais bem combate a discriminação e promove a igualdade, mas refere que o baixo número de queixas (a rondar os 2,8% da população) não significa que esteja tudo feito no que respeita a educar os imigrantes sobre os seus direitos e as leis existentes para os proteger.

No estudo, a Saúde é identificada como uma das áreas em que os imigrantes em Portugal têm mais dificuldades, por culpa da crise económica, que fez com que “encontrem mais obstáculos administrativos” e “serviços de saúde que dão menos respostas”.

Em Portugal, a igualdade no acesso à saúde para os imigrantes “não é uma prioridade das políticas de saúde ou uma obrigação específica” dos prestadores de cuidados, fatores que colocam o país na 22.ª posição entre 38 países.

Uma das áreas em que Portugal consegue mais pontos na análise do MIPEX é a integração dos imigrantes no mercado de trabalho: segundo números de 2011 e 2012, cerca de 28% dos cidadãos não oriundos da União Europeia estavam desempregados, abaixo dos cerca de 33% da média dos países analisados.

No MIPEX aponta-se Portugal como um dos melhores países no acesso dos imigrantes a emprego com igualdade de oportunidades e direitos, mas ressalva-se que é mais frequente haver imigrantes a trabalhar abaixo das suas qualificações e que não é tão fácil acederem a apoios sociais como subsídio de desemprego.

Na educação, destaca-se a facilidade do acesso dos filhos de imigrantes ao sistema de ensino, mas que este não dá saída às “novas oportunidades e necessidades” que esses alunos representam.

“O desafio é chegar a todos os alunos que precisam em todo o tipo de escolas”, ajudando-os a ultrapassar os obstáculos que encontrem e usando a escola como forma de integrar estudantes e pais, defende-se.

Em 2013, mais de 7.800 novos imigrantes chegaram a Portugal para se juntarem a familiares que já estavam no país, um número inferior a anos anteriores mas que mantêm o país como um dos mais favoráveis à reunião de famílias.

Quanto ao acesso à nacionalidade, registaram-se em 2012 mais de 10.800 naturalizações de pessoas nascidas fora da União Europeia, maioritariamente oriundas dos países de língua portuguesa, mas com um número crescente de moldavos, por exemplo.

O ano de 2006 marcou uma viragem no número de naturalizações, que antes estava entre as 2.000 a 4.000 por ano e que atingiu números superiores a 20.000 a partir de 2007.

O MIPEX avalia em 167 parâmetros a integração dos imigrantes em todos os países da União Europeia, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Islândia, Japão, Coreia do Sul, Nova Zelândia, Noruega, Suiça e Turquia.

Para analisar proposta da direção
Os trabalhadores do Instituto Nacional de Emergência Médica de Lisboa vão reunir-se hoje em assembleia-geral para debater uma...

A Comissão de Trabalhadores e a direção do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) estiveram reunidas na terça-feira, mas sem resultados imediatos, como disse o coordenador da comissão, Rui Gonçalves, acrescentando que pelo menos até hoje os trabalhadores vão continuar a recusar-se a fazer trabalho extraordinário.

De acordo com Rui Gonçalves, a direção do INEM apresentou uma proposta de reestruturação dos meios em Lisboa, que vai ser analisada hoje em assembleia-geral.

Os técnicos de ambulância de emergência do INEM estão desde o início do mês a recusar-se a fazer horas extraordinárias, o que, segundo o sindicato do setor, pode pôr em causa a prestação de socorro especialmente na área de Lisboa.

Os técnicos queixam-se de sobrecarga de trabalho e da falta de pagamento de subsídios e horas extra, além de mais cortes no salário.

O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica, Paulo Campos, disse na segunda-feira que até setembro vai haver um reforço de 85 técnicos de emergência médica, um número que o sindicato considera insuficiente.

Na sequência da recusa dos trabalhadores do INEM em realizar trabalho extraordinário, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais emitiu um pré-aviso de greve ao trabalho extraordinário a partir das 00:00 de dia 24 deste mês.

A partir do próximo ano
O plasma português vai começar a ser totalmente utilizado a partir do próximo ano, através de um programa que permitirá, pela...

O presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), Hélder Trindade, disse que este programa é “o corolário do trabalho que este instituto fez ao longo dos últimos anos” e que o mesmo se segue à inativação do plasma português para transfusões, que já é feita.

Faltava ainda o tratamento do plasma remanescente como matéria-prima para a produção de medicamentos derivados do plasma.

Para tal, foi lançado um concurso que está a correr, do qual deverá resultar uma empresa que irá fracionar o plasma, a começar pelos 30 mil litros que o IPST tem colhidos e conservados.

Em 2013, Portugal gastou 39.740.469 euros na aquisição de derivados do plasma (imunoglobulina, fator VIII, albumina, fator IX, fator von Willebrand.

Hélder Trindade não avança com o valor da poupança que deverá resultar do tratamento do plasma português para medicamentos, embora reconheça que deverão ser “alguns milhões”.

O presidente do IPST sublinha, no entanto, a importância de todo o plasma resultante da colheita de sangue de dadores em Portugal poder ser, desta forma, aproveitado.

A empresa vencedora do concurso deverá ser escolhida até setembro, estando previsto que, a partir de março, a transformação do plasma português em medicamentos avance.

Em 2013, foram colhidas 362 mil unidades de sangue em Portugal, das quais 214 mil através do IPST e as restantes pelos serviços de sangue hospitalares.

Para transfusão, o IPST tem capacidade para garantir todo o plasma, o qual é inativado por dois métodos diferentes: um efetuado pelo próprio instituto depois de comprado o reagente (amotosaleno) e outro (solvente reagente) por prestação de serviços da Octapharma.

O restante plasma destina-se ao fracionamento para obter os medicamentos derivados deste produto necessários aos doentes.

De acordo com o Programa Estratégico Nacional de Fracionamento de Plasma Humano, hoje apresentado em conferência de imprensa, em 2016 serão iniciadas as diligências para que o mesmo contemple a entrada dos serviços de sangue hospitalares como fornecedores de plasma.

Testado em ratos de laboratório
O tratamento com um novo medicamento abriu uma nova porta na medicina regenerativa ao ajudar ratos de laboratório a regredir o...

Se a terapia funcionar em humanos, os cientistas acreditam que pode salvar as vidas de pessoas que estão em estado crítico com doenças no cólon, doenças hepáticas ou alguns cancros. No entanto, os investigadores sublinharam que a pesquisa está ainda num estado muito inicial e que mais trabalho é necessário antes da terapia ser testada em humanos. O estudo, liderado por investigadores do Case Western Reserve e do UT Southwestern Medical Center, foi publicado na revista Science.

“Estamos muito entusiasmados”, afirmou o co-autor Sanford Markowitz, professor de genética oncológica na Case Western Reserve's School of Medicine. Desenvolvemos um medicamento que atua como uma vitamina para as células-mãe dos tecidos, estimulando a sua capacidade de reparar os tecidos mais rapidamente”, adiantou.

O medicamento “cura os danos em vários tecidos, o que nos sugere que pode ser aplicada no tratamento de várias doenças”.

O fármaco em questão – que para já tem a designação de SW033291 – consegue acabar com a atividade de um gene produzido em todos os humanos: 15-hydroxyprostaglandin dehydrogenase (15-PGDH). Isto proporciona mais espaço para a prostaglandin E2, que incentiva o crescimento de muitos tipos de células-mãe e promove a cura.

Os investigadores realizaram uma série de experiências que demonstraram que o SW033291 pode inativar o 15-PGDH, no interior de uma célula, quando injetado em animais de laboratório.

Lançada em Portugal
O website e aplicação móvel Observe, usado com sucesso em vários países, pretende contribuir para aumentar a adesão dos...

O preenchimento de formulários em papel já lá vai, na área da monitorização da higiene das mãos. O Bode Science Center, inspirou-se no formulário da Organização Mundial de Saúde disponibilizado para o efeito e criou uma ferramenta digital – disponível no formato de website e de aplicação para Ipad – que promete facilitar a observação e monitorização da higiene das mãos pelos profissionais de saúde.

 “Com esta ferramenta, nova em Portugal, a recolha dos dados relativos aos comportamentos de higiene das mãos fica mais fácil e rápida. O Observe é bastante intuitivo e permite uma análise imediata dos dados”, informou Ricardo Maio, gestor de produto, adiantando que as informações aí introduzidas podem ser filtradas consoante o interesse e exportadas para Excel, o que permitirá “mais estudos observacionais”.

No evento, Daniel Troncoso, cirurgião do Hospital Universitário Príncipe das Astúrias de Madrid, partilhou a experiência desse centro espanhol com a ferramenta. “Fomos um dos hospitais pioneiros a usar o Observe, em 2012. Tem sido muito importante para monitorizar e avaliar os comportamentos de higiene das mãos, para além de ser muito prático”, comentou.

E-learning sobre os 5 momentos de desinfeção das mãos

Outra Inovação apresentada durante o evento, que contou com a presença de mais de cem profissionais de saúde, foi uma ferramenta de e-learning que apoia, de uma forma lúdica, na formação relativa aos cinco momentos de desinfeção das mãos (antes do contacto com o doente; antes de procedimentos assépticos; após o risco de exposição a fluidos orgânicos; após contacto com o doente; e após contacto com o ambiente envolvente do doente).

Disponível no site www.hartmann.pt, esta ferramenta dispõe de unidades de aprendizagem específicas para o dia-a-dia de um profissional de saúde. “A nossa prioridade é contribuir para reduzir o número de infeções nos hospitais”, afirmou Ricardo Maio.

Cerca de um terço das infeções associadas aos cuidados de saúde – cuja incidência em Portugal (11,5%) é superior à da média Europeia (cerca de 7%) – poderiam ser prevenidas com a adoção de um conjunto de boas práticas, que incluem a desinfeção das mãos.

 

 

Fisioterapeutas avisam
A Associação Portuguesa de Fisioterapeutas avisa que há vários profissionais sem habilitações a exercer as funções de um...

“A fisioterapia deverá ser efetuada por um profissional, designado de fisioterapeuta, que é um profissional com uma formação superior, tendencialmente uma licenciatura, e que possui uma carteira profissional outorgada pelo Ministério da Saúde”, refere a Associação de Fisioterapeutas, que realiza a partir de sexta-feira no Estoril (Cascais) um congresso em que será debatida a valorização e reconhecimento da profissão pela sociedade.

Segundo Pedro Rebelo, da direção nacional da Associação, a lei é clara ao definir quem pode exercer fisioterapia, mas há “procedimentos menos corretos e usurpação de funções”.

“Os utentes devem informar-se sobre as habilitações de quem está a efetuar os tratamentos”, aconselha Pedro Rebelo em declarações à agência Lusa, acrescentando que pode ainda ser efetuada uma denúncia caso o profissional não seja efetivamente fisioterapeuta.

A Associação defende ainda mais fiscalização aos profissionais e empresas que trabalham na área da fisioterapia ou reabilitação, para detetar e dissuadir usurpações de funções.

Para Pedro Rebelo, há pessoas e outros grupos profissionais que se julgam capazes de fazer um conjunto de tarefas ou funções que equivalem à fisioterapia.

Contudo, os pacientes “podem correr riscos de saúde” caso as práticas usadas não sejam as mais adequadas à sua situação.

Dos cerca de 8.500 fisioterapeutas em Portugal, não serão mais de mil os que trabalham nos serviços públicos de saúde, refere Pedro Rebelo, para quem o percurso de acesso a um fisioterapeuta dentro do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é muito lento.

“As instituições públicas não são suficientes para abarcar todos os fisioterapeutas. Mas o sistema hospitalar está montado de problemas mais agudos e mais imediatos. Os utentes procuram uma resposta rápida, mas o Estado não tem estrutura montada para os tratamentos de continuidade, como no caso de doenças crónicas”, argumentou.

Pedro Rebelo defende que devia ser possível, mesmo através do sistema público, ter um primeiro contacto com um fisioterapeuta, sem antes passar por outras consultas, como acontece noutros países como Inglaterra.

“Isto pouparia dinheiro ao SNS, uma vez que se poupavam umas cinco ou seis consultas, que são os passos necessários até chegar ao fisioterapeuta”, sugere, sublinhando que os fisioterapeutas têm capacidade para referenciar o problema para um médico de especialidade quando identificam que o problema ou caso não é da sua competência.

Uma das soluções para permitir aos utentes do SNS um maior, mais rápido e facilitado acesso a fisioterapia poderia ser um mecanismo semelhante ao dos cheques-dentista, em que o Estado paga tratamento a privados para determinados grupos de pessoas.

Estas são algumas das preocupações que vão ser debatidas no 9.º Congresso Nacional de Fisioterapeutas, que reúne entre sexta-feira e domingo cerca de 600 profissionais no Estoril, que irão também discutir as evidências científicas da prestação de cuidados de fisioterapia.

Levedura de arroz vermelho
O colesterol é um constituinte normal do organismo e que é transportado através do sangue.

De nome científico Monascus purpureus, a levedura de arroz vermelho, é um alimento extraído de um fungo que cresce no arroz, usado desde há séculos na cozinha chinesa, não só pelo seu interesse gastronómico como também pelos seus efeitos medicinais e impacto no sistema vascular. O alimento é composto por fitoesteróis, ácidos gordos, e pelas monacolinas, entre as quais, a Monacolina K.

A Monacolina K é uma molécula de origem natural, a partir da qual foram desenvolvidas as estatinas - substâncias químicas atualmente utilizadas, que visam a diminuição do colesterol. A Monacolina K inibe, pelo mesmo efeito de classe das estatinas, uma das enzimas integrantes do processo de síntese do colesterol, diminuindo assim a sua produção. Devido ao seu mecanismo de ação, que atua na origem da síntese do colesterol, a Monacolina K tem a capacidade de diminuir em 17% os valores do colesterol total e em 22% os valores das concentrações de LDL, também conhecido como o “mau colesterol”.

Diversos estudos provaram a importância da utilização da levedura de arroz vermelho pelas pessoas que têm dificuldade em tolerar as terapêuticas com as estatinas tradicionais, devido aos efeitos secundários que estas produzem, como o cansaço e dores musculares. A levedura de arroz vermelho não apresentou até à data efeitos adversos significativos, contribuindo para a manutenção de níveis normais de colesterol no sangue e apresentando-se como uma boa alternativa para estes casos.

No entanto, o recurso a suplementos alimentares à base da levedura do arroz vermelho, que podem ser adquiridos em farmácias e parafarmácias, não dispensa a implementação de alterações no estilo de vida tais como: modificação nos hábitos alimentares com diminuição da ingestão de gorduras, prática de exercício físico regular e abstenção tabágica, que em confluência contribuem para a redução dos níveis de colesterol no sangue.

Previna-se e evite que esta ameaça silenciosa do colesterol se transforme num problema a longo prazo. Adote desde já um estilo de vida mais saudável, protegendo o seu coração e as suas artérias.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Secretaria da Saúde da Madeira
As autoridades de saúde da Madeira anunciaram a intensificação do plano de ação para combate à Dengue, embora a atividade do...

“A Secretaria Regional de Saúde vai intensificar o plano de ação para a Dengue, que está ativo desde março de 2013, integrando toda a componente de vigilância entomológica e resultados de projetos desenvolvidos desde 2005, data de introdução e implementação do vetor Aedes aegypti na Madeira”, disse fonte deste departamento do Governo Regional.

Segundo a mesma fonte, depois do surto registado em 2012, “desde fevereiro de 2014 que não há casos importados de dengue na Região e desde fevereiro de 2013 que não há casos de Dengue com origem na Região Autónoma da Madeira”.

As autoridades regionais de saúde destacam que uma das vertentes deste plano é a vigilância epidemiológica, sendo “uma doença de declaração obrigatória em Portugal”, reforçando que “a monitorização e a notificação dos casos suspeitos ou prováveis de dengue são mantidas através do sistema regional de notificação.

Outra vertente do plano é a vigilância entomológica, cujo ciclo decorre entre a décima semana de um ano civil e a nona do ano seguinte, que passa pela observação das mais de 200 armadilhas espalhadas pela região, para ovos e mosquitos adultos, que permitem avaliar “a situação do vetor Aedes aegypti em termos de densidade, localização e expansão territorial, bem como a possível interação entre atividade do vetor e o clima”.

Segundo os dados da Secretaria Regional de Saúde, “o ano 2015 apresenta-se, até à data, como aquele em que as armadilhas observadas mais vezes estiveram negativas, quando comparadas com 2013 e 2014”.

A mesma informação revela que “a variação entre 2015 e 2014 é de 140 por cento, o que quer dizer que, em 2015, as armadilhas observadas foram 12 vezes negativas, enquanto, em 2014, foram apenas 5 vezes negativas”

Também aponta que na comparação do total de ovos de mosquito capturados, regista “uma variação de menos 68 por cento em 2015, quando comparado com o ano 2014, sendo que em número absoluto, até à data foram capturados 259 ovos e em 2014 tinham sido coletados 799 ovos”.

A Secretaria Regional de Saúde da Madeira informa que a 15 de junho também serão enviadas amostras da população de mosquitos presentes na Madeira para, em parceria com o Instituto de Higiene e Medicina Tropical e o Instituto Pasteur de Paris, “serem avaliadas as suscetibilidades do mosquito aos vírus da Dengue, Chikungunya e Zika” transmitidos pelo Aedes aegypti.

A retoma do diálogo intersetorial, a intensificação das parcerias com as autarquias e a divulgação nos meios de comunicação de medidas de prevenção, são algumas das medidas preconizadas pelas autoridades de saúde da região.

 

Portugal cumpre
A União Europeia ultrapassou os limites de emissões de poluentes do ar e 10 países apresentam valores acima das metas em, pelos...

Um relatório da Agência Europeia do Ambiente (EEA na sigla em inglês) hoje divulgado conclui que, em 2013, "as emissões de poluentes do ar continua a exceder os limites legais na União Europeia" e os dados preliminares mostram que 10 Estados membros ultrapassam um ou mais dos tetos de emissão fixados".

Para Portugal, a informação recolhida pela entidade revela que as emissões estão abaixo dos limites fixados em todos os poluentes, ou seja, óxido de azoto (NOx), relacionado com o tráfego automóvel, NMVOCs (compostos orgânicos não voláteis), dióxido de enxofre (S02) e amoníaco (NH3), nos anos entre 2010 e 2013.

São 14 os Estados membros que conseguem apresentar valores de emissões baixo dos limites máximos fixados em todos os poluentes, entre os quais Grécia, República Checa, Itália ou Polónia, além de Portugal.

"As emissões do transporte rodoviário são uma das principais razões para o elevado número de excedências de NOx, em parte porque o transporte cresceu mais que o esperado", mas também devido ao aumento do número de veículos a gasóleo, mais poluentes que os carros a gasolina, explica a EEA.

Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Irlanda e Luxemburgo foram os seis países que excederam os seus tetos de emissão de NOx entre 2010 e 2013.

A EEA salienta que a Alemanha foi o único país que ultrapassou os limites para os quatro elementos referenciados, enquanto a Áustria, Dinamarca e Irlanda apresentam valores de emissões acima do fixado em dois poluentes.

São seis os países que mantêm "problemas persistentes" no objetivo de cumprir a meta nacional de emissões para o NH3, poluente que, na sua maior parte (95%), tem origem na atividade agrícola, principalmente relacionado com os fertilizantes e o tratamento do estrume dos animais.

O relatório "O Ambiente na Europa – Estado e Perspetivas 2015", elaborado pela EEA, publicado em março, refere que a poluição do ar continua a ter sérios impactos nas zonas urbanas e, "em 2011, cerca de 430 mil mortes prematuras eram atribuídas às partículas finas".

"Uma parte significativa da população urbana europeia continua exposta a níveis prejudiciais de poluição atmosférica", segundo a EEA, e os transportes continuam a ser os maiores responsáveis pela fraca qualidade do ar nas cidades, mas a indústria, centrais elétricas, agricultura e setor doméstico também contribuem para a poluição.

Aliás, "a poluição atmosférica continua a contribuir para grande parte do fardo do cancro do pulmão e das doenças respiratórias na Europa", refere a instituição.

O custo associado à poluição do ar representa, pelo menos, 330 mil milhões de euros relacionados com a mortalidade, segundo estimativas de 2010 da EEA, que apontam ainda para 15 mil milhões de euros devido a ausências no trabalho, e quatro mil milhões por gastos em cuidados médicos.

Consórcio nacional apresenta
Existem atualmente mais de 2 milhões de idosos¹ em Portugal. Estima-se que até 2060, este grupo etário represente entre 35 a 43...

A Assembleia da República e o consórcio Ageing@Coimbra, Região Europeia de Referência para o Envelhecimento Ativo e Saudável, debatem no próximo dia 16 de junho – terça-feira -, das 14h30 às 17h00, no Auditório do Edifício Novo da Assembleia da República, o tema “Envelhecimento Ativo e Saudável”.

Serão apresentados os principais resultados dos estudos e indicadores sobre Envelhecimento, Saúde e Bem-Estar e um conjunto de documentos de compromisso e recomendações com a finalidade de vincular os parceiros em ações concretas cujo objetivo geral é, até ao ano 2020, aumentar em cerca de 2 anos a esperança de vida ativa dos cidadãos.

Para além de Maria Antónia de Almeida Santos, Presidente da Comissão Parlamentar da Saúde, o debate conta com a presença do Prof. João Malva, Coordenador Científico do Ageing@Coimbra, do Dr. Jorge Pinto Antunes, Acting Head of Unit, Directorate General for Health and Food Safety, European Commission, do Prof. Manuel Teixeira Veríssimo, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e Centro

¹Pessoas com 65 anos ou mais. Dados do INE, publicados no Dia Mundial da População a 11 de julho de 2014

 

 

Roche distingue
Motivar as pessoas com diabetes para a autogestão através de Comunicação Digital e acesso remoto a dados de saúde.

Este é o objetivo da iniciativa da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) que esteve entre os projetos distinguidos pela farmacêutica Roche, pela inovação na defesa dos direitos dos doentes e na promoção da saúde na comunidade.

A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, em colaboração com a empresa informática Evolute, criou a plataforma digital A minha APDP através da qual os cerca de 13 mil pacientes com diabetes seguidos anualmente na clínica da APDP poderão aceder aos seus registos médicos. Para a implementação alargada desta plataforma, envolvendo as pessoas com diabetes no seu desenvolvimento em conjunto com investigadores da Universidade Lusófona e da Universidade do Texas em Austin, a APDP recebeu uma bolsa de financiamento da Roche Portugal no montante de 5 mil euros.

Esta plataforma confidencial permitirá aos utentes da APDP consultarem e requererem tarefas administrativas, consultarem análises, prescrições terapêuticas e relatórios médicos e seguirem a evolução dos indicadores clínicos do controlo glicémico, comparando-os com os objetivos determinados em conjunto com o seu médico assistente.

Para o investigador Rogério Ribeiro, responsável pelo projeto, “com esta plataforma pretende-se apoiar a autonomia dos utentes no acesso à informação digital e o seu envolvimento efetivo nas decisões partilhadas em saúde”.

Este projeto internacional conta com a participação dos vários parceiros nas suas respetivas áreas de conhecimento, nomeadamente: a APDP, através da sua atividade assistencial às pessoas com diabetes e da sua experiência em Educação Terapêutica; a Universidade Lusófona, com a capacidade de produção de materiais multimédia com foco nos temas de Saúde; a Evolute, com a capacidade técnica de desenvolvimento e implementação de soluções informáticas; e a Universidade do Texas, com a experiência em desenvolver soluções remotas de motivação para a saúde.

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