Diretor Clínico do CNS assume novas funções a nível internacional
O Campus Neurológico, centro português dedicado a doenças neurológicas, anuncia a nomeação do Prof. Doutor Joaquim Ferreira,...

A Secção Europeia da Sociedade Internacional de Doença de Parkinson e Doenças do Movimento (MDS-ES) é a principal Sociedade Científica na Europa dedicada à Doença de Parkinson e outras Doenças do Movimentos. As Doenças do Movimento incluem, para além da Doença de Parkinson, patologias como o Tremor, Síndroma das Pernas Inquietas, Distonia, Tiques, Doença de Huntington, Síndromas Parkinsónicos Atípicos, alterações da marcha, entre outras. A Secção Europeia conta atualmente com mais de 1600 membros provenientes de 49 países.

Os principais objetivos definidos pelo Prof. Joaquim Ferreira para o seu mandato são o estreitamento da colaboração com a recentemente constituída Academia Europeia de Neurologia, a colaboração com as várias Sociedades Nacionais dedicadas às Doenças do Movimento e o aumento do envolvimento de jovens neurologistas nas atividades de liderança na Sociedade.

De acordo com o Prof. Doutor Joaquim Ferreira, Diretor Clínico do Campus Neurológico (CNS), “É uma honra e um enorme privilégio assumir esta posição na Sociedade Internacional de Doença de Parkinson sucedendo a neurologistas de grande prestígio e que contribuíram enormemente para o incremento do conhecimento neste domínio da neurologia. Encaro esta nova posição como uma oportunidade de continuar a servir a comunidade científica com a implementação de projetos que atraiam jovens profissionais de saúde e cientistas para esta área da neurologia de forma a melhorarmos a qualidade dos cuidados prestados aos doentes com Doenças do Movimento na Europa.”

A MDS é uma sociedade científica composta por mais de 4.500 médicos, cientistas, e outros profissionais da saúde dedicados a melhorar os cuidados de saúde prestados aos doentes que apresentam doenças do movimento, através da educação e da investigação.

Próxima quinta-feira
Chegada a altura do ano em que as dádivas de sangue habitualmente diminuem, a Unidade Móvel do Instituto Português do Sangue e...

Mais deslocações de carro aumentam a probabilidade de mais acidentes rodoviários, e há, portanto, uma maior necessidade de reservas de sangue nos hospitais. “O verão, com as férias, é uma época de menor dádiva. No ano passado, voltámos a sentir uma quebra na ordem dos 3%, o que é bastante significativo”, refere o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), que apela ao contributo de todos aqueles que desejem contrariar esta realidade e doar sangue para reabastecer as reservas nacionais.

MAR Shopping e IPST mantêm assim uma parceria que vai já no terceiro ano e da qual resultaram mais de 350 inscritos para recolhas de sangue. Para 2015 está agendada mais uma colheita a 10 de dezembro para antecipar o período crítico de Natal.

Procurar vida na vida do outro
Em Portugal, a cada ano, fazem-se cerca de 80 transplantes de medula óssea de dadores sem laços familiares com o doente. Cada...

A sala de espera do serviço de transplantação de medula óssea do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto enche-se de rostos parcialmente escondidos, escreve a Rádio Renascença. Sorrisos e angústias contidos pela máscara de proteção. A nu, apenas os olhares ansiosos de quem aguarda o resultado de mais umas análises.

As janelas, enormes, existem para estar fechadas. A indicação "Não abrir, por favor" é cumprida à risca. O contacto com o mundo acontece através de vidros, telemóveis, máscaras e desinfetantes. Ao longo de cerca de um ano são muitas as restrições para quem é alvo de um transplante de medula.

Sérgio e Fátima conhecem bem esta realidade. Apesar da vida em clausura, consideram-se "sortudos" por terem encontrado um dador compatível que lhes trouxe a esperança de um futuro.

Da doença ao transplante
Sérgio é estudante de Engenharia Ambiental. Durante o Verão do ano passado, começou a sentir-se cada vez mais cansado. Atribuía a culpa ao excesso de trabalho (trabalhava num bar). Entretanto, somaram-se outros sintomas. A palidez e o cansaço muscular excessivo levaram-no ao médico. Fez exames e na véspera do aniversário recebeu "uma prenda bonita", como lhe chama: Sérgio descobriu nesse dia, 22 de Setembro, que tinha leucemia. Fazia 22 anos no dia seguinte.

Entre as sessões de quimioterapia e os internamentos que se seguiram, o que mais o assustou foi a ideia de fazer um transplante de medula. O transplante em si nem era o problema, já que "é apenas um saco de soro". O que preocupava verdadeiramente Sérgio era "o que vinha depois, os efeitos que tinha e o facto de poder rejeitar".

Fátima também ficou receosa quando a aconselharam a fazer um transplante. Na altura, confessa, não sabia "nada, nada, nada" sobre transplantes. Com anemias sucessivas que não respondiam à medicação, há vários anos, a educadora de infância de 50 anos descobriu, após um exame mais exaustivo, que sofria de uma síndrome rara que poderia evoluir para leucemia. Sofria de um subtipo de síndrome mielodisplásica, doença em que a medula é incapaz de produzir células sanguíneas funcionais

Como forma de prevenção, optou pelo transplante. "Ou fazia ou corria o risco de ficar com leucemia e já não tinha hipótese", desabafa.

A procura pelo dador compatível
Fátima depositou a esperança de encontrar um dador compatível no único irmão, já que a probabilidade de dois irmãos serem compatíveis é de aproximadamente 25%. Após algumas análises sanguíneas, soube que ele poderia ser a sua cura. Os olhos sorriem enquanto conta: "Foi aqui um turbilhão na minha cabeça, eu não sabia se havia de chorar, se havia de rir, porque não estava à espera, não estava à espera que ele fosse compatível."

Já Sérgio tem duas irmãs da parte da mãe e um irmão da parte do pai. Porém, explica, "meio-irmão não dá". A alternativa seria o recurso ao Registo de Dadores Voluntários. Nunca duvidou que surgisse alguém compatível, mas acreditava que o processo iria demorar "para aí dois anos, dois anos e meio".

No entanto, em apenas dois meses a boa-nova chegou: tinha sido encontrado um dador compatível com Sérgio. "Foi espetacular!", confessa. E considera-se ainda mais "sortudo" por ter encontrado um dador de nacionalidade portuguesa, uma vez que "há mais probabilidade de não rejeitar o transplante".

O Registo Nacional de Dadores Voluntários de Células de Medula Óssea é considerado o segundo melhor da Europa e o terceiro melhor, por milhão de habitantes, a nível mundial. O diretor do serviço de transplantação do IPO Porto, António Campos Júnior, realça, no entanto, que é preciso ir arranjando sempre "gente nova para repor aqueles que saem".

Atualmente, o registo conta com cerca de 300 mil inscritos. Desses, por ano, à volta de 100 são mobilizados para fazer uma dádiva.

Assim aconteceu com Cláudia, 25 anos, que se inscreveu como dadora potencial durante uma campanha de recolha na universidade. Três anos depois ligaram-lhe do IPO: havia a possibilidade de ser compatível com alguém. "Eu tinha a esperança de ser chamada, porque a intenção é sempre ajudar alguém, mas na altura disseram-me que a probabilidade era mesmo pequena, então, não estava à espera", admite.

Depois de fazer análises mais detalhadas, foi dada como certa a compatibilidade com o doente. Seguiu-se um "check-up básico" para verificarem as condições de saúde de Cláudia e o agendamento da doação.

"Qualquer problema é muito insignificante ao lado da vida de uma pessoa"
Cláudia compareceu no dia marcado. Tinha curiosidade em conhecer a pessoa que iria receber a sua medula, gostava de lhe poder desejar "tudo de bom". Porém, não houve qualquer contacto, nem houve, sequer, qualquer troca de informação.

Campos Júnior esclarece que, "por lei, é obrigatório que a dádiva seja feita em sistema de duplo anonimato". Ou seja, nem o dador sabe para quem dá, nem o recetor sabe quem deu.

A partir do momento em que é comprovada a compatibilidade, o dador passa a ser "apenas um número", diz Cláudia. E, para evitar troca de informação, o hospital está "como que dividido": "Os que tratam o doente não sabem de quem eu sou [dadora], não lidam comigo; e os que tratam o dador não sabem quem é o doente."

A doação aconteceu numa sala junto com outros dois dadores. Cláudia retrata o processo como "muito simples". A colheita dura cerca de duas horas e meia e é feita através de circulação extracorporal: "O sangue sai por um braço, passa numa máquina que retira a parte da medula óssea e volta a entrar no outro braço".

O processo de doação pelo qual Cláudia optou – a aférese – é "o mais seguro e o mais utilizado", tal como sublinha o diretor do serviço de transplantação do IPO. Existe, contudo, outra forma de doação possível, que passa pela colheita de medula através de punção dos ossos pélvicos. Realiza-se em bloco operatório e é mais complexa e arriscada, uma vez que implica anestesia geral.

De acordo com Campos Júnior, o médico responsável pelo programa de transplante dá indicação ao centro de colheita acerca do procedimento que prefere, em função da situação clínica do doente. No entanto, o dador pode respeitar o aconselhamento médico ou não. A escolha final cabe sempre a quem doa.

Campos Júnior alerta, porém, para os riscos de ambos os procedimentos. "Todos estes procedimentos não são de risco zero". Mesmo a aférese, o procedimento mais simples, pode gerar alguns problemas.

Apesar das possíveis complicações, em momento algum Cláudia sentiu vontade de recuar. Diz que teve sempre "sentido de missão". "Eu odeio agulhas e antes disto até desmaiava, mas tudo parece tão pequeno quando se pode ajudar a salvar a vida de alguém. Qualquer problema é muito insignificante ao lado da vida de uma pessoa".

Nova vida dentro de uma embalagem
Fátima recorda-se bem do dia em que recebeu o transplante. O irmão doou de manhã, ela recebeu à tarde. Acordou a chorar, emocionada, mas depois passou-lhe. "Foi o dia em que estive mais bem-disposta, e foi assim uma paz. Tinha a cabeça vazia, parecia que estava no céu. Não tinha dores, não tinha nada, não custou nada."

Compara o processo a uma transfusão sanguínea. Eram "372 mililitros de células" que, aos olhos de Fátima, tinham "uma cor muito bonita, uma cor de tijolo, não era a cor de sangue". Esteve deitada, a conversar com o enfermeiro, enquanto recebia o conteúdo daquela embalagem cheia de células e esperança.

Sérgio desmistifica o processo de transplantação: "As pessoas não se deviam assustar tanto". O transplante demorou apenas 20 minutos, "a fazer soro e a ver o canal Odisseia". A ansiedade, contudo, foi inevitável. Afinal, o que o assustava era "o que vinha depois".

Isolados do mundo
Após o transplante, o sistema imunitário do doente fica gravemente comprometido. O risco de contrair infecções obriga o transplantado a ficar em isolamento.

Durante um mês e meio, Sérgio permaneceu fechado num quarto do IPO, com visitas condicionadas. "As pessoas têm que se vestir com o material todo, tirar a roupa toda e é tudo muito bem desinfectado. Há pessoas que só podem falar através do vidro." Para Sérgio, a pior parte de todo o tratamento, "pior que os sintomas da quimio e do transplante”, é mesmo o isolamento.

Fátima concorda. Confessa que o isolamento foi o que lhe "custou mais". "As pessoas entram com máscara, todas tapadas, nós só vemos os olhinhos e ouvimos a voz, isso fazia-me muita confusão", desabafa.

Durante o internamento, recebeu apenas o marido e a filha no quarto. Explica que tinham de entrar à vez. As restantes visitas ficavam "do lado de fora", e falavam através de um intercomunicador. "Psicologicamente, temos de estar muito bem preparados para entrar num isolamento daqueles."

Sérgio conta que, após a alta hospitalar, a clausura perseguiu-o até casa. Tinha de ficar fechado no quarto e ter, de preferência, uma casa de banho só para ele. A limpeza de toda a casa também tem de ser constante e minuciosa.

Fátima conta ainda que só recebe visitas de familiares, e logo de seguida a mãe "passa o paninho no chão" nas zonas por onde atravessaram. O contacto com os amigos tem sido via telefónica, para a "resguardar".

No que respeita à alimentação, a palavra "cautela" é elevada a outro nível. A comida não pode ficar exposta durante muito tempo, explica Sérgio. "Abrindo hoje uma melancia, amanhã já não a posso comer, por exemplo". Fátima também teve de readaptar as suas rotinas de preparação de alimentos. Nenhum pormenor pode ser descurado.

Ao longo de um ano, os transplantados não podem frequentar sítios fechados, como cafés ou centros comerciais, que são potenciais focos de infecção para o seu sistema imunitário enfraquecido. No entanto, de entre todas as restrições, para a educadora de infância a mais penosa é estar impedida de trabalhar durante um ano. "O estar em casa custa-me, eu era uma pessoa muito activa, trabalhava com 20 a 25 crianças das 9h00 às 17h00".

Acompanhamento vitalício
Fátima fica "muito ansiosa" na noite anterior às consultas. São as únicas vezes em que sai de casa. De máscara, sempre, para se proteger. Primeiro, vai ao gabinete de enfermagem colher sangue para análise. Depois, aguarda pela consulta médica. Aí saberá o resultado das análises, que ditam aquilo que poderá ou não fazer. Na consulta seguinte, o ciclo repete-se.

As consultas têm uma frequência de duas vezes por semana nos três primeiros meses após o transplante. Entretanto, até aos seis meses, realizam-se semanalmente. Depois, até perfazer um ano, acontecem quinzenalmente. A partir daí, admite Campos Júnior, "depende da forma como o doente estiver".

O diretor do serviço de transplantação refere ainda que, por norma, ao fim de um ano a maioria dos transplantados já se consideram "com grande probabilidade de estar curados". Contudo, serão seguidos em consultas periódicas até ao resto da vida.

Sérgio aguarda com ansiedade por Março de 2016, período em que completará um ano de transplante e em que irá deixar de tomar a maior parte dos medicamentos. Mas sabe que nunca poderá respirar totalmente de alívio. "Vou ter de ter sempre atenção, fazer exames pelo menos duas vezes por ano. Vai ter de ser porque pode voltar a aparecer."

Apesar de todos os condicionamentos, Sérgio encara este ano como a oportunidade de um "início novo". E remata: "Eu se calhar andava muito parado no último ano antes da leucemia e isto ajudou-me a acordar. Ou seja, agora é preparar-me para o resto que tenho pela frente."

Em Portimão
O Centro Hospitalar do Algarve negou o encerramento de um quarto de isolamento em Portimão, após um sindicato dos enfermeiros...

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) relatou, em comunicado, a existência de dois casos de tuberculose em enfermeiros da Urgência de Portimão, afirmando que os restantes 50 profissionais que compõem a equipa ainda não foram rastreados, informação refutada pela administração do CHA, que diz que o segundo caso foi detetado no âmbito desse rastreio.

Em comunicado, o Centro Hospitalar do Algarve (CHA)  nega ainda a desativação de um quarto de isolamento em Portimão, depois de o SEP ter criticado a "destruição", durante obras, do "único" quarto de isolamento respiratório com pressão negativa que existia naquela urgência, o que alegadamente exigiria que o isolamento obrigatório dos doentes com tuberculose fosse feito apenas por "cortinas", no espaço de decisão clínica.

Segundo os enfermeiros, o primeiro dos casos de tuberculose a serem detetados aconteceu no final de maio, após sintomas manifestados por uma enfermeira, o que deu origem à obrigatoriedade de rastrear todos os outros profissionais.

"Confirma-se a necessidade de médico de trabalho e de rastreios anuais à tuberculose, em que se teria precocemente identificado a doença e evitado possíveis contágios", reclamam, afirmando temer que se repita o atraso de seis meses no tratamento aos afetados, situação que dizem ter acontecido noutro serviço da unidade de Portimão, no ano passado.

De acordo com o SEP, "os profissionais estão indignados por terem que esperar por autorização para prosseguir com os exames e por não terem ainda sido informados do resultado dos raio-x, alguns realizados há cerca de três semanas", e "não compreendem porque ainda não têm os resultados ao teste IGRA realizado há quase duas semanas", havendo "fortes probabilidades de existirem mais positivos".

O CHA confirmou a existência de dois casos de enfermeiros do Serviço de Urgência de Portimão diagnosticados com tuberculose, mas assegurou que "têm sido devidamente acompanhados pelo Serviço de Saúde Ocupacional do CHA", que desenvolveu "todos os protocolos de tratamento e monitorização, com planos terapêuticos e os meios complementares de diagnóstico adequados".

A administração do centro hospitalar lamenta que "situações passíveis de ocorrer em todos os hospitais do mundo possam ser utilizadas para o combate político" e sublinha que todas as profissões ligadas à saúde "estão sujeitas a um risco potencial acrescido" de contrair doenças.

Alerta
Como forma de proteger os filhos, pais não devem publicar localizações das fotos, nomes ou a sua cara. Fotos podem ser vistas,...

Será mesmo necessário publicar fotos com as caras das suas crianças de forma ostensiva? Proteja-se e pense duas vezes antes de postar uma imagem nas redes sociais. O alerta é dado pela Polícia de Segurança Pública (PSP) na sua página oficial de Facebook (que conta com 328 mil "gostos"), escreve o Diário de Notícias, pretendendo assim esta força de segurança que os pais tenham mais atenção na proteção da imagem dos seus filhos. Campanha que foi divulgada na quinta-feira em português e ontem na versão inglesa.

"A melhor forma de o proteger é evitar que apareça aqui para sempre. Não publique caras de crianças, não mencione nomes e locais, não arrisque aqui: a decisão é sua", diz a campanha lançada pela força de segurança. O porta-voz da Direção Nacional da PSP, Paulo Flor, explica ao DN: "Uma foto que se publica na internet é para sempre. O que nós aconselhamos é, caso algum pai tenha dúvidas, não o faça." Alerta, todavia, que Portugal é um país "em que felizmente o rapto de crianças por desconhecidos é pouco expressivo". A par desta campanha, em fase de férias, a PSP alerta ainda para o programa "Vigilância a residências" que permite a passagem de agentes da PSP junto das residências vazias em altura de férias para evitar assaltos.

Relação com decisão polémica
Numa decisão tornada pública no final de julho, o Tribunal da Relação de Évora impediu um ex-casal de pais de publicar fotos da filha de 12 anos nas redes sociais. Os desembargadores responsáveis pela decisão - tomada durante um processo de regulação das responsabilidades parentais - defenderam que "os filhos não são coisas ou objetos pertencentes aos pais". Os juízes desembargadores sustentaram a sua tese com o direito à imagem dos filhos, considerando que os menores não são pertença dos pais mas pessoas com direitos. E relembraram os números crescentes das estatísticas de abusos sexuais de menores. "O exponencial crescimento das redes sociais nos últimos anos e a partilha de informação pessoal leva a que os que desejam explorar sexualmente as crianças consigam selecionar os seus alvos para realização de crimes", escreveram os juízes, que proibiram também os pais de revelar informação que leve à identificação da filha ou aos locais que ela frequenta.

Medida aprovada em Conselho de Ministros
O Conselho de Ministros aprovou no dia 30 de Julho o regime de proteção do dador de órgãos, de invalidez definitiva,...

Em comunicado, o Conselho de Ministros justifica a aprovação desta medida explicando que é “a forma mais adequada de assegurar a proteção do dador vivo é garantir-lhe um conjunto de prestações ou de internamento hospitalar decorrente de complicações do processo de dádiva e colheita, sem prejuízo das demais prestações a que tenha direito nos termos da legislação aplicável. De igual modo, é criado o seguro de vida obrigatório do dador vivo de órgãos, seguro que os estabelecimentos hospitalares responsáveis pelas referidas prestações devem celebrar para garantia das mesmas”.

O mesmo documento refere também que “a dádiva e a colheita de órgãos em vida para fins de transplante é um procedimento comum, cuja seleção de dadores vivos obedece a regras rigorosas de avaliação. Existem, no entanto, riscos associados à dádiva e colheita de órgãos em vida, os quais justificam um regime de proteção do dador que permita, aos dadores vivos e às unidades de colheita e transplantação, dispor da garantia de que eventuais danos relacionados com a dádiva e colheita de um órgão são compensados”.

Fernando Macário, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT) considera que esta medida “é extremamente importante e já se aguardava há algum tempo. Vem precaver o dador e os seus dependentes relativamente a algum acidente que ocorra durante a cirurgia. Nós sabemos que nestes procedimentos os acidentes são extremamente raros, mas podem acontecer e assim os potenciais dadores sabem que haverá uma forma de proteção para eles e para os seus dependentes”.

O capital mínimo do seguro, no caso de morte do dador, é de 200 mil euros. Esta iniciativa vem complementar um pacote de medidas de proteção e incentivo à dádiva de órgãos em vida aprovado em Março de este ano e que passa pelo pagamento de despesas de deslocação para consultas e tratamentos, alojamento e alimentação durante o processo de doação e respetiva recuperação.

Saiba como
Em momentos de calor excessivo como o atual, o consumo de líquidos é fundamental para manter o bem-e

A hidratação foi considerada por muito tempo como a irmã mais nova da nutrição, mas estamos cada vez mais conscientes da importância da ingestão adequada de líquidos para a nossa saúde física e cognitiva. Na verdade, são cada vez mais as pesquisas focadas na importância da hidratação no nosso corpo seja do ponto de vista nutricional, de estilos de vida, exercício ou ciências bioquímicas.

A água é um nutriente essencial que desempenha um papel importante no nosso organismo, como o transporte de nutrientes, eliminação de resíduos, regulação da temperatura corporal, etc. Em épocas e ambientes de calor como os que estamos a viver neste verão, a hidratação é fundamental, embora poucas pessoas sigam as recomendações. Seguir alguns conselhos simples irá ajudar a satisfazer as necessidades diárias de ingestão de líquidos e conseguir que nos encontremos em perfeitas condições para desfrutar as férias:

  • Consumir entre 2 e 2,5 litros de líquido diariamente através de diferentes alimentos e bebidas: esta quantidade corresponde às recomendações da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) para homens e mulheres, respetivamente. Com altas temperaturas, e em áreas de elevada humidade relativa, deve aumentar-se a ingestão de alimentos e bebidas que fornecem água, controlando o consumo calórico dos mesmos.
  • Aumentar o consumo de líquido se vai praticar atividade física ou desporto: durante épocas de calor devemos aumentar os requisitos de líquidos, especialmente se praticarmos exercício físico intenso, já que uma hidratação desadequada prejudica o rendimento do exercício aeróbico. Além disso, devemos vigiar o estado de hidratação da população mais vulnerável de sofrer de hipo-hidratação, tais como crianças, mulheres grávidas ou lactantes e as pessoas mais velhas.
  • Apoiar-se na alimentação de verão para aumentar o consumo de líquidos: a alimentação no verão deve ser generosa em alimentos com alto teor de água. No entanto, recomenda-se que 75-80% do líquido que ingerimos diariamente provenha de bebidas. Assim, todas as bebidas não-alcoólicas contendo mais do que 80% de água e menos do que 50 mEq/l de sal são fonte de hidratação, tendo em consideração aquelas que fornecem menos calorias.
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Assembleia da República
A Assembleia da República recomendou ao Governo que crie um programa de criopreservação dos ovócitos das mulheres com doença...

A recomendação, hoje publicada em Diário da República, refere que a criação deste programa visa salvaguardar o direito das mulheres com doença oncológica “à saúde sexual e reprodutiva, à maternidade e à constituição de família”.

No âmbito de uma recomendação com vista à garantia da acessibilidade aos tratamentos de infertilidade, Assembleia da República sugere o “reforço da capacidade dos centros públicos de Procriação Medicamente Assistida (PMA) com cobertura em todo o território nacional”.

Este reforço deve conduzir ao “aumento do número de ciclos e à eliminação das listas de espera, assegurando a todos os casais inférteis o acesso às técnicas de PMA”.

Para tal, deve ser ampliada a rede de centros públicos de PMA na zona sul do país, criando pelo menos um centro público que sirva a região do Alentejo e Algarve, e ponderada a criação de um centro público de PMA nos Açores.

Deve ainda ser reforçada “a capacidade dos atuais centros públicos de PMA através da valorização profissional e social dos profissionais de saúde e da alocação dos meios humanos e técnicos para satisfazer as necessidades da população”.

“A implementação de campanhas de informação e sensibilização dos jovens para as questões relacionadas com a infertilidade, designadamente os seus fatores, a prevenção, o acompanhamento e tratamento, bem como as respostas públicas e os procedimentos a adotar perante um diagnóstico de infertilidade” são igualmente recomendadas pelo Parlamento.

Na edição de hoje do Diário da República é igualmente publicada uma recomendação para que o Governo adote medidas para “a efetivação dos direitos sexuais e reprodutivos”.

O parlamento defende que seja assegurado um “médico de família e enfermeiro de família a todos os utentes, em especial às mulheres grávidas”.

O Governo deve ainda garantir “a existência de consultas de planeamento familiar que abranjam especificamente, entre outras, as questões da reprodução, preparação para o parto, para a maternidade e paternidade e da infertilidade”.

O acesso de todas as mulheres grávidas à saúde materna, ao acompanhamento clínico adequado e de qualidade e a todos os cuidados de saúde necessários é igualmente recomendado.

A Assembleia da República defende ainda a garantia do “adequado e regular acompanhamento médico e psicológico, no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, que permita a promoção e a defesa da saúde sexual e reprodutiva das mulheres ao longo da vida”.

Nos últimos anos
O número de doentes que têm luz verde para tratar-se no estrangeiro, com todas as despesas pagas, porque necessitam de cuidados...

Ao longo de 2014, apenas 471 doentes nesta situação foram tratados no estrangeiro com a necessária autorização da Direção-Geral da Saúde (DGS), o que representou uma despesa de pouco mais de 3,1 milhões de euros. Os dados da assistência médica no estrangeiro da DGS indicam que, em 2013, o número de doentes tinha ainda sido inferior (368), mas o valor da fatura foi maior (3,8 milhões de euros). Em 2010, ano em que a assistência médica no estrangeiro atingiu um pico, 633 doentes foram autorizados a tratar-se no estrangeiro, com um custo global de 5,2 milhões de uros.

O diretor do Departamento da Qualidade na Saúde da DGS, Alexandre Diniz, não consegue explicar por que razão o número de doentes tratados no estrangeiro diminuiu nos últimos dois anos, porque não foi feito qualquer estudo específico sobre esta matéria. Sublinhando que é necessário aguardar mais anos para se poder retirar as devidas ilações, António Diniz ensaia apenas que esta diminuição poderá ser explicada por um eventual aumento dos “recursos técnicos e tecnológicos no país”.

A autorização, nestes casos, é pedida não pelos doentes mas pelos próprios hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), onde são seguidos ou assistidos. Os pedidos são remetidos à DGS que é quem tem que os autorizar ou recusar. São casos em que o SNS paga por não ter condições para fazer os tratamentos. “São situações muito complexas”, nota Alexandre Diniz.

Desde Setembro de 2014 que os doentes do SNS podem ainda aceder a cuidados de saúde em qualquer país da União Europeia, no caso de o Estado não os providenciar num “prazo útil” em Portugal, no âmbito da diretiva de acesso a cuidados de saúde transfronteiriços.

O jornal Público quis saber quantos cidadãos pediram autorização para ser tratados na União Europeia ao abrigo desta diretiva, mas a Administração Central do Sistema de Saúde, que é responsável pela centralização destes dados, não respondeu.

Alexandre Diniz lembra que, nestes casos, os doentes têm que suportar todas as despesas para só mais tarde serem reembolsados em Portugal e sublinha que as viagens e alojamento são sempre pagos pelo próprio.

Além disso, a transposição que o Estado fez da diretiva prevê um sistema de autorizações prévias. Está sujeito a autorização prévia, por exemplo, o reembolso de cuidados de saúde cirúrgicos que impliquem o internamento durante pelo menos uma noite, tal como os tratamentos que exijam recursos a infra-estruturas ou equipamentos médicos altamente onerosos e de elevada especialização.

O pedido pode ser indeferido se os cuidados de saúde em causa puderem ser prestados em Portugal “num prazo útil fundamentado do ponto de vista clínico”. Quanto ao direito ao reembolso das despesas não sujeitas a autorização, este pressupõe uma avaliação prévia feita pelo médico de família.

É natural que, por tudo isto, e porque esta possibilidade não estará suficientemente divulgada em Portugal, ainda haja poucos portugueses a usufruir deste benefício, comenta o responsável da DGS.

Já em 2014, quando a diretiva foi transposta em Portugal, vários especialistas previam que apenas pessoas com mais poder económico poderiam usufruir desta possibilidade de tratamentos nos países da União Europeia e frisavam que o sistema de autorizações prévias previsto na lei restringia substancialmente este direito.

Por ano
Se for viajar para países da União Europeia, não se esqueça de levar o cartão europeu de saúde. Há muitos portugueses que ainda...

António estava de férias em França quando um problema inesperado de saúde, uma pedra num rim que bloqueava a saída de urina, o obrigou a recorrer a um hospital francês, escreve o jornal Público. Operado de urgência, foi confrontado com a necessidade de pagar a conta do hospital apenas porque não tinha consigo (nem sabia que devia ter) o Cartão Europeu de Seguro de Doença, um documento cuja importância muitos portugueses continuam a desconhecer, apesar de já ser emitido desde há uma década no país.

No hospital diziam-lhe que tinha que pagar e levar as faturas para Portugal, onde depois pediria o reembolso, processo habitualmente complicado e moroso. O apoio de uma assistente social do hospital, que contactou o consulado português em Bordéus, foi providencial e António acabou por conseguir sair do hospital pagando apenas a taxa que é cobrada naquele tipo de situação aos cidadãos franceses, menos de cem euros. Não fosse este apoio, teria que suportar o valor total da fatura, que ascendia a várias centenas de euros.

Como António há muitos portugueses que desconhecem a existência e a importância de levarem consigo o cartão europeu de saúde (como este documento é vulgarmente conhecido) sempre que viajam para países da União Europeia (e ainda a Suíça, a Noruega, a Islândia e o Liechtenstein).

Gratuito (e emitido pelos serviços da Segurança Social em Portugal), este cartão apenas abrange os cuidados de saúde inesperados e alguns tratamentos previsíveis, não cobrindo os custos de alguém que viaja com o objetivo de obter tratamentos médicos programados no estrangeiro. Também não cobre as despesas de cuidados de saúde privados, mas garante o acesso a tratamentos nos serviços públicos, nas mesmas condições prestadas aos habitantes desse país.

Desde 2010 até 1 de Julho deste ano, foram emitidos perto de 2,3 milhões de cartões. São cerca de 400 mil por ano, sem grandes oscilações anuais, segundo os dados fornecidos ao jornal Público pelo Instituto da Segurança Social (ISS).

Não foi possível perceber quantos portugueses possuem já este documento, uma vez que o cartão tem que ser revalidado de três em três anos e os dados do ISS são globais. Mas os números totais permitem perceber que haverá ainda muitos portugueses a viajar para o estrangeiro sem este cartão.

Segundo o ISS, um português que adoeça no estrangeiro e não tenha este documento ou o certificado provisório de substituição, como aconteceu no caso de António, pode ser reembolsado mais tarde, desde que reúna “as condições de direito para a sua atribuição”.

Nestes casos, esclarece o ISS, há duas opções possíveis: “Ou o cidadão assume o pagamento direto dos cuidados de saúde prestados e solicita, posteriormente, o seu reembolso ao Ministério da Saúde”, ou então pede, “através da instituição correspondente do país da UE onde se encontra”, o cartão ou o certificado provisório de substituição.

Já em Portugal, o pedido de reembolso, acompanhado das faturas respetivas despesas efetuadas, deve ser apresentado no centro de saúde onde a pessoa está inscrita.

O ISS sublinha ainda que no país estrangeiro, o cidadão  terá apenas que suportar as taxas moderadoras aplicáveis aos cuidados de saúde prestados.

Garantindo o acesso aos cuidados de saúde que se tornarem necessários durante a permanência temporária noutro Estado-membro, este cartão, além da cobertura dos tratamentos realizados em caso de urgência, assegura ainda o acesso a determinados cuidados considerados vitais  e disponibilizados em unidades especializadas .

Exemplos? A diálise renal, a oxigenoterapia, o tratamento especial da asma e a quimioterapia, sendo que, nestes últimos casos, “por razões práticas”, a Direção-Geral da Saúde recomendava, numa orientação emitida no final de 2013, que “haja um acordo prévio entre a pessoa segurada e a unidade que presta o tratamento, de maneira a garantir a sua disponibilidade durante a permanência temporária no Estado-membro”.

A informação sobre o cartão europeu de saúde está disponível em www.seg-social.pt, no menú “Sou cidadão”, que explica em detalhe quem pode requerer e quais são os países abrangidos. O Instituto da Segurança Social tem também disponível um guia prático sobre o cartão.

Rui Travasso
O investigador Rui Travasso, do Departamento de Física da Universidade de Coimbra, liderou uma equipa interdisciplinar...

Este trabalho, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), envolveu físicos, engenheiros biomédicos, médicos e biólogos no desenvolvimento de um modelo computacional quantitativo que descreve o crescimento de novos vasos sanguíneos e terá importantes implicações no desenvolvimento de novos tratamentos para o cancro e não só, escreve o Sapo.

"Este modelo computacional, desenvolvido a partir de experiências realizadas pelos grupos coordenados por Henrique Girão e Raquel Seiça, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (UC), demonstrou pela primeira vez como a proliferação das células que compõem os vasos sanguíneos depende da tensão mecânica a que está sujeito o novo vaso durante o seu crescimento", sublinha o líder do estudo.

Rui Travasso explica que "entender em detalhe como os vasos sanguíneos crescem é essencial para controlar o crescimento tumoral. O desenvolvimento de vários tumores e de diversas patologias como a retinopatia diabética alicerça-se num rápido crescimento da vasculatura sanguínea. No caso do cancro, estes novos vasos são os responsáveis por levar ao tumor os nutrientes necessários à sua rápida proliferação".

Por esta razão, prossegue o investigador da Faculdade Ciências e Tecnologia da UC, "várias terapias são desenvolvidas com vista a diminuir a vasculatura à volta das lesões tumorais. Apesar de terem bons resultados estas terapias são bastante onerosas, sendo por isso importante desenvolver novas estratégias para controlar a vascularização e a chegada de nutrientes ao tumor".

O conhecimento dos membros da equipa sobre a biologia e a física do sistema foi essencial no desenvolvimento desta pesquisa, já publicada na PLoS Computational Biology. Na realidade, este novo modelo computacional integra não só os sinais biológicos presentes no desenvolvimento de vascularização patológica, mas também a rigidez do tecido onde os vasos crescem e as forças exercidas pelas diferentes células do sistema.

Rui Travasso clarifica que "só assim foi possível verificar qual o papel da rigidez do tecido e das tensões mecânicas no desenvolvimento da vasculatura. Este trabalho tem como consequência a possibilidade de se utilizarem alterações nas propriedades físicas dos tecidos para dificultar o crescimento dos vasos num tumor".

Estas simulações computacionais "foram possíveis graças ao investimento realizado na maior unidade de supercomputação do país, que está sediada na UC", conclui o investigador.

OMS
Dores fortes e até cegueira estão a afetar pessoas nos três países mais atingidos pela doença. A epidemia infetou cerca de 27...

Milhares de sobreviventes do vírus ébola estão agora a sofrer de dores crónicas e de inflamação oftalmológica, que pode até levar a cegueira, escreve a Rádio Renascença. O alerta foi lançado por especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Daniel Bausch, da OMS, diz que cerca de metade dos que sobreviveram estão a sentir dores tão fortes nas articulações e de cabeça que os impedem de trabalhar e cerca de 25% estão com graves inflações na vista (alguns casos degeneraram mesmo em cegueira).

Há também casos confirmados de depressão e stress pós-traumático.

“A situação pode tornar-se uma emergência dentro da emergência”, disse Anders Nordstrom, representante da OMS na Serra Leoa.

Segundo este especialista, “há 13 mil sobreviventes nos três países mais afetados: Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa. Esta situação é nova – do ponto de vistas médico e social”.

Habitualmente o vírus sobrevive 21 dias na maior parte do corpo, mas aguenta mais tempo em tecidos moles, como por exemplo os olhos.

A epidemia do ébola infetou cerca de 27 mil pessoas e fez mais de 11 mil mortos.

Mais de 99% das vítimas concentram-se na Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Estudo revela
Os emigrantes portugueses no Luxemburgo, em idade da reforma, têm maiores riscos de sofrer de depressão e demência, devido a um...

Realizado pela gerontóloga Rute Monteiro, com o apoio da Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo, o estudo analisou o percurso profissional e social de 35 emigrantes com mais de 60 anos, concluindo que os portugueses estão mais expostos ao isolamento, o que pode potenciar depressão, e têm maiores riscos de vir a sofrer de doenças degenerativas, nomeadamente Alzheimer.

"A doença de Alzheimer tem maior prevalência nos idosos com baixa escolaridade e atividades laborais que não requerem a utilização de capacidades intelectuais", explicou Rute Monteiro.

Com uma grande percentagem de emigrantes a trabalhar no setor da construção ou das limpezas, os portugueses estão em situação de risco, porque "a baixa escolaridade e a fraca estimulação resultam em declínio na fase do envelhecimento".

A situação agrava-se pelo facto de a maioria dos reformados não ter atividades de ocupação dos tempos livres, por não terem acumulado "recursos sociais e culturais durante a vida ativa que poderiam ser usados na reforma", devido a um percurso "marcado pela dureza do trabalho e da imigração".

A ocupação dos tempos livres, quando existia, confundia-se com o trabalho: "Os homens trabalhavam ao fim-de-semana, a fazer biscates, e há mesmo mulheres que assimilam o lazer à limpeza da casa ou aos arranjos da roupa dos filhos", explicou a gerontóloga.

Só uma minoria no grupo estudado tem hábitos de leitura ou se dedicou ao associativismo (15%), uma atividade desenvolvida apenas pelos homens.

Por esta razão, para a maioria dos emigrantes portugueses que chegam à reforma, "a única utilização do tempo são as necessidades básicas para sobreviver: o banho, a comida, as compras, as idas ao médico".

"Nenhum me disse que ia visitar um museu, nem conhecem bem o país, porque a vida deles foi completamente centrada no trabalho", disse a gerontóloga, destacando os constrangimentos sócio-económicos de grande parte dos emigrantes desta geração.

"Eles nasceram durante a ditadura de Salazar, quando a escolaridade era muito restrita, especialmente para as mulheres. Algumas das mulheres [do grupo de estudo] tiveram que deixar a escola na primeira ou na segunda classe para tomar conta dos irmãos", explicou.

"Era uma altura em que as classes mais pobres não tinham sequer sapatos, não tinham como responder às necessidades mais básicas. A partir do momento em que emigram, querem resolver estes problemas básicos: dar melhor qualidade de vida aos filhos, construir uma casa, voltar para Portugal".

Mas apesar de terem chegado ao Luxemburgo com o sonho de regressar a Portugal, a maioria acaba por decidir ficar no Grão-Ducado, "onde já vivem os filhos e os netos".

Por essa razão, os portugueses no Grão-Ducado enfrentam também a dificuldade de "serem imigrantes no país onde vão viver a última fase das suas vidas", disse a gerontóloga, sublinhando que as instituições luxemburguesas para a terceira idade não estão preparadas para receber os portugueses.

"Como é que pessoas que não falam bem a língua, que não gostam da comida luxemburguesa, vão ser colocadas num meio exclusivamente luxemburguês? Não é preciso ser-se gerontóloga para perceber isto: se uma pessoa está num sítio assim, não vai participar nas atividades, vai ficar completamente isolada e não vai ter boa saúde mental", afirmou.

O problema vai agravar-se nos próximos anos, alertou Rute Monteiro, sublinhando que o número de idosos portugueses a viver atualmente no Luxemburgo (6.100 pessoas com mais de 59 anos, segundo dados do Statec citados no estudo) pode duplicar na próxima década.

"Se não fizermos nada, dentro de dez anos vamos ter cerca de 15 mil portugueses com mais de 60 anos, e destes, pelo menos dez mil correm estes mesmos riscos", afirmou.

Para a gerontóloga, "as instituições no futuro têm de se abrir mais aos imigrantes" e "apostar na estimulação cognitiva e na integração destas pessoas, com atividades que lhes interessem".

Comunidade
Falar em cuidados domiciliários na Comunidade é evidenciar um paradigma diferente de assistência em

Esta deslocalização requer dos profissionais de saúde, em particular, dos enfermeiros, readaptações e diferentes dinâmicas de ação/intervenção consoante a natureza dos cuidados a prestar e as realidades dos domicílios. Com essa proximidade pretende-se também evitar idas desnecessárias do utente e familiares às instituições de saúde com ganhos socioeconómicos e de bem-estar. E não tenho dúvidas que os doentes e os seus cuidadores agradecem e reconhecem este serviço de proximidade na continuidade dos cuidados.

Com os cuidados domiciliários pretende-se que os benefícios superem as situações de risco que possam advir de contextos institucionais adversos e bastante procurados. As situações com sintomatologia de menor risco de vida e outras, podem ser superadas com a assistência de profissionais de saúde referenciados e capacitados.

O enfermeiro, com os seus saberes e competências, ocupa nesta área um lugar-chave. Atualmente, asseguram na comunidade programas eficientes de cuidados gerais e especializados, em diversas áreas de intervenção que levam os beneficiários diretos e indiretos a terem nos seus domicílios, cuidados garantidos e seguros.

Falo de cuidados básicos individuais de conforto e bem-estar, como a higiene corporal e oral, a alimentação e a hidratação, a eliminação intestinal e vesical, a prevenção da integridade da pele, o tratamento a feridas, a vigilância da adesão terapêutica à medicação e outras. No âmbito da promoção da saúde e prevenção de doenças, o enfermeiro na comunidade exerce um papel fulcral com ações dirigidas e seletivas. Além destes cuidados, o enfermeiro, hoje, já garante cuidados diferenciados, especializados e complexos como:

reabilitação física e motora, readaptação funcional, assistência a puérpera e a recém-nascido, cinesioterapia e ventilação assistida, estomaterapia, reinserção individual/familiar em saúde mental e outras.

Os cuidados domiciliários têm vindo a alargar o seu espetro e os intervenientes na comunidade. São exemplo disso as parcerias com as autarquias, com as entidades religiosas e sociais, com as organizações não-governamentais e outras. A sinergia criada com estas parcerias asseguram e reforçam as condições para operacionalização e pragmatização desses cuidados.

Não é por acaso que esta área passou a estar na agenda dos decisores políticos e de outras autoridades envolvidas. O atual Governo reforçou uma decisão política de descentralização de competências em diversas áreas fulcrais do Estado, nomeadamente no domínio da saúde, pretendendo assim, passar competências para os munícipes. Essas competências assentam na execução de intervenções de apoio domiciliário, de apoio familiar e social e de ações de promoção da saúde e de prevenção da doença no âmbito do plano nacional de saúde, em particular saúde pública.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Ministro da Saúde garante
O ministro da Saúde garantiu que não existe qualquer risco das verbas da ADSE serem usadas para outros fins, recordando que não...

Paulo Macedo falava aos jornalistas no final de uma visita a novos equipamentos no Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, a propósito da publicação hoje em Diário da República de um diploma sobre a passagem da gestão do subsistema de saúde dos funcionários públicos (ADSE) das Finanças para a Saúde.

“O presente diploma transfere a dependência da Direção-Geral de Proteção Social aos Trabalhadores em Funções Públicas (ADSE) do Ministério das Finanças para o Ministério da Saúde”, afirma o Ministério das Finanças no preâmbulo do diploma hoje publicado em Diário da República para entrar em vigor no dia seguinte.

Esta transferência já estava prevista no Orçamento do Estado para 2015, tendo como objetivo a sustentabilidade do sistema e equidade, uniformizando regras relativamente a prestadores e harmonizando tabelas.

Para Paulo Macedo, a mudança “tem como objetivos uma maior racionalidade”.

“No passado harmonizámos as tabelas de serviços clínicos entre os praticados no SNS e na ADSE, com poupanças significativas”, adiantou, referindo que algumas das vantagens desta mudança são “um maior poder negocial” e a “harmonização nas formas de negociação”.

“Esperamos uma maior sustentabilidade do subsistema, que vai ser autónomo do Serviço Nacional de Saúde(SNS) em termos orçamentais, com receitas e despesas próprias”, disse Paulo Macedo.

Questionado sobre os riscos das verbas da ADSE poderem ser utilizadas para outros fins, o ministro disse que a garantia de que isso não vai acontecer está “absolutamente dada”.

“Em termos orçamentais, não há qualquer comunicação entre as verbas da ADSE e as verbas do SNS ou de outros subsistemas”, declarou.

Recentemente, um relatório do Tribunal de Contas de auditoria à ADSE concluiu que o aumento para 3,5%, em 2014, da taxa de desconto para este subsistema de proteção social dos funcionários públicos foi "excessivo" e resultou da necessidade do Governo de reduzir o financiamento público, por imposição da 'troika'.

Em reação a este documento, o primeiro-ministro negou que o excedente da ADSE tenha sido utilizado para outros fins, mas referiu que tem efeitos na consolidação das contas públicas e que esse fator pesou no aumento das contribuições para 3,5%.

A 17 de julho, no ISCTE, em Lisboa, Pedro Passos Coelho afirmou aos jornalistas que o Governo fez esse aumento com base num estudo sobre a sustentabilidade da ADSE a médio e longo prazo e admitiu que, caso se verifique excessivo, o valor dos descontos seja corrigido no futuro.

"Nesse caso, a própria ADSE poderá decidir, das duas uma: ou melhorar o nível que tem de serviço, dado que tem suporte financeiro para isso, oferecer melhores benefícios aos beneficiários, ou eventualmente corrigir e baixar o nível de contribuições. Essa é uma matéria que fica em aberto", declarou.

Francisco Ramos
O administrador do Instituto Português de Oncologia de Lisboa congratulou-se com o investimento tecnológico e de pessoal da...

“Há áreas que podem parecer menos importantes, mas são igualmente indispensáveis ao bom funcionamento das instituições”, disse Francisco Ramos aos jornalistas no final de uma cerimónia em que o ministro da Saúde entregou a medalha de Serviços Distintos Grau de Ouro ao Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa.

Francisco Ramos reconheceu que houve uma redução de recursos humanos, entre 2010 e 2014, mas que em 2015 esta situação melhorou, registando-se mais 40 trabalhadores do que no ano passado.

O administrador esclareceu que a falta de médicos nunca foi o maior dos problemas nesta área, mas sim ao nível das profissões de apoio, m que “houve reduções muito grandes, com mais dificuldades nas autorizações para recrutar”.

A cerimónia de hoje contou ainda com a inauguração de dois aceleradores lineares, que, ao juntarem-se aos quatro já existentes, “recompõem a capacidade do IPO de Lisboa em radioterapia”.

Este IPO deixa assim de precisar de recorrer a entidades privadas para assegurar este serviço aos seus doentes, o que deverá resultar numa poupança de três milhões de euros anuais.

Segundo Francisco Ramos, as duas máquinas irão responder a mais mil doentes por ano e assegurar uma resposta aos 3.000 que anualmente necessitam de receber radioterapia nesta instituição.

Por ano, o IPO de Lisboa recebe cerca de 6.000 novos doentes.

O administrador disse ainda que a instituição está a estudar uma eventual proposta para a compra de mais um acelerador nuclear.

Na cerimónia de hoje, em que o ministro da Saúde e outros dirigentes do setor observaram os dois aceleradores nucleares, que custaram cerca de sete milhões de euros, a comitiva visitou ainda o serviço de ressonância magnética, onde está localizada uma nova máquina.

Trata-se da máquina mais avançada do país e que permite imagens de qualidade superior, tendo custado 1,4 milhões de euros.

No final da visita, o ministro da Saúde sublinhou o investimento que o IPO de Lisboa recebeu entre 2012 e 2014 e que rondou os 21 milhões de euros, os quais acrescem ao valor dos contratos-programa com a instituição.

Para Paulo Macedo, este investimento reflete “a aposta no serviço público”.

“Estes investimentos, não só tornam o IPO autossuficiente em imagem, como proporcionam uma poupança de três milhões de euros”, disse.

Sobre a falta de pessoal, o ministro reconheceu que “são precisas mais pessoas”, mas lembrou que nos últimos anos entraram na instituição “centenas de pessoas”.

“Houve redução de pessoas em termos absolutos, mas houve renovação do quadro médico e estamos a resolver questões pontuais”, adiantou, recordando que, só este ano, entraram para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) cerca de 5.000 pessoas.

A partir de sábado
O subsistema de saúde dos funcionários públicos ADSE vai passar a ser gerido pelo Ministério da Saúde, e não pelo das Finanças,...

“O presente diploma transfere a dependência da Direção-Geral de Proteção Social aos Trabalhadores em Funções Públicas (ADSE) do Ministério das Finanças para o Ministério da Saúde”, afirma o Ministério das Finanças no preâmbulo do diploma hoje publicado em Diário da República para entrar em vigor no dia seguinte.

Esta transferência já estava prevista no Orçamento do Estado para 2015, tendo como objetivo a sustentabilidade do sistema e equidade, uniformizando regras relativamente a prestadores e harmonizando tabelas.

Quando a medida foi aprovada pelo Conselho de Ministros, a 04 de junho, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, defendeu que a poupança esperada “será muito superior aos 20 milhões de euros que já foram obtidos".

Desde 2011
Gabinete de Psicologia do Sindicato dos Profissionais de Polícia dá resposta a 3000 consultas por ano. Crise, problemas...

João tem 30 anos e três filhos. É agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) e, por fora, faz alguns biscates para conseguir pagar as contas. A pressão no trabalho e a incapacidade de dar resposta às contas dos três filhos de três mulheres diferentes trouxeram uma frustração que rapidamente caminhou para depressão e para ideias de suicídio. O nome é fictício, mas o caso é real e está a ser acompanhado pelo Gabinete de Psicologia do Sindicato dos Profissionais de Polícia, em Lisboa. O número de consultas disponibilizadas por este serviço disparou de praticamente 2000 em 2011 para mais de 3000 em 2014 – o que corresponde a um crescimento de 50%. A psicóloga Sandra Coelho, à frente do gabinete, não tem mãos a medir. Há pelo menos 20 polícias em lista de espera e 70 a serem acompanhados em permanência.

Nos quatro dias de consulta por semana, Sandra Coelho e as outras duas colegas têm em média 15 consultas por dia. Dão acompanhamento individual e em grupo, para explorar as vantagens de colocar os agentes em diálogo. “Normalmente são pessoas muito isoladas, que guardam os problemas e o primeiro passo é perceberem que não estão sozinhas”, diz ao jornal Público. O crescimento da procura de apoio tem sido consistente, “mas disparou com a crise”, com o gabinete a juntar agora ao apoio psicológico o fornecimento de bens alimentares, de higiene ou mesmo roupa para os agentes, mulheres e filhos. A própria PSP também tem um gabinete de psicologia com mais de 8000 consultas por ano. Mas a psicóloga do sindicato diz que o simples facto de os agentes estarem fardados afasta muita gente. “Ainda há receio de rótulos.”

Ao gabinete do Sindicato dos Profissionais de Polícia chegam “sobretudo homens, entre os 25 e os 35 anos, que falam de exaustão laboral e isolamento das famílias. Estão deslocados, longe dos pilares psicoafectivos e mesmo assim não têm dinheiro para pagar as contas. Acabam por ressentir-se no exercício da profissão”, explica Sandra Coelho. Há também vários casos entre os 35 e os 50 anos, mas em que “as dívidas, os divórcios e os segundos casamentos” são os problemas mais abordados.

A psicóloga garante que os casos existem desde sempre, mas com uma subida a fazer-se sentir desde há cinco anos. “Sempre houve queixas, mas com a crise de 2011 o número disparou. Há um grande sentimento de revolta em geral, com os cortes, com os problemas familiares. Ao mesmo tempo acaba por haver menos vergonha em pedir ajuda. Aos fatores de personalidade juntou-se a crise e os polícias chegam a situações limite que desencadeiam até processos disciplinares e perdem parte do salário o que leva a novos problemas económicos”, acrescenta a especialista.

João verbalizou nas consultas que já pensou várias vezes em matar-se. Era a saída que via para deixar de ser confrontado com as antigas companheiras com os constantes pedidos de coisas para os filhos. “Sentia-se menos homem por não ter uma relação estável e por não conseguir dar as coisas aos filhos de quatro, sete e nove anos”, resume Sandra Coelho. O tema do suicídio é recorrente e motivo para colegas e comandantes aconselharem o gabinete de psicologia aos agentes. O sindicato não tem dados atualizados – até porque é difícil ter certezas sobre os desfechos – mas estima que pelo menos sete agentes já tenham posto um fim à vida neste ano.

O último caso foi na terça-feira, quando um agente da PSP, de 36 anos, foi encontrado inconsciente no parque de estacionamento do Aeroporto de Lisboa, acabando por morrer no hospital. Segundo um comunicado da PSP, o homem estava colocado desde 2004 no Comando Metropolitano de Lisboa da PSP e tudo indica que se terá suicidado com recurso à arma de serviço. O jornal Público solicitou dados sobre esta realidade à Direção Nacional da PSP, mas que através do gabinete de relações públicas explicou que não divulga estas estatísticas por considerar que podem incitar mais suicídios.

Sandra Coelho reconhece que o tema é delicado, mas não acredita na eficácia do silenciamento. Aliás, em articulação com o Sindicato dos Profissionais de Polícia está a preparar alguns artigos sobre o tema que serão incluídos nas próximas edições da revista desta estrutura. “A ideia é falar do burnout, do limite a que se chega e da gestão do stress. É preciso falar disto o ano todo para chegarmos aos vários casos e aos familiares. Não basta quando há um suicídio, as pessoas precisam é de chegar ao apoio a tempo”, diz. Só neste ano, a especialista fez 50 recomendações de retirada temporária das armas aos agentes. “Estão todos mais atentos a esta questão da arma, mas sabemos que eles têm por vezes armas pessoais. Mas é um princípio”, diz.

A psicóloga recorda também um estudo que divulgaram em 2010, com base em dados recolhidos entre 2006 e 2009 e que indicava precisamente que a principal causa de morte não natural na PSP nesses anos foi o suicídio. Nos anos em análise estimam que tenham acontecido mais de 20 suicídios e o gabinete de psicologia está a recolher agora dados de 2014 e 2015 para tentar apresentar até ao final do ano um novo trabalho sobre os problemas psicológicos dos casos a que dá resposta.

DECO
A DECO percorreu algumas praias fluviais do país e detetou a presença de salmonelas e adenovírus - microrganismos que podem...

Segundo o Jornal de Notícias, três das 13 águas das praias analisadas, escolhidas aleatoriamente, não são recomendáveis a banhistas, garante a Deco. A nota negativa recaiu sobre Burgães, em Vale de Cambra, que acusou salmonella; e Pomares, em Arganil, e Pego das Cancelas, em Vila de Rei, onde foi encontrado adenorírus.

Normalmente só soa o alerta quando se identifica a E.coli, explica Sílvia Menezes, coordenadora do estudo. Ora, "a salmonella é tão perigosa quanto a E.coli, cria danos semelhantes ao organismo, sobretudo em crianças e pessoas com sistema imunológico deprimido". Já a preocupação com o adenovírus deve-se ao facto de se tratar de um microrganismo que se deposita no fundo dos rios, onde permanece por longos períodos.

"Estamos convencidos de que as praias nos oferecem um sítio agradável e seguro para estar", diz Sílvia Menezes, "mas não é bem assim". Apesar da monitorização das ditas "praias fluviais oficiais", como lhes chama, ser feita pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), "a legislação resultante da transposição da diretiva europeia não exige a investigação da salmonella".

"A lei baseou-se na realidade das praias do Norte da Europa, onde as águas são geladas e a disseminação não se coloca da mesma maneira", explica a especialista, alertando para a insuficiência da legislação.

A câmara de Vale de Cambra (Burgães), comunica que a análise de 15 de julho feita pela autoridade da saúde não encontrou salmonelas e acha por isso "estranha" a conclusão da DECO. O vice-presidente da Câmara de Arganil, Luís Paulo Costa, argumenta no mesmo sentido. "Esta matéria não causa preocupação para a saúde pública" e considera o estudo "alarmista". Já em Vila de Rei, a praia está interditada. Apesar da APA não ter detetado falhas, a autarquia proibiu os banhos logo que deu conta do tom acastanhado do ribeiro. Por coincidência, decidiu-o um dia antes do ofício da DECO.

No Brasil
Uma toxina encontrada no veneno da cascavel pode ser uma aliada no tratamento do estrabismo. Cientistas da Funed, ligada ao...

Quando uma pessoa tem estrabismo, tem um problema no equilíbrio e sincronia entre os músculos que prendem o globo ocular e são responsáveis pelo seu movimento. Atualmente, segundo o Diário Digital, o tratamento é feito apenas com a toxina botulínica ou através de intervenção cirúrgica.

Os investigadores descobriram que a crotoxina age como um bloqueador neuromuscular, o que causa uma paralisia transitória no músculo, fazendo com que este relaxe parcialmente. O efeito é importante para o tratamento da anomalia, pois ajuda a restaurar o equilíbrio dos músculos responsáveis pelo controlo dos movimentos do globo ocular.

A ação é semelhante à causada pelo Botox, e por isso, a equipa da Cientistas da Funed (Fundação Ezequiel Dias) acredita que a crotoxina pode ser uma alternativa para tratar o estrabismo, o que pode ser a solução para pessoas com resistência ao Botox, ou seja, que criaram anticorpos contra a substância.

Os investigadores afirmam ainda que os efeitos da crotoxina são mais duradouros que os da toxina botulínica, o que pode tornar as aplicações menos frequentes.

O objetivo dos cientistas é oferecer o tratamento alternativo de maneira gratuita, através do SUS (Sistema Único de Saúde), mas para isso procuram parcerias com outros órgãos e instituições privadas para que sejam feitos testes mais amplos em pessoas com o problema.

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