Estudo revela
Ossos partidos? O canabidiol que se encontra na marijuana pode ser uma grande ajuda.

E que tal substituir o leite pela marijuana? A pergunta, em tom provocatório, é feita pela LiveScience, depois de analisadas as conclusões de um estudo que sugere que a marijuana faz bem aos ossos, escreve a TSF.

Em concreto, é um composto da marijuana, o canabidiol (designado cientificamente por "CBD"), que tem propriedades que podem ser eficazes na recuperação de fraturas.

O canabidiol é uma das substâncias químicas encontradas na Cannabis sativa e que constitui grande parte da planta, chegando a representar mais de 40% dos seus extratos.

O estudo foi feito em ratos, mas estudos anteriores já tinham demonstrado que os ratos são bons modelos no tratamento de ossos, disse Yankel Gabet, da Faculdade de Medicina da Sackler University, em Telavive.

A investigadora mostra-se muito esperançada na possibilidade do "CBD" poder ser aplicado em ossos humanos fraturados.

Estudo
Joshua Harsthorne, investigador do IMT, tentou perceber se, de facto, nos tornamos menos inteligentes à medida que envelhecemos...

A resposta é um confortável “nim”. Pelo menos se tivermos em conta aquele que é o conceito geral de inteligência, escreve o Observador. Mas já lá vamos. Um estudo publicado na Psychological Science sugere que os seres humanos se tornam mais lentos à medida que têm de carregar esse peso chamado velhice. Mas não só: com os cabelos brancos (ou sem cabelo de todo) chega a sapiência. Pode parecer um lugar-comum, mas é mais complexo do que parece.

Na verdade, as pessoas vão desenvolvendo outro tipo de capacidades intelectuais à medida que perdem outras. Foi essa uma das conclusões a que chegou Joshua Harsthorne, investigador do MIT – Massachusetts Institute of Technology, depois de analisar 2.500 adultos, sujeitos aos mais diferentes testes de memória, de raciocínio e de inteligência emocional.

Harsthorne percebeu, por exemplo, que a velocidade com que absorvemos números, nomes e a factos atinge o seu pico aos 18 anos. A partir daí, a história é outra: a nossa capacidade de processamento rápido “cai a pique”, explicou o investigador.

Depois, entre os 20 e os 35, chegamos ao auge da nossa “carreira” no que diz respeito à capacidade de recordar e de relacionar factos – a memória de trabalho como é conhecida.

Numa terceira fase, mais precisamente entre os 40 e os 60 anos, o melhor é mesmo moderar o ritmo e olhar pelos e, sobretudo, para os outros. É que é nessa altura que as pessoas alcançam uma capacidade superior de ler os que as rodeiam e de captar e perceber os sinais exteriores que os outros transmitem – no fundo, a inteligência emocional. “A diferença entre [um indivíduo] com 20 anos e outro com 40 anos é enorme” neste indicador, como sublinhou Harsthorne ao Wall Street Journal.

O mesmo jornal, que conversou com investigador, acrescenta ainda que, mesmo depois dos 60, é possível continuar a aprender (e muito), nomeadamente ao nível do vocabulário.

O investigador reconhece, porém, que este estudo vem contrariar algumas conclusões anteriores. Existem estudos que defendem que a inteligência tende a diminuir à medida que o tempo atravessa quem com ele convive assim como acontece com as capacidades físicas e motoras.

Ainda assim, e mesmo lembrando que é preciso perceber o conceito “inteligência” como um conceito mais alargado, Harsthorne acredita que as “pessoas se tornam mais inteligentes à medida que envelhecem”.

Contra a tuberculose
Mais de dois séculos depois, os corpos mumificados de centenas de pessoas que sofreram de tuberculose ajudam a compreender...

Em causa estão corpos mumificados de 265 pessoas, 90% afetadas pela tuberculose, das quais um terço morreu devido à doença, encontrados em 1994 na cidade húngara de Vac, numa igreja da ordem dominicana, onde foram sepultados os mais poderosos, como explicou a antropóloga Ildikó Szikossy, do Museu de Ciências Naturais, à agência Efe.

A origem dos cadáveres – que datam dos séculos XVIII e XIX - encontra-se bem documentada, sendo conhecidos os nomes e as histórias de muitos deles.

A família Hausmann é protagonista de uma delas. A irmã mais velha, Terézia, falecida em 1797, cuidava da sua mãe e da irmã mais nova; as três morreram de tuberculose causada por três estirpes diferentes.

“Isto é importante, dado que se demonstrou que naquela época coexistiam diferentes tipos”, o que é uma das descobertas mais valiosas no âmbito das investigações em que colaboram a Universidade de Medicina de Warwick, o University College de Londres e o Museu de Budapeste, afirmou Ildikó Szikossy.

Ao desenhar a “árvore da evolução” do ADN da tuberculose descobriu-se que uma das ramificações teve origem no Império Romano, por isso é uma doença que convive com a humanidade há milhares de anos.

O excelente estado de conservação dos corpos permitiu realizar análises muito precisas de como morreram e analisar os vestígios deixados pela doença.

Segundo explicou Szikossy, os nomes, e até mesmo pormenores como a causa da morte, foram escritos nos ataúdes, pelo que essa informação – a par com a dos arquivos eclesiásticos – oferece aos investigadores uma importante base de dados.

Os cadáveres foram colocados na cripta aproximadamente entre os anos 1730 e 1838.

Na década de 1780, o rei José II proibiu os enterros nas criptas, onde os ataúdes eram colocados uns sobre os outros, sem separação, o que aumentava o risco de infeções.

Os moradores de Vác não respeitaram a proibição e continuaram com os enterros na cripta, até que, em 1838, o lugar foi tapado e caiu em esquecimento, relata a agência Efe.

Foi um sorte para os cientistas, já que a cripta, com uma temperatura constante de entre 8 e 11 graus, uma humidade relativa de 90% e uma ligeira corrente de ar, reuniu as condições perfeitas para que os cadáveres se mumificassem de forma natural.

Diz Szikossy que mesmo os órgãos internos ficaram bem conservados, o que permite análises de ADN das bactérias da tuberculose persentes nos corpos.

“Assim, tornam-se possíveis novos caminhos de investigação médica”, que podem ser utilizadas pela medicina moderna, realçou.

As informações obtidas revestem-se ainda de maior importância se se considerar que as bactérias analisadas remontam a uma época anterior ao uso dos antibióticos, o que quer dizer que ainda não sofreram as mutações geradas por esses medicamentos, tornando possível estabelecer comparações.

A tuberculose fez 1,5 milhões de mortes entre os 09 milhões de pessoas que contraíram a doença em todo o mundo em 2013, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Investigadores brasileiros
Investigadores da Universidade Estadual de Campinas, no Brasil, desenvolveram um sistema híbrido à base de hidrogel, com baixa...

O sistema foi desenvolvido por investigadores do Instituto de Biologia (IB) e do Instituto de Química (IQ) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e procura uma melhoria na qualidade de vida dos pacientes com cancro na próstata, tendo como principais características tanto o efeito anti-tumoral como a baixa toxicidade, atenuando os efeitos secundários.

“Quem dita o efeito anti-tumoral é a nanoestrutura, que interage com proteínas que estão no sangue e no abdómen, local escolhido para a aplicação. Essas proteínas chegam até à célula tumoral e isso, somado ao efeito do fármaco, faz com que obtenhamos um efeito muito significativo”, explicou Wagner José Fávaro, professor do IB e um dos responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia.

De acordo com este investigador, o processo “combina hidrogéis de polímeros biocompatíveis e nanopartículas mesoporas de sílicas incorporadas com fármacos” – libertados de forma controlada – para tratamento tumoral.

A própria nanoestrutura já exerce efeitos no tumor, mas é potencializada pela utilização dos medicamentos, explicou o investigador.

O processo obteve resultados satisfatórios em testes ‘in vivo’, em ratos de laboratórios. Durante um mês, os animais receberam, sistematicamente, injeções que continham o sistema híbrido à base de hidrogel e apresentaram uma diminuição no tamanho dos tumores e também baixa toxicidade, principalmente no coração.

“Não chegámos à cura do cancro, mas o tamanho dos tumores nestes animais foi reduzido, em todas as fases. Na fase inicial, conseguimos que o tumor fosse quase eliminado. Se este tratamento for prolongado ou associado a outros tipos de fármacos, podemos obter uma nova abordagem”, apontou Wagner José Fávaro.

Os investigadores tiveram como principal preocupação garantir a qualidade de vida dos pacientes durante o tratamento do cancro: “curar o cancro é um grande desafio, mas é importantíssimo que a gente consiga melhorar ou prolongar o processo e garantir que esse paciente tenha qualidade de vida, facto que está diretamente associado à toxicidade dos fármacos”.

Segundo o professor, o tratamento é inovador por utilizar a nanotecnologia aliada aos fármacos no combate ao cancro da próstata, revelando que em oncologia a nanotecnologia “ainda é pouco aplicada e tem utilização muito recente”.

“Em nenhum trabalho vimos a utilização da sílica em gel associada ao fármaco no tratamento do cancro de próstata. Em todos os tumores, há muito poucos trabalhos que utilizam essa versão da sílica em forma de gel, associada aos fármacos. Por isso, este hidrogel criado por nós é único”, afirmou.

A tecnologia encontra-se agora disponível para obtenção de licença.

João Faria Nunes
O médico João Faria Nunes toma hoje posse na Assembleia Legislativa da Madeira como secretário regional de Saúde, depois da...

A entrada de João Faria Nunes é a primeira substituição do XII Governo Regional, liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque, após cerca de 100 dias da tomada de posse do executivo saído das eleições legislativas regionais antecipadas de 29 de março.

O novo responsável pela pasta da Saúde na Madeira é licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e assistente graduado da carreira médica hospitalar de Urologia no Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira.

Possui ainda uma pós-graduação em Gestão de Unidades de Saúde pela Universidade Católica, era desde abril adjunto da direção clínica do Hospital do Funchal e tem exercido medicina privada.

No sábado, o gabinete do chefe do executivo anunciou, em comunicado, que o anterior secretário regional da Saúde apresentara o seu pedido de exoneração "em virtude das notícias vindas a público" e que este tinha sido aceite pelo presidente do Governo Regional.

A mesma nota adiantava que Miguel Albuquerque tinha convidado o médico João Faria Nunes para ocupar o cargo.

A edição impressa de sábado do Diário de Notícias da Madeira dava conta de que Manuel Brito omitiu participações em duas clínicas privadas em que tinha quotas de valores residuais.

Segundo o matutino madeirense, na Clínica da Sé está em causa uma participação de 0,008%, ao passo que, em relação à Clínica de Santa Catarina, Manuel Brito disse não ter atualmente qualquer participação, mas não revelou que teve uma até meados do mês de julho.

Manuel Brito afirmou já tratar-se de um “lapso” na declaração de rendimentos.

A tomada de posse decorrerá pelas 16:00 na sala de reuniões da Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares da Assembleia Legislativa.

Ébola
A Organização Mundial de Saúde considera possível acabar com a epidemia de Ébola na África Ocidental antes do final do ano, mas...

"O maior risco é mostrar uma euforia irracional ou criar expetativas irreais", afirmou Bruce Aylward, máximo responsável da Organização Mundial de Saúde (OMS) pela resposta à epidemia, citado pela agência espanhola EFE.

O também diretor-geral adjunto da organização assumiu que embora os dados recolhidos no terreno demonstrem que o trabalho feito nos últimos 18 meses tem dado resultados, ainda é irrealista dizer que se alcançará o objetivo de ter "zero casos" a curto-prazo.

Na semana passada registaram-se apenas dois casos entre os três países afetados, e pela primeira vez não se registaram falecimentos entre as comunidades, sendo contada uma morte apenas, de um doente internado.

"Dois casos não são zero, e não vão ser zero nas próximas semanas", acrescentou o especialista, alertando que os serviços de saúde ainda não contam totalmente com o apoio das comunidades, uma vez que há quem oculte o seu estado, fuja e infete outros.

"Há muita gente ainda com medo, que sabem que não vão sobreviver e que querem morrer na sua terra, com a sua gente", explicou.

O responsável apelou a ter paciência, a não baixar a guarda e a continuar a acreditar que é possível "acabar" com o vírus, mas sem criar nenhuma expetativa a curto prazo.

"Parar a transmissão do vírus este ano é um objetivo realista, mas ninguém deve anunciar um prazo, porque ainda há muitos desafios a ultrapassar", concluiu.

Há atualmente 1.900 pessoas internadas e em quarentena por terem tido contacto com infetados.

O primeiro caso do surto recente de Ébola terá sido na Guiné-Conacri em dezembro de 2013, e o vírus rapidamente chegou aos países vizinhos, Libéria e Serra Leoa.

Em apenas um ano e meio, o vírus infetou 27.787 pessoas, causando 11.294 mortes.

Doença inflamatória crónica
A rosácea é uma doença inflamatória crónica que afecta principalmente a pele do rosto, apesar de pod
Pele com rosácea

A rosácea é uma doença cutânea crónica comum que afecta principalmente a pele do rosto e caracteriza-se por um conjunto de sinais e sintomas, que incluem flushing, eritema persistente, pápulas inflamatórias e pústulas, sensação de calor ou ardor, nas áreas afectadas.

Ana Fidalgo, Dermatologista na Fundação Champalimaud e na Clínica Dermatológica Sequine refere que, “conforme o predomínio individual destas lesões cutâneas, assim se classifica a rosácea em quatro subtipos:

  • eritemato-telangiectásica,
  • pápulo-pustulosa,
  • fimatosa,
  • ocular”.

Os doentes podem ser estáveis ou evoluir de um subtipo de rosácea para outro. Por exemplo, explica a dermatologista, “ter inicialmente apenas vermelhidão e pequenos vasos superficiais visíveis na pele - forma eritemato-telangiectásica -, desenvolver posteriormente pápulas e pústulas com persistência do eritema - rosácea pápulo-pustulosa - e, com o tempo, adquirir áreas de pele espessa e irregular, refletindo o aumento de volume das glândulas sebáceas da pele - rosácea fimatosa – , sendo o nariz a localização mais frequente – rinofima e os homens mais predispostos a ter este subtipo da doença”.

A rosácea ocular pode associar-se a qualquer um destes subtipos ou ocorrer na ausência de envolvimento cutâneo, e caracteriza-se, diz Ana Fidalgo, “por hiperémia conjuntival da pálpebra ou peri-ocular, sensação de corpo estranho, secura ocular, fotofobia e visão turva” sublinhando que a gravidade desta forma não tem correlação obrigatória com a gravidade dos subtipos cutâneos.

Impacto da rosácea

O impacto físico da rosácea é limitado, sendo mais relevante a repercussão na autoestima e na relação socioprofissional dos doentes. Contudo, conta a dermatologista, “podemos considerar a rosácea pápulo-pustulosa como a mais grave, em particular se estiver associada a um componente inflamatório exuberante”. Se asim for, o doente apresenta pápulas inflamatórias e algumas pústulas centrofaciais, em áreas de eritema, que habitualmente são em pequeno número e transitórias, associada a dor ligeira ou prurido.

Já nos casos mais graves, e ainda na rosácea pápulo-pustulosa, Ana Fidalgo explica que o doente “pode adquirir progressivamente mais lesões, com coalescência de placas inflamadas, acentuação do eritema, aparecimento de áreas de edema duro e crónico da face. Nestas situações torna-se sempre necessário efetuar terapêuticas sistémicas, independentemente dos cuidados ou tratamentos tópicos, nomeadamente antibioterapia sistémica”.

Cuidar e tratar da rosácea

O correcto tratamento da rosácea terá de ser sempre personalizado, adequado à forma de rosácea predominante presente, e inclui os cuidados gerais básicos e diversas intervenções farmacológicas tópicas e/ou sistémicas, isoladas ou mais frequentemente em associação.

Assim, “os princípios básicos do tratamento da rosácea são comuns para todos os subtipos: evitar os factores desencadeantes e de agravamento. Ou seja, calor, exposição solar, alimentos quentes, picantes e álcool, stress e cremes com potencial irritativo”, alerta a especialista.

Como tal, o uso de produtos de higiene suave e adequados, de creme hidratantes com capacidade de interferir na hiper-reactividade vascular, e de protetores solares é sempre de aconselhar, independentemente do uso de produtos ou maquilhagem correctora.

Para cada um dos subtipos de rosácea, Ana Fidalgo explicou ao Atlas da Saúde a melhor forma de cuidar e tratar:

Rosáce eritemato-telangiectásica

Usar tópicos com ação anti-inflamatória e antimicrobiana (metronidazol ou ácido azelaico) e, adicionalmente, utilizar a brimonidina gel, um agonista altamente específico dos recetores adrenérgicos alfa2, com ação vasoconstritora potente, e como tal, consegue reduzir, embora de forma transitória, o eritema facial. Podemos ainda recorrer a tratamentos de laser ou luz pulsada para reduzir de forma mais definitiva a vermelhidão, sobretudo em situações em que esta seja exuberante.

Rosácea pápulo-pustulosa

Todos os tratamentos anteriores podem ser utilizados, nomeadamente, os tópicos referidos. Para controlar o componente inflamatório, são necessários antibióticos tópicos ou orais, metronidazol oral ou isotretinoína oral, fármaco frequentemente utilizado no tratamento da acne. Dentro da antibioterapia sistémica, salientam-se antibióticos com actividade adicional anti-inflamatória.

Rosácea fimatosa

Caracteriza-se por elevada refratariedade à terapêutica. Podem ser usados os tratamentos atrás descritos, se os componentes telangiectásico ou pápulo-pustuloso estiverem presentes. Na tentativa de redução do volume da pele, nomeadamente do nariz (rinofima), a isotretinoína oral pode ser uma mais-valia no controlo da hiperplasia sebácea. Em casos seleccionados, podemos recorrer a tratamentos por cirurgia ou laserterapia de CO2, para redelinear o nariz.

Rosácea ocular

É estabelecido pela oftalmologia e contempla a higiene ocular cuidada, o uso de lágrimas artificiais, antibióticos tópicos e/ou orais, dependendo da gravidade do quadro clínico.

Por expressa opção do autor, o texto não respeita o Acordo Ortográfico

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Agrupamentos de Centros de Saúde
A Administração Regional de Saúde do Algarve tem “fortes expectativas” de que a tutela vai preencher todas as vagas para...

Nuno Ramos, vogal do conselho diretivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, disse que, em causa, estão 72 vagas nos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) e o seu preenchimento, no âmbito de um concurso para 1.000 vagas em todo o país que o Ministério da Saúde abriu, “resolverá as carências dos cuidados de saúde primários da região”.

O dirigente da ARS disse que esse concurso vai ser “lançado muito em breve” e, juntamente com a contratação de outros 10 profissionais no âmbito de outro procedimento concursal entretanto concluído, “demonstra o esforço que a Administração Regional tem feito para dotar os centros de saúde dos meios humanos necessários”.

Este esforço, acrescentou Nuno Ramos, “retira sentido” às críticas do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que num comunicado considerou que a ARS “tem falhado nas diligências necessárias para a contratação desses profissionais”.

O SEP referiu que, nos centros de saúde, das 1.000 vagas para enfermeiros que o Ministério da Saúde anunciou, “são necessárias no mínimo 150 para o Algarve”, número que fica aquém, frisou, do que a ARS Algarve estima.

O sindicato considerou ser sinal de “incoerência e inoperância” que, “dos 1341 enfermeiros contratados para o país, só 64 tenham chegado à região”, frisando que o sindicato “já apresentou por diversas vezes as soluções” para a falta de incentivos que levam os profissionais a não vir trabalhar para o Algarve.

Mas o vogal da ARS rebateu estas críticas, recordando que “já foram aprovados mecanismos de incentivo à fixação de profissionais no Algarve”, como a atribuição “de 1.000 euros mensais, reduzido a 50% após os primeiros seis meses da duração da colocação em posto trabalho carenciado e a 25% após 12 meses”.

“Estamos convencidos de que este incentivo pecuniário fará mais médicos virem trabalhar para a região”, afirmou, sublinhando que a ARS e o Ministério da Saúde “têm feito um esforço no primeiro semestre de 2015 para resolver as carências de recursos humanos da região” e “já contratou este ano 142 médicos”.

A mesma fonte sublinhou que a ARS, no que ao Centro Hospitalar do Algarve (CHA) diz respeito, “tem autorizado a contratação de todos os médicos que se mostraram interessados em trabalhar no Algarve”.

Além dos 142 médicos, a ARS frisou num comunicado que foram ainda contratados 68 enfermeiros, 14 técnicos de diagnóstico e terapêutica, oito técnicos superiores, um assistente técnico e 87 assistentes operacionais.

Revelou também que o CHA já recebeu do Ministério da Saúde, entre 2013 e 2015, 598,5 milhões de euros, “457,1 milhões no âmbito dos contratos-programa anuais" e “141,3 milhões referentes a aumento de capital e verbas adicionais de convergência canalizadas para o reequilíbrio financeiro e regularização de dívidas a fornecedores.

Direção-geral da Saúde
O fornecimento da vacina contra a tuberculose só deve ficar regularizado no final deste mês, segundo a Direção-geral da Saúde,...

A subdiretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse que a última informação disponível aponta para que a vacina vacina contra a tuberculose (BCG) só volte a estar disponível no fim de agosto, depois de estar indisponível nos hospitais e centros de saúde desde maio.

As dificuldades de fornecimento, que começaram em março, estão ligadas a problemas com a produção no único laboratório que fabrica a vacina para a Europa, um laboratório público na Dinamarca.

A regularização do fornecimento devia ter acontecido no início deste mês, mas, segundo Graça Freitas, os lotes da vacina não revelaram conformidade de segurança total.

“Assim não vamos ter esses lotes, mas estamos à espera de lotes novos para finais de agosto”, acrescentou.

Quando a situação for regularizada, as crianças não vacinadas à nascença começarão a ser chamadas para receberem as vacinas nos centros de saúde, que deverão gerir os seus ‘stocks’.

A Direção-Geral de Saúde (DGS) tem insistido que o problema de fornecimento da BCG “não constitui risco para a saúde pública”, até porque a prevenção e o controlo da tuberculose se baseia em várias medidas, “além da vacinação dos recém-nascidos”.

A única vacina BCG que está autorizada em Portugal, e na maioria dos países europeus, é produzida por um laboratório público da Dinamarca, mas, nos últimos anos, o fornecimento da vacina tem sofrido interrupções de duração variável.

Esta vacina tem um prazo de validade mais curto do que as outras vacinas do Programa Nacional de Vacinação, não permitindo armazenamentos de longo prazo.

Pela primeira vez
A Administração de Alimentos e Drogas dos EUA (FDA, na sigla em inglês) aprovou pela primeira vez um medicamento que utiliza...

O medicamento, produzido pela empresa privada Aprecia Pharmaceuticals, foi aprovado para uso oral como uma terapia alternativa prescrita para o tratamento de epilepsia, disse a companhia.

O Spritam usa a tecnologia “ZipDose” da Aprecia, um sistema de entrega, segundo o Diário Digital, que cria doses pré-mensuradas que se desintegram na boca com um pouco de líquido.

A impressão em 3D pode ajudar as empresas a desenvolverem produtos com “especificações individuais para cada paciente ao invés de adoptar uma abordagem padronizada para todos”, disse o analista da Wedbush Securities Tao Levy.

Na indústria de cuidados médicos, essas impressoras são usadas por dentistas para criar réplicas de maxilares e dentes, assim como alguns implantes dentais acabados, e cirurgiões ortopédicos têm feito testes para criar próteses de bacia customizadas.

Segundo urologista
O aumento da temperatura e da transpiração durante os meses de verão potencia, em mais 20%, o aparecimento de pedras nos rins,...

“O processo de formação das pedras nos rins é distinto, sendo, no entanto, constante a presença de uma urina concentrada e saturada dos constituintes formadores dos cálculos, devido a uma baixa ingestão de líquidos. Esta condição é também mais frequente em adultos jovens, entre os 30 e os 50 anos, e do sexo masculino, havendo um risco significativo de recidiva”, explica António Matos Pereira, urologista do Hospital Lusíadas Lisboa.

E acrescenta: “Os cálculos são formados no seio renal e podem ter diferentes dimensões, não sendo a intensidade da cólica e as suas complicações proporcionais ao tamanho do mesmo. A dor só aparece quando há uma obstrução à passagem da urina, o que acontece quando o cálculo se está a deslocar do rim para a bexiga ao longo do ureter, dadas as reduzidas dimensões deste”.

Os sintomas mais frequentes de um cálculo renal, escreve o Sapo, são a dor lombar aguda e violenta, com irradiação anterior, acompanhada por náuseas e vómitos, por vezes precedida por sangue na urina. Em casos mais graves, o doente pode ainda sentir febres altas e calafrios.

“O tratamento dos cálculos renais pode ser médico ou cirúrgico, dependendo de diversas variáveis. Nos casos em que a obstrução é incompleta e sem infeção, a terapêutica é médica e com um seguimento da evolução; se por outro lado, o paciente estiver perante uma obstrução completa e sem progressão do cálculo ou se existe um quadro infecioso, a terapêutica é cirúrgica, uma vez que existe um risco elevado de infeção generalizada e eventual morte”, revela.

“Estudos diversos confirmam um aumento de 20% no número de casos de pedras nos rins durante o Verão. É importante que as pessoas reforcem o consumo de líquidos durante esta época, sendo que quanto mais clara estiver a urina, menor será a concentração de iões e, consequentemente, menor será a probabilidade de formação de cálculos”, conclui.

O cálculo renal é caracterizado por uma massa sólida, composta por pequenos cristais, inicialmente formada no rim, onde pode ficar durante muitos anos sem qualquer sintomatologia. Quando se desloca para a bexiga através do ureter – uma estrutura muito fina e delicada – provoca a cólica renal, extremamente dolorosa, levando as pessoas a procurar um médico de urgência.

Estudo revela
Um estudo em que participou o investigador Tiago Reis Marques, publicado na revista Brain, demonstrou que os doentes com...

“Ainda mais relevante foi verificar que a redução nesta enzima estava associada à gravidade dos sintomas motores, bem como à progressão da doença, com aqueles doentes numa fase mais avançada e com sintomas motores mais graves apresentando uma redução ainda maior desta enzima”, lê-se no comunicado que divulga o estudo.

A investigação, que teve o apoio da Fundação Michael J. Fox, foi esta semana publicada na revista de neurologia Brain, e contou com o trabalho de Tiago Reis Marques, médico psiquiatra e investigador português do Instituto de Psiquiatria do Kings College em Londres.

Segundo Tiago Reis Marques, “as fosfodiesterases são uma família de enzimas que se expressam em várias zonas do corpo humano”.

“A fosfodiesterase 10A tem a particularidade de se localizar numa região específica do cérebro, os gânglios da base, onde está envolvida na regulação da dopamina, o neurotransmissor implicado em doenças como a doença de Parkinson e a esquizofrenia”, adiantou.

Os resultados deste estudo “sugerem fortemente que a PDE10A pode ser um potencial alvo para novos fármacos no tratamento da doença de Parkinson”, acrescenta o comunicado.

O estudo foi desenvolvido durante dois anos por um consórcio internacional de neurologistas e psiquiatras que se dedicou a estudar a enzima PDE10A em várias doenças psiquiátricas e neurológicas, como a esquizofrenia, a doença de Parkinson e a doença de Huntington.

“Para observar a enzima PDE10A, os investigadores recorreram a uma técnica de Medicina Nuclear, através da qual injetaram nos doentes uma substância radioativa com a capacidade de se ligar especificamente a esta enzima e, assim, a visualizar e quantificar”.

Os resultados mostraram “uma redução da PDE10A entre 14 a 28% quando comparado com indivíduos saudáveis do mesmo sexo e faixa etária”.

“Apesar de para a grande maioria das pessoas uma enzima como a fosfodiesterase nada significar, o facto é que a construção de fármacos dirigidos a esta família de enzimas tem sido um sucesso”, acrescentou Tiago Reis Marques.

IPO do Porto defende
O IPO do Porto defendeu a criação de “um mecanismo que defina o preço a que o Serviço Nacional de Saúde paga aos hospitais a...

O Tribunal de Contas (TdC) quer que o IPO do Porto pague de “imediato” uma dívida de 8,3 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), considerando que a instituição tem recursos financeiros suficientes, refere uma auditoria hoje divulgada.

“A origem deste problema é a falta de um mecanismo que defina o preço a que o SNS paga aos hospitais a quimioterapia oral, tal como sempre existiu para outras formas de quimioterapia. O TdC não aceitou que se usasse um critério de analogia, pelo que deverá haver um mecanismo próprio, tratando-se pois de um caso em que o avanço científico não foi acompanhado por avanço regulamentar”, justifica o IPO.

O IPO considera que, “contabilisticamente, a situação é neutra para o SNS consolidado, pois a única questão é se as contas são consolidadas com ou sem um prejuízo em cada unidade hospitalar 'versus' colocar esse encargo no SNS central”.

O instituto anuncia também que “continua a fornecer toda a quimioterapia oral aos doentes que dela necessitam apesar da ausência de financiamento dedicado desde a intervenção do TdC”.

O relatório da auditoria refere que, “existindo necessidades prementes de injeção de meios líquidos em outras unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde [SNS], e [por] o IPO do Porto deter os recursos financeiros necessários para saldar a sua dívida, em aplicações financeiras a prazo, justifica-se a recomendação produzida para a devolução imediata dos montantes irregularmente recebidos por aquele instituto”.

Em causa está a faturação irregular de cerca de 56,2 milhões em medicamentos para quimioterapia oral que o TdC verificou ter sido feita pelo IPO entre 2008 e 2011 e que, de acordo com um relatório de 2013, “constituiu uma deslocalização de recursos financeiros dentro do SNS que poderiam ter sido orientados para outros hospitais com mais necessidade”.

A administração do IPO alegou então a desadequação entre as regras de faturação e a realidade clínica, indicando que para faturar os comprimidos entregues aos doentes foi utilizado o “código mais próximo” relativo a quimioterapia injetável.

No seguimento das recomendações então formuladas, o TdC procedeu a nova auditoria, hoje conhecida, indicando que foi implementado um plano de pagamento (aprovado em outubro de 2014 pelo secretário de Estado da Saúde) ainda não concluído, “mantendo-se a iniquidade na distribuição dos recursos do orçamento do Serviço Nacional de Saúde”.

Tal como referido no primeiro relatório, o tribunal volta a considerar que “a faturação da quimioterapia oral gerou um sobrefinanciamento da atividade desenvolvida no IPO do Porto, possibilitando-lhe o financiamento de investimentos na sua estrutura produtiva (instalações e equipamentos) que não tiveram paralelo nos Institutos de Oncologia de Lisboa e de Coimbra ou noutras unidades de saúde do SNS”.

O IPO garante ainda que “já cumpriu a determinação do TdC na sequência da auditoria cujos resultados foram conhecidos em 2012”, tendo anulado “a faturação no valor de 63 milhões de euros” e registado “contabilisticamente as perdas, em 2013 com efeitos a 2012”.

Decreto-lei nº 136/2015 publicado em Diário da República
A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos denuncia a falta de legislação e a fragilidade das Unidades e equipas em...

“Só poderemos considerar este decreto-lei na sua globalidade positivo, se representar o primeiro passo para a criação de uma Rede Nacional de Cuidados Paliativos. Temos que ressalvar, pela negativa, que o mesmo contempla a possibilidade da existência de duas Redes Autónomas de Cuidados Paliativos Domiciliários com a mesma designação e tipologia.

Uma coisa é a articulação e complementariedade entre equipas comunitárias de suporte em cuidados paliativos e as equipas de cuidados continuados integrados, outra será dizer que podem existir com a mesma tipologia e designação, tratando-se de organizações e funcionalidades diferentes”, explica Manuel Luís Capelas, Presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos.

A APCP deixa agumas questões que espera ver resolvidas:

·         Qual será o enquadramento das atuais unidades e equipas em cuidados paliativos que faziam parte da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados?

·         Para quando a publicação da Regulamentação das leis de bases, já pronta há mais de dois anos?

·         Para quando o documento formal para a Criação da Rede Nacional de Cuidados Paliativos?

O decreto-lei nº136/2015 procede à primeira alteração da lei que criou a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), em 06 de junho de 2006, e à segunda  alteração ao Decreto-Lei n.º 8/2010, de 28 de janeiro, que cria um conjunto de unidades e equipas de cuidados continuados integrados de saúde mental.

Tribunal de Contas
Uma auditoria do Tribunal de Contas ao serviço de urgência do Hospital Amadora-Sintra, que no final de 2014 teve esperas...

“O mês de dezembro de 2014 registou os maiores tempos médios diários de espera que, no dia 24, ultrapassaram as sete horas, o que compara com os 49 minutos verificados no mesmo dia do ano anterior, tendo atingido um máximo de 28 horas”, lê-se nas conclusões do relatório.

Na altura do Natal do ano passado, foram relatados problemas nas urgências do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), que chegou a ter mais de 20 horas de espera, devido a problemas com os médicos escalados e a uma afluência maior do que o normal.

Depois desta situação, o ministério decidiu determinar aos centros de saúde da Grande Lisboa que alargassem os seus horários de funcionamento nos dias 30 e 31 de dezembro e 02 de janeiro.

De acordo com a auditoria do Tribunal de Contas (TdC), “verificou-se que o número de horas médicas realizadas em dezembro de 2014 foi inferior em 19% às realizadas no período homólogo de 2012, e que, entre os dias 20 e 31 de dezembro, o número de horas médicas efetivamente realizadas foi inferior em 54% ao considerado adequado”.

Para esta insuficiência contribuiu, segundo o tribunal, “a autorização de férias e tolerâncias de ponto, pela direção do serviço de urgência geral, sem que ficasse assegurada a constituição de escalas de dimensão adequada, situação que infringe as normas de funcionamento previstas nos regulamentos do hospital e do serviço, além de ser contrária às boas práticas de gestão, por descurar, de modo irresponsável, o interesse dos utentes, ao não garantir a disponibilidade do serviço de urgência geral face à procura previsível para o final do ano”.

Este organismo refere que se registaram “um total de 184 dias de ausência médica no serviço de urgência geral, em dezembro de 2014, valor superior ao dos anos de 2013 e de 2012 (112 e 159, respetivamente), destacando-se, o ano passado, as ausências por férias (47%) por tolerâncias de ponto (13%) e por motivo de doença (36%)”.

“Entre os dias 22 e 31 de dezembro de 2014, existiram períodos de ausência de 14 dos médicos afetos ao serviço de urgência geral, na sua maioria por tolerância de ponto, o que não é compreensível dado o défice de médicos existente e as previsíveis maiores dificuldades em assegurar a disponibilidade, neste período, de prestadores de serviços, sem vínculo ao hospital”, prossegue o TdC.

O tribunal indica que, “apesar do desrespeito pelo cumprimento das normas, o conselho de administração não diligenciou no sentido da responsabilização da direção do serviço de urgência geral, instaurando processos de inquérito e, eventualmente, processos disciplinares”.

O TdC critica o Ministério da Saúde que, “apesar de ter acompanhado a ocorrência, não apurou responsabilidades, designadamente ao nível do conselho de administração do hospital”.

Estas dificuldades foram igualmente atribuídas à dependência da urgência do hospital “face a empresas prestadoras de serviços médicos, agravada pelas ausências autorizadas dos profissionais com vínculo ao hospital no período em causa”.

“As empresas de prestação de serviços médicos que o hospital tinha contratado para suprir as necessidades não satisfeitas internamente revelaram incapacidade de resposta às solicitações adicionais que lhes foram colocadas, bem como o incumprimento de algumas das prestações contratadas”, lê-se no documento.

O tribunal esclarece que “os tempos de espera verificados no período de 22 a 28 de dezembro não resultaram da afluência dos utentes, tendo em conta que esta foi inferior à que seria espectável face ao histórico (dos meses anteriores e dos períodos homólogos) e que não se registaram picos de afluência diária anormalmente elevados, nem da especial gravidade das situações”.

Face à situação identificada, o TdC recomendou ao ministro da Saúde que considere “a revisão do atual sistema de áreas de influência dos serviços de urgência hospitalar no âmbito de cada região de saúde, no sentido de promover uma maior liberdade de escolha informada do utente quanto ao prestador ao qual pretende recorrer”.

Com esta maior liberdade de escolha, os utentes poderão, nomeadamente, “ser atendidos em qualquer serviço de urgência dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), independentemente da sua área de residência”.

IPO do Porto
O Tribunal de Contas quer que o IPO do Porto pague de “imediato” uma dívida de 8,3 milhões de euros ao Serviço Nacional de...

“Existindo necessidades prementes de injeção de meios líquidos em outras unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde [SNS], e [por] o IPO do Porto deter os recursos financeiros necessários para saldar a sua dívida, em aplicações financeiras a prazo, justifica-se a recomendação produzida para a devolução imediata dos montantes irregularmente recebidos por aquele instituto”, refere relatório da auditoria do Tribunal de Contas (TdC).

Em causa está a faturação irregular de cerca de 56,2 milhões em medicamentos para quimioterapia oral que o TdC verificou ter sido feita pelo IPO entre 2008 e 2011 e que, de acordo com um relatório de 2013, “constituiu uma deslocalização de recursos financeiros dentro do SNS que poderiam ter sido orientados para outros hospitais com mais necessidade”.

A administração do IPO alegou então a desadequação entre as regras de faturação e a realidade clínica, indicando que para faturar os comprimidos entregues aos doentes foi utilizado o “código mais próximo” relativo a quimioterapia injetável.

No seguimento das recomendações então formuladas, o TdC procedeu a nova auditoria, hoje conhecida, indicando que foi implementado um plano de pagamento (aprovado em outubro de 2014 pelo secretário de Estado da Saúde) ainda não concluído, “mantendo-se a iniquidade na distribuição dos recursos do orçamento do Serviço Nacional de Saúde”.

Tal como referido no primeiro relatório, o tribunal volta a considerar que “a faturação da quimioterapia oral gerou um sobrefinanciamento da atividade desenvolvida no IPO do Porto, possibilitando-lhe o financiamento de investimentos na sua estrutura produtiva (instalações e equipamentos) que não tiveram paralelo nos Institutos de Oncologia de Lisboa e de Coimbra ou noutras unidades de saúde do SNS”.

Depois de apresentado o primeiro relatório em 2013, foram apurados pelo IPO do Porto mais de 213 mil situações incorretamente faturadas, “no montante total de 64,7 milhões de euros”. Com o acerto de contas dos contratos programa de 2008 e 2009, a dívida “certa e exigível” cifrava-se, em maio de 2014, em 25,9 milhões de euros.

Um ano depois, e após início do plano de pagamento que levou à retenção de 600 mil euros, em conjunto com novos acertos de contas relativos a contratos programa de 2010 e 2011, a dívida do IPO do Porto ao SNS foi cifrada em 8.315.752,78 euros.

Para o TdC, desde dezembro de 2014 que as disponibilidades de tesouraria do IPO do Porto (cerca de 244 milhões que incluem 14,3 milhões em aplicações financeiras a prazo) "são mais do que suficientes para assegurar a devolução dos montantes irregularmente recebidos pela faturação de quimioterapia oral".

O TdC recomenda à ministra das Finanças que, se necessário, autorize a utilização do saldo de gerência para o “cumprimento da obrigação de devolver ao orçamento do SNS os montantes recebidos indevidamente”. Pede também ao ministro da Saúde que assegure tal devolução “através da retenção no próximo adiantamento do contrato programa”.

E porque ficou concluído que em 2007 o IPO do Porto “adotou as mesmas práticas de faturação irregular”, vem o TdC agora recomendar ao conselho de administração “que determine o número de episódios de quimioterapia oral” faturados de forma indevida e que “adote os mesmos procedimentos utilizados para correção do período 2008-2011”.

Em 2014
Cerca de 2.300 milhões de euros de vendas em farmácias, um decréscimo de 0,5% face a 2013 e 28% face a 2008. Genéricos...

Segundo o estudo Setores Portugal “Indústria Farmacêutica” publicado pela Informa D&B, o mercado português de medicamentos mantém, desde o ano 2009, uma tendência de decréscimo num contexto de contração dos preços que é motivada pelas políticas de redução da despesa pública farmacêutica.

O valor das vendas em farmácias comunitárias em Portugal Continental estima-se, em 2014, em 2.398 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 0,5% face a 2013 e 28% face ao máximo contabilizado no ano 2008. No que respeita ao número de embalagens comercializadas, registou-se uma variação negativa de 0,4%, atingindo os 237 milhões.

Os medicamentos genéricos aumentaram a sua participação no mercado total em 2014, continuando com a tendência de 2013, até alcançar uma penetração de 20,4% em valor.

A balança comercial do setor apresenta um saldo deficitário, embora tenha sido reduzido significativamente nos últimos anos, num contexto de forte crescimento das exportações. Em 2014, as vendas ao exterior situaram-se nos 778 milhões de euros, 20,4% acima de 2013, enquanto as importações subiram ligeiramente (+2,2%) até aos 1.730 milhões.

O número de fabricantes de especialidades farmacêuticas era, em 2013, de 108, valor semelhante ao de 2012 mas notavelmente abaixo dos 131 operadores registados em 2007. O estudo aponta para uma clara concentração da atividade produtiva no distrito de Lisboa, onde se localiza a sede social de 80% das 40 principais empresas do setor.

Sete destas empresas contavam em 2013 com um pessoal superior a 250 trabalhadores, enquanto 24 empregavam entre 50 a 250 pessoas.

O capital estrangeiro tem uma grande importância no setor, participando maioritariamente em mais de 30 dos 40 principais laboratórios. Destaca-se o capital de origem suíça, britânica, espanhola, alemã, italiana, francesa e dos Estados Unidos da América.

Dados Gerais, 2014

Número de empresas 108
Número de empregados  5.794
Mercado total de medicamentos (milhões de euros) 2.398
Mercado de medicamentos genéricos (milhões de euros)  490
Exportação de medicamentos (milhões de euros) 778
Importação de medicamentos (milhões de euros) 1.730
Mercado total de medicamentos em valor (% var. 2014/2013) -0,5
Mercado de medicamentos genéricos em valor (% var. 2014/2013) +3,4

Fonte: Estudo Setores Portugal: “Indústria Farmacêutica”

Relatório conclui
Os imigrantes em Portugal continuam a enfrentar barreiras no acesso aos cuidados de saúde, em grande parte devido à inércia das...

De acordo com o relatório divulgado, a informação recolhida junto das Administrações Regionais de Saúde (ARS), da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e do Alto Comissariado para as Migrações (ACM) permitiu perceber que estas barreiras subsistem, em parte devido às diferenças culturais e dificuldades linguísticas e socioeconómicas, mas também aos constrangimentos causados pelos próprios serviços.

“As entidades prestadoras de cuidados de saúde, cada uma da ARS e a própria ACSS, não têm dado cumprimento à obrigação [plasmada em textos legais e orientações normativas] que sobre cada uma impende de registar, tratar, monitorizar informação sobre todos os cidadãos estrangeiros que acedem aos cuidados de saúde no SNS”, afirma o relatório.

Este incumprimento resulta em problemas no atendimento e acesso aos cuidados de saúde dos imigrantes, decorrentes do facto de os sistemas informáticos não permitirem, por exemplo, a referenciação para cuidados diferenciados ou a prescrição de meios complementares de diagnóstico e medicamentos.

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) acusa ainda os prestadores de saúde de “inércia” por não cumprirem a “obrigação” de enviar a informação devida a cada uma das ARS.

Além disso, verifica-se a incapacidade do sistema informático para recolher a informação, “omissão no tratamento e não existência de procedimentos de monitorização da realidade, por parte da ACSS”, acrescenta o relatório.

A ERS conclui, assim, que “não há um efetivo conhecimento da realidade relativamente aos utentes, cidadãos estrangeiros, seja no que respeita à sua identidade, à sua nacionalidade e sua origem, seja ainda relativamente aos cuidados que são prestados e aos valores que lhes são efetivamente cobrados”

Segundo o regulador, esta falta de conhecimento limita a capacidade de desenvolver políticas que promovam melhor acesso pelos imigrantes aos cuidados de saúde “que lhes são legalmente salvaguardados”.

Estudo conclui
Durante muitos anos, pacientes com asma recebiam dos seus médicos a orientação de evitar exercícios físicos e assim reduzir as...

“Pode dançar, caminhar na praia, andar de bicicleta, o que mais agradar à pessoa”, destacou o fisioterapeuta e professor da Universidade de São Paulo (USP) Celso Carvalho, que coordenou a pesquisa.

O estudo, segundo o Diário Digital, testou a reação de 58 pacientes asmáticos, divididos entre os que se exercitavam por 35 minutos num tapete de corrida, duas vezes por semana, e um grupo que não fazia atividade física. “Avaliamos a híperresponsividade brônquica, que é quando o asmático tem as vias aéreas irritadas pelo ácaro, pó, poeira”, explicou o professor. A experiência durou três meses.

Os cientistas observaram que era necessária uma quantidade maior de alérgenos (pó, poeira, ácaro) para fazer a via aérea fechar. A conclusão do estudo foi que a inflamação diminuiu significativamente entre aqueles que praticaram exercícios. “Isso sugere de forma bem importante que o exercício é anti-inflamatório e melhora a qualidade de vida do paciente”, ressaltou.

A prática de atividades físicas também reduziu pela metade a ida às urgências, que costuma ocorrer durante crises de asma, mesmo em pacientes que usam medicação adequadamente. De acordo com Carvalho, todos os participantes do estudo tomavam remédios para a asma, uma condição que também deve ser observada pelos asmáticos interessados em iniciar a prática de exercícios.

Segundo Celso Carvalho, o broncoespasmo pode acontecer no momento da atividade física de alta intensidade, por isso o acompanhamento médico e o uso de medicação são essenciais.

Clínica Malo
O grupo Clínica Malo foi convidado para organizar a faculdade de medicina dentária de uma universidade que está a ser...

"É a primeira parceria que fazemos a nível pedagógico, abrindo uma nova aérea de negócios para a Malo Clínica, e vai também permitir assegurar um 'stock' de dentistas necessário para acompanhar a nossa expansão na China", disse Paulo Malo.

A futura universidade, situada em Tianjin, o maior porto do norte da China, a cerca de 150 quilómetros de Pequim, deverá começar a funcionar em 2018.

Trata-se de um investimento de 10.000 milhões de yuan (1.530 milhões de euros), financiado pelo presidente e fundador do consórcio farmacêutico Tiens Group, Li Jinyuan.

Com uma área de construção de 210 hectares, a projetada Tiens University estende-se por 3,2 quilómetros quadrados e está projetada para acolher 30.000 estudantes.

Além de medicina dentária, a universidade terá cursos de medicina tradicional chinesa, comunicação, biologia e agricultura, algumas dos quais organizados em colaboração com instituições académicas norte-americanas, indicou Paulo Malo, um dos convidados estrangeiros que assistiu ao início oficial das obras, em meados de julho.

O presidente do Tiens Group, Li Jinyuan, ficou mundialmente famoso há três meses, quando pagou quatro dias de férias em Paris e na Côte d'Azur a 6.400 dos seus empregados, 5.400 dos quais oriundos da China, para celebrar o 20º aniversário da sua empresa.

Foi a maior excursão do género recebida em França, com direito a um desfile na avenida marginal de Nice, e custou cerca de 33 milhões de euros.

Paulo Malo contou que conheceu Li Jinyuan em janeiro passado em Tianjin, onde o Tiens Group tem a sede, e mais tarde viu-o no seu consultório, em Lisboa.

Formado em medicina dentária pela Universidade de Lisboa, Paulo Malo fundou a primeira clínica em 1995.

Vinte anos depois, o seu grupo emprega cerca de 3.000 pessoas em quase trinta países, um terço das quais em Portugal, salienta o empresário.

"A Clínica Malo é o maior centro de educação de medicina dentária do mundo. Cerca de 3.500 dentistas e cirurgiões orais estrangeiros passam por ano pela nossa clínica em Lisboa", afirmou.

Em novembro de 2013, o grupo Malo abriu a sua primeira clínica na China continental, em Pequim, e desde então já está também implantado em Xangai, Cantão e Taiyuan.

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