Estudo
A esperança média de vida global subiu em mais de seis anos nas últimas décadas, apesar de também ter aumentado o tempo em que...

Em 2013, a expectativa de vida no mundo era de 71,5 anos para ambos os sexos, mais 6,2 anos do que em 1990, contudo, a esperança de uma vida saudável, sem sofrer problemas de saúde graves, cresceu no mesmo período 5,4 anos (de 56,9 anos para 62,3 anos).

"O mundo fez grandes progressos no campo da saúde, mas agora o desafio passa por encontrar caminhos mais efetivos para prevenir ou tratar as principais causas de doenças ou incapacidades", assinalou Theo Vos, professor do Instituto para a Avaliação e Medição da Saúde (IHME na sigla inglesa), nos Estados Unidos (EUA), citado pela agência de notícias espanhola (EFE).

O avanço no número de anos que as pessoas podem viver em termos mundiais deve-se em grande medida à queda da mortalidade provocada por doenças como a sida e a malária na última década, bem como graças aos avanços no tratamento de desordens durante a gravidez, nos recém-nascidos e nas disfunções nutricionais.

Apesar do aumento da esperança média de vida ser uma realidade na maioria dos países do mundo, em nações como o Botsvana, no Belize e na Síria, o número de anos que os seus cidadãos vivem em média sem doenças graves permaneceu semelhante entre 1990 e 2013.

E noutros países, como a África do Sul, o Paraguai e a Bielorússia, a esperança de vida saudável baixou nos 23 anos anteriores a 2013, ano a que se reportam os últimos dados do estudo divulgado pela revista médica publicada no Reino Unido.

Já na Nicarágua e no Camboja, as pessoas viviam em 2013 com boa saúde uma média de 14,7 e 13,9 anos mais do que em 1990.

O Japão é o país do mundo que registou em 2013 uma maior expectativa de vida saudável: os homens vivem em média 71,1 anos saudáveis (80,05 anos no total), ao passo que nas mulheres a média é de 75,56 anos (com uma esperança média de vida de 86,39 anos).

Depois do país nipónico, nesta lista, surgem Singapura, Andorra, Islândia, Chipre, Israel, França, Itália, Coreia do Sul e Canadá.

No extremo oposto surge o Lesoto, onde os cidadãos vivem em média menos anos saudáveis: 40,06 anos os homens e 44,01 anos as mulheres.

Os países que completam o lote das nações com menor esperança de vida saudável são a Suazilândia, a República Centroafricana, a Guiné-Bissau, o Zimbabué, Moçambique, o Afeganistão, o Chade, o Sudão do Sul e a Zâmbia.

 

Guarda Nacional Republicana
A GNR realiza hoje uma ação de sensibilização e informação sobre os riscos da condução automóvel sob efeito do álcool, com a...

A campanha, dirigida aos condutores, vai decorrer em vários pontos do país e inclui a distribuição, por parte dos militares, de cerca de 400 mil folhetos com a mensagem "1 em cada 3 condutores mortos em acidentes de viação conduzia com uma taxa ilegal de álcool no sangue", informou a GNR em comunicado.

A iniciativa "A decisão de quem o leva a casa é sua" conta com o apoio da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária e realiza-se em locais de grande concentração de pessoas, como centros de saúde, hospitais, bombas de gasolina, estabelecimentos comerciais e juntas de freguesia.

Em Mafra, no Parque da Praia da Foz do Lizandro, os militares da GNR serão auxiliados por um grupo de crianças.

 

Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência
As ambulâncias de emergência do INEM começaram esta semana a receber monitores de sinais vitais, pelos quais aguardavam há um...

“Os novos monitores [que medem os sinais vitais do doente] que começaram esta semana a ser colocados nas ambulâncias são hospitalares, em vez de serem pré-hospitalares [adequados a viaturas de emergência]”, denunciou à Lusa Ricardo Rocha, do Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência (STAE).

Os equipamentos hospitalares são para os hospitais, “têm que ser fixos à parede, não podem sofrer vibrações, não podem apanhar pó ou água, o que é incompatível com a atividade de uma ambulância de emergência. Isto está escrito no manual de instruções”, acrescentou.

“Neste momento, as nossas ambulâncias com técnicos são cerca de 70, não tem ECG [eletrocardiograma] ou monitor a funcionar e não têm impressora. Um dos monitores, passados dois dias, já estava avariado”, contou.

Segundo Ricardo Rocha, os monitores de sinais vitais, fundamentais para a sobrevivência de vítimas de enfarte, estavam para ser trocados desde julho do ano passado, porque os que receberam na altura eram desadequados.

“Há cerca de dois anos o Conselho Diretivo da altura disse que os monitores não eram adequados. Entretanto terminou o mandato. A nova presidente esteve em transição e não resolveu nada. Entretanto este Conselho Diretivo assumiu funções. Avisámos o presidente de que faltavam monitores”, conta Ricardo Rocha.

Na sequência deste alerta, o presidente terá dito, em julho de 2014, que iria “mandar para trás os monitores e mandar vir outros adequados”, disse à Lusa o representante sindical, acrescentando que, mais de um ano depois, estão a entrar agora os monitores, que continuam a ser desadequados, o que leva o sindicato a questionar se serão os mesmos e, portanto, o presidente não fez nada, ou são outros, mas vêm na mesma errados.

A ausência de monitores de sinais vitais pré-hospitalares impede os técnicos de porem em prática o protocolo estabelecido para doentes com dor torácica e sintomas de enfarte, tendo que – nessas situações – pedir um carro médico (VMER), disse.

“Nós não temos maneira de perceber se é enfarte ou não. Ligamos para o CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes] e pedimos uma VMER. Se não há VMER, o doente vai para a urgência básica, onde faz o ECG. Caso se detete o enfarte o doente ainda tem que ser transportado para uma unidade que lhe possa fazer a angioplastia primária”, afirmou, sublinhando que é muito tempo que se perde, para uma doença em que um minuto pode fazer a diferença entre a vida e a morte.

Contactado pela Lusa, o INEM afirma que os monitores novos com que está a equipar as ambulâncias foram encomendados e com especificações feitas pelo anterior Conselho Diretivo do INEM.

O concurso iniciou-se em 2013 e foi “elaborado segundo critérios estipulados por administrações anteriores”, com quem o STAE “tinha contactos muito próximos”, tendo-lhes sido dado a conhecer todas as especificidades do material, acrescenta.

O instituto sublinha ainda que, mesmo que o atual Conselho Diretivo tivesse querido anular o concurso, não lhe era já possível fazê-lo quando entrou em funções.

“No entanto, o INEM reafirma a capacidade e a qualidade destes monitores para realizar ECG de 12 derivações de eletrocardiograma e transmissão de dados, que não é muito habitual executar em ambiente exterior, e que vão permitir um 'upgrade' no atendimento e no socorro em emergência médica à população”.

O INEM salvaguarda que “são muito poucas as escolhas do mercado de monitores (exclusivamente monitores) com esta opção” e que “estes monitores vão permitir implementar o protocolo de dor torácica”.

Contudo, o instituto não respondeu se os monitores são hospitalares, não podendo estar sujeitos a vibrações e a outras condicionantes próprias de trabalho em viatura de emergência, como acusa o STAE.

Administração Central do Sistema de Saúde
O Ministério da Saúde revelou hoje que o número de utentes com médico de família aumentou 1,4% desde abril, o que significa que...

De acordo com os dados do relatório dos Cuidados de Saúde Primários de julho, hoje publicado no site da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), o número de utentes sem médico de família baixou para 1.192.273 (11,7% do total de inscritos), o que significa que foi reduzido em 40.963 desde abril.

Segundo a ACSS, este é o “número mais baixo desde que há metodologia de verificação e seguimento dos utentes inscritos”.

Desde 2011, ano em que se estimava que houvesse 1.838.795 utentes sem médico atribuído, “verificou-se um aumento de 646.522 utentes com médico de família atribuído”.

Ainda segundo a ACSS, “a evolução positiva deste indicador, que tem sido consistente, demonstra que existem atualmente 8.982.846 utentes com acesso a médico de família” nos cuidados de saúde primários, num universo de 10.202.732 inscritos.

 

Açores
O programa nacional “Peso da Saúde”, que já percorreu perto de duas dezenas de praias no continente, chega hoje aos Açores para...

“Este projeto, que já passou por cerca de duas dezenas de praias, visa dar uma experiencia sensorial e de alguma forma explicar quais são os riscos do excesso de peso e da obesidade”, afirmou Miguel Arriaga, da Direção Geral de Saúde, em declarações à Lusa, frisando que a recetividade ao projeto, que arrancou a 13 de julho, "tem sido extraordinária".

Miguel Arriaga destacou o caráter "inovador" do projeto, porque permite uma proximidade à população através de "experiências sensoriais" e de forma articulada, para que "as pessoas compreendam os riscos associados sobretudo ao excesso de peso".

"O excesso de peso em Portugal é um problema de saúde pública, pois mais de 50% dos adultos sofrem excesso de peso e cerca de 14% da população já apresenta mesmo níveis de obesidade e, portanto, é algo que deve merecer a nossa reflexão e intervenção”, disse Miguel Arriaga, adiantando esperar que, nos Açores, o projeto tenha "a mesma adesão" que tem tido nas praias do continente.

O programa decorre nas praias e é dinamizado a partir de espaços interativos, numa tenda, percorrendo três etapas de atividades e onde estão três técnicos.

Segundo explicou Ana Macedo, médica responsável da Keypoint, que desenvolveu o programa, "numa primeira etapa, as pessoas respondem a um pequeno questionário e depois é feita uma avaliação dos vários parâmetros de composição corporal".

Na segunda etapa, é analisado o aumento do risco de doenças decorrentes da obesidade, como a diabetes ou a hipertensão arterial e é entregue a cada participante o seu relatório de risco com o objetivo de lhe facultar informação clara e útil.

A terceira etapa é “a mais diferente”, por ser uma “fase de simulação” em que as pessoas são convidadas a fazer atividades em duas situações: com um colete que imita o que é viver com mais 10 quilos, e como se se tivesse uma paralisia resultante de um AVC.

"As pessoas muitas vezes acham que o excesso de peso é uma questão muito individual, que tem a ver com o corpo, e têm pouco a ideia de que esta situação aumenta o risco de outras doenças", alertou Ana Macedo, salientando que o projeto pretende "criar uma consciência individual e social".

O "Peso da Saúde" vai estar, a partir de hoje à tarde e até quinta-feira, na Praia das Milícias, e, na sexta-feira e sábado, no Areal de Santa Bárbara, na Ribeira Grande, ilha de São Miguel.

As pessoas podem participar gratuitamente e, nos Açores, a iniciativa é desenvolvida com o apoio da direção regional de Saúde.

Segundo o diretor regional da Saúde, João Soares, citado numa nota do gabinete de apoio à Comunicação Social (GaCS) do executivo açoriano, "o combate e prevenção da obesidade são duas das principais medidas que integram o Programa Regional de Saúde 2014-2016, dadas as suas consequências na saúde e na qualidade de vida da população".

No início de setembro é apresentado em Lisboa o relatório resultante dos dados obtidos ao longo dos dois meses do programa.

Hospital Lusíadas Lisboa
Após as férias, o regresso ao trabalho pode ser acompanhado por períodos de stress que se traduzem em tristeza, irritabilidade,...

"É muito comum que o período pós-férias seja acompanhado por episódios de stress e ansiedade, uma vez que durante as férias não há horários rigorosos, não há prazos nem objetivos para cumprir. Este tempo é normalmente passado em família ou com amigos, o que nos proporciona uma sensação de segurança e bem-estar, o que nem sempre acontece no local de trabalho", explica Ana Peixinho, coordenadora da Unidade de Psiquiatria e Psicologia do Hospital Lusíadas Lisboa.

"Uma das causas do stress pós-férias é a diminuição do número de horas de sono após o regresso ao trabalho. Nas férias é normal que haja uma alteração nos padrões do sono e uma forma de combater essa situação é deitar-se mais cedo nos dias anteriores ao regresso ao trabalho, de forma a entrar na rotina mesmo antes de regressar", acrescenta.

Começar por realizar as tarefas mais complicadas logo no primeiro dia pode não ser uma ajuda no combate ao stress.

"Imediatamente após o regresso, as pessoas devem optar por realizar tarefas simples, como organizar a secretária e a caixa de e-mail e falar com os colegas sobre possíveis projetos que possam ter surgido durante o período de ausência".

"Outro dos conselhos é repartir os dias de férias ao longo do ano. Dividir os dias em vários períodos diminui o tempo de espera pelos próximos dias de descanso, uma situação que se torna menos dolorosa para as pessoas", afirma a especialista, referindo ainda que "após o regresso de férias, as pessoas devem manter a hora de almoço, evitar sair depois do horário de trabalho e garantir que têm tempo diário com a família e os amigos".

Centro CheckpointLX, em Lisboa
A delegação nacional da organização Médicos do Mundo e o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos culpam o Ministério da...

Em comunicado, a delegação nacional dos Médicos do Mundo solidariza-se com o Grupo Português de Ativistas sobre Tratamentos de VIH/SIDA (GAT), que gere o CheckpointLx, e denomina de “vergonhoso” o fim do financiamento à consulta por parte da Direção-geral de Saúde.

Na opinião dos Médicos do Mundo, o fim do financiamento “ignora a excelente performance desta consulta”, algo que “terá um forte impacto negativo na população muito vulnerável que servia”, no caso homens que têm sexo com outros homens.

Por outro lado, para a organização, o fim do financiamento demonstra que a tutela dá pouco valor ao papel das ONG [Organizações não-Governamentais] e pouca atenção às populações mais vulneráveis.

“Esta ‘pretensa poupança’, consistente com uma visão imediatista, retrógrada, tecnicamente desaconselhada e desfasada da realidade, revelar-se-á, a médio e longo prazo, através de impactos negativos no SNS [Serviço Nacional de Saúde], com custos substancialmente superiores àqueles que resultam de políticas que se caracterizam por ações de proximidade, como era o caso desta consulta”, defendem os Médicos do Mundo.

Igualmente em comunicado, o Movimento de Utentes do Serviço Público (MUSP) mostra “grande preocupação” com o encerramento da consulta Checklist, alegando que “não vislumbram os motivos para o fim” do financiamento, já que os resultados mostram mais de mil consultas feitas em três anos de funcionamento, e a deteção de mais de meia centena de jovens homossexuais em risco de cancro anal.

“Perante as implicações que tem o encerramento deste serviço, o MUSP exige ao Ministério da Saúde que reponha o financiamento, quer pelas questões de saúde, quer até pelas consequências financeiras que a não deteção destas patologias terão para o Estado”, defende a organização.

Na opinião do MUSP, o encerramento da consulta Checklist “é mais um exemplo da desorientação existente no Governo relativamente ao Serviço Nacional de Saúde”.

Entretanto, a Direção-geral de Saúde (DGS), entidade que financia o CheckpointLx e financiava a consulta Checklist, fez saber que “continua a procurar uma solução duradoura para a reposição daquela consulta”, juntamente com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS/LVT) e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Não explica o porquê da demora em encontrar uma solução, já que o financiamento público terminou há oito meses, e não acrescenta nada à informação já adiantada pela ARS/LVT na semana passada, que dizia estar a trabalhar “afincadamente” numa solução para o serviço de consulta.

O serviço Checklist, consulta de doenças sexualmente transmissíveis, existia desde há três anos e funcionava no CheckpointLx, em Lisboa, tendo recebido, no decorrer desse período, cerca de 34 mil euros por ano, vindos do Ministério da Saúde, através da DGS, para pagar análises, reagentes e 'kits' médicos, a instituições públicas e a fornecedores.

Encerrou recentemente, depois de oito meses a funcionar sem quaisquer verbas do Estado, já que o financiamento terminou em dezembro de 2014.

O CheckpointLX é um centro dirigido a homens que têm sexo com outros homens, onde podem fazer o rastreio do VIH/SIDA e de outras doenças sexualmente transmissíveis de forma rápida, anónima, confidencial e gratuita, assim como ter acesso a aconselhamento e referenciação aos cuidados de saúde.

Centro CheckpointLX, em Lisboa
A Direcção-Geral da Saúde (DGS) diz que está a tentar encontrar uma solução para a reposição da consulta médica para...

Foi na semana passada que o GAT denunciou a situação: a consulta no CheckpointLX — um centro comunitário onde são avaliadas as necessidades de saúde desta população — deixara de receber financiamento da DGS/Ministério da Saúde havia oito meses, pelo que encerrara.

Em três anos, foram consultados perto de 1000 homens, foram tratadas mais de três centenas de infecções, identificados cinquenta jovens homossexuais em risco de cancro anal e foi feita educação para a saúde, explicava o GAT. “Durante os últimos oito meses o GAT esticou a corda do autofinanciamento e de apoios externos esparsos, até não puder mais e foi forçado a encerrar a consulta”, lia-se num comunicado.

Nesta segunda-feira, a DGS emitiu um “esclarecimento” onde dizia que cerca de 200 mil euros de financiamento, aprovados para o período 2015-2017, tinham já sido endereçados ao GAT. “O financiamento será dirigido para realização do teste de diagnóstico da infecção por VIH e de outras infecções sexualmente transmitidas no grupo dos homens que têm sexo com homens, conforme o aviso de abertura do concurso publicado” em Dezembro, acrescentava.

E com este “esclarecimento” Luís Mendão, dirigente do GAT, começou a ser contactado por várias pessoas que lhe perguntavam: então há ou não verbas para a consulta encerrada? Não havia, garantia.

Nesta terça-feira à tarde, a DGS emitiu uma “adenda ao esclarecimento” de ontem. Onde fica claro que a consulta médica continua sem verbas.

Os 200 mil euros aprovados são para a realização dos "testes rápidos da infecção por VIH, sífilis e hepatite C", uma das valência do CheckpointLX. Estes testes rápidos são feitos com uma gota de sangue, são lidos por técnicos que têm formação para o fazer mas que não são médicos. Os resultados carecem de confirmação médica, sublinha, de resto, Luís Mendão.

Já a consulta médica é outra valência do CheckpointLx. É dirigida pela médica Maria José Campos, destina-se precisamente a acompanhar e tratar quem está doente; aqui fazem-se novas análises, para confirmar os resultados nos testes, e desenvolve-se todo o trabalho com os infectados. E para isto é que não há dinheiro.

A consulta “foi financiada em 75% durante três anos, até 31 de Dezembro de 2014, no montante de 34.302,12 euros por ano”, diz ainda a DGS na sua “adenda” desta terça-feira.

E, “embora reconhecendo a importância e resultados da consulta”, as características do concurso aberto em Dezembro “não permitiram incluir esta actividade”. Por fim, a DGS acrescenta que está, “em articulação, com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge”, a “procurar uma solução duradoura para reposição” da dita consulta.

Luís Mendão considera que com esta adenda ao comunicado de ontem está “reposta a realidade”. Afirma que aprecia “o reconhecimento da importância do trabalho que é feito” nesta consulta — “um serviço que não existe no Serviço Nacional de Saúde” — mas que agora é preciso financiamento. Lembra que, nos últimos anos, o GAT gastou bem mais com a consulta do que os 34 mil euros da DGS. E que contou com apoios de organizações internacionais e com o voluntariado dos médicos. Mas que faz falta “uma solução sustentável”.

Uma outra organização, a Médicos do Mundo, emitiu também um comunicado onde lembra que homens que fazem sexo com homens apresentam uma incidência e prevalência elevadas de infecções sexualmente transmissíveis, com particular relevo para a infecção pelo VIH. “Apelamos ao sr. ministro da Saúde para que (...) mande proceder à rápida reposição do financiamento retirado.”

Organização Mundial de Saúde (OMS)
A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou hoje que está a estudar a possibilidade de impor sanções contra os países que...

A OMS criou uma comissão para rever a sua resposta global à epidemia do vírus Ébola, amplamente criticada, de forma a compreender porque é que tantos países têm ignorado o Regulamento Sanitário Internacional (RSI), aprovado há uma década pelos 194 países da organização.

O presidente desta comissão, Didier Houssin, considerou que a falta de consciência sobre a aplicação destas regras e a falta de capacidade do sistema de saúde, especialmente nos países africanos de menores rendimentos que são atingidos pelo Ébola podem ser, pelo menos parcialmente, criticados, segundo relatou a agência de notícias francesa (AFP).

O mesmo responsável disse em conferência de imprensa que a OMS pretende também saber se um sistema de sanções é suscetível de conduzir a uma maior aplicação das regras globais de saúde, quando a próxima epidemia irromper.

Segundo Didier Houssin, a comissão tem procurado aconselhamento do secretariado da OMS sobre “processos que possam ser usados em conformidade com o direito internacional”.

“Quando falamos de armas e atividades fundamentais, existem sanções, controlos e inspeções”, vincou, acrescentando que “com as regras internacionais de saúde [em vigor], não há sanções, mas é possível observar que não há um bom procedimento de conformidade”.

Didier Houssin admitiu que não está convencido da eficiência resultante de criar um sistema de sanções no setor da saúde, mas garantiu que a sua comissão vai estudar a questão devido às falhas na resposta dada ao Ébola.

“Estamos num estado de crise e todo o mundo acredita que é preciso mudar alguma coisa”, assinalou.

O vírus Ébola circulou na Guiné durante três meses antes de o primeiro caso ser clinicamente confirmado, em dezembro de 2013.

Na vizinha Serra Leoa, onde as autoridades estavam em alerta devido à situação na Guiné, o vírus circulou durante pelo menos um mês sem ser detetado, o que permitiu que se enraizasse, provocando maiores danos.

Na segunda-feira, a diretora-geral da OMS, a chinesa Margaret Chan, disse que a sua organização e outras entidades tinham sido “esmagadas” pelo Ébola, apelando à implementação de rápidas reformas.

De acordo com as estimativas da OMS, a epidemia do Ébola, que matou 11.300 pessoas na Guiné, Libéria e Serra Leoa, deve ser erradicada até ao final do ano.

Região de Lisboa
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo irá disponibilizar, esta semana, mais 147 camas de cuidados...

As novas camas “são das tipologias de cuidados paliativos (UCP), de longa duração e manutenção (ULDM) e de média duração e reabilitação (UMDR)”, lê-se num comunicado da administração de saúde.

O Hospital de Nossa Senhora da Arrábida, em Azeitão, no concelho de Setúbal, terá mais 42 camas: 14 de UCP, 18 de ULDM e 10 de UMDR.

A cooperativa de solidariedade social Cercitop do Algueirão e Telhal, no concelho de Sintra, terá mais 10 camas: três de UMDR e sete de ULDM.

Também no concelho de Sintra, a unidade de saúde São Bento Menni, em Belas, passará a ter mais 30 camas, todas de UMDR.

O hospital Soerad, em Torres Vedras, terá mais 50 camas: 20 de UMDR e 30 de ULDM.

Já a TMG - Residência para Seniores, em Ourém, passa a ter mais 15 camas, todas de UCP.

Com estas novas 147 camas, a região de Lisboa e Vale do Tejo passa a contar com 1.878 camas em unidades de internamento de cuidados continuados integrados e paliativos: 167 de convalescença, 125 de cuidados paliativos, 605 de média duração e reabilitação e 981 de longa duração e manutenção.

Hospital de Santa Maria
No Hospital de Santa Maria (Lisboa) já existe um “núcleo de utilização problemática da Internet” no serviço de psiquiatria...

A Associação Americana de Psiquiatria, responsável pela edição do manual de diagnóstico das doenças mentais (DSM), uma espécie de bíblia para muitos dos que trabalham nesta área, está a ponderar incluir a chamada “perturbação de uso da Internet”, o uso excessivo das novas tecnologias, na próxima revisão da obra. A dependência extrema da Net poderá, assim, vir a integrar o catálogo das perturbações psiquiátricas, como já acontece, por exemplo, com o jogo patológico.

Especialistas contactados pelo PÚBLICO demonstram algumas reservas em relação a esta possibilidade, apesar de reconhecerem que o problema é "preocupante". Tão preocupante que a equipa de Daniel Sampaio, director do serviço de psiquiatria do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, criou há cerca de um ano um “núcleo de utilização problemática de Internet” para dar resposta ao número crescente de pedidos de consulta para problemas deste tipo. Problemas de adolescentes e jovens adultos, basicamente, e que usam de forma excessiva uma série de novas tecnologias, sobretudo jogos online.

Os dados disponíveis para Portugal indicam que o problema é sério. Um recente estudo do Instituto Universitário de Psicologia Aplicada (ISPA) mostrou que quase três quartos dos jovens (até aos 25 anos) inquiridos apresentavam sintomas de dependência do mundo digital. E, destes, 13% exibiam níveis severos de dependência. Em casos extremos, o vício online pode implicar isolamento, comportamentos violentos e até exigir tratamento. Coordenado por Ivone Patrão, este trabalho passou por três fases de aplicação de questionários a cerca de 900 adolescentes e jovens dos 14 aos 25 anos. 

O núcleo do Hospital de Santa Maria cobre escolas da zona, como as secundárias Virgílio Ferreirade Benfica e a Gomes Ferreira, exemplifica Daniel Sampaio. Mas quem se enquadra, afinal, neste tipo de definição? “São pessoas que não fazem mais nada, [estão viciadas] sobretudo em jogos online. Chegam a faltar às aulas, não cumprem os seus compromissos”, sintetiza, sublinhando que este comportamento está habitualmente "associado a ansiedade e a depressão" e que a adição surge muitas vezes como uma espécie de “tranquilizante”.

Na DSM 5 (que é de 2013), apesar a única dependência comportamental incluída ser o “o jogo patológico”, a Internet gaming disorder (perturbação de jogo na Internet) aparece já no apêndice das entidades que se reconhece precisarem de mais investigação. Mas o problema é mais lato, estendendo-se às novas tecnologias em geral.

 

Não deitem fora agenda em papel

“Isto está em estudo há muito tempo”, frisa Daniel Sampaio, que lembra que estão a ser feitos trabalhos de campo para se perceber o uso excessivo da Net preenche ou não os critérios para ser considerado uma perturbação psiquiátrica. O que se pode dizer, por enquanto, é que o problema “existe e é preocupante”, enfatiza.  Mas não se sabe ainda se vale a pena elencá-la como uma perturbação independente por si mesma. Classificar como doença situações que podem ser apenas problemas de comportamento pode ser complicado, alerta. 

“A maior parte das pessoas, mesmo que faça uso da tecnologia durante horas excessivas, ainda não o entende como uma adição”, sustenta Alexandra Rosa, que é psicóloga da saúde no Hospital dos Lusíadas e chama a atenção para outro problema relacionado com este: o da utilização constante de iPhones ou de agendas electrónicas, que pode acabar por prejudicar a memória. “Com os iPhone as pessoas deixam, por exemplo, de decorar datas de aniversário".

A psicóloga até já se acostumou a recomendar aos seus doentes a não deitarem fora a velha agenda de papel. “A visualização e o treino de outros aspectos da memória são muito importantes, até porque a tecnologia também falha”, frisa.

Sobre o uso excessivo da Internet em geral, Alexandra Rosa lembra que está a ser tudo muito rápido: "No espaço de 15 anos, ficamos habituados ao contacto permanente, e agora sentimos ansiedade quando tememos ficar desligados do mundo”. O que defende é que a diferença entre o que será normal ou patológico deve ser ponderada em função da utilização que é feita da tecnologia. “Quando a pessoa deixa de ter padrões relacionais, quando prejudica o seu trabalho, o seu sono e até a sua alimentação, isso já é motivo de preocupação”, considera.

“Pode haver dependência de tudo e mais alguma coisa”, defende o coordenador nacional para a saúde mental, o psiquiatra Álvaro Carvalho, para quem nem todo o tipo de comportamentos excessivos deve ser entendido como patológico. "Isso depende de o uso da Internet poder ou não ser altamente pernicioso para o desenvolvimento, contribuir para desarranjar a vida, como acontece com a dependência do jogo", compara. 

"Face a uma  prevalência muito elevada, e no caso de pessoas que não vivem para outra coisa, estão sempre ligados à Net", isto deve ser encarado como um motivo de preocupação, reconhece. Mas alerta que a DSM 5 "teve uma grande influência da indústria farmacêutica" e que esta perversidade até foi "denunciada pelo coordenador" da anterior versão do manual. O que Álvaro Carvalho teme é que "a psiquiatrização de comportamentos" seja usada para aumentar "a prescrição de medicamentos".

O que se pode fazer nos casos extremos de dependência, então? É preciso que haja "um diagnóstico precoce e uma tentativa de reeducação", nomeadamente através de "intervenção psicoterapêutica", preconiza. Mas reconhece que existem "poucas respostas" deste tipo no Serviço Nacional de Saúde.

Estudo revela ligação entre audição e memória
Um grupo de cientistas do Oregon Hearing Research Center (OHRC) e do Swedish Karolinska Institute de Estocolmo, realizou um...

Para a equipa de cientistas existe a possibilidade de estas vibrações posteriores terem uma função de arquivo mecânico, contribuindo para a nossa capacidade de reter determinados sons e informações por curtos períodos de tempo.Até agora, era assumido que as células pilosas do ouvido interno apenas se moviam quando eram diretamente afetadas pelo som.

Para Dulce Martins Paiva, diretora-Geral da GAES – Centros Auditivos em Portugal, "uma perda auditiva, por mínima que seja, pode conduzir a uma redução substancial das vibrações posteriores produzidas no ouvido interno, levando a uma maior dificuldade em reconhecer esses sobressaltos e, consequentemente, a uma mais difícil perceção do discurso”, explica em comunicado.

No reconhecimento do discurso, por exemplo, a capacidade de detetar alterações em estímulos continuados é fulcral. Essas mudanças – ou sobressaltos – precisam de ter determinada duração temporal para poderem ser corretamente percecionadas. As referidas vibrações posteriores excitam as fibras auditivas, estimulando-as a detetar alterações subtis ao nível do som, afirmou Alfred L. Nuttall, médico do OHRC.

Universidade de Vila Real cria
A Universidade de Vila Real anunciou hoje realização de estudos para implantação de “jardins terapêuticos” em espaços...

O objetivo do projeto, que está a ser desenvolvido por investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), é demonstrar a mais-valia destes jardins na promoção da saúde do bem-estar físico, social e psicológico dos utentes.

“As áreas residenciais com jardins de proximidade têm provado ter menor ocorrência de problemas mentais, promovendo a interação social e o sentimento comunitário, oportunidades de escape às atividades diárias exigentes e espaços para exercício físico, bem como oportunidades para restauração mental e alívio do stresse”, afirmou, em comunicado, o professor da UTAD Frederico Meireles.

O investigador acrescentou, ainda, que “as zonas urbanas próximas dos espaços verdes são também mais seguras e menos propensas à violência e ao vandalismo”.

O trabalho da academia transmontana quer, agora, demonstrar a “vocação dos parques e jardins para a regeneração mental e física do ser humano” e provar que, com a sua implementação, se pode conseguir uma “eficiente redução dos custos com a saúde e seguranças das sociedades urbanas”.

O interesse por esta linha de investigação na UTAD foi iniciado pela docente e arquiteta paisagista Sandra Costa, que estudou os espaços terapêuticos e restaurativos, utilizando como caso de estudo o campus do Hospital Pedro Hispano, no Porto.

Nos últimos três anos, Frederico Meireles tem evidenciado a importância destes espaços para as comunidades e o seu contributo para o bem-estar e restauração mental através de trabalhos feitos no âmbito de um projeto de investigação europeu sobre Hortas Urbanas na Europa.

Entretanto, e no âmbito deste projeto, a investigadora Lina Fernandes tem vindo a estudar o caso da quinta da Associação de Paralisia Cerebral de Vila Real, com o objetivo de desenvolver um espaço exterior adaptado às necessidades terapêuticas.

Mais recentemente, o projeto final de mestrado de arquitetura paisagista de Guilherme Fernandes focou o campus da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM), em Sabrosa, tendo resultado no projeto de um espaço adaptado a utilizadores com necessidades especiais e com capacidade de auxiliar as terapias no espaço exterior.

Frederico Meireles e Sandra Costa estão também a desenvolver estudos em parques e jardins, focando o comportamento das pessoas, a sua perceção e a relação emocional que estabelecem com os espaços exteriores.

Cerca de 600 deficientes já participaram
Cerca de 600 deficientes já participaram no programa desenvolvido desde 2006 pelo Santuário de Fátima que visa proporcionar...

“Na base desta iniciativa está o santuário ter verificado que havia muitos pais que não tinham possibilidade de descansar, de ter férias, porque estavam presos continuamente com os filhos deficientes em casa”, afirmou o padre Manuel Antunes, diretor do serviço de doentes do santuário, no distrito de Santarém.

O primeiro ano arrancou com dois turnos, mas como “os pedidos eram muitos acrescentaram-se mais dois”, sempre no verão, explicou Manuel Antunes, adiantando que “os pedidos continuam a ser cada vez mais”.

“Estamos a privilegiar pais que nunca vieram e dando oportunidade àqueles que estão em situações [económicas] difíceis de renovar a sua participação”, salientou o sacerdote, referindo que um dos fatores preponderantes na aceitação são os pais que cuidam dos filhos em casa.

“Aqueles que têm os seus filhos em casa diariamente, é para esses que é esta assistência”, frisou o responsável, notando que na aceitação dos pedidos também se tem em conta aqueles cujos filhos têm deficiências mais graves.

O programa prevê que os pais possam optar por ficar com os filhos em Fátima ou por irem buscá-los no último dia do turno, com uma semana de duração.

Cada turno tem em média de 20 utentes, cabendo ao santuário assumir “as despesas da alimentação e da dormida dos filhos e dos pais que ficarem com eles e, também, com a respetiva equipa de voluntários”.

“Os pais podem acompanhar os filhos querendo”, acrescentou o diretor do serviço de doentes, considerando que “os pais são aqueles que mais beneficiam” do programa, pois “aqui não fazem nada, apenas estão a beneficiar do tempo e das condições que lhes dão para se poderem distrair”.

Manuel Antunes, assistente nacional do Movimento da Mensagem de Fátima, entidade que operacionaliza a iniciativa, afirmou que a mesma contemplou primeiro apenas mães, mas estendeu-se depois aos pais.

Durante o período em que estão em Fátima, no Centro Francisco e Jacinta Marto, da congregação Silenciosos Operários da Cruz, aos deficientes é proporcionado um programa lúdico, que inclui atividades culturais ou ir à praia, mas também com uma vertente espiritual, com deslocações aos locais mais emblemáticos de Fátima.

Os deficientes surgem de todo o país, assim como os voluntários, cerca de 20 por cada turno, e sem os quais não era possível concretizar o programa, realçou o sacerdote, explicando que entre os utentes destas férias “há invisuais, deficientes profundos, de cadeira de rodas ou acamados”.

Segundo o responsável, no final, quando partem, os pais “vão com muito mais força moral para darem continuidade à sua missão”, garantindo que “o santuário tem intenção de continuar” com este projeto.

“Com todo o gosto subsidia estas iniciativas, uma vez que o santuário também está muito voltado para este aspeto social”, comentou o diretor do serviço de doentes.

Virús da gripe
Dois artigos científicos publicados nas revistas "Science" e "Nature" mostram o caminho que está a ser...

Criar uma vacina universal contra a gripe pode estar cada vez mais perto, de acordo com os avanços de duas equipas de investigadores dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, publicados esta segunda-feira, nas revistas científicas “Science” e “Nature”. Se fosse criada uma vacina universal, que conseguisse ser eficaz contra todos os tipos de vírus da gripe, evitava-se que todos os anos fosse necessário criar uma nova vacina, em resposta às mutações que o vírus vai sofrendo.

Até agora os investigadores conseguiram provar a eficácia desta vacina universal em animais, conseguindo prevenir mortes e reduzir os sintomas em ratos, furões e macacos. No entanto, falta ainda confirmar a sua eficácia em humanos. Segundo os investigadores, esta vacina poderá ainda ajudar a prevenir potenciais pandemias de vírus de gripe capazes de passar de pássaros ou porcos para os humanos.

As vacinas convencionais têm como alvo a chamada “cabeça” da molécula hemaglutinina (HA), uma proteína que se encontra na camada mais superficial do vírus da gripe. E essa é a parte que sofre mutações mais rapidamente, pelo que as vacinas desenvolvidas anualmente procuram acompanhar essas alterações para serem eficazes.

Daí que, como é explicado no portal da Direção Geral de Saúde, a atual vacina contra a gripe, criada anualmente, não dá uma proteção a longo prazo. “O vírus muda constantemente, surgindo novos tipos de vírus para os quais as pes­soas não têm imunidade e a vacina anterior não confere proteção adequada. Além disso a imunidade conferida pela vacina não é duradoura.”

Os avanços científicos agora publicados concentram-se noutra parte dessa molécula – não na “cabeça”, mas sim na “haste” ou “pescoço”, uma parte que sofre alterações de forma menos frequente e que é mais semelhante entre as várias estirpes do vírus.

Barney Graham, um dos investigadores responsáveis por uma das duas equipas que publicaram os estudos científicos, disse ao diário britânico “Guardian” que estes são ainda “testes de conceito” e que só daqui a pelo menos três anos é que os primeiros ensaios em humanos irão decorrer.

Sarah Gilbert, professor de Vacinologia na Universidade de Oxford, disse também ao “Guardian” que este é um desenvolvimento importante, mas que ainda falta tempo para chegar definitivamente a uma vacina universal contra a gripe. “As novas vacinas têm agora de ser testadas em ensaios clínicos para ver se se comportam bem em humanos. Esta será a próxima fase da investigação, que levará vários anos.”

Vinte e três regiões do país com
Vinte e três regiões de Portugal apresentam hoje risco muito alto e alto de exposição à radiação ultravioleta (UV), segundo o...

De acordo com o IPMA, Aveiro, Beja, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Évora, Leiria, Lisboa, Penhas Douradas, Portalegre, Sagres, Santarém, Setúbal, Sines, Viseu, Vila Real e Angra do Heroísmo (Açores) apresentam hoje risco muito alto de exposição à radiação ultravioleta.

Porto, Horta (Açores) e Porto Santo apresentam risco alto, enquanto Braga, Viana do Castelo e Ponta Delgada (Açores estão com níveis moderados de exposição à radiação UV.

O IPMA indica ainda que Santa Cruz das Flores (Açores) está com níveis baixos.

Para as regiões com níveis muito altos e altos, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol, protetor solar e evitar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor que 2, em que o UV é Baixo, 3 a 5, Moderado, 6 a 7, Alto, 8 a 10, Muito Alto e superior a 11, Extremo.

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade no Minho., vento em geral fraco do quadrante oeste, soprando moderado durante a tarde, de noroeste no litoral a sul do Cabo Mondego e nas terras altas, e de sudoeste na costa sul do Algarve.

Está também prevista pequena descida da temperatura mínima, subida da máxima, em especial nas regiões do interior, e possibilidade de ocorrência de neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais.

Em Lisboa as temperaturas vão variar entre 15 e 28 graus Celsius, no Porto entre 13 e 23, em Vila Real entre 10 e 26, em Bragança entre 9 e 27, em Viseu entre 9 e 25, na Guarda entre 10 e 25, em Castelo Branco entre e 30, em Coimbra entre 12 e 27, em Santarém 13 e 30, em Évora entre 13 e 31, em Beja entre 14 e 31 e em Faro entre 18 e 26.

Ordem dos Médicos Dentistas
Ordem dos Médicos Dentistas estima que em 2018 haverá mais de dez mil dentistas em Portugal

O número de médicos dentistas em atividade na Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) aumentou no ano passado para 8.543, mais 396 do que em 2013. Uma subida anual de 4,9% que mantém a tendência de crescimento dos últimos anos. As estimativas apontam para que o número de membros ativos da OMD continue a crescer e ultrapasse os dez mil já em 2018.

São dados revelados pelos “Números da Ordem 2015”, um documento que a OMD divulga anualmente desde 2004 e que compila alguns dados estatísticos referentes à medicina dentária portuguesa.

O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, salienta que ”este relatório surge como um retrato atual da profissão em Portugal. Paralelamente, visa ser um documento indicativo de cenários futuros, para a medicina dentária portuguesa”.

É neste sentido que Orlando Monteiro da Silva vê com preocupação o aumento de médicos dentistas, sublinhando que “é um crescimento muito superior às necessidades do país, e que coloca Portugal entre os países da Europa com menor rácio de habitantes por médico dentista. Este ano vamos atingir um rácio de um médico dentista para 1.155 habitantes, quando a recomendação da Organização Mundial de Saúde é de um médico dentista por 2 mil habitantes. E tudo indica que daqui a três anos haja um médico dentista por 937 habitantes, ou seja, existirão o dobro dos médicos dentistas necessários. Um cenário terrível para quem está a entrar na profissão.

Neste momento existem mais de 3 mil alunos inscritos nas sete faculdades que lecionam cursos de medicina dentária.

Para o bastonário “o que torna o rácio em Portugal ainda mais dramático é que no nosso país a esmagadora maioria da população não tem acesso a cuidados de saúde oral no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, contrariamente à maioria dos países europeus onde há convenções entre o Estado e os consultórios privados ou assistência no âmbito dos serviços públicos de saúde.”

Orlando Monteiro da Silva considera “urgente tomar medidas para conter o crescimento de novos médicos dentistas em Portugal. A profissão está saturada, com níveis de subemprego e de emigração crescentes e já preocupantes. A medicina dentária é um curso muito caro, que a prazo só vai ter saídas profissionais no estrangeiro. Estamos a investir na formação de jovens que não vão pagar impostos em Portugal. Temos das melhores faculdades de medicina dentária do mundo, é preciso apostar na atração de alunos estrangeiros e em formação pós-graduada, e em simultâneo diminuir o número de alunos nacionais inscritos nos mestrados integrados. Já por diversas vezes a OMD alertou as autoridades competentes para esta situação e temos manifestado total abertura para ajudar a encontrar uma solução com as entidades que têm poder de decisão nesta matéria”.

De acordo com os “Números da Ordem 2015” a média de idades dos médicos dentistas é de 38 anos, sendo que nos membros do sexo feminino esta média situa-se nos 36 anos e é inferior à média de idades dos membros do sexo masculino que está nos 40 anos.

Esta diferença etária entre sexos explica-se com a tendência de feminização da profissão, sendo as mulheres já 57,9% do total de membros inscritos na OMD. Esta tendência é sobretudo vincada em profissionais com menos de 45 anos, já que nas idades superiores a maioria dos profissionais inscritos na OMD são homens.

Os “Números da Ordem 2015” mostram ainda que 55% dos médicos dentistas ativos têm entre 26 e 40 anos de idade.

Dos profissionais ativos na OMD, 91,7% tem nacionalidade portuguesa e concluiu a licenciatura ou mestrado integrado em Portugal.

Em relação à distribuição da população por médico dentista verifica-se que as regiões da Lezíria do Tejo, Alentejo Central e Baixo Alentejo são as regiões onde existem menos médicos dentistas por habitantes.

Já nas regiões do Cávado, Terras de Trás os Montes, Área Metropolitana do Porto, Região de Coimbra, Viseu Dão-Lafões e na Área Metropolitana de Lisboa o número de habitantes por médico dentista é menor que a média nacional.

Os “Números da Ordem 2015” mostram ainda que 11,2% do total de membros da OMD estão inativos, ou seja, há um total de 1.079 médicos dentistas inativos.

A grande maioria destes profissionais estão emigrados, sendo este o principal motivo alegado pelos médicos dentistas para pedir a suspensão da OMD.

Quase metade dos médicos dentistas inativos tem entre 26 e 40 anos e há mais mulheres inativas do que homens.

Reino Unido (59%), França (12,9%) e Brasil (7,4%) são os principais destinos de emigração dos médicos dentistas portugueses, mantendo a tendência dos últimos anos.

A OMD tem inscritos médicos dentistas de 39 nacionalidades, com destaque para o Brasil com 446 médicos dentistas a exercer em Portugal, seguindo-se Itália com 58, Espanha com 47 e a Alemanha com 31.

Concelho de Monção
Os idosos carenciados do concelho de Monção podem candidatar-se, a partir de hoje e até 07 de setembro, a apoios na compra de...

Em comunicado hoje divulgado, aquela autarquia do Alto Minho adiantou que o apoio, "destinado a 50 pessoas do concelho, com idade igual ou superior a 66 anos, com comprovada carência económica, traduz-se na comparticipação, em 50% do encargo do utente na compra de medicamentos com receita médica do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

De acordo com a Câmara de Monção, os remédios podem ser adquiridos numa das seis farmácias existentes no concelho, sendo que "cada utente terá um limite anual de 160 euros".

"A conta corrente é feita através de um cartão que será disponibilizado aos beneficiários, sendo atualizado sempre que houver uma compra", lê-se na nota daquela autarquia que destinou no orçamento deste ano uma verba de oito mil euros para esta medida.

Aquele apoio está previsto num regulamento municipal, aprovado pelo executivo municipal em fevereiro passado, que foi sujeito a consulta pública, tendo sido publicado em Diário da República em julho passado.

Na altura da aprovação daquela medida, o presidente da Câmara, Augusto Domingues, afirmou tratar-se de uma medida de "combate a situações de adversidade social" face "aos reduzidos recursos financeiros e ao envelhecimento progressivo da nossa população" do concelho.

"Não queremos que ninguém deixe de tomar os remédios por não os poderem comprar. A nossa função é essa. Ajudar quem mais precisa", sustentou na ocasião.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA)
Vinte e seis regiões de Portugal apresentam hoje risco muito alto e alto de exposição à radiação ultravioleta (UV), segundo o...

De acordo com o IPMA, Beja, Bragança, Castelo Branco, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Leiria, Lisboa, Penhas Douradas, Portalegre, Porto Santo, Sagres, Santarém, Setúbal, Sines, Horta e Angra do Heroísmo (Açores) estão hoje com risco muito alto de exposição à radiação ultravioleta.

Aveiro, Braga, Coimbra, Porto, Viana do Castelo, Viseu, Vila Real e Ponta Delgada apresentam risco alto enquanto Santa Cruz das Flores está com níveis baixos de exposição à radiação UV.

Para as regiões com níveis muito altos e altos, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol, protetor solar e evitar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor que 2, em que o UV é Baixo, 3 a 5, Moderado, 6 a 7, Alto, 8 a 10, Muito Alto e superior a 11, Extremo.

O IPMA prevê para hoje nas regiões do norte e centro do continente céu com períodos de muita nebulosidade, tornando-se gradualmente limpo a partir da tarde, aguaceiros fracos até ao final da manhã, mais frequentes no Minho e Douro Litoral.

Está também previsto vento em geral fraco do quadrante oeste, soprando moderado nas terras altas, com rajadas da ordem de 60 quilómetros por hora até ao início da manhã e pequena subida da temperatura máxima.

No sul prevê-se céu muito nublado, tornando-se gradualmente limpo a partir da tarde, períodos de chuva fraca até ao início da manhã, em especial no Alentejo, vento em geral fraco de noroeste, soprando moderado, nas terras altas até ao início da manhã e durante a tarde no litoral e pequena subida da temperatura mínima.

Em Lisboa as temperaturas vão variar entre 17 e 24 graus Celsius, no Porto entre 13 e 21, em Vila Real entre 12 e 20, em Bragança entre 10 e 20, em Viseu entre 11 e 20, na Guarda entre 9 e 18, em Coimbra entre 14 e 23, em Castelo Branco entre 13 e 25, em Évora entre 16 e 25, em Beja entre 17 e 26, em Faro entre 18 e 24 e em Santarém entre 15 e 25.

Açores, S. Miguel
O grupo de teatro amador “Arte Engenho”, formado exclusivamente por cegos e amblíopes, deverá estrear, até ao final do ano, na...

“Em princípio, lá para o final do ano a gente vai arrancar com ela [peça de teatro]”, afirmou Leonardo Sousa em declarações a agência Lusa, acrescentando que os ensaios já decorrem “há vários meses”.

Este grupo de teatro amador resulta de uma parceria entre a Associação Portuguesa dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) e a associação Solidaried’arte.

Leonardo Sousa referiu que o autor da comédia é desconhecido e que a estreia da peça já esteve prevista “duas ou três vezes”, mas acabou sempre por ser adiada “devido às caraterísticas do grupo”.

“Há essa dificuldade nos ensaios porque eles têm necessidade de se ausentar da ilha para ir consultar especialistas no continente. De resto, ensaiar é como se ensaia um grupo de teatro normalmente, com alguns cuidados em termos de marcação no palco”, afirmou o encenador e coordenador da associação sem fins lucrativos Solidaried’arte.

Segundo Leonardo Sousa, os ensaios decorrem uma vez por semana ao final do dia e a peça engloba no total cinco pessoas, com idades que variam entre os 21 e os 65 anos, com várias atividades e das quais uma é totalmente cega.

Entre o grupo de atores está, por exemplo, uma estudante universitária, que está a tirar o curso de ensino básico na Universidade dos Açores, e outra que, “dado o seu jeito para as artes de palco, tem participado nas produções do grupo de teatro residente da associação Solidaried’arte”.

Reconhecendo o empenho e capacidades dos elementos deste grupo de teatro, Leonardo Sousa afirmou que tem trabalhado muito com eles a questão da expressão facial “uma vez que não fazem muita utilidade dela, nem estão habituados a vê-la nas outras pessoas”.

Além de contribuir para a elevação da autoestima e um alargar de conhecimentos ao nível pessoal dos participantes, Leonardo Sousa considerou que o teatro permitirá, também, à delegação da ACAPO em S. Miguel “abrir portas e dar-se mais a conhecer à sociedade”, contribuindo para que os cegos e ambliopes sejam vistos “de outra forma”.

“Quando fizermos o início da atividade, porque estamos de férias, pensamos trazer outras pessoas para o grupo de teatro. Não necessariamente pessoas portadoras deste tipo de deficiência, mas pessoas com outras deficiências ou pessoas sem qualquer tipo de deficiência física”, disse Leonardo Sousa.

Estima-se que vivam nos Açores três mil invisuais.

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