Direção-Geral da Saúde
O fornecimento da vacina contra a tuberculose só ficará regularizado em finais de julho ou princípio de agosto, adiantou a...

Em declarações, a subdiretora-geral da Saúde Graça Freitas indicou que a última informação disponível indica que só voltará a haver fornecimento da vacina BGC em finais de julho ou início de agosto.

As dificuldades de fornecimento, que se arrastam desde março, estão ligadas a problemas com a produção no único laboratório que fabrica a vacina para a Europa, um laboratório público na Dinamarca.

Quando a situação for regularizada, Graça Freitas indica que as crianças não vacinadas à nascença começarão a ser chamadas para receberem as vacinas nos centros de saúde, que deverão gerir os seus ‘stocks’.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) tem insistido que o problema de fornecimento da BCG “não constitui risco para a saúde pública”.

Encontro Anual da Associação Americana de Urologia
A Astellas e a Medivation anunciaram novos dados do ensaio clínico de fase II STRIVE que compara enzalutamida com bicalutamida...

“Os resultados do STRIVE são de especial interesse para a comunidade médica na medida em que se trata do segundo ensaio clínico que compara a enzalutamida com a bicalutamida” comenta Celestia S. Higano, investigadora deste ensaio clínico e professora na Universidade de Washington. "As análises do STRIVE estão em consonância com os dados anteriores do ensaio clínico TERRAIN, demonstrando que os doentes tratados com enzalutamida têm melhores resultados clínicos, comparativamente com a prática comum de adicionar a bicalutamida ao análogo LHRH.”

O ensaio clínico STRIVE, de fase II, envolveu 396 doentes com cancro da próstata resistente à castração, dos Estados Unidos da América (257 doentes com cancro da próstata metastático e 139 com cancro da próstata não metastático que progrediu apesar do tratamento com o análogo LHRH ou após castração cirúrgica). Este ensaio clínico foi desenvolvido para avaliar enzalutamida numa dose de 160 mg em toma única diária versus bicalutamida numa dose de 50 mg tomados uma vez ao dia, sendo esta a dose aprovada em combinação com análogo LHRH.

  • O estudo alcançou o seu objetivo primário de um aumento estatisticamente significativo na sobrevivência livre de progressão para enzalutamida comparativamente com bicalutamida;
  • A sobrevivência livre de progressão mediana no braço tratado com enzalutamida foi de 19,4 meses e com bicalutamida foi de 5,7 meses;
  • O tratamento com enzalutamida também demonstrou uma melhoria significativa no objetivo secundário do estudo de sobrevivência livre de progressão radiográfica, no tempo para progressão do PSA e nas taxas de resposta do PSA em comparação com bicalutamida;
Em Portugal
O cancro e a doença pulmonar obstrutiva crónica associados ao consumo de tabaco estão a aumentar em Portugal, disse Ana Maria...

"Há apenas uma diminuição da incidência das doenças cardiovasculares associadas ao tabagismo devido às novas tecnologias, mas a incidência de cancro está a aumentar, tendo-se registado nos últimos dois anos um aumento de 23 para 25% no número de fumadores", sublinhou a médica.

Ana Maria Figueiredo, que falava a propósito do Congresso de Pneumologia do Centro, que se realiza na quinta e na sexta-feira, em Viseu, salientou que se regista um aumento de fumadores em idades mais jovens e que o número de mulheres fumadoras se aproxima dos homens.

Ao longo de dois dias, cerca de 250 participantes vão analisar e debater as "perigosas alternativas" ao tabaco e rastreio no cancro do pulmão.

Segundo a especialista, verifica-se um aumento do cancro do pulmão e de outros tumores associados ao consumo de tabaco.

A coordenadora da comissão de tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia defende uma legislação mais restritiva sobre o tabaco, sem exceções, referindo que "nos países com legislação mais restritiva existem menos jovens a iniciarem-se no tabagismo".

"Haverá outros fatores para o aumento do número de fumadores, mas precisamos de uma legislação forte que seja cumprida, que tenha vigilância no terreno", frisou Ana Maria Figueiredo, que considera "importante os mais jovens viverem num ambiente em que fumar não é regra".

O Congresso de Pneumologia do Centro visa, segundo a médica, discutir as novas alternativas ao tabaco, como por exemplo os cigarros eletrónicos, tabaco de mascar ou cachimbos de água, que são igualmente prejudiciais à saúde.

"A forma saudável de fumar é não fumar", enfatizou Ana Maria Figueiredo, também pneumologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, que espera uma mudança de paradigma na sociedade portuguesa para que as pessoas sejam informadas dos malefícios de todas as formas alternativas aos fumadores.

A organização do congresso envolve a cadeira de Pneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, o Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, do Centro de Diagnóstico Pneumológico de Viseu, o Serviço de Pneumologia do Hospital Universitário de Coimbra e a Associação de Estudos Respiratórios.

Durante a sua realização, serão discutidos temas como a "Tuberculose", "A Terapêutica antibiótica inalatória", os "Limites da patologia intersticial e do tecido conjuntivo", "Tabagismo: novas e perigosas alternativas", "Cancro do Pulmão e Asma brônquica" e "Rastreio no Cancro do Pulmão".

Peritos de todo o mundo apoiam
Fluimucil (N-acetilcisteína, NAC) provou, nos últimos anos, ser de facto altamente eficaz no tratamento de uma das doenças mais...

Devido à sua ação mucolítica, mas principalmente à sua ação antioxidante, têm vindo a ser apresentadas novas provas de que é capaz de representar, em doses elevadas, uma abordagem terapêutica muito eficaz no combate ao stress oxidativo causado pela inflamação crónica: ambos elementos principais da patogénese da DPOC. Esta doença - que segundo dados da OMS será a terceira principal causa de morte a nível mundial em 2020 – foi o tema central de uma importante reunião científica internacional organizada pela Zambon.

É um dos fármacos mais conhecidos e utilizados na Europa e em Portugal, uma ferramenta terapêutica valiosa em patologias do foro respiratório, que mantém o interesse por parte da comunidade científica.

Maurizio Castorina, CEO do grupo Zambon: "Os Investigadores trabalham incessantemente para encontrar novas oportunidades de tratamento para a maioria das moléculas que possuem uma história importante, como a NAC, e cujo mecanismo de acção conhecemos bem. A Zambon está a investir neste campo, mais precisamente na identificação de novas possibilidades terapêuticas da NAC, para doenças tais como a DPOC e doenças raras".

Stress oxidativo nos doentes com DPOC, uma das principais causas de envelhecimento celular

No estudo da patogénese da DPOC, o papel do stress oxidativo ganhou uma atenção acrescida nos últimos anos, sendo a principal causa de envelhecimento celular. O stress oxidativo reflete um desequilíbrio entre a produção e a eliminação de espécies químicas oxidantes, devido à disfunção dos mecanismos protectores antioxidantes. De forma sucinta, quando o corpo deixa de poder compensar a ação de oxidantes exógenos (por exemplo, fumo de cigarro ou poluição) e endógenos (como os subprodutos da respiração celular ou as substância produzidas durante os processos inflamatórios), desencadeiam-se alterações fisiopatológicas macroscópicas no trato respiratório. Peroxidação lípida das membranas (principal causa de envelhecimento celular), hipersecreção do muco, inativação de antiproteases e tensioativos (a origem da patogénese do enfisema), a expressão anómala de genes pró-inflamatórios e, finalmente, uma estimulação constante da cascata inflamatória, desencadeiam as consequências mais nocivas do processo oxidativo que afeta o sistema respiratório: o dano irreversível no epitélio alveolar e a modificação permanente das vias respiratórias.

 

Devido à complexa patogénese da DPOC, as terapias mais utilizadas hoje em dia para o tratamento da DPOC - nomeadamente broncodilatadores e corticosteroides inalados - atuam essencialmente nos sintomas da doença, sem afetar o seu mecanismo fisiopatológico, influindo ligeiramente na evolução da doença ao reduzir a frequência das exacerbações. Este resultado foi, pelo contrário, alcançado com a N-acetilcisteína (NAC), que se encontra hoje entre as moléculas mais estudadas como oportunidade terapêutica no combate à DPOC pelas suas propriedades antioxidantes e mucolíticas. "A NAC - diz o Professor Richard Dekhuijzen, do Radboud Medical Center de Nijmegen, Holanda, foi usada como terapia adicional em doentes com DPOC, não apenas para reduzir os sintomas, mas também para diminuir a frequência de exacerbações e atrasar o declínio funcional causado pela doença".

A eficácia da NAC nesta área: os resultados do amplo ensaio clínico aleatorizado, com dupla ocultação, PANTHEON (ensaio controlado por placebo sobre a eficácia e segurança da N-acetilcisteína em doses elevadas nas exacerbações da doença pulmonar obstrutiva crónica), realizado em 34 hospitais chineses, com mais de mil doentes, foram publicados em 2014 na revista Lancet Respiratory Medicine, e mostram como a NAC, em doses elevadas, reduz significativamente a frequência das exacerbações, com uma elevada e diferenciada tolerabilidade que confirma o seu perfil de segurança.

Os resultados do ensaio PANTHEON foram, efectivamente, a confirmação das evidências anteriormente observadas acerca da eficácia da NAC em doentes com DPOC moderada a grave e, especialmente, sobre a capacidade do fármaco para preservar a funcionalidade das pequenas vias respiratórias. Os resultados do ensaio HIACE (doses elevadas de N-acetilcisteína em doentes com DPOC propensos a exacerbação), publicados em 2013 na revista científica "CHEST" - órgão oficial do American College of Chest Physicians - mostraram que o tratamento de um ano com elevadas doses de NAC numa amostra de doentes chineses com DPOC, reduz a taxa de exacerbações (50% menos do que na população tratada com placebo), prolonga o período de tempo sem exacerbações e aumenta as hipóteses de não experienciar qualquer exacerbação ao longo do ano, com uma melhoria, estatisticamente significativada, da função pulmonar para as pequenas vias respiratórias.

A frequência das exacerbações e a questão do “aumento” e “diminuição”

O ensaio HIACE mostra também que a NAC tem um maior efeito na redução das exacerbações em doentes com DPOC sintomática de gravidade moderada. Esta evidência sublinha a importância - já imposta devido ao padrão típico de progressão da DPOC - de administrar a NAC como terapia complementar (add-on therapy) de outros fármacos indicados para a doença, como os broncodilatadores, o principal tratamento para a DPOC. A maioria dos doentes, independentemente da gravidade da doença, é tratada com todas as três principais classes de fármacos inalados, indicados na DPOC: LABA (beta2 agonista de longa duração de ação), LAMA (antagonista muscarínico de longa duração de ação) e corticosteroides inalados (ICS). Este regime terapêutico pode ser útil para manter a doença controlada em doentes com dificuldades respiratórias, que apresentam sintomas clínicos precisos. "Em doentes com DPOC grave numa fase estável - diz o Professor Mario Cazzola, Diretor da Escola de Especialização em Doenças Respiratórias da Universidade de Roma Tor Vergata – é possível reduzir e até mesmo parar a terapia com corticosteroides inalados (ICS), mesmo que falte definir o período tempo que devemos esperar até ser possível interromper definitivamente o tratamento com ICS. De igual modo, não é claro que uma abordagem de "diminuição" seja possível para os LABA e os LAMA. Contudo, uma dose diária elevada de N-acetilcisteína (NAC) mostrou ser útil na prevenção das exacerbações da DPOC, como terapia complementar de fármacos inalados, tais como os LABA, os LAMA e os ICS. Também as diretrizes internacionais sobre a DPOC, tanto da GOLD 2015 (Iniciativa global para a doença pulmonar obstrutiva crónica) como do ACCP (American College of Chest Physicians) recomendam a administração de N-acetilcisteína (NAC) como terapia complementar eficaz, de fármacos broncodilatadores, em doentes com DPOC moderada a grave, de modo a prevenir exacerbações. Até à data, para doentes com bronquite crónica e exacerbações, mesmo sem obstrução das vias respiratórias, a NAC é o tratamento indicado. De igual modo, a NAC pode ser utilizada com evidentes benefícios clínicos na prevenção de exacerbações em doentes com DPOC, melhorando assim a sua qualidade de vida. Não existem atualmente ensaios clínicos comparativos destas diferentes estratégias farmacológicas, mas acreditamos plenamente - concluiu o Professor Cazzola - que a escolha do tratamento correto deve dar sempre prioridade aos fármacos caracterizados por um melhor perfil de segurança”.

Infarmed
O Infarmed acaba de aprovar a comparticipação do dispositivo de libertação intrauterino (DLIU) Jaydess® da Bayer para o mercado...

O Jaydess® é o mais recente contracetivo intrauterino hormonal, e apresenta-se como o dispositivo mais pequeno (28x30x1,5mm) com um estreito tubo de inserção (3,8mm). Contém 13,5 mg de levonorgestrel e tem como indicação terapêutica contraceção até 3 anos. Uma nova opção contracetiva que garante um máximo de 3 anos de liberdade do regime diário e que mostra uma elevada eficácia.

“A comparticipação deste medicamento pelo Infarmed representa a possibilidade de mais mulheres jovens terem acesso a uma opção de contraceção de longa duração inovadora”, refere Isabel Fonseca Santos, Diretora Médica da Bayer Portugal. “Apesar dos benefícios da contraceção de longa duração, a utilização destes métodos contracetivos é ainda muito baixa”.

O mecanismo de atuação de Jaydess® permite que a taxa de libertação diária de levonorgestrel seja baixa, apresenta um reservatório da hormona menos volumoso e, consequentemente, um tubo de inserção mais estreito, originando uma colocação mais fácil para o prestador de cuidados de saúde e menos dolorosa para a mulher.

De salientar que os critérios de elegibilidade médica da Organização Mundial de Saúde suportam o uso do DIU na maioria das mulheres, independentemente da idade ou do número de gravidezes anteriores.

O Jaydess® liberta continuamente uma baixa dose de progesterona (levonorgestrel).1 Ao contrário de contracetivos como a pílula, a injeção ou o implante, o Jaydess® atua sobretudo localmente no útero, resultando numa exposição sistémica baixa ao progestagénio.2 Além do mais, o Jaydess® pode ser removido a qualquer altura com rápido regresso ao nível de fertilidade da mulher.

1Singh et al. 2010 Unintended Pregnancy: Worldwide Levels,Trends, and Outcomes. Studies in Family Planning 41(4):241–250.
2Singh et al. 2010 Unintended Pregnancy: Worldwide Levels,Trends, and Outcomes. Studies in Family Planning 41(4):241–250.

CICS-UBI
Uma equipa do CICS-UBI (Centro de Investigação em Ciências da Saúde - Universidade da Beira Interior), liderada pela docente...

O presente estudo, que foi publicado recentemente no Journal of Cancer Research and Clinical Oncology, permitiu estabelecer os androgénios como moduladores da expressão de genes fundamentais para o controlo da entrada de glucose nas células, bem como para a sua metabolização e utilização na produção de lactato. Os androgénios estimularam ainda o efluxo de lactato pelas células tumorais, uma característica associada à progressão do cancro para estados mais agressivos. A reprogramação metabólica que é evidenciada neste trabalho em resposta ao tratamento com os androgénios teve igualmente um efeito importante no aumento da sobrevivência e proliferação das células tumorais, o que pode representar um aspeto fulcral no desenvolvimento e progressão do cancro da próstata.

De acordo com os resultados da investigação, os androgénios têm um papel importante na reprogramação do metabolismo das células tumorais, aumentando a sua proliferação e sobrevivência. Estes dados permitem conceptualizar um conjunto de novas abordagens terapêuticas para o tratamento e regressão do cancro da próstata, através do controlo da ação dos androgénios e do metabolismo.

Ver artigo.

A doença mais comum de quem viaja:
A diarreia do viajante é o maior problema de saúde associado com a alimentação e as águas contaminad
Homem sentado em elefante em África a ilustrar a diarreia do viajante

A diarreia do viajante é a doença mais comum dos que se deslocam de viagem, podendo atingir 30 a 70 por cento das pessoas que o fazem, embora dependa muito do destino. Também conhecida por catarro intestinal, gripe intestinal ou intestino do turista, esta doença caracteriza-se por evacuações diarreicas, náuseas e vómitos.

Os organismos mais propensos a causar a diarreia do viajante são os tipos de Escherichia coli que produzem certas toxinas e alguns vírus como o Norwalk. Contudo, os agentes causadores desta diarreia do viajante podem ser bactérias (80 a 90 por cento), vírus (5 a 8 por cento) e parasitas (10 por cento).

Resulta fundamentalmente da ingestão de alimentos, bebidas ou água para consumo, contaminados com estes microrganismos. Os viajantes devem portanto evitar o consumo de alimentos e bebidas potencialmente contaminadas. Por isso o factor de risco, mais determinante é o destino da viagem, havendo diferenças regionais, quer no grau de risco, quer no tipo de agente causal.

De salientar que os agentes patogénicos não são exclusivos dos países menos desenvolvidos. O risco associa-se, sobretudo, a práticas de higiene menos adequadas na manipulação e preparação dos alimentos.

Os destinos podem, grosso modo, dividir-se por grau de risco:

Países de baixo risco:

EUA; Canadá; Austrália; Nova Zelândia; Japão; Europa Ocidental

Países de risco moderado:

Europa de Leste; África do Sul; algumas ilhas das Caraíbas

Países de alto risco:

Ásia; Médio Oriente; África; México; América Central e do Sul 

Sintomas e diagnóstico da diarreia do viajante

A diarreia causada por bactérias e por vírus apresenta-se de forma súbita, com sintomas que podem variar de cólicas moderadas e fezes mais pastosas até fortes dores abdominais, febre, vómitos e diarreia com sangue. A diarreia provocada por parasitas instala-se, habitualmente, de forma mais progressiva, com sintomas mais moderados.

As náuseas, os vómitos, os ruídos intestinais, as cólicas abdominais e a diarreia podem aparecer combinados e com um grau variável de gravidade. Os vómitos, a dor de cabeça e as dores musculares são particularmente frequentes nas infecções provocadas pelo vírus Norwalk. Os casos são, em geral, ligeiros e desaparecem sem tratamento. Raramente são necessários testes de laboratório.

O período de incubação pode ser um bom auxiliar de diagnóstico. Na diarreia bacteriana e virusal, entre 6 a 48 horas; na diarreia parasitária, 1 a 2 semanas (raramente presente nas primeiras semanas de viagem). Já a duração da diarreia do viajante de origem bacteriana é de cerca de 3 a 5 dias e a de origem virusal pode durar de 2 a 3 dias. A diarreia causada por parasitas pode persistir por semanas a meses. 

Prevenção da diarreia do viajante

A melhor forma de prevenção passa por ser bastante meticuloso com a higiene pessoal. As bactérias podem ser transportadas para a boca pelas mãos ou objectos. Lave sempre as mãos antes de comer e evite colocá-las perto da boca. A segunda regra é a de ser muito selectivo naquilo que come ou bebe.

Assim, os viajantes deverão ter especial atenção em ingerir alimentos e bebidas seguros, aprendendo a seleccionar os mais adequados e menos arriscados. Devem frequentar restaurantes com uma reputação de segurança e não deverão aceitar comidas nem bebidas oferecidas por vendedores ambulantes.

Os cuidados com a alimentação devem ser redobrados quando nos deslocamos para países com culturas gastronómicas e técnicas culinárias diferentes das nossas, climas quentes e, acima de tudo, com padrões higiénico-sanitários menos rigorosos.

Alguns conselhos habituais são:

- Beber apenas água engarrafada, com a tampa intacta. Não se deve ter vergonha de pedir outra garrafa, caso isso não aconteça.  
- Tentar evitar bebidas com gelo. Também não se deve ter vergonha de perguntar se o gelo é feio com água boa. Já é relativamente usual que isso aconteça, mesmo em sítios mais modestos.
- Utilize as mesmas precauções para a lavagem dos dentes (água engarrafada, fervida ou desinfectada)
- Evitar beber leite em natureza ou não pasteurizado. Preferir sempre leite ultrapasteurizado (UHT) ou pasteurizado (leite do dia), fervendo-o antes de ingerir.
- Evitar consumir sumos e comida em vendedores ambulantes.
- Preferir alimentos bem cozinhados em vez de crus ou mal cozinhados (ex: saladas, ovo).
- Evitar todo o tipo de molhos, especialmente maionese e natas.
- Preferir frutos que possam ser descascados ou lavados em água segura e recusar os que o exterior não esteja intacto.
- Em alguns locais menos seguros, lavar os dentes com água engarrafada.
- Lave sempre as mãos com água e sabão antes de preparar ou ingerir alimentos e depois de utilizar a casa-de-banho, de tossir ou de espirrar (se não dispuser de água e sabão poderá utilizar um desinfectante de mãos com um mínimo de 60 por cento de teor de álcool)
- Não beba sumos naturais de fruta 

Tratamento da diarreia do viajante

A maioria dos surtos é auto-limitado, tem recuperação em poucos dias e raramente é perigosa. O seu tratamento baseia-se em evitar a desidratação, ingerindo muitos líquidos, em especial água (sempre engarrafada ou tratada) ou um chá fraco, e fazer uns dias de dieta.

Nas primeiras horas faça uma paragem alimentar, mas mantenha a ingestão de líquidos, em pequenas quantidades de cada vez:
- Água engarrafada (ou fervida); Água de arroz (1 litro de água com 3 colheres de arroz fervida até reduzir a metade); Bebida de cola (ou similar) retirando o gás; Chá preto fraco

Conforme a evolução vá dando início à ingestão gradual de alimentos sólidos:
- Torradas com compota; Arroz cozido; Cenoura cozida; Maçã ou pêra cozida; Carne magra cozida ou grelhada; Evite o leite ou derivados, vegetais, fruta crua, gorduras.

Os antibióticos não são recomendados para a diarreia ligeira, a menos que o afectado tenha febre ou sangue nas fezes. Estes fármacos podem causar dano ao eliminar as bactérias que normalmente habitam nas fezes, facilitando o crescimento de outras que são resistentes aos referidos fármacos.

Já os medicamentos antidiarreicos promovem alívio dos sintomas, servindo como terapêutica adicional aos antibióticos. Aliás, os antidiarreicos são dos medicamentos mais importantes a não esquecer na farmácia do viajante mas só devem ser tomados se houver certeza que se trata de uma diarreia benigna, pois, em casos de infecções sérias, podem até ser prejudiciais.

Se a diarreia persistir por mais de 3 dias e for acompanhada por sangue ou muco nas fezes, vómitos ou febre, deve-se consultar um médico rapidamente, com especial urgência no caso de se encontrar numa zona geográfica onde se verificou a presença de cólera.

Artigos relacionados

Medicamentos em viagem

Saúde em viagem

Riscos associados à viagem

Responsabilidades do viajante

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Investigadores consideram
A maior frequência de fenómenos meteorológicos extremos está a mudar os padrões de propagação de doenças infecciosas e a...

"As alterações climáticas constituem uma emergência médica e, portanto, requerem uma resposta urgente", defende Hugh Montgomery, diretor do Instituto para a Saúde Humana do University College London.

A ameaça que as alterações climáticas representam para a saúde humana é tão importante que pode comprometer os avanços conseguidos no último meio século.

A conclusão é de um estudo divulgado esta terça-feira pela revista "The Lancet".

Segundo a comissão para as alterações climáticas criada por esta revista médica, o controlo das emissões de carbono pode representar inúmeros benefícios para a saúde, já que a poluição do ar favorece diversas patologias respiratórias e cardiovasculares.

"A consequência das mudanças climáticas ameaça minar os avanços realizados há meio século no desenvolvimento e na saúde global", insistem os especialistas.

Entre os efeitos indiretos para a saúde, os investigadores citam a poluição urbana, os problemas de segurança alimentar e o desenvolvimento de doenças transmitidas por mosquitos que se propagam para as zonas mais quentes, devido ao aquecimento do planeta.

A crise exige "uma resposta urgente, utilizando as tecnologias disponíveis atualmente", alerta o professor Montgomery, que denuncia a lentidão do processo internacional de negociações sobre o clima.

Em apenas um ano, esta é a terceira advertência dos especialistas sobre os efeitos das alterações climáticas na saúde humana.

Cientistas testam
Um emplastro de insulina, quadrado e do tamanho de um centavo de dólar americano, poderá substituir as injeções para diabéticos...

O emplastro pode detetar o aumento dos níveis de açúcar no sangue e transferir doses de insulina na corrente sanguínea quando necessário.

O objetivo dos criadores é que o emplastro só precise de ser mudado em certos dias.

Até agora, o emplastro só foi testado em ratos com diabetes tipo 1, mas, segundos os investigadores, os resultados do estudo demonstram grande probabilidade de êxito nos seres humanos.

Os investigadores referem que os efeitos estabilizadores do emplastro poder ser mais duradouros nos humanos porque têm mais sensibilidade à insulina do que os ratos.

“Projetámos um emplastro para diabetes que funciona rapidamente e é fácil de usar e feito de material não tóxico e biocompatível”, explicou Zhen Gu, um dos autores do estudo, feito por cientistas de universidades da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

“O sistema pode ser personalizado em função do peso da pessoa diabética e da sua sensibilidade à insulina, mas ainda podemos tornar mais inteligente o emplastro”, acrescentou o investigador.

Para os autores do estudo, as injeções de insulina são um processo “doloroso e impreciso” para as pessoas com diabetes.

“Injetar uma quantidade incorreta de medicação pode provocar complicações como a cegueira e amputações”, disse John buse, outro dos investigadores.

Segundo o estudo, a diabetes afeta mais de 387 milhões de pessoas no mundo e o número deve aumentar para 592 milhões em 2035.

Médicos advertem
Médicos australianos advertiram que as calças “skinny” podem representar um risco para a saúde, depois de uma mulher ter...

A mulher, de 35 anos, desmaiou e teve de ser hospitalizada depois de ter estado várias horas agachada a arrumar armários quando ajudava um familiar a mudar de casa.

O caso foi relatado numa publicação britânica especializada da área da neurologia, o Journal of Neurology Neurosurgery & Psychiatry.

“Ela esteve a usar ‘skinny’ jeans e recordou que se sentiu cada vez mais apertada e desconfortável com o passar do dia”, relata o jornal.

Segundo o jornal, ao final do dia, a mulher sentiu dormência nos pés e dificuldades em andar, acabando por cair. Como não se conseguiu levantar, esteve várias horas deitada até ser encontrada.

As pernas ficaram tão inchadas que as calças tiveram de ser cortadas para serem removidas, refere o relato médico, acrescentando que a mulher não conseguia mexer os tornozelos e os pés e tinha deixado de sentir as pernas e os pés.

A mulher foi posta a soro e só conseguiu andar normalmente quatro dias depois.

Os médicos do Royal Adelaide Hospital, no sul da Austrália, afirmaram que as calças, combinadas com o agachamento, reduziram o fornecimento de sangue aos músculos das pernas.

Ao mesmo tempo, as fibras nervosas que ligam a parte inferior da perna foram danificadas devido à compressão prolongada, o que explica o entorpecimento e perda de controlo.

“O presente caso representa uma nova complicação neurológica de vestir jeans apertados”, acrescenta a publicação.

ARS nega
O bastonário da Ordem dos Médicos disse recear que o Alentejo fique “desprotegido” na área da Oncologia, com a saída de...

“Esta situação vai deixar o Alentejo quase completamente desprotegido na área da Oncologia, o que é tremendo num hospital onde havia vários internos e que agrava a nossa preocupação”, porque, “saindo os especialistas, terão de sair também”, alertou José Manuel Silva.

José Manuel Silva falava depois de a Ordem dos Médicos (OM) ter tido conhecimento da “saída de vários médicos oncologistas” do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), que é a unidade de referência nesta área para a região Alentejo.

Contactado, o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, José Robalo, disse que, recentemente, saiu o diretor do serviço de Oncologia do HESE, que “rescindiu o contrato”, devendo sair, “no final deste mês, outra médica” do mesmo serviço.

“A equipa tem outros três elementos” e, “a partir do próximo mês, esperamos que já haja algumas prestações de serviços”, por tarefeiros especialistas em Oncologia, que permitam “até ultrapassar as necessidades regionais”, para “impedir qualquer perturbação da prestação de cuidados aos utentes”, frisou.

A saída oncologistas do HESE, a par de profissionais de radiologia do mesmo hospital, já levou a Câmara e a Assembleia Municipal de Évora, na passada sexta-feira, a manifestarem-se preocupadas e a pedirem uma reunião à ARS.

Para o bastonário da OM, esta situação é “mais um exemplo” das “crescentes dificuldades que o Serviço Nacional de Saúde coloca ao exercício da medicina e ao tratamento dos doentes de acordo com as boas práticas”.

“A culpa do que está a acontecer no Alentejo, e que vai prejudicar todos os doentes oncológicos da região, é do Ministério da Saúde e é resultado dos cortes” no setor, acusou.

O responsável disse também ter tido conhecimento de que “vão ser contratados médicos tarefeiros” para o HESE “para procurar colmatar esta falha grave” na Oncologia.

“Tarefeiros não permitem um tratamento adequado dos doentes. Um doente oncológico não pode ser tratado hoje por um oncologista, amanhã por outro, sem qualquer tipo de seguimento”, criticou.

Questionado sobre se estas saídas afetam os hospitais da região (não só Évora, mas também Portalegre, Elvas, Litoral Alentejano e Beja), o presidente da ARS frisou que “tal não vai acontecer” e disse que a contratação de tarefeiros é temporária.

“De um mês para o outro não se conseguem arranjar contratos individuais de trabalho e, portanto, até conseguirmos fechar esses contratos, vamos ter algumas prestações de serviço que estão a colmatar todas as nossas carências”, referiu.

Segundo José Robalo, “neste momento, não só o HESE mantém a sua prestação de cuidados de Oncologia, mas também os outros hospitais da região continuam a manter essa prestação".

"Não houve qualquer falha”, assegurou.

Em comunicado, a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) informou que, “em resultado das diligências efetuadas, continua a estar assegurada a manutenção da prestação de cuidados de Saúde no âmbito da Oncologia, com a substituição do médico por um outro médico da mesma especialidade”.

Ordem dos Médicos
O bastonário da Ordem dos Médicos considera “inaceitável” desperdiçar plasma resultante de um “ato generoso” dos portugueses,...

José Manuel Silva falava a propósito de um debate que a Ordem dos Médicos (OM) promove na terça-feira à noite subordinado ao tema “Sangue e plasma: ciência vs preconceito; doação vs comércio; aproveitamento vs desperdício”.

“A Ordem dos Médicos promoveu um debate para discutir estas questões que tem a ver com a necessidade de um mais conveniente e abrangente uso do plasma português. Não é aceitável desperdiçar, quando se tem um quantidade que permite ao país ser autossuficiente”, afirmou.

Para o bastonário, “não se pode aceitar o desperdício de um ato generoso dos portugueses”, pelo que o debate pretende também chamar a atenção para a “obrigação ética e económica” do país aproveitar todo o plasma doado.

Por outro lado, considera que apesar de o sangue não ter preço, pode e deve ter um valor de mercado, de forma a que possa ser negociado, tendo em vista o financiamento, por exemplo, dos tratamentos de que o sangue é alvo, para poder ser transfundido com segurança.

“O tratamento do sangue é oneroso, implica custos que é necessário que alguém financie. Sendo a doação um ato benévolo terá que haver um componente financeiro no circuito, que deve ser controlado e reverter em beneficio de dadores e recetores”, afirmou.

Para José Manuel Silva, esta é uma ideia que “deve ser aceite com tranquilidade”, que “não ponha em causa a doação benévola, mas permita aos doentes que, quando necessitem, tenham à disposição a utilização do sangue e derivados no controlo das suas doenças”.

“Há um emissor e um recetor que não devem ser onerados, mas no meio há todo o circuito que tem custos”, sublinhou.

Questionado sobre a possibilidade de, por exemplo, vender a outros países plasma remanescente, o bastonário considera que esta seria “uma forma de fazer reverter para os beneficiários do SNS [Serviço Nacional de Saúde] o ato benévolo de doação que gostaria que fosse mais amplo e tivesse uma resposta mais alargada para que o SNS nunca estivesse no limite das reservas de sangue e derivados”.

“Se essa doação benévola pudesse reverter para o SNS e para a saúde dos portugueses, não vejo qualquer problema de ética. Os doadores sentir-se-iam mais confortáveis de saber que, além de benefício direto, haveria um benefício indireto”, defendeu.

Em debate vão estar ainda questões como a segurança e os cuidados que é necessário ter “para reduzir à expressão mínima” o risco de transfusão de sangue ou derivados de sangue.

“Está garantida a segurança, mas é preciso cuidados quanto aos critérios de seleção dos dadores e cuidados de preservação do sangue”, afirmou, lembrando que em Portugal tem havido polémica quanto à orientação sexual dos dadores.

O bastonário disse querer “de forma sustentada debater essa matéria” e afirmou-se interessado em ouvir especialistas na área, para debater com representantes de pessoas com diferentes orientações sexuais, como é o caso da associação ILGA, que estará presente no debate.

O debate contará ainda com a presença do diretor do Serviço de Imunohemoterapia do centro Hospitalar Lisboa Norte, do presidente do colégio de especialidade de Imunohemoterapia e do presidente do Instituto Português do Sangue e Transplantação.

Coordenada pela Interpol e Organização Mundial das Alfândegas
Entre 9 e 16 de junho, cerca de 115 países estiveram envolvidos na maior operação internacional (PANGEA VIII) de sempre,...

A Operação PANGEA VIII foi, até à data, a maior operação de sempre contra a venda ilícita de medicamentos e, pela primeira vez, dispositivos médicos através da Internet, com a participação de 236 agências de polícia, das alfândegas e as autoridades reguladoras de saúde. Parceiros privados e empresas de pagamento via internet também apoiaram a operação.

Desta ação resultaram 429 investigações, a suspensão de mais de 365 anúncios de produtos farmacêuticos ilícitos através de plataformas de redes sociais e foram encerrados 2414 websites.

Além das intervenções no terreno, que incluíram a descoberta de um armazém ilícito cheio de medicamentos sem validade e contrafeitos na Indonésia, a operação também teve como alvo, algumas das principais áreas exploradas pelo crime organizado no tráfico ilegal de medicamentos e dispositivos médicos on-line como: o registo de domínios ilegais, serviços de pagamento eletrónico e sistemas e serviços de entrega postal.

A Operação PANGEA VIII foi coordenada pela INTERPOL, em conjunto com a Organização Mundial das Alfândegas (OMA), o Permanent Forum of International Pharmaceutical Crime (PFIPC), Heads of Medicines Agencies Working Group of Enforcement Officers (WGEO), Pharmaceutical Security Institute (PSI), Europol, com o apoio do Center for Safe Internet Pharmacies (CSIP) e empresas do setor privado, incluindo LegitScript, Google, Mastercard, Visa, American Express e PayPal.

Resultados da Operação PANGEA VIII em Portugal
A nível nacional, a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), o INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. (Infarmed) e a Guarda Nacional Republicana (GNR) associaram-se a esta iniciativa através de uma operação conjunta no terreno para deteção da entrada de potenciais medicamentos falsificados, contrafeitos ou ilegais.

Nas ações desenvolvidas pelas entidades portuguesas, foram controladas 6140 encomendas, das quais 1051 foram apreendidas durante a semana em que decorreu a operação. Através do conjunto de encomendas apreendidas foi possível impedir a entrada em Portugal de 18.381 unidades de medicamentos ilegais com um valor estimado de 45.217 dólares (cerca de 40.135 euros).

Em resultado da participação da AT, do Infarmed e da GNR neste tipo de operação, e de outras ações desenvolvidas por estas três entidades, conclui-se que, apesar dos alertas, os portugueses continuam a comprometer gravemente a sua saúde ao adquirirem medicamentos pela internet em websites não autorizados.

Entre os medicamentos falsificados e ilegais apreendidos durante a operação, a nível mundial encontram-se medicamentos oncológicos, medicamentos derivados do sangue e anti-infeciosos, entre outros. No caso da Indonésia, as autoridades descobriram uma operação em que os criminosos alteravam o prazo de validade ou a quantidade de substância ativa nas embalagens contrafeitas, em medicamentos com data de validade expirada e não registadas no armazém, devolvendo-os a uma farmácia para venda.

Segundo a Interpol, "Através de uma forte colaboração entre as autoridades policiais, agências de saúde, empresas de Internet e de pagamentos eletrónicos e da INTERPOL a Operação PANGEA VIII tem feito progressos significativos na proteção dos consumidores inocentes fechando farmácias online ilegais e apreendendo produtos farmacêuticos ilegais e falsificados".

A participação na operação PANGEA VIII, e a colaboração entre as entidades envolvidas em Portugal (AT, Infarmed, e GNR), demonstra que é necessário dar continuidade aos alertas públicos e às ações de cooperação, a nível nacional e internacional, para combater estas situações ilícitas tendo em vista a proteção da saúde pública.

Desde o início do ano
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica identificou na última semana quatro menores por consumo de bebidas alcoólicas,...

Em comunicado, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) refere que a identificação destes quatro menores ocorreu durante a última semana em estabelecimentos de restauração e bares em Faro e no Barreiro, tendo-se depois estabelecido contacto com os pais ou seus representantes legais para que acompanhassem a situação.

Na sequência destas ações foram instaurados três processos de contraordenação por disponibilização de bebidas alcoólicas a menores e decretada a suspensão de atividade de um estabelecimento por falta de condições de higiene.

Em comunicado hoje divulgado, a ASAE indica que, desde o início do ano, já identificou 33 menores que se encontravam a consumir bebidas alcoólicas (com idades compreendidas entre os 14 e os 17 anos).

Dois destes processos já foram concluídos, tendo sido decidido aplicar coima a estabelecimentos onde foram detetados menores a consumir álcool.

A ASAE promete continuar a realizar ações de fiscalização que contribuam para a redução do consumo nocivo de álcool entre os adolescentes, preparando-se já para as alterações da nova lei.

A partir do dia 1 de julho, com a entrada em vigor da nova legislação sobre o álcool, é proibida a disponibilização, venda e consumo de qualquer tipo de bebida alcoólica a todos os menores de 18 anos.

Este diploma vem acabar com a diferenciação entre as bebidas espirituosas, permitidas a partir dos 18 anos, e as restantes (vinho e cerveja), que podem ser consumidas a partir dos 16 anos.

Bristol-Myers Squibb
A Bristol-Myers Squibb Company (NYSE: BMY) anunciou hoje que a Comissão Europeia aprovou Opdivo®(nivolumab), um inibidor do...

A aprovação de hoje permite a introdução no mercado de nivolumab nos 28 Estados-Membros da União Europeia (UE). Segue-se a um procedimento de avaliação acelerado por parte do Comité dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP), que foi anunciado a 24 de abril de 2015. Este procedimento de avaliação acelerado foi possível na medida em que nivolumab se qualificava para a designação de “medicamento de maior interesse do ponto de vista da saúde pública e em particular do ponto de vista de inovação terapêutica”. Nivolumab é o único inibidor do checkpoint imunitário PD-1 sujeito a um procedimento de avaliação acelerado na Europa, e é a primeira aprovação concedida pela Comissão Europeia para um inibidor PD-1 em qualquer tipo de cancro.

A incidência de melanoma tem continuado a aumentar em quase todos os países europeus, estimando-se que um em cada cinco doentes desenvolva doença metastática ou avançada. Historicamente, o prognóstico para o melanoma metastático em estadio avançado é fraco: a taxa de sobrevivência média para o estadio IV é de apenas 6 meses, com uma taxa de mortalidade de 75% a 1 ano.

“Na Bristol-Myers Squibb, estamos continuamente focados no desenvolvimento de novas formas de transformar a perspetiva dos doentes em relação a alguns dos cancros mais difíceis de tratar e mais mortíferos”, referiu Emmanuel Blin, vice-presidente sénior, diretor de comercialização, políticas e operações da Bristol-Myers Squibb. “Temos o prazer de apresentar à União Europeia o primeiro inibidor do checkpoint imunitário PD-1, para tratamento do melanoma avançado. Estamos a trabalhar arduamente, e a uma velocidade muito elevada, para continuarmos a desenvolver a nossa ciência de Imuno-Oncologia de modo a proporcionarmos novas opções de tratamento, com o objetivo de melhorar a sobrevivência a longo prazo dos doentes”.

Sobre os ensaios CheckMate -066, -037

A aprovação da Comissão Europeia baseia-se em dados de dois estudos de fase 3 (CheckMate -066, -037). Em conjunto, os ensaios investigaram nivolumab entre linhas de tratamento e estados mutacionais, com uma dose consistente de 3 mg/kg a cada duas semanas, que foi bem estabelecida no programa de desenvolvimento clínico de fase 3 para nivolumab.

“Os dados de fase 3 que sustentam a aprovação de nivolumab demonstram uma sobrevivência global e uma taxa de resposta superiores em doentes com melanoma avançado sem tratamento prévio, relativamente ao tratamento padrão”, disse o Dr. Dirk Schadendorf, M.D., professor, diretor e presidente da Clínica de Dermatologia do Hospital Universitário de Essen, na Alemanha. “É um importante passo em frente para oferecer uma nova opção para os doentes com melanoma avançado na União Europeia, sobretudo considerando que os benefícios a longo prazo têm sido bastante difíceis de alcançar no tratamento do melanoma”.

O CheckMate -066 é um estudo de fase 3 aleatorizado, em dupla ocultação, que compara Opdivo® (n=210) com quimioterapia com dacarbazina (n=208) em doentes com melanoma avançado sem tratamento prévio. É o primeiro ensaio de fase 3 de um inibidor de checkpoint imunitário PD-1 a demonstrar uma sobrevivência global superior no melanoma avançado, demonstrando uma taxa de sobrevivência a um ano de 73% para nivolumab versus 42% para a dacarbazina , tendo havido uma diminuição de 58% no risco de morte para os doentes tratados com nivolumab, com base numa taxa de risco de 0,42 (IC a 95%, 0,30 - 0,60; P < 0,0001). A taxa de resposta objetiva foi também significativamente mais elevada para nivolumab do que para a dacarbazina (40% vs. 14%, P < 0,0001). O parâmetro de eficácia primária deste ensaio foi a sobrevivência global (SG). Os parâmetros de avaliação secundários incluíram a sobrevivência livre de progressão (SLP) e a taxa de resposta objetiva (objective response rate – ORR) segundo os critérios RECIST v1.1.

A segurança foi notificada em todos os doentes tratados nos braços de nivolumab e de dacarbazina . Observaram-se menos descontinuações com nivolumab do que com dacarbazina (6,8% vs. 11,7%), bem como para os eventos adversos (EA) de Grau 3/4 relacionados com o tratamento (11,7% vs. 17,6%), que foram controlados utilizando algoritmos de segurança estabelecidos. Os EA mais frequentes relacionados com o tratamento com nivolumab foram a fadiga (20%), prurido (17%) e náuseas (16,5%). Os eventos adversos frequentes no braço de  dacarbazina foram consistentes com os de relatórios anteriores e incluíram náuseas (41,5%), vómitos (21%), fadiga (15%), diarreia (15%) e toxicidades hematológicas. Não houve mortes atribuídas à toxicidade do medicamento do estudo em nenhum dos braços.

O CheckMate -037 é um estudo controlado de fase 3 aleatorizado,sem ocultação, de Opdivo®(n=272) versus uma quimioterapia à escolha do investigador [QEI] (n=133) (ou dacarbazina em monoterapia ou carboplatina mais paclitaxel) em doentes com melanoma avançado que foram previamente tratados com Yervoy® (ipilimumab). Os parâmetros de eficácia primária do estudo são a ORR e a SG. Numa análise intermédia planeada da ORR, observou-se uma melhoria de 32% na ORR no braço de nivolumab (IC a 95%, 23,5%-40,8%) versus 11% no braço de quimioterapia à escolha do investigador (IC a 95%, 3,5%-23,1%). A maioria das respostas (95%) foram continuadas nos doentes aos quais se administrou nivolumab . As respostas a nivolumab foram demonstradas em doentes com ou sem a mutação BRAF e independentemente da expressão de PD-L1.

A segurança foi notificada em todos os doentes tratados nos braços de nivolumab (n=268) e de QEI (n=102). A maioria dos eventos adversos relacionados com o tratamento com nivolumab foram de grau 1/2 e foram controlados utilizando-se algoritmos de tratamento recomendados. Os EA de grau 3/4 relacionados com o tratamento foram menos frequentes para o braço de nivolumab (9% vs. 31% dos doentes tratados com quimioterapia). As descontinuações devido a EA de qualquer grau relacionados com o medicamento ocorreram em 2% dos doentes tratados com nivolumab e em 8% dos doentes aos quais foi administrada QEI. Não houve mortes relacionadas com a toxicidade do medicamento do estudo.

A aprovação também se baseou em dados de um estudo de fase 1b (Estudo -003) com melanoma recidivante avançado ou metastático, que demonstrou a primeira caracterização da razão benefício/risco de nivolumab no melanoma avançado. Dos 306 doentes previamente tratados e recrutados para o estudo, 107 tinham melanoma, tendo-lhes sido administrado nivolumab numa dose de 0,1mg/kg, 0,3mg/kg, 1mg/kg, 3mg/kg ou 10mg/kg num máximo de 2 anos. Nesta população de doentes, a resposta objetiva foi notificada em 33 doentes (31%) com uma duração mediana de resposta de 22,9 meses (IC a 95%: 17,0, NR). A mediana da SLP foi de 3,7 meses (IC a 95%: 1,9, 9,3). A mediana da SG foi de 17,3 meses (IC a 95%: 12,5, 36,7), e as taxas de SG estimadas foram de 63% (IC a 95%: 53, 71) a 1 ano, 48% (IC a 95%: 38, 57) a 2 anos, e 41% (IC a 95%: 31, 51) a 3 anos.

Sobre Opdivo® (nivolumab)

A Bristol-Myers Squibb tem um programa alargado de desenvolvimento global para estudar Opdivo® (nivolumab) em múltiplos tipos tumorais, que consiste em mais de 50 ensaios clínicos – em monoterapia ou em associação com outras terapêuticas – no qual já foram incluídos mais de 8000 doentes em todo o mundo.

Nivolumab tornou-se o primeiro inibidor do checkpoint imunitário PD-1 a receber aprovação regulamentar a nível mundial, a 4 de julho de 2014, quando a Ono Pharmaceutical Co. anunciou que tinha recebido aprovação para o fabrico e introdução no mercado no Japão, para o tratamento de doentes com melanoma irressecável. A 22 de dezembro de 2014, a FDA (Food and Drug Administration) concedeu a sua primeira aprovação para Opdivo®, para o tratamento de doentes com melanoma irressecável ou metastático e com progressão da doença após a terapêutica com Yervoy® (ipilimumab) e, se positivos para a mutação BRAF V600, como inibidor BRAF. A 4 de março de 2015, Opdivo® recebeu a sua segunda aprovação da FDA para o tratamento de doentes com cancro do pulmão de células não-pequenas (CPCNP) de histologia escamosa metastático, com progressão durante ou após quimioterapia à base de platina.

Informação importante de segurança

Pneumonite imunitária

·         Foram observadas pneumonite ou doença intersticial pulmonar graves, incluindo casos fatais, com o tratamento com OPDIVO. Na experiência de ensaios clínicos em 691 doentes com tumores sólidos, a pneumonite imunitária fatal, ocorreu em 0,7% (5/691) dos doentes com o tratamento com OPDIVO; não ocorreram casos no ensaio 1 nem no ensaio 3. No ensaio 1, a pneumonite, incluindo a doença intersticial pulmonar, ocorreu em 3,4% (9/268) dos doentes com o tratamento com OPDIVO e em nenhum dos 102 doentes com tratamento com quimioterapia. A pneumonite imunitária ocorreu em 2,2% (6/268) dos doentes com o tratamento com OPDIVO; um com casos de grau 3 e cinco de grau 2. No ensaio 3, a pneumonite imunitária ocorreu em 6% (7/117) dos doentes com tratamento com OPDIVO, incluindo cinco casos de grau 3 e dois casos de grau 2. Monitorizar os doentes quanto a sinais e sintomas de pneumonite. Administrar corticosteroides para a pneumonite de grau 2 ou superior. Descontinuar permanentemente OPDIVO nos casos de grau 3 ou 4 e suspender OPDIVO até à resolução para casos de grau 2.

Colite imunitária

·         No ensaio 1, a diarreia ou colite ocorreram em 21% (57/268) dos doentes com tratamento com OPDIVO e em 18% (18/102) dos doentes com tratamento com quimioterapia. A colite imunitária ocorreu em 2,2% (6/268) dos doentes com tratamento com OPDIVO; cinco de grau 3 e uma de grau 2. No ensaio 3, a diarreia ocorreu em 21% (24/117) dos doentes com tratamento com OPDIVO. A colite imunitária de grau 3 ocorreu em 0,9% (1/117) dos doentes. Monitorizar os doentes quanto à colite imunitária. Administrar corticosteroides no caso de colite de grau 2 (com duração superior a 5 dias), 3 ou 4. Suspender OPDIVO para os casos de grau 2 ou 3. Descontinuar permanentemente OPDIVO nos casos de colite de grau 4, ou no caso de recorrência de colite ao retomar OPDIVO.

Hepatite imunitária

·         No ensaio 1, houve uma incidência aumentada de alterações nos testes de função hepática no grupo tratado com OPDIVO, em comparação com o grupo tratado com quimioterapia, com aumentos na AST (28% vs. 12%), fosfatase alcalina (22% vs. 13%), ALT (16% vs. 5%) e bilirrubina total (9% vs. 0). A hepatite imunitária ocorreu em 1,1% (3/268) dos doentes com tratamento com OPDIVO; dois casos de grau 3 e um de grau 2. No ensaio 3, as incidências de valores aumentados nos testes de função hepática foram na AST (16%), fosfatase alcalina (14%), ALT (12%) e bilirrubina total (2,7%). Monitorizar os doentes quanto a alterações nos testes de função hepática antes do tratamento e periodicamente durante o tratamento. Administrar corticosteroides no caso de elevações de grau 2 das transaminases ou superior. Suspender OPDIVO no caso de grau 2 e descontinuar permanentemente OPDIVO no caso de hepatite imunitária de grau 3 ou 4.

Nefrite e insuficiência renal imunitárias

·         No ensaio 1, houve uma incidência aumentada de creatinina elevada no grupo tratado com OPDIVO, em comparação com o grupo tratado com quimioterapia (13% vs. 9%). A nefrite ou insuficiência renal imunitárias de grau 2 ou 3 ocorreram em 0,7% (2/268) dos doentes. No ensaio 3, a incidência de creatinina elevada foi de 22%. A insuficiência renal imunitária (grau 2) ocorreu em 0,9% (1/117) dos doentes. Monitorizar os doentes quanto à creatinina sérica elevada antes do tratamento e periodicamente durante o tratamento. Para a elevação na creatinina sérica de grau 2 ou 3, suspender OPDIVO e administrar corticosteroides; caso haja agravamento ou não haja melhoria, descontinuar permanentemente OPDIVO. Administrar corticosteroides no caso de elevação da creatinina sérica de grau 4 e descontinuar permanentemente OPDIVO.

Hipotiroidismo e hipertiroidismo imunitários

·         No ensaio 1, o hipotiroidismo de grau 1 ou 2 ocorreu em 8% (21/268) dos doentes com tratamento com OPDIVO e em nenhum dos 102 doentes com tratamento com quimioterapia. O hipertiroidismo de grau 1 ou 2 ocorreu em 3% (8/268) dos doentes com tratamento com OPDIVO e em 1% (1/102) dos com tratamento com quimioterapia. No ensaio 3, o hipotiroidismo ocorreu em 4,3% (5/117) dos doentes a com tratamento com OPDIVO. O hipertiroidismo ocorreu em 1,7% (2/117) dos doentes, incluindo um caso de grau 2. Monitorizar a função da tiroide antes do tratamento e periodicamente depois do tratamento. Administrar terapêutica hormonal de substituição no caso de hipotiroidismo. Iniciar tratamento médico para controlo do hipertiroidismo.

Outras reações adversas imunitárias

·         Nos ensaios 1 e 3 (n=385), as seguintes reações adversas imunitárias clinicamente significativas ocorreram em <2% dos doentes tratados com OPDIVO: insuficiência das suprar-renais, uveíte, pancreatite, paralisia facial e do nervo abducente, desmielinização, neuropatia autoimune, disfunção motora e vasculite. Em todos os ensaios clínicos de OPDIVO administrado em doses de 3mg/kg e 10mg/kg, identificaram-se reações adversas imunitárias adicionais clinicamente significativas: hipofisite, cetoacidose diabética, hipopituitarismo, síndrome de Guillain-Barré e síndrome miasténico. Com base na gravidade da reação adversa, suspender OPDIVO, administrar corticosteroides em doses elevadas e, se adequado, iniciar terapêutica hormonal de substituição.

Toxicidade embriofetal

·         Com base no seu mecanismo de ação, OPDIVO pode causar danos fetais quando administrado a uma mulher grávida. Alertar as mulheres grávidas quanto ao risco potencial para o feto. Aconselhar as mulheres em idade fértil quanto à utilização de métodos contracetivos eficazes durante o tratamento com OPDIVO e durante, pelo menos, 5 meses após a última dose de OPDIVO.

Amamentação

·         Desconhece-se se OPDIVO é secretado  no leite humano. Pelo facto de inúmeros medicamentos, incluindo anticorpos, poderem ser secretados no leite humano, e uma vez que há potencial para a ocorrência de reações adversas graves nos bebés a amamentar devido a OPDIVO, aconselhar as mulheres a descontinuar a amamentação durante o tratamento.

Reações adversas graves

·         No ensaio 1, ocorreram reações adversas graves em 41% dos doentes com tratamento com OPDIVO. Ocorreram reações adversas de grau 3 e 4 em 42% dos doentes com tratamento com OPDIVO. As reações adversas medicamentosas de grau 3 e 4 notificadas mais frequentemente em 2% a <5% dos doentes com tratamento com OPDIVO foram dor abdominal, hiponatremia, aspartato aminotransferase aumentada e lipase aumentada.

·         No ensaio 3, ocorreram reações adversas graves em 59% dos doentes com tratamento com OPDIVO. As reações adversas medicamentosas graves notificadas mais frequentemente em ≥2% dos doentes foram dispneia, pneumonia, exacerbação de doença pulmonar obstrutiva crónica, pneumonite, hipercalcemia, derrame pleural, hemoptise e dor.

Reações adversas frequentes

·         As reações adversas mais frequentes (≥20%) notificadas com OPDIVO no ensaio 1 foram exantema (21%) e no ensaio 3 foram fadiga (50%), dispneia (38%), dor musculoesquelética (36%), perda de apetite (35%), tosse (32%), náuseas (29%) e obstipação (24%).

A partir do 3º trimestre deste ano
O Estado conta recuperar coercivamente a partir do último trimestre deste ano 30 milhões de euros em taxas moderadoras, que não...

“Constitui contraordenação, punível com coima, a utilização dos serviços de saúde pelos utentes sem pagamento de taxa moderadora devida, no prazo de 10 dias seguidos após notificação para o efeito”, refere a legislação publicada há três anos em Diário da República.

De acordo com fonte dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), a tutela está “a ultimar as fases que antecedem o processo de cobrança coerciva, garantindo as condições que facilitam o pagamento imediato de taxas em dívida, através da rede Multibanco”.

Para agilizar o processo de pagamento de taxas moderadoras em dívida, foi criado um sistema informático (o SITAM), o qual entrou em vigor em fevereiro deste ano no Centro Hospitalar do Alto Ave (CHAA).

Segundo os SPMS, desde o início da utilização do SITAM no CHAA foram emitidas 2.200 referências multibanco, correspondentes a 7.697 euros cobrados unicamente ao balcão.

Este organismo adiantou que o stock de dívida do CHAA é de 800 mil euros.

Os SPMS estimam que, “quando o SITAM estiver normalizado em todo território nacional, a expetativa de recuperação será de cerca de 30 milhões de euros em taxas moderadoras relativos aos últimos três anos”.

Desde que o projeto-piloto entrou em vigor no CHAA, o SITAM foi expandido para os Centros Hospitalares de Lisboa Ocidental, Oeste, Setúbal, Coimbra e Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda.

“O SITAM está pronto para a expansão a nível nacional e as restantes unidades farão a respetiva adesão durante as próximas semanas”, referem os SPMS.

Estes serviços estimam que o processo deverá entrar em vigor no último trimestre de 2015.

Fazer face a doenças epidémicas
O secretário da Saúde da Madeira, Manuel Brito, defendeu, no Funchal, o recurso a verbas do terceiro Programa de Saúde 2014...

O governante considerou que a globalização e a permanente circulação de pessoas estão a "criar novos perigos", como acontece com o ébola e a síndrome respiratória do Médio Oriente, pelo que é exigida uma "atitude muito consertada de todos os países".

"Ainda por cima, somos uma zona de turismo, pelo que temos de ter maior atenção a estas questões", realçou Manuel Brito, na apresentação pública do 3º Programa de Saúde 2014-2020, que disponibiliza 450 milhões de euros para investir em projetos transnacionais ao nível da União Europeia até 2020.

"Podem ser apresentados projetos através de universidades, empresas, organizações não-governamentais, instituições de saúde nacional e regional", explicou Filipa Pereira, da Direção-Geral da Saúde, entidade responsável pela gestão do programa em Portugal.

O programa abrange diversas áreas, como recursos humanos, saúde pública, desenvolvimento de boas práticas e realização de estudos. No entanto, os projetos implicam a construção de parcerias europeias, na medida em que devem apontar para uma resposta comum.

"Só são aprovados projetos que a Comissão Europeia considere de impacto europeu", disse Filipa Pereira, sublinhando que os 450 milhões de euros destinam-se ao conjunto dos países da União Europeia e implicam sempre projetos transnacionais.

Termas de Portugal
A presidente da Associação das Termas de Portugal disse que os dados do primeiro trimestre de 2015 indicam que a retoma do...

"À semelhança do que aconteceu com outras atividades, 2014 foi claramente um ano em que as termas começaram a sentir alguma retoma. É com muito agrado que os primeiros resultados de 2015, desta feita do primeiro trimestre, reforçam que esta retoma se está a consolidar, apresentando um crescimento significativo de clientes na ordem dos 55%", revelou Teresa Vieira.

De acordo com a responsável, este aumento de clientes acontece tanto na área do bem-estar, mais dedicada à prevenção e promoção de saúde, como na área do termalismo terapêutico.

"Estamos a falar de um primeiro trimestre, quando ainda existem balneários encerrados, porque esta é uma atividade com forte cariz sazonal em alguns balneários, mas acaba por ser um trimestre que serve um bocadinho de barómetro e já sentimos a evolução. É natural que, em próximos trimestres, este número possa descer alguma coisa dos 55%, mas esta amostra revela dados claros de crescimento", acrescentou.

Estes sinais de retoma surgem a poucos dias da realização do VIII Congresso da Sociedade Portuguesa de Hidrologia Médica, que terá lugar nas Termas de S. Pedro do Sul, de quinta-feira a sábado.

Sob o tema "Juntos com as Universidades", este evento de três dias tem por objetivo debater os progressos da hidrologia médica nacional e apoiar a formação especializada junto dos cursos de medicina.

"Este congresso cai no momento certo, com um lema que entende o setor e em que cada vez mais importa efetivar a investigação que já é feita e que queremos que seja ainda mais potenciada e trabalhada neste novo quadro comunitário ao nível da investigação associada à atividade termal, à utilização da água mineral natural, à credibilização médica com estudos médico científicos que comprovem mais do que a adequação das águas para o tratamento de determinadas vocações terapêuticas para doenças em específico, indo cada vez mais ao pormenor e potenciando cada vez mais a utilização deste recurso endógeno para questões de saúde", destacou.

O presidente da Sociedade Portuguesa de Hidrologia Médica, Pedro Cantista, referiu que o VIII Congresso da Sociedade Portuguesa de Hidrologia Médica vai contar com dezenas de palestrantes e intervenientes, estando previstas cerca de quatro dezenas de comunicações.

"Temos um programa muito vasto, abrangente e muito atrativo, com grande presença universitária. Uma das novidades consiste em apresentar as 20 teses de pós-graduação do curso de Hidrologia Médica, que pela primeira vez se realiza na Universidade da Beira Interior (UBI)", informou.

Pedro Cantista realçou ainda a presença de destacadas figuras universitárias, depois de ter ocorrido "um certo afastamento das universidades em relação ao ensino da hidrologia médica".

"Com isto pretendemos promover a ligação à investigação científica, o retomar do papel formador das universidades, o dar as mãos entre a geologia médica e a hidrogeologia. Teremos também comunicações livres, ‘workshops’ formativos e homenagens a algumas figuras que tiveram um papel muito importante no termalismo português", concluiu.

Investigadores de Coimbra
Investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra desenvolveram uma terapia inovadora para tratamento de...

Uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveu uma “nanopartícula capaz de entregar moléculas terapêuticas a tumores cerebrais malignos”, afirma uma nota da UC.

A investigação, liderada por Conceição Pedroso de Lima, investigadora do CNC, resulta do trabalho realizado ao longo dos últimos quatro anos no desenvolvimento de “uma nova terapia para o glioblastoma, uma forma altamente maligna de tumor cerebral que reduz a vida dos doentes para 12 a 15 meses após diagnóstico”, acrescenta a UC.

Foi demonstrado que “nanopartículas compostas por moléculas de gordura (lípido), às quais se junta uma proteína que reconhece especificamente células tumorais, entregam de forma eficiente a estas células pequenas moléculas terapêuticas (ácidos nucleicos que são macromoléculas localizadas no núcleo das células)”, sublinha Pedro Costa, primeiro autor do estudo.

“A entrega destas moléculas terapêuticas, após administração intravenosa em ratinhos com glioblastoma, combinada com quimioterapia, resultou em significativa morte das células malignas e redução do tumor cerebral”, salienta Pedro Costa.

Este estudo demonstra que “uma das limitações no tratamento dos tumores cerebrais, que está relacionada com a dificuldade em entregar moléculas terapêuticas aos tumores, pode ser ultrapassada através da utilização de ‘veículos de transporte’ direcionados especificamente para os tumores”, explicita Conceição Pedroso de Lima.

Trata-se de “um passo importante”, embora ainda se esteja numa fase inicial para o “desenvolvimento de uma abordagem terapêutica que se espera poder chegar a ensaios clínicos”, adianta a investigadora.

Os principais problemas associados à quimioterapia são os efeitos secundários nos órgãos saudáveis, mas “a utilização das nanopartículas desenvolvidas poderá contribuir para aumentar a eficácia da quimioterapia e reduzir os efeitos secundários associados”, admite Conceição Pedroso de Lima.

Veterinário defende
O veterinário municipal da Figueira da Foz defende que o abandono de cães acaba em Portugal se todos os cães forem...

"No dia em que todos os animais estiverem identificados eletronicamente e registados em base de dados, acabámos com o abandono de cães, ou, pelo menos, de uma forma impune", disse José Romano, veterinário municipal da Figueira da Foz há mais de 30 anos.

José Romano afirma que em vários municípios a nível nacional o abandono de animais "tem uma expressão muito significativa" e que o caminho para contrariar a situação passa por "obrigar à identificação eletrónica de todos os animais".

"Para que aqueles que se perdem sejam facilmente encontrados pelo seu dono, seja para aqueles que, na eventualidade de serem abandonados, se possa encontrar o proprietário e entregar-lhe o animal, ou pelo menos sensibilizá-lo e numa situação mais drástica penalizá-lo por esse abandono", afirmou.

Nesse sentido, o veterinário municipal propôs a várias entidades - juntas de freguesia, Associação Nacional de Municípios Portugueses, Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), GNR e organismos ligados aos médicos veterinários, entre outras - a criação do Ministério Popular dos Amigos dos Animais, através da adoção de um conjunto de medidas com o objetivo de acabar, no prazo de seis anos, com o abandono.

À DGAV, José Romano propõe a criação "já" de legislação que vise obrigar à identificação eletrónica de todos os cães - atualmente obrigatória mas só para animais nascidos depois de 2008 - estipulando uma data a partir da qual todos terão de possuir ‘microship' e estar registados em base de dados.

Por outro lado, José Romano frisa, que apesar de já existirem muitos animais identificados eletronicamente, "uma boa parte deles não estão registados nas bases de dados" existentes, seja no Sistema de Identificação e Registo Animal (SIRA), seja no Sistema de Identificação de Canídeos e Felídeos (SICAFE), tarefa que, nesta última e até 2013, era confiada, em exclusivo, às juntas de freguesia, aquando do licenciamento obrigatório do animal, e passou a ser executada pelos veterinários municipais "conferindo mais eficácia".

O veterinário municipal da Figueira da Foz explica que não só muitas autarquias "não tiveram capacidade para fazer o registo" eletrónico dos animais que licenciavam como, por outro lado, existem proprietários de cães que apesar de os terem identificado eletronicamente com ‘microship' em campanhas de vacinação antirrábica promovidas pelos médicos veterinários municipais, "depois não os licenciavam" nas juntas de freguesia - o que obriga ao pagamento de um taxa anual - e "portanto, não estão registados nas bases de dados do SIRA nem do SICAFE e são muitos, mas mesmo muitos", observou.

Acresce que a fiscalização do licenciamento, a cargo de entidades policiais e administrativas, como as próprias juntas de freguesia, "é praticamente inexistente", pelo que José Romano advoga, igualmente, não só a intensificação de ações de fiscalização, como a colaboração, a nível local, entre associações de proteção animal e autarquias, para promover o licenciamento junto dos proprietários de animais, nomeadamente os que optam pela adoção e medidas que poderão passar pela isenção "por exemplo, no primeiro ano" das taxas devidas.

Na Figueira da Foz, município em que segundo José Romano este ano e mercê da colaboração com associações de proteção animal, o abandono de animais "caiu drasticamente" e também "aumentou drasticamente" a adoção, a autarquia pondera a oferta da colocação do ‘microship' e vacinação antirrábica "a todos os cães adotados" no Centro de Recolha Animal.

Por outro lado, com a redução de animais sujeitos a eutanásia - cerca de 400 em 2014 e apenas 67 no primeiro semestre de 2015 - José Romano pretende que a Câmara Municipal possa entregar "metade daquilo que poupa" com a redução dos custos da eutanásia a associações de proteção animal para promoção da esterilização de fêmeas que forem adotadas e também, eventualmente, a cadelas pertencentes a famílias carenciadas do concelho.

"Se esse custo em vez de ser para a eliminação do cão, for oferecida a colocação do ‘microship' e a vacina a quem adotar, é uma forma de incentivar a adoção de animais abandonados", disse a vereadora Ana Carvalho.

A vereadora sublinhou a colaboração que a autarquia vem desenvolvendo desde o início do ano com o Grupo dos Amigos dos Animais da Figueira da Foz na promoção da adoção de cães, temporária ou definitiva e na melhoria das condições de centro de recolha animal do município.

Páginas