Diário da República
A Administração Central do Sistema de Saúde vai receber 50% dos resultados líquidos de exploração dos jogos sociais da Santa...

A portaria nº 37/2016 fixa as normas regulamentares necessárias à repartição anual das verbas dos resultados líquidos de exploração dos jogos sociais afetas ao Ministério da Saúde para 2016, prosseguindo a concretização dos objetivos estratégicos do Plano Nacional de Saúde nas áreas ligadas à prestação de cuidados continuados integrados e à prevenção e tratamento das dependências e dos comportamentos aditivos e ainda aos programas de saúde considerados prioritários.

Desta forma, a fatia maior cabe à Administração Central do Sistema de Saúde, com 50%, com vista ao financiamento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, sendo 33% para entidades que prosseguem atribuições nos domínios do planeamento, prevenção e tratamento dos comportamentos aditivos e das dependências.

Já 17% são para a Direção-Geral de Saúde para financiar programas em diversas vertentes, sendo 8% destinados à área do VIH/SIDA, 3,5% para a saúde mental, enquanto serão atribuídos 1% às doenças oncológicas, 1% à prevenção do tabagismo, 1% à prevenção da diabetes e 1% à área da nutrição e alimentação saudável.

Ainda destes 17%, 0,5% serão atribuídos à área das doenças cérebro-cardiovasculares, outro tanto para a área das doenças respiratórias e para a área do controlo das infeções associadas aos cuidados de saúde e resistência aos antimicrobianos.

A portaria, assinada pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, a 19 de fevereiro e hoje publicada, entra em vigor a 5 março.

Dia Mundial do Glaucoma assinala-se a 12 de março
O Glaucoma afeta, atualmente, 100 mil portugueses e é principal causa de cegueira em Portugal. Perante esta realidade crescente...

Nos dias 7 e 8 no Hospital CUF Porto e 10 e 11 no Instituto CUF, estará disponível um técnico de Oftalmologia que realizará a Avaliação do risco de Glaucoma. Esta avaliação consiste numa tonometria com icare e fotografia de disco cujo resultado é conhecido na hora. Não é necessária marcação prévia e está destinada a pessoas com mais de 50 anos ou com historial de Glaucoma em familiares diretos.

O Glaucoma corresponde a um grupo de doenças oculares que provoca danos irreparáveis no nervo ótico - o nervo que carrega as informações visuais recebidas pelo olho até o cérebro. Trata-se de uma doença crónica, que provoca cegueira, mas que tem tratamento. O prognóstico é tanto melhor quanto mais cedo for diagnosticado o problema.

Esta patologia, que atinge essencialmente pessoas com mais de 60 anos de idade, é considerada a principal causa de cegueira em Portugal. Para além da idade, há ainda outros fatores de risco: hipertensão ocular; histórico familiar de glaucoma; altas miopias; diabetes; raça negra; apneia do sono; uso crónico de corticoides estão entre as causas mais frequentes de Glaucoma. 

Praia de Carcavelos
São mais de 30 os instrutores de surf que, este sábado, na Praia de Carcavelos, vão receber formação em Suporte Básico de Vida...

Esta formação, desenvolvida em parceria com a Academia CUF, com Outside Surf Project e com a Associação Portuguesa de Surf Adaptado – SURFAddict, terá lugar entre as 16h30 e as 19h00 e reúne um conjunto de professores praticantes da modalidade que, desta forma, irão aprender procedimentos que, devidamente aplicados, os tornarão aptos a salvar vidas.

Desde as manobras mais eficazes de reanimação, ao momento mais indicado para a chamada ao 112, às informações mais corretas a transmitir aos profissionais do INEM, esta formação em Suporte Básico de Vida tem como objetivo ir ao encontro das necessidades dos instrutores de Surf, dado que em muitos casos são eles os primeiros a iniciar o salvamento, às vezes ainda dentro de água.

No caso dos instrutores da modalidade de Surf Adaptado, esta formação reveste-se de enorme importância pois em situações de emergência, o auxílio aos seus alunos, portadores de deficiência, apresenta-se como um desafio ainda mais exigente.

Durante esta iniciativa, todos os formandos vão ter oportunidade de treinar, de forma prática, as manobras básicas de reanimação através de simulação de situações de emergência.

O que é o Suporte Básico de Vida?
O Suporte Básico de Vida é um conjunto de medidas utilizadas para assegurar a vida de uma vítima em paragem cardiorrespiratória sem recurso a qualquer equipamento. A sua aprendizagem é cada vez mais importante não apenas para surfistas, mas para a população em geral, uma vez que numa situação de paragem cardíaca, a probabilidade de sobrevivência diminui 10% a cada minuto que passa. O início de manobras de Suporte Básico de Vida (SBV) pode aumentar significativamente a taxa de sobrevivência para valores superiores a 60%.

Relatório indica
Os cientistas sabem pouco sobre o cancro do ovário, que muitas vezes nem sequer surge nos ovários, é o que aponta um painel de...

A Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos fez um pedido para que a comunidade científica trabalhe para preencher o que chamou de “surpreendentes lacunas no conhecimento fundamental sobre o cancro do ovário e a sua compreensão”, escreve o Diário Digital.

“O comité conclui que uma proporção substancial dos carcinomas classificados como 'de ovário' na verdade desenvolvem-se fora do ovário ou surgem de células que não são consideradas intrínsecas do ovário”, apontaram os especialistas num relatório de 377 páginas, encomendado pelo Congresso dos EUA.

Muitos destes tumores “surgem noutros tecidos fora do ovário, como nas trompas uterinas, e depois produzem metástases no ovário”.

Cerca de 14.000 mulheres morrem anualmente de cancro do ovário nos Estados Unidos, onde este tipo de cancro é o quinto mais frequente no país e é diagnosticado em 21.000 mulheres todos os anos.

Alguns dos primeiros sintomas da doença são inchaço, dor ao urinar ou desconforto abdominal, mas frequentemente nenhum sintoma é percebido nos estados iniciais.

Cerca de duas em cada três mulheres que são diagnosticadas com este cancro descobrem a doença já em estágio avançado e com expansão para outros tecidos.

Entre as mulheres que recebem estes diagnósticos tardios, menos de 30% sobrevivem mais de cinco anos após recebê-lo. 

Segundo especialista
A combinação entre uma alimentação pouco saudável e uma fraca hidratação propicia a condição ideal para a formação de pedras...

“Existem algumas regras básicas que podem ajudar a tratar ou prevenir os cálculos renais. Por exemplo, é importante que as pessoas deem preferência a produtos lácteos desnatados, uma vez que estes são ricos em cálcio e diminuem a probabilidade de cristalização. Por outro lado, deve evitar-se o consumo excessivo de proteínas de origem animal, pois aumentam a produção de ácido úrico, um dos componentes das pedras nos rins”, explica Estêvão Lima, urologista do Hospital Lusíadas Porto.

E acrescenta: “O sal também deve ser evitado, na medida em que o sódio facilita a deposição de sais no organismo. É igualmente importante beber muita água, entre um litro e meio a dois litros, dependendo da temperatura ambiente, humidade relativa e tipo de alimentação. Claro que se a pessoa pratica exercício, deve redobrar este cuidado. Quanto mais clara for a urina, menor será a concentração de iões, assim como será menor a probabilidade de formação de cálculos.”

A abordagem terapêutica é baseada na composição e localização dos cálculos renais, escreve o Diário Digital. Os tratamentos mais comuns incluem um método de tratamento não invasivo dos cálculos do aparelho urinário, denominada litotrícia extracorporal por ondas de choque, ou por ureterorrenoscopia, na qual é feita uma exploração endoscópica do ureter, sendo o cálculo posteriormente fragmentado e retirado com pinças.

“Se o tamanho for muito diminuto, não significa que se terá de realizar qualquer intervenção, pois o cálculo pode sair por si. Mas a prevenção terá de ser reforçada, para não aumentar o número de cálculos ou as suas dimensões e deve sempre procurar-se um especialista, dado que um cálculo de pequena dimensão pode dar problemas, provocando infeções generalizadas”, conclui.

O cálculo – ou a pedra – é inicialmente formado no rim, onde pode ficar durante muitos anos sem qualquer sintomatologia. Quando se desloca para a bexiga através do ureter – uma estrutura muito fina e delicada – provoca a cólica renal, extremamente dolorosa, levando as pessoas a procurar um médico de urgência.

Protocolo assinado
Os ministérios da Administração Interna e da Saúde assinam um protocolo para criar um sistema de referenciação e de...

O protocolo, que vai ser assinado pelos ministros da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, e da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, insere-se no Plano de Prevenção do Suicídio nas Forças de Segurança 2016/2020.

Segundo o Ministério da Administração Interna, o protocolo visa a criação de um sistema de referenciação e de encaminhamento dos elementos das forças de segurança, considerados em risco de suicídio mediante avaliação dos gabinetes de psicologia da PSP e da GNR, para os departamentos ou serviços de psiquiatria e saúde mental dos estabelecimentos hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O protocolo envolve a colaboração entre a Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Pública e Direção-Geral da Saúde.

O anterior Governo criou, em novembro de um 2015, um grupo de trabalho para rever o plano de prevenção do suicídio nas forças de segurança, devido ao número de suicídios registados na PSP e na GNR, no ano passado.

Em 2015, suicidaram-se sete agentes da PSP e cinco militares da GNR.

Governo
A secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Nunes, disse que o Governo pretende criar durante...

"Estamos empenhadamente a trabalhar para a criação, ainda durante o primeiro semestre de 2016, de uma prestação social única na área da deficiência, que possa combater a pobreza e combater a exclusão social nesta área ", disse.

Ana Sofia Nunes falava na inauguração das novas instalações da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) da Covilhã, no distrito de Castelo Branco, um empreendimento que implicou um investimento global de 2,5 milhões de euros.

Durante a cerimónia, a secretária de Estado lembrou que, no que concerne a apoios e prestações sociais, a resposta às pessoas com deficiência "ficou para trás", pelo que assumiu o compromisso de trabalhar para resolver essa questão.

"Conseguimos criar apoios sociais em diversas áreas que combateram outras dificuldades e outros males da nossa sociedade, mas esta ficou por resolver. Portanto, por ela [criação da prestação social única], também trabalharemos", sublinhou.

Ana Sofia Antunes vincou ainda o trabalho que está a ser feito para que em termos de candidaturas comunitárias se possam dinamizar o mais possível "soluções que privilegiem a autonomização e a vida nas melhores condições de independência do cidadão com deficiência".

Entre os objetivos do Governo para esta área está também o da diminuição da taxa de desemprego que, no que às pessoas com deficiência diz respeito, é duas vezes e meia superior à média global do país.

"Daí que tenhamos como principal prioridade encontrar formas de abrir a comunidade empresarial, e também dando o exemplo por parte das entidades públicas, para que se possa acolher, o mais possível, pessoas com deficiência no seio do mercado de trabalho", referiu.

Nos casos em que a inclusão no mercado de trabalho não seja o mais viável, o Governo defende "soluções no sentido de que estas pessoas possam desenvolver atividades socialmente úteis e em que lhe possam dar alguma compensação monetária", apontou, referindo ainda a educação como outra das linhas estratégicas a seguir.

Relatório
A atividade gripal manteve-se baixa, com tendência estável, pela terceira semana consecutiva, revela o boletim semanal de...

De acordo com o relatório, divulgado pelo Instituto Nacional Ricardo Jorge, a taxa de incidência da gripe foi de 42,6 por 100.000 habitantes. Na semana passada tinha sido de 40,1.

Entre 22 e 28 de fevereiro, segundo o relatório, o vírus da gripe foi detetado em 36 por cento dos casos analisados em laboratório (quatro de 11), tendo sido encontrados dois vírus de tipo A e dois de tipo B.

O comunicado nota que os vírus da gripe circulantes são na sua maioria semelhantes aos contemplados na vacina da gripe usada neste inverno.

Ainda segundo o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, na semana passada foram admitidos 10 novos casos de gripe em 13 unidades de cuidados intensivos (que reportaram informação), o que representa 6,2% da taxa de admissão e é “quase o dobro” do que fora estimado na semana anterior.

Diz-se também no relatório que na última semana de fevereiro a mortalidade por todas as causas teve valores de acordo com o esperado, e que no resto da Europa houve um decréscimo de casos de gripe, embora em sete países tivesse havido “uma atividade gripal elevada”.

No mês de fevereiro, afirma-se no documento, o valor da temperatura mínima do ar (5,95 graus) foi ligeiramente superior ao valor médio.

A época gripal começou em outubro e termina em maio.

Estudo
Uma em cada cinco raparigas com idades entre os 13 e os 18 anos toma tranquilizantes ou sedativos, a maioria com prescrição...

Estes dados foram divulgados, durante a apresentação do “Estudo sobre os Consumos de Álcool, Tabaco, Drogas e outros Comportamentos Aditivos e Dependências-2015”, do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD).

De acordo com Fernanda Feijão, autora do estudo, importa perceber “como é que há uma percentagem tão elevada de raparigas a precisar de medicamentos”.

A responsável indicou que este é um indicador em que “costumamos estar acima da média europeia”.

Manuel Cardoso, subdiretor geral do SICAD, explicou aos jornalistas que ainda não há uma explicação para estes consumos, mas considerou que 20% “é um valor muitíssimo alto” e que esta “questão tem de ser estudada”.

Para Fernanda Feijão, “há um problema no feminino que deve ser investigado e sobre o qual a saúde se deve debruçar”.

Este problema no feminino estende-se a outras áreas, como o consumo de bebidas alcoólicas, em que as raparigas levam a dianteira sobre os rapazes, no que respeita às bebidas espirituosas.

O estudo revela que 5,3% dos rapazes, dos 13 aos 18 anos, consome apenas bebidas espirituosas, enquanto mais do dobro das raparigas (11%) o faz.

Globalmente, as bebidas mais consumidas no último mês foram as destiladas (31%), seguidas da cerveja (30%) e do vinho (22%).

No entanto, Manuel Cardoso destaca que a percentagem mais elevada de consumo de espirituosas “acontece à custa das raparigas”.

Esta é uma “realidade nova”, afirmou o responsável do SICAD, sublinhando que as raparigas iniciam este tipo de consumo aos 13 anos, o que se poderá enquadrar no facto de “o crescimento da mulher acontecer mais cedo que o do homem”.

O relatório revela ainda que 5% dos jovens com 13 anos já estiveram embriagados alguma vez ao longo da vida e que 3% se embriagaram no último mês (0,8% de raparigas e 2,2% de rapazes).

Apesar destes dados, o SICAD destaca que, nos últimos quatro anos, o consumo de álcool, tabaco e droga tem vindo a descer nas camadas mais jovens, mantendo-se estável ou, em alguns casos, aumentando nos alunos de 18 anos.

Exemplo disso é o facto de 10% dos rapazes e 3% das raparigas terem consumido álcool vinte ou mais vezes nos últimos 30 dias.

Quanto à droga, o estudo indica que só aumentou a experimentação naquela faixa etária.

Ainda entre os jovens de 18 anos se verificou que 10% (cerca de 10 mil jovens) revelaram ser consumidores frequentes de álcool, droga e tabaco.

Na opinião de Fernanda Feijão, este é também um grupo de consumidores “que deve ser objeto de especial preocupação”.

113 milhões de euros
A espanhola Sacyr Concesiones, acionista única da Somague Concessões, anunciou que vendeu 98% da sua sociedade HC-Hospitais...

Em causa estão as posições de 51% nos hospitais de Braga e de Vila Franca de Xira e de 40% do hospital da ilha Terceira, nos Açores.

"A Sacyr Concesiones manterá uma participação de 2% na HC-Hospitais Concesionados e continuará a prestar os serviços de gestão dos centros hospitalares", garante a acionista única da Somague Concessões.

O grupo Sacyr é gestor de concessões de infraestruturas de transporte do Public Works Financing (PWF), com 35 ativos distribuídos por oito países (Espanha, Portugal, Chile, Colômbia, Itália, Irlanda, Peru e Uruguai), que incluem autoestradas (mais de 3.600 quilómetros), gares intermodais de transportes, hospitais (mais de 2.200 camas) e uma linha de metro.

A Aberdeen é uma empresa de um grupo global dedicado à gestão de ativos, fundada em 1983, cotada e que opera em 25 países, na Europa, Ásia e América.

Prémio Pulido Valente
O investigador turco Bahtiyar Yilmaz, ex-aluno do programa de doutoramento do Instituto Gulbenkian de Ciência, recebe, na terça...

A distinção, no valor de dez mil euros, destina-se a jovens investigadores, com menos de 35 anos, que se destacam num estudo em ciências biomédicas, realizado num laboratório português. Na edição de 2015, o tema era "imunidade inata e adquirida".

O prémio é atribuído pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pela Fundação Pulido Valente, e será entregue no Teatro Thalia, na presença do ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor, informou a FCT em comunicado.

O trabalho foi igualmente distinguido com o Prémio Pfizer 2015 em Investigação Básica.

Bahtiyar Yilmaz, que está a realizar um pós-doutoramento num laboratório na Suíça, fez parte da equipa do Instituto Gulbenkian de Ciência liderada pelo investigador Miguel Soares que descobriu, numa experiência com ratinhos, que uma bactéria benéfica do intestino produz açúcar que gera uma resposta de defesa natural do organismo contra a transmissão da malária.

O parasita da malária, o "Plasmodium", expressa uma molécula de açúcar, a "alfa-gal", que também se manifesta na superfície de uma estirpe da bactéria "E.coli", que existe no intestino humano saudável.

A molécula induz uma "resposta imune muito forte que protege contra a malária", afirmou à Lusa o investigador-principal, Miguel Soares, em dezembro de 2014, altura em que o estudo foi publicado na revista Cell.

Na experiência, quando eram vacinados contra uma molécula sintética de açúcar "alfa-gal", que, de acordo com os investigadores, é fácil de fabricar a custos baixos, os ratinhos produziam "elevados níveis" de anticorpos anti-alfa-gal "altamente protetores contra a transmissão de malária por mosquitos".

O mecanismo imune descoberto poderá levar à produção de uma vacina promissora, sobretudo para crianças das regiões endémicas da malária, com menos de três anos, que "são muito suscetíveis à doença", porque, segundo Miguel Soares, provavelmente "não têm uma resposta imunitária" tão vincada como a dos adultos.

A equipa chefiada por Miguel Soares, em colaboração com uma outra, dos EUA e do Mali, concluíra que, numa região endémica de malária, no Mali, pessoas que apresentam níveis mais baixos de anticorpos contra a molécula de açúcar "alfa-gal" são também as mais propensas a ter a doença.

Problemas urinários
Encarada como um tabu, a incontinência urinária é um problema de saúde com fortes repercussões a nív

Caracterizada por perdas involuntárias de urina, a incontinência urinária é um problema bastante comum, embora constrangedor.

A gravidade deste problema é variável, existindo casos mais ligeiros e outros mais graves. Em alguns casos não se consegue controlar a urina ao fazer pequenos esforços como tossir ou espirrar.

Para além de um problema de saúde, a incontinência urinária tem um grande impacto na qualidade de vida de quem dela padece.

Fuga ao contato social e isolamento são algumas das consequências mais diretas, uma vez que está sempre presente o medo e a vergonha de que os outros sintam o cheiro. Por outro lado, também a intimidade de um casal pode ser fortemente prejudicada.

As mulheres, entre os 45 e os 65 anos, são as mais afetadas por esta patologia. Apesar da incontinência urinária ser transversal a ambos os sexos e a todas as idades, estima-se que por cada três mulheres a sofrerem com a doença, um homem apresenta as mesmas queixas.

A incontinência pode ser uma incontinência urinária de urgência ou de esforço. A primeira resulta da vontade súbita e incontrolável de urinar, podendo estar relacionada com o envelhecimento ou numa faixa etária mais jovem estar associada a doenças neurológicas.

A incontinência urinária de esforço, que prevalece nas mulheres entre os 45 e os 65 anos, resulta da fragilidade dos músculos pélvicos que suportam a bexiga e a uretra. Tossir, saltar, correr, espirrar ou levantar pesos são tarefas que podem provocar perdas de urina. A explicação está no facto da pressão abdominal aumentar, em cada uma destas situações, e o esfíncter perder a força deixando escapar urina.

Se nas mulheres os partos são apontados como os principais responsáveis por esta situação, uma vez que podem constituir um traumatismo que debilita as estruturas musculares, nos homens este problema pode ser consequência de uma prostatectomia radical – cirurgia utilizada no tratamento do cancro da próstata -, uma vez que esta intervenção pode danificar o esfíncter.

Foi o que aconteceu a António Mendes. Tinha 52 anos quando lhe foi diagnosticada a doença. “Tive de ser operado para remover a próstata. O médico alertou-me para a possibilidade de ficar incontinente”, recorda.

“Andei de fralda…”, acrescenta garantindo que, ainda assim, encarou a situação da melhor forma possível. “Foi uma situação que durou alguns meses”, diz.

“Apesar de me sentir incomodado por usar fralda não tive vergonha do que me estava a acontecer”, afirma.

“Isto mexe com a nossa virilidade claro, mas eu não me identifico com essa postura machista. Se tenho um problema tenho de falar dele, tenho de o assumir”, revela António.

“Lamento que não se fale mais sobre este problema! É preciso despertar mentalidade para que se deixe de ter vergonha”, acrescenta.

António fez cerca de 20 tratamentos para tratar a sua incontinência urinária e que consistiam na introdução de uma sonda pelo recto para estimular a parte muscular. “Hoje estou curado e o facto de ter conseguido aceitar a situação foi muito importante para ultrapassar o problema”, garante quatro anos depois.

Embora o tratamento da incontinência urinária dependa do tipo de problema, gravidade e causas subjacentes, sabe-se que a cirurgia desempenha um papel preponderante na incontinência urinária de esforço, uma vez que, tanto na mulher como no homem, cerca de 90% dos casos são reversíveis.

Alguns especialistas lamentam, no entanto, que, por vergonha, os doentes não procurem assistência médica contribuindo, desde modo, para o agravamento do problema.

É, por isso, importante reforçar a ideia de que a incontinência urinária corresponde a uma situação clínica com tratamento, sobretudo, quando abordada numa fase inicial.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
O uso regular de doses reduzidas de aspirina reduz o risco de alguns cancros, em particular do trato gastrointestinal, segundo...

A investigação, liderada por Andrew T. Chan, do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, resulta da análise de dois grandes estudos epidemiológicos que envolveram 135.965 mulheres e homens nos EUA.

Os autores documentaram 20.414 cancros em 88.084 mulheres e 7.571 cancros em 47.881 homens ao longo de 32 anos.

O uso de aspirina duas ou mais vezes por semana foi associado a uma redução do risco de cancro em três por cento, valor que sobe para 15% no caso dos cancros do trato gastrointestinal e para 19% nos cancros do cólon e do reto, revelam os resultados.

No entanto, não foi registada qualquer associação entre o uso de aspirina e o risco de outros tumores de grande incidência, como o cancro da mama, da próstata ou do pulmão.

O efeito protetor da aspirina foi registado ao fim de cinco anos de uso continuado e com dosagens de entre meio comprimido e comprimido e meio por semana ou um comprimido diário de dosagem reduzida (usado para a prevenção de doenças cardiovasculares).

"Podemos hoje recomendar que muitos indivíduos considerem tomar aspirina para reduzir o risco de cancro colo-retal, particularmente aqueles que têm outras razões para o uso, como a prevenção de doenças coronárias. Mas não podemos fazer uma recomendação geral para a prevenção do cancro", disse Andrew Chan.

Ao nível da população em geral, os autores admitem que o uso da aspirina possa prevenir 17% dos cancros colo-retais entre aqueles que não realizam colonoscopias e 8,5% dos tumores entre os que são submetidos àquele exame de diagnóstico.

Os investigadores acreditam que o uso regular de aspirina poderia prevenir até 30.000 tumores do trato gastrointestinal por ano nos EUA.

Os autores do estudo sugerem que, no caso do trato gastrointestinal, a aspirina poderá influenciar mecanismos adicionais importantes na formação do cancro, o que explicaria a associação mais forte com o uso de aspirina e os cancros gastrointestinais.

Os cientistas admitem que os resultados de um estudo desta natureza não são tão definitivos como os de um ensaio clínico aleatório, mas sugerem que a aspirina poderá ser "uma potencial alternativa de baixo custo aos rastreios do cancro colo-retal por colonoscopia em ambientes de recursos limitados ou um complemento" em lugares onde estes programas já existem, mas onde a adesão aos rastreios não é a melhor.

"Seria razoável que os indivíduos discutissem com os seus médicos a possibilidade de tomarem aspirina para prevenir o cancro gastrointestinal, particularmente se têm fatores de risco, como um historial familiar", disse Chan, que é também professor na Escola de Medicina de Harvard.

No entanto, o investigador sublinha que os pacientes teriam de ser bem informados sobre os potenciais efeitos secundários do uso regular de aspirina e que deveriam continuar a fazer os seus exames de rastreio regulares.

"A aspirina não deve ser vista como um substituto da colonoscopia ou de outros testes de rastreio do cancro", reiterou.

Segundo o relatório Globocan 2012, da Organização Mundial de Saúde, o cancro colo-rectal é a terceira causa de morte por cancro em todo o mundo, com cerca de 1,4 milhões de novos casos por ano.

De acordo com o relatório sobre doenças oncológicas em Portugal divulgado hoje, o cancro do cólon matou 2.687 pessoas em 2014, enquanto o cancro do reto foi responsável por 1.073 óbitos. Estes dados colocam Portugal no pior quartil da Europa em termos de cancro colo-retal.

Estima-se que até 2035 sejam diagnosticados anualmente 2,4 milhões de casos.

Governo admite
O número de doentes oncológicos operados além do tempo máximo de resposta garantido subiu 4,6% em 2014, dado que preocupa o...

“Interessa-nos acima de tudo o bem-estar dos doentes. Se verificarmos que nalguns casos o Serviço Nacional de Saúde não consegue dar uma resposta em tempo útil, que ponha em causa a vida dos doentes, teremos abertura para contratualizar com os privados nesses locais e nessas situações”, afirmou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde.

No relatório sobre doenças oncológicas apresentado em Lisboa, percebe-se que a percentagem de operados a neoplasias malignas que ultrapassam o tempo máximo de resposta garantido (TMRG) aumentou 4,6% de 2013 para 2014 e tem registado aumentos constantes desde 2010.

Também a percentagem de doentes prioritários com cancro operados além do TMRG aumentou 6,3% de 2013 para 2014.

“Nós estamos preocupados porque houve um aumento dos casos operados fora do TMRG. Com cada um dos hospitais vamos perceber as razões. Não é possível nem desejável, que o SNS não responda a estes casos prioritários do ponto de vista oncológico a tempo e horas”, afirmou o secretário de Estado Fernando Araújo.

O governante acredita que os cortes orçamentais não explicam totalmente esta subida de cirurgias fora do tempo, dando o exemplo do Hospital de São João, onde também houve cortes e a unidade consegui cumprir com eficácia os tempos máximos de resposta.

Quanto ao aumento de encargos do SNS com medicamentos oncológicos, como foi sublinhado no relatório hoje apresentado, Fernando Araújo indica estar em discussões com a indústria farmacêutica para que os doentes continuem a ter acesso aos melhores tratamentos inovadores mas com valores sustentáveis para o Estado.

Estudo
Nos últimos quatro anos, os jovens entre os 13 e os 16 anos diminuíram o consumo de álcool, tabaco e droga, mas entre os 17 e...

No entanto, estas reduções permitiram a Portugal alcançar em 2015 a meta definida para a redução do consumo de droga e ultrapassar as definidas para o álcool e tabaco, em 2016.

As conclusões constam do Estudo sobre Consumos de Álcool, Tabaco, Drogas e outros Comportamentos Aditivos e Dependências–2015 (ECADT_CAD), do SICAD, que fazem parte de um projeto europeu, mas numa versão mais alargada, e que é hoje apresentado.

Os resultados deste estudo, que avaliou os consumos de populações escolares entre os 13 e os 18 anos em 2015, permitem “caracterizar situações que emergem ou que reforçam algumas tendências que o anterior estudo (2011) já antevia”.

Assim, no ano passado continuava a existir “acentuada progressão dos níveis de consumo ao longo das idades para o consumo de substâncias”, sendo que as percentagens de adolescentes com elevadas frequências de consumo de substâncias (como embriaguez ou binge drinking) “continuam muito elevadas e portanto passíveis de causar danos reais”.

O estudo destaca que tendem a desaparecer as diferenças de consumos conforme o género, mas que atualmente são mais as raparigas com consumos atuais (últimos 30 dias) de bebidas destiladas (13 e 14 anos), com situação de embriaguez (aos 13 anos) e com consumo de tabaco (13 e 16 anos).

Além disso, no caso dos medicamentos, as raparigas continuam a apresentar uma prevalência ao longo da vida maior do que os rapazes.

Quanto à internet, é usada pela maioria dos adolescentes, sobretudo redes sociais, Downloads/Streaming e Pesquisa de Informação, sendo o jogo (gaming) maioritariamente associado aos rapazes e com maior prevalência aos 14 anos.

Avaliando a evolução entre 2011 e 2015, conclui-se que as prevalências de consumo de álcool diminuíram para quase todos os grupos etários, com exceção dos 17 e 18 anos em que há estabilidade quanto à experimentação e consumos recentes.

No que respeita à embriaguez, há também diminuição de prevalência em todos os grupos etários, com exceção dos 18 anos em que há estabilidade.

Segundo o estudo, no âmbito dos consumos atuais, verificou-se uma diminuição das prevalências de consumo de cerveja e de bebidas destiladas em todas as idades.

O consumo do vinho estabilizou nos 13,14 e 16 anos e aumentou nos 15, 17 e 18 anos, enquanto os alcopops diminuíram nos 13 e 14 anos, estabilizaram nos 15 anos e aumentaram dos 16 aos 18 anos.

As prevalências de consumo de tabaco também diminuíram entre os jovens dos 13 aos 17 anos, e estabilizaram nos 18 anos.

Quanto ao consumo de droga, a tendência global de experimentação diminuiu entre os 14 e os 16 anos, estabilizou nos 17 e aumentou nos 18 anos.

A droga mais consumida, Cannabis, foi menos consumida entre os 14 e os 16 anos, não teve alterações de consumo nos 13, 15 e 17 anos e aumentou aos 18 anos.

No que respeita a drogas mais pesadas - alucinogénios, cocaína e heroína –, no geral, o seu consumo diminuiu entre os 14 e os 17 anos, verificando-se uma estabilização do consumo na faixa etária mais jovem – 13 anos.

As anfetaminas foram menos consumidas pelos alunos de 14 e 16 anos, mas estabilizaram no consumo de jovens com 13, 15, 17 e 18 anos.

Administrações Regionais de Saúde
O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde comprometeu-se a avançar ainda este ano com um rastreio nacional de base populacional...

“É uma das áreas em que mais vale a pena apostar em termos de saúde pública. Temos estado a discutir com as Administrações Regionais de Saúde (ARS) a forma de colocar [o rastreio] no terreno. É um rastreio exigente do ponto de vista técnico e dos próprios utentes. Pretendemos até ao final do ano iniciar esse rastreio de base populacional a nível nacional”, afirmou Fernando Araújo aos jornalistas, no final da apresentação de um relatório sobre doenças oncológicas.

O relatório “Portugal – Doenças Oncológicas em Números 2015”, apresentado em Lisboa, aponta para assimetrias regionais nos rastreios do cancro colo-retal e aconselha o seu alargamento a nível nacional.

De acordo com o documento, o cancro do cólon matou 2.687 pessoas em 2014, enquanto o cancro do reto foi responsável por 1.073 óbitos. Estes dados colocam Portugal no pior quartil da Europa em termos de cancro colo-retal.

Aliás, Vítor Neves, responsável da Europacolon – associação que representa doentes e familiares –, lembrou no decorrer da sessão que o cancro colo-retal é responsável pela morte de uma média de 11 pessoas por dia em Portugal.

Quanto aos rastreios do cancro do colo do útero e da mama, o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde lembrou que já existem rastreios de base populacional em todas as regiões, à exceção de Lisboa e Vale do Tejo, área onde também se deverão iniciar durante este ano.

Segundo o relatório, o número de mulheres que têm aderido ao rastreio do cancro do colo do útero tem diminuído, apesar de aumentarem os convites para que realizem este exame.

Para o Secretário de Estado Fernando Araújo, uma das explicações pode ser uma menor disponibilidade da parte das utentes de se deslocarem aos centros de saúde, um dado que tem de ajudar as autoridades a refletir para encontrar causas para esta quebra de adesão.

Investigadores espanhóis
Investigadores da Universidade de Saragoça e da de Pompeu Fabra (Barcelona) desenvolveram e patentearam um gerador de impulsos...

Com este sistema de eletroporação irreversível poderão destruir-se tumores sólidos de um modo mais rápido, menos tóxico e invasivo que através da quimioterapia ou da radioterapia, explicou em comunicado a Universidade de Saragoça.

As células do tumor morrem por não serem capazes de reparar os danos que os elevados campos elétricos provocam na sua parede celular.

A eletroporação irreversível tem benefícios para o doente e pode aplicar-se em conjunto com outras terapias para alcançar uma maior eficácia e melhorar os tempos de recuperação.

Esta nova tecnologia de aplicação biomédica foi divulgada no último número da revista científica IEEE Journal of Emerging and Selected Topics in Power Electronics.

Instituto i3S
A direção do i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, no Porto, disse ter iniciado um processo de análise ao caso...

“Sónia Melo decidiu, com o acordo da direção e do coordenador do grupo onde está integrada, suspender as suas funções de Investigadora Principal no i3S até conclusão desse inquérito”, esclareceu o i3S, em comunicado.

Na sua edição de hoje, o Público revela que Sónia Melo, que até há bem pouco tempo era apontada como uma das mais promissoras investigadoras do país, enfrenta agora acusações de manipulação do seu trabalho, que já a levaram a retirar um artigo publicado na revista Nature Genetics em 2009.

De acordo com o diário, há outros quatro artigos científicos ('papers') por si publicados desde então que estão sob suspeita. Face às acusações, a Organização Europeia de Biologia Molecular (EMBO, na sigla em inglês), que em dezembro lhe tinha atribuída uma bolsa de 50 mil euros, retirou-lhe o prémio na segunda-feira.

Em comunicado, a direção do i3S esclarece que “a suspensão de Sónia Melo afeta atos inerentes à função de Investigador Principal, não afetando a atividade corrente da investigadora Sónia Melo no seio do grupo de investigação onde está inserida”.

“A Comissão Externa, constituída por elementos externos e independentes, emitirá um parecer com base no qual será tomada uma decisão da direção do i3S no que respeita ao vínculo que a investigadora terá com esta unidade de investigação afeta à FCT e à Universidade do Porto”, acrescenta.

A direção do i3S considera ainda que, “de momento, é prematuro pronunciar-se sobre qualquer detalhe processual, reafirmando o seu desejo de ver o assunto esclarecido no mais curto espaço de tempo possível”.

Afirma ter “conhecimento das alegações” e que “tem estado a monitorizar a discussão acerca da integridade científica nos trabalhos de Sónia Melo, que antecedem a inclusão da investigadora numa equipa desta unidade de investigação”.

De acordo com o Público, as dúvidas sobre o trabalho científico de Sónia Melo foram levantadas pela primeira vez no final de setembro do ano passado, no PubPeer, um site que se dedica a fazer revisão de pares após publicação ('post-publication peer review', na gíria técnica).

O portal divulgou então os primeiros indícios de que a investigadora tinha repetido imagens microscópicas de uma mutação genética de um cancro, num artigo de 2009. Nos dias seguintes, noutras publicações na mesma plataforma, os autores apresentaram outras provas, sugerindo que o processo seria sempre semelhante: a cientista repetia, invertia e fazia rotações das mesmas imagens, de modo a reforçar a solidez dos resultados alcançados na sua investigação.

A 27 de janeiro deste ano, Sónia Melo assumiu a duplicação de imagens, numa “notícia de retração” publicada na mesma revista científica.

A agência Lusa tentou, sem sucesso, falar com a cientista, que, entretanto, ao site 'Retraction Watch Sónia Melo' tinha garantido “não ter havido um esforço para cometer fraude”.

“Lamento a falta de diligência que mostrei com o manuscrito da Nature Genetics, o meu primeiro artigo como estudante de doutoramento”, justificava a investigadora.

A direção do i3S admitiu que teve conhecimento antecipado da retratação do trabalho de 2009 na Nature Genetics, bem como dos argumentos que levaram a essa opção.

A EMBO (European Molecular Biology Organization), organização com a qual o i3S tem estado em contacto permanente, desencadeou um processo de reavaliação da candidatura à EMBO Installation Grant que havia concedido à investigadora. A EMBO deu agora conta das conclusões do inquérito e informou o i3S que irá cancelar esse contrato de financiamento.

Citado pelo Público, o cientista espanhol Manel Esteller, orientador de Sónia Melo no Ibibell e co-autor da publicação assegura apenas: “Quando foi detetada uma apresentação inadequada de parte dos dados desse estudo, decidimos apoiar a retração do artigo, para preservar os padrões de alta qualidade científica que sempre nos caracterizaram”.

Empresas e instituições debatem
Partilhar boas práticas e promover a felicidade no trabalho em prol da produtividade com excelência é a finalidade do primeiro ...

“Recursos humanos felizes fazem aumentar a produtividade com excelência”, garante Catarina Ferreira, responsável pela organização do fórum cujo objetivo é “que as empresas se juntem, partilhem boas práticas enriqueçam com as ideias”.

Câmara Municipal do Porto, Salvador Caetano, Porto Business School, FEUP, Águas do Porto, Hospital de São João, Hilti, IPO do Porto, Grupo , DST, Algamar – Galiza, Águas do Norte e Frynort são algumas das instituições que vão participar e partilhar os seus exemplos e experiências na gestão de stress, ergonomia, responsabilidade social, inovação, qualidade, felicidade e criatividade, escreve o Sapo.

Com o “Norte Yoga”, Catarina Ferreira pretende criar uma “plataforma de colaboração e partilha de conhecimento” entre as empresas, elas próprias exemplos de boas práticas e com iniciativas como aulas de yoga, serviços de terapia ocupacional, apostas na cultura para motivar trabalhadores e psicologia positiva.

O yoga surge precisamente como um dos recursos a que algumas instituições recorrem para promover o bem-estar entre os seus trabalhadores já que “combate o stress”, considerado a “grande causa de doenças, do mau humor e do mau relacionamento nas empresas”.

“O yoga ensina que a felicidade não vem do que recebemos de fora. A felicidade vem de dentro”, destaca a responsável que encara esta como uma ferramenta para “gerir emoções” e desenvolver a capacidade de concentração e que promete no fórum deixar dicas e técnicas para os participantes aplicarem no dia-a-dia.

O treino da atenção é mesmo uma das “práticas que potenciam o bem-estar” dentro das empresas, explica Isabel Paiva de Sousa, gestora do Programa de Formação Executiva da Porto Business School (PBS) que irá participar no fórum com uma palestra sobre “Felicidade no trabalho e resultados: mito ou realidade?”.

“É uma realidade que é preciso ter muita perseverança. Um conjunto de práticas que se pode treinar no trabalho”, explica a docente da PBS para quem, em termos de gestão, “é possível desenvolver práticas para ampliar emoções positivas que estão ligadas à criatividade”, criatividade essa que ajuda a resolver problemas.

E porque “a maneira como percecionamos as experiências vai influenciar o que fazemos”, esse trabalho passa por uma maior capacidade em entender os outros e alargar o foco de concentração, deixando o ‘eu’ para pensar no propósito comum entre a empresa e dos trabalhadores.

“Mais que vestir a camisola é preciso suá-la”, destaca a responsável, explicando que tal como os atletas olímpicos, os trabalhadores têm que treinar as suas competências, tornando-se mais ágeis e competitivos.

Isabel Paiva de Sousa acredita que “os trabalhadores portugueses têm potencial para serem mais felizes” uma vez que ainda há empresas "práticas de gestão sem princípios de ética claros e que não promovem a aproximação entre os propósitos da empresa e dos trabalhadores”.

Ainda assim, diz, grande parte das empresas aposta em “potenciar um ambiente emocionalmente positivo”, implementando boas práticas quer de âmbito físico, com espaços para exercício, quer de âmbito mental, com treinos de atenção e ‘mindfullness’.

 

O fórum “Norte Yoga” está marcado para dia 19 de março, a partir das 09:00 no Auditório da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, tem entrada gratuita sujeita a inscrição prévia na página de Internet, inclui uma aula de yoga e, como é Dia do Pai, terá uma sala destinada só para os mais novos.

No 1º semestre de 2015
O custo com medicamentos oncológicos aumentou 9,8%, no primeiro semestre de 2015, mas o crescimento do consumo, em quantidade,...

Segundo um relatório que é hoje apresentado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), no primeiro semestre do ano passado, em comparação com o período homólogo de 2014, subiram quase 10% os custos com medicamentos oncológicos.

“Estamos a assistir a uma deriva significativa no sentido do consumo de fármacos mais caros, colocando pressão muito significativa no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, refere o relatório “Portugal – Doenças Oncológicas em números 2015”.

Classificando estes dados como “preocupantes”, o documento assinala que se manteve o aumento do consumo de medicamentos em quantidade, “mas agora com aumento também dos custos associados”.

Aliás, uma das recomendações do relatório da DGS aponta para a necessidade de monitorizar a efetividade terapêutica de novos fármacos e intervenções, através do registo oncológico nacional.

“O aumento da despesa com medicamentos é preocupante, particularmente com os novos fármacos. A necessidade de monitorizar a efetividade terapêutica é indispensável para conseguirmos aferir os ganhos reais em saúde, face ao custo crescente dos mesmos”, indica o documento.

No primeiro semestre do ano passado, os encargos do SNS com medicamentos oncológicos em meio hospitalar ultrapassaram os 205 milhões de euros, quando, no mesmo semestre de 2014, tinham ficado abaixo dos 188 milhões.

Em termos de quantidade, do primeiro semestre de um ano, para o do ano seguinte, passou-se de 16 milhões de unidades, para 16,7 milhões.

Já na venda de medicamentos oncológicos em farmácia comunitária, a diferença não é tão significativa. Do primeiro semestre de 2014 para o de 2015, os encargos do SNS cresceram 1,3% e as quantidades superaram este crescimento, aumentando 2,1%.

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