ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica apreendeu perto de duas toneladas de carne e derivados, produtos de pastelaria...

O material apreendido, que incluía seis instrumentos de pesagem, está avaliado em perto de 20.000 euros, refere um comunicado da ASAE, acrescentando que a Autoridade deteve duas pessoas e suspendeu a atividade a outros tantos operadores económicos por incumprimento dos requisitos de higiene.

Nas várias ações de fiscalização realizadas na semana passada a nível nacional, e que foram direcionadas para entrepostos frigoríficos, centrais de compras e armazéns de produtores alimentares, com vista à verificação das condições de armazenamento e distribuição, a ASAE fiscalizou 109 operadores económicos.

A autoridade instaurou quatro processos-crime por géneros alimentícios avariados e fraude sobre mercadorias e 15 processos de contraordenação, cujas principais infrações foram o incumprimento dos requisitos gerais de higiene.

12 mortes por dia
As infeções hospitalares matam mais em Portugal do que os acidentes de viação, estimando-se 12 óbitos diários por esta causa,...

Estes dados foram divulgados, durante a apresentação do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA), da Direção-Geral da Saúde.

Segundo o estudo, o número de óbitos por infeções hospitalares “é muito superior ao de acidentes de viação”, estimando-se que em 2014 tenham ocorrido 4.500 mortes por esta causa, com uma despesa associada de 300 milhões de euros”.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, destacou precisamente o aumento de mortalidade por infeções, nos cuidados de saúde, sublinhando que “se morre sete vezes mais por infeções do que nos acidentes de viação”.

O diretor do programa, Paulo André Fernandes, confirmou que, “gradualmente, é um problema que tem vindo a aumentar e que tende a aumentar, se não houver mobilização de esforços e recursos para que isso não aconteça”.

Entre esses esforços, conta-se a intenção do Ministério da Saúde de avançar em 2017 com incentivos financeiros aos hospitais que consigam reduzir as infeções.

Para tal, serão necessários “indicadores claros, que serão disponibilizados até junho deste ano”, revelou o secretário de Estado.

“No segundo semestre, vamos monitorizar e, a partir daí, colocar objetivos para que, no contrato programa de 2017, sejam implementados e, em função de serem atingidos, sejam ressarcidos os hospitais para premiar as boas práticas”, acrescentou.

Também Paulo André Fernandes considera os incentivos financeiros "um instrumento importante para que medidas sejam tomadas", já que, “mais de um terço das infeções podem ser prevenidas”.

“O objetivo é que, através do incentivo financeiro, consigamos que as instituições cumpram de uma forma mais cabal todas as recomendações de boas práticas nesta área”, considerou.

Além dos incentivos financeiros, a tutela defende que os conselhos de administração dos hospitais e as direções clínicas estejam mais sensibilizados para a importância de administrarem de forma mais criteriosa os antibióticos (para reduzir a resistência dos microrganismos) e adotarem outras medidas recomendadas no programa, como diminuir a duração terapêutica antibiótica e não usar estes medicamentos na ausência de infeção bacteriana.

“É uma área extremamente crítica para a prestação dos cuidados de saúde, temos de dar os meios para que os profissionais de saúde possam mudar práticas e reduzir infeções, prevenindo a ocorrência”, acrescentou o governante.

Neste âmbito, foi criado, por despacho publicado, um grupo de trabalho composto pela Direção-Geral da Saúde, o Instituto Ricardo Jorge, o Infarmed e a ACSS, que deverá garantir, até final de junho deste ano, os mecanismos que permitam obter dados e indicadores, por hospital, relativos a consumo antibióticos, resistência antimicrobiana e infeções hospitalares.

Estes dados e indicadores constituem o denominado “índice de qualidade PPCIRA”, que, a partir de 2017, ficará associado à atribuição de incentivos, no âmbito dos contratos programas dos hospitais.

Desejos alimentares
Sentir uma vontade incontrolável de comer um doce, chocolate, queijo ou carne pode significar que o
Vontade de comer

A vontade constante em ingerir determinado alimento pode indicar um certo tipo de carência nutricional. Este tipo de sinal dado pelo cérebro é, aliás, bastante comum entre pessoas que não possuem uma alimentação equilibrada.

Embora ainda não existam estudos que comprovem com veemência a relação entre o desejo e carência de nutrientes, sabe-se que o cérebro costuma sinalizar quais os componentes em falta.

Além disso, todos os alimentos estão associados a uma relação afetiva, podendo “carregar” sensações que nos lembram a infância ou outros momentos que promovem a nossa sensação de bem-estar.

Quem é muito stressado ou ansioso, por exemplo, costuma sentir vontade de comer alimentos salgados.

De acordo com os especialistas, esta necessidade surge da incapacidade do nosso organismo produzir tanto cortisol quanto aquele que é libertado num momento de stress. Com a exigência a que estamos sujeitos, nos dias de hoje, é frequente haver uma sobrecarga do nosso organismo.

O forte desejo de comer chocolate, por outro lado, pode indicar carência em magnésio – um mineral vital para a pele e cabelo.

Sabe-se, por exemplo, que os níveis de magnésio descem durante a segunda metade do ciclo menstrual, o que sugere uma possível ligação com muitos dos sintomas da Tensão Pré-Menstrual (TPM).

De acordo com Nicola Lowe, professor de Ciências Nutricionais da University of Central Lancashire, beber muito café, chá, refrigerantes ou álcool pode ser responsável por esta quebra de magnésio no organismo.

Caso não consiga resistir ao chocolate escolha um que contenha 75 por cento de cacau, mais rico em magnésio e mais pobre em açúcar.

Nozes, vegetais verdes, sementes da abóbora, pão ou arroz integrais são boas opções para repor os valores deste mineral.

A carne vermelha poder sugerir falta de proteína, vitamina B12, ferro e zinco. A carência destes nutrientes pode levar a uma anemia.

Marisco, lentilhas, pão integral, espinafre, queijo e sementes de abóbora são ricos nestes nutrientes.

A vontade de consumir café está relacionada com a diminuição dos níveis de potássio. Esta carência gera fraqueza e hipoglicemia. Tonturas e desmaios podem ser a consequência desta condição.

Os especialistas explicam que, nestes casos, os níveis de dopamina diminuem e a cafeína ajuda estimular o sistema nervoso central.

A falta de crómio – um mineral que age com a insulina para facilitar a absorção de glicose do sangue – é responsável pelo desejo de comer doces.

Vários estudos demonstram a capacidade deste mineral em equilibrar os níveis de açúcar no sangue em doentes diabéticos.

De acordo com o especialista, Nicola Lowe, optar por doces quando se tem níveis baixos de açúcar acabar por agravar o problema, uma vez que, faz com que o organismo produza insulina e com que exista uma queda mais acentuada de açúcar, como consequência.

Neste caso deve optar por consumir carnes ricas em crómio como fígado, rim e frango. Cenoura, brócolos, espargos ou batata são, ainda, excelentes fontes deste mineral.

A necessidade de comer queijo significa carência de cálcio. Este nutriente, para além de ajudar a formar e manter dentes e ossos saudáveis, tem ainda um papel essencial para o sistema nervoso central e muscular.

Leite, iogurte, sardinha em lata, salmão, amêndoas e brócolos são boas fontes de cálcio. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Entidade Reguladora da Saúde
A Entidade Reguladora da Saúde recebeu no primeiro semestre do ano passado 17.823 processos de reclamações, com os prestadores...

Dos 17.823 processos de queixas e reclamações que chegaram à Entidade Reguladora da Saúde (ERS) entre janeiro e junho de 2015, 66,3% relacionaram-se com prestadores públicos e os com internamento os mais visados.

A maioria das reclamações (50,9%) visava prestadores situados na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Na sequência do alargamento das competências da ERS, nomeadamente no âmbito territorial, foram ainda registados processos provenientes das Regiões Autónomas: dois relativos à Região Autónoma da Madeira e dois sobre prestadores da Região Autónoma dos Açores.

Este é, aliás, o primeiro relatório da ERS a ser elaborado e divulgado após a publicação do regulamento que definiu os termos, as regras e as metodologias que presidem ao seu Sistema de Gestão de Reclamações (SGRec), sendo por isso “bastante diferentes” dos anteriores

A temática mais recorrentemente assinalada nas reclamações é a dos tempos de espera (com 20,6% das ocorrências), seguindo-se os cuidados de saúde e segurança do doente (15,9%).

Os procedimentos administrativos, a focalização no utente, o acesso a cuidados de saúde, questões financeiras foram os outros motivos das queixas dos utentes.

“Os tempos de espera são o tema mais mencionado em reclamações visando prestadores com internamento, independentemente de se tratar de estabelecimentos do setor público ou não público”, lê-se no documento.

Em relação aos prestadores sem internamento, “no setor público há uma maior referência a dificuldades no acesso a cuidados de saúde, enquanto o setor não público reclama maioritariamente sobre procedimentos administrativos”

No primeiro semestre do ano passado, a ERS recebeu ainda 2.027 elogios e louvores, na sua maioria provenientes de utilizadores de estabelecimentos localizados na região de saúde de Lisboa e Vale do Tejo (55,7%).

As unidades do setor público receberam 73,3% dos elogios, os quais são mais frequentes em estabelecimentos com internamento.

O pessoal clínico (33,9%) e a organização dos serviços clínicos (23,5%) são os mais visados nestes elogios.

Estudo
A maioria dos adolescentes portugueses gosta da escola, sobretudo dos colegas e dos intervalos, mas são a nível mundial os...

Segundo o inquérito "Health Behaviour in School-aged Children" (HBSC) feito para a Organização Mundial da Saúde, os jovens portugueses têm “uma pior perceção da sua performance escolar, comparando com grande parte dos países” analisados, num total de mais de 40 estados da Europa e da América do Norte.

Em Portugal foram inquiridos mais de 6.000 alunos dos 6º, 8º e 10º anos, tendo as últimas entrevistas ocorrido em 2014.

Os jovens portugueses têm tradicionalmente uma pior perceção da sua performance escolar, mas ainda assim esta situação tem melhorado ligeiramente.

Em média, os estudantes portugueses referem “grande stress” com os trabalhos da escola, sobretudo em comparação com os outros países.

Já quanto ao gosto pela escola, os adolescentes em Portugal mostram melhor apreciação do que a média dos restantes países, mas o seu gosto centra-se sobretudo no convívio social e não na vertente académica.

Grande parte destes dados nacionais tinha sido já divulgada o ano passado, mas é possível agora aos responsáveis pelo projeto HBSC fazer uma comparação com as conclusões obtidas pelos outros países nalguns pontos.

No inquérito português, o número de jovens que afirmava sentir fome por não ter comida em casa tinha aumentado em 2014, um fenómeno que se tinha mantido estável desde 2006.

Nos dados divulgados no ano passado pelos responsáveis portugueses, 99% dos inquiridos relatavam ter boa nutrição, mas 80% ingeriam comida não saudável, 75% afirmavam comer por vezes demasiado e 63% reportavam comer “o que calha”.

O mesmo inquérito revelava que um em cada seis adolescentes portugueses entre os 13 e os 15 anos se magoaram a si próprios de propósito mais do que uma vez em 2014, a maioria deles nos braços.

As auto-mutilações apresentavam uma tendência crescente, com 15,6% dos adolescentes do 8º e 10º anos a referirem ter-se magoado de propósito mais do que uma vez e 20% disseram tê-lo feito pelo menos uma vez.

Como positivo, o estudo HBSC aponta para um decréscimo do consumo de álcool, tabaco e substâncias ilegais, uma realidade que é comum aos adolescentes europeus.

Quanto à sexualidade, o número de adolescentes portugueses que já teve relações nas idades abarcadas pelo estudo tem vindo a diminuir desde 2006, o que aponta para que comecem mais tarde a vida sexual (um dado partilhado com as outras realidades europeias).

Apesar disso, em 2014 houve uma diminuição do uso do preservativo e um aumento das relações sexuais associadas ao consumo de álcool.

Entre as razões para não usar o preservativo, os jovens referem como motivos centrais “não ter pensado nisso”, “não ter preservativo consigo”, “os preservativos serem muito caros” ou “ter bebido álcool em excesso”.

“Em Portugal foi ainda preocupante que nem todos os adolescentes que já referem ter tido relações sexuais consideram que tiveram na altura em que quiseram e decidiram”, refere a coordenadora nacional do projeto HBSC, Margarida Gaspar de Matos, apontando para a necessidade de a educação sexual sair do âmbito da prevenção de risco e passar a abordar a sexualidade em termos de competências pessoais, de equidade de género e de direitos humanos.

Ordem dos Veterinários
O bastonário da Ordem dos Veterinários, Jorge Cid, considerou que a dedução do IVA de despesas veterinárias em IRS é “uma...

Jorge Cid, que falava na sequência da aprovação da proposta do PAN para deduzir IVA de despesas veterinárias em IRS, até ao limite de 250 euros, disse que “é uma vitória”.

“A Ordem acha que é a vitória do conceito de uma só saúde, ou seja: saúde humana e saúde animal. Isto é um reconhecimento da Assembleia da República e uma justiça para as pessoas que têm animais de companhia, que a partir de agora podem deduzir no seu IRS as despesas com os seus animais”, salientou.

No entender do Bastonário dos Veterinários, esta medida é “justa e é uma contribuição para a saúde pública".

“Nós lutámos por ela e finalmente conseguiu-se. No entanto, lembro que esta não é a nossa principal luta. A nossa principal luta é a eliminação do IVA nos atos médicos”, sublinhou.

De acordo com Jorge Cid, têm havido algumas mudanças nos últimos anos e, finalmente, reconheceu-se a importância de um animal de companhia nas pessoas.

“O animal é visto como mais um elemento da família. Por isso, é importante que as pessoas possam ter acesso a cuidados de saúde. Há muitas pessoas que não têm dinheiro para tratar convenientemente os seus animais”, declarou.

O bastonário disse não conseguir entender porque é que “uma atividade que é médica, que é de saúde e que está diretamente ligada à saúde pública é a única que ainda paga IVA".

“Faz sentido que essas despesas não sejam oneradas com 23%, como se fossem um artigo de luxo. Esta é a nossa grande luta”, concluiu.

O IVA das despesas veterinárias vai passar a poder ser deduzido em sede de IRS, até ao limite de 250 euros, depois de os deputados terem na segunda-feira aprovado uma proposta de alteração ao Orçamento para 2016, apresentada pelo PAN.

A proposta do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) previa que as despesas com atividades veterinárias passassem a integrar a lista de atividades que são alvo de um benefício fiscal específico em sede de IRS.

Tal como já previsto para as despesas com alojamento, restauração, reparação automóvel e cabeleireiros, os consumidores que tenham despesas com cuidados veterinários e que peçam fatura com o número de identificação fiscal podem deduzir 15% do IVA suportado com estas despesas até um limite total de 250 euros.

 

O sistema atualmente em vigor permite a dedução destas despesas veterinárias mas engloba-as nas despesas gerais, juntamente com outras despesas familiares, como a conta do supermercado ou o abastecimento do automóvel, por exemplo.

184ª reunião da Sociedade Portuguesa de Ginecologia
Dados apresentados na 184ª reunião da Sociedade Portuguesa de Ginecologia revelam que, na última década, o Centro Hospitalar e...

Fernanda Águas, Presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG), justifica o decréscimo do recurso a estas cirurgias no tratamento de miomas uterinos, referindo que “a classe médica tem acompanhado a evolução farmacológica e utilizado, cada vez mais, as diferentes opções de tratamento médico com objetivo de controlar as hemorragias uterinas anormais associadas aos miomas uterinos. Por outro lado têm surgido, de forma inovadora, novas opções medicamentosas que permitem nalguns casos evitar a histerectomia ou facilitar a realização de uma intervenção cirúrgica menos invasiva que conserve o útero da mulher”. Fernanda Águas acrescenta que “as mulheres são cada vez mais associadas a todas as decisões de modo a que possam optar pela terapêutica que vá de encontro às suas expectativas. O facto de, na nossa sociedade se assistir ao adiamento da maternidade, por vezes até à 4º década da vida, preconiza a que se possam oferecer outras alternativas no tratamento dos miomas, tais como um tratamento cirúrgico conservador ou apenas tratamento médico”.

No global, a idade média das mulheres submetidas a histerectomias no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) aumentou (de 52 para 55 anos), sendo mais frequente nas mulheres pós-menopáusicas (de 31 para 44% das mulheres), o que revela uma atuação mais conservadora por parte dos especialistas junto das mulheres mais novas.

As histerectomias são cirurgias que consistem na remoção do útero do que resulta a ausência de menstruação e a incapacidade de engravidar. Só em 2014, os miomas uterinos foram responsáveis pela realização de 3325 histerectomias nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), acarretando um custo superior a 2600€ por ato cirúrgico.

Os miomas uterinos afetam cerca de 2 Milhões Mulheres em Portugal e, quando sintomáticos, causam dor, hemorragias e degradam a qualidade de vida da mulher, são a principal causa de recurso a histerectomias.

Entidade Reguladora da Saúde
Dados de 2010 a 2014. Relatório da ERS diz que cenário é melhor nas Unidades de Saúde Familiar do que nos centros de saúde. As...

Nas Unidades de Saúde Familiar (USF), a percentagem da população com médico de família ronda sempre os 100%. Já nas Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) — que são, no essencial, os tradicionais centros de saúde —, a taxa é inferior a 60% no Algarve e em Lisboa, escreve o jornal Público. Esta é uma das razões que levam a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) a dizer que as USF se saem melhor em termos de desempenho do que os centros de saúde. Seja como for, olhando para Portugal Continental como um todo, entre 2010 e 2014 o número de utentes com médico de família diminuiu 2%, diz a ERS.

“A Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo foi a região que apresentou uma diminuição mais acentuada, de 7%”, prossegue o relatório de Fevereiro que a ERS enviou às redações na madrugada de sábado. À luz destas contas, em 2014, 87% dos utentes dos Cuidados de Saúde Primários do Serviço Nacional de Saúde (SNS) tinham médico de família atribuído, acrescenta-se. “Por região de saúde, a ARS Norte destaca-se com maior percentagem (96%) e a do Algarve com menor (65%).”

Como todos os seus antecedentes, o anterior ministro da Saúde, Paulo Macedo, prometeu aumentar o número de utentes com médico de família. E os dados do Relatório Anual sobre o Acesso a cuidados de saúde, divulgado no ano passado, em Julho, até apontavam para uma redução dos que não tinham clínico atribuído. Contraditório que o que conclui agora a ERS?

O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, não se mostra surpreendido. “Não podemos confiar em nenhuma estatística do Ministério da Saúde pelo menos nos últimos quatro anos — a tutela anterior — porque essas estatísticas foram deliberadamente manipuladas para reproduzir um panorama róseo que nada tem a ver com a realidade na Saúde. E nesse sentido não me surpreende essa aparente contradição.”  Questionado sobre a dita contradição, o atual Ministério da Saúde não respondeu ao PÚBLICO em tempo útil.

Prossegue o bastonário: “Há muito tempo que eu dizia que o ministério anterior manipulava as estatísticas. Por outro lado, o período entre 2010 e 2014  registou um grande boom de reformas de médicos. Entretanto, em 2015 entraram mais jovens médicos. Nessa altura reformaram-se 415 enquanto mais 1000 jovens médicos especialistas começaram a trabalhar, o que trouxe maior equilíbrio.”

Dados de Janeiro de 2016 da Administração Central do Sistema de Saúde mostram que havia naquele mês 1.053.844 utentes (10,5% do total) sem médico de família atribuído, contra os 13% em 2014 mencionados pela ERS.

A questão do acesso a médicos de família é apenas um detalhe no relatório da ERS, divulgado este fim-de-semana, uma resposta a uma solicitação do Ministério da Saúde, feito no ano passado, para que fosse feito um estudo comparativo entre USF e UCSP. Explique-se do que se trata: o modelo de gestão das USF distingue-se do modelo clássico de centro de saúde, desde logo porque as USF só surgem por iniciativa das equipas de médicos e enfermeiros. Mais: têm um grau de autonomia e de gestão participativa dos profissionais que as UCSP não têm.

Em Portugal, as pessoas estão inscritas em USF modelo A (ou seja, USF em fase experimental), ou nas USF modelo B (onde os profissionais de saúde recebem incentivos financeiros com base nos resultados) ou nas UCSP (os centros de saúde tradicionais, que são o tipo de unidade mais comum na rede de cuidados de saúde primários).

O que a ERS fez foi comparar estes três tipos de unidades. E as USF modelo B ganham às outras. Pela razão que já se viu, mas não só: há nelas uma taxa de utilização de consultas médicas, de planeamento familiar, de serviços de enfermagem e de domicílios mais alta, concluiu a ERS. Por outro lado, as UCSP “foram visadas em maior número de reclamações rececionadas pela ERS, destacando-se como principais constrangimentos a demora na marcação de consulta programada para adulto, a pedido do utente, e o não cumprimento do Tempo Máximo de Resposta Garantido no âmbito de consulta por motivo de doença aguda”. Já as USF de modelo B não tiveram nenhuma reclamação relativamente a demora na marcação de consulta por motivo de doença aguda.

Para além disso, as USF — sobretudo as B, uma vez mais — gastam menos com medicamentos e com meios complementares de diagnóstico e terapêutica. E “nos indicadores relativos a cuidados de saúde de prevenção (indicadores de vigilância oncológica, de rastreio, e de plano de vacinação), e a prevalência de doenças, as USF de modelo B exibiram um melhor desempenho, seguidas pelas USF de modelo A”.

Em suma, conclui o regulador, “os principais resultados do estudo indiciam um melhor desempenho por parte das USF modelo B na maioria dos indicadores considerados”.

Em 2014, o Tribunal de Contas tinha concluído, numa auditoria divulgada pela agência Lusa, que “os incentivos institucionais e financeiros atribuídos às USF e aos seus profissionais (USF modelo B) não acompanham o grau de eficiência económica revelado”.

Sociedade Portuguesa de Diabetologia
Todos os anos surgem cerca de 300 novos casos de crianças e adolescentes com diabetes tipo 1 em Portugal.

A incidência da doença tem vindo a aumentar, sobretudo na faixa etária dos 0 aos 5 anos, e a Sociedade Portuguesa de Diabetologia alerta para a necessidade de cuidados de qualidade a implementar desde o diagnóstico, salientando a importância de medidas capazes de prevenir as complicações tardias da diabetes, escreve o Sapo.

Rosa Pina, coordenadora do Grupo de Estudos Diabetes na Criança e Adolescente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia refere que "atualmente são reconhecidas repercussões quer da hiperglicemia quer da oscilação entre valores extremos de glicemia. Estudos recentes revelaram possíveis consequências neurocognitivas da cetoacidose, reforçando a importância da implementação de cuidados de qualidade desde o diagnóstico".

"As novas tecnologias, nomeadamente sistemas de perfusão subcutânea de insulina e monitorização contínua da glicose têm vindo a permitir de forma cada vez mais eficaz atingir estes objetivos e trazer novas perspetivas de futuro para estas crianças", refere Rosa Pina, relembrando ainda que "esta evolução no entanto, leva ao aumento diário das solicitações e exigências para os pais, crianças e adolescentes, com maior risco de não adesão e maior necessidade de acompanhamento por equipas multidisciplinares em centros de referência".

"Estas equipas devem estar atentas e ser pró-ativas em relação às alterações da dinâmica familiar, às exigências das várias etapas do desenvolvimento e às situações de conflito capazes de constituir barreiras à adesão terapêutica. Os cuidados de qualidade devem incluir a intervenção a nível social, de forma a garantir a extensão de cuidados à escola", conclui a pediatra.

A diabetes na criança e adolescente é um dos temas que estará em destaque no 12º Congresso da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, um evento que vai juntar mais de 1000 especialistas, de renome nacional e internacional na área da diabetes, em março, em Vilamoura, Algarve.

Estudo
Um exame de sangue experimental poderá vir a detetar uma gama variada de doenças, como cancro e esclerose múltipla, baseado em...

O trabalho, publicado na revista Proceedings da Academia Nacional de Ciências, ainda está nos seus estádios iniciais, mas abre vastas possibilidades nesse sentido, escrevem os autores do estudo.

"Vemos este método como um avanço de enorme potencial, mas ainda vai demorar algum tempo para ser realizado", comenta o coautor da investigação Yuval Dor, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém.

"Estamos a trabalhar intensamente para isso, mas a sua aplicação clínica ainda é uma realidade distante", explicou o cientista por e-mail à agência de notícias France Presse.

Até agora, segundo o Sapo, o método foi testado em 320 pacientes com sucesso. Detetou cancro pancreático, diabetes, lesão cerebral traumática e esclerose múltipla.

De acordo com os investigadores, quando as células morrem podem significar que uma doença está a afirmar-se no corpo, como um tumor em formação ou uma doença autoimune ou neurodegenerativa.

Os cientistas sabem há algum tempo que as células que morrem libertam fragmentos no ADN. O novo método baseia-se na identificação da modificação química, a partir da metilação do ADN. "O nosso trabalho prova que as origens de tecidos de ADN circulante podem ser medidos em humanos", disse a co-autora Ruth Semer da Universidade Hebraica.

"Isto representa um novo método para deteção de morte celular em tecidos específicos e uma abordagem interessante para a medicina de diagnóstico", afirma a investigadora.

E ainda não é claro quanto poderá custar o teste se vier a ser melhorado e comercializado.

17 anos depois
Após 17 anos de análises, a Justiça francesa deliberou o fim das investigações a uma vacina contra a hepatite B, que...

A decisão do juiz de instrução está em conformidade com os requisitos dos promotores: que concluíram a ausência de "causalidade" entre a vacinação contra a hepatite B e o aparecimento destas doenças, não retendo "falta de imprudência ou negligência" dos acusados, escreve o Sapo.

Uma das advogadas das partes civis, Gisèle Mor, contactada pela agência de notícias France Presse, diz que a decisão é um "escândalo judiciário e acusa os juízes de "não realizaram verificações" sobre o trabalho de controlo de produto pela administração sanitária.

A origem do caso remonta a uma vasta campanha lançada pelo governo francês em 1994, visando vacinar mais de 20 milhões de franceses contra a hepatite B, um vírus que aumenta o risco de cirrose ou cancro do fígado.

No entanto, registaram-se casos de esclerose múltipla ou outras doenças neurológicas em vacinados, alimentando dúvidas sobre a inocuidade da vacina.

O caso contribuiu, entre outros fatores, para o desenvolvimento do movimento anti-vacina em França, com as autoridades de saúde do país a registarem uma crescente relutância na vacinação infantil.

A desconfiança da população em relação às vacinas em geral aumentou de 10% em 2005 para 40% em 2010, segundo o Instituto Nacional de Prevenção e Educação em Saúde daquele país.

Todos os anos
Quase 300 mil pessoas morrem anualmente devido ao consumo de narcóticos ilegais, entre sobredoses e outros problemas associados...

Yuri Fedotov falava na abertura de uma reunião da Comissão de Estupefacientes das Nações Unidas (CEONU), iniciada na capital austríaca, que conta com a presença de ministros e de altos responsáveis de 53 países e de numerosas instituições e organismos internacionais, com vista a consensualizar posições para a próxima sessão especial sobre drogas da Assembleia Geral da ONU, de 19 a 21 de abril.

Segundo Fedotov, atualmente existem 27 milhões de toxicodependentes com problemas graves de saúde, em que 12 milhões deles utilizam drogas injetáveis, como a heroína, escreve o Diário Digital.

O diplomata russo sublinhou que o tráfico de drogas e as enormes receitas que gera constituem um "grande problema" em várias regiões do mundo, entre elas, destacou, a América Central.

"As crescentes ligações entre os grupos do crime organizado e a violência extremista e terrorista estão a sair beneficiados pelo tráfico de drogas", lembrou Fedotov, que lamentou que os programas de prevenção, tratamento e reabilitação de consumidores "continuem escassos em muitos países".

Apelando aos vários países para que apliquem medidas baseadas no respeito pelos direitos humanos, com base em programas de prevenção e de reinserção social, Fedotov realçou que há alternativas à detenção por delitos menores, como a posse de droga para consumo pessoal.

Com essas medidas, sublinhou, evitar-se-á que os indivíduos vulneráveis na prisão possam ser recrutados por criminosos ou mesmo por terroristas.

Fedotov destacou também que a aplicação da pena de morte por delitos relacionados com drogas "não está nem na letra nem no espírito das convenções internacionais".

Numerosas organizações não governamentais mostraram-se críticas ao atual enfoque internacional no combate ao tráfico de drogas e têm defendido uma revisão na próxima reunião da Assembleia Geral da ONU, em abril, a primeira em quase duas décadas.

Segundo um relatório recente da ONG Harm Reduction International, com sede em Londres, anualmente, em todo o mundo, são investidos 100 mil milhões de dólares (cerca de 89.670 milhões de euros) no combate repressivo às drogas, quando 83% dos delitos relacionados com estupefacientes são apenas a posse de pequenas quantidades para consumo próprio.

Apesar dos esforços internacionais, o número de consumidores aumentou quase 20%, passando de 206 milhões em 2006 para 246 milhões em 2013, indica a ONG britânica, citando dados das próprias Nações Unidas.

Estudo
Cerca de 12,6 milhões de pessoas morreram por viverem ou trabalharem em ambientes pouco saudáveis em 2012, o que representa um...

Intitulado “Prevenção das doenças através de ambientes saudáveis: Uma avaliação global do peso das doenças provocadas por riscos ambientais”, o estudo conclui, segundo o Diário Digital, que os fatores de risco ambiental, como a poluição do ar, da água ou do solo, assim como a exposição a químicos, as alterações climáticas ou as radiações ultravioleta, contribuem para mais de 100 doenças e lesões.

As doenças não-comunicáveis, como os acidentes vasculares-cerebrais, a doença cardíaca, os cancros ou as doenças respiratórias crónicas, representam hoje dois terços (8,2 milhões) das 12,6 milhões de mortes provocadas por fatores ambientais, revela a segunda edição do estudo, publicado pela primeira vez há 10 anos.

Direção-Geral da Saúde
As taxas de resistência de alguns microrganismos multirresistentes diminuíram entre 2011 e 2014, a par de uma redução do...

O aumento da resistência aos antibióticos constitui um “perigo para a saúde mundial”, que tem levado as autoridades de saúde a envidarem esforços para as boas práticas médicas e hospitalares, no sentido de prevenir infeções mais frequentes, revela o relatório “Portugal-Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos 2015”, da Direção-Geral da Saúde.

Em consequência dessas medidas, registaram-se “evoluções positivas no consumo de antimicrobianos, principalmente na classe das quinolonas (um dos medicamentos relativamente ao qual o número de bactérias resistentes tem aumentado), cujo consumo desceu, entre 2011 e 2014, 27% no ambulatório e mais de 8% a nível hospitalar”.

A situação mais preocupante é a da resistência elevada da bactéria Escherichia coli (responsável pela maior parte das infeções urinárias) aos antibióticos da classe das quinolonas.

Igualmente tem-se registado uma inversão da tendência crescente no consumo de carbapenemos (antibióticos de largo espectro utilizado em algumas infeções graves por agentes multirresistentes), que diminuiu 5% entre 2013 e 2014.

Em 2011, Portugal era o país da Europa que mais usava carbapenemos. Em 2014, apesar da redução de 5%, o seu consumo ainda era 2,3 vezes superior à média europeia, refere o documento, que destaca que, apesar de dever ser a “última alternativa terapêutica”, se tem verificado um “uso excessivo em alguns hospitais”.

O relatório salienta que “a principal ameaça” é constituída pelo microrganismo Klebsiella pneumoniae resistente aos antibióticos da classe dos carbapenemos, já presente em todo o mundo.

“Registaram-se surtos hospitalares de infeção por esta bactéria, pontuais e localizados, tendo sido implementadas medidas de contenção da sua disseminação”, revela.

Ainda no período entre 2011 e 2014, verificou-se também redução das taxas de resistência em alguns microrganismos multirresistentes, como Staphylococcus aureus resistente à meticilina, Enterococcus ou Acinetobacter, mas que ainda assim se mantêm elevadas, “considerando-se fundamental a sua redução”, um dos principais objetivos do programa.

O relatório lembra que apesar de os antibióticos serem indispensáveis para a medicina, têm que ser “criteriosamente utilizados”, pois, ao contrário do que acontece com outros medicamentos, o seu uso sistemático tende a torná-los menos eficazes, quer para a pessoa tratar, quer para a comunidade envolvente.

“Embora o aparecimento de resistências seja uma consequência natural da utilização destes fármacos, o seu uso desregrado tem acelerado e agravado essa tendência, ao ponto de terem emergido estirpes microbianas resistentes à generalidade dos antibióticos habitualmente usados”, sublinha.

Simultaneamente, tem-se verificado um decréscimo acentuado da descoberta de novas classes de antimicrobianos, o que dificulta ainda mais o tratamento de algumas infeções.

Os autores do estudo alertam ainda para o “prolongamento inapropriado da administração de antibiótico no pós-operatório em doente sem infeção - ocorrência prevalente em 2014 –, o que não melhora o prognóstico e ainda aumenta o risco de infeção por agentes multirresistentes no doente operado.

Este é um dos principais desvios das boas práticas verificado na utilização de antibióticos nos hospitais portugueses, “não sendo justificável a sua persistência”, consideram os especialistas.

Discutir propostas para o SNS
Ordem solicitou reunião de urgência para discutir necessidade de nutricionistas no SNS e criação da carreira especial de...

Dois meses após a entrega do documento solicitado pelo Ministério da Saúde à Ordem dos Nutricionista com propostas para promover a sustentabilidade do Serviço Nacional da Saúde (SNS), a Bastonária da Ordem dos Nutricionistas volta a reunir hoje, dia 15, às 15 horas, com o Ministro da Saúde para discutir alguns dos contributos apresentados.

Em discussão estarão, nomeadamente, o incremento de nutricionistas nos recursos humanos adstritos às diversas estruturas do SNS, a criação da carreira especial de nutricionista e a criação do Serviço de Nutrição nas estruturas do SNS.

Recorde-se que o Ministério da Saúde avançou já com a intenção de apostar no incremento das consultas de nutrição nos centros de saúde, assumindo também vontade de aumentar o número de profissionais nos cuidados de saúde primários. Para a Bastonária, Alexandra Bento, “este pode ser o início da elevação da promoção da saúde e da prevenção da doença a um patamar mais nobre e de uma adequação mais realista da profissão às necessidades da população”.

Alexandra Bento salienta que “a Ordem preparou novos dados para apresentar ao Ministro da Saúde na reunião de hoje, mais minuciosos e ilustrativos da carência e das reais necessidades de nutricionistas no SNS, para responder às exigências de saúde da população.”.

 

A reunião decorrerá hoje, dia 15, pelas 15 horas, nas instalações do Ministério da Saúde (Av. João Crisóstomo, 9, Lisboa).

Reforçar estratégias no combate à Diabetes
A mais antiga associação de pessoas com diabetes do mundo é portuguesa e este ano celebra 90 anos. A Associação Protetora dos...

Tratamento e educação: os dois pilares em que o fundador Ernesto Roma assentou aquela que em 1926 se denominava Associação Protetora dos Diabéticos Pobres – porque foi fundada para fornecer insulina a nível nacional aos pobres e carenciados com diabetes - têm sido mantidos e alargados a cada vez mais pessoas ao longo dos seus anos de existência. A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) acompanha hoje mais do dobro das pessoas que acompanhava no ano de 2000, sendo que 70% das pessoas com diabetes tipo 2 acompanhadas na APDP são tratadas com insulina.

O número de utentes observados na Associação tem vindo a aumentar, situando-se agora nos 19 mil por ano. Com mais de 145 mil inscritos, a APDP deu perto de 29 mil consultas só em 2015, mais 7 mil que há 10 anos.

A Associação evoluiu para uma instituição de prestação de cuidados de saúde globais e de proteção às pessoas com diabetes, numa zona de influência correspondente ao território nacional e com ligações no campo assistencial, de investigação e formativo a várias instituições e organizações internacionais.

A APDP é, desde 2009, o único centro nacional reconhecido pela Federação Internacional de Diabetes como Centro de Educação da Federação Internacional da Diabetes (IDF) e, desde 2011, a nível europeu, é também reconhecida como clínica de referência no tratamento de crianças e jovens (Centre of Reference for Pediatric Diabetes).

“Temos muito orgulho em que a APDP tenha crescido como cresceu até se tornar um exemplo a seguir: Na associação, existem várias especialidades médicas de forma a que o doente possa ser visto em várias valências sem ter de se deslocar a outros locais. O nosso papel ao nível da prevenção e da formação também tem sido muito forte. Anualmente, formamos cerca de 1200 profissionais de saúde de equipas multidisciplinares, na Escola da Diabetes, nos centros de saúde/hospitais, em escolas, em congressos/seminários, entre outros. Ao todo foram 17000 os formandos que frequentaram cursos e estágios na APDP”, refere Luis Gardete Correia, presidente da APDP.

Este ano, com o apoio da Comissão Europeia, a APDP está a representar Portugal num estudo piloto que está a ser desenvolvido em cinco países europeus sobre prevenção da diabetes tipo 2 em adolescentes (Pre-Start). Presentemente, encontra-se em desenvolvimento a primeira fase do estudo que consiste em encontrar uma ferramenta comum de avaliação de risco.

Como parceira desta iniciativa, a APDP tem desenvolvido um programa de intervenção em escolas secundárias, com o objetivo de recolher resultados que contribuam para a implementação de estratégias que previnam o desenvolvimento futuro de diabetes tipo 2 em jovens entre os 12 e os 14 anos.

 

Ao longo deste ano, a Associação vai assinalar o seu 90º aniversário com diversas iniciativas comemorativas: a primeira, hoje, pelas 11h30, é uma Conferência dos 90 anos da APDP e decorre na Escola da Diabetes, em Lisboa, onde será apresentado o programa de atividades e a Comissão de Honra do aniversário. Estão ainda a ser desenvolvidas outras iniciativas como uma corrida, um concerto, um jogo de futebol, uma ação de apoio aos peregrinos de Fátima, entre outras. Mais informações em http://www.apdp.pt.

Organização Mundial de Saúde
As adolescentes europeias têm pior saúde mental do que os rapazes da mesma idade e, embora tenham menos excesso de peso, têm...

"Há uma clara emergência da desigualdade entre rapazes e raparigas, que começa na adolescência", disse Gauden Galea, diretor da divisão de Doenças Não Comunicáveis e Promoção da Saúde no escritório da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Europa, a propósito de um estudo sobre saúde dos adolescentes.

Realizado entre 2013 e 2014 junto de 220 mil adolescentes de 11, 13 e 15 anos em 42 países da Europa e América do Norte, o inquérito "Health Behaviour in School-aged Children" (HBSC) da Organização Mundial de Saúde conclui que 80% dos adolescentes estão genericamente satisfeitos com a sua vida.

No entanto, a satisfação com a vida diminui com a idade e aos 13 anos começam a surgir as diferenças entre rapazes e raparigas, sendo estas menos satisfeitas do que eles.

Há também uma diferença na proveniência dos adolescentes: os jovens de famílias mais afluentes têm em geral maior satisfação com a vida.

Segundo o relatório, as raparigas relatam ter menos saúde mental do que os rapazes e aos 15 anos, por exemplo, uma em cada cinco adolescentes diz que a sua saúde é regular ou fraca e metade diz ter queixas de saúde pelo menos uma vez por semana.

Um outro exemplo, destacado por Gauden Galea em entrevista à Lusa por telefone, "é que, embora objetivamente não tenham mais excesso de peso ou obesidade, [as raparigas] estão muito mais preocupadas com a sua aparência, têm muito mais probabilidade de estar insatisfeitas e de entrar em dietas".

Com efeito, 22% dos rapazes de 15 anos têm excesso de peso, contra 13% das raparigas, mas 43% das raparigas da mesma idade acha que é demasiado gorda, contra 22% dos rapazes.

Um quarto das raparigas de 15 anos diz estar a fazer dieta ou a tomar outras medidas para perder peso.

"Isto é um sintoma das pressões sobre as jovens para terem um certo aspeto, uma determinada imagem corporal", disse Galea.

O responsável sublinhou que a situação está também ligada à situação económica da família, sendo a perceção da saúde pior nas famílias mais pobres.

"Isto sugere que há um contexto social, que as famílias menos abastadas precisam de mais apoio, os pais precisam de ajuda para serem melhores pais", disse.

Galea defende por isso que os países devem abordar as conclusões deste relatório de uma forma transversal, juntando os ministérios da Saúde, Educação e Segurança Social, para "dar alguma atenção à situação das famílias e populações mais pobres".

Outra conclusão, defendeu, é que é preciso "valorizar mais as raparigas", que "precisam de aprender a desenvolver uma boa autoestima, a valorizar a sua vida e a saúde”.

Precisam também de “entender as pressões a que estão sujeitas”, nomeadamente dos media, “e saber ter recursos e resiliência para resistir ao impacto dessas mensagens".

O relatório HBSC é realizado de quatro em quatro anos desde há 33 anos e tem influenciado as políticas e a legislação em vários países europeus, diz a OMS.

“Os comportamentos relacionados com a saúde e os hábitos sociais adquiridos na segunda década de vida podem prolongar-se pela idade adulta e afetar toda a vida", disse a diretora regional da OMS para a Europa, Zsuzsanna Jakab, citada num comunicado. “Um bom começo pode durar uma vida inteira”.

Organização Mundial de Saúde
Os adolescentes europeus estão a fumar e a beber menos e a começar mais tarde a sua vida sexual, mas o uso do preservativo está...

Realizado entre 2013 e 2014 junto de 220 mil adolescentes de 11, 13 e 15 anos em 42 países da Europa e América do Norte, o inquérito "Health Behaviour in School-aged Children" (HBSC) conclui que os comportamentos de risco estão a diminuir nos adolescentes.

Relativamente ao último estudo do género, realizado em 2009/10, a proporção de jovens de 15 anos que fumaram o seu primeiro cigarro antes dos 13 anos desceu de 24 para 17%, enquanto a percentagem de adolescentes que dizem fumar pelo menos uma vez por semana diminuiu de 18 para 12%.

Também no consumo de álcool, o relatório detetou "declínios consideráveis" face ao último relatório, com a percentagem de jovens de 15 anos que dizem consumir álcool semanalmente a cair de 21 para 13% e a proporção de adolescentes que diz ter ficado bêbedo pelo menos duas vezes a cair de 32 para 22%.

"Este relatório tem uma série de muito boas notícias. A redução do álcool e do tabaco significa que as políticas que os países têm estado a implementar estão a tocar nos riscos do tabaco e do álcool nos jovens. Mas os países precisam de se manter vigilantes com as raparigas, mais do que com os rapazes", disse Gauden Galea, diretor da divisão de doenças não comunicáveis e promoção da Saúde do escritório da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Europa.

Com efeito, segundo o relatório, os rapazes têm maiores probabilidades de fumarem e de beberem, mas a diferença tende a esbater-se nos últimos anos.

"Temo que, embora haja um declínio em ambos, que o declínio nas raparigas não seja tão grande como nos rapazes", disse Galea.

No que diz respeito ao comportamento sexual, questão que só foi colocada aos jovens de 15 anos, o relatório conclui que a percentagem de adolescentes que diz já ter tido relações sexuais baixou de 29 para 24% no caso dos rapazes e de 23 para 17% no caso das raparigas.

No entanto, diminuiu a percentagem de jovens que usam preservativo, de 78 para 65%.

"É uma área que estamos a tentar abordar com os países na Europa e (...) pediremos aos 53 estados membros que considerem formas de melhorar o acesso aos contracetivos, mesmo entre adolescentes", disse Gauden Galea.

Para o responsável, "é importante que os jovens tenham um entendimento dos riscos, tanto em termos do impacto da gravidez nas suas vidas futuras (...) como num aumento do VIH e de outras doenças sexualmente transmitidas".

Galea defendeu que "é preciso fazer mais" e explicou que a abordagem passa por "educação sexual positiva e proativa", mas também por permitir que os jovens tenham acesso aos "instrumentos que lhes permitam proteger-se e às competências para exigi-lo aos seus companheiros".

Os investigadores detetaram ainda uma pequena redução na proporção de adolescentes que dizem ter-se envolvido em lutas pelo menos três vezes nos últimos 12 meses.

As lutas são mais frequentes nos rapazes e diminuem com a idade.

O bullying é outra questão analisada no relatório da OMS e, embora não haja grandes mudanças na probabilidade de se sofrer de bullying na adolescência, há uma ligeira redução na percentagem de jovens que admite ter feito bulliyng sobre outros aos 13 e 15 anos.

O relatório HBSC é realizado de quatro em quatro anos desde há 33 anos e tem influenciado as políticas e a legislação em vários países europeus, diz a OMS.

Especialistas alertam
A Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono e a Sociedade Portuguesa de Hipertensão alertaram que um “sono...

Na semana em que se assinala o Dia Mundial do Sono (18 março), as duas organizações alertam a população para a importância do sono e para as consequências nefastas da sua privação nos sistemas metabólico e cardiovascular.

Em declarações, o presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono (APCMS) e investigador do Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa, Miguel Meira e Cruz, explicou que "o sono interfere com a função cardiovascular”.

“O sono interfere nestes mecanismos e ajuda a regular a função cardiovascular, mas se não o temos de forma adequada também apoia o processo de desestabilização destes mecanismo e o aumento da prevalência da hipertensão e do risco cardiovascular global”, advertiu Meira e Cruz.

Esta posição é sustentada pelo presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, José Mesquita Bastos, afirmando que “a ausência de um sono com qualidade é um risco cardiovascular acrescido e associa-se a um pior prognóstico da hipertensão arterial, com consequente risco acrescido de enfarte e acidente vascular cerebral”.

As organizações alertam que os jovens constituem uma população de risco.

Segundo um estudo divulgado pela APCMS, apenas cerca de 20% dos adolescentes portugueses se aproximam do sono recomendado para o escalão etário (nove a dez horas) e que 12,5% dormem menos de sete horas durante a semana.

Os mais de 350 adolescentes envolvidos no estudos, 91,1% dos quais obesos, tinham “um sono claramente reduzido”, um “mau hábito” que abrange todos os escalões etários, “com repercussões que, embora sejam distintas, na dependência do período da vida que afetam, são sempre negativas”, frisou Meira Cruz.

O investigador citou ainda um estudo de 2012 que incidiu sobre cerca de 200 adolescentes da cidade de Lisboa e que mostrou que 34% destes eram hipertensos e que 12% eram colocados no ‘status’ de pré-hipertensão.

“Nós sabemos que existe uma associação clara entre o sono e a desregulação metabólica associada à obesidade e ao excesso de peso que também se conjuga para a doença cardiovascular, nomeadamente isquémica”, sublinhou.

O presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão recorda que a hipertensão é uma doença silenciosa, que afeta órgãos como o coração, o rim e o cérebro e que muitas vezes é detetada apenas quando já existem lesões irreversíveis.

“Existem fatores genéticos que determinam parte do risco. Porém, sabendo do contributo de outros fatores ambientais, como a alimentação, o consumo de sal e o sono, e a eficácia das medidas que podem ser aplicadas a estes níveis, é muito importante atuar, antes que seja tarde”, defendeu Mesquita Bastos.

Apesar da existência de resultados que “podem num ou noutro momento causar alguma controvérsia”, Meira Cruz assegura que “a relação entre privação de sono e risco de mortalidade cardiovascular é inequívoca e que vale a pena refletir, sobretudo numa perspetiva profilática, sobre a urgência de adquirir hábitos e padrões de sono saudável”.

Nas vésperas de se assinalar o Dia Mundial do Sono, o especialista deixou uma mensagem: “Vale a pena prevenir, durmam bem antes que seja tarde”.

No Japão
O gigante tecnológico japonês Toshiba e a Universidade de Osaka (centro) desenvolveram um sensor que deteta vírus infeciosos em...

Este novo sensor reconhece as formas dos vírus em poucos minutos, um feito que com os métodos existentes exige o recurso à ampliação dos genes, um processo que demora cerca de oito horas, informa o diário económico Nikkei.

A instituição de ensino e a empresa, que se encontra imersa num processo de venda da sua filial de equipamentos médicos Toshiba Medical Systems, planeiam lançar um dispositivo de diagnóstico baseado nesta nova tecnologia em 2020.

Apesar de não estar ainda claro quem irá oferecer os produtos relacionados com esta tecnologia – se a própria Toshiba ou o seu comprador, entre os quais a Canon parte como favorita –, a Toshiba anunciou que vai fabricar o chip que forma o núcleo.

Um diagnóstico mais rápido não só previne o aparecimento de sintomas severos no paciente, mas também contribui para reduzir a probabilidade de contágio.

Por isso, outras empresas japonesas também trabalham no desenvolvimento de tecnologias mais eficientes de diagnóstico.

É o caso da Konica Minolta que, com o Instituto Metropolitano de Medicina de Tóquio, concebeu um sistema de deteção do vírus da gripe alterando a tecnologia usada para os testes rápidos de gravidez.

O sistema, que usa um chip com um pigmento fluorescente de alto rendimento, pode ser utilizado também para detetar doenças transmitidas por mosquitos, como zika ou dengue.

Os atuais sistemas de deteção demoram entre um e dois dias desde o aparecimento dos sintomas, enquanto o novo reduz o tempo a 12 horas ou menos.

A empresa e instituição trabalham para poder comercializar o sistema em 2017, o qual chegaria sob a forma de um ‘kit’ com um custo na ordem dos 1.000 ienes (oito euros), detalhou o diário económico.

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