Relatório revela
A morte prematura de 550 mil pessoas em idade laboral na União Europeia devido a doenças crónicas, incluindo diabetes e cancro,...

Segundo um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico – OCDE hoje divulgado, estas estimativas não incluem as perdas adicionais relacionadas com menor produtividade e menor emprego das pessoas que vivem com doenças crónicas.

O documento refere que são 550 mil as mortes prematuras de pessoas entre os 25 e os 64 anos nos países da União Europeia a cada ano, resultando na perda potencial de 3,4 milhões de anos produtivos.

Nas doenças crónicas estão incluídos cancros, diabetes, doenças respiratórias ou patologias cardiovasculares.

Embora o diagnóstico precoce e os melhores tratamentos tenham aumentado substancialmente a percentagem de pessoas que sobrevivem a estas doenças, muitos países ainda têm dificuldades em aumentar as taxas de sobrevivência ao cancro, por exemplo.

Para a OCDE, a carga da saúde nos gastos com benefícios sociais é elevada, no entanto os estados-membros da União Europeia (UE) destinam apenas cerca de 3% em média dos seus orçamentos de saúde à saúde pública e à prevenção.

O relatório mostra um crescimento dos gastos em saúde, que foi lento em muitos países em 2015, representando no conjunto 9,9% do PIB da UE.

Enquanto Alemanha, Suécia e França gastam cerca de 11% do seu PIB em cuidados de saúde, os países mais orientais da UE tendem a gastar muito menos, entre 5% a 6%. Portugal situa-se, com 8,9% do PIB, abaixo da média da UE.

Em todos os países se prevê que a percentagem da despesa com saúde aumente nos próximos anos, sobretudo devido ao envelhecimento da população e às novas tecnologias de diagnóstico e terapêutica.

Centro de Prevenção da Obesidade Infantil
A Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil inaugura hoje, em Cascais, uma exposição de pinturas a óleo criadas pela...

A exposição pretende sensibilizar as famílias para importância da fruta na alimentação das crianças e ainda assinalar o lançamento do livro que conta também com o prefácio da apresentadora de programas culinários da televisão, Filipa Gomes.

Este livro solidário já está disponível nas melhores livrarias do país e cada exemplar vendido contribui com 1€ para “Missão 1 Quilo de Ajuda”, o fundo social criado pela Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI) para garantir a oferta de cabazes de fruta semanais para proporcionar lanche aos alunos mais carenciados das escolas portuguesas.

A mostra vai estar patente até 23 de Dezembro no Centro de Prevenção da Obesidade Infantil em Cascais e pode ser visitada de segunda-feira a sexta-feira, entre as 10h00 e as 17h00. As entradas são livres. Morada: Centro Comercial Jumbo de Cascais, Loja Nº27, 1º Piso, 2754-522 Cascais

O livro solidário "Dezasseis trincas para esvaziar o cesto da fruta" é ideal para oferecer como presente de natal a qualquer criança e pode ser adquirido presencialmente no local da exposição, nas livrarias ou ainda online no seguinte endereço: https://www.wook.pt/livro/dezasseis-trincas-para-esvaziar-o-cesto-da-fruta-joao-barbosa/18956069.

Estudo
Mais escolaridade e maior controlo dos riscos cardiovasculares ajudam a evitar doença. Portugal pode acompanhar tendência

Os novos casos de demência estão a diminuir. É esta a conclusão de um estudo realizado nos Estados Unidos que analisou mais de 21 mil pessoas em dois momentos: 2000 e 2012 e que revelaram que a taxa de incidência passou de 11,6% para 8,8%.Os dados vão ao encontro de outros estudos feitos na Europa, nomeadamente Reino Unido, que mostraram a mesma tendência.

Um sinal positivo que contraria as estimativas há muito traçadas: que as demências iriam aumentar muito com o envelhecimento da população. Mais educação e menos riscos cardiovasculares são fatores apontados como fundamentais na mudança desta equação. Portugal também pode acompanhar a tendência se continuar a apostar em políticas de saúde pública e com o aumento da escolaridade, dizem os especialistas contactos pelo DN.

O estudo norte-americano, publicado no jornal JAMA Internal Medicine, avaliou pessoas a partir dos 65 anos. A maior percentagem de casos de demência - onde a idade é um dos principais fatores de risco - foram detetados em pessoas acima dos 85 anos. Ao mesmo tempo o trabalho mostrou que o nível de escolaridade aumentou no mesmo período (cerca de um ano), sugerindo que os níveis de educação e culturais podem ser protetores e retardar o surgimento e evolução da doença. Mas este pode não ser o único fator importante, ainda que não tenha sido possível estabelecer uma relação direta: a diminuição dos riscos cardiovasculares também podem ter um peso importante. Embora o estudo revele que existem mais pessoas com diabetes e hipertensão, o diagnóstico precoce e o acesso a medicação correta estar a atenuar esse efeito.

"Existem seis estudos que apontam para a redução da incidência. Pensa-se que na causa destes resultados podem estar o maior controlo do risco cardiovascular e a chamada reserva cognitiva. A escolaridade é um indicador importante. Mas é importante perceber que estes resultados não são consensuais e dizer que há uma redução da taxa de incidência (novos casos) não é o mesmo que dizer que haja uma redução da prevalência (casos totais)" afirma ao Diário de Notícias Isabel Santana, investigadora da Faculdade de Medicina da Universidade de de Coimbra.

A neurologista explica que há uma relação entre a doença e a idade. Com a redução dos riscos cardiovasculares, as pessoas vão viver mais anos e dessa forma aumenta o número de pessoas que poderão desenvolver a doença. "Mas os resultados do estudo são uma boa novidade. É sinal que estas doenças são preveníveis. Até hoje não tinha havido uma medida de prevenção eficaz", diz Isabel Santana.

Poderemos esperar o mesmo em Portugal? "Não existem estudos nacionais, mas podemos dizer que as taxas de prevalência dos vários países são sobreponíveis. Em principio seguiremos o mesmo padrão. Existem vários planos estratégicos para controlo de fatores de risco e houve uma revolução cultural enorme nos últimos anos com o aumento dos anos de escolaridade", aponta.

António Leuschner, presidente do Conselho Nacional de Saúde Mental, reforça a ideia: "Esta é uma tendência que se apurou nos últimos três a cinco anos, contrariando as muitas previsões que com o envelhecimento populacional muito acentuado haveria um aumento da incidência. Isto quererá dizer que haverá menos novos casos", refere o psiquiatra, salientando que "o risco de demência é menor quanto maior é o nível de literacia e o nível de escolaridade atingido". Quanto a Portugal, "se o nível de acesso aos cuidados for bom, se comermos melhor, se reduzirmos o consumo de álcool e tabaco, com o nível de escolaridade é razoável esperar que a população que terá 65 anos daqui a 15 anos tenha níveis de literacia superiores e condições melhores. Mas se essas condições não existirem, não podemos esperar milagres. É fundamental que não se pare o processo para não se andar para trás", alerta.

Vítor Oliveira, presidente do Congresso de Neurologia, que decorre entre hoje e sábado em Lisboa, lembra que "quanto mais próximos estivermos dos países desenvolvidos, maior semelhança teremos com eles". Mas há um grande desafio que Portugal tem de ultrapassar e pode ter peso nos resultados: "O grande drama é o Acidente Vascular Cerebral (AVC) que ainda é a primeira causa de morte em Portugal enquanto que na média europeia e nos EUA está em terceiro lugar. Um quarto das demências são vasculares e o AVC é uma das causas. Há margem para tratar melhor e a prevenção é importante: mais exercício, redução do consumo de sal, da diabetes, menos sedentarismo e apostar num envelhecimento ativo".

Estudo
O sistema imunitário está ligado à hipertensão arterial, revela uma linha de investigação recente que já resultou num ensaio...

Apesar de ser muito falada, há muitos mistérios sobre a hipertensão arterial, um deles é a sua relação com o sistema imunitário. Uma equipa de cientistas em Itália tem estado a abordar esta nova linha de investigação e está a desenvolver uma terapia que poderá vir a ser aplicada aos hipertensos crónicos que não respondem aos medicamentos. O tratamento passa por matar um nervo do baço, impedindo que um grupo de células do sistema imunitário invada as paredes dos vasos sanguíneos e dê mais força à doença.

A técnica é experimental e foi aplicada só a ratinhos hipertensos, mas teve resultados positivos, escreve o jornal Publico. O estudo sobre este trabalho foi publicado na revista Nature Communications.

O aumento da pressão arterial está ligado ao aumento do batimento do coração. Episodicamente, não há mal no aumento do ritmo cardíaco. A reação fisiológica a uma situação de perigo passa pela injeção de adrenalina na circulação que faz o coração bater mais rápido, levando o sangue aos músculos e dando capacidade de resposta ao perigo.

O problema é quando a pressão arterial se mantém alta no tempo. As causas podem ser muitas, desde genéticas até ambientais. Do ponto de vista vascular, os vasos sanguíneos periféricos estreitam-se, o coração bate com mais força para garantir que o sangue continua a chegar a todos os tecidos e a hipertensão instala-se. Ao fim de muitos anos, surgem problemas sérios, como o acidente vascular cerebral.

Felizmente há medicamentos que atuam em diferentes órgãos e permitem diminuir a pressão arterial. Ainda assim, entre cinco a 10% dos hipertensos crónicos não reagem a estes medicamentos. Além disso, os mecanismos fisiológicos que se encadeiam desde a resposta a um fator de risco da hipertensão, como o excesso de sal no sangue, até à condição de saúde se manifestar são desconhecidos.

O trabalho publicado na Nature Communications e que foi coordenado por Giuseppe Lembo, do Instituto Neurológico Mediterrânico (Neuromed), em Pozzilli, Itália, poderá vir a destrinçar alguns dos mistérios desta doença. “Neste artigo, estivemos interessados em olhar para o sistema imunitário como causa da hipertensão”, disse ao PÚBLICO Daniela Carnevale, uma das autoras.

Mais precisamente, os cientistas estudaram a ligação entre a hipertensão, o sistema imunitário e o sistema nervoso simpático, que pertence ao sistema nervoso autónomo (não é controlado conscientemente). O sistema nervoso simpático é importante na manutenção da homeostase e atua nos órgãos do corpo em resposta aos stresses. Segundo a cientista, há muito que se sabe que a ativação exagerada do sistema nervoso simpático tem um efeito na hipertensão, tanto a nível do coração como dos rins – outro órgão importante na equação da doença. Mas a ligação ao sistema imunitário é a novidade.

“Quando há uma situação de hipertensão, há substâncias que são detetadas pelo cérebro e este ativa o sistema nervoso simpático”, explica Daniela Carnevale. “Este tipo de ativação no cérebro provoca uma descarga no baço.”

O baço é um órgão importante para filtrar o sangue, retirando os glóbulos vermelhos velhos da corrente sanguínea. Além disso, acumula linfócitos T (uma das várias classes de células do sistema imunitário), que entram em ação quando um novo organismo patogénico é detetado no sangue.

Estudos recentes mostraram que estes linfócitos T têm um papel importante na hipertensão arterial, explica um comunicado do Neuromed. Estas células são ativadas e migram para as paredes dos vasos sanguíneos dos órgãos afetados pela hipertensão, não só reforçando a doença mas também causando danos aos órgãos, como os rins. Não se compreende ainda o que os linfócitos T provocam no sistema vascular daqueles órgãos, e a equipa italiana quer estudar este fenómeno no futuro. Mas a pergunta por trás deste trabalho era, em primeiro lugar, compreender que estímulo é que os ativava.

Na experiência, os cientistas foram testar o papel do sistema nervoso simpático neste processo. E descobriram em ratinhos hipertensos que, quando cortavam o nervo vago que estimula o baço, os linfócitos T não saiam daquele órgão. “Descobrimos que o recrutamento [das células] do sistema imunitário e o aumento da pressão arterial dependem desta via”, explica-se no artigo.

Uma das hipóteses futuras é testar este método em doentes hipertensos que não respondem aos medicamentos. “Não tivemos nenhuns efeitos secundários desta intervenção nos ratinhos”, explica Daniela Carnevale. “Poderemos testar o mesmo procedimento em humanos.”

Para Rui Cruz Ferreira, médico e diretor do programa nacional para as doenças cerebrais e cardiovasculares da Direção-Geral da Saúde, esta investigação dá uma nova perspetiva sobre a hipertensão. Quanto à sua aplicação, o médico é prudente: “É um estudo experimental. Não quer dizer que resulte em humanos. Recentemente houve uma nova via de tratamento da hipertensão que passava pela denervação de certos nervos do rim. Era apontada como um tratamento muito auspicioso, mas os resultados ficaram aquém do esperado.”

Limites ultrapassados em 2015
A associação Zero transmitiu preocupação com os efeitos da má qualidade do ar na saúde e alerta que em 2015 se registaram &quot...

"A mortalidade associada à qualidade do ar ainda é muito significativa", salienta a Associação Sistema Terrestre Sustentável - Zero, referindo as "mortes prematuras anuais, as ultrapassagens de valores-limite e a forte necessidade de redução de emissões".

"2015 foi um mau ano em termos de qualidade do ar", resume a Zero, especificando que, com base em dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), "houve um conjunto de ultrapassagens significativas de valores-limite da qualidade do ar, principalmente por comparação com o ano de 2014".

Segundo a análise da Zero, verificaram-se 66 excedências ao valor-limite diário de partículas inaláveis na estação de monitorização da avenida da Liberdade, em Lisboa, local onde ocorreram também 20 excedências aos limites de dióxido de azoto, com a média anual "bastante superior ao permitido pela legislação europeia e nacional".

"Esta média foi igualmente superada no Porto, na estação de Francisco Sá Carneiro/Campanhã e em Braga na estação de monitorização de Frei Bartolomeu Mártires – São Vitor", acrescenta a associação liderada por Francisco Ferreira.

Naqueles casos, o tráfego rodoviário é o responsável pela ultrapassagem dos valores-limite, por isso, os ambientalistas consideram "indispensável a tomada de medidas para redução das concentrações, da responsabilidade fundamentalmente das autarquias das zonas afetadas".

Um relatório da Agência Europeia do Ambiente (EEA na sigla em inglês), hoje divulgado, conclui que a exposição a partículas finas PM2.5, a ozono e a dióxido de azoto causaram 6.640 mortes prematuras em Portugal, em 2013, mais que as 6.190 mortes estimadas para 2012.

As partículas finas associam-se a 6.070 mortes, o ozono a 420 e o dióxido de azoto a 150.

"Se em termos relativos, ponderando a população de cada país, a mortalidade no que respeita às partículas e ao dióxido de azoto é reduzida, já em relação ao ozono, o valor estimado para Portugal é dos mais elevados no contexto da União Europeia a 28", salienta a Zero.

A associação chama ainda a atenção para uma referência no relatório da EEA ao ozono.

"Em relação a um dos objetivos intercalares da denominada Diretiva Tetos Nacionais de Emissão que fixa valores máximos de determinados poluentes à escala anual e para cada país, deveria entre 1990 e 2010 ter-se reduzido a exposição da vegetação a elevadas concentrações de ozono numa área de pelo menos um terço do país, o que em Portugal e Espanha não foi conseguido", alerta.

O Parlamento Europeu vota hoje uma diretiva denominada Tetos Nacionais de Emissão, que atualiza os valores limite de emissão por país, para vários poluentes atmosféricos, e para a Zero "os limites deveriam ser mais ambiciosos dado o total de mortes prematuras" que provocam.

Tendo em conta os valores de emissão reportados em 2014, segundo a Zero, "os objetivos para 2020 já foram atingidos", porém, para amoníaco, óxidos de azoto e partículas finas, "haverá que desenvolver políticas ambiciosas ao nível do transporte rodoviário e na produção de energia elétrica".

Agência Europeia do Ambiente
A poluição do ar causou mais de 6.600 mortes prematuras em Portugal, em 2013, e no ano seguinte somente um local tinha um...

O relatório sobre qualidade do ar da Agência Europeia do Ambiente (EEA, sigla em inglês) refere que, em 2013, a exposição a partículas finas PM2.5, a ozono e a dióxido de azoto originaram 6.640 mortes prematuras em Portugal.

Este número é mais elevado que as 6.190 mortes estimadas pela EEA para 2012, para Portugal.

As partículas finas associam-se a 6.070 mortes, o ozono a 420 e o dióxido de azoto a 150, especifica a EEA.

No total dos 28 Estados membros da União Europeia (UE), o número de mortes atribuídos a poluentes atingiu 520.000 em 2013, sendo 436.000 relacionadas com as partículas finas.

O número de mortes devido às concentrações de partículas finas é mais elevado na Alemanha, com 73.400, seguida da Itália, com 66.630.

O documento da EEA apresenta ainda dados de 2013 recolhidos nos Estados membros e analisa as concentrações de partículas inaláveis (PM10)e PM2.5, ozono e dióxido de azoto, poluentes que podem causar problemas de saúde, cardíacos, respiratórios e cancro.

Nas estações de medição portuguesas somente é apontada uma situação acima dos limites de concentração definidos pela UE, em Lisboa, na avenida da Liberdade, referente ao dióxido de azoto.

A análise efetuada mostra que, em 2014, cerca de 85% da população urbana da UE estava exposta a partículas finas em níveis que afetam a saúde, nomeadamente doenças cardiovasculares, asma e cancro do pulmão, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A EEA refere ainda que as emissões de PM2.5 relacionadas com a queima de carvão e de biomassa nas habitações, assim como na área comercial e em edifícios institucionais não desceu para "níveis significantes".

Por outro lado, as emissões de amoníaco resultantes da atividade agrícola "continuam altas".

O diretor executivo da EEA, Hans Bruyninckx, citado no relatório, salienta que a redução de emissões levou a melhorias na qualidade do ar na Europa, mas "não o suficiente para evitar inaceitáveis efeitos" na saúde humana e no ambiente.

Para o responsável, é necessário atacar as causas da poluição do ar o que exige uma "transformação fundamental e inovadora" na mobilidade, energia e sistemas de alimentação.

Estudo
Quase dois terços dos portugueses dormem mal, muitos acusam níveis de sonolência preocupantes durante o dia, o que afeta a...

O inquérito feito a 1106 portugueses, dos 18 aos 74 anos, revela que mais de um terço dos inquiridos refere ter más noites e quase o dobro diz ter problemas de sono.

No total, 63% dos inquiridos dorme mal e 41% (cerca de quatro em dez pessoas) acusam excesso de sonolência diurna, o que afeta a produtividade e aumenta o risco de acidentes.

Dos 1106 participantes no estudo (50,5 mulheres e 49,5 homens), 59% declararam ter dificuldade em adormecer, aparecendo o uso de ecrãs até tarde e o sedentarismo associado a este tipo de insónia, já que 31% veem televisão até tarde e 17% usam 'smarthopone' e 'tablet' na cama.

Oito em cada dez inquiridos queixam-se de acordar a meio da noite ou cedo demais, de manhã, aparecendo o calor ou frio (29%) como principais motivos e, em mais de um quinto dos inquiridos, problemas financeiros ou no trabalho, ansiedade, depressão ou dores.

O estudo revela ainda que as medidas mais adotadas para relaxar antes de se deitarem são ver televisão, beber um chá ou infusão, ler, ouvir rádio ou música, tomar um banho de imersão ou tentar pensar em coisas agradáveis.

Para contrariar os problemas de sono - adianta o estudo - quase um quarto dos inquiridos (24%) toma medicamentos para dormir, metade dos quais benzodiazepinas (fármaco ansiolítico e indutor do sono).

Em contrapartida, um em cada dez inquiridos optou terapias não medicamentosas, incluindo psicoterapia, técnicas de relaxamento ou dormir com ajuda de um aparelho para facilitar a respiração.

A Teste Saúde, uma das publicações Proteste, da Deco, associação de Defesa do Consumidor, lembra que, em média, os portugueses dormem sete horas, mas há quem reporte precisar de menos de seis horas, sobretudo mulheres.

"Aqui soam as nossas campainhas, porque o nosso estudo evidenciou que as mulheres são quem menos dorme e quem reporta níveis de sonolência diurna mais preocupantes, a par dos trabalhadores que fazem turnos noturnos", alerta a Proteste.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, os distúrbios do sono afetam cerca de 40% da população mundial, sendo já considerado um problema de saúde pública muito relevante.

A curto prazo, a falta de sono gera um estado emocional instável e afeta as capacidades de trabalho e de concentração, o tempo de reação, o raciocínio lógico e a capacidade de tomar decisões. Aumenta também o risco de acidentes, reduz as defesas do organismo e o risco de problemas cardiovasculares.

Dormir menos de seis horas por dia aumenta em 48% o risco de doença cardíaca.

Para alcançar uma noite repousante, é aconselhável deitar e acordar à mesma hora, incluindo no fim de semana, não ficar a ver televisão e usar ecrãs até tarde e manter o peso adequado, escolhendo para dormir um quarto confortável, calmo, seguro e com temperatura adequada.

Evitar jantares pesados e bebidas alcoólicas ou estimulantes como chás ou café, nas quatro horas antes de se deitar, e procurar uma atividade relaxante, como ler ou tomar banho quente, são outros conselhos.

Contar carneirinhos, dizem os entendidos, não é solução.

Aprovado em Conselho de Ministros
O bastonário da Ordem dos Psicólogos espera que a definição do ato psicológico, aprovado em Conselho de Ministros, permita a...

A definição do ato psicológico, no âmbito da lei que aprova o ato em saúde de diversos profissionais, deverá ter "implicações na integração de mais psicólogos [no Serviço Nacional de Saúde ]", por garantir uma "definição muito mais clara daquilo que os psicólogos fazem", afirmou o bastonário da Ordem dos Psicólogos, Telmo Mourinho Batista, à margem de um seminário dedicado ao "Acto Psicológico", que decorre hoje em Coimbra.

Em setembro, foi aprovada em Conselho de Ministros uma proposta de lei que define o ato em saúde do biólogo, do enfermeiro, do farmacêutico, do médico, do médico dentista, do nutricionista e do psicólogo, estando agora em discussão na especialidade da Assembleia da República.

Para Telmo Mourinho Batista, esta definição do ato psicológico determina que a intervenção de um psicólogo "não se restringe àquilo que tradicionalmente as pessoas veem como única atividade clínica".

O psicólogo pode "participar em toda a prevenção que se faz em Portugal", bem como "na promoção de comportamentos", não se ficando apenas pela "tradicional prestação de cuidados", notou.

"Não ficamos apenas centrados no trabalho quando o problema está instalado, mas a montante desse problema, fazendo coisas que impeçam o seu aparecimento", salientou Telmo Mourinho Batista.

Ao haver uma definição do ato psicológico que cobre "todo o espetro de intervenções do psicólogo", está também a ser dado "um sinal de que os psicólogos" podem fazer mais no Serviço Nacional de Saúde (SNS), realçou.

Muitas vezes, os psicólogos, "porque são poucos", têm "muitas dificuldades em gerir os pedidos que chegam", focando-se apenas em atender o urgente, constatou.

Telmo Mourinho Batista recordou que a Ordem pretende que haja uma "contratação progressiva" destes profissionais, de modo a que se tenham mil psicólogos no SNS, no final da legislatura.

Especialista defende
O neurologista Joaquim Ferreira defendeu que os serviços e os profissionais de saúde têm de adaptar-se para responder às...

“A forma como ainda hoje prescrevemos e tratamos os doentes [de Parkinson] reflete uma forma de tratamento que já não é compatível com o que a ciência nos ensina”, disse o especialista do Instituto de Medicina Molecular.

O tema vai ser debatido numa mesa redonda, com o tema “Está o SNS preparado para tratar a Doença de Parkinson”, no congresso anual da Sociedade Portuguesa de Neurologia, que decorre entre quarta-feira e sábado em Lisboa.

“A questão que se coloca em Portugal não é diferente do problema que se coloca no mundo ocidental, em que a frequência de doentes com doença de Parkinson irá aumentar nos próximos anos”, disse Joaquim Ferreira.

Por outro lado, sublinhou, “como os cuidados, felizmente, melhoram, vamos ter mais doentes a viver mais tempo e a chegarem a fases mais avançadas da doença”.

Esta situação levanta um desafio aos serviços e aos vários intervenientes nesta área, que têm de adaptar-se a esta nova realidade e à mudança dos cuidados prestados na doença.

Para o especialista, “já não faz sentido” o tratamento destes doentes “numa consulta clássica” com um médico, bem como prescrever um número limitado de sessões de fisioterapia, quando as recomendações internacionais sugerem que os tratamentos de reabilitação devem ser feitos de “forma continuada”.

“Os doentes com doença de Parkinson e outras doenças neurodegenerativas não têm apenas problemas neurológicos, têm problemas urinários, têm problemas de pele, de deglutição”, o que exige a intervenção de várias especialidades no tratamento destes doentes, seguindo as recomendações internacionais.

Para isso, defendeu, “precisamos de enfermeiros treinados, de neurologistas treinados, de médicos de medicina geral treinados para que os cuidados sejam prestados" a estes doentes, "que vão requerer mais cuidados".

No congresso, Joaquim Ferreira vai questionar os “vários protagonistas” desta área (médicos, fisiatras, administradores hospitalares, doentes, cuidadores, associações de doentes) sobre como é que as estruturas se estão a adaptar a este novo desafio.

“Se hoje me perguntar se já estamos preparados a resposta é não”, apesar de já ter havido "enormes avanços”, muitos deles com “benefícios e consequências”, que resultam num melhor tratamento dos doentes.

Contudo, se quisermos que as estruturas hospitalares, os centros de saúde, cada um dos médicos façam melhor trabalho dentro de cinco a 10 anos, “temos de começar desde já a planear”.

O Congresso de Neurologia 2016, subordinado ao tema “Neurologia e a Sociedade”, vai reunir cerca de 400 especialistas, que vão debater temas como os cuidados continuados e paliativos em neurologia, o vírus Zika, a epilepsia, as doenças cardiovasculares e as demências.

“Este ano optámos por virar para fora o congresso”, para a relação da neurologia com a sociedade em que está envolvida, nomeadamente hospitais, estruturas de apoio, associações de doentes, os mecanismos oficiais que se articulam com os doentes neurológicos e também com os profissionais da neurologia, disse o presidente do congresso, Vítor Oliveira.

Segundo especialista
O cientista e neurologista António Damásio realçou os benefícios trazidos pela evolução tecnológica e científica,...

António Damásio apontou os "desenvolvimentos fascinantes" que permitem prolongar capacidades, como a visão e a audição, nos casos dos óculos ou dos aparelhos auditivos, ou ter tratamentos para doenças graves, como o cancro.

E recordou que, atualmente, se regista "uma escala inédita na neurobiologia e na medicina", com avanços que "tocam a natureza interna dos seres humanos", já que se relacionam com funções da mente e podem interferir com a tomada de decisão, referindo a inteligência artificial, a robótica e a automação.

O médico neurologista falava na conferência "Technology, Science and the Human" ("Tecnologia, ciência e o humano"), que decorreu em Lisboa, para assinalar o lançamento da Fundação Bankinter em Portugal.

Os avanços na tecnologia e na ciência têm como ponto de partida a procura, pelos seres humanos, da felicidade, do bem-estar e do prazer, mas também a necessidade de ultrapassar a doença e a dor, e, neste âmbito, "os sentimentos têm uma valência muito importante", disse António Damásio.

Em vários exemplos de avanços tecnológicos podem ser referidas vertentes preocupantes, como a disponibilidade e acesso ao conhecimento, que é positiva, porém permite a sua manipulação, se os seus utilizadores não tiverem dados para analisar a origem e credibilidade da informação, ou se não estiverem atentos.

António Damásio referiu a polémica recente relacionada com a divulgação de informações falsas em redes sociais relacionadas com as eleições presidenciais norte-americanas, em que os utilizadores não têm forma de filtrar o que recebem de uma fonte em que confiam.

Também apontou a possibilidade de um armazenamento infinito na 'cloud' (nuvem) digital porque ninguém "quer excluir nada" ou a dependência de 'smartphones' ou telemóveis inteligentes. E perguntou a quem participava na conferência se não tinham já consultado os seus aparelhos várias vezes, durante a sua intervenção.

"A necessidade foi criada, gerada por um conjunto de sentimentos. As pessoas ficam ansiosas não por um medicamento ou por vinho, mas para obter informações", explicou.

A ideia falsa de que, por ter 'smartphones', alguém domina o conhecimento e não precisa de peritos "é um desastre", defendeu António Damásio, acrescentando que continua a ser necessário ouvir aconselhamento de especialistas e refletir sobre a informação que é recebida, em várias áreas da vida.

Sobre a automação, o debate centrou-se no desemprego que vai criar, por exemplo, entre os camionistas, com a adoção de veículos sem condutor.

"É preciso estar ciente disto e não pensar só na parte boa", alertou António Damásio, acrescentando que "encontrar soluções para os problemas exige reconhecê-los".

Uma das iniciativas da Fundação Inovação Bankinter é o 'Think Tank' "Future Trends Forum", ou forum sobre desafios do futuro, que conta com o trabalho de mais de 400 especialistas para antecipar e detetar as tendências da inovação, o seu impacto na sociedade e nos modelos de negócio.

Especialista alerta
As listas de doentes que esperam por um órgão transplantado aumentou cinco por cento, em 2015, em grande parte devido ao...

Ana França falava durante uma sessão sobre transplantação que decorreu no Salão Nobre do Hospital de São José, que pertence ao Centro Hospitalar de Lisboa Central.

Na sessão, Ana França manifestou “grande preocupação” pelo facto de esta lista de espera ter aumentado (mais quatro por cento), mas, no final do encontro, explicou aos jornalistas que o aumento se deve à maior acessibilidade ao tratamento.

“Melhorou o acesso das pessoas ao tratamento e aumentou a idade média dos doentes” transplantados, disse.

Ana França sublinhou ainda que Portugal é um dos países com mais doentes em tratamento (diálise).

Fernando Rodrigues, do gabinete coordenador de colheitas e transplantação do Hospital de São José referiu que, entre 2012 e 2016, registou-se um crescimento saudável desta atividade, sendo “o gabinete que mais colhe em Portugal”.

Este responsável alertou para o aumento da idade dos dadores de órgãos, que se situa entre os nove dias e os 89 anos. No caso dos mais velhos, apenas é possível aproveitar o fígado para transplante.

Este Centro colheu 237 órgãos em 2015 e 245 em 2016.

Aida Botelho de Sousa, diretora da Hemato-oncologia do CHLC, levou à sessão a necessidade de mais quartos de isolamento, contando esta unidade com apenas quatro.

No caso dos transplantes de medula, é fundamental existirem condições para responder a eventuais problemas causados pela imunodepressão provocada, no âmbito do tratamento.

A instituição apresenta ainda bons resultados ao nível da transplantação de córnea, do coração e do fígado.

Segundo José Fragata, diretor do Centro de Referência de Transplante Pulmonar e Transplante Cardíaco, o Hospital de Santa Marta já realizou 148 transplantes cardíacos, a uma média de oito a dez por ano, o que classificou de “pouco”.

Melhores são os números dos transplantes pulmonares, que este ano ascendem a 24. A meta da equipa é atingir os 35 transplantes por ano.

Santa Marta é também referência na cardiologia pediátrica. Desde 2005, foram realizados 15 transplantes cardíacos, inclusive a um recém nascido com 70 dias e que foi o bebé mais novo a submeter-se a esta intervenção.

O ministro da Saúde esteve presente na sessão, tendo a sua presença visado reconhecer o trabalho dos profissionais deste centro hospitalar.

Sem adiantar pormenores sobre o futuro hospital Oriental de Lisboa, que acolherá os hospitais que compõem o CHLC, o ministro Adalberto Campos Fernandes garantiu que a sua equipa está a trabalhar para que a construção avance o mais rapidamente possível.

Segundo o ministro, a transplantação é uma das prioridades deste governo.

A sessão terminou com um momento musical protagonizado pelo cantor lírico Pedro Tavares, que recebeu um pâncreas transplantado em maio, no Hospital Curry Cabral (CHLC).

Dia 26 de novembro
O próximo sábado, dia 26 de novembro, é de encontros para a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, pelo festejo dos...

No Complexo Desportivo Casal Vistoso, no Areeiro, a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) vai juntar cerca de mil participantes entre pessoas com diabetes, familiares, amigos e muitos convidados. O programa inclui vários desafios: showcooking e alimentação saudável, música, dança e poesia, espaço para as crianças e feira das associações.

Com apresentação de Jorge Gabriel, a partir das 9h30 vão juntar-se à “Festa da diabetes nos 90 anos da APDP” o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, o Chef Vítor Sobral, com uma demonstração de cozinha saudável, o músico Carlos Alberto Moniz e o poeta José Fanha, com um momento de palavras ditas e palavras cantadas. No encontro, haverá ainda oportunidade para participar no Desafio da Merenda Saudável, fazer atividade física, ouvir “Histórias de Vida” de jovens com diabetes, pelo Núcleo Jovem da Associação, e trocar experiências.

“Há 200 pessoas por dia diagnosticadas com diabetes. Há 500 pessoas por dia que são internadas por diabetes. Há 12 pessoas por dia que morrem por diabetes A diabetes é considerada, erradamente, uma doença invisível, pelo que é necessário dar-lhe visibilidade e coloca-la na agenda do Governo, do Serviço Nacional de Saúde e da Sociedade. Na Festa do dia 26 contamos com a presença destes três setores, porque a diabetes precisa da atenção e do envolvimento de todos. Este tem sido o esforço da APDP ao longo dos anos”, garante José Manuel Boavida, presidente da Festa.

Aguarda-se a presença de 14 associações de pessoas com diabetes de todo o país para participar neste dia especial, de convívio e de solidariedade, que tem o apoio da Câmara Municipal de Lisboa. O convite é para todos e a entrada é livre! A inscrição deve ser feita através do número 21 381 61 01/51 ou do email [email protected].

Programa Festa da Diabetes nos 90 anos da APDP

Apresentação Jorge Gabriel

09h30 | Abertura e acreditação
10h00-10h15 | Receção: Descontraia-se ativamente
Aula de atividade física com Vanessa Costa, professora da APDP
10h15-10h30 | Boas-vindas à festa da APDP
João Filipe Raposo (Diretor Clínico da APDP), Jorge Máximo* (Vereador do Desporto da Câmara Municipal de Lisboa), João Afonso* (Vereador dos Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa), Luis Gardete Correia (Presidente da APDP), Fernando Medina* (Presidente da Câmara Municipal de Lisboa), Maria Antónia Almeida Santos (Vice-Presidente da Comissão de Saúde da Assembleia da República) e Eduardo Ferro Rodrigues (Presidente da Assembleia da República)
* por confirmar
10h30-11h15 | Palavras ditas, palavras cantadas
Música e poesia com Carlos Alberto Moniz e José Fanha
11h15-11h45 | A atividade física pode ser alegre e bem disposta
Demonstração de salsa com Pedro Fonseca, do Estúdio 8
11h45-12h15 | A menina dança?
Com DJ Miguel Antão
12h15-13h00 | Showcooking e alimentação saudável
Com Chef Vitor Sobral
13h00-14h00 | Desafio da merenda saudável
14h00-14h10 | Tuna da Aldeia
(Associação de Diabéticos do Sátão)
14h10-14h40 | Vox Pop – Histórias de Vida
com o Núcleo Jovem da APDP
14h40-15h10 | Música Popular Portuguesa
15h10-15h40 | Concurso “Mostra os teus encantos”
Desafio: o vídeo da Diabetes
15h40-16h00 | Até sempre
Alexandra Costa, João Nabais e José Manuel Boavida
16h00-16h30 | A menina dança?
Com DJ Miguel Antão
Atividades paralelas | Feira das associações, Roteiro APDP e Espaço Criança

Mais informações em www.apdp.pt.

Instituto de Inovação em Saúde
Uma proposta da investigadora Salomé Pinho, do i3S, para realização de ensaios pré-clínicos com objetivo de encontrar uma nova...

Segundo o Instituto de Inovação em Saúde (i3S), o prémio foi atribuído pela organização europeia ECCO – European Crohn’s and Colitis Organisation, que tem como principal missão a melhoria dos cuidados de saúde de doentes com doença inflamatória intestinal (DII), em todos os seus aspetos através de diretrizes internacionais para a prática clínica, educação, investigação e colaboração na área da DII.

“A missão da nossa equipa de investigação é usar uma abordagem multidisciplinar, desde a investigação fundamental, até à validação pré-clínica e clínica de estratégias terapêuticas racionais para a inflamação, e em particular para a DII”, esclarece a investigadora Salomé Pinho.

Este projeto resulta da colaboração entre o i3S e o serviço de Gastrenterologia do Centro Hospitalar do Porto/Hospital de Santo António (CHP), em particular com a unidade de DII, coordenada por Paula Lago.

A doença inflamatória intestinal engloba a doença de Crohn e a colite ulcerosa, doenças crónicas do trato gastrointestinal que resultam de uma resposta inflamatória exacerbada no intestino dos doentes afetados. Trata-se de uma doença altamente debilitante e incapacitante com elevado impacto social e económico.

Apesar dos recentes avanços nas estratégias terapêuticas disponíveis para o tratamento da DII, uma grande percentagem de doentes permanece não responde ao tratamento convencional, e cerca de metade dos doentes não consegue atingir remissão ou controlo sustentado da doença.

As questões relacionadas com os efeitos secundários de alguns medicamentos e a ineficácia da resposta terapêutica que existe apontam para a necessidade de medicamentos mais eficazes e específicos.

“Ao longo dos últimos anos a nossa investigação tem-se focado na identificação de novos mecanismos moleculares da doença que possam ser alvos específicos de novas terapias. Recentemente, identificámos que doentes com DII apresentavam uma deficiência na composição de açúcares nos linfócitos T intestinais (publicado na revista Human Molecular Genetics 2014) e que essa deficiência promovia uma resposta imunológica exacerbada no intestino. A partir desta evidência temos vindo a desenvolver métodos experimentais que permitam reparar e corrigir a deficiência de açúcares nos linfócitos T e desta forma controlar a resposta inflamatória do intestino", explica, em comunicado, a investigadora do i3S.

Nesta altura, sublinha Salomé Pinho, “temos evidências experimentais que apontam para o facto de estarmos perto de uma nova formulação terapêutica na DII com resultados promissores no controlo da inflamação intestinal e severidade da doença”.

Foi por “esta evidência clara do potencial de transferência do conhecimento para melhoria da qualidade de vida dos doentes” que a ECCO distinguiu a investigadora.

A European Crohn´s and Colitis Organization (ECCO) reúne mais de 3000 experts em DII e agrega cerca de 36 estados membros do Conselho da Europa promovendo colaborações com outros países além da Europa.

Em Gaia e Espinho
Um projeto-piloto de acompanhamento personalizado a doentes oncológicos de Gaia e Espinho permitiu a redução de custos...

“Foi uma amostra pequena de doentes, mas que serviu de experiencia piloto para que agora se possa expandir para outras instituições. É isso que provavelmente irá acontecer, porque estamos a ter bons resultados. Os números são pequenos mas são positivos”, afirmou enfermeira Selena Rocha, do Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) de Gaia/Espinho.

O projeto "GIDO - Gestão Integrada do Doente Oncológico" que promove o acompanhamento personalizado dos doentes com cancro foi implementado há cerca de um ano pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, IPO/Porto e ACeS Espinho/Gaia.

A experiência foi desenvolvida no âmbito do programa “Boas Práticas de Governação”, este ano sob o tema “Caminhos para a Implementação”, que tem como objetivo principal a implementação de projetos inovadores que fomentem uma maior articulação entre cuidados de saúde primários e hospitalares, que possam trazer melhorias efetivas para o doente.

Para esta experiência, foram referenciados 40 doentes da área de Gaia/Espinho acompanhados na Clínica de Urologia do IPO/Porto.

Para a concretização do projeto foram criados canais de comunicação estruturados entre as unidades de saúde de cuidados primários e o Instituto Português de Oncologia do Porto durante o diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos doentes.

“Temos doentes identificados pelo IPO-Porto (Clínica de Urologia) e referenciados para os cuidados de saúde primários, onde o enfermeiro do ACeS (Equipa de Ligação) mantém o contacto com o enfermeiro do IPO-Porto (Enfermeiro de Referência), de forma a garantir um alinhamento e correto acompanhamento do percurso do doente oncológico”, esclareceu Selena Rocha.

Segundo a enfermeira, quando se faz um diagnóstico numa doença oncológica os doentes são referenciados para um hospital e há um afastamento do doente dos cuidados primários que faz com que não recorra à sua unidade de saúde, mas sim ao hospital, algo que não é "prático" em termos de deslocação e exige "maiores custos".

Um dos principais objetivos do GIDO é "dar conforto e qualidade de vida ao doente que está em fim de vida" visto que, nesse caso, "há uma mudança de paradigma dos cuidados, porque não há intenção curativa".

“A implementação do projeto incluiu também a elaboração de questionários de satisfação para os profissionais de saúde e utentes e, atualmente, encontra-se em discussão a expansão do projeto para o Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho ou alargamento para outro serviço”, frisou Selena Rocha.

Os resultados deste projeto-piloto serão apresentados quinta-feira, em Lisboa.

Medicamentos de venda livre
Os medicamentos não sujeitos a receita médica continuam a ser mais baratos nos hipermercados do que nas farmácias, com preços...

A Deco/Proteste analisou o preço de 24 medicamentos não sujeitos a receita médica em farmácias e nos espaços saúde dos hipermercados, comparando preços de analgésicos, xaropes para a tosse ou antigripais e anti-histamínicos.

Conclui que o conjunto desses 24 medicamentos é 13% mais barato nos hipermercados do que nas farmácias, segundo o estudo que vai ser publicado na próxima edição da revista Teste Saúde e a que a agência Lusa teve acesso.

Apesar de serem mais baratos nos hipermercados, as farmácias continuam a ser as preferidas dos consumidores e detêm uma fatia de quase 80% das vendas dos remédios não sujeitos a receita.

“Desde que a venda de medicamentos não sujeitos a receita foi permitida fora das farmácias, em 2005, e o seu preço deixou de ser fixado pelo Estado, os nossos estudos têm demonstrado, de forma consistente, que as farmácias têm o preço médio mais elevado”, refere a Deco.

Do grupo dos medicamentos mais vendidos desde 2005, só 11 se mantiveram mas o preço aumentou quase 40%, ao contrário dos fármacos sujeitos a receita, cujos preços têm vindo a diminuir.

O conjunto dos 24 medicamentos analisado custa, em média, 118,50 euros nos hipermercados, 134,17 euros nas parafarmácias e 134,37 nas farmácias.

As farmácias são os espaços que apresentam, segundo a Deco, maior variação de preços para o mesmo medicamento: em muitos casos foram encontrados nas farmácias os preços mais baixos e os preços mais altos.

A Deco analisou também preços de dez produtos para cuidados pessoais ou de dermocosmética, como creme após muda de fraldas ou produtos contra os piolhos. Também aqui os hipermercados surgem como os que praticam o preço médio mais baixo, mas a diferença percentual em relação às farmácias é de apenas 4%.

Em termos regionais, Viseu apresentou o valor médio mais baixo quer nos medicamentos analisados quer nos produtos de higiene pessoal.

Lisboa exibiu o valor mais elevado no caso dos medicamentos e Coimbra o mais alto no conjunto dos 10 produtos de higiene ou dermocosmética.

Os preços foram recolhidos pela Deco entre junho e julho deste ano num total de 206 farmácias, 92 parafarmácias e 69 lojas de hipermercados que responderam. No total foram recolhidos 8.935 preços em 308 estabelecimentos.

Colangite Biliar Primária
Afetando sobretudo mulheres, a Colangite Biliar Primária é uma doença rara do fígado que pode conduz

A Colangite Biliar Primária (CBP) é uma doença rara do fígado causada por uma reação autoimune que provoca a inflamação constante dos pequenos canais biliares presentes neste órgão. “Nesta doença é como se organismo deixasse de reconhecer o fígado e o sistema imunitário começasse a agredi-lo”, começa por explicar Helena Cortez-Pinto, especialista em Gastrenterologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte – HSM.

Estima-se que, em Portugal, possam existir entre 500 a 1000 casos de Colangite Biliar Primária, tendo o diagnóstico da doença aumentado nos últimos 60 anos. “Não se sabe, ainda, se este aumento está relacionado com o aumento da incidência desta doença ou com o facto de os médicos estarem mais despertos para o seu diagnóstico”, acrescenta a professora da Faculdade de Medicina de Lisboa.

Apesar de não existir ainda uma explicação científica que justifique o porquê de esta doença ser mais predominante junto do sexo feminino, sabe-se ainda que afeta entre nove a 10 mulheres para um homem. “Contudo, sabe-se que as doenças autoimunes são mais incidentes nas mulheres”, adianta.

Com maior incidência em pessoas entre os 40 e os 60 anos de idade, esta doença pode, no entanto, ser diagnosticada em idades mais jovens.

Quanto às suas causas, uma vez que se trata de uma doença multifatorial, “o que se sabe é que tende a aparecer onde existe uma maior atividade industrial, quando existem hábitos tabágicos associados ou alterações nos cromossomas sexuais”. Por outro lado,  “é mais suscetível de aparecer em pessoas que tenham infeções do trato urinário frequentes e em pessoas em que o sistema imunitário está debilitado”.

Embora possa ser assintomática, os sintomas mais comuns são a fadiga, prurido ou comichão forte. “O prurido surge, habitualmente, com mais intensidade à noite ou quando está calor e pode ter uma menor ou maior intensidade”, explica a gastroenterologista. Em fases mais avançadas da doença pode surgir icterícia.

Uma vez que é bastante frequente os doentes não apresentarem sintomas durante os primeiros anos, pode suspeitar-se do diagnóstico da doença quando as análises de rotina apresentem alterações nas análises do fígado. “Apesar do diagnóstico ser relativamente simples, verificamos que, desde as primeiras alterações até ao diagnóstico, podem decorrer vários anos, período durante o qual a doença vai evoluindo”, lamenta a médica.

“Existem dois exames do sangue que podem diagnosticar esta doença e que são bastante simples, e que são a pesquisa de anticorpos antimitocondriais e os níveis séricos fosfatase alcalina. No entanto, sobretudo a primeira não é uma análise de rotina, só sendo, habitualmente, pedida quando se suspeita da doença”, explica Helena Cortez-Pinto.

Sem cura, a verdade é que o prognóstico desta doença depende do estadio em que ela é diagnosticada. “Se for diagnosticada numa fase inicial, existe uma maior probabilidade do tratamento impedir a progressão da doença. No caso de ser detetada mais tardiamente, a doença pode evoluir para formas mais graves, como é o caso da cirrose ou cancro do fígado podendo, eventualmente, ser necessário proceder-se ao transplante hepático”, adianta a especialista.

Sabe-se, aliás, que a Colangite Biliar Primária é responsável por “cerca de 9% dos transplantes de fígado realizados na Europa, por cirrose hepática”.

De acordo com a professora da Faculdade de Medicina de Lisboa, o tratamento médico disponível para esta doença é o ácido ursodeoxicólico (UDCA) que, quando administrado e tomado de forma correta permite um maior controlo sobre a doença durante largos anos.

“Contudo, uma percentagem dos doentes não respondem de forma adequada ao tratamento, verificando-se a sua progressão. Existe ainda uma percentagem, ainda que pequena, que não tolera bem o tratamento”, refere. A verdade é que, de acordo com os dados disponíveis sabe-se que cerca de 20 por cento dos doentes com Colangite Biliar Primária “têm uma resposta inadequada ao tratamento standard ou não o consegue tolerar”.

Deste modo, tal como explica Helena Cortez-Pinto, seria “muito importante encontrar-se uma resposta alternativa para esta percentagem de casos em que os doentes não respondem ao tratamento já existente”.

Nos últimos 20 anos não houve qualquer inovação no tratamento farmacológico desta doença. No entanto, um tratamento inovador para a CBP foi, recentemente, aprovado nos Estados Unidos - o Ácido Obeticólico -  e espera agora por aprovação na Europa, representando uma esperança para estes doentes.

“Ao progredir, a Colangite Biliar Primária pode levar à cirrose ou mesmo ao cancro do fígado. A cirrose é a destruição parcial do fígado, levando a complicações como ascite (barriga de água), encefalopatia (confusão mental) ou sangramento digestivo (por rotura das varizes do esófago)”, conclui a especialista em Gastroenterologia.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Qualidade dos cuidados
Um grupo de peritos apresentou uma proposta de financiamento da saúde em função dos bons resultados

Um estudo elaborado pela The Boston Consulting Group, a ser apresentado hoje publicamente, propõe a remuneração da saúde com base nos bons resultados, apresentando para isso quatro recomendações para incentivar a qualidade e a inovação na saúde.

Uma dessas recomendações aponta para a criação de um modelo de incentivos financeiros aos prestadores de cuidados de saúde que dependa dos resultados alcançados e baseia-se, para isso, num programa desenvolvido na Suécia, em que o pagamento por doente considerava todo o processo de tratamento durante dois anos e responsabilizava os hospitais incentivando-os a minimizarem complicações e custos.

Neste caso, conseguiu-se uma redução entre 15% a 20% nos reinternamentos e de 17% no custo por doente, referem os autores do estudo, explicando que esta proposta de modelo agora apresentada fará com que os critérios de financiamento passem a estar alinhados com os interesses dos doentes, numa lógica de médio prazo, valorizando a qualidade em detrimento da quantidade e prevendo a responsabilização dos prestadores.

Ainda na mesma lógica, o estudo defende a adoção de um “modelo de contratualização plurianual de objetivos e de financiamento”, segundo o qual o orçamento para a saúde deixa de ser anual e passa a estar orientado para resultados a médio prazo.

Desta forma, os prestadores podem definir objetivos a alcançar nos diferentes níveis de cuidados de saúde e programar a melhor forma de os alcançar.

Para tal, podem recorrer a novas práticas de inovação, identificando no processo o que melhor resulta para cada um dos casos.

Outra recomendação apresentada no relatório é a de reformar o modelo de acesso às tecnologias de saúde, medida considerada crucial para criar um sistema de saúde baseado em resultados.

Essa reforma passaria pela introdução de critérios de determinação da sua efetividade e pela redução dos atrasos processuais.

À semelhança do financiamento dos prestadores com base em resultados, também as tecnologias de saúde devem ser remuneradas com base no valor real criado para os doentes, defende o estudo.

Desta forma, para um determinado nível de despesa com medicamentos, o pagador pode assegurar a obtenção dos melhores resultados possíveis e os prestadores têm a informação necessária para selecionar a inovação que aporta os melhores resultados para os seus doentes.

Torna-se, portanto, fundamental implementar um sistema que meça os resultados das tecnologias em saúde e que lhes atribua o valor correspondente.

O relatório defende ainda que os resultados em saúde sejam monitorizados, analisados e publicados, promovendo a transparência e contribuindo para a liberdade de escolha dos doentes.

Por último, é recomendado o reforço e a otimização do financiamento de medicamentos e outras tecnologias de saúde inovadoras, aumentando as verbas disponíveis para a inovação e criando um fundo dedicado a medicamentos inovadores com reembolso centralizado.

O estudo, que teve o apoio de uma farmacêutica, contou ainda com a participação de um conselho estratégico, composto por personalidades como o ex-presidente do Infarmed Eurico Castro Alves, o administrador hospitalar Luis Matos e o deputado e médico Ricardo Baptista Leite.

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Estudo
Os adolescentes britânico consomem, em média, a cada ano, o equivalente a uma banheira de bebidas aç

De acordo com os números revelados hoje pelo Cancer Research - um organismo de solidariedade britânico centrado na luta contra o cancro – e que assentam num inquérito nacional, o consumo dos adolescentes entre os 11 e os 18 anos representa mais de 234 latas de bebidas açucaradas por ano, três vezes mais do que a quantidade de açúcar adicionado recomendado, refere a agência AFP.

Entre as crianças dos quatro aos dez anos, o consumo é de cerca de 110 latas por ano, e de 70 para aqueles com idades entre os 18 meses e os três anos.

Denunciando os "números chocantes”, a responsável pela prevenção no Cancer Research, Alison Cox, alertou em comunicado contra os riscos da obesidade, cancro e outras doenças que podem decorrer de um consumo excessivo de açúcar.

Apelou igualmente ao Governo britânico para colocar em prática o mais rápido possível uma taxa sobre as bebidas açucaradas não alcoólicas, como os refrigerantes, uma medida que existe apenas em alguns países, e que passará a aplicar-se também em Portugal a partir de 2017, sendo uma das medidas previstas no Orçamento do Estado para o próximo ano.

O Governo britânico anunciou em março a introdução dentro de dois anos desse imposto, recuperado depois em agosto no âmbito de um projeto de combate à obesidade, mas considerado globalmente muito insuficiente pelos profissionais de saúde.

De acordo com o Cancer Research, uma taxa sobre o açúcar de 20 cêntimos por litro de açúcar poderia prevenir 3,7 milhões de casos de obesidade no decorrer da próxima década.

“O Governo pode fazer ainda mais pela próxima geração” limitando a publicidade à chamada ‘junk food’ na televisão, acrescentou Alison Cox.

O estudo do Cancer Research surge depois de ter sido conhecido que os adolescentes britânicos estão entre os menos ativos do mundo.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) apelou aos governos para que taxem as bebidas açucaradas com o objetivo de combater a obesidade. A nível mundial, o número de casos de obesidade duplicou desde 1980.

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Terapias
O novo acelerador linear do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, hoje inaugurado, vai permitir uma “maior oferta na...

“Não teríamos necessidade de comprar este aparelho se não fosse para aumentar a qualidade. A nossa grande mensagem é que os cidadãos se devem empenhar num diagnóstico precoce”, afirmou Laranja Pontes aos jornalistas depois da inauguração do novo aparelho, o nono da instituição, mas um modelo de última geração que representou um custo de cerca de cinco milhões de euros.

Por seu lado, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, afirmou que com este investimento no IPO do Porto, em conjunto com o que está a ser feito em Coimbra e no futuro em Lisboa, significa que Portugal vai ter “até 2019 qualquer coisa como 100 milhões de euros dedicados à área do cancro”.

“Este é um bom sinal de que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está vivo, de que o esforço de investimento está presente, vai ser muito reforçado nos próximos anos e, portanto, é a confiança que podemos dar aos portugueses de que o SNS está apto a responder às maiores exigências que se colocam, nomeadamente numa doença que hoje causa tanta preocupação”, declarou o ministro, que também marcou presença para a inauguração das novas instalações da Unidade de Investigação Clínica da instituição.

O governante recordou que o SNS vai fechar 2016 com mais 3.000 profissionais e que no total do ano vão estar aprovados 50 novos medicamentos, “dos quais uma parte significativa está destinada ao tratamento do cancro”.

“Estamos a reconstruir, a recuperar e a reorientar o SNS. Como tenho dito, não nos peçam para fazer num ano aquilo que é impossível do ponto de vista material fazer num ano, mas deixem-nos comparar no final da legislatura o SNS com o que existia no final do ano passado”, disse Campos Fernandes.

Sobre o novo acelerador linear, a diretora do serviço de Radioterapia, Luísa Carvalho, afirmou que “não traz verdadeiramente nada de novo a não ser que é o último da sua geração”, sendo possível realizar tratamentos de forma mais rápida e precisa.

Duplica número de pessoas a antirretrovirais
O número de pessoas infetadas pelo VIH que estão a tomar medicamentos antirretrovirais duplicou em apenas cinco anos, mas há...

"Em junho de 2016, cerca de 18,2 milhões de pessoas tiveram acesso aos medicamentos que salvam vidas, incluindo 910 mil crianças, o dobro do número em relação há cinco anos", indicou o documento do Programa Conjunto das Nações Unidas para o VIH/SIDA (ONUSIDA) intitulado “Get on the Fast-Track: the life-cycle approach to HIV”.

Neste relatório, hoje lançado em Windhoek, na Namíbia, refere-se que está em curso uma meta de 30 milhões de pessoas em tratamento com antirretrovirais (ARV) até 2020.

Entretanto, o relatório mostra também os enormes riscos que as mulheres jovens estão a enfrentar.

No ano passado, mais de 7.500 adolescentes e mulheres jovens foram infetadas com VIH por semana em todo o mundo, a maior parte delas em África, nomeadamente no sul do continente.

“As mulheres jovens enfrentam uma ameaça tripla", disse o diretor executivo da ONUSIDA, Michel Sidibé, durante o lançamento do relatório na capital namibiana.

“Elas sofrem com um alto risco de infeção pelo VIH, têm baixas taxas de testes de HIV e têm pouca adesão ao tratamento. O mundo está a falhar com as jovens e temos urgentemente necessidade de fazer mais", sublinhou.

Sidibé saudou o progresso feito com o tratamento do VIH, mas alertou que qualquer avanço é "incrivelmente frágil".

A alta taxa de infeção entre as jovens e as adolescentes é muitas vezes motivada por relacionamentos com homens mais velhos.

O relatório apontou que os dados recolhidos na África do Sul mostraram que mulheres e adolescentes estavam a ser infetadas com o VIH por homens adultos.

Muitos homens contraem o VIH muito mais tarde na vida e, depois, continuam com o ciclo de infeção.

O relatório apontou um estudo na província de KwaZulu-Natal, na África do Sul, que revelou que apenas 26% dos homens sabiam o seu estado de portador do VIH e apenas cinco por cento estava em tratamento.

Globalmente, entre 2010 e 2015, o número de novas infeções por VIH nas mulheres jovens, entre 15 e 24 anos, reduziu em apenas seis por cento, passando de 420.000 para 390.000. Para atingir o objetivo de menos de 100.000 novas infeções por VIH entre adolescentes e mulheres jovens até 2020, exigirá uma redução de 74% entre 2016 e 2020.

O relatório também alertou para o risco de resistência aos medicamentos e a necessidade de reduzir os custos dos tratamentos de segunda e terceira linha.

Também destacou a necessidade de mais sinergias com os programas de combate à tuberculose (TB), ao papilomavírus humano (HPV) e o cancro de colo do útero, e aos programas de hepatite C, a fim de reduzir as principais causas de doença e morte entre pessoas a viver com VIH.

Em 2015, das 1,1 milhões de pessoas com VIH que morreram, 440.000 tinham tuberculose, incluindo 40.000 crianças.

Globalmente, o acesso a medicamentos contra o VIH para prevenir a transmissão do vírus de mãe para filho aumentou em 77% em 2015. Como resultado, as novas infeções por VIH entre crianças diminuíram 51% desde 2010.

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