Estudo
Um estudo norte-americano mostra que a quantidade de interações sociais que uma pessoa tem aos 20 anos e a qualidade das...

Investigadores da Universidade de Rochester entrevistaram 222 pessoas e conseguiram acompanhar 133 delas ao longo de 30 anos para chegar às conclusões, publicadas na revista especializada Psychology and Aging. Os participantes foram entrevistados até aos 50 anos, escreve o Diário Digital, e depois avaliados em relação à saúde, humor e solidão.

As análises mostraram que pessoas com poucas interações sociais na juventude apresentaram um risco mais elevado de morrer precocemente. De acordo com o principal autora, Cheryl Carmichael, ter poucas relações sociais pode ser tão prejudicial à saúde quanto fumar e é até pior do que ser obeso.

O trabalho mostra que as interações sociais que ocorrem aos 20 anos ajudam as pessoas a conhecerem-se melhor, além de adquirir ferramentas que são úteis para desenhar a vida adulta. Nessa fase, é comum encontrar gente de diversas origens, com opiniões e valores diferentes, e isso é importante para aprender a gerir diferenças.

O interessante é que, aos 30 anos, é mais importante ter relações de qualidade do que um grande número de interações. Outra descoberta curiosa dos cientistas é que nem sempre ter uma vida social agitada aos 20 anos garante relacionamentos de qualidade aos 30 anos.

Estudo
Férias relaxantes na praia são perfeitas para a experimentação sexual com um parceiro fixo, enquanto excursões em grupo ou...

O objetivo do estudo, segundo o Diário Digital, era determinar os destinos turísticos mais propícios para a exposição das mulheres ao sexo. Para isso, as entrevistadas foram convidadas a avaliar 23 práticas ou situações de acordo com a sua perceção de grau de risco, como, por exemplo, ter sexo sem preservativo com um estranho, ou trocar intimidades com um desconhecido sob influência de álcool ou drogas.

O trabalho, das pesquisadoras Liza Berdychevsky, da Universidade de Illinois, e Heather Gibson, da Universidade da Florida, foi publicado na revista online Tourism Management.

Segundo as cientistas, certos ambientes ou destinos turísticos geram uma espécie de sensação alterada da realidade, o que pode aumentar a propensão a situações de experimentação sexual sem uma perceção tão clara dos riscos e das consequências a longo prazo.

As entrevistas deixaram claro que o consumo elevado de álcool foi o principal facilitador de práticas sexuais de risco. A bebida, segundo os relatos das mulheres, foi usada como desculpa ou mesmo para tomar coragem de experimentar algo diferente em relação ao sexo. O uso de roupas mais insinuantes, assim como o prazer de estar longe da rotina e das expectativas sociais foram outros fatores apresentados por elas para justificar o risco sexual.

A ideia de nunca mais ver o parceiro de novo, e a possibilidade de manter o anonimato foi outro fator motivador para muitas mulheres, mas algumas até relataram que o risco, em si, era o que mais estimulava a procurar novas experiências durante as viagens de férias.

Para Berdychevsky, todos esses aspetos ajudam as mulheres a libertarem-se de barreiras psicológicas e inibições. Além de fazer com que sintam novas emoções, a experimentação sexual traz uma sensação de “poder” ao regressar a casa.

A pesquisa também constatou que mulheres que já tinham se envolvido, antes, com algum turista tinham uma noção maior do perigo de certos comportamentos.

O sexo com penetração sem preservativo foi a atitude classificada como a de maior risco pelas entrevistadas. No entanto, muitas mulheres subestimaram os riscos de atividades sexuais sem penetração e superestimaram o grau de proteção oferecido pelos preservativos. Vale lembrar que o preservativo nem sempre garante 100% de proteção contra algumas infeções, como o HPV.

Para as investigadoras, os resultados mostram que é preciso valorizar essas informações em campanhas de prevenção específicas para esse público. Viajar é uma delícia, assim como fazer sexo. Só é preciso ter sempre em mente que as DST (doenças sexualmente transmissíveis) não tiram férias.

Estudo
"O que é um pénis com bom aspeto?" é o título de um estudo recente. Sim, um estudo científico levado a cabo por...

O estudo publicado no The Journal of Sexual Medicine faz parte de um grande projeto focado em homens submetidos a cirurgias ao pénis para corrigir uma malformação congénita designada de hipospádia, escreve o Sapo.

A hipospádia é uma deformação inata do meato urinário, caracterizada pela abertura da uretra em localização anormal na glande. Afeta um em cada 300 homens, segundo dados de um hospital britânico.

Para incrementar a qualidade do resultado do trabalho cirúrgico e a satisfação dos doentes, os investigadores quiseram saber o que as mulheres mais apreciam no órgão sexual masculino.

Para tal, os cientistas da Universidade de Zurique pediram a 105 mulheres para classificarem a importância de oito aspetos do pénis numa escala de cinco pontos em que um é pouco importante e cinco é muito importante.

Os oito parâmetros em análise correspondiam ao comprimento do pénis, perímetro, posição e abertura da uretra - designada de meato - forma da glande, pele, escroto, pelos púbicos e a aparência cosmética geral do órgão, embora os cientistas admitam que este último parâmetro seja difícil de aferir.

Os investigadores concluíram então que é precisamente a "aparência cosmética geral do pénis" o aspeto mais importante para as mulheres.

A posição e a forma do meato são, em contrapartida, o que menos importa para o sexo oposto. Contrariamente ao cliché sobre o tamanho, o comprimento surge apenas em sexto lugar na lista dos aspetos mais importantes. A grossura do pénis aparece em terceiro lugar e os pelos púbicos em segunda posição.

Em conclusão, os cientistas acreditam que não existe assim um único aspeto do pénis que seja absolutamente essencial na avaliação global feita pelo sexo feminino, a não ser a sua aparência geral, lê-se no estudo.

Protocolo assinado
As listas de espera para determinadas operações no Hospital Garcia da Orta, em Almada, vão reduzir-se quase para metade por...

O protocolo permite que determinadas operações (tiroide, hérnia abdominal e vesícula) a doentes do Hospital Garcia da Orta possam ser feitas no Hospital de Santa Maria ou no Hospital Pulido Valente, do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), baixando em 100 dias as listas de espera, disse o presidente do Conselho de Administração do Garcia da Orta.

“Esperamos chegar aos 150 dias”, disse Daniel Ferro após a assinatura do protocolo, esclarecendo que a média atual é superior a 200 dias. O protocolo vai permitir “retirar 1.300 doentes das listas de espera” e entra em funcionamento já este verão.

“Houve nos últimos tempos um recrutamento de anestesistas desta casa que enfraqueceu o corpo clínico, e a maneira de complementarmos a resposta à população é não só aprofundar aqui, sobretudo em tempo extra, a atividade cirúrgica, como também pedir ajuda ao CHLN, que nos vai aumentar mais essa resposta”, explicou.

O tempo médio de espera para uma cirurgia tem vindo a “degradar-se” desde 2003 e nos últimos anos os anestesistas foram “reduzidos a metade”, disse.

A cerimónia de assinatura do documento foi presidida pelo ministro da Saúde, que salientou o facto de ser uma cooperação que vai resultar em 1.200 cirurgias adicionais para os doentes do Garcia da Orta, no espaço de um ano.

Paulo Macedo congratulou-se por as duas entidades terem chegado a um entendimento para “um resultado muito concreto na vida de um conjunto significativo de portugueses” e acrescentou que é um modelo que “pode e que já está a ser replicado”.

O CHLN fez recentemente acordos de cooperação com o Centro Hospitalar do Oeste e com o Hospital do Litoral Alentejano, como o Hospital Universitário de Coimbra fez protocolos com os hospitais de Aveiro e Guarda, lembrou Paulo Macedo, acrescentando que é um tipo de cooperação a que se junta o programa de “cirurgia adicional” e que serve para “recuperar um número significativo de cirurgias e reduzir as listas de espera”.

O protocolo assinado, garantiu o presidente do Conselho de Administração do CHLN, Carlos Martins, não vai “em nenhuma circunstância” aumentar a lista ou os tempos de espera dos hospitais envolvidos da capital.

“Em nenhuma circunstância há aumento de tempo, ou de listas de espera, ou aumento de custos. Estamos é a gerir os nossos recursos humanos, a nossa tecnologia e a as nossas instalações da melhor forma possível, ao serviço do Serviço Nacional de Saúde e rentabilizando os recursos globais”, salientou.

Carlos Martins explicou que o protocolo contém um anexo onde se definem os tipos de operações que podem ser feitas e disse que esse anexo pode ser modificado em função das disponibilidades.

Para já são três as patologias contempladas e os doentes vão ser operados seja em cirurgia programada seja em cirurgia de ambulatório, num dos dois hospitais e com profissionais do CHLN, de acordo com as disponibilidades físicas e de equipas.

Testamento Vital
O Testamento Vital, também designado como Diretiva Antecipada de Vontade, tem como objetivo deixar e

Disponível desde o dia 1 de julho de 2014, o Registo Nacional do Testamento Nacional (RENTEV) assinala um ano de simplificação no procedimento de registos e consulta de testamentos vitais.

Sobre este assunto surgiu recentemente na comunicação social a divulgação dos resultados do primeiro estudo “Os Portugueses e o Testamento Vital”, promovido pela Universidade Católica Portuguesa em parceria com a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos. É de todo importante mencionar e refletir sobre alguns dos resultados desse mesmo estudo. Assim, é de salientar que:

- Apenas 22% dos 982 inquiridos conhece o regime legal do Testamento Vital. Logo, 78% dos inquiridos desconhece o Testamento Vital;

- Os indivíduos da Grande Lisboa são os que têm mais conhecimento sobre este documento legal (32,9%), seguidos dos da região Centro do país (22.4%);

- No Norte do país, apenas 16,9% dizem saber em que consiste;

- As pessoas com mais rendimentos económicos são as que têm mais conhecimentos sobre o Testamento Vital (60,5%);

- Os meios de comunicação social são a fonte predominante de transmissão de informação sobre este documento (66,2%), sendo que os médicos de família apresentam um valor de 2,8%, os enfermeiros de 2,9% e os outros profissionais de saúde que não estes dois últimos de 4,3%;

- Dos 216 inquiridos que dizem conhecer o Testamento Vital apenas 50,4% referem que sabem como o fazer e a quem recorrer;

- Por último, apenas 1,4% dos inquiridos afirmou já terem realizado o Testamento Vital.

Em suma, o estudo aponta para um significativo défice de conhecimento geral, tanto por parte da população, como dos próprios profissionais de saúde que não se deveriam demitir desta função.

Alguns dados e factos sobre o RENTEV

- O Registo Nacional do Testamento Nacional (RENTEV) arrancou há um ano e neste momento conta com 1468 testamentos vitais ativos, ou seja, completamente concluídos;

- A maioria dos registos pertence ao género feminino, com 908 diretivas antecipadas de vontade ativas. No que respeita ao sexo masculino, o sistema informático, registou 562 testamentos ativos, desde julho de 2014;

- Através do Portal do Utente, o cidadão/utente pode consultar o seu Testamento Vital e verificar se está correto, ativo e dentro do prazo de validade de cinco anos, pode, acompanhar todos os acessos que são feitos pelos médicos;

- Os médicos, por seu lado, são os únicos profissionais que podem consultar os testamentos vitais dos doentes, em situações clínicas de incapacidade para expressar a sua vontade, através do Portal do Profissional.

Relativamente a este último item, apesar da Ordem dos Enfermeiros não ter solicitado um parecer formal, o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) entendeu que a questão merecia uma clarificação ética que justificasse a sugestão de uma alteração legislativa e, nesse sentido, emitiu no final de maio de 2015, um parecer sobre a “Exclusão administrativa dos enfermeiros ao RENTEV”, onde concluiu que o acesso ao RENTEV deve ser permitido “aos profissionais de saúde a quem cabe atender as disposições da pessoa, particularmente médicos e enfermeiros”. Consequentemente, este parecer foi enviado ao Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde Dr. Leal da Costa.

Importa contextualizar esta questão, lembrando que a emissão deste Parecer surge na sequência do ofício dirigido ao referido Secretário de Estado, elaborado pela Ordem dos Enfermeiros, em julho de 2014, após a publicação da Portaria n.º 96/2014 do Ministério da Saúde que regulamenta a organização e funcionamento do RENTEV. Na altura, a Ordem dos Enfermeiros contestou a situação dando conhecimento ao CNECV.

No referido ofício enviado ao Ministro da Saúde, a Ordem dos Enfermeiros através do seu Bastonário, Enfermeiro Germano Couto, vem afirmar que o acesso ao RENTEV é limitado apenas ao médico, o que “revela uma elaboração legislativa que não considera efetivamente as práticas clínicas correntes no cuidado à pessoa em fim de vida”.

No mesmo documento, a Ordem dos Enfermeiros expõe a gravidade e as consequências de limitar o acesso ao RENTEV, na medida em que “o enfermeiro, desconhecendo a diretiva antecipada de vontade, e com base nos dados clínicos pode decidir por um procedimento invasivo que permita a alimentação, hidratação e compliance terapêutica, tendo como objetivo terapêutico inverter uma situação, por exemplo, de desidratação, desnutrição e dor”. Acrescenta, ainda, que “ao realizar este procedimento, o enfermeiro vai contra a vontade expressa do doente”. Neste sentido, e nas palavras do Bastonário da Ordem dos Enfermeiros, a exclusão do enfermeiro “representa um claro prejuízo para a operacionalidade do Testamento Vital, com dano sério para as pessoas que o tenham registado”. Assim, a Ordem dos Enfermeiros, “a bem da garantia de respeito pelas pessoas que venham a registar o seu testamento vital no RENTEV, exige a reposição desta falha grave”.

Deste modo, para a Ordem dos Enfermeiros, a Portaria n.º 96/2014 revela, mais uma vez, “uma visão médico-cêntrica da saúde, que ignora de forma preocupante, a realidade da prática clínica”. Por outro lado, a portaria em questão contraria o Estatuto da Ordem dos Enfermeiros (alínea f) do número 2 do Artigo 75º), visto que nega ao enfermeiro o acesso à informação, situação que coloca em causa a vontade expressa pelo doente.

Por último e até ao momento, a Ordem dos Enfermeiros não obteve qualquer resposta ao ofício enviado, em julho de 2014, ao Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde Dr. Leal da Costa, nem ao ofício enviado em fevereiro de 2015, à Presidente da Assembleia da República, Dra. Maria da Assunção Esteves, onde é solicitado a clarificação da exclusão administrativa dos enfermeiros no acesso ao RENTEV.

Concluindo e citando o CNECV: “O regime legal das Diretivas Antecipadas de Vontade deve ser interpretado no sentido de permitir o acesso ao RENTEV aos profissionais de saúde a quem cabe atender as disposições da pessoa, particularmente médicos e enfermeiros”. Urge o Governo esclarecer esta situação de forma a respeitar o princípio do primado do ser humano, nomeadamente quanto ao exercício da sua liberdade de escolha dos cuidados de saúde e, em concreto, no respeito pela sua autonomia em determinar quais os cuidados que deseja ou não receber quando se encontre possibilitado de decidir. Não nos devemos esquecer que na verdade, o acesso por parte dos enfermeiros ao RENTEV garantirá um maior grau de eficácia ao testamento vital, princípio que esteve na base da sua criação pelo artigo 1.º da Lei n.º 25/2012 de 16 de julho.

 

Referências Bibliográficas:
CAPELAS, M. L. (coord.) (2015), Estudo “Os Portugueses e o Testamento Vital”, Centro de Investigação em Cuidados Paliativos da Universidade Católica Portuguesa e Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (no prelo, documento provisório gentilmente cedido pelo coordenador do estudo).
CNECV (2015), Relatório e Parecer sobre Exclusão Administrativa dos Enfermeiros ao RENTEV, 82/CNECV/2015, disponível em http://www.cnecv.pt/admin/files/data/docs/1433870273_Parecer%2082%20CNECV%202015%20Exclusao%20RENTEV%20Aprovado.pdf
DIÁRIO DA REPÚBLICA (2012), Lei n.º 25/2012 de 16 de julho que Regula as diretivas antecipadas de vontade, designadamente sob a forma de testamento vital, e a nomeação de procurador de cuidados de saúde e cria o Registo Nacional do Testamento Vital (RENTEV), disponível em http://www.portaldasaude.pt/NR/rdonlyres/0B43C2DF-C929-4914-A79A-E52C48D....
DIÁRIO DA REPÚBLICA (2014), Portaria n.º 96/2014 de 5 de maio que Regulamenta a organização e funcionamento do Registo Nacional do Testamento Vital (RENTEV), disponível em http://www.portaldasaude.pt/NR/rdonlyres/2258A6C8-BC15-45BE-AB14-A4DD4CA92C08/0/0263702639.pdf.
DIÁRIO DA REPÚBLICA (2014), Portaria n.º 104/2014 de 15 de maio que Aprova o modelo de diretiva antecipada de vontade, disponível em http://www.portaldasaude.pt/NR/rdonlyres/ABE84A16-E029-43DA-A8C8-9B77D96....
NUNES, R. & MELO, H. (2012), Testamento Vital, Coimbra, Almedina.
ORDEM DOS ENFERMEIROS (2015), RENTEV - Ordem dos Enfermeiros pede explicações à Assembleia da República, disponível em http://www.ordemenfermeiros.pt/comunicacao/paginas/rentev-ordem-dos-enfe....
ORDEM DOS ENFERMEIROS (2015), RENTEV - CNECV defende posição da Ordem dos Enfermeiros, disponível em  http://www.ordemenfermeiros.pt/comunicacao/Paginas/RENTEV-CNEV-defende-posicao-da-Ordem-dos-Enfermeiros.aspx.
SPMS (2015), RENTEV – Um ano a registar testamentos vitais, disponível em http://spms.min-saude.pt/blog/2015/07/01/rentev-um-ano-a-registar-testamentos-vitais/.


Pedro Quintas, Enfermeiro no ACES Pinhal Litoral, Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária e Mestre em Bioética, Membro Suplente do Conselho Regional de Enfermagem da Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros, [email protected]

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Infarmed
O Infarmed emitiu um comunicado relativo à recolha voluntária de dois lotes do medicamento Olanzapina Sandoz.

A empresa Sandoz Farmacêutica, Lda. irá proceder à recolha voluntária dos lotes ED1672 e ED8414 com o número de registo 5402573 do medicamento Olanzapina Sandoz, comprimido orodispersível, 5 mg, 28 unidades e validade até janeiro de 2017, por terem sido detetados resultados fora das especificações.

Assim, o Infarmed determina a suspensão imediata da comercialização deste lote.

Face ao exposto:
- As entidades que possuam estes lotes de medicamento em stock não os podem vender, dispensar ou administrar, devendo proceder à sua devolução.
- Os doentes que estejam a utilizar medicamentos pertencentes a estes lotes não devem interromper o tratamento. Logo que possível, devem consultar o médico assistente para poderem adquirir um lote alternativo.

Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo
A Administração Regional de Saúde de Lisboa justificou a restrição de linhas telefónicas com acesso exterior nos centros de...

Os esclarecimentos da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT) surgem depois de o Diário de Notícias ter divulgado hoje uma circular que pretende limitar o acesso direto ao exterior por parte dos médicos dos centros de saúde na zona da Grande Lisboa, com alguns profissionais de saúde a mostrarem-se indignados com a medida.

Num comunicado, o conselho diretivo da ARS refere que quando iniciou funções existiam nas várias unidades de saúde 8.750 ligações telefónicas diretas quando há cerca de 7.800 funcionários.

“Existiam mais ligações telefónicas diretas do que funcionários ao serviço”, justifica a ARS, indicando ainda que muitas das ligações nem sequer eram utilizadas, mas havia um custo de acesso cobrado por parte das operadoras de telecomunicações.

“Como é fácil de perceber, esta é uma situação incompreensível e com elevados custos (desnecessários) para os contribuintes”, acrescenta a nota.

A ARS-LVT argumenta ainda que se verificava um elevado custo em telecomunicações para chamadas internacionais feitas a partir dos telefones fixos de serviço, que “dificilmente podem estar relacionadas com questões de acompanhamento dos utentes ou com questões de serviço”.

Para “garantir a otimização de recursos”, a ARS iniciou uma “renovação das centrais telefónicas”, ao mesmo tempo que aumentava o número de telemóveis de serviço.

“Todas as unidades de cuidados de saúde primários, garantidamente todas, dispõem de acessos telefónicos ao exterior (várias linhas)”, sublinha a instituição, afirmando ainda que nenhuns aparelhos telefónicos foram retirados dos centros de saúde.

A principal alteração é que alguns profissionais de saúde (como médicos) têm de solicitar a um funcionário a ligação telefónica ao exterior.

“Em nenhum momento as medidas adotadas pelas ARS-LVT tiveram como objetivo impedir que os seus profissionais de saúde estivessem limitados no contacto com os seus utentes. (…) Garantiu-se, isso sim, a melhor gestão dos recursos públicos, a utilização de chamadas pagas pelos contribuintes para o fim a que se destinam”, conclui o comunicado.

A agência Lusa tentou saber junto da ARS-LVT que volume de poupanças pode significar esta medida, mas esta questão não foi respondida.

Na nota a que chama de esclarecimento, a ARS indica ainda que não recebeu "qualquer reclamação formal por parte de profissionais de saúde" e, caso isso suceda, as direções dos Agrupamentos de Centros de Saúde têm autonomia para avaliar as situações e propor medidas de alteração.

Investigadores concluem
Investigadores concluíram foi que, muitas vezes, a quimioterapia piorava significativamente a qualidade de vida sem causar...

Os doentes com cancro terminal, a quem são dados meses de vida, devem continuar a fazer tratamentos de quimioterapia? A resposta é diferente de caso para caso, mas um novo estudo publicado esta semana na revista científica JAMA Oncology, e revelado pelo Diário de Notícias, vem mostrar que, para alguns doentes, a quimioterapia faz mais mal do que bem.

O estudo, realizado pelo Centro de Investigação sobre Cuidados Paliativos da Universidade de Weill Cornell, analisou os casos de 312 pessoas cujo cancro era terminal e tinham menos de 6 meses de vida, de acordo com os seus médicos. Cerca de metade dessas pessoas continuou a fazer tratamentos de quimioterapia, apesar do prognóstico.

Aquilo que os investigadores concluíram foi que, muitas vezes, este tratamento era a escolha errada para os doentes: piorava significativamente a qualidade de vida sem causar melhorias no cancro.

Os investigadores falaram com as famílias e cuidadores dos doentes após a sua morte para saber como era a sua qualidade de vida nas semanas antes de morrerem: se conseguiam andar sozinhos, se sentiam muita dor, se conseguiam fazer as suas atividades diárias. Concluíram que as pessoas que continuavam a fazer quimioterapia tinham muito pior qualidade de vida nos seus últimos dias do que as que optavam por não fazer nenhum tratamento.

E o que surpreendeu os cientistas foi que as pessoas que se sentiam melhor no início do tratamento, ou seja, que tinham cancro terminal e poucos meses de vida mas não manifestavam muitos sintomas, acabavam a sentir-se muito pior do que as pessoas que já se sentiam mal antes de começarem a quimioterapia. As pessoas que se sentiam bem acabaram muito mais prejudicadas pela toxicidade do tratamento, e não viram um aumento significativo no tempo de vida.

Muitos grupos dedicados aos doentes oncológicos já recomendam que os médicos tenham cuidado ao recomendar quimioterapia a pessoas que se prevê terem pouco tempo de vida. A equipa de investigadores liderada por Holly Prigerson que escreveu o estudo na JAMA Oncology espera que os resultados do estudo possam ajudar os doentes a tomar decisões mais informadas.

Balanço conclui
Balanço da comarca de Lisboa mostra que foram investigados 898 casos de violência doméstica: 743 em que os agressores são...

Foram 35 anos de agressões físicas entre quatro paredes. A mulher, atualmente com 60 anos foi agredia com chicotes e cintos e chegou, a ser queimada com isqueiros e agredida com objetos pesados como um pisa papel na cara. O caso foi tornado público este ano com o agressor, de 62 anos, a responder por três crimes de violência doméstica: um contra a mulher e os outros cometidos contra as duas filhas, hoje adultas.

Este caso ilustra as estatísticas: todos os dias, em Lisboa, quatro mulheres são agredidas pelos companheiros, maridos, namorados ou ex-namorados. Dados relativos ao primeiro semestre deste ano do Ministério Público (MP) da comarca de Lisboa. Segundo o relatório divulgado, no total foram 898 os inquéritos iniciados nos primeiros seis meses deste ano: 743 em que as vítimas são mulheres e 155 em que são os maridos ou companheiros a serem agredidos. O que perfaz uma média de cinco vítimas por dia. Nos casos em que as mulheres são as agredidas (a grande maioria), o balanço feito aponta para uma média de quatro mulheres por dia. "Esta é outra área da criminalidade que muito preocupa o MP e os números que subsistem não permitem que descuremos a atenção ao fenómeno", explica ao Diário de Notícias o procurador coordenador da comarca José António Branco. "Se reparar, o MP da comarca de Lisboa tem diversas unidades especializadas nesta tipologia criminal e, consequentemente, tem magistrados especialmente preparados para agir nesta área", concluiu. O relatório, a que o Diário de Notícias teve acesso, revela ainda que foram investigados 853 cibercrimes, 186 inquéritos contra agentes de autoridade e 105 casos de maus tratos a menores.

Agência Europeia do Medicamento
A primeira vacina contra a malária foi aprovada pela Agência Europeia do Medicamento. Os reguladores europeus confirmam que a...

A maior parte dos casos de contágio acontece na África subsariana, escreve a SIC Notícias, onde em média morre uma criança por minuto.

A vacina está em desenvolvimento há 30 anos e foi cofinanciada pela Fundação de Bill Gates e da mulher, Melinda. Até ao momento já foram investidos mais de 500 milhões de euros neste fármaco.

Falta agora receber luz verde da Organização Mundial de Saúde e das autoridades nacionais de saúde africanas para que a medicação possa ser implementada.

Ordem dos Nutricionistas
No Verão "multiplicam-se os anúncios publicitários de muitos destes falsos profissionais que prometem dietas milagrosas...

O número de indivíduos que se fazem passar por nutricionistas e dietistas em Portugal sem estarem inscritos na Ordem dos Nutricionistas tem vindo a aumentar, diz o jornal Público. Até 2015 registaram-se 152 denúncias, sendo que este ano já conta com uma média de 8 denúncias por mês. “O aumento da obesidade em Portugal e uma maior preocupação das pessoas com a imagem tem despertado o interesse a determinados indivíduos” que estarão a aproveitar-se disso, declara a Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento.

No Verão, alerta o comunicado da Ordem, "multiplicam-se os anúncios publicitários de muitos destes falsos profissionais que prometem dietas milagrosas que podem colocar em perigo a saúde pública”. A bastonária considera a situação “inquietante”. Para se exercerem funções de nutricionista ou dietista, é necessário que se esteja inscrito na Ordem dos Nutricionistas e quanto a isso Alexandra Bento alerta para a necessidade de a população se acautelar e denunciar este tipo de situação, “não vale só parece-lo, é preciso sê-lo. Ninguém se deixe enganar ainda mais numa área tão importante como é a saúde”, refere.

De momento, a Ordem dos Nutricionistas conta com cerca de 2500 membros e é possível verifica-lo na internet. “É muito fácil separar o trigo do joio, basta que para isso as pessoas consultem o registo nacional”, explica a Bastonária. Basta aceder ao site da Ordem dos Nutricionistas, entrar registo nacional e procurar o nome do profissional em questão. Caso não esteja registado, Alexandra Bento apela à denúncia à Ordem, “basta para isso que a pessoa em questão envie uma carta ou um e-mail colocando a situação”, esclarece. A Ordem desencadeia, imediatamente, uma investigação e caso se verifique que não se trata de um profissional registado, o caso passa para o Ministério Público (MP). Segundo a bastonária, há já oito casos que foram denunciados ao MP. Exercer a profissão sem ter habilitações para isso configura um crime de usurpação de funções, punível com prisão até 2 anos ou multa até 240 dias.

Segundo a bastonária , estes falsos profissionais podem ser encontrados em qualquer tipo de espaço físico e virtual, desde consultórios, ginásios e espaços dedicados ao emagrecimento, mas também na internet, o que aumenta o risco pois “prolifera-se com facilidade e dificulta o controlo”. Para tentar inverter esta situação, a Ordem dos Nutricionistas vai lançar na próxima terça-feira, dia 28 de Julho, uma campanha nacional de sensibilização e informação dos consumidores sob o mote “Vamos pôr a Nutrição na Ordem”. A campanha tem como objetivo informar a população e incentivar a denúncia destes casos. Alexandra Bento relembra “a saúde é um bem maior e tem de ser acautelado”.

Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados
No total, entre internamento e apoio em casa a rede tem 13.926 vagas. Número de camas está aquém da promessa de Paulo Macedo.

O número de camas na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), segundo o jornal Público, ultrapassou no ano passado as 7000 vagas. A estas somam-se os 6776 lugares de apoio no domicílio, mas que ao contrário das camas viram o seu número cair de 2013 para 2014. Os dados fazem parte do Relatório Anual sobre o Acesso a Cuidados de Saúde nos Estabelecimentos do SNS e Entidades Convencionadas de 2014.

O documento do Ministério da Saúde indica que, globalmente, a rede cresceu 1,7% de 2013 para 2014, contando com um total de 13.926 lugares disponíveis entre internamento e apoio domiciliário, numa proporção de 51% e 49%, respetivamente. As vagas em internamento subiram de 6642 para 7160. No entanto, o apoio em casa é agora mais reduzido, com uma queda de 7063, em 2013, para 6766, no ano passado. A tutela justifica a redução com “o ajustamento” feito nas equipas por “questões de qualidade assistencial e de rentabilização da capacidade instalada nestas equipas”.

Mesmo com o aumento de camas, dificilmente Paulo Macedo chegará ao final do mandato cumprindo as metas definidas para o internamento. A demora no processo de abertura obrigou a uma revisão das metas iniciais da rede para 2016, que foram alteradas ainda em 2012, de 15 mil camas para pouco mais de 11 mil. Porém, ao ritmo que tem vindo a ser seguido, o objetivo é praticamente impossível de atingir.

Em relação aos utentes, a procura cresceu 4,4% em 2014, com 41.657 pessoas a serem referenciadas para a RNCCI. “No total acumulado de utentes referenciados para a Rede, desde o seu início em 2006, foram já atendidos 216.600 utentes”, diz o relatório. A maior parte das novas vagas são nas chamadas Unidades de Longa Duração e Manutenção, que detêm aliás mais de 57% do total de camas de internamento. Os doentes permanecem, em média, 164 dias nestas unidades.

As assimetrias continuam a ser um problema da RNCCI. A comparação é feita tendo em conta o número de camas por cada 100 mil habitantes com mais de 65 anos. Os números variam de um máximo de 594 no Alentejo para um mínimo de 239 em Lisboa e Vale do Tejo. Aliás, esta região é também a que tem menos vagas domiciliárias pelos mesmos 100 mil habitantes. São apenas 536 quando no Algarve a proporção é de 2104.

A pressão sobre a RNCCI traduz-se em tempos de espera acima do recomendado entre o momento em que o doente é referenciado e a altura em que se encontra uma vaga. O Ministério da Saúde indica que, “globalmente, 72% dos tempos melhoraram, em relação a 2013”, mas há casos que se agravaram como o tempo de espera por uma vaga numa unidade de média duração no Algarve, que se situou em mais de 29 dias. A maior espera, de 53 dias, é por um lugar numa unidade de longa duração no Alentejo – mesmo assim abaixo dos quase 71 dias registados em 2013.

O tempo de espera para as unidades de cuidados paliativos é também um problema, uma vez que, pela gravidade dos casos, os doentes costumam estar menos tempo internados, com a esmagadora maioria dos desfechos a serem óbitos. Em 2014 o tempo de espera variou entre cinco dias na região norte e mais de 33 dias em Lisboa e Vale do Tejo. A permanência dos doentes nestas unidades é, em média, de 37 dias. O valor representa “tendo um acréscimo de 42% em relação a 2013” e o relatório considera que este aumento “pode significar uma referenciação mais precoce”.

Paradoxalmente, as camas de cuidados paliativos caíram de 195, em 2013, para 185 no ano passado, devido a encerramentos na região norte. O problema nos cuidados paliativos já foi reconhecido neste ano pela tutela, que se comprometeu a abrir mais 150 camas até ao final de 2015. O Ministério da Saúde determinou também que todos os hospitais devem passar a ter uma equipa dedicada aos cuidados paliativos.

Segundo investigadora
Ouvir música é capaz de ativar zonas do cérebro que causam sensações que podem ser comparadas ao êxtase sexual.

A música é capaz de provocar as mais fortes sensações e uma das mais fascinantes é a descrita por algumas pessoas como um "orgasmo da pele", escreve o Diário de Notícias.

Escreve a BBC que "o orgasmo da pele" caracteriza-se por arrepios ou formigueiros percorrem o corpo espoletados por algumas músicas.

Psyche Loui, violinista e pianista, além de ser psicóloga e investigadora de neurologia, conta à estação britânica que teve esta sensação quando ouviu o Concerto No. 2 para piano de Rachmaninov. No entanto, existem uma série de outras músicas com as quais isso pode acontecer.

Loui concluiu o curso de psicologia alguns anos depois do seu primeiro "orgasmo da pele" e recentemente decidiu rever aquilo que se tinha passado.

Normalmente o nosso corpo apenas reage de forma tão intensa em situações que possam garantir ou ameaçar a nossa sobrevivência - a comida pode fazê-lo, bem como o ato sexual. Ou até um assustador passeio numa montanha russa. Mas o ato de ouvir música não parece encaixar em nenhuma dessas categorias.

Tal como aconteceu com Loui, muitas pessoas são capazes de distinguir o que lhes provoca essas sensações. Assim, através desses relatos, a psicóloga e violinista foi capaz de perceber quais são as características das músicas que mais facilmente podem desencadear estas sensações.

Por exemplo, mudanças na harmonia, saltos dinâmicos (de baixo para alto) e notas dissonante que chocam com a melodia principal estão entre os "culpados".

No youtube existe uma playlist com músicas que podem criar "orgasmos da pele". Entre outros, encontram-se canções de Adele, Céline Dion e Oasis.

A investigadora acredita que um dos principais responsáveis por esta sensação é a forma como o nosso cérebro lida com as expetativas. Se a música for muito convencional não vai captar a nossa atenção, mas se for um registo muito fora do comum, o cérebro interpretará o som como ruído. Por isso, uma música que nos cause um "orgasmo" deve estar algures entre a familiaridade e o incomum.

A antecipação e a resolução das nossas expectativas provoca a liberação de dopamina, um neurotransmissor, que age em duas regiões-chave do cérebro pouco antes e logo após o "orgasmo". Este é o mesmo químico que é libertado no corpo quando uma pessoa está sob o efeito de drogas ou quando tem relações sexuais.

Esta investigação pode assim ajudar a explicar o facto de considerarmos algumas músicas "viciantes". Quando mais familiarizados estamos com uma música mais intensas podem ser as sensações de orgasmo, uma vez que ultrapassado a surpresa acabamos por condicionar a emoção que obtivemos com aquela música.

"As nossas experiências autobiográficas interagem com os dispositivos musicais para que todos encontremos uma diferente parte da música recompensadora", afirma a artista à BBC.

Louise Brown
A primeira “bebé-proveta” no mundo, a inglesa Louise Brown, lamenta que a comunidade científica tenha demorado tanto tempo a...

“É uma grande vergonha que tenha demorado tanto para o seu trabalho ser reconhecido com um Prémio Nobel”, disse Louise Brown, numa entrevista exclusiva para Portugal a propósito do livro “A minha vida como o primeiro bebé-proveta do mundo”, que será lançado no Reino Unido no sábado, dia em que completa 37 anos.

Louise Brown, que nasceu graças à Fertilização In Vitro (FIV), desenvolvida por Robert Edwards e Patrick Steptoe (que morreu em 1988), diz que Robert Edwards “era uma espécie de avô” para ela e que sempre se manteve em contacto com ele e a sua mulher Rute, que também era cientista.

Sobre a demora na atribuição do Nobel, que só chegou em 2010, Louise Brown lamenta que esta tenha chegado numa altura em que Robert Edwards já estava com graves prolemas de saúde e incapaz de o receber fisicamente.

“Robert Edwards recebeu muitas críticas nos primeiros dias da Fertilização In Vitro, muitas das quais injustas e de pessoas pouco informadas”, lembrou.

Louise sublinha que foi graças ao trabalho desta equipa que milhões de pessoas estão atualmente vivas.

Desde o nascimento de Louise Brown que cerca de cinco milhões de pessoas nasceram graças às técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA), como a FIV, segundo dados da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia.

Em 1989, algumas centenas destas crianças juntaram-se na clínica de fertilidade criada por Robert Edwards e Patrick Steptoe – a primeira do género no mundo - para homenagear Steptoe, que tinha falecido no ano anterior.

Na altura, Louise Brown e a irmã, Natalie, que também nasceu graças a uma FIV realizada por esta equipa, plantaram uma árvore no jardim da clínica.

As duas irmãs regressaram a este jardim em 2013 para plantarem novas árvores, desta vez em homenagem aos pais, entretanto falecidos.

Robert Edwards morreu em abril de 2013, aos 87 anos.

Louise Brown
Louise Brown, a primeira “bebé-proveta” do mundo, que sábado completa 37 anos, reconhece que não foi fácil crescer debaixo dos...

Numa entrevista, a propósito do lançamento do seu livro “Louise Brown: A minha vida como o primeiro bebé-proveta do mundo”, que sábado será lançado no Reino Unido, dia do seu aniversário, a primeira criança concebida através da Fertilização In Vitro (FIV) diz sentir-se uma pessoa “normal”, mas com uma infância extraordinária, a qual atribui à forma inovadora como veio ao mundo.

Louise conta que, quando tinha quatro anos, os pais mostraram-lhe o filme do seu nascimento: “Eles fizeram-no porque em breve eu ia para a escola e receavam que as outras crianças mencionassem o assunto. E também porque sabiam que a comunicação social iria tentar fotografar-me na escola e queriam contar-me a razão deste interesse por mim”.

Os pais de Louise - Leslie e John Brown – tentaram durante nove anos engravidar, sem sucesso. Coube à equipa de Patrick Steptoe e Bob Edwards, este último galardoado com o Prémio Nobel da Medicina, em 2010, proporcionar-lhes um filho através de um método então inovador e o qual tinham desenvolvido na década anterior: a Fertilização In Vitro (FIV), que consiste na junção dos óvulos com os espermatozoides em laboratório, com posterior transferência dos embriões para o útero.

“Os meus pais contaram-me que fui concebida de uma forma diferente das outras pessoas. Não tenho a certeza de ter percebido tudo na altura, mas tomei consciência de que era uma coisa diferente e que eu tinha sido a primeira no mundo”, acrescentou.

Questionada sobre o impacto deste espírito pioneiro na sua vida, Louise recorda: “Houve momentos na minha vida mais jovem em que a constante atenção e interesse da imprensa foram demasiados para a minha família. Para ser honesta, era demasiado nova para me aperceber do que estava a acontecer”.

Assim que nasceu, Louise foi sujeita a “todos os tipos de exame” para avaliarem se era perfeitamente normal. “E eu era!”, afirmou.

“Desde então, as pessoas aceitaram que nascer In Vitro não faz qualquer diferença para um ser humano”, disse.

Ainda assim, diz imaginar “o que aconteceria a todo o programa de FIV” se tivesse nascido com alguma anormalidade. “Certamente que seria atribuída à Fertilização In Vitro”, referiu.

Passado um tempo, e perante a constante curiosidade sobre a filha, Leslie e John Brown decidiram retirar Louise de debaixo dos holofotes para que a “super-bebé” ou a “criança-milagre”, como na altura a apelidavam, pudesse crescer sem tanta atenção da parte da comunicação social.

“Eu acho que eles conseguiram. Mais tarde, fui tomando muito mais consciência das coisas positivas que o meu nascimento representou para o mundo”, disse.

Louise realça agora alguns dos aspetos positivos que resultaram do seu pioneirismo. “Adoro viajar e conhecer pessoas FIV – especialmente pequenos bebés – e é muito frequente as pessoas abordarem-me e agradecerem-me por ter sido a primeira”.

“Francamente, acho que os verdadeiros pioneiros foram os meus pais e a equipa de Patrick Steptoe e Bob Edwards. Eu sou apenas o resultado do seu trabalho pioneiro. Agora que estes quatro pioneiros morreram, eu sinto que é importante conservar a sua memória viva e esta é uma das razões para o livro nesta altura da minha vida”, declarou.

O que não deve ser difícil, uma vez que a imprensa continua “fascinada” com a sua pessoa, para o bem e para o mal.

Louise conta que “umas pessoas ignorantes” colocaram “coisas estranhas” sobre si na internet. “Eu ignorei essas coisas e segui com a minha vida normal”, frisou.

Uma das dúvidas sobre estas crianças que mais tempo demorou a ser esclarecida foi em relação à sua própria fertilidade e também nesta área a família Brown deu um pioneiro contributo.

Isto porque a irmã de Louise, que também nasceu através de uma FIV, foi mãe naturalmente, transformando-se na primeira pessoa nascida por este método a ter um bebé de forma espontânea.

Desde o nascimento de Louise, mais outras cinco milhões de crianças vieram ao mundo com a ajuda da ciência, nomeadamente de técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA) como a FIV.

Louise já conheceu algumas destas crianças, sentindo com algumas delas muito em comum. “É fantástico quando ouço algumas das histórias dos seus pais e de como são felizes por terem conseguido um filho”.

E sobre a coragem da mãe – que se submeteu a uma técnica ainda desconhecida na altura – Louise sublinha que só o seu grande desejo em ter um filho fez com que ela, “uma senhora tímida e reservada”, se expusesse ao mundo.

De certa forma, prosseguiu, “a minha mãe sentia que tinha de partilhar-me com o mundo, pelo que submeteu-se a uma nova FIV, da qual nasceu a minha irmã Natalie”.

“Para mim, a mãe era apenas a mãe, mas ela merece ser recordada por todas as mulheres em todo o mundo pela forma como, silenciosamente, mudou o mundo”.

E às mulheres que, como a sua mãe, querem e não conseguem ser mães, Louise aconselha: “Nunca desistam, pois não há nada como a alegria de ser mãe”. Louise Brown é mãe de dois filhos, nascidos de forma espontânea.

“Ver Lisboa com outros Olhos”
“Ver Lisboa com outros olhos” é a proposta que a Associação de Retinopatias de Portugal, com o apoio da Bayer, faz à população...

O ponto de encontro está marcado para os Restauradores, onde também vai decorrer a ação e onde vai estar o presidente da Associação de Retinopatias de Portugal (ARP), Rui Vasconcelos, a partir das 10:30.

A ação permite aos participantes experimentarem os sintomas/manifestações de duas doenças que afetam a retina: o Edema Macular Diabético (EMD) e a Degenerescência Macular Relacionada com a Idade (DMI).

Através de filtros criados para o efeito, ao aproximarem-se do “miradouro” os participantes poderão observar pontos históricos de Lisboa e simular as alterações da visão que estas doenças provocam. Esta ação vai realizar-se em simultâneo entre as 09:30 e as 12:30 nos seguintes locais:

- Restauradores (ao principio da Avenida da Liberdade, perto da Virgin e da Loja do Cidadão, junto à saída do metro) – principal local

- Mosteiro dos Jerónimos (perto dos pastéis de Belém)

- Jardim de São Pedro de Alcântara

- Miradouro da Graça

- Parque Eduardo VII (junto à bandeira nacional)

A degenerescência macular relacionada com a idade (DMI) neovascular (húmida) é uma doença ocular debilitante e degenerativa, associada ao envelhecimento, que afecta gradualmente a visão central, necessária à realização de várias actividades do quotidiano entre as quais a leitura, reconhecimento de rostos e condução. A DMI afeta a mácula, uma pequena área no centro da retina indispensável à visualização de pequenos detalhes.

Com o envelhecimento da população é esperado um aumento significativo do número de casos de DMI nos próximos anos sendo que a prevalência da DMI em Portugal é de cerca de 46 mil casos de DMI exsudativa.

Todos os anos surgem em Portugal cerca de 3 mil novos casos de DMI neovascular (húmida) e prevê-se que em 2030, a prevalência da DMI em indivíduos com mais de 65 anos duplique.

O Edema Macular Diabético (EMD) é a principal causa de cegueira entre pessoas em idade ativa (30-60 anos). O EMD surge de uma complicação da diabetes denominada retinopatia diabética (RD). A retinopatia diabética é um problema da retina associada à lesão dos vasos sanguíneos da retina. A presença de edema pode originar alterações temporárias na visão. Sem tratamento, odema poderá recorrer, causando alterações permanentes na visão. Na segunda década após o diagnóstico praticamente todas as pessoas com diabetes tipo 1 e aproximadamente 60% das pessoas com diabetes tipo 2 apresentam algum sinal de retinopatia.

Ordem dos Médicos Dentistas
A Ordem dos Médicos Dentistas defende a criação de um cheque dentista de urgência para responder a situações agudas e ainda o...

Numa carta aberta a todos os candidatos ao parlamento, que será publicada em jornais nacionais no sábado, a Ordem dos Dentistas alerta para a “reiterada ausência de soluções de medicina dentária no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

Preocupada com a dificuldade da população, sobretudo da mais desfavorecida, em aceder a um dentista, a Ordem defende a criação de um cheque dentista de urgência, a disponibilizar em consultórios aderentes, “para dar resposta às situações recorrentes de dor e trauma dentário”.

Numa altura em que se divulgam os programas eleitorais dos partidos candidatos às legislativas, os dentistas pretendem manifestar a sua disponibilidade para encontrar soluções que colmatem a falta da saúde oral no SNS.

A Ordem defende também o alargamento do cheque-dentista a todos os jovens até aos 18 anos, um programa que tem mostrado resultados positivos na população escolar.

O Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral abrange já crianças e jovens que frequentam as escolas públicas aos 7, 10, 13 e 15 anos, bem como grávidas seguidas nos serviços públicos, idosos que recebem o complemento solidário e portadores de VIH/sida.

Para a Ordem deve ainda ser avaliada a inclusão no programa de doentes com diabetes, um grupo com riscos adicionais para problemas de saúde oral.

“Portugal tem mais de cinco mil clínicas e consultórios dentários com cobertura nacional com condições para que seja criada uma rede de convencionados com o SNS, abrindo em simultâneo a medicina dentária aos cuidados de saúde primários”, defende a Ordem.

Para o bastonário Orlando Monteiro da Silva, que assina a carta aberta a todos os candidatos a deputados, tem havido uma “visão profundamente errada que separa a saúde oral da saúde no seu todo”.

Relatório do Instituto Nacional de Saúde
A percentagem de mulheres que toma ácido fólico antes da gravidez é reduzida e pode estar a comprometer a prevenção de algumas...

No Registo Nacional de Anomalias Congénitas deu-se um ligeiro aumento da percentagem das grávidas que iniciaram suplemento de ácido fólico antes da gravidez entre 2004 e 2010, mas que ainda assim só representavam 6,2% das mulheres.

“A prevenção primária dos defeitos do tubo neural pode estar comprometida, considerando a reduzida percentagem de mulheres que tomou ácido fólico na fase pré-concecional”, refere o relatório do Registo de Anomalias Congénitas hoje divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

No documento, sublinha-se que toda a mulher que deseja engravidar deve iniciar suplemento com ácido fólico pelo menos dois meses antes de suspender o método contracetivo utilizado.

“A grande maioria das grávidas iniciou a toma de ácido fólico durante o 1º trimestre da gravidez (26,6%), o que compromete a redução da prevalência dos defeitos do tubo neural, uma vez que o encerramento do tubo neural acontece antes do final do primeiro mês de vida do embrião”, indica o documento do INSA.

Os defeitos do tubo neural (DTN) são uma das anomalias congénitas mais frequentes no mundo ocidental e englobam várias situações, desde formais letais como a anencefalia a outos problemas corrigíveis.

O relatório relembra que as anomalias congénitas se tornaram uma das principais causas de mortalidade e morbilidade infantil e traça o cenário em Portugal no período de 11 anos, de 2000 a 2010.

Durante este tempo foram notificados 11.502 casos e diagnosticadas mais de 17 mil anomalias, com as múltiplas anomalias a serem registadas em menos de três em cada dez casos.

As anomalias cardiovasculares surgem como as mais prevalentes, com 38,8 casos por 10.000 nascimentos, seguido das alterações músculo-esqueléticas. As anomalias em cromossomas apresentaram uma prevalência de 13,42 casos por 10 mil nascimentos.

A deteção precoce dos casos de anomalias congénitas tem aumentado e está relacionada com a melhoria dos cuidados de saúde durante a gestão, com 43% das situações a serem diagnosticadas na fase pré-natal.

Cerca de 80% das gestações com anomalias genéticas terminaram no nascimento de uma criança viva, em 17,4% das gestações os pais optaram pela interrupção médica da gravidez e 1,6% das gravidezes terminou em morte fetal.

O Registo Nacional de Anomalias Congénitas exclui todos os casos de defeitos metabólicos ou funcionais, as deformações ou lesões devidas a traumatismo no parto.

Deco lança
A associação de defesa do consumidor Deco lança uma ferramenta online que permite aos utentes do Serviço Nacional de Saúde...

Segundo a Deco, os utentes podem recorrer a uma espécie de simulador que lhes permite saber se foram atendidos nas urgências dos hospitais dentro dos tempos recomendados pelo protocolo de triagem de Manchester, que é usado na maioria das unidades através de pulseiras com cores diferentes consoante as prioridades.

“Os dados são anónimos e enviados às autoridades em situações fora do normal”, adianta a Deco, explicando que esta ferramenta vai permitir detetar problemas e pressionar as autoridades para melhorar o serviço.

Baseado em critérios acordados a nível internacional, a triagem de Manchester permite avaliar o risco clínico do utente e atribuir um grau de prioridade, através de uma cor de pulseira, que pode ir do vermelho (situações de emergência, que exigem atendimento imediato) ao azul (identifica as situações não urgentes, cuja espera se admite até quatro horas).

A Deco já tinha lançado no início deste ano uma ferramenta online idêntica para os tempos de espera nas consultas de especialidade nos hospitais ou cirurgias, cujos tempos de resposta estão definidos por lei.

“Para ajudar os utentes a reivindicar os seus direitos, no início do ano lançámos uma ferramenta sobre os tempos de espera na saúde, que permite verificar se o prazo legal para o utente obter o cuidado de saúde já se esgotou e, em caso afirmativo, usar a nossa carta-tipo para reclamar”, recorda a associação.

Desde fevereiro, mais de 3.000 utentes já usaram este simulador, sendo que em quase um quarto dos casos o tempo de espera previsto na lei não foi respeitado.

A primeira consulta da especialidade e as cirurgias não oncológicas foram os cuidados mais problemáticos, com incumprimentos em 43% e 25% dos casos, respetivamente.

Em 80% dos casos os utentes não sabiam o nível de prioridade atribuído à sua consulta ou cirurgia e nem lhes foi dada uma estimativa do tempo de espera para serem atendidos.

Instituto Nacional de Estatística
A despesa corrente das famílias com a saúde aumentou 3,1% em 2014, segundo estimativas do Instituto Nacional de Estatística,...

Os dados da Conta Satélite da Saúde do Instituto Nacional de Estatística (INE), mostram que, globalmente, a despesa corrente em saúde aumentou 1,3% em 2014, registando ainda assim uma taxa de crescimento inferior à do Produto Interno Bruto (2,2%).

“Para 2013 estima-se uma despesa de 15.681,9 milhões de euros, representando 9,1% do PIB, o que traduz um crescimento de 1,3% face a 2013”, refere o INE.

Desde 2010 que a despesa corrente em saúde tem registado taxas de crescimento inferiores à do PIB. Em 2013, por exemplo, o PIB cresceu 0,6% enquanto a despesa corrente em saúde diminuiu 1,6%.

Para 2014, o INE estima um ligeiro aumento, de 0,7%, da despesa corrente pública e um crescimento de 2,5% da despesa corrente privada, que tinha diminuído significativamente no ano anterior.

Em 2013, a despesa corrente pública e privada tinha crescido 0,3% e 4,1% respetivamente.

Nesta despesa privada, o INE contempla o que é suportado por seguros, instituições sem fins lucrativos ou pelas famílias.

Em relação às famílias, estima-se em 2014 o aumento de 3,1% da despesa com saúde, depois da diminuição de 4,5% registada em 2013.

Numa análise global entre 2000 e 2010, a despesa corrente privada aumentou em média 5,6% ao ano, alcançando depois um crescimento moderado em 2011 e 2012 e uma redução de 4,1% em 2013.

No caso da despesa corrente pública, entre 2000 e 2010 cresceu em médico 5% ao ano, havendo depois reduções “muito significativas” em 2011 e 2012, “traduzindo o impacto de medidas políticas gerais de contenção da despesa e de medidas sectoriais como a política do medicamento”.

Em 2013 a despesa corrente pública continuou a diminuir, mas a um ritmo moderado (-0,3%) e em 2014 estima-se um aumento de 0,7%.

A análise do INE aos agentes financiadores da saúde permite perceber que entre 2012 e 2014 quase 65% da despesa do sistema de saúde foi financiada através da administração pública. Por seu lado, nos mesmos anos, 27,7%, em média, da despesa corrente foi suportada diretamente pelas famílias.

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