Exercício Físico e Alimentação

Saiba como pode ajudar a reequilibrar o organismo

Atualizado: 
07/12/2018 - 18:08
Para a Medicina Tradicional Chinesa, o exercício físico e a alimentação são dois aspetos fundamentais no processo de auto-regulação do nosso organismo, ajudando prevenir algumas doenças. Hélder Flor, terapeuta e especialista em medicina chinesa, explica como.

De acordo com Hélder Flor “a medicina tradicional chinesa valoriza um reequilíbrio do organismo de forma gradual”. O exercício físico e a alimentação têm um papel importante neste processo e, como adianta o especialista, é preciso ter atenção aos excessos.

A verdade é que, tal como Hélder Flor explica, quer o exercício físico quer a alimentação estão associados às necessidades mais básicas de um organismo.

“Devemos considerar os alimentos como se fossem medicamentos que tomamos de três em três ou de quatro em quatro horas”, começa por dizer. “Podemos tomar bons medicamentos que vão fazer com que vivamos mais e melhor, ou podemos tomas medicamentos que têm efeitos secundários no nosso organismo, tanto a curto como a longo prazo”, justifica o terapeuta.

Apesar de não se referir a alimentos proibidos, uma vez que acredita que “existe lugar para tudo com conta, peso e medida”, este especialista em Medicina Tradicional Chinesa recomenda que se evitem certos alimentos. “Alimentos com excesso de sal, excesso de açúcar, excesso de lacticínios, excesso de gordura, carnes gordas, fritos e excesso de álcool”, enumera.

“Em casos particulares, e sempre que descobrimos que a alimentação está a contribuir para o desequilíbrio energético que causa a doença, adaptamos a alimentação à pessoa, aconselhando certos alimentos e desaconselhando outros”, adianta Hélder Flor.

Um bom exemplo do que refere é o consumo de fruta, altamente aconselhado por todos os profissionais. “Sabemos, de uma maneira geral, que a fruta tem imensas propriedades imprescindíveis à manutenção da saúde do ser humano. No entanto, se diagnosticarmos uma síndrome de Deficiência de Qi Baço-Pâncreas – considerado pela Medicina Tradicional Chinesa como um único órgão – que, entre outros sintomas, pode manifestar diarreia, falta de apetite, cansaço, distensão abdominal ou apresentar língua marcada pelos dentes, devemos desaconselhar o consumo de frutas com muita água, como é o caso do melão ou melancia”, explica.

Ainda assim, Hélder Flor aconselha a apostar numa dieta rica em vegetais, alimentos não processados – “o mais perto do seu estado natural” – frutas, sobretudo da época, peixe e alguma carne e cereais. “Mas não cereais de pequeno-almoço”, refere.

Na consulta de dietética, complementar aos tratamentos de Medicina Tradicional Chinesa, esta dieta base é adaptada caso a caso, consoante as necessidades do paciente. E há sempre truques que podem ajudar ao consumo de alguns alimentos essenciais mesmo quando não se gosta.

“No caso de termos uma pessoa que não gosta de aveia e esse ser um dos cereais que deve privilegiar, podemos sempre tentar disfarçar o seu sabor através da maneira de o cozinhar”, explica o terapeuta.

“Podemos aconselhar, por exemplo, a sua adição em pequenas quantidades às sopas, ou adicionar às tradicionais papas de aveia um pouco de mel, canela e nozes ou outros frutos secos”, exemplifica.

Relativamente ao exercício físico, Hélder Flor recomenda que nos centremos na frase popular «parar é morrer».

“Não é exagero. Podemos pensar que quando uma pessoa está acamada os músculos começam a atrofiar e definhar. No nosso dia-a-dia, obviamente, isto não acontece mas sabemos que quando os nossos músculos não são utilizados acabam por perder a sua vitalidade e elasticidade”, afirma.

“Isto acontece porque o nosso corpo é uma máquina que tenta, a todo o momento, poupar energia, logo, gasta mais com os sistemas que não são utilizados”, explica.

Tal como a alimentação, tão importante para o reequilíbrio do nosso organismo, também o exercício físico deve ser adaptado à condição de cada um.

“Para uma pessoa com muito peso não devemos aconselhar corrida mas sim caminhadas, em passo rápido, em terreno plano ou com inclinação ligeira”refere.

“Outro exemplo, são os problemas osteoarticulares. Normalmente, os médicos convencionais aconselham natação a pessoas com problemas de coluna. Devemos ter em atenção que nem todas as pessoas beneficiam de natação ou, pelo menos, de todos os estilos de natação”, adianta Hélder Flor.

“Genericamente falando, para uma pessoa com problemas cervicais não devemos aconselhar estilos como bruços, crawl ou mariposa, mas costas já é bem tolerado pela maioria das pessoas com este problema”, conclui.

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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