Magnésio reduz fadiga e previne lesões musculares
Contribuindo para o normal funcionamento dos ossos e músculos, o magnésio é responsável pela capacidade funcional dos tecidos tornando-se a peça chave da recuperação após prática desportiva.
“Ao intervir em muitas reações enzimáticas, tanto no metabolismo dos alimentos como na síntese de inúmeros produtos orgânicos, assim como no funcionamento do sistema ósseo ou no processo de divisão celular, este é um mineral básico para o desportista”, começa por dizer a dietista Ana Maria Lajusticia.
O magnésio é, de acordo com a especialista, “o sétimo elemento em abundância, constituindo cerca de 2% da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido na água do mar”, sendo essencial para todas as células vivas.
“No nosso organismo, ocupa o quinto lugar, depois do cálcio, do fósforo, do potássio e do sódio, e mais de metade encontra-se nos ossos e nos dentes, quase uma terceira parte nos músculos e noutros tecidos. O resto encontra-se no sangue e outros fluídos”, explica Ana Maria Lajusticia.
Entre os principais benefícios, destaca-se o seu contributo para o normal funcionamento do sistema nervoso e da função psicológica, dos músculos e síntese proteica e manutenção dos ossos e dentes.
Por outro lado, o magnésio contribui para o equilíbrio eletrolítico e metabolismo energético normal e ajuda a diminuir o cansaço.
Sendo que as doses diárias recomendadas deste mineral variam entre 400 e 310 mg (valores referência para homens e mulheres entre os 19 e 30 anos), o magnésio encontra-se “em maior proporção em frutos secos, sementes, cereais integrais, legumes, hortaliças de folha verde e nas frutas”. Leite ou produtos lácteos e soja são também importantes fontes de magnésio.
Insónia, irritabilidade, fadiga, contraturas musculares, cãibras, alterações cardíacas, distúrbios na memória, confusão ou anorexia são alguns dos sintomas causados por um aporte deficiente deste mineral.
“A deficiência de magnésio pode ocorrer em pessoas que consomem álcool em excesso ou naquelas que absorvem menos magnésio devido a queimadura, certos medicamentos – como os diuréticos -, níveis baixos de cálcio no sangue, problemas de má absorção – como a doença de Crohn -, ou devido a cirurgia”, revela a dietista espanhola.
Pelo contrário, o excesso deste mineral no organismo pode provocar problemas graves de saúde. “A insuficiência renal é a causa mais comum do excesso de magnésio já que os rins não podem excretar o mineral de forma normal”, explica Ana Maria Lajusticia acrescentando que a justificação para a apresentação de doses excessivas de magnésio no organismo pode estar no uso incorreto de algumas substâncias. “É possível que se esteja a tomar muito magnésio através da alimentação, geralmente em forma de laxantes (como leite de magnésio) ou antiácidos”, revela.
Relativamente ao seu papel na prevenção de lesões desportivas, este mineral revela-se extramente importante na recuperação muscular.
“Quando o desportista se vê submetido a stress físico, mas também mental, perde magnésio. Nesse momento, o magnésio que se encontra nas células é libertado para a corrente sanguínea e, posteriormente, é eliminado pela urina e/ou pelas fezes”, começa por explicar a especialista.
Como consequência, a redução dos níveis de magnésio a que está sujeito leva a perda de resistência e de capacidade de adaptação ao esforço, que se traduz no aparecimento de cãibras, contraturas, tiques ou fadiga.
“Sem este mineral, podemos reduzir a capacidade funcional do tecido e piorar a sua recuperação. Daí a necessidade de suplementar com mais 10 a 20% do que no caso de uma pessoa sedentária”, afirma Ana Maria.
A suplementação de magnésio está, deste modo, indicada para a melhoria do rendimento físico e mental, para atrasar a fadiga e melhorar sintomas como contraturas, tiques ou cãibras.
“É importante sublinhar que o magnésio deve ser complemento a uma alimentação variada e equilibrada e com uns hábitos de vida saudáveis, como a prática de exercício físico e a redução de stress”, acrescenta.
De acordo com esta especialista, como suplemento, o magnésio pode ser encontrado em várias formas de sais “tal como carbonato, cloreto ou lactato”.
A única advertência à sua utilização prende-se com o seus efeitos adversos. “Alguns sais de magnésio como cloreto ou carbonaro estão contraindicados para pessoas com diarreira, já que podem ter um ligeiro efeito laxante”, justifica.
Por outro lado, “também não é recomendável para pessoas com alguma doença renal, nem para pessoas que estejam a tomar antibióticos, já que reduz a absorção dos mesmos”.