Doença de causa desconhecida

Vitiligo

Atualizado: 
02/07/2019 - 10:03
O vitiligo é uma despigmentação da pele localizada ou difusa, caracterizada por manchas de pele branca bem delimitadas e com tendência para a simetria.
Mãos com vitiligo

O vitiligo é uma doença de pele que se caracteriza pela presença de manchas acrómicas (sem pigmentação) na pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos, as células responsáveis pela formação da melanina, substância que dá cor à pele.

Isto traduz-se no aparecimento de manchas brancas, que são mais visíveis quanto mais escura for a pele. Trata-se de uma doença com causa desconhecida, mas as investigações apontam para uma associação a fenómenos auto-imunes, para além de uma correlação com alterações ou traumas emocionais que podem actuar como factores de desencadeamento ou agravação da doença.

A doença pode surgir em qualquer idade, embora seja mais frequente no adulto jovem. Segundo os dados conhecidos afecta cerca de um por cento da população mundial, mas não é uma doença contagiosa. Em cerca de um terço dos casos observa-se uma incidência familiar. A evolução do vitiligo é extremamente variável, quer quanto à idade, número de lesões e progressão. Ou seja, não há como prever a evolução da doença, que pode permanecer estável durante anos, voltar a desenvolver-se ou regredir espontaneamente.

As localizações mais frequentes são os contornos dos orifícios naturais, dorso das mãos, extremidades dos dedos e os locais submetidos a atrito prolongado, por exemplo os cotovelos. É frequente a associação do vitiligo com doenças da tiróide, queda de cabelo localizada, diabetes e melanoma maligno.

Por outro lado, o vitiligo é frequentemente confundido com outras doenças da pele e surgir em consequência de inflamações como no eczema atópico e na pitiríase alba, ou sucederem a infecções fúngicas como na pitiríase versicolor.

Sintomas do vitiligo

O vitiligo apresenta-se sob a forma de manchas brancas típicas da total ausência de pigmento. Têm limites bem definidos e podem apresentar um fino halo de pele mais escura ao seu redor. As lesões não apresentam quaisquer sintomas.

O vitiligo costuma atingir principalmente a face, extremidades dos membros, genitais, cotovelos e joelhos, mas pode chegar a acometer quase toda a pele. Quando atinge áreas pilosas, os pêlos ficam brancos.

Apesar do vitiligo não causar nenhum prejuízo à saúde física, as alterações estéticas muitas vezes causam distúrbios psicológicos que podem prejudicar o convívio social. O grau de comprometimento emocional pode acabar por interferir negativamente na evolução da doença. Por isso, quando necessário, o acompanhamento psicológico dos doentes em tratamento pode ser fundamental para um bom resultado.

Tratamento do vitiligo

O vitiligo é uma doença que tem tratamento, mas este é demorado e exige paciência. Até porque a doença apresenta-se de forma e intensidade variada em cada doente. Assim, o tratamento indicado pelo dermatologista deve ser individualizado, de acordo com cada caso. Isto porque, medicamentos que exercem óptimos resultados em alguns doentes podem não ter efeito algum em outros.

O tratamento visa corrigir as alterações imunes que se pensa serem responsáveis pelo processo de despigmentação ou estimular os melanócitos presentes nas lesões a produzirem a melanina. São actualmente usadas terapêuticas medicamentosas e em alguns casos cirúrgicas. Este último tipo de tratamento pode ser bastante eficaz nos casos de vitiligo estável (quando não surgem novas lesões e as existentes não aumentam de tamanho), fazendo-se uma transferência de melanócitos obtidos em áreas de pele saudável para a área afectada. Uma vez incorporados ao tecido estes iniciam a produção de melanina repigmentando a lesão. Os resultados dos tratamento são variáveis, mas a sua eficácia, habitualmente, não ultrapassa os 75% de repigmentação.

A clarificação do mecanismos fisiopatológicos da doença pode possibilitar o desenvolvimento de fármacos que impeçam o processo de despigmentação, tornando o vitiligo uma doença potencialmente reversível. A repigmentação poderá, então, ser mais facilmente alcançada através da combinação de métodos médicos e cirúrgicos.

Artigos relacionados

Vitiligo: a vida a duas cores

Dermatite Atópica: a doença inflamatória cónica de pele que dá comichão intensa

Pitiríase Rosada

Fonte: 
dermatologia.net
Hospital CUF Descobertas
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Foto: 
ShutterStock