Prevenir o aparecimento de estrias
A pele é o maior órgão do nosso corpo, corresponde a 16% do peso corporal e exerce diversas e importantes funções como sejam a de regulação térmica ou a de protecção contra os diversos agentes do meio ambiente. Desta forma manter a pele sã é imperativo e passa por manter intactas as suas principais três funções. “Protecção em relação ao ambiente externo, transmissão de informação entre o interior e o exterior através da recepção de estímulos tácteis, térmicos e de dor e, por fim, troca entre o interior e o exterior através, por exemplo, da regulação de temperatura através do suor” refere Teresa Laginha, especialista em Medicina Geral e Familiar, sublinhando que, para assegurar estas funções a pele necessita manter a elasticidade, o grau de hidratação e o nível de pH. Quando este equilíbrio não existe podem surgir diferentes tipos de problemas. A pele da face, pela sua exposição, é a zona do corpo que é mais alvo de preocupações, mas os cuidados devem ser gerais. Aliás, Teresa Laginha explica que, “muitos dos cuidados para manter uma pele saudável são os mesmos que devemos ter para nos mantermos globalmente saudáveis”. Ou seja, fazer uma alimentação variada, beber água suficiente, não fumar, praticar exercício físico, não usar roupa demasiado apertada. Relativamente aos cuidados com a pele, a especialista destaca “o uso de cremes hidratantes, evitar a exposição ao sol sem protecção, os ambientes com ar condicionado e a utilização de banhos com água muito quente”.
Salientar que os produtos/cremes devem ser adequados ao tipo de pele, já que “um produto desadequado pode agravar alguns problemas”. Por outro lado, a temperatura e o número de banhos também têm influência na saúde da sua pele. “A água do banho deve ser tépida uma vez que banhos muito quentes e frequentes removem a proteção da pele provocando ou agravando a sua desidratação”, esclarece a especialista.
Fica claro a importância de ter uma pele saudável, tanto mais quando pode ser “a expressão de doenças de gravidade variável, tais como dermatites e eczema, ou os carcinomas da pele”. Pode ainda ser alvo de outras alterações como “a desidratação, o envelhecimento precoce, alterações da pigmentação como o cloasma ou as estrias. Todas estas alterações são muito comuns. As estrias, por exemplo, afectam cerca de 90% das mulheres, principalmente durante a gravidez.
“A pele adapta-se às contínuas alterações do corpo através da expansão e contracção, mas quando se dão alterações bruscas de peso, a pele pode não ter elasticidade suficiente para se ajustar, e ocorrerem alterações nas estruturas da pele”, explica Teresa Laginha, acrescentando que, quando essas lesões se reparam formam as cicatrizes que designamos como estrias. A gravidez e as perdas significativas de peso são exemplos de situações em que ocorrem variações bruscas de peso. E uma vez formadas, as estrias são muito difíceis de remover. “Alguns produtos e tratamentos mais invasivos podem melhorar a sua aparência mas o melhor é prevenir o seu aparecimento”, aconselha a especialista.
Tratar as estrias
A melhor forma de prevenir o aparecimento de estrias, além de evitar as variações significativas de peso, é assegurar que a pele mantém a sua elasticidade. Isto é conseguido mantendo a pele bem hidratada e com bom tónus: através de uma alimentação saudável (bebendo água suficiente e consumindo alimentos ricos em vitamina E, C e zinco que ajudam a formar colagénio), pela prática de exercício físico (natação, caminhadas, ioga, bicicleta), mediante a aplicação tópica duas vezes ao dia de um hidratante que maximize a elasticidade da pele.
Há vários tratamentos que se podem fazer para melhorar a aparência das estrias:
Peelings
Aplicação de produtos com ph ácido;
Dermoabrasão
Actuam nas camadas superficiais da pele e baseiam-se no princípio da formação de novo colagénio. Deve ser evitada a exposição solar;
Laser
O laser contribui para que as estrias sejam menos evidentes incidindo nos pequenos vasos.
São contra-indicações para a utilização do laser: as grávidas, as pessoas em tratamento com isotretinoína (tratamento de acne), com herpes em actividade, pessoas com aumento de sensibilidade à luz (por exemplo os portadores de Lúpus), pacientes submetidos a tratamento imunossupressor (como quimioterapia) ou radioterapia; pessoas com lesão pigmentar suspeita ou com antecedentes de problemas de cicatrização (formação de queloides e hiperpigmentação). A sua utilização também não está indicada nas pessoas com pele morena ou de raça negra.
Aplicação tópica de géis, cremes, pomadas e óleos
São os meios menos invasivos para melhorar a aparência de cicatrizes e também os menos dispendiosos. Muitos óleos e cremes são bastante eficazes porque melhoram a hidratação, facilitando a renovação da pele e estimulando a produção de novo colagénio.