Dia Internacional do Chá

Os benefícios de uma bebida com mais de 5 mil anos

Atualizado: 
15/12/2016 - 10:10
Com mais de cinco mil anos, o chá é das bebidas mais populares do mundo, fazendo parte da tradição de muitos países e do dia a dia de milhões de apreciadores. Além dos benefícios para a saúde e para o bem estar, o chá revela-se uma excelente, saborosa e aromática companhia que conforta e ajuda a aquecer os dias mais frios.

Existem diferentes tipos e variedades de chá e várias tradições associadas ao seu consumo. Por exemplo, nos países orientais ditam os costumes que a refeição seja acompanhada por chá quente. Mais especificamente na China, ao longo dos séculos, o chá teve um papel central em muitas festas e eventos de degustação.

Mais tarde, depois  dos portugueses o levarem para o Reino Unido, o tradicional “chá das cinco” tornou o chá ainda mais famoso.

Mais do que uma bebida, beber uma chávena de chá é um ritual e um momento de relaxamento de partilha e de convívio.

Apesar de existirem diferentes variedades de chá, esta bebida tem em comum o facto de ser elaborada a partir das folhas da Camellia Sinesis.

É a mesma planta, a Camellia Sinesis, que através do processo de oxidação e secagem das folhas dá origem a quatro tipos de chá, com sabores e aromas diferentes: o chá branco, chá verde, chá oolong e chá preto.

Depois das folhas serem colhidas, o momento em que é interrompido o processo natural de oxidação é o fator que determina o tipo de chá que vamos ter.

O mais leve e suave é o chá branco que não sofre o processo de oxidação, ou seja é um chá elaborado com folhas jovens e flores acabadas de apanhar. Este chá tem um teor de cafeína ligeiramente mais reduzido e é o que apresenta uma maior riqueza em antioxidantes.

Uma breve e ligeira oxidação das folhas de Camellia Sinesis vai dar origem ao chá verde, que preserva o seu poder antioxidante, mantendo a sua riqueza em bioflavenoides como as catequinas (galato de epigalocatequina) - substâncias responsáveis por neutralizar a ação dos radicais livres que causam o envelhecimento celular prematuro. Para além disso, o consumo do chá verde está associado a uma menor prevalência de alguns tipos de cancro e tem mostrado ser um bom aliado da saúde do sistema cardiovascular e da memória.

Por sua vez, um processo de oxidação de duração média (entre o chá verde e o preto), vai dar origem ao chá oolong, um chá elaborado com folhas parcialmente oxidadas.

Já o chá preto, o mais intenso, é elaborado com folhas que foram sujeitas a um processo de oxidação significativamente mais longo.

De acordo com a região onde é produzido, o chá preto, pode ter outras designações como, Darjeeling, Assam, Ceilão ou Nilgiri.  

O chá preto parece ser ter uma ação positiva na capacidade cognitiva, uma vez que contribui para uma melhor capacidade de concentração e de resposta.

Apesar dos benefícios do chá, a dose diária aconselhada é de duas canecas, de preferência ao início do dia, devido ao seu poder estimulante, uma consequência da presença de teína na sua composição.

A teína, também conhecida como cafeína do chá, está desaconselhada a pessoas com hipertensão ou hipertiroidismo. Para além disso, a sua toma deve ser evitada ao final do dia por gestantes e pessoas com problemas de sono, de forma a evitar as insónias.

Por outro lado, as infusões a que muitas vezes chamamos “chás de ervas” e que são preparadas e elaboradas através de folhas, flores ou raízes de outras plantas secas são na realidade tisanas, como por exemplo, tisana de camomila, cidreira, tília, lúcia lima, cavalinha, dente de leão, entre outras.

O chá e as tisanas podem ser bebidos ao longo do dia e à refeição. A seguir à água, são uma excelente forma de manter o organismo hidratado, enquanto protegemos o nosso corpo, graças à ação das substâncias antioxidantes.

O chá é uma bebida versátil, e de acordo com o tipo de chá, dos diferentes aromas e dependendo das suas propriedades, pode ser consumido quente ou frio, em distintos momentos do dia.

Ao pequeno-almoço o chá pode ser utilizado como alternativa ao café e é uma excelente forma de promover a hidratação logo no início do dia. Durante a manhã e a tarde, o chá pode complementar um snack ou pode ser uma alternativa saborosa e aromática à água.

Em vez de sumos e bebidas artificiais, o chá pode ser um excelente acompanhante das refeições principias.

Ao final do dia, podemos escolher uma tisana com propriedades calmantes e relaxantes, depois de uma refeição, o ideal será escolher uma infusão digestiva.

As tisanas, muitas vezes utilizadas como remédios caseiros, apesar de serem naturais requerem determinados cuidados. Algumas quando consumidas em excesso podem ter efeitos indesejáveis, como por exemplo efeitos abortivos, elevação da pressão arterial, ou alteração do efeito de alguns fármacos, como por exemplo, a tisana de hipericão que reduz o efeito dos anti contracetivos orais.

No momento de preparar um chá, sempre que possível opte pelas folhas secas, uma vez que estas têm mais espaço para se expandirem e em contacto com a água libertarem o seu aroma e sabor.

De preferência opte pelas folhas de agricultura biológica, embaladas em vácuo e confirme se estão devidamente identificadas.

Por outro lado, as saquetas revelam-se uma opção mais prática, uma vez que não é necessário utilizar outros acessórios como os coadores, por exemplo.

Para preparar um verdadeiro ritual de degustação de chá, idealmente, a água deve ser mineral e mesmo antes de começar a ferver devemos adicionar as folhas, flores ou saquetas que deverão ficar em repouso cerca de 3 a 8 minutos, dependendo da variedade do chá ou tisana.

O tempo de infusão é indicativo, mas um tempo de infusão mais longo vai refletir-se num chá com sabor e aroma mais intenso.

No final, evite adicionar açúcar, podendo optar por infusões mais leves ou com aromas frutados, se preferir os sabores doces. Pode ainda optar por adicionar canela, gengibre ou leite.

Saiba mais em: https://amesacomcatarinaoliveira.wordpress.com/

Autor: 
Catarina Soares de Oliveira - Nutricionista
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
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