O segredo para uma vida saudável

O que nos deixa doentes

Atualizado: 
08/02/2017 - 15:37
O stresse, a poluição, a privação de sono ou a falta de atividade física são alguns dos fatores que condicionam o envelhecimento precoce e a doença. O segredo para nos mantermos jovens e saudáveis passa, por isso, por um conjunto de alterações ao nosso estilo de vida, sobretudo, na forma como nos alimentamos. A especialista em Nutrição Celular Ativa, Alexandra Vasconcelos, explica-nos o porquê.

A má alimentação, o modo de vida adverso e as contaminações estão a matar-nos lentamente. Quem o afirma é a especialista em Nutrição Celular Activa e Nutrição Inteligente, Alexandra Vasconcelos, que recentemente lançou o livro “O Segredo para se manter Jovem e Saudável”.

A verdade é que, apesar de termos assistido ao aumento da esperança média de vida, estamos a envelhecer cada vez pior. “As doenças aparecem mais cedo e perdemos a qualidade de vida ainda muito novos”, refere a terapeuta biológica e ortomolecular.

“O grande desafio, talvez, seja aumentar a longevidade e conseguirmos viver bem até aos 120 anos”, acrescenta a especialista. É que, de acordo com vários investigadores, as células estão preparadas para viver até esta idade. “Então, porque não vivemos?”, questiona.

Segundo a terapeuta o mundo tem vindo a mudar a grande velocidade, excepto o nosso genoma, “que demoraria milhares de anos a adaptar-se a novas situações, não apenas alimentares”.

“As profundas alterações ambientais que ocorreram nos últimos dez mil anos, e que se iniciaram com a agricultura, são demasidado recentes numa escala evolutiva para que o genoma humano se tenha adaptado”, justifica admitindo que o homem não está geneticamente adaptado para viver em condições tão diferentes das dos seus antepassados.

A verdade é que, a forma como vivemos e sentimos, o stress e os impactos emocionais a que estamos sujeitos nada tem a ver com o homem primitivo. “Wi-fi, telemóveis, radiações, tablets, televisões e antenas criam campos magnéticos para os quais não estamos preparados. Os estímulos químicos também são enormes – desde os pesticidas, aditivos alimentares, conservantes, medicamentos ou hormonas”, exemplifica acrescentando que até o simples desodorizante que usamos diariamente ou a água que bebemos contêm substâncias inventadas e manipuladas pelo homem prejudiciais à nossa saúde.

Deste modo, Alexandra Vasconcelos conclui que estamos cada vez mais “intoxicados”, identificando como os principais motivos para o envelhecimentoo prematuro e o aparecimento de doenças, os elementos tóxicos, a desnutrição, o stresse, as infeções e a poluição.

De acordo com a especialista, atualmente, convivemos com grandes concentrações de novas substâncias, criadas pelo homem, que as nossas células não conseguem reconhecer.

“Estas substâncias são enviadas para o fígado, órgão que se encarrega da desintoxicação”, refere explicando que a sobrecarga hepática implica a acumulação de toxinas no organismo, que podem estar na origem de várias doenças.

Por isso, umas das recomendações que faz no seu novo livro é evitar a exposição a  elementos tóxicos. “Evite plásticos especialmente sujeitos a fontes de calor, produtos industrializados cheios de conservantes e aditivos alimentares”, diz.

Aconselha ainda a optar por uma alimentação biológica livre de pesticidas e outros agrotóxicos, a reduzir o excesso de radiações e de campos magnéticos produzidos por telemóveis, tablets, televisões e microondas e a dormir sem equipamentos eletrónicos no quarto.

Relativamente à alimentação, Alexandra Vasconcelos afirma que não comemos o que devíamos. “Faltam-nos nutrientes por muitas razões – porque ingerimos pouco, porque não existem em concentrações ótimas nos alimentos ou porque os absorvemos mal”, explica acrescentando que são as estas carências nutricionais que afetam o bom funcionamento celular. 

“As células necessitam de moléculas essenciais ao seu funcionamento, sem as quais não cumprem corretamente a sua função”, escreve.

Reforçando a necessidade de optar por produtos biológicos, a especialista recomenda a exclusão ou redução de produtos refinados brancos e do açúcar. “O consumo habitual de açúcares e farinhas refinados constitui um dos maiores perigos da dieta moderna”, esclarece.

Pede particular atenção ao sal, aos adoçantes artificiais e ao glúten. “Tenho tido vários pacientes com depressão, doença bipolar, dores de cabeça persistentes, normalmente medicados com antidepressivos e outros medicamentos para o efeito, que relatam melhorias impressionantes com a abolição do glúten da sua alimentação”, refere.

Carnes processadas e gorduras saturadas apresentam vários riscos para a saúde. Por outro lado, a terapeuta defende outras alternativas ao consumo do leite de vaca.

Outro grande inimigo da saúde é o stresse, que aliado à privação de sono, interfere com a toda a cascata hormonal.

“O stresse tem mais impacto na nossa saúde do que alguma vez imaginámos. Muitas pessoas vivem em stresse crónico, que muitas vezes não associam às alterações do estado de saúde. Normalmente associamo-lo a insónias, tensão alta e problemas cardíacos. Na verdade, o impacto do stresse é muito mais do que isso”, afirma.

A verdade é que a manutenção de altas concentrações de cortisol – a hormona do stresse – no organismo traz, em si, consequências nefastas para a saúde como o envelhecimento, perda de memória, alterações de peso ou défice no sistema imunitário. Por outro lado, para além de estar associado à degeneração cerebral, “é determinante para o aparecimento de cancro”.

Com o objetivo de despertar consciências e chamar a atenção para o que podemos fazer para melhorar o estado da nossa saúde, a especialista descreve no seu livro - “O Segredo para se manter Jovem e Saudável” - estes e outros perigos, aconselhando-nos a mudanças profundas no nosso estilo de vida.

“No contato diário com as pessoas apercebi-me que existe um défice de conhecimento sobre o corpo de cada um, sobre o estilo de vida e os comportamentos indispensáveis a uma vida saudável, sem dor ou mal-estar e com a maior qualidade possível”, justifica.

“Surgiu, assim, a vontade de partilhar a mensagem que transmito às pessoas que recorrem à consulta”, afirma reforçando que a forma como comemos, como vivemos, como dormimos ou onde vivemos são determinantes para o nosso bem-estar e processo de envelhecimento.

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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