Efeitos nocivos da desidratação
O equilíbrio entre a ingestão e a perda de líquidos é determinante para a saúde e para o desempenho desportivo. A desidratação continuada tem efeitos no organismo, a médio e a longo prazo, nomeadamente nos sistemas renal, digestivo, respiratório, circulatório e na própria cognição. A desidratação leve e transitória é comum e, provavelmente, de pouca importância. No entanto a desidratação grave aguda ou crónica tem efeitos adversos na saúde e no desempenho.
Para os especialistas em desporto da Faculdade de Motricidade Humana, este facto tem de ser tido em consideração principalmente com a chegada do verão e de temperaturas particularmente elevadas. Um desportista tem necessidades hídricas especiais, fruto do aumento da transpiração durante a prática desportiva. Como tal é de grande importância prevenir a desidratação, a fim de evitar a redução do rendimento físico, subidas acentuadas da temperatura corporal, dores de cabeça e, por vezes, mal-estar generalizado.
Durante a prática, 75% da energia consumida pelo músculo é transformada em calor e sem o consumo de líquidos, a transpiração diminui e a temperatura corporal aumenta, conduzindo a um aumento do ritmo cardíaco. Como tal a desidratação pode influenciar negativamente as respostas fisiológicas ao exercício e o desempenho em actividades aeróbias. O consumo apropriado de líquidos, electrólitos e, em alguns casos, hidratos de carbono pode reduzir estes efeitos.
Tendo por base o impacto que a hidratação tem para a saúde e para o desempenho desportivo, os especialistas defendem a necessidade de se proceder à sua atenta monitorização, nomeadamente ao nível da hidratação intracelular no que se refere ao desempenho da força. Neste contexto, assume particular importância a possibilidade de utilização da impedância bioeléctrica (BIA) de frequência múltipla, um método rápido utilizado para avaliar a água corporal e os seus compartimentos de forma menos dispendiosa e invasiva do que os métodos de referência, utilizando a diluição de isótopos.
A BIA de frequência múltipla permite monitorizar com considerável precisão a hidratação celular e extra celular. Independentemente desta necessidade mais específica de preservação da hidratação intracelular, os praticantes desportivos devem ter práticas de rotina que evitem alterações hídricas prolongadas para que não sejam comprometidas muitas das funções fisiológicas necessárias ao desempenho desportivo de excelência, assim como algumas funções cognitivas também necessárias para a prontidão e a adequação das decisões que a competição desportiva exige.