17 de Novembro - Dia Mundial do Não Fumador

Tabaco: desvantagens e como deixar!

Atualizado: 
17/11/2014 - 17:24
O tabagismo é uma das principais causas evitáveis de doenças e morte precoce. É estimado que, a nível mundial, cerca de um terço da população com 15 anos ou mais fuma, e que cerca de um terço dos adultos e 40% das crianças estão, de forma passiva, expostos ao fumo do tabaco de uma forma regular.

De acordo com o divulgado pela Agência Internacional de Investigação em Cancro demonstrou-se que a exposição ao Fumo Ambiental do Tabaco causa cancro em qualquer ser humano, dado que contém na sua composição cerca de 50 substâncias cancerígenas, sendo este o maior carcinogéneo presente no ar.

Em Portugal existe uma lei que regulamenta os locais em que é permitido fumar e as condições para tal, sendo esta a Lei do Tabaco em Portugal – Lei nº 37/2007 de 14 de agosto, que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2008.

O tabaco surge de uma planta chamada Nicotiana Tabacum que é uma substância estimulante. O tabaco encontra-se sob a forma de cigarro, charuto, cachimbo e tabaco de mascar. As substâncias produzidas pela combustão do tabaco propagam-se através de gases e vapores, que passam pelos pulmões e algumas são absorvidas pelo sangue. As substâncias faladas são a nicotina (portadora de propriedades de reforço positivo e viciantes), as substâncias irritantes (fenóis, amoníaco, entre outros, que contraem os brônquios, estimulam a tosse e alteram os mecanismos de defesa pulmonar), o alcatrão e outros agentes cancerígenos (contribuem para as doenças cancerígenas) e o monóxido de carbono (diminui o aporte de oxigénio na corrente sanguínea).

Existem no mercado os cigarros electrónicos, que são aparelhos mecânicos, criados com o intuito de simular o ato de fumar um cigarro. Estes cigarros produzem um vapor inalável que pode conter, ou não, nicotina, e que têm diferentes sabores.

As doenças do tabagismo

Existem diferentes doenças associadas ao consumo de tabaco e entre elas encontram-se:

  • 97% do cancro na laringe;
  • 90% das mortes por cancro do pulmão;
  • 85% das mortes por bronquite e enfisema;
  • 30% das mortes por cancro;
  • 50% dos casos de cancro de pele;
  • 25% das mortes por doença cardíaca;
  • 25% das mortes por derrame cerebral.

Benefícios de deixar de fumar

De forma a melhorar a sua saúde e a saúde das pessoas que os rodeiam, a melhor atitude de um fumador é deixar de fumar.

Ao deixar de fumar, o ex-fumador:

  • melhora a capacidade pulmonar e respiratória;
  • diminui a tosse pela manhã;
  • melhora a sensação do olfato e paladar;
  • aumenta a energia e bem-estar;
  • poupa dinheiro;
  • melhora a saúde oral;
  • diminui o risco de morte prematura;
  • vive, em média, mais 10 anos;
  • diminui, para metade, o risco de doença cardiovascular;
  • diminui o risco de contrair cancro e doenças respiratórias;
  • diminui, em metade, o risco de contrair cancro da boca e do esófago, ao fim de 5 anos sem fumar, e o risco de contrair cancro do pulmão, após 10 anos sem fumar.

Como preparar-se para deixar de fumar

O cidadão que está interessado em deixar de fumar deve ter em atenção determinados pormenores:

  1. Tem que ter vontade própria em querer deixar de fumar;
  2. Ter motivação para o fazer (pode fazer uma lista escrita com os motivos pelos quais quer deixar de fumar);
  3. Procurar ajuda médica, sempre que necessário;
  4. Transmitir aos grupos de pares a sua decisão e evitar locais e situações que propiciavam o seu hábito;
  5. Fazer uma alimentação saudável, praticar exercício físico e reduzir consumo de cafeína e bebidas alcoólicas;
  6. Guardar, diariamente, o dinheiro do consumo de tabaco num local visível, para gastar, posteriormente, em algo que lhe dê prazer.

As crianças imitam os adultos, e aprendem a fumar
O fumador deve ter em conta que as crianças aprendem a fumar por observação direta dos adultos, sendo que, deixar de fumar irá contribuir para que muitas crianças e jovens não se iniciem nesse processo e para diminuição de exposição de todos os cidadãos ao fumo não benéfico do tabaco.

Relativamente ao uso de cigarros eletrónicos, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) refere que quando se aborda soluções para a redução de incidência de doenças causadas pelo tabagismo, a solução apenas pode passar pela cessação tabágica e não pela substituição de um cigarro por um cigarro eletrónico, tendo esta sociedade, como objetivo, realizar novos estudos que comprovem isto. A SPP diz que, apesar da nicotina que os cigarros eletrónicos têm não provocar problemas respiratórios, esta nicotina mantém a dependência da substância, o que interfere negativamente na cessação tabágica definitiva. Em consonância com esta opinião, o Parlamento Europeu quer manter o cigarro eletrónico na categoria dos produtos de tabaco e não na categoria dos medicamentos.

E se, eventualmente, tiver uma recaída…?

Qualquer processo de mudança inclui recaídas… é normal! O que é necessário é ter vontade de voltar a tentar!

O ideal é nunca se começar a fumar…!

Bibliografia

Pereira, A. M., Morais-Almeida, M., Sousa, A. S., Jacinto, T., Azevedo, L. F., Cordeiro, C. R., et al. (2013). Prevalência da exposição ao fumo ambiental do tabaco em casa e do tabagismo na população portuguesa - o estudo INAsma. Revista Portuguesa de Pneumologia, 19 (3), 114-124.
Precioso, J., Lopez, M. J., Fernandez, E., & Nebot, M. (2011). Qualidade do ar interior em estabelecimentos da restauaração após a entrada em vigor da lei portuguesa de controlo do tabagismo. Revista Portuguesa de Saúde Pública, 29 (1), 22-26.
Saúde, D. G. (s.d.). Microsite da DGS do Programa Nacional para a prevenção e controlo do tabaco. www.dgs.pt/respire-bem.

Ângela Quinteiro, Enfermeira Especialista a exercer na USF Viriato, Viseu

Este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

Autor: 
Ângela Quinteiro - Enfermeira Especialista na USF Viriato Viseu
Nota: 
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