Saúde Mental e alimentação
Esta relação bidirecional entre saúde mental e alimentação faz com que uma pessoa com uma alimentação desadequada esteja mais propensa a desenvolver uma patologia do fórum mental. Ao mesmo tempo, indivíduos com transtornos mentais estão mais propensos a ter padrões alimentares desajustados e desequilibrados.
A nível orgânico, os nutrientes desempenham um papel crucial na função cerebral e, consequentemente, na saúde mental. Por exemplo, os ácidos graxos ómega-3, encontrados em peixes gordurosos e frutos secos, são fundamentais para o bom funcionamento cerebral, ao preservarem as membranas celulares e promoverem uma comunicação eficaz entre os neurónios, com resultados na melhoria da capacidade de memória e redução dos sintomas de depressão e ansiedade.
Por outro lado, patologias, como anorexias nervosas, associadas a dietas muito restritivas, resultam num défice de vitaminas do complexo B, como a B12 (cobalamina) e a B9 (ácido fólico), que são essenciais para a produção e regulação dos neurotransmissores que influenciam o humor. O défice destas vitaminais aumenta a probabilidade de desenvolver distúrbios do humor e metabólicos.
A ingestão excessiva de alimentos processados e açúcares refinados pode ter um impacto negativo na saúde mental. Esses alimentos potenciam picos e quedas rápidas dos níveis de glicose no sangue, o que pode resultar em alterações de humor, fadiga e prostração.
Além disso, dietas ricas em alimentos ultraprocessados, que são pouco nutritivos e de saciedade de curta duração, pode contribuir para um desequilíbrio na produção de serotonina e potenciar sintomas depressivos.
Por fim, uma dieta equilibrada e diversificada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis, contribui positivamente para a saúde mental em todas as faixas etárias. Além da qualidade dos alimentos, a forma como nos relacionamos com a comida também é importante. Práticas alimentares conscientes, que envolvem a gestão dos sinais de fome e saciedade, além de executar um plano alimentar, com a preservação dos horários e frequências das refeições, podem promover um melhor equilíbrio emocional e reduzir comportamentos alimentares prejudiciais.
Em suma, a relação entre alimentação e saúde mental é vigente e significativa. Investir numa dieta equilibrada e nutritiva pode ser uma estratégia eficaz para promover o bem-estar psicológico e emocional. No entanto, é importante lembrar que a alimentação é apenas um dos muitos fatores que influenciam a saúde mental. Uma abordagem holística que inclua exercícios físicos, sono adequado e suporte emocional também é fundamental para um equilíbrio saudável.