Síndrome de Brugada
Dos pontos de vista anatómico e de contracção, o coração é normal (o ecocardiograma não mostra anormalidades). Até ao presente momento, sabe-se que alguns destes pacientes apresentam uma exuberante instabilidade eléctrica do coração (ventricular).
O que é a Síndrome de Brugada?
A Síndrome de Brugada é uma arritmia hereditária que faz com os ventrículos batam tão rapidamente que podem impedir que o sangue circule eficientemente no corpo. Quando esta situação ocorre (também chamada fibrilhação ventricular), o indivíduo desmaia e pode morrer em alguns minutos se o ritmo do coração não for restabelecido. Esta doença tem maior incidência em indivíduos do sexo masculino na idade adulta, sendo que os casos de morte súbita aparecem por volta dos 40 anos de idade, mas tem vindo a ser diagnosticada em todas as idades. Por isso, é importante fazer um rastreio em toda a família. Nem todos os que têm a doença terão arritmias. Assim, não se pode prever aqueles que irão ter problemas. Se o paciente tiver algum desmaio, este poderá estar relacionado com a Síndrome de Brugada, indicando a prática que essa pessoa tem um risco muito elevado de arritmias malignas.
Pode provocar morte súbita (através de fibrilhação ventricular), principalmente em indivíduos em repouso ou durante o sono.
O que é uma arritmia?
O ciclo regular de contracções faz com que o sangue seja bombeado eficazmente para fora do coração. Os problemas de ritmo podem ocorrer em qualquer lugar no sistema eléctrico e interferir com o bombeamento eficaz do sangue. O coração pode bater demasiado rápido (taquicardia), demasiado lento (bradicardia), ou de forma irregular. Estas batidas anormais são conhecidas como arritmias. Durante uma arritmia o paciente pode sentir sensações diferentes como: não sentir nada, sentir um martelamento no coração ou vibração, uma dor no peito ou falta de ar. Entretanto, quando a arritmia é muito severa o coração não pode bombear eficientemente o sangue, o que pode provocar o desmaio ou até mesmo a morte.
Há alguma medicamentação para a Síndrome de Brugada?
A Síndrome de Brugada foi descoberta há pouco mais de 15 anos e ainda não há nenhuma medicação para impedir os “black outs”.
Existe alguma forma de recuperar o batimento normal do coração quando este bate demasiado rápido?
Sim, há um dispositivo especial que se implanta debaixo da pele do tórax, chamado desfibrilhador, que quando detecta batimentos rápidos e irregulares, liberta uma carga eléctrica directamente no coração, fazendo aquilo que os informáticos chamam de “Reset”.
Se um de meus pais ou irmãos tem a Síndrome de Brugada o que devo fazer?
Contacte o seu médico que, provavelmente, irá executar um exame físico e um electrocardiograma. O padrão da Síndrome de Brugada pode ser visto em algumas ocasiões imediatamente a um esforço físico num electrocardiograma, mas às vezes, poderá ser necessária a administração de um medicamento.
Se o electrocardiograma mostrar o padrão da Síndrome, ou se teve alguns sinais de que o seu coração funciona mal, como a perda de consciência ou desmaios, o seu médico pode recomendar que se submeta a um teste electrofisiológico. Este é um teste que verifica a actividade eléctrica do seu coração e também se existe algum problema eléctrico que leve ao seu mau funcionamento.
Porque a Síndrome é hereditária, o médico pode pedir uma amostra de sangue para fazer uma análise genética na família.
Sinais e sintomas
Os pacientes portadores desta síndrome são assintomáticos fora das crises de arritmia cardíaca. Quando essas arritmias ocorrem, pode haver palpitações, tonturas, falta de ar, sensação de desmaio, desmaio e paragem cardíaca, podendo ocorrer uma morte súbita.
Diagnóstico
A documentação de arritmias ventriculares graves, história de síncope (desmaio) ou paragem cardíaca, um histórico familiar de morte súbita, o eletrocardiograma característico e um ecocardiograma sem alterações estruturais, levam ao diagnóstico.
Tratamento
Além do uso de antiarrítmicos, o desfibrilhador automático implantável (CDI – aparelho que identifica e trata as arritmias cardíacas com um choque eléctrico), é a única forma de tratamento dos pacientes portadores da Síndrome de Brugada.