Estudo

Viver a menos de 300 metros de um parque reduz o risco de cancro

Um estudo com quase 3.000 mulheres espanholas defende a criação de mais zonas verdes como estratégia no combate à incidência do cancro de mama, uma vez que viver junto a um parque pode significar até 44% menor risco de tumor oncológico.

O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum na mulher e corresponde à segunda causa de morte por tumor oncológico. Em Portugal, são detetados todos os anos cerca de 6.000 novos casos de cancro da mama, sendo que 1.500 mulheres acabam por morrer com a doença.

Em muitos casos, a origem deste tipo de tumor é um mistério, já que os fatores de risco conhecidos - mutações genéticas, obesidade, consumo de álcool, entre outros - explicam pouco mais de metade dos casos.

Um novo estudo conduzido com base em uma amostra de quase 3.000 mulheres de 10 províncias espanholas conclui que viver a 300 metros de um parque urbano ou zona verde reduz o risco de cancro de mama em 35%. O mesmo estudo, escreve o Sapo, vai mais longe e fala numa associação linear: viver a 100 metros de um parque aumenta essa redução de risco para 44%.

Cristina O'Callaghan, epidemiologista e co-autora do artigo, diz ao jornal El País que as percentagens devem ser analisadas com cautela. "A partir de um único estudo não é possível extrair uma percentagem fiável. São necessários mais trabalhos com uma amostra mais ampla", comenta. "Mas podemos afirmar que viver perto de uma zona verde urbana reduz o risco de cancro", defende a investigadora do Instituto de Saúde Global de Barcelona.

Menos stress e menor risco de depressão?
O estudo foi publicado na revista International Journal of Hygiene and Environmental Health.

A hipótese de partida dos investigadores relacionava-se com a ideia de que a proximidade entre a residência e um parque ou jardim aumentaria os níveis de atividade física e outra presunção seria a de que uma zona verde nas imediações da habitação poderia diminuir a contaminação atmosférias.

"A nossa hipótese agora é que essa relação pode dever-se a uma redução dos níveis de stress e depressão", aponta a co-autora.

Outro dos investigadores do estudo, Mark Nieuwenhuijsen, detetou há três anos numa investigação prévia levada a cabo na Catalunha que viver a menos de 300 metros de um parque reduzia os sintomas de ansiedade e depressão, um dos fatores de risco de cancro.

Fonte: 
Sapo
Nota: 
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