Vitamina do sol

A importância da vitamina D na prevenção de doenças autoimunes

Atualizado: 
17/10/2019 - 11:08
Sendo necessária para a manutenção do tecido ósseo, a vitamina D influencia também, e de forma considerável, o sistema imunitário, levando a crer que tenha também um papel essencial na prevenção e no tratamento de doenças autoimunes, como a artrite reumatóide ou a esclerose múltipla.
Cápsulas de vitaminas

A vitamina D, produzida pela nossa pele com o auxílio da luz solar, interage com várias hormonas que regulam a quantidade de cálcio e fósforo no sangue e nos ossos, sendo por isso, necessária, sobretudo, para a manutenção da saúde do tecido ósseo.

Mas os seus benefícios não acabam aqui. A verdade é que, esta vitamina atua ainda, de forma considerável, sobre o nosso sistema imunitário podendo “contribuir para prevenir doenças como doenças cardiovasculares, hipertensão, neoplasias, diabetes, esclerose múltipla, demência, artrite reumatóide e doenças infeciosas”.

Para obtermos o aporte diário recomendado deste nutriente precisamos, sobretudo, da luz solar uma vez que “a pele exposta ao sol, sem proteção” constitui a principal fonte de vitamina D.

“No caso do sol, quando uma pessoa se expõe, os raios ultravioletas são absorvidos e atuam com o colesterol, antecipando a vitamina D. Horas depois o fígado e os rins transformam-nos em vitamina D ativa”, começa por explicar o reumatologista José António Pereira da Silva.

Por outro lado, a alimentação pode dar uma pequena ajuda. “A alimentação é geralmente pobre em vitamina D, com exceção de alguns alimentos como fígado, gema de ovos  e peixes gordos (ricos em ómega3)”, revela o especialista.

No entanto, caso não consigamos expôr-nos ao sol durante o período de tempo necessário para a produção deste nutriente, “e visto a alimentação não ser suficiente para adquirirmos as quantidades necessárias de vitamina, podemos recorrer a suplementos alimentares ou medicamentos que contém as doses necessárias de vitamina D e que nos ajudam a responder melhor a esta necessidade”.

“Contudo, a deficiência em vitamina D é tão frequente que muitos autores indicam a toma regular de doses na ordem de 800-1000 unidades por dia, para todas as pessoas, mesmo sem análise prévia”, acrescenta.

Como consequência, o défice desta vitamina pode deixar-nos mais vulneráveis e mais predispostos a algumas doenças. “Gripes, infeções respiratórias, fraqueza muscular, psoríase, doença renal, diabetes, asma, doenças cardiovasculares, depressão, periodontite e, eventualmente, alguns tipo de cancro e doenças autoimunes”, esclarece o reumatologista, professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Na realidade, o resultado de alguns estudos demonstram a associação entre deficiência de vitamina D e hipertensão arterial sistémica, podendo esta representar um fator de risco cardiovascular.

“Não é uma associação totalmente esclarecida, mas sabemos que a vitamina D exerce uma variedade de ações capazes de justificar impacto importante nas funções cardíacas e vasculares”, justifica.

De acordo com este especialista existem também “breves ensaios que avaliam os efeitos cardiovasculares da suplementação de vitamina D como um meio favorável de interferir no risco cardiovascular”.

“Os resultados ainda não são, em geral, conclusivos, com exceção da insuficiência cardíaca onde o benefício da vitamina D está mais consolidado”, refere.

Por outro lado, parece haver uma forte relação entre níveis baixos de vitamina D e a ocorrência de depressão ou outras perturbações mentais. “Estes dados têm justificado alguma atenção a medidas preventivas. Os cuidados passam por uma alimentação rica em vitamina D, exposição solar sensata e sumplementação correta, quando necessário garantir que as quantidades necessárias são efetivamente asseguradas”, assegura o médico especialista.

Quanto ao seu papel na prevenção de alguns tipos de cancro, José António Pereira da Silva refere que existem inúmeros estudos que estabelecem uma associação entre a carência de vitamina D e um maior risco ou gravidade de uma variedade de cancro, como é o caso do cancro de mama, colon ou próstata.

“Esta associação não demonstra, contudo, que a falta de vitamina D seja a causa do cancro ou que a correção da deficiência possa prevenir ou melhorar estas doenças. Há que esperar por estudos adequados para avaliar estas questões”, adverte.

No grupo de risco de carência grave de vitamina D encontram-se os idosos, obesos, pessoas institucionalizadas, pessoas com fraqueza muscular ou dores musculares sem causa aparente, pessoas com osteoporose, pessoas com pele escura ou com fraca exposição solar.

“Muitos países têm em prática recomendações que levam a que a maior parte das pessoas sejam suplementadas, como rotina, com vitamina D. Em muitos casos, especialmente no norte da Europa, há alimentos de uso comum reforçados em vitamina D para combater o problema a um nível populacional”, acrescenta especialista em reumatologia.

Para mais esclarecimentos sobre a matéria basta aceder à plaforma – http://www.forumd.org-  patrocionada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

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Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Pixabay