Vírus do Ébola pode persistir no esperma de sobreviventes à doença
Este é o primeiro estudo do género, realizado a longo prazo, e que mostra que vestígios do vírus podem permanecer permanentemente no corpo de homens curados, o que representa um risco porque podem contaminar outras pessoas.
Os resultados preliminares do estudo, realizado em 93 voluntários do sexo masculino com idade superior a 18 anos na Serra Leoa, foram divulgados na revista médica New England Journal of Medicine.
“O estudo (…) mostra que apesar do número de casos de Ébola continuar a diminuir, os sobreviventes e suas famílias ainda enfrentam os efeitos da doença”, referiu, em comunicado, Bruce Aylward, responsável da Organização Mundial de Saúde (OMS) pelo combate à doença.
Segundo o mesmo responsável, a pesquisa fornece mais evidências de que as pessoas que sobrevivem ao Ébola precisam de ajuda entre seis a 12 meses após a sua recuperação, para garantir que os seus parceiros sexuais não são expostos ao vírus.
Os 93 participantes começaram a fornecer amostras de esperma dois meses depois de terem estado infetados e durante 10 meses.
O vírus do Ébola devastou três países da África Ocidental (Serra Leoa, Libéria e Guiné-Conacri) desde o final de 2013, infetando 25 mil pessoas e provocando 11 mil mortos.