Utentes do Hospital Amadora-Sintra convocam protesto
A porta-voz da comissão, Paula Borges, apelou hoje a todos os utentes do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) – uma entidade pública empresarial - para participarem na concentração para exigirem melhorias de funcionamento que, segundo a representante, passam pela contratação de mais médicos e pela construção de um hospital público no concelho de Sintra.
"A situação deste hospital tem vindo a agravar-se nos últimos anos. Em Dezembro, o serviço de urgência deixa de ter capacidade de resposta. O hospital foi construído para dar resposta a 350 mil utentes e a verdade é que estão 650 mil inscritos", disse hoje Paula Borges aos jornalistas.
Numa conferência de imprensa convocada pela comissão à porta do hospital, a representante disse ainda que já têm sido solicitadas várias reuniões à direcção do hospital, mas sem haver qualquer resposta.
"Tempos de espera na ordem das 24 horas nas urgências, a que acresce a falta de camas para internamento. Colocam em risco a vida dos utentes", critica a comissão em comunicado, sublinhando que isso se deve "à falta de profissionais de saúde".
Utente do Amadora-Sintra, Maria Fernanda contou hoje à Lusa que na terça-feira deu entrada nas Urgências, mas demorou quase 14 horas a ser atendida.
"Cheguei às dez da manhã e só fui atendida à meia-noite. Outras pessoas que lá estavam desistiram ao fim de sete horas de espera, mas eu estava com princípio de enfarte, o meu coração acelerado e não havia médicos, nem macas, nem cadeiras de rodas. Podia ter morrido", disse.
Além do protesto agendado para as 16:00 de 29 de Janeiro, promovido em conjunto com a Plataforma de Lisboa em defesa do Serviço Nacional de Saúde, a Comissão de Utentes da Saúde de Sintra irá promover outras acções em diferentes centros de saúde do concelho.