Universidades investigam disfunção erétil e procuram voluntários
O estudo científico, da responsabilidade do Centro de Investigação em Sexualidade Humana da Universidade do Porto (SexLab) e do Instituto Biomédico de Investigação de Luz e Imagem da Universidade de Coimbra, tem como foco a atividade cerebral e a resposta sexual de homens com e sem disfunção erétil, face à visualização de filmes de conteúdo sexual, durante a realização de uma ressonância magnética, explicou à Lusa Pedro Nobre, um dos coordenadores do projeto.
Os homens, com e sem disfunção erétil, vão ser colocados dentro de uma máquina de ressonância magnética a ver filmes de conteúdo sexual e com o equipamento disponível os indivíduos vão ser avaliados na vertente da atividade cerebral através dos scanners de ressonância magnética.
Em entrevista, Pedro Nobre sublinhou que as novidades neste estudo é que se vão comparar homens com disfunção erétil e homens sem qualquer problema de disfunção, utilizando a ressonância magnética para comparar variantes desde as emoções às cognições, respostas genitais e o foco visual (eye tracking) em filmes de cariz sexual.
O recurso a ressonância magnética e uma medida de pressão peniana (semelhante ao equipamento que mede a pressão arterial), assim como o uso do sistema “eye tracking”, uma espécie de sensor tecnológico para saber exatamente para onde o olho está a focar, vão permitir cruzar, pela primeira vez, dados das respostas genitais, com pensamentos e emoções da pessoa, sustenta o investigador.
“Uma das grandes causas da disfunção erétil é a distração dos estímulos, designadamente preocupações com o corpo”, explica o investigador da Universidade do Porto, referindo que, se correr bem, o estudo estará terminado “no primeiro trimestre de 2016, imediatamente antes do verão”.
O estudo vai ter 20 homens voluntários com disfunção erétil e outros 20 sem problemas de disfunção erétil.
Neste momento estão assegurados "um terço" dos voluntários necessários, adiantou o especialista, acrescentando que os participantes no estudo têm de se deslocar a Coimbra e recebem 30 euros em vale de compras, para além de receberem tratamento gratuito caso o queiram.
Os voluntários devem ser homens heterossexuais entre os 18 e 50 anos sem problemas médicos ou consumo de medicação que afetem a resposta sexual, como as diabetes ou antidepressivos.
O estudo, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, pretende contribuir para uma melhor compreensão da disfunção erétil, avaliando os “correlatos neuronais da resposta sexual em homens com e sem disfunção erétil”.
Os investigadores acreditam ainda que “o estudo poderá ter repercussões na consolidação de conhecimentos relacionados com a etiologia e manutenção da disfunção erétil e suas implicações para tratamento”.
O estudo decorre com todas as garantias de privacidade e anonimato e os interessados podem inscrever-se através do correio eletrónico [email protected].