Unicef realiza em Agosto “maior operação humanitária”
Em comunicado, a Unicef refere que distribuiu às crianças afectadas por “um número recorde de crises” no mundo, entre as quais os conflitos no Iraque e na Síria e o surto do vírus Ébola na África Ocidental, “uma quantidade de bens de primeira necessidade sem precedentes”.
Só durante este mês, a Unicef expediu “mil toneladas de bens essenciais para crianças”, quantidade que “daria para encher 19 aviões Jumbo de carga”. Do armazém central da organização, situado em Copenhaga, capital dinamarquesa, já saíram “33 cargas com bens de emergência para as regiões mais conturbadas do mundo”.
As famílias e crianças do Iraque, deslocadas no Noroeste do país, “receberam 500 toneladas de ajuda”, incluindo “rações de alimentos, água, artigos médicos, tendas e alimentos terapêuticos prontos a usar”, adianta a Unicef.
Na vizinha Síria, foram distribuídas “mais de quatro milhões de doses de vacinas contra a poliomielite”, doença que reapareceu na sequência da ruptura do sistema de saúde.
Na Síria, salienta a organização, a resposta “evoluiu para um fluxo regular de envios de bens”, desde pastilhas para purificar a água a ferramentas de saúde e educação.
“Em situações de crises múltiplas desta magnitude, as crianças devem estar em primeiro lugar. A Unicef está empenhada em manter este rumo. Enquanto as crianças precisarem de ajuda, continuaremos a levar a cabo estas operações de abastecimento urgentes, complexas e em larga escala”, justificou Shanelle Hall, directora de operações de aprovisionamento e logística da Unicef.
Para ajudar a conter o surto do vírus Ébola, a Unicef enviou para a Libéria “248 toneladas de artigos”, como luvas de látex, óculos de segurança e fatos de macaco para proteger os técnicos de saúde, desinfectante de cloro concentrado e medicamentos.
República Centro-Africana, Palestina e Sudão do Sul são outras regiões em crise a receberem apoio da Unicef neste momento.
Ao longo do mês de Agosto, chegaram à República Centro-Africana “26 toneladas de equipamento médico, vacinas, rações de alimentos e material para cavar poços de água”.
A Palestina recebeu “3,5 milhões de toneladas de bens, maioritariamente medicamentos essenciais para Gaza, a fim de reabastecer os hospitais e centros de saúde danificados pelo conflito”.
Para o Sudão do Sul, onde 50 mil crianças “estão em risco de morrer devido a má nutrição”, foram enviadas “34 toneladas de bens” de primeira necessidade.
“Agora, é essencial manter os corredores humanitários abertos para que estes bens continuem a chegar às crianças que deles precisam desesperadamente”, apelou Shanelle Hall.
A agência da ONU prevê que venha a ser necessário “redobrar esforços face ao conflito no Iraque e ao surto de Ébola na África Ocidental”.